FPSO, em inglês, significa Floating Production Storage and Offloading,
sendo traduzido como Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência. É um tipo de plataforma, parecida com um navio, e comumente utilizada pelo setor petrolífero para produção e armazenamento de petróleo e/ou gás natural e escoamento da produção por navios aliviadores. Esse tipo de plataforma pode ser feito a partir da conversão de antigos petroleiros ou terem seus cascos construídos, em específico, para essa função. Tem uma grande utilidade em locais de produção afastados da costa, com impossibilidade de ligação a oleodutos ou gasodutos. Sendo assim, a produção necessita ser armazenada. O armazenamento no FPSO, elimina a necessidade da presença do navio-tanque ao longo da produção, sendo necessário apenas quando há quantidade de óleo produzido suficiente para preenche-lo completamente. Sua estrutura compreendida em forma de navio-tanque/barcaça-tanque possui módulos de processamento no convés. Sendo eles dividos em: E-house (planta de utilidades), módulo de geração, módulo de processos, módulo de compressão e Flare (Queimador). Na figura 1 abaixo pode ser visualizada a distribuição típica desses módulos.
Figura 1 - Distribuição típica dos módulos em um FPSO
E-House (planta de utilidades): O módulo E-House é constituído por
equipamentos de média e baixa voltagem que ajudam na quebra de circuitos para eventuais reparos e manutenção, transformadores, inversores de frequência e equipamentos para geração de energia. Usualmente são colocados em containers ventilados especialmente projetados para abrigar o módulo. Módulo de Geração de Energia: São os módulos de produção de energia suficiente para o andamento dos módulos que foram o topside do FPSO, sendo indispensável nos processos cotidianos da planta do FPSO. Módulos de Processos: Composto pelos módulos de separação, tratamento de óleo, tratamento de gás, tratamento de água, injeção de gás e injeção de água. O fluido gerado pelo FPSO é uma composição de óleo, gás e água, sendo a separação desses componentes necessária para que tratamento seja realizado individualmente. O óleo é tratado e armazenado, para que posteriormente seja feito o offloading (descarregamento). No caso do gás e ou água, os mesmos são injetados novamente no poço ou devidamente descartados. No caso do descarte, o gás é queimado no Flare e a água é tratada e quando dentro dos padrões exigidos é descarregada no mar. Módulo de Compressão: Esse módulo promove a compressão do gás produzido para que o mesmo seja reinjetado no poço, para promover aumento da produtividade, ou sua queima no Flare. Flare: É formada por uma torre alta, em geral localizada na proa do FPSO. Sua função é queimar o excesso de gás produzido pelo poço.
O sistema de ancoragem tem como função, manter fixo o FPSO no local
de produção. São existentes alguns tipos de sistemas de ancoragem, mostrados a seguir:
Turret Interno: O sistema chamado Turret Interno é incorporado à proa da
embarcação e sustentado a um sistema de rolamentos, compreendido em um moonpool (abertura na base do navio para acesso a água) ou no convés do navio. O elemento rotativo mais extremo do sistema é ligado ao navio, e o elemento interno é ligado ao turret. Quando posicionado no convés do navio, um manifold viabiliza a ligação com a parte mais baixa do turret. São consideradas vantagens do sistema turret interno a instalação em águas profundas, resistência a situações ambientais severas e sistemas de conexão com o poço permanentes ou desconectáveis. Turret Externo: Para instalação desse sistema é necessário uma estrutura de aço, localizada próxima ou afastada da embarcação, posicionada na proa ou na popa da embarcação, para o fornecimento de uma base para o sistema de rolamentos e o próprio turret. Todas as linhas de ancoragem e mangotes de transferência de fluidos são plugados a base. Os risers e umbilicais são ligados ao navio por meio do turret, dando a capacidade ao navio de girar livremente em torno da base sem paralisar a produção. Esse sistema, quando comparado ao interno, tem baixo custo e menor tempo de construção, sendo assim uma boa escolha para ancoragem do FPSO. Contudo, como desvantagem pode-se citar a necessidade de energia, fluidos e controles operacionais do turret e reduzido núemro de conexões de risers e umbilicais. Ancoragem Distribuída (Spread Mooring): Também chamado de sistema convencional de ancoragem, esse tipo de sistema fornece ao FPSO uma ancoragem fixa, com um aproamento fixo, o que facilita a operação de offloading do óleo do navio. Utiliza quatro grupos de linhas, distribuídas simetricamente, e ligadas tanto a proa quanto a popa do FPSO. É importante ressaltar que, por esse sistema fornecer uma ancoragem de posição fixa ao FPSO, é indispensável o conhecimento das condições de mar do local, a fim de coincidir com a direção mais severa do mar. Cita-se como vantagem a versatilidade desse sistema, sendo utilizado ao longo da vida de serviço de qualquer embarcação, a qualquer profundidade. Tem custo reduzido comparado aos demais sistemas, uma vez que não há necessidade de infra-estrutura para operação e manutenção do turret embarcado. Os risers e umbilicais ficam localizados ao longo do corpo do FPSO, nos dois bordos, centralizados a meia-nau (linha mediana e longitudinal do navio), o que proporciona uma operação com um maior número de risers e umbilicais.