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Expressões

À borla.
De graça, na faixa.
À bruta.
Exageradamente, violentamente. Ou, também em expressão lusitana, à fartasana.
A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima.
A verdade tarda mas não falha ou a mentira tem perna curta, em terras de azeites e
oliveiras.
Águas de bacalhau.
A expressão ficar em águas de bacalhau é empregada em diferentes sentidos, seja para
indicar que se está em maus lençóis ou se enfrenta momentos ruins, seja para indicar que
algo está em banho maria, à espera, que não ata nem desata.
Aguentar os cavalos.
Manter a calma, não se precipitar.
Anda cá!
Chega aí, vem aqui, chega mais!
Andar à nora.
Estar perdido, sem rumo ou sem saber o que se passa.
Ao pé.
Próximo à, ao lado de. Expressão bastante comum no falar de toda a gente. A tasca fica ao
pé do Panteão Nacional.
Apanhar uma molha.
Tomar chuva, ensopar-se.
Arriar o calhau.
Expressão vulgar para defecar: cagar, soltar um barro.
Arrotar postas de pescada.
Gabar-se, proferir discursos vãos.
Às mijinhas.
Algo feito aos poucos, vagarosamente, de forma pingada. Feito às mijinhas.
Barrigada de riso.
Gargalhada.
Bater uma pívia.
Masturbar-se, bater punheta.
Bater uma sorna.
Tirar uma soneca, dar um cochilo.
Bem haja.
Expressão de gratidão, agradecimento, muito usada em algumas regiões de Portugal.
Cabeça de alho chocho.
Cabeça oca, avoado, cabeça de vento.
Cair na esparrela.
Ser trapaceado, enganado. Cair no conto do vigário.
Cair o Carmo e a Trindade.
Algo de dimensões catastróficas, escandaloso, comumente usado para ironizar um grande
alarido por pouca coisa. Não imaginas o sarilho, caiu o Carmo e a Trindade.
Cara de cu à paisana.
A imagem mental que formamos logo explica a expressão.
Carinha laroca.
Um(a) jovem bonito(a), asseado(a), com “carinha de anjo”.
Cozer a bebedeira.
Passar a ressaca (depois da bebedeira).
Dar ao grego.
Calão usado em algumas regiões para indicar a ação de vomitar, chamar o Hugo.
Dar banho ao cão.
Vai dar banho ao cão (também: desampara-me a loja!): algo como não me encha o saco, se
manda daqui, vai catar coquinhos, vai ver se estou na esquina.
Dar de frosques.
Ir embora, dar o fora.
Dar graxa.
Puxar saco, bajular.
Dar no cavalo.
Calão para usar heroína.
Dar uma vista de olhos.
Dar uma olhada, bater o olho.
De certeza.
Com certeza, diria um brasileiro. De certeza, responderia um português. De certeza que há
muitos desencontros em nossas línguas.
Do piorio.
Algo (alguém) ruim, péssimo.
Em grande.
Locução adverbial, a encurtar a expressão em grande estilo: dezembro começou em
grande! O Pai Natal chegou em grande!
Esgalhar o pessegueiro.
No Brasil, o famoso descabelar o palhaço: masturbar-se (homens).
Estar na ronha.
Não fazer nada, enrolar, fica à toa.
Estar nas tintas.
O brasileiro estar nem aí.
Fazer bico.
Expressão que, à chegada, constrange muitos brasileiros. Em Portugal, diferente de
trabalho esporádico, fazer bico refere-se à prática do sexo oral: fazer um boquete.
Fazer frete.
Fazer algo contrariado, com má vontade, emburrado.
Fazer ó-ó.
Expressão carinhosa que se diz aos pequeninos em relação a ir dormir, nanar.
Fazer o pino.
Plantar bananeira (pernas ao ar).
Fazer razia.
Assolar, devastar. No calão de algumas regiões do Brasil: aloprar.
Fia-te na Virgem e não corras.
A expressão logo se explica, então vá com calma.
Lavar os dentes.
Enquanto brasileiros preferem escovar os dentes, em Portugal lavam-se os dentes.
Levantar dinheiro.
Em jargões bancários do cotidiano: sacar dinheiro.
Levar tau tau.
Expressão que se diz aos pequeninos: levar palmadas.
Levar uma banhada.
Ser enganado, trapaceado.
Mandar bocas.
Xingar, fazer comentários impertinentes, inoportunos.
Muitos anos a virar frangos.
Ter muita experiência em algo.
Nicles Batatóides.
Neca de Pitibiriba, em versão do além-mar.
Partir o côco a rir.
Rachar o bico.
Passar as passas do Algarve.
Passar por um mau momento, passar um perrengue.
Passear o cão.
Passear com o cachorro: foste passear o cão?
Pingo ao nariz.
Com o nariz escorrendo (quando gripados/constipados). Ando com tosse e com o pingo ao
nariz.
Pintado de fresco.
Recém pintado. No Brasil, lê-se em placas de aviso: “Atenção, tinta fresca”.
Pôr na alheta.
Se mandar, dar o fora, xispar, partir, ir embora. Pôr-se na alheta.
Puxar cavaco.
Meter conversa.
Ripa na rapaqueca.
Se no Brasil o locutor esportivo Osmar Santos cunhou o jargão “ripa na chulipa”, em
Portugal Jorge Perestrelo popularizou um bordão semelhante: ripa na rapaqueca!
Saber a.
Ter gosto de, lembrar, parecer (comumente usado com sabores e odores): “hum, isto sabe
a morango”.
Saber bem.
Expressão de apreço, proveito: “sabe bem um gelado agora”, “a noite de ontem soube-me
tão bem”, “sabe bem pagar tão pouco”.
Se calhar.
A expressão, muito comum nos falares portugueses, por vezes surge – intrometida! – como
um vício de linguagem. Se bobear, se pá…
SFF.
As iniciais S.F.F, muito comuns em pedidos escritos, refere-se à se faz favor.
Só mais um
Na hora do encore, no momento de pedir bis, brasileiros gritam mais um, portugueses, só
mais um.
Tá calado.
Forma pouco carinhosa de pedir para o outro se calar. Cala-te! Ou, em bom brasileiro, cala
a boca. Tá calado, João!
Tá-se bem.
A expressão cumpre a formalidade do “tudo bem”. E então, meu caro, tá-se bem?. Ou, de
forma aligeirada, “tá-se?”.
Ter piada.
Ter graça. O que fizeste não tem piada nenhuma. (Vale lembrar que a piada comumente
contada no Brasil, em Portugal é referida como anedota).
Toda gente.
Enquanto brasileiros, hiperbolicamente, dizem todo mundo, portugueses (p)referem toda
gente.
Tuta e meia.
Barato, quase nada. Vendi todos os meus tarecos por tuta e meia.
Virar o bico ao prego.
Contornar a situação, passar por cima (ou ao lado). Tudo certo e nada resolvido.
Viu-se grego.
A expressão, comumente, indica algum processo árduo, difícil, trabalhoso. Portugal viu-se
grego para ganhar à Espanha.

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