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Dominando
a Escala Maior
Alex Martinho

© 2018 Alex Martinho

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Dominando a Escala Maior | Alex Martinho

1 - Introdução
 Esse método traz, desde o zero, todo o passo a passo
teórico para você dominar a construção da escala maior
natural.

 O primeiro passo é entendermos e dominarmos quais são


as notas musicais, as distâncias entre elas e os acidentes
que podem modificá-las.

 Logo a seguir, com o entendimento correto das notas e


distâncias (intervalos), trarei a formação da escala maior
com todos os detalhes.

É muito mais fácil do que parece!

Vamos nessa?

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2 – As notas musicais
 A primeira coisa que você tem que saber são os nomes das
notas musicais naturais. “Naturais” pois são as que
originam tudo. Há também os acidentes que modificam
essas notas, e que vou trazer daqui a pouco.

 São sete notas naturais no total:


Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si

 Cada nota é identificada por uma LETRA, da seguinte


forma:

C D E F G A B
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

 Traduzindo: a letra A significa LÁ, a letra B significa SI, a


letra C significa DÓ, a letra D significa RÉ, a letra E
significa MI, a letra F significa FÁ e a letra G significa SOL.

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3 – As distâncias (intervalos)
entre as notas musicais naturais
 Agora que já sabemos os nomes das notas vamos aprender
a identificá-las em um piano.

 As notas naturais são facilmente identificadas nesse


instrumento, pois são exatamente todas as teclas de cor
branca. Observe atentamente a figura do teclado abaixo:

 Note que entre a maioria das notas naturais há uma tecla


na cor preta. Observe atentamente: só entre as notas E e F
e entre as notas B e C não há nenhuma tecla preta - entre
todas as outras notas naturais há uma tecla preta.

 Essas teclas pretas também são notas - notas essas que


por estarem sempre “no meio do caminho” entre duas
notas naturais são denominadas a partir delas, com a
ajuda dos acidentes.

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4 – Os acidentes
 Vamos aprender dois acidentes: o bemol (representado
pela letra b) e o sustenido (representado pelo símbolo #).

 Se pegarmos uma nota natural e colocarmos o símbolo de


bemol (b) ao lado dela, representaremos a nota que fica
imediatamente antes. Exemplo: Eb é a nota anterior à E.

 Já se pegarmos uma nota natural e colocarmos o símbolo


de sustenido (#) ao lado, representaremos a nota que fica
imediatamente depois. Exemplo: C# é a nota posterior à C.

 Sendo assim, temos agora uma maneira de identificar


todas as notas intermediárias, ou seja, as notas das teclas
pretas (que se localizam entre duas notas naturais).
Observe atentamente a figura abaixo e veja todas as notas:

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 Note que cada nota intermediária (tecla preta) pode


sempre ser identificada por dois nomes diferentes – por
exemplo, a nota que fica entre as notas C e D tanto pode
ser chamada de C# (dó sustenido) como de Db (ré bemol).

 Cada distância (ou “intervalo”) entre uma nota e a


próxima nota – sendo ela natural ou não, tecla branca ou
tecla preta – é considerada como sendo de meio tom.

 Sendo assim, nós temos as seguintes distâncias totais (ou


“intervalos”) entre as notas naturais (leia abaixo mas
também confira as distâncias na figura do piano acima):
 De C até D a distância é de um tom.
 De D até E a distância é de um tom.
 De E até F a distância é de meio tom.
 De F até G a distância é de um tom.
 De G até A a distância é de um tom.
 De A até B a distância é de um tom.
 De B até C a distância é de meio tom.

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 Resumindo, entre quase todas as notas naturais a


distância é de um tom, exceto entre E e F e entre B e C,
onde temos meio tom apenas – exatamente por não haver
nenhuma nota intermediária entre essas notas.

 Abaixo eu trago a localização das notas naturais e das


notas com acidentes em um braço que poderia ser de
guitarra ou violão. (Se o seu instrumento for o
contrabaixo essa figura também vale como referência, é só
ignorar as cordas a mais).

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5 – A Escala Maior Natural


 Podemos então resumir todo o visto até o momento no
diagrama abaixo. Observe todos os detalhes atentamente:

 Note que a única novidade presente no diagrama é a


denominação “Graus”, onde eu coloquei um número em
algarismos romanos para ordenar cada nota natural.

 Comecei pela nota C (que seria o “grau I”) e passei por


todas as outras seis notas naturais até voltar ao C, que é o
“grau VIII” (poderíamos também chamar essa nota C de
“uma oitava acima” em relação a primeira nota C).

 Todas as notas naturais que temos, do primeiro C até a sua


oitava acima, formam a escala de C maior, também
chamada de “escala maior natural”.

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A melhor definição para “escala” é: “uma sucessão de notas


que tem distâncias fixas específicas entre elas”.

 Temos então que a escala maior é a que apresenta a


seguinte sucessão de distâncias fixas (intervalos) entre
suas notas (tirado do diagrama da página anterior):

Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Semitom

 Também podemos dizer que essa é a fórmula de toda


escala maior.

 Resumindo, qualquer escala maior deve ter sete diferentes


notas, enumeradas pelos graus I-II-III-IV-V-VI-VII e depois
terminando no grau VIII (que é a mesma nota que iniciou
a escala). (confira mais uma vez no diagrama anterior)

 E, além disso, toda escala maior deve obrigatoriamente ter


as distâncias (ou intervalos) entre esses oito graus de
forma idêntica à fórmula apresentada acima.

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6 – Montando escalas maiores


em diferentes tonalidades
 Vamos então, passo-a-passo, construir escalas maiores de
diferentes tonalidades. Começaremos pela escala de lá
maior (A).

