Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Welber Barral
Secretário de Comércio Exterior
Maruska F. Aguiar
Coordenadora-Geral de Regimes de Origem
Autor
Revisão
Maruska F. Aguiar
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO................................................................................................................. 1
2. INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 1
3. IMPORTAÇÕES NORTE-AMERICANAS NO ÂMBITO DO SGP ................................... 1
4. LIMITES DE COMPETITIVIDADE E WAIVERS ............................................................... 4
5. ALCANCE ECONÔMICO DO SGP NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL EM 2008
.................................................................................................................................................... 6
5.1. Análise por número de códigos tarifários (8 dígitos HTSUS) ......................................... 7
5.2. Análise dos valores importados pelos Estados Unidos do Brasil .................................... 8
5.3. Graus de Participação e Utilização do SGP Norte-Americano ...................................... 11
5.4. Produtos que não receberam o tratamento preferencial ................................................. 13
5.5. Nível de proteção tarifária norte-americana aos produtos elegíveis ao SGP ................. 15
5.6. Produtos brasileiros que podem sofrer maior impacto, caso o SGP não seja renovado
após 2009 .............................................................................................................................. 17
5.7. Avaliação da redução das importações norte-americanas no âmbito do SGP entre os
anos de 2007 e de 2008 ......................................................................................................... 19
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 21
6.1. Questões internas e políticas nos Estados Unidos.......................................................... 21
6.2. Questões comerciais para o Brasil e para os Estados Unidos ........................................ 22
6.3. Redução das importações norte-americanas no âmbito do SGP entre os anos de 2007 23
6.4. Consideração sobre a metodologia utilizada.................................................................. 23
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
1. APRESENTAÇÃO
Com estes dados, novas perspectivas podem ser abertas, tanto para análises da composição da
exportação brasileira como para estudos de mercado futuro, onde é fundamental o vínculo
com as estatísticas.
Diante do exposto, a presente Nota tem por objetivo avaliar o alcance econômico do SGP
norte-americano para o Brasil, por meio do cálculo dos índices denominados Grau de
Participação e Grau de Utilização desse sistema no ano de 2008, em continuidade à análise
realizada por este Departamento em relação aos anos de 2004 a 2007 1 .
2. INTRODUÇÃO
Por meio do SGP, os Estados Unidos outorgam tratamento tarifário preferencial com tarifa
zero para mais de 4.929 produtos (linhas tarifárias) de 143 países e territórios denominados
beneficiários 2 .
Esse programa foi instituído nos Estados Unidos em 01/01/1976, e autorizado no âmbito do
Trade Act of 1974 por um período de 10 anos. Essa autorização vem sendo renovada
periodicamente desde então, sendo a mais recente datada de 2008, quando a Casa de
Representantes dos Estados Unidos aprovou projeto de lei que, entre outras iniciativas,
estendeu a vigência do programa ate 31/12/2009 3 .
1
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Tabela 1
Importações norte-americanas em 2008
10 principais países beneficiários do SGP
(1) SGP (2) IMPORT. TOTAIS (1)/(2)
País US$ % US$ % %
Angola 7.528.947.672 23,78% 18.763.433.798 2,68% 40,13%
Índia 3.965.423.815 12,52% 25.865.693.201 3,70% 15,33%
Tailândia 3.533.069.112 11,16% 23.487.724.361 3,36% 15,04%
Guiné Equatorial 2.805.026.330 8,86% 3.442.852.220 0,49% 81,47%
Brasil 2.753.752.311 8,70% 30.060.662.408 4,30% 9,16%
Indonésia 2.160.550.434 6,82% 15.659.583.315 2,24% 13,80%
África do Sul 1.456.822.276 4,60% 9.958.669.885 1,42% 14,63%
Argentina 1.399.990.337 4,42% 5.680.348.225 0,81% 24,65%
Turquia 916.731.956 2,90% 4.641.129.556 0,66% 19,75%
Filipinas 913.344.221 2,88% 8.700.312.047 1,24% 10,50%
Subtotal 27.433.658.464 86,64% 146.260.409.016 20,91% 18,76%
Outros 4.229.095.301 13,36% 553.285.547.163 79,09% 0,76%
TOTAL 31.662.753.765 100,00% 699.545.956.179 100,00% 4,53%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Gráfico 1
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
2
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Gráfico 2
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Dessa forma, verifica-se que a taxa de crescimento anual média das importações norte-
americanas do Brasil no âmbito do SGP ficaram abaixo da taxa das importações totais do
Brasil no mesmo período, conforme pode ser observado no Gráfico 3, o qual apresenta os
percentuais das importações norte-americanas no âmbito do SGP procedentes do Brasil em
relação ao total importado pelos Estados Unidos do Brasil entre 1989 a 2008.
