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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO - UFERSA

BACHARELADO EM DIREITO
DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

Processo Previdenciário

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Decadência e Prescrição nos Benefícios
- É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer
direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do
ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês
seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando
for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva no âmbito administrativo. (art. 103).

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Decadência e Prescrição nos Benefícios
STF – RE 626489 / 2013 – partindo da premissa de que o
direito fundamental à previdência social não deve ser afetado
pelo decurso do tempo, concluiu que inexiste prazo
decadencial para a concessão inicial do benefício
previdenciário;

STJ – 2ª turma - AgRg no Resp 1407710-PR / 2014 – consignou


que a decadência prevista no art. 103 da L. 8.213/91 não
alcançaria questões não resolvidas no ato administrativo que
apreciou o pedido de concessão do benefício.
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Decadência e Prescrição nos Benefícios
Súmula 81, TNU: Não incide o prazo decadencial previsto no
art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91, nos casos de indeferimento
e cessação de benefícios, bem como em relação às questões
não apreciadas pela Administração no ato da concessão.

- No caso de morte de aposentado, com conversão em pensão


por morte para dependente beneficiário, o prazo decadencial
para revisão do benefício conta-se após o deferimento do ato
de pensionamento (Resp 1.529.562/CE – 2ª turma, STJ - 2015).

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Decadência e Prescrição nos Benefícios
Termo inicial do prazo decadencial na hipótese de revisão de
benefício decorrente de reclamatória trabalhista:

- Na hipótese de revisão de benefício por força de decisão


tomada em ação trabalhista (em que se reconheceram
parcelas remuneratórias), o início do prazo decadencial se dá a
partir do trânsito em julgado da reclamatória trabalhista (Resp
1.440.868, Resp 1.309.086 e PEDILEF 5005941-
08.2012.4.04.7005).

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Decadência e Prescrição nos Benefícios
Otávio recebe aposentadoria por tempo de contribuição desde
2000. Ocorre que no requerimento administrativo não pleiteou
a averbação de nenhum período como tempo especial. Poderá
ele requerer judicialmente a averbação desse tempo de
trabalho especial, a fim de revisar o benefício decorrente de
sua aposentadoria?

- De acordo com posicionamento do STJ (2ª turma) sim, pois o


INSS não analisou o pedido de averbação de tempo especial,
não havendo o que se falar em decadência.
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Decadência e Prescrição nos Benefícios
Decadência para a Administração

-A Administração também, está sujeita a um prazo máximo


para revisão, a fim de anular atos administrativos, igualmente
de 10 anos, salvo comprovada má-fé.

** Cuidado para não confundir a decadência na revisão /


anulação do benefício (10 anos) com a decadência relacionada
ao custeio (5 anos).

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Decadência e Prescrição nos Benefícios
-Não se aplica a decadência quando o ato concessório foi correto, mas a
manutenção do benefício esteja irregular por falta de cessação do
benefício, cuja causa esteja expressamente prevista em lei, podendo,
neste caso, o benefício, ou a cota-parte, ser cessado a qualquer tempo.

Ex.: manutenção de pensão após 21 anos de idade por erro do INSS.

** Neste caso, não se tem a revisão do ato concessório, mas sim a


manutenção irregular do benefício.

- Após identificar a irregularidade, o INSS notificará o beneficiário (carta


com AR) para apresentar defesa em 10 dias, suspendendo-se o benefício
em caso de inércia.
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Decadência e Prescrição nos Benefícios
Na hipótese do INSS detectar erro administrativo na concessão do
benefício, é possível a inscrição em dívida ativa do montante pago
indevidamente e recebido de boa-fé?

-Há previsão no art. 154, § 4º, II, do Decreto 3.048/99 de que é possível.

-Contudo, para o STJ a inscrição como dívida ativa não é possível (falta
de previsão legal e natureza não tributária), em que pese a existência de
precedentes admitindo a possibilidade do INSS pleitear judicialmente a
repetição (Lei 13.494/2017, possibilita a inclusão em dívida ativa);

- Na TNU há precedentes de que não é possível a repetição de valores


auferidos por força de tutelas provisórias, posteriormente revogadas.
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Decadência e Prescrição nos Benefícios
Prescrição quinquenal:

-Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido


pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou
quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social,
salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código
Civil. (§ único, art. 103);

- Portanto, dizer que o beneficiário dispõe de 10 anos para impugnar o


ato administrativo que concedeu o benefício não implica reconhecer o
direito a todas as diferenças daí decorrentes.

- Lembrar que não corre prescrição contra absolutamente incapazes –


art. 198, I, CC. 10
Processo Administrativo
-Das decisões proferidas pelo INSS, referentes a reconhecimento de
direitos de beneficiários do RGPS, cabe recurso às Juntas de Recurso
e às Câmaras de Julgamento do Conselho de Recursos do Seguro
Social;

- As juntas são chamadas a se manifestar por recurso ordinário da


parte, enquanto as Câmaras, após decisão das Juntas, por recurso
especial.

