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Enquanto que as construções dos nossos antepassados eram feitas de materiais naturais,

as construções correntes podem conter numerosas combinações de químicos e metais


pesados, quer libertando para o ar interior das habitações elevadas quantidades de
produtos químicos, quer mesmo contaminando a água que bebemos. Estes compostos
podem provocar inúmeros problemas de saúde nomeadamente os seguintes:
• Irritações da pele, olhos e vias respiratórias;
• Distúrbios cardíacos, digestivos, renais ou hepáticos;
• Dores de cabeça e mal-estar generalizado;
• Distúrbios do sistema nervoso, como perturbações da memória, de atenção,
concentração e fala, stress e ansiedade;
• Perturbações do sistema hormonal (problemas fetais e de reprodução);
• Desenvolvimento de cancros das fossas nasais, dos seios frontais e pulmões.

Organoclorados: Dioxinas e furanos advém de processos industriais que envolvem o


cloro e utilizam para construção do PVC.

Ftalatos – Grupo de compostos químicos derivados do ácido ftálico, utilizado como


aditivo para reduzir a rigidez dos materiais plásticos.

Compostos orgânicos voláteis (COV´s) – Poluentes atmosféricos libertados por materiais


de construção contendo solventes orgânicos como tintas, vernizes e outros. Além disso
os COV´s contribuem para a formação de ozono troposférico, um gás que provoca efeito
de estufa. A redução da ventilação no interior das habitações (para se minimizarem gastos
energéticos) pode contribuir para aumentar o volume destes poluentes e para agravar os
seus efeitos sobre a saúde (Sterling,1985; Samfield,1992; Hansen & Burroughs,1999).

Para além dos materiais responsáveis pela produção de dioxinas, furanos, ftalatos e
COV´s, no presente capítulo são ainda abordados os materiais que libertam fumos tóxicos
em caso de incêndio, os materiais contendo substâncias radioactivas e as situações de
toxicidade relacionadas com a presença de amianto em materiais de construção e também
com o chumbo em canalizações de abastecimento de água.

Nas últimas décadas, foram realizadas inúmeras pesquisas para esclarecer o papel dos
radicais livres em processos fisiopatológicos como envelhecimento, câncer,
aterosclerose, inflamação, etc. ERMO, espécies reativas do metabolismo do oxigênio,
são encontradas em todos os sistemas biológicos. Em condições fisiológicas do
metabolismo celular aeróbio, o O2 sofre redução tetravalente, com aceitação de quatro
elétrons, resultando na formação de H2O (fig. 1). Durante esse processo são formados
intermediários reativos, como os radicais superóxido (O2-.), hidroperoxila (HO2.) e
hidroxila (OH), e o peróxido de hidrogênio (H2O2). Normalmente, a redução completa do
O2 ocorre na mitocôndria, e a reatividade das ERMO é neutralizada com a entrada dos
quatro elétrons3.
Para finalizar, devemos salientar que as ERMO podem ser causa ou consequência de
doenças humanas associadas ao estresse oxidativo.

FERREIRA, A.L.A.; MATSUBARA, L.S.. Radicais livres: conceitos, doenças


relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo
, v. 43, n. 1, Mar. 1997 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
42301997000100014&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 22 Out. 2014.

TORGAL, F. P.; JALALI, S. A Sustentabilidade dos materiais de construção. 2. ed.


Portugal: Universidade do Minho, 2010. 460 p.

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