3
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Gráfico 3
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Vale destacar que os dados do Aliceweb 4 referente às exportações brasileiras destinadas aos
Estados Unidos, em 2008, apontaram um crescimento de 9,41% (de US$ 25,06 bilhões para
US$ 27,42 bilhões) em relação a 2007.
4
Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet, da SECEX/MDIC, o qual tem por base
os dados obtidos a partir do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).
5
A legislação que autorizou a continuidade do SGP em 1996 determinou um limite de US$ 75 milhões para
1996, com aumento anual de US$ 5 milhões nos anos subseqüentes. Assim, o limite para o ano de 2008 é de
US$ 135 milhões.
4
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Por outro lado, é possível obter no âmbito das Revisões Anuais 6 uma remissão, os chamados
waivers, mediante a qual o beneficio é mantido.
Uma vez concedido, o waiver de CNL permanece válido até que o presidente norte-americano
determine seu fim, o que ocorre quando:
a) há uma mudança de circunstâncias que descaracterize o motivo da concessão
desse waiver, ou
b) o waiver estiver vigente há 5 anos ou mais e o valor importado do produto
do país beneficiário a que se refere ultrapassar 150% do CNL aplicado no
ano de referência ou 75% das importações procedentes de todos os países.
6
O SGP dos EUA passa por revisões anuais, por meio dos quais podem ser:
Incluídos ou excluídos benefícios para determinados produtos;
Excluídos benefícios para produtos de determinados países, que tenham atingido, individualmente, os
limites de competitividade estabelecidos pelo governo norte-americano para tal;
Revogados os waivers em vigor durante pelo menos cinco anos, caso o produto atingir ou ultrapassar
um dos seguintes valores: (i) 150 % do CNL em valor, isto é US$ 195 milhões estipulado para a
Revisão Anual 2007, ou (ii) 75 % de toda importação norte-americana deste produto; e
Reincluídos benefícios para produtos de certos países, relativamente aos quais o benefício tenha sido
retirado em revisões anteriores (redesignation).
7
Em 1996, o limite foi estabelecido em US$ 13 milhões, com incremento anual de US$ 500 mil dólares. Assim
sendo, no âmbito da Revisão Anual 2009, o valor é de US$ 19 milhões.
5
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
O waiver por inexistência de produção nos Estados Unidos (ou “504(d)” waiver) - é
concedido mediante solicitação da parte interessada para o produto que tenha atingido o
CNL percentual, mas que em 1º de janeiro de 1995 não era produzida nos Estados Unidos
(a lista com os códigos tarifários dessas mercadorias consta na HTSUS 8 e foi elaborada
pela USITC).
Tabela 2
Códigos da HTSUS com tarifas alfandegárias zero, dos Capítulos 98 e 99, e os demais, e
respectivas importações norte-americanas procedentes do Brasil em 2008
Nº de Códigos US$
Descrição Total % Total %
Códigos dos Cap. 01 a 97 com tarifa zero 3.738 27,44% 14.149.689.304 47,07%
Códigos dos Cap. 98 e 99 (todos) 3.174 23,30% 113.164.205 0,38%
Subtotal 6.912 50,74% 14.262.853.509 47,45%
Demais (Universo de Análise) 6.711 49,26% 15.797.808.899 52,55%
TOTAL 13.623 100,00% 30.060.662.408 100,00%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Gráfico 4
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
8
Harmonized Tariff Schedule of the United States.
6
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Gráfico 5
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Vale destacar que 47,07% das importações norte-americanas em valor procedentes do Brasil
são referentes aos códigos tarifários para os quais já é aplicada tarifa NMF igual a zero, que
correspondem a 27,44% dos códigos tarifários da HTSUS.
