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Literatura

Homero G. de Farias Jr.


Livro do Professor

Volume 1
Livro de
atividades
©Shutterstock/Ollyy

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)


(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

F224 Farias Jr., Homero G. de.


Literatura : livro de atividades : livro do professor / Homero G.
de Farias Jr. – Curitiba : Positivo, 2017.
v. 1 : il.
ISBN 978-85-467-1496-4
1. Ensino médio. 2. Literatura – Estudo e ensino. I. Título.

CDD 373.33
©Editora Positivo Ltda., 2017
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.
Introdu çã o ao es tudo 01
da literatura
Conceito de literatura e texto literário

O TEXTO LITERÁRIO
dialoga linguagem
com realidade É o trabalho com a linguagem para que esta dialogue
esteticamente com a realidade.
apresenta
expressividade, Modo de expressão por meio do qual se pode despertar reflexão.
promove a reflexão
complexidade e Possibilita novas visões sobre os mundos social, físico e
densidade psicológico.
Sempre se pode extrair um sentido, mesmo sendo ele
culturalmente ou historicamente distante do leitor.
literatura
Utiliza a língua corrente, que é retrabalhada de modo que forme
é uma forma de
apresenta uma realidade paralela.
novas visões
conhecimento
sobre o mundo
É uma forma de conhecer o mundo, pois, primeiro, registra
situações próximas àquelas em que os leitores estão situados,
depois as transmite.
Os textos literários se diferenciam dos demais produzidos na
sociedade por várias razões, entre elas sua expressividade e
retrabalha sempre se extrai densidade.
a língua corrente um sentido dela

Linguagem literária
Literariedade e plurissignificação
Na literatura, as palavras significam mais do que o sentido literal, pois têm caráter múltiplo, pelo fato de ser recorrente a linguagem metafórica,
figurada. Diferentemente dos textos jornalísticos ou científicos, que são bem mais objetivos, os literários carregam alta carga semântica. O que
caracteriza um texto literário, portanto, é o trabalho com a linguagem, de maneira que esta conte com uma expressividade específica, denomi-
nada literariedade.

Origem da literatura
Inicialmente, a literatura existiu na modalidade oral e passou a ser registrada muito tempo depois, com a invenção da escrita.

Funções da literatura
Dar acesso a conhecimento, ser fonte de divertimento, fazer pensar.

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Atividades
1. Como observou Erico Verissimo, os escritores, por meio de palavras, acendem lâmpadas para “fazer luz sobre a rea-
lidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão”. Essa frase foi retirada do texto a seguir. Leia-o.

Solo de clarineta
Às vezes, tarde da noite, homens batiam à porta da farmácia ou da nossa residência, trazendo nos braços,
ferida e sangrando, alguma vítima das brutalidades dos capangas do chefe político local ou alguém que
fora “lastimado” numa briga Capoeira ou no Barro Preto. Lembro-me de que certa noite – eu teria uns
catorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de
operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia
Municipal haviam “carneado”. Eu terminara de jantar e o que vi de relance inicial me deixou de estômago
embrulhado. A primeira coisa que me chamou a atenção foi um polegar decepado, que se mantinha pen-
durado à mão esquerda da vítima apenas por um tendão. O ferimento mais horrível de todos era o talho,
provavelmente de navalha, que rasgara uma das faces do caboclo duma comissura dos lábios até à orelha.
Tinha-se a impressão de que o homem estava sorrindo de tudo aquilo. Seus olhos conservaram-se abertos
e de sua boca não saía o menor gemido. Um golpe, provavelmente de adaga, lhe havia descolado parte
do couro cabeludo. Pelo talho do ventre escapava-se a madrepérola dos intestinos. Foi a primeira vez na
vida que senti de perto o cheiro de sangue e de carne humana dilacerada. Apesar do horror e da náusea,
continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer,
por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar
essa vida? Por incrível que pareça, o homem sobreviveu.
Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que
o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada,
fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos
assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma
lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente,
como um sinal de que não desertamos de nosso posto.
VERISSIMO, Erico. Solo de clarineta: memórias. 20. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 64-65. v. 1.