- No âmbito do INSS, ver IN 77/2015 (a partir do art. 658);

- Já no âmbito do CRSS, ver Portaria MPS 548/2011 (RI) + Portaria


MPS 713/2003.
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RGPS – Conselho de Recursos
- O Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, é um
órgão colegiado de controle das decisões do INSS, nos
processos referentes a benefícios a cargo da autarquia;

- Assim, é o órgão revisor das decisões administrativas do INSS:

Lei. Nº 8.213/91, Art. 126. Das decisões do Instituto Nacional


do Seguro Social-INSS nos processos de interesse dos
beneficiários e dos contribuintes da Seguridade Social caberá
recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social,
conforme dispuser o Regulamento.
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RGPS – Conselho de Recursos
De acordo com a Portaria nº 548/2011, do MPS, que aprova o
Regimento Interno do CRPS, o referido Conselho é formado
por órgãos administrativos e colegiados.

Em relação aos órgãos colegiados, tem-se:

I – Vinte e nove Juntas de Recurso: competência para julgar, em


primeira instância, os recursos interpostos contra decisões
prolatadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de
interesse de seus beneficiários;

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RGPS – Conselho de Recursos
II – Quatro Câmaras de Julgamento: competência para julgar,
em segunda instância, os recursos interpostos contra as
decisões preferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem
lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial, com
sede em Brasília;

III – Conselho Pleno: competência para uniformizar a


jurisprudência previdenciária mediante enunciados, podendo
ter outras competências definidas no Regimento Interno do
Conselho de Recursos da Previdência Social.
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RGPS – Conselho de Recursos
-O CRPS é presidido por Representantes do Governo, com notório
conhecimento da legislação previdenciária, nomeado pelo
Ministro da Fazenda (antigo Ministro de Estado da Previdência
Social);

- As Juntas e as Câmaras também são presididas por


representantes do Governo, sendo compostas por 4 membros
(conselheiros) nomeados pelo Ministro da Fazenda, sendo dois
representantes do governo, um das empresas e um dos
trabalhadores, que receberão gratificação a ser definida pelo
Ministro da Fazenda (antes, da Previdência Social).
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Processo Administrativo
- Prazo de 30 dias para interpor recurso e também de 30 dias para
contrarrazões (possibilidade de reconsideração);

- Os recursos contra as decisões das Juntas de Recursos do Conselho


de Recursos da Previdência Social, desde que tempestivos, têm
efeito suspensivo e devolutivo;

- Podem ser interpostos diretamente no órgão prolator da decisão


recorrida ou nas próprias agências do INSS (cabe juízo de
retratação);

- Possibilidade de interposição de embargos declaratórios, no prazo


de 30 dias.
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Justificação Administrativa
- Trata-se de recurso utilizado na esfera interna do INSS para
suprir a falta ou insuficiência de documento ou produzir prova
de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários perante
a Previdência social;

- É processada por servidor especialmente designado pela


chefia de benefícios da agência do INSS.

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Processo Judicial Previdenciário
- O ajuizamento da ação dispensa o exaurimento da via
administrativa;

-Porém, é importante observar o teor do Art. 126, § 3º. Lei


8.213/1991:

“A propositura, pelo beneficiário ou contribuinte, de ação que tenha


por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo
administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera
administrativa e desistência do recurso interposto”.

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Processo Judicial Previdenciário
- Igualmente importante é saber se há a necessidade do prévio
requerimento administrativo como condição de ação?

R.: STF – RE 631.240/MG / 2014 – decidiu que a exigibilidade de


prévio requerimento administrativo como condição para o regular
exercício do direito de ação para pleitear benefício previdenciário
NÃO OFENDE o art. 5º, XXXV, CF/88;

* Se INSS não oferecer resposta em até 45 dias, torna-se dispensável


para a propositura da ação.

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Processo Judicial Previdenciário
- EXCEÇÕES!! Por outro lado, o STF ressaltou que a exigência de
prévio requerimento administrativo não deveria prevalecer quando
o entendimento da Administração fosse notório e reiteradamente
contrário à postulação do segurado.

- STF também indicou que, nas hipóteses de pretensão de revisão,


restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente
concedido, o pedido poderia ser formulado diretamente em juízo,
pois, uma vez que o INSS teria o dever legal de conceder a prestação
mais vantajosa possível, sua conduta já configuraria o não
acolhimento da pretensão;
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Processo Judicial Previdenciário
O prévio requerimento adm de prorrogação de benefício é necessário
para ajuizamento de ação judicial quando se tratar de alta
programada?

R.: A TNU (processo 5006414-91.2012.4.04.7005) em 2014 entendeu


que não é necessário, pois a alta programada já configuraria uma
resposta da Administração no sentido de que a incapacidade já não
mais existirá.

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Demandas acidentárias (do trabalho)

-Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho


serão apreciados pela Justiça dos Estados e DF, mediante petição
instruída pela prova de efetiva notificação do evento à Previdência
Social, por meio de Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT (art.
129, II, L. 8.213/91 + Súmula 15, STJ + Súm. 501, STF).