Tabela 3
Importações totais norte-americanas do Brasil (Códigos)
Importações 2008
Descrição Códigos %
No âmbito do SGP 1.325 33,26%
Sem programa de importação e outros programas, exceto SGP 2.659 66,74%
TOTAL 3.984 100,00%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
7
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Tabela 4
Importações norte-americanas do Brasil de produtos elegíveis (Códigos)
Importações 2008
Descrição Tarifa Códigos %
Que utilizaram o SGP "Not Free" 1.325 65,59%
Que não utilizaram o SGP "Not Free" 695 34,41%
TOTAL 2.020 100,00%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Podemos observar que os Estados Unidos importaram do Brasil, em 2008, 3.984 itens
tarifários, com e sem a utilização do SGP (Tabela 3).
Verificamos também que foram importados 2.020 itens referentes a produtos elegíveis ao
programa. Contudo, com o tratamento preferencial, foram importados 1.325 códigos. Isso
significa que, em relação a 695 produtos, toda a importação ocorreu sem o benefício do SGP,
apesar de serem elegíveis ao tratamento preferencial.
Dessa forma, constatamos que não houve importações norte-americanas procedentes do Brasil
de produtos classificados em 2.083 códigos tarifários (3.408 códigos elegíveis - 1.325 códigos
elegíveis e importados) dentre os elegíveis ao tratamento preferencial do SGP norte-
americano.
Tabela 5
Importações totais norte-americanas do Brasil (Valores)
Importações 2008
Descrição US$ %
No âmbito do SGP 2.753.752.311 9,16%
Sem programa de importação e outros programas, exceto SGP 27.306.910.097 90,84%
TOTAL 30.060.662.408 100,00%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
8
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Tabela 6
Importações norte-americanas do Brasil de produtos elegíveis (Valores)
Importações 2008
Descrição Tarifa US$ %
Que utilizaram o SGP "Not Free" 2.753.752.311 84,20%
Que não utilizaram o SGP "Not Free" 516.830.240 15,80%
TOTAL 3.270.582.551 100,00%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Em relação à natureza dos produtos importados pelos Estados Unidos do Brasil no âmbito do
SGP em 2008, apenas 8,18% eram produtos agrícolas (classificados nos Capítulos 01 a 24 do
SH), e 91,82% eram produtos industriais (Capítulos 25 a 97 do SH), conforme demonstram os
dados da Tabela 7, a seguir.
Tabela 7
Importações norte-americanas procedentes do Brasil no âmbito do SGP em 2008
Produto Valor Códigos
Descrição US$ % Quantidade %
Produtos agrícolas (Cap. 01 a 24 do SH) 225.304.699 8,18% 137 10,34%
Produtos industriais (Cap. 25 a 97 do SH) 2.528.447.612 91,82% 1.188 89,66%
TOTAL 2.753.752.311 100,00% 1.325 100,00%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
9
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Tabela 8
Importações norte-americanas procedentes do Brasil no âmbito do SGP
20 principais Capítulos do SH em 2008
SH Importação
Capítulo US$ % Acumulado Quant. % Acumulado
85 403.209.757 14,64% 14,64% 134 10,11% 10,11%
84 330.610.806 12,01% 26,65% 141 10,64% 20,75%
87 215.750.084 7,83% 34,48% 29 2,19% 22,94%
39 185.839.819 6,75% 41,23% 117 8,83% 31,77%
44 170.793.919 6,20% 47,43% 25 1,89% 33,66%
72 134.887.085 4,90% 52,33% 5 0,38% 34,04%
29 132.346.463 4,81% 57,14% 79 5,96% 40,00%
73 110.381.524 4,01% 61,15% 34 2,57% 42,57%
68 100.311.211 3,64% 64,79% 21 1,58% 44,15%
76 96.543.232 3,51% 68,29% 33 2,49% 46,64%
86 81.404.228 2,96% 71,25% 8 0,60% 47,25%
41 73.028.293 2,65% 73,90% 45 3,40% 50,64%
28 56.652.773 2,06% 75,96% 29 2,19% 52,83%
40 53.553.493 1,94% 77,91% 37 2,79% 55,62%
71 48.487.938 1,76% 79,67% 33 2,49% 58,11%
20 42.666.631 1,55% 81,22% 29 2,19% 60,30%
82 41.954.151 1,52% 82,74% 45 3,40% 63,70%
17 40.372.582 1,47% 84,20% 6 0,45% 64,15%
21 36.250.664 1,32% 85,52% 12 0,91% 65,06%
63 35.252.905 1,28% 86,80% 2 0,15% 65,21%
Outros 363.454.753 13,20% 100,00% 461 34,79% 100,00%
TOTAL 2.753.752.311 100,00% 1.325 100,00%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
10
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Gráfico 6
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Tabela 9
Cálculo dos Índices referentes ao Grau de Participação e de Utilização
Índice
Descrição Cálculo Significado
Percentual do valor
(Valor das importações ao amparo do SGP) x 100 importado com o SGP em
Grau de Participação
(Valor das importações totais) relação às importações
totais.