a) No trecho, as ideias de luz e de escuridão são empregadas de forma metafórica. Que relações podem ser estabe-
lecidas entre essas duas metáforas?
No texto, a luz, demonstrada na ação de segurar a lâmpada, simboliza a lucidez diante da realidade; a escuridão seria

ignorância dos fatos. Iluminar, portanto, seria um ato de civilidade, ao denunciar a realidade, ou, ao menos, dá-la a conhecer.

b) Quando o autor afirma que o escritor faz luz sobre a realidade, que sentido atribui à escrita literária? Qual é a função
da literatura para Erico Verissimo?
Fazer luz sobre a realidade é denunciá-la, revelá-la, ou seja, ao escritor cabe denunciar aquilo que lhe parecer em desacordo com

as condições de dignidade do ser humano.

lastimado: que é objeto de lástima, sofrimento, pena. madrepérola: parte interna, brilhante e colorida, das conchas.
caboclo: mestiço de branco com índio; pessoa do campo, de modos simples. atrocidades: crueldades.
comissura: união, encontro de duas partes. desertamos: abandonamos alguma obrigação.

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Quando um texto apresenta características literárias, diferencia-se de outros produzidos na sociedade, embora possa
tratar dos mesmos temas. Para observar essa característica, leia os textos a seguir e responda às questões de 2 a 5.

O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.


BANDEIRA, Manuel. O bicho. In: ______. Meus poemas
preferidos. 10. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. p. 90.
(Prestígio).

Duas crianças morrem após comer comida de lixão em Pernambuco


Duas crianças morreram e outras cinco pessoas passaram mal depois de ingerirem comida estragada
em um lixão na zona rural do município de Catende, na zona da mata pernambucana, neste sábado, 26.
[...] as duas crianças, Raiana Maria da Silva, de 1 ano e 6 meses, e Letícia Maria da Silva, de 7 anos, mor-
reram logo após consumirem alimentos retirados do lixão da cidade – leite em pó, macarrão instantâneo e
pão. As outras cinco pessoas – três crianças de 3, 10, 13 anos e dois jovens de 17 e 22 anos – foram enca-
minhadas ao Hospital Regional de Palmares, na região. Todos já receberam alta médica, após a realização
de lavagem estomacal. Eles passam bem e não apresentaram sintomas de intoxicação. [...]
A dona de casa Rosineide da Silva, mãe de uma das vítimas, disse ao delegado que queria fazer um lan-
che para todos, mas não tinha nada em casa. Viu, então, os alimentos do lixão que tinham sido deixados
em cima do muro e os preparou. [...]
LACERDA, Angela. Duas crianças morrem após comer comida de lixão em Pernambuco. O Estado de São Paulo, 28 jul. 2014. Disponível em:
<http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,duas-criancas-morrem-apos-comer-comida-de-lixao-em-pernambuco,1535226>. Acesso em: 6
ago. 2015.

2. Sobre o que tratam os dois textos? Selecione a alternativa que informa o tema adequadamente.
a) Alimentação saudável
X b) Catadores de lixo
c) Espécies animais
d) Reciclagem
3. Cada texto tem um objetivo. Preencha as lacunas abaixo, no comentário sobre a função desempenhada por cada um
dos textos.
O texto de Manuel Bandeira tem como uma de suas principais funções promover a reflexão do leitor :
inicialmente, não informa a respeito de quem revira o lixo,
depois, surpreende o leitor ao informar que se trata de um homem . No texto de Angela Lacerda, a prin-
cipal função é informar sobre um acontecimento localizado numa cidade do estado de Pernambuco,
onde crianças morreram em razão da ingestão de alimento retirado de um lixão .

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4. Aponte, a seguir, as diferenças de composição entre os textos, relacionando as colunas.
a) Manuel Bandeira ( a ) Escrito em verso.
b) Angela Lacerda ( b ) Inicia-se com um lide, que resume as informações.
( b ) Escrito em prosa.
( a ) Apresenta ritmo.
( a ) Retrabalha a linguagem corrente.
( a ) Não apresenta caráter informativo.
( b ) Texto claro e objetivo.
5. Qual dos textos apresenta literariedade? Justifique.
O texto de Manuel Bandeira apresenta literariedade, pois mostra uma nova visão sobre um problema do mundo de modo expressivo:

embora não contenha rima nem forma fixa, tem ritmo e musicalidade.

(ENEM) O poema a seguir, de Manoel de Barros, é base para as questões 6 e 7. Leia-o atentamente.

