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TEXTO PRINCIPAL

As manifestações de junho de 2013 ocorreram em várias capitais brasileiras e


em várias outras cidades. Os protestos ganharam força e expressaram a indignação da
aglutinação de diferentes classes e camadas sociais. A redução da tarifa dos transportes
coletivos. A partir daí, a população se uniu em função de um objetivo comum, a
mobilidade urbana. O desenvolvimento das manifestações levou ao acréscimo das
demandas com um foco central: a má qualidade dos serviços públicos, especialmente
transportes, saúde, educação e segurança pública.
Nas metrópoles brasileiras, o acréscimo da motorização individual trouxe
prejuízos às condições de acessibilidade da população, principalmente para aquelas
residentes nas periferias urbanas, as quais, além de abrigar segmentos de baixa renda,
ainda apresentam precariedades na provisão de meios de consumo coletivo, agravando a
situação de desigualdade e exclusão social.
O tecido social discutido por Norbet Elias (COSTA, 2005) concebe a sociedade
num tecido que liga os indivíduos numa teia de interdependência em permanente
mudança e movimento. Esse mesmo é formado pelo cruzamento de inúmeras relações
intersubjetivas. Nas relações de dependência, Elias percebe que é menos dependente
domina.
Sobre o mesmo aspecto, convém salientar a história luta de classes. Para Karl
Marx (COSTA, 2005) é a história humana, uma constante luta de interesses que se
opõem. As classes sociais, segundo Marx, nascem das desigualdades sociais através das
relações de produção, na qual dividem homens em proprietários e não-proprietários. Os
proletários, classe de não-proprietários, vendem sua força de trabalho em troca de
salário, enquanto os capitalistas possuindo produção através da propriedade privada
apropriam-se da força de trabalho em troca do salário.
Com isso, as manifestações públicas fazem parte de uma nova forma de
movimento social, que se caracteriza por um agregado de pessoas reunidas
deliberadamente com um objetivo, neste caso de forma isolada. Seus membros possuem
aspectos como a ausência de status, padrões de comportamento, o anonimato e a
diminuição de responsabilidade pessoal (LAKATOS; MARCONI, 1990, p. 107-108).

GOHN (2014) ressalta que “os membros da manifestação rejeitam lideranças


verticalizadas, centralizadoras, não há hegemonia de apenas uma ideologia”.
Ensinamentos da esquerda, sobre a luta contra o capital e as formas de controle, se
misturam ao anarquismo e o socialismo libertário, que renovam ensaios sobre a
solidariedade, a liberdade dos indivíduos, a autogestão, e a esquecida fraternidade, tem-
se até mesmo um novo humanismo, holístico e comunitarista, que critica a sociedade de
consumo e a violência cotidiana. Com isso conjetura-se reumanizar os indivíduos,
promover a paz, combater a violência.

Percebe-se no Brasil, um aumento expressivo na circulação de automóveis. Tal


fato pode ser explicado pela elevação do poder de compra de camadas populacionais
socialmente emergentes e pelo próprio processo de urbanização. A promoção de cidades
extensas, resulta num aumento das distâncias e consequentemente na necessidade de
formas mais eficazes de deslocamento interurbano. Com isso, torna-se evidente o papel
desempenhado pelas políticas públicas atuais, frequentemente priorizando
reestruturações urbanas direcionadas para privilegiar o transporte particular, em
detrimento do transporte coletivo (VASCONCELLOS, 2000).
Na mesma medida que fatores sociais, a solicitação de tráfego e as
características das camadas do pavimento são de grande importância estrutural. Seu
objetivo é limitar as tensões e deformações na estrutura do pavimento, por meio da
combinação de materiais e espessuras das camadas constituintes.
A pavimentação é uma estrutura de múltiplas camadas construída sobre a
terraplenagem e destinada, técnica e economicamente, a resistir aos esforços oriundos
do tráfego e a melhorar as condições de rolamento. A mesma como estrutura incluem
inúmeras variáveis como matérias, carga, fundação e clima, além da sensibilidade à
intemperização e degradação da superfície. Sua construção tem como características a
exigência de extensas áreas de terreno, baixo investimento por m² (muito alto no total) e
coeficiente de segurança, assim como baixa vida útil (10 a 20 anos). Seu estudo
geotécnico de fundações requer sondagens, pá e picareta. Possui cargas dinâmicas
variáveis e estimadas.
Há dois tipos de pavimentos mais evidente no emprego de grandes cidades: o
flexível (material asfáltico, agregados graúdos e miúdos) e o rígido (concreto-cimento e
aço). No primeiro, a carga se distribuí em parcelas proporcionais à rigidez das camadas,
todas as camadas sofrem deformações elásticas significativas, as deformações até um
limite não levam ao rompimento e a qualidade do subleito é importante pois é
submetido a altas tensões e absorve maiores deflexões. Na segunda, a placa absorve
maior parte das tensões, a distribuição das cargas faz-se sobre uma área relativamente
maior, pouco deformável e mais resistente à tração e a qualidade de subleito pouco
interfere no comportamento estrutural.
Um dos problemas encontrados no Brasil (Pesquisa CNT de Rodovias, 2014),
relacionado à estrutura dos pavimentos flexíveis, é o não atendimento às exigências
técnicas, tanto da capacidade de suporte das camadas do pavimento, como da qualidade
dos materiais empregados no revestimento. Esse tipo de atitude tomada pelos
profissionais de engenharia ferem o Código de Ética da Resolução 1.002/2002, desde os
princípios éticos até as condutas vedadas ante o ser humano e à profissão.
Aparentemente, tais engenheiros terminam por depreciar moralmente as condutas
assumidas no decorrer do sua formação acadêmica.

Diversas falhas construtivas recorrente tiveram como consequência um processo


de deformação mais acelerado, resultando em maiores custos. Sua manutenção
periódica é uma condição imprescindível para a existência de um bom pavimento. Os
cutos, vão além, desde a manutenção dos veículos, com consumo de combustível e
pneus, até a elevação dos tempos de viagem.

CONCLUSÃO
Portanto, nota-se a incitação das autoridades governamentais e o abuso do
capital privado por uma produção de uma organização do espaço viário das cidades
orientada para os automóveis. Paralelamente, isto trouxe prejuízos à circulação de
ônibus, componente decisivo do modo de transporte coletivo urbano. Com isto, o
Logo, a acessibilidade consiste na combinação da localização dos destinos a
serem alcançados e as características do sistema de transporte que interliga os locais de
origem e destino, devendo-se considerar ainda a localização e as características da
população em questão, a distribuição geográfica e a intensidade das atividades
econômicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES. Pesquisa CNT de rodovias


2014: relatório gerencial. Brasília: CNT, 2014. 388 p.

COSTA, Cristina. Sociologia - Introdução À Ciência da Sociedade. 3ª ed. São Paulo:


Moderna, 2005.

GOHN, Maria da Glória. (2014). A sociedade brasileira em movimento: vozes das


ruas e seus ecos políticos e sociais. Cad. CRH, Salvador, vol.27, nº.71, Jun/Ago 2014.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 6ª ed. São
Paulo: Atlas, 1990.

VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara. A cidade e o transporte. In: ASSOCIAÇÃO


NACIONAL DE TRANSPORTES PÚBLICOS - ANTP. Documentos Setoriais ANTP:
O Transporte Clandestino no Brasil. nº 1, São Paulo, 2000, p. 09-21.

VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara. Transporte e mobilidade urbana. Distrito


Federal: CEPAL/IPEA, 2011.

CONFRONTO DE HIPÓTESE

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