Toda escala maior têm que ter todas as sete notas


musicais, isso é uma regra. Logo, o primeiro passo é
anotarmos, da nota A (que é a primeira nota da escala,
também chamada “tônica”) até a próxima nota A (ou seja,
uma oitava acima), todas as notas naturais entre elas:

A–B–C–D–E–F–G–A

Mas essa ainda não é a escala de A maior! Falta ajustarmos


as distâncias entre as notas para que cumpram a “fórmula
intervalar” de qualquer escala maior, ou seja, “Tom-Tom-
Semitom-Tom-Tom-Tom-Semitom”.

Após o ajuste das distâncias - no qual será necessário o


uso de alguns sustenidos - aí sim temos a escala final:

A – B – C# – D – E – F# – G# – A

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 Vamos agora construir a escala de Eb maior. O primeiro


passo, sempre, é começarmos pela tônica (no caso Eb) e
colocarmos todas as notas naturais até voltarmos à tônica:

Eb – F – G – A – B – C – D – Eb

 O próximo passo é analisarmos as distâncias entre as


notas (os intervalos) que temos. Observe que entre o Eb e
o F há um tom, entre o F e o G há um tom, entre o G e o A há
um tom, entre o A e o B há um tom, entre o B e o C há meio
tom, entre o C e o D há um tom, e entre o D e o Eb há meio
tom. Resumindo, temos a sequência de intervalos Tom-
Tom-Tom-Tom-Semitom-Tom-Semitom, o que não
corresponde à fórmula da escala maior.

 Sendo assim, há a necessidade de usarmos alguns


acidentes (no caso, bemóis) para ajustarmos as distâncias
de modo a corresponderem à fórmula da escala maior, ou
seja, “Tom-Tom-Semitom-Tom-Tom-Tom-Semitom”.

 O resultado final (a escala de Eb maior) fica:

Eb – F – G – Ab – Bb – C – D – Eb

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 Vamos fazer um último exemplo, a escala de F# maior.

 É sempre o mesmo caminho! Vamos começar pela tônica


(F#) e colocar todas as notas naturais até o próximo F#:

F# – G – A – B – C – D – E – F#

 Vamos agora ajustar as distâncias entre os graus, para


ficar de acordo com a fórmula da escala maior , que é:

(Tom– Tom – ½ Tom – Tom – Tom – Tom – ½ Tom)

 Para isso necessitaremos acrescentar alguns sustenidos, e


o resultado final fica:

F# – G# – A# – B – C# – D# – E# – F#

Você pode estar pensando: “mas como assim ter surgido


uma nota E# (Mi sustenido)? Isso existe? A próxima nota
depois da E não é direto a nota F”?

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 Faz todo sentido essa dúvida! Pelo que vimos até agora,
meio tom acima da nota E há imediatamente uma nota F,
não existindo uma “nota intermediária”.

 No entanto, devemos ao construir essa escala “no papel”


manter por escrito o E#, e só na hora de tocarmos essa
nota em um instrumento tocaremos a nota F.

 Por quê?

 Isso se dá pela regra de que, na teoria musical, toda escala


maior tem obrigatoriamente que ter todas as sete
notas musicais (ou, em outras palavras, ter “todas as sete
letras que representam as notas: uma letra A, uma letra B,
uma letra C, etc.)” – mesmo que, nesse caso anterior por
exemplo, a gente mantenha escrito E# e toque F na prática.

 Resumindo, E# é a mesma coisa na prática que F, assim


como, por exemplo, Fb seria a mesma coisa do que E, Cb a
mesma coisa que B e B# a mesma coisa que C. É que, para
respeitarmos a regra acima, algumas escalas vão ter as
notas escritas dessa maneira não tão convencional!

Com essas explicações você já está apto a construir escalas


maiores em diversos outros tons! Treine construí-las “no
papel” e também tocá-las em seu instrumento na prática.

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7 – As escalas maiores nas


principais tonalidades (tabela)
 Abaixo trago uma tabela bastante útil, com as escalas
maiores já montadas em todas as tonalidades musicais
mais usadas:

I II III IV V VI VII VIII


C: C D E F G A B C
C#: C# D# E# F# G# A# B# C#
D: D E F# G A B C# D
Eb: Eb F G Ab Bb C D Eb
E: E F# G# A B C# D# E
F: F G A Bb C D E F
F#: F# G# A# B C# D# E# F#
G: G A B C D E F# G
Ab: Ab Bb C Db Eb F G Ab
A: A B C# D E F# G# A
Bb: Bb C D Eb F G A Bb
B: B C# D# E F# G# A# B

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8 – Considerações finais
 Ainda há mais alguns detalhes e possibilidades, como por
exemplo a existência dos acidentes “dobrados bemois” e
“dobrados sustenidos” que surgem na formação de
algumas tonalidades maiores (como por exemplo em Db
(onde surgiriam dobrados bemois) e A# (onde surgiriam
dobrados sustenidos)).

 No entanto, por questão de simplificação e praticidade não


trouxe essa análise, levando em conta que é possível
trabalharmos em qualquer situação musical apenas com
as tonalidades da tabela da página anterior, evitando-se
assim um “complicador” a mais que são esses acidentes
“dobrados”.

 Foi um prazer te trazer esse Ebook! Espero ter contribuido


bastante para o seu conhecimento musical. Tenha um
ótimo aprendizado e não deixe de conferir em meu site
meus outros Ebooks e Cursos Online, incluindo meu
material completo de Teoria musical e Harmonia!

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