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"Se eu fosse para o Centro, gostaria, antes de mais, de estar muito tranquilo, sem
levar problemas comigo: problemas domésticos, preocupações de negócios, etc.. E
também gostaria que o que K. diz fizesse inteiramente parte da minha vida, em vez
de só tomar conhecimento disso e de o repetir. Nesse próprio estudo, estaria
realmente a absorver os ensinamentos, e não retendo só fragmentos nem aceitando
apenas aquilo que me conviesse.
Se eu fosse para lá estudar o que K. diz, eu desejaria investigar tudo isso, pondo-o
em questão, duvidando disso, não lendo apenas algo, indo-me depois embora.
Estudaria não apenas para memorizar mas para aprender; para compreender o que
ele diz, e as minhas reacções a tudo isso, quer isso corresponda ou contradiga o que
penso, quer seja ele ou eu a ter razão, para que haja uma constante comunicação e
interacção entre o que estou a ler e o que estou a sentir. Gostaria de estabelecer
uma relação entre o que leio, vejo, ouço e eu mesmo, com as minhas reacções,
condicionamentos, etc. -- um diálogo entre K. e eu. Um tal diálogo tem
inevitavelmente de provocar uma mudança fundamental." (J. Krishnamurti)
Todos nós sofremos. Não sofremos todos nós, de uma maneira ou de outra? E
desejamos aprender acerca disso? Então, podemos investigar e tentar explicar por
que sofremos. Podemos ler livros sobre esse assunto, ou ir à igreja e em breve
saberemos algo acerca do sofrimento. Mas não estou a falar disso; estou a falar
sobre o findar do sofrimento. E o conhecimento não lhe põe fim. O findar do
sofrimento começa com o enfrentar psicológico dos factos dentro de nós próprios e
estando totalmente atentos a todas as implicações desses factos de momento a
momento. O que significa nunca fugirmos do facto de que sofremos, não
racionalizando, não emitindo opiniões acerca do sofrimento, mas vivendo com o
facto completamente. Sem nos habituarmos ao sofrimento.
in THE BOOK OF LIFE, Harper, 1995
Pergunto se sabeis o que significa dar atenção a qualquer coisa? A maior parte de
nós não dá atenção total, porque estamos habituados a condenar, a julgar, a
avaliar, a identificar, a escolher. E a escolha obviamente impede esse estado de
atenção porque é sempre resultado do conflito. Estar totalmente atento quando se
entra numa sala, ver a mobília, a carpete ou a sua ausência, etc..., -- apenas ver;
prestar atenção sem qualquer sentido de julgamento, é muito difícil. Já tentaram
olhar para uma pessoa, para uma flor, uma ideia, uma emoção, sem qualquer
escolha ou julgamento?
in THE BOOK OF LIFE, Harper, 1995