Percentual do valor
(Valor das importações ao amparo do SGP) x 100 importado com o SGP em
Grau de Utilização
(Valor das importações de produtos elegíveis ao SGP) relação ao disponível para
importação no SGP.
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
11
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Esse índice em 2008 foi de 9,16% ([US$ 2.753.752.311 ÷ US$ 30.060.662.408] × 100)
resultado da razão entre o valor das importações de produtos importados com o benefício do
SGP e o valor total das importações norte-americanas provenientes do Brasil.
O outro indicador é o correspondente ao Grau de Utilização, isto é, a razão entre o valor das
importações norte-americanas procedentes do Brasil com efetiva utilização da preferência do
SGP e o valor das importações de produtos elegíveis ao programa. Referido índice atingiu, em
2008, o percentual de 84,20% ([US$ 2.753.752.311 ÷ US$ 3.270.582.551] × 100) no caso
brasileiro.
A Tabela 10 a seguir detalha esses índices, referentes aos anos de 2004 a 2008.
Tabela 10
Índices referentes ao SGP Norte-Americano
Referentes aos Valores Importados
Índice Ano
Descrição 2004 2005 2006 2007 2008
Grau de Participação 15,01% 14,90% 14,28% 13,70% 9,16%
Grau de Utilização 87,60% 90,80% 90,40% 88,89% 84,20%
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Gráfico 7
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
12
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
No período de 2004 a 2008, o Grau de Utilização das importações de produtos que receberam
efetivamente o benefício ao SGP corresponderam, em média, a 88,38% das importações de
produtos elegíveis ao programa.
Os produtos brasileiros (1.325 itens) importados pelos Estados Unidos com o benefício do
SGP deixaram de pagar, em 2008, aproximadamente, US$ 102,3 milhões em direitos
alfandegários.
Tal fato pode ser explicado pelo não cumprimento das regras estabelecidas pelos Estados
Unidos para a concessão do benefício, como as Regras de Origem, ou mesmo por
desconhecimento desse mecanismo pelo importador e pelo exportador, apesar de todas as
divulgações realizadas pelo DEINT.
A Tabela 11, a seguir, destaca os indicadores das importações de produtos elegíveis sem a
utilização do SGP, com a utilização do SGP e das importações totais, por capítulo do SH.
