Você está na página 1de 4

COLÉGIO ESTADUAL OLAVO BILAC

LÍNGUA PORTUGUESA - INTERPRETAÇÃO/COMPREENSÃO DE TEXTO


PROF. ROBSON BERTOLDO

LIÇÃO #1

A Alegoria (Mito) da Caverna de Platão


Imaginemos uma caverna sombras vistas são as próprias coisas.
subterrânea onde, desde a infância, Ou seja, não podem saber que são
geração após geração, seres humanos sombras, nem podem saber que são
estão aprisionados. As suas pernas e imagens (estatuetas de coisas), nem
os seus pescoços estão acorrentados que há outros seres humanos reais
de tal modo que são forçados a fora da caverna. Também não podem
permanecer sempre no mesmo lugar e saber que veem porque há a fogueira e
a olhar apenas para a frente, não a luz no exterior e imaginam que toda a
podendo girar a cabeça nem para trás luminosidade possível é a que reina na
nem para os lados. A entrada da caverna.
caverna permite que alguma luz
Que aconteceria, pergunta
exterior ali penetre, de modo a que se
Platão, se alguém libertasse um dos
possa, na semi-obscuridade, ver o que
prisioneiros? Que faria um prisioneiro
se passa no interior.
libertado? Em primeiro lugar, olharia
A luz que ali entra provém de
toda a caverna, veria os outros seres
uma imensa e alta fogueira externa.
humanos, o muro, as estatuetas e a
Entre ela e os prisioneiros – no exterior,
fogueira. Embora dolorido pelos anos
portanto – há um caminho ascendente
de imobilidade, começaria a caminhar,
ao longo do qual foi erguido um muro,
dirigindo-se à entrada da caverna e,
como se fosse a parte fronteira de um
deparando com o caminho ascendente,
palco de marionetas. Ao longo desse
por ele seguiria.
muro/palco, homens transportam
estatuetas de todo tipo, com figuras de
Num primeiro momento, ficaria
seres humanos, animais e todas as
completamente cego, pois a fogueira
coisas.
no mundo verdadeiro é a luz do sol e
Por causa da luz da fogueira e ele ficaria inteiramente ofuscado por
da posição ocupada por ela, os ela. Depois, acostumando-se com a
prisioneiros veem na parede do fundo claridade, veria os homens que
da caverna as sombras das estatuetas transportam as estatuetas e,
transportadas, mas sem poderem ver prosseguindo no caminho, veria as
as próprias estatuetas, nem os homens próprias coisas, descobrindo que,
que as transportam. durante toda sua vida, não vira senão
Como nunca viram outra coisa, sombras de imagens (as sombras das
os prisioneiros imaginam que as estatuetas projetadas no fundo da
caverna) e que somente agora está a convidasse a sair da caverna,
contemplar a própria realidade. certamente acabariam por matá-lo.
Mas, quem sabe, alguns poderiam
Libertado e conhecedor do
ouvi-lo e, contra a vontade dos demais,
mundo, o prisioneiro regressaria à
também decidissem sair da caverna
caverna, ficaria desnorteado pela
rumo à realidade.
escuridão, contaria aos outros o que Alegoria
substantivo feminino
viu e tentaria libertá-los. 1.modo de expressão ou interpretação que consiste em
representar pensamentos, ideias, qualidades sob forma
Que lhe aconteceria nesse figurada.

retorno? Os demais prisioneiros 2.FILOSOFIA método de interpretação aplicado por


pensadores gregos (pré-socráticos, estoicos etc.) aos
textos homéricos, por meio do qual se pretendia descobrir
tentariam ridicularizá-lo, não ideias ou concepções filosóficas embutidas figurativamente
nas narrativas mitológicas.
acreditariam nas suas palavras e, se
não conseguissem silenciá-lo com os
seus gracejos, tentariam fazê-lo
espancando-o e, se mesmo assim, ele
teimasse em afirmar o que viu e os
ATIVIDADES DE COMPREENSÃO/INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

1. O que é a caverna?

2. Que são as sombras das estatuetas?


3. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da
caverna?
4. O que é a luz exterior do sol?
5. O que é o mundo exterior?
6. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o
qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? .
7. O que é a visão do mundo real iluminado?
8. Por que é que os prisioneiros ridicularizam,
espancam e matam o filósofo (Platão está a referir-se
à condenação de Sócrates à morte pela assembleia
ateniense?)?
(Marilena
Chaui)

Você também pode gostar