O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
Eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In: PINTO,
Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia brasileira do século 21.
São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.

Literatura 5
6. É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres e coisas considerados, em geral, de menor importância no
mundo moderno. No poema de Manoel de Barros, essa valorização é expressa por meio da linguagem
a) denotativa, para evidenciar a oposição entre elementos da natureza e da modernidade.
b) rebuscada, com neologismos que depreciam elementos próprios do mundo moderno.
c) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insignificantes.
X d) simples, porém expressiva no uso de metáforas para definir o fazer poético do eu lírico.
e) referencial, para criticar o instrumentalismo técnico e o pragmatismo da era da informação digital.
7. Considerando o papel da arte poética e a leitura do poema de Manoel de Barros, afirma-se que
a) informática e invencionática são ações que, para o poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo valor na sua poesia.
X b) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às diversas maneiras que o homem encontra para dar sentido à própria vida.
c) a capacidade do ser humano de criar está condicionada aos processos de modernização tecnológicos.
d) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício, precisou se render às inovações da informática.
e) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por isso à poesia resta o silêncio da não comunicabilidade.
(IBMEC) Utilize o texto a seguir para responder às questões de 8 a 11.

Dinossauros em tempos difíceis


A sobrevivência da espécie (dos escritores) e da cultura é uma boa causa
Minha vocação nasceu com a ideia de que o trabalho literário é uma responsabilidade que não se limita
ao lado artístico: ela está ligada à preocupação moral e à ação cívica. Até o presente, esses fatores animaram
tudo o que escrevi e, por isso, vão fazendo de mim, nesta época da realidade virtual, um dinossauro que
usa calças e gravata, rodeado de computadores. [...]
Em nossa época se escrevem e publicam muitos livros, mas ninguém à minha volta – ou quase ninguém,
para não discriminar os pobres dinossauros – acredita mais que a literatura sirva de grande coisa, a não ser
para evitar que as pessoas se aborreçam muito no ônibus ou no metrô, e para que, adaptada para o cinema
e a televisão, a ficção literária – se for sobre marcianos, horror, vampirismo ou crimes sadomasoquistas,
melhor – se torne televisiva ou cinematográfica.
Para sobreviver a literatura tornou-se light – é erro traduzir essa noção por “leve”, porque, na verdade,
ela significa “irresponsável” e, muitas vezes, idiota. [...]
Se o objetivo é apenas o de entreter e fazer com que os seres humanos passem momentos agradáveis,
perdidos na irrealidade, emancipados da sordidez cotidiana, do inferno doméstico ou da angústia econô-
mica, em descontraída indolência intelectual, as ficções da literatura não podem competir com as ofere-
cidas pelas telas, seja de cinema ou de TV. As ilusões forjadas com a palavra exigem a participação ativa
do leitor, um esforço de imaginação, e, às vezes – quando se trata de literatura moderna –, complicadas
operações de memória, associação e criação, algo de que as imagens do cinema e da televisão dispensam
os espectadores. E, por isso, os espectadores se tornam cada vez mais preguiçosos, mais alérgicos a um
entretenimento que requeira esforço intelectual. Digo isso sem a menor intenção beligerante contra os
meios audiovisuais, e a partir de minha condição confessa de apreciador de cinema – vejo dois ou três
filmes por semana – que também desfruta com prazer um bom programa de TV (essa raridade). Mas,
justamente por isso, com o conhecimento de causa necessário para afirmar que nenhum dos filmes que vi,
e me divertiram tanto, me ajudou a compreender o labirinto da psicologia humana como os romances de
Dostoievski – ou os mecanismos da vida social como os livros de Tolstoi e de Balzac, ou os abismos e os
pontos altos que podem coexistir no ser humano, como me ensinaram as sagas literárias de um Thomas
Mann, um Faulkner, um Kafka, um Joyce ou um Proust.
As ficções apresentadas nas telas são intensas por seu imediatismo e efêmeras por seus resultados. Pren-
dem-nos e nos desencarceram quase de imediato – das ficções literárias nos tornamos prisioneiros pela