13
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Tabela 11
Importações norte-americanas provenientes do Brasil em 2008
SH Elegível sem SGP Elegível com SGP Total
Capítulo Códigos US$ Códigos US$ Códigos US$
85 96 49.248.098 134 403.209.757 295 809.162.756
84 90 144.159.525 141 330.610.806 459 2.676.246.755
39 76 18.060.863 117 185.839.819 141 236.032.088
90 42 25.357.804 59 13.523.326 143 105.317.731
29 27 33.220.617 79 132.346.463 133 736.512.250
40 27 5.039.117 37 53.553.493 94 483.519.711
82 26 8.903.844 45 41.954.151 86 82.544.222
41 25 937.072 45 73.028.293 78 93.547.734
87 24 42.915.821 29 215.750.084 97 712.787.520
73 22 31.633.720 34 110.381.524 132 330.072.610
71 19 1.809.130 33 48.487.938 63 218.074.503
44 17 12.553.825 25 170.793.919 103 818.172.468
76 16 3.520.532 33 96.543.232 43 329.525.014
70 16 2.353.781 30 21.938.591 61 25.798.558
83 15 3.938.934 25 24.324.475 38 30.893.816
68 12 2.765.668 21 100.311.211 44 596.430.228
28 8 1.641.967 29 56.652.773 56 498.410.219
94 8 235.770 17 2.134.069 65 200.765.717
96 8 162.590 27 35.188.608 39 41.455.908
42 7 376.008 13 2.527.293 47 6.019.571
74 6 907.696 25 31.707.606 35 33.829.231
38 6 288.611 15 7.975.372 46 35.740.390
32 6 197.711 19 5.373.370 38 13.842.227
75 5 11.948.713 11 6.040.394 16 23.884.634
86 4 949.666 8 81.404.228 16 98.021.869
20 4 711.162 29 42.666.631 56 331.268.210
17 4 362.206 6 40.372.582 19 139.562.488
35 4 204.958 6 29.130.356 8 32.570.653
06 4 143.562 6 6.331.039 9 6.865.855
33 4 95.043 9 1.353.776 34 63.435.411
34 3 1.318.623 8 2.226.232 20 7.872.785
21 3 1.227.733 12 36.250.664 23 129.489.841
62 3 398.399 4 1.102.669 142 13.711.917
18 3 352.360 8 33.259.985 13 116.980.036
56 3 217.475 5 2.811.244 27 87.083.117
22 3 118.637 8 10.147.475 22 501.153.909
57 3 20.678 4 182.434 17 2.075.225
95 3 18.886 5 95.147 21 9.282.507
72 2 105.209.845 5 134.887.085 121 3.228.762.157
37 2 204.673 6 12.980.796 14 13.326.685
81 2 126.030 8 5.594.485 13 55.218.986
14
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Para avaliar quais os níveis de proteção tarifária norte-americana que os produtos importados
do Brasil pelos Estados Unidos no âmbito do SGP enfrentariam fora desse programa,
dividimos tais importações por faixas de tarifas 9 aplicadas pelos EUA, conforme Tabela 12, a
seguir.
9
Todas as tarifas estão apresentadas em percentuais, ou seja, as tarifas mistas e as tarifas específicas foram
transformadas para ad valorem.
15
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Tabela 12
Códigos Tarifários e Valores das Importações Norte-Americanas no âmbito do SGP
procedentes do Brasil por Intervalos de tarifas alfandegárias (NMF) efetivas
2008
Tarifa Quant % %Acum. Valor US$ % %Acum. Média US$
0< Tarifa efetiva <=2,5% 292 22,04% 22,04% 523.985.785 19,03% 19,03% 1.794.472
2,5%< Tarifa efetiva <=5% 668 50,42% 72,45% 1.589.898.083 57,74% 76,76% 2.380.087
5%< Tarifa efetiva <=7,5% 295 22,26% 94,72% 586.347.292 21,29% 98,06% 1.987.618
7,5%<Tarifa efetiva<=10% 43 3,25% 97,96% 30.062.593 1,09% 99,15% 699.130
10%< Tarifa efetiva <=15% 22 1,66% 99,62% 20.477.412 0,74% 99,89% 930.791
Tarifa efetiva >15% 5 0,38% 100,00% 2.981.146 0,11% 100,00% 596.229
Total 1.325 100,00% 2.753.752.311 100,00% 2.078.304
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Gráfico 8
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
16
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Gráfico 9
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
5.6. Produtos brasileiros que podem sofrer maior impacto, caso o SGP não seja
renovado após 2009
Para identificar os produtos importados pelos EUA procedentes do Brasil que seriam mais
afetados pela perda do tratamento tarifário preferencial do SGP norte-americano, utilizamos
as seguintes premissas:
1º. Produtos cujo Grau de Utilização seja elevado (≥84,20%, valor de 2008);
2º. Produtos cuja tarifa alfandegária efetiva seja igual ou superior a 5% 10 ; e
3º. Produtos cujo valor de importação, no âmbito do SGP, seja maior ou igual a US$ 1
milhão 11 .
10
Taxa de referência utilizada nos estudos do USITC referentes ao SGP, denominado “Probable Economic
Effect of the Reduction of US Tariffs: Update of Advice for Certain Items (Inv. nº 332-472)”
11
Volume de importação significativo, considerado pela Receita Federal do Brasil para definir porte do sujeito
passivo (Portaria COANA nº 2/05).
