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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO

CAMPUS BELO HORIZONTE

CURSO DE DIREITO

Ester Lima - 600728111


Felipe Batista Lopes – 600749087
Gabriel Alves Penas - 300015235
Larissa Rodrigues Gontijo - 600614221
Leonardo Assis Faria Gonçalves – 600724242
Ranisdeiber Martins Ferreira - 600626098

A Proteção da Integridade Física e os Transexuais

Belo Horizonte, 6 de Novembro de 2017


Ester Lima - 600728111
Felipe Batista Lopes – 600749087
Gabriel Alves Penas - 300015235
Larissa Rodrigues Gontijo - 600614221
Leonardo Assis Faria Gonçalves – 600724242
Ranisdeiber Martins Ferreira - 600626098

A Proteção da Integridade Física e os Transexuais

Trabalho apresentado a disciplina de Direito


Civil I da Universidade Salgado de Oliveira –
UNIVERSO no Curso de Direito.

Orientadora: Prof.ª Msc. Andressa Rios

Belo Horizonte, 6 de Novembro de 2017


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2 DESENVOLVIMENTO........................................................................................................2
2.1 A transexualidade..................................................................................................................2
2.2 No âmbito do Direito Civil e Penal.......................................................................................2
3 CONCLUSÃO........................................................................................................................4
REFERÊNCIAS........................................................................................................................5
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1 INTRODUÇÃO

Os primeiros relatos sobre a teoria personalidade deu início aproximadamente no


meio do século XIX. A proteção à personalidade partiu desde as antigas civilizações, tal
proteção considera-se uma derivação do próprio direito natural por tratar-se de um direito
inerente a pessoa humana, seja pelo direito a individualidade como pelo direito como pelo
relacionamento em sociedade.
Neste ínterim, a questão principal deste trabalho trata-se desta comparação do
direito da personalidade e a transexualidade, na qual este representará o exercício do direito
ao próprio corpo e à sua intimidade. Geralmente, os transexuais deparam-se com conflitos de
identidade desde criança, pois, sua mente difere da anatomia do seu corpo. Alguns afirmam
que nascem com corpo de um gênero, mas a mentalidade é do gênero oposto. Devido a isso,
muitos se deparam com a necessidade de fazer a mudança de sexo que é uma situação
necessita da intervenção cirúrgica.
Ao abordar este assunto o presente trabalho apresentará doutrinas e
esclarecimentos, tendo como base o ordenamento jurídico que abrange o tema. E conclui que
o direito a personalidade, intimidade e dignidade humana devem prevalecer no sentido de
garantir ao transexual o bem-estar e identificação perante a sociedade.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A transexualidade

O Transexual é um indivíduo que se sente psicologicamente e socialmente como o


sexo oposto. Ele nasceu e foi registrado em determinado gênero ou sexo, mas se identifica
como se pertencesse ao sexo oposto. “O transexual é portador de desvio psicológico
permanente de identidade sexual, com rejeição do fenótipo e tendência a automutilação ou
autoextermínio.” (DINIZ, 2006)
Portanto, para que o indivíduo que tenha esse desvio psicológico possa executar a
cirurgia, que é conhecida como cirurgia de redesignação do sexo ou de adequação do sexo
anatômico ao sexo psicológico, é preciso que passe por vários exames criteriosos que vão ser
analizados por uma equipe que envolve psiquiatras, psicólogos, endocrinologistas,
ginecologistas e cirurgiões.
De acordo com a Resolução CFM nº 1.652/02, que dispõe sobre a cirurgia de
transgenitalismo, pede-se um tempo de pelo menos dois anos como um período para teste e
durante esse período, o indivíduo se submeterá a tratamentos hormonais e será orientado a
viver como se fosse do sexo oposto. Somente após esses procedimentos que será permitida a
realização dos trâmites cirúrgicos.

2.2 No âmbito do Direito Civil e Penal

De acordo com o a lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código


Civil, em seu artigo 13 encontra-se que “Salvo por exigência médica, é defeso o ato de
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física,
ou contrariar os bons costumes.” (BRASIL, 2002).
Porém conforme citado anteriormente as questões envolvendo a transexualidade e
a cirurgia de redesignação já possuem um estudo criterioso e aceitado pelos órgãos
competentes. Além disso não há de se falar em violação da integridade física ou contrariação
dos bons costumes pois o que está em jogo nesse caso é o direito a individualidade e o
princípio da dignidade humana.
Este conflito entre proteção da integridade física do transexual e os princípios
constitucionais é apaziguado pelo entendimento do doutrinador Luiz Alberto David Araújo ao
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dizer que: “A anomalia sexual que existe no autor, não pode ser motivo para discriminá-lo ou
fazê-lo infeliz, pois isto atentaria frontalmente contra o artigo 3º, inciso IV, da Constituição
Federal.” (ARAÚJO, 2000)
Quanto ao âmbito penal, alguns doutrinadores contrários a transgenitalização
tentaram confrontar a cirurgia de redesignação de sexo com o artigo 129 do Código Penal,
decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o qual tipificaria a lesão corporal do médico
que fizesse a cirurgia. Entretanto tal cirurgia apresenta intuito terapêutico, embasada nos
direitos e princípios já citados, inerentes a pessoa humana. Tal garantia é corroborado por
Elimar Szaniawski, ao dizer que:

A atividade médica tem sempre por escopo a conservação da vida e da saúde do


indivíduo mediante a cura das moléstias. Por isso, nas atividades médicas curativas,
está ausente o dolo na prática de lesões corporais. Outrossim, a terapia cirúrgica, que
visa à cura do doente, mesmo que ocorram mutilações, não se enquadra no tipo lesão
corporal, descrito nos Códigos Penais. (SZANIAWSKI, 1998)

3 CONCLUSÃO
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Diante de tais levantamentos e abordagens realizadas percebeu-se que a questão


da transexualidade envolvem tanto as áreas da medicina como o âmbito do direito. Porém
verificou-se também que devido à inexistência de lei que regula as questões envolvendo os
transexuais geram-se inúmeros embates entre juristas e doutrinadores.
Entretanto, por se tratar a transexualidade de uma questão psicológica inerente a
pessoa humana que se encontra nesta situação, cabe então a sociedade que sempre manteve-se
em movimento adaptar-se a essa nova problemática.
Dizer que o transexual deverá ser privado da intervenção cirúrgica para garantir
sua integridade física não condiz com os direitos e garantias previstas na Constituição da
República Federativa do Brasil, pois para estabelecer que a proteção física deve ser protegida
necessita-se comparar se não há um maior bem jurídico em análise e nesse caso mostrou ser a
dignidade humana do transexual.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional do transexual. São Paulo:


Saraiva, 2000.
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BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acessado em: 20 out. 2017

DINIZ, Maria Helena. O estado atual do biodireito. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 966 p.

SZANIAWSKI, Elimar. Limites e possibilidades do direito de redesignação do estado


sexual – estudo sobre o transexualismo – aspectos médicos e jurídicos. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1998, 276 p.

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