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Quinta Parte: FPSO

FPSO, em inglês, significa Floating Production Storage and Offloading,


sendo traduzido como Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e
Transferência. É um tipo de plataforma, parecida com um navio, e comumente
utilizada pelo setor petrolífero para produção e armazenamento de petróleo e/ou
gás natural e escoamento da produção por navios aliviadores. Esse tipo de
plataforma pode ser feito a partir da conversão de antigos petroleiros ou terem
seus cascos construídos, em específico, para essa função. Tem uma grande
utilidade em locais de produção afastados da costa, com impossibilidade de
ligação a oleodutos ou gasodutos. Sendo assim, a produção necessita ser
armazenada. O armazenamento no FPSO, elimina a necessidade da presença
do navio-tanque ao longo da produção, sendo necessário apenas quando há
quantidade de óleo produzido suficiente para preenche-lo completamente.
Sua estrutura compreendida em forma de navio-tanque/barcaça-tanque
possui módulos de processamento no convés. Sendo eles dividos em: E-house
(planta de utilidades), módulo de geração, módulo de processos, módulo de
compressão e Flare (Queimador). Na figura 1 abaixo pode ser visualizada a
distribuição típica desses módulos.

Figura 1 - Distribuição típica dos módulos em um FPSO

E-House (planta de utilidades): O módulo E-House é constituído por


equipamentos de média e baixa voltagem que ajudam na quebra de circuitos
para eventuais reparos e manutenção, transformadores, inversores de
frequência e equipamentos para geração de energia. Usualmente são colocados
em containers ventilados especialmente projetados para abrigar o módulo.
Módulo de Geração de Energia: São os módulos de produção de energia
suficiente para o andamento dos módulos que foram o topside do FPSO, sendo
indispensável nos processos cotidianos da planta do FPSO.
Módulos de Processos: Composto pelos módulos de separação, tratamento de
óleo, tratamento de gás, tratamento de água, injeção de gás e injeção de água.
O fluido gerado pelo FPSO é uma composição de óleo, gás e água, sendo a
separação desses componentes necessária para que tratamento seja realizado
individualmente. O óleo é tratado e armazenado, para que posteriormente seja
feito o offloading (descarregamento). No caso do gás e ou água, os mesmos são
injetados novamente no poço ou devidamente descartados. No caso do
descarte, o gás é queimado no Flare e a água é tratada e quando dentro dos
padrões exigidos é descarregada no mar.
Módulo de Compressão: Esse módulo promove a compressão do gás
produzido para que o mesmo seja reinjetado no poço, para promover aumento
da produtividade, ou sua queima no Flare.
Flare: É formada por uma torre alta, em geral localizada na proa do FPSO. Sua
função é queimar o excesso de gás produzido pelo poço.

O sistema de ancoragem tem como função, manter fixo o FPSO no local


de produção. São existentes alguns tipos de sistemas de ancoragem, mostrados
a seguir:

Turret Interno: O sistema chamado Turret Interno é incorporado à proa da


embarcação e sustentado a um sistema de rolamentos, compreendido em um
moonpool (abertura na base do navio para acesso a água) ou no convés do
navio. O elemento rotativo mais extremo do sistema é ligado ao navio, e o
elemento interno é ligado ao turret. Quando posicionado no convés do navio,
um manifold viabiliza a ligação com a parte mais baixa do turret. São
consideradas vantagens do sistema turret interno a instalação em águas
profundas, resistência a situações ambientais severas e sistemas de conexão
com o poço permanentes ou desconectáveis.
Turret Externo: Para instalação desse sistema é necessário uma estrutura de
aço, localizada próxima ou afastada da embarcação, posicionada na proa ou na
popa da embarcação, para o fornecimento de uma base para o sistema de
rolamentos e o próprio turret. Todas as linhas de ancoragem e mangotes de
transferência de fluidos são plugados a base. Os risers e umbilicais são ligados
ao navio por meio do turret, dando a capacidade ao navio de girar livremente em
torno da base sem paralisar a produção. Esse sistema, quando comparado ao
interno, tem baixo custo e menor tempo de construção, sendo assim uma boa
escolha para ancoragem do FPSO. Contudo, como desvantagem pode-se citar
a necessidade de energia, fluidos e controles operacionais do turret e reduzido
núemro de conexões de risers e umbilicais.
Ancoragem Distribuída (Spread Mooring): Também chamado de sistema
convencional de ancoragem, esse tipo de sistema fornece ao FPSO uma
ancoragem fixa, com um aproamento fixo, o que facilita a operação de offloading
do óleo do navio. Utiliza quatro grupos de linhas, distribuídas simetricamente, e
ligadas tanto a proa quanto a popa do FPSO. É importante ressaltar que, por
esse sistema fornecer uma ancoragem de posição fixa ao FPSO, é indispensável
o conhecimento das condições de mar do local, a fim de coincidir com a direção
mais severa do mar. Cita-se como vantagem a versatilidade desse sistema,
sendo utilizado ao longo da vida de serviço de qualquer embarcação, a qualquer
profundidade. Tem custo reduzido comparado aos demais sistemas, uma vez
que não há necessidade de infra-estrutura para operação e manutenção do turret
embarcado. Os risers e umbilicais ficam localizados ao longo do corpo do FPSO,
nos dois bordos, centralizados a meia-nau (linha mediana e longitudinal do
navio), o que proporciona uma operação com um maior número de risers e
umbilicais.

http://www.deno.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/2011/NathalieT
hiago/relat1/Conteudo.htm

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