17
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Gráfico 10
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
Gráfico 11
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC
18
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Para avaliar a redução das importações norte-americanas de produtos beneficiados pelo SGP
provenientes do Brasil utilizamos a Classificação por Grandes Categorias Econômicas
(CGCE) elaborada pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL) 12 ,
que nos dá um panorama da estrutura da produção, origem e uso dos bens classificados no
Sistema Harmonizado.
De acordo com a tabela CGCE, temos as seguintes classificações para as importações norte-
americanas do Brasil no âmbito do SGP (Tabela 13) e para as importações totais norte-
americanas do Brasil (Tabela 14), em 2007 e em 2008.
Tabela 13
Importações norte-americanas do Brasil no âmbito do SGP
classificadas por grandes categorias econômicas
SGP
2007 2008
Industrial supplies not elsewhere specified Processed 1.833.612.722 53,51% 1.263.205.254 45,87%
Transport equipment and parts and accessories thereof 499.590.764 14,58% 390.135.136 14,17%
Parts and accessories
Capital goods (except transport equipment), and parts and 331.962.968 9,69% 363.404.353 13,20%
accessories thereof Capital goods (except transport
equipment)
Capital goods (except transport equipment), and parts and 305.986.917 8,93% 304.780.589 11,07%
accessories thereof Parts and accessories
Não identificado 150.513.908 4,39% 171.087.829 6,21%
Consumer goods not elsewhere specified Semi‐durable 135.884.933 3,97% 107.146.276 3,89%
Consumer goods not elsewhere specified Durable 72.079.683 2,10% 67.090.806 2,44%
Consumer goods not elsewhere specified Non‐durable 37.334.611 1,09% 32.005.565 1,16%
Food and beverages Processed 31.794.811 0,93% 35.299.113 1,28%
Industrial supplies not elsewhere specified Primary 19.557.504 0,57% 16.087.171 0,58%
Transport equipment and parts and accessories thereof‐ 7.666.880 0,22% 752.205 0,03%
Non‐industrial
Transport equipment and parts and accessories thereof‐ 772.086 0,02% 1.320.977 0,05%
Industrial
Food and beverages Primary 57.688 0,00% 1.378.776 0,05%
Total geral 3.426.837.891 2.753.752.311
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC/CEPAL
12
A estrutura detalhada da Classificação por Grandes Categorias Econômicas está disponível no site da CEPAL:
http://unstats.un.org/unsd/cr/registry/regcst.asp?Cl=10&Lg=3, acesso em 08/10/2009.
19
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Tabela 14
Importações totais norte-americanas do Brasil
classificadas por grandes categorias econômicas
TOTAL
2007 2008
Industrial supplies not elsewhere specified Processed 9.461.732.283 37,82% 9.925.290.553 33,02%
Fuels and lubricants Primary 2.792.014.994 11,16% 6.711.247.005 22,33%
Não identificado 1.909.644.374 7,63% 2.070.480.525 6,89%
Transport equipment and parts and accessories thereof 1.810.573.552 7,24% 1.779.771.601 5,92%
Parts and accessories
Transport equipment and parts and accessories thereof‐ 1.775.952.142 7,10% 2.286.145.579 7,61%
Industrial
Capital goods (except transport equipment), and parts and 1.561.765.253 6,24% 1.472.049.762 4,90%
accessories thereof Capital goods (except transport
equipment)
Capital goods (except transport equipment), and parts and 1.373.257.470 5,49% 1.476.188.904 4,91%
accessories thereof Parts and accessories
Consumer goods not elsewhere specified Semi‐durable 1.158.716.876 4,63% 847.622.342 2,82%
Industrial supplies not elsewhere specified Primary 813.260.027 3,25% 952.547.253 3,17%
Fuels and lubricants Processed 771.368.121 3,08% 1.047.604.004 3,48%
Food and beverages Primary 615.230.260 2,46% 727.125.957 2,42%
Food and beverages Processed 392.878.097 1,57% 350.053.895 1,16%
Consumer goods not elsewhere specified Durable 348.163.402 1,39% 253.023.874 0,84%
Consumer goods not elsewhere specified Non‐durable 138.954.286 0,56% 130.484.712 0,43%
Transport equipment and parts and accessories thereof‐ 57.130.243 0,23% 29.823.145 0,10%
Non‐industrial
Transport equipment and parts and accessories thereof 37.071.260 0,15% 1.203.297 0,00%
Passenger motor cars
Total geral 25.017.712.640 30.060.662.408
Elaboração: CGRO/DEINT/SECEX
Fonte: USITC/CEPAL
Em 2008, essa participação caiu para 46% (US$ 1,26 bilhão do total de US$ 2,75 bilhões
importados no SGP).