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vida toda. Dizer que os livros daqueles escritores entretêm seria injuriá-los, porque, embora seja impossí-
vel não ler tais livros em estado de transe, o importante de sua boa literatura é sempre posterior à leitura
– um efeito deflagrado na memória e no tempo. Ao menos é o que acontece comigo, porque, sem elas,
para o bem ou para o mal, eu não seria como sou, não acreditaria no que acredito nem teria as dúvidas e
as certezas que me fazem viver.
(Mario Vargas Llosa, in: O Estado de S. Paulo, 1996)

8. Dos fragmentos seguintes, aponte aqueles que também atribuem à literatura uma função cívica e transformadora.
I. As palavras escritas frequentemente escoiceiam as verdades oficiais, como cavalos alados. Mordem os
torturadores, atacam os corruptos e os burocratas, conduzidas pela ética de quem as organiza. Além
disso, elas nos fazem sonhar; abrem portas, janelas, cofres, alçapões e caixas de Pandora; permitem
que as flores nasçam em pleno asfalto; transformam o naufrágio da velhice num tempo de ventura,
quando restam apenas o homem e a alma.
(Rodolfo Konder in O Estado de S. Paulo, 8/3/1999)

II. Pertenço àqueles que ainda acreditam que livros impressos têm um futuro e que todos os receios ‘a
propos’ de seu desaparecimento são apenas o exemplo derradeiro de outros medos ou de terrores
milenaristas em torno do fim de alguma coisa, inclusive do mundo.
(Umberto Eco in Folha de S. Paulo, 14/12/2003).

III. Heráclito disse – e já repeti isso em demasia – que ninguém desce duas vezes o mesmo rio. Ninguém
desce duas vezes o mesmo rio, porque suas águas mudam. Mas o mais terrível é que nós não somos
menos fluidos do que o rio. Cada vez que lemos um livro, o livro mudou, a conotação das palavras é
outra. Ademais, os livros estão impregnados do passado.
(Jorge Luis Borges. Cinco Visões Pessoais. p. 20. Editora UNB)

IV. Oh! Bendito o que semeia


Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar.
(Castro Alves. Obra Completa. Ed. Nova Aguilar.)

X a) I e IV
b) II e III
d) II e IV
e) III e IV
c) I e III
9. Assinale a alternativa que melhor corresponde à ideia central do texto de Mario Vargas Llosa.
a) Os meios audiovisuais diminuíram o poder da palavra escrita.
b) O papel cívico da literatura está na complexidade do conteúdo da obra e dispensa o leitor.
c) O avanço da tecnologia audiovisual contribuiu para a morte da literatura.
X d) A literatura que não mobiliza o leitor torna-se estéril.
e) A literatura light possibilita a fuga da realidade objetiva.

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10. “[...] os mecanismos da vida social como os livros de Tolstoi e de Balzac, ou os abismos e os pontos altos que podem
coexistir no ser humano, como ensinaram as sagas literárias de um Thomas Mann [...].”
Segundo o fragmento, a natureza humana é
a) insegura e instável.
b) introspectiva e desequilibrada.
c) solitária e imprevisível.
d) efêmera e contrastante.
X e) complexa e ambígua.
11. A metáfora que dá título ao texto refere-se
a) ao papel secundário dos livros na sociedade imagética.
b) ao anacronismo dos escritores clássicos.
X c) aos escritores que negam a literatura de entretenimento, de caráter efêmero.
d) ao desprestígio dos autores consagrados.
e) aos escritores que tentam emocionar seus leitores.
12. (ENEM) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos.

Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a vida seca,
áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e
na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria
no Nordeste.

Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,


X a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores.
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido.
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores.
e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.
13. (UFU – MG) Assinale a alternativa INCORRETA.
a) Enquanto a linguagem do historiador, do cientista se define como denotativa, a linguagem do autor literário se
define como conotativa.
b) A literatura não existe fora de um contexto social, já que cada autor tem uma vivência social.
X c) A obra literária não permite aos leitores gerar várias ideias e interpretações, pois trabalha a linguagem de forma
exclusivamente objetiva.
d) A linguagem poética é constituída por uma estrutura complexa, pois acrescenta ao discurso linguístico um signifi-
cado novo, surpreendente.
e) Para o entendimento de um texto literário, é necessário o conhecimento do código linguístico e uma pluralidade de
códigos: retóricos, míticos, culturais, que se encontram na base da estrutura artístico-ideológica do texto.

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