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“Resulta que uma compreensão, uma interpretação, sempre está orientada por um enfoque...
Isto, porém, inclui que ela nunca está isenta de premissas, mas precisamente, ela está dirigida
por uma compreensão prévia do assunto, consoante a qual ela pergunta ao texto" (O problema
da Hermenêutica, 1950, p.206).
"é uma forma crassa e infiel de abordar o texto; eisegese...” Está claro nestes casos que "o
exegeta não ouve o que o texto diz, e sim fá-lo dizer aquilo que ele, o exegeta, já sabe de
antemão.”
“Toda exegese que é dirigida por preconceitos dogmáticos não ouve o que o texto está dizendo,
mas fá-lo dizer o que ela quer ouvir”.
Para Bultmann, o fato de a exegese não ser livre de premissas não tem
caráter fundamental, uma vez que o exegeta “está determinado por sua
individualidade, isto é, por suas tendências e hábitos específicos, por seus
dons e pontos fracos”.Assim, a investigação do exegeta é ampliada ou
ínfima a partir de “seus dons” e “seus pontos fracos”. Neste sentido,
o“exegeta elimina sua individualidade para educar um ouvir de interesse
puramente objetivo.”
“a observação de que cada texto fala na linguagem de sua época e de sua esfera histórica... o
exegeta precisa conhecer o condicionamento histórico da língua daquela época da qual provém o
texto a ser explicado.”
2. Bultmann, a partir desse raciocínio, problematiza a respeito
dos idiomatismos hebraicos e sua influência sobre o grego
neotestamentário: “Onde e até que ponto o grego neotestamentário está
determinado pela linguagem semítica?” Bultmann pressupõe então, que,
o estudo das literaturas apocalípticas, rabínicas, dos textos de Qumran e da
historiologia da religião semita sãoconditio sine qua non para uma
compreensão satisfatória. Cita, de modo sintético, uma abordagem
diacrônica do termo grego pneuma.
Continua...
(Este texto foi apresentado em 30/07/98 ao Dr. Estevan F. Kirschner, no curso de Hermenêutica Avançada,
oferecido pelo CETEOL, em São Bento do Sul, Santa Catarina)