Assim, de 2007 para 2008 houve uma redução de 31% nos valores de importação dos
“insumos industriais processados” no âmbito do SGP, ou seja, US$ 570 milhões (de US$ 1,83
bilhão para US$ 1,26 bilhão). Isso quer dizer que, proporcionalmente, os “insumos industriais
processados” passaram a ter em 2008 um peso menor nas importações norte-americanas do
Brasil no SGP.
20
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Em 2008, essas importações representaram 33% (US$ 9,93 bilhões) das importações totais
norte-americanas do Brasil (US$ 30 bilhões).
Dessa forma, verifica-se que a redução de US$ 673 milhões (de US$ 3,43 bilhões para US$
2,75 bilhões) nas importações no âmbito do SGP de 2007 para 2008 foi causada,
principalmente, pela queda na importação desses “insumos industriais processados” (US$ 570
milhões).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há uma divisão clara nos Estados Unidos, tanto no governo quanto no setor privado, em
relação à manutenção do SGP.
Um grupo é contra a concessão de tratamento tarifário preferencial a países com certo nível de
desenvolvimento, bem como àqueles que esse grupo considera como responsáveis por
entraves nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), por ter uma posição
contrária aos interesses norte-americanos. Nesse grupo estão os congressistas republicanos
Charles Grassley (Iowa), e Bill Thomas (Califórnia), assim como a International Intellectual
Property Rights Alliance 13 (IIPA), órgão de representação empresarial norte-americano.
13
A International Intellectual Property Alliance (IIPA) é um consórcio privado formado em 1984 por
associações comerciais que representam os direitos autorais das indústrias norte-americanas. Esta coalizão tem
por objetivo melhorar a proteção internacional e a aplicação de materiais protegidos nos fóruns bilaterais e
multilaterais trabalhando para e abrir os mercados externos fechados por pirataria, assim como por outras
barreiras ao acesso de mercado. Fazem parte desse consórcio as seguintes entidades: the Association of
American Publishers (AAP), the Business Software Alliance (BSA), the Entertainment Software Association
(ESA), the Independent Film & Television Alliance (IFTA), the Motion Picture Association of America
(MPAA), the National Music Publishers’ Association (NMPA) and the Recording Industry Association of
America (RIAA).
21
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
Esse último grupo defende que o programa beneficia não só os países em desenvolvimento,
mas também a própria indústria nacional, criando empregos e gerando competitividade aos
produtos norte-americanos. Nesse grupo estão o congressista democrata Charles Rangel
(Nova York) e a organização denominada "Coalizão para o SGP".
O valor importado do Brasil pelos Estados Unidos com a utilização do benefício tarifário do
SGP foi de aproximadamente US$ 2,75 bilhões. Esse valor correspondeu a 9,16% da
importação total dos EUA (US$ 30 bilhões) procedentes do Brasil em 2008.
Cabe lembrar que os produtos brasileiros (1.325 itens) importados pelos Estados Unidos com
o benefício do SGP deixaram de pagar, em 2008, aproximadamente, US$ 102,3 milhões em
direitos alfandegários.
22
ANÁLISE ECONÔMICA DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS NORTE-AMERICANO PARA O BRASIL
6.3. Redução das importações norte-americanas no âmbito do SGP entre os anos de 2007
e de 2008
Tal situação nos leva a inferir que, possivelmente, esse resultado está relacionado à queda da
atividade industrial nos EUA causada pela crise financeira mundial, o que, provavelmente,
afetou de forma negativa as importações de insumos industriais utilizados na fabricação de
bens finais naquele país.
23