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Origens
Por Pedro Drummond janeiro 16, 2019 Não há Comentários
A disputa sobre as Ilhas Malvinas, não foi um conflito que se iniciou em 1982,
quando houve a Guerra, e muito menos em 1833, quando a Inglaterra tomou posse
definitivamente das Ilhas. O processo histórico do arquipélago no qual as Ilhas
Malvinas fazem parte teve inicio em 1502, quando as Ilhas podem ter sido
encontradas por Américo Vespúcio, que navegava pelos mares do sul a serviço do
Rei de Portugal.
Outro navegador que pode ter descoberto os arquipélagos existentes na região das
Malvinas foi Fernando Magalhães que ofereceu seus serviços a Carlos V de Castela,
que desejava aumentar seus domínios. Nos primeiros anos do século XVI,
Magalhães saiu com uma frota de cinco navios em direção ao Ocidente para
explorar os mares do sul.
Mas, até esse período, as descobertas que aconteciam, não estavam acompanhadas
pela colonização das Ilhas, com isso, esses dois séculos que passaram, foram de
chegadas de diversas nações em diferentes partes do arquipélago.
Essa característica começou a ser mudada em 1698, quando a Companhia de Pesca
do Mar do Sul, que tinha como sede Saint-Malo na França enviou em diversos
momentos embarcações. A partir deste momento, as Ilhas receberam o nome de
Malouines, nome que deu origem às Malvinas.
Na metade do século XVIII, e em pleno processo da Revolução Industrial, o
Comodoro Anson, estava a procura de bases de apoio para o expansionismo
britânico, e para isso fez uma viagem ao redor do mundo, que permitiu quando
retornou à Inglaterra, acreditar ter encontrado a posição definitiva das Ilhas.
Com esse propósito a Marinha britânica se preparou para uma exploração dos
locais. Essa expedição tinha dois fins: o descobrimento completo das Ilhas
Malvinas e a exploração do Mar do Sul, mas o Rei condenou e abandonou esse
projeto, pois receava comprometer os direitos da soberania da Espanha.
O temor britânico fez com que o governo da Grã-Bretanha instruísse o Embaixador
britânico em Madri, a submeter o projeto de Anson ao governo espanhol, antes
dele ser posto em prática. A reprovação da Espanha quanto ao projeto, fez a
Inglaterra abandonar a expedição e reconhecer o direito das terras aos espanhóis.
A Grã-Bretanha oficialmente tinha aceitado a soberania espanhola sobre a região,
porém, alguns integrantes da expedição, como o oficial Byron, mantiveram a
viagem e com o propósito de explorar as Malvinas como Anson tinha aconselhado,
Byron e seus tripulantes fizeram uma viagem como se o destino fosse as Índias
Orientais.
Byron chegou a Ilha Trinidad e tomou posse do local, o porto que ancorou chamou
de Porto Egmont, fixando logo em seguida, o pavilhão nas novas terras e instalando
uma unidade militar, passando a controlar esta ilha e as vizinhas em nome do Rei
inglês Jorge III.
Em todo o século XVIII, ingleses e franceses, chegaram e tomaram posse de
diversas partes do Arquipélago, no entanto, o governo espanhol conhecedor de
povoados de outras nações no arquipélago, reivindicou a posse das Ilhas como
uma continuação do continente americano.
Os franceses abandonaram a região mediante um pagamento de indenização pelo
estabelecimento de povoados e os gastos com ela, e devido à existência do Pacto da
Família, assinado pela Espanha e França em 1761, no qual os dois países,
governados pela Casa de Bourbon, uniam forças para se defenderem da
superioridade marítima da Inglaterra.
A saída da Inglaterra foi mais complicada, devido os britânicos acreditarem que as
ilhas pertenciam a Sua Majestade Rei da Inglaterra, Jorge III. O governador das
ilhas tomou conhecimento dos desejos britânicos e para expulsá-los, teve a ajuda
do governador de Buenos Aires que enviou três navios para a região onde estavam
localizados os britânicos.
Esta expedição tinha a incumbência de saber onde os britânicos estavam
instalados e fazer com que se retirassem, pois para os espanhóis, eles estavam em
ilhas localizadas na zona territorial das colônias espanholas demarcadas pelo
Tratado de Tordesilhas. Os britânicos deveriam se retirar, senão seriam tratados
como invasores.
A expedição espanhola encontrou três fragatas britânicas e o responsável pelos
navios espanhóis contestou a presença dos britânicos no local e obtiveram as
mesmas respostas que tinham sido dadas anteriormente.
Com ordens do governo espanhol, partiu uma esquadra de Montevidéu para fazer
com que os britânicos saíssem das Ilhas. Com a chegada da esquadra, foi enviado
um aviso para evacuarem a região ou iniciarem operações de guerra. Como os
britânicos não responderam ao aviso desembarcaram tropas e se abriu fogo contra
eles.
Os britânicos não tinham meios para enfrentar as tropas enviadas pelos espanhóis,
e por isso, se renderam, sendo que poucos dias depois, foi assinado à rendição
total. A tomada das Ilhas repercutiram em Londres, e a opinião pública e o
Parlamento não aceitavam a perda das Ilhas. A Corte de Londres exigia uma
reparação pelo que foi feito, iniciando assim, um processo de negociações, no qual,
a guerra parecia iminente.
Como a Europa não desejava mais uma Guerra e a Inglaterra que estava mais
preocupada com os acontecimentos nas Treze Colônias, no qual, após alguns anos
foi iniciado a Guerra de Independência das Treze Colônias, foi encontrada uma
solução amistosa, onde os espanhóis conseguiram o que desejavam, que era o
reconhecimento dos britânicos das Ilhas e a saída dos britânicos que viviam na
região até o ano de 1774.
O governo espanhol seguiu administrando o arquipélago até 1810 quando
começou o processo de independência da Argentina. Após a Independência da
Argentina até 1833, a administração do Arquipélago ficou sob os cuidados dos
argentinos.