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PAMPHILIO
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO
OBRAS POSTHUMAS
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VORAGEM
PAMPHILIO
G.ÜC
BIO DE JANEIRO
SIMEAO
— Quem é Arthur?....
— O nosso objectivo.
— 0 meu objectivo: tem um bonito nome:
é nome de romance.
— E elle é mais bonito que o nome.
— Tanto melhor para mim>esta noute.
— Esta noute?
— Sim; porque elle deve vir cear comigo
aqui depois do espectaculo.
— Isso é andar muito depressa.
— Conto contigo para m'o trazeres á cea.
— E depois?
— Opportunamente me deixarás a sós com
elle, e irás cear onde te parecer.
— E' bom de se dizer!., mas com que
meios?... confesso que estou a tocar matinas.
— Essa duvida dissolve-se facilmente. Aqui
tens vinte mil réis pelo trabalho e pela tua de-
dicação.
E Voragem, abrindo a sua carteirinha,
tirou de dentro um bilhete de vinte mil réis, e
o entregou a Simeão, que o recebeu sem ve-
xame nem vergonha.
— Agora deixa-me sahir, disse-lhe Voragem.
12 VORAGEM
O THEATRO E A CEIA
O phaetonte partiu.
Voragem sentada á mão direita de Arthur
suspirou docemente, e logo depois disse:
— Á noute está fria: quer servir-se de uma
parte do meu manto, para livrar-se de algum
resfriamento.
— Não, mademoiselle, junto da senhora eu
sinto somente calor e fogo.
— Então chegue-se mais para mim; disse-,
lhe Voragem, lánçando-lhe sobre os hombros
metade do seu manto.
Arthur .não teve que dizer, e chegando-se
para Voragem uniu seu peito ao d'ella, e pal-
pitantes ambos chegaram em breve á porta da
casa desejada.
— E' aqui, onde moro, disse Voragem, sal-
tando ligeira do phaetonte, seguida/ logo por
Arthur, em parte contrariada, porque este
deixara passar o pequeno trajecto sem offen-
de-la audacioso.
— Entremos.
Entraram.
Chegados á sala que logo se illuminou, Vo-
ragem disse a Arthur.
20 VORAGEM
ARTHUR
A MAE
VÉSPERAS DO DESENGANO
O COLLAR DE PÉROLAS
AS DUAS VICTIMAS
O SEDUCTOR
— Pôde vir.
Marianno tomou entre as suas a mão deli-
cada de Etelvina e beijou-as respeitoso, e a um
signal que esta lhe fez, levantou-se, despediu-se
e sahiu.
XIII
O PRETENDENTE
A AMANTE
— Indispensável porquê?.
— Porque é preciso assentar no nosso ca-
samento.
—Temos tempo para isso.
—Eu não posso, nem devo esperar indefi-
nidamente.
— Porquê?...
— Ainda o pergunta?... não lembra-o
como estamos vivendo?...
— Eu vivo perfeitamente bem.
— O senhor eu o creio, mas eu?t..
— E que tem a senhora?... falta-lhe algu-
ma coisa?..
— Falta-me a honra, que depositei na sua
palavra, e no seu compromisso . . .
— Lembra-me tudo isso e não o esquecerei
jamais.
— No entanto é necessário tornar bem pu-
blico o nosso cazamento; porque a minha re-
putação pode padecer, e talvez já soffra; por-
que é provável que o vejam entrar aqui todas
as noites.
—E que dirão?... que eu a amo; não farão des-
coberta extraordinária, apenas dirão a verdade.
104 VORAGEM
O VELHO PERVERTIDO
A PROPHECIA DE ARTHUR
PAMPHILIO
HOSPEDES
PASSATEMPOS
O JOGO E O ESCRAVO
A MOAGEM
HENRIQUETA E FLORINDA
ÒS DOIS AMANTES
O TOURO
O DOENTE
O JANTAR
RIO DE JANEIRO
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