- A Competência abrange as ações de concessão e revisão de


benefícios decorrentes de acidente do trabalho (STF e STJ);

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Acidente do trabalho e ações de indenização e Justiça do Trabalho

- A ação de cunho civil (em face do empregador) não se confunde


com aquela de natureza previdenciária (em face do INSS para
pleitear benefício acidentário);

- STF firmou entendimento de que a ação de indenização proposta


pelos sucessores não altera a competência da Justiça do Trabalho;

- Enunciado FONAJEF 187: São da competência da Justiça Federal os


pedidos de benefícios ajuizados por segurados especiais e seus
dependentes em virtude de acidentes ocorridos nessa condição
(Aprovado no XIV FONAJEF).
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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Reconhecimento de união estável para obtenção de benefício

- Quando a pretensão deduzida na inicial envolve a concessão de


benefício previdenciário, a competência para processar e julgar a
demanda pertence à Justiça Federal, ainda que o referido juízo
precise enfrentar a caracterização da união estável como prejudicial,
de forma lateral (STJ – Ccomp 126.489/RN – 2013. Mesmo sentido
STF);

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Competência delegada

Art. 109, §§ 3º e 4º, CF - Serão processadas e julgadas na justiça


estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas
em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se
verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam
também processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre


para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de
primeiro grau.

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Competência delegada

- Súm. 689, STF: O segurado pode ajuizar ação contra a instituição


previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas Varas
Federais da capital do Estado-membro.

-Joaquim reside no município de Areia Branca. Onde poderá ajuizar


ação previdenciária?

R.: Na Justiça Estadual de Areia Branca, na Justiça Federal com sede


em Mossoró, pois possui jurisdição sobre Areia Branca, além da
Justiça Federal de Natal, capital.

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Mandado de segurança

- Compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de


segurança impetrado contra ato de autoridade previdenciária, ainda
que localizada em comarca do interior – STJ;

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Juizado especial federal

- Até 60 salários mínimos (L. 10.259/2001);

-Valor do salário mínimo apurado na data da propositura da ação


(Enunciado FONAJEF nº 15);

- Trata-se de competência absoluta pelo valor da causa (STJ e TRFs);

- Valor da causa = parcelas vencidas + 12 parcelas vincendas


(prestação anual) – Art. 292, §§ 1º e 2º, CPC (STJ e FONAJEF);

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Juizado especial federal

- Litisconsortes ativos: o valor da causa deverá ser calculado por


autor (Enunciado nº 18, FONAJEF);

- Possibilidade de renúncia expressa (tácita não é possível) quando o


conteúdo econômico da demanda ultrapassar o limite de
competência do JEF (Súmula 17, TNU);

- No caso das parcelas vincendas ultrapassarem o limite do JEF, não


caberá renúncia (Enunciado nº 17, FONAJEF);

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Ação Regressiva

- Nos casos de negligência quanto às normas padrão de


segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção
individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação
regressiva contra os responsáveis. (art. 120, L. 8.213/91);
- Competência da Justiça Federal.

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Tutela antecipada

Posição STJ (Corte especial – EREsp 1.086.154/RS – 2013):


- Se a tutela for reformada em segundo grau, é cabível a repetição;

- Se a tutela for confirmada em segundo grau, sendo reformada


apenas em sede de recurso excepcional (recurso extraordinário,
especial ou pedido de uniformização), não é cabível a repetição.

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Anotações gerais

- O STJ tem entendimento consolidado de que, em matéria


previdenciária, deve-se flexibilizar a análise do pedido contido
na PI, não entendido como julgamento extra ou ultra petita a
concessão de benefício diverso do requerido na inicial, desde
que o autor preencha os requisitos legais do benefício
deferido.

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Anotações gerais

-A TNU firmou a tese de que a concessão judicial de benefício


previdenciário não impede a revisão administrativa pelo INSS, na
forma prevista em norma regulamentadora, mesmo durante o curso
da demanda;

- É possível o recebimento de benefício por incapacidade durante


período em que houve exercício de atividade remunerada quando
comprovado que o segurado estava incapaz para as atividades
habituais na época em que trabalhou (Súmula 72, TNU).

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Processo Judicial Previdenciário - Competência
Anotações gerais – Termo inicial do benefício – Perícia judicial

A – Súmula 22, TNU: Se a prova pericial realizada em juízo dá conta


de que a incapacidade já existia na data do requerimento
administrativo, esta é o termo inicial do benefício assistencial;

B – Quando o início da incapacidade é posterior ao requerimento


administrativo e anterior ao ajuizamento da ação, o benefício deve
ser concedido a partir da citação;

C – Quando o início da incapacidade é posterior ao ajuizamento, o


benefício deve ser concedido a partir da data do início da
incapacidade.
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Processo Judicial Previdenciário - JEF
-Diferentemente do modelo recursal previsto para os Juizados
Especiais Estaduais, que prevê o cabimento de apenas três espécies
de recursos (o recurso inominado / ou apelação, os embargos de
declaração e o recurso extraordinário), nos Juizados Especiais
Federais são cabíveis cinco espécies de recurso:

- Recurso inominado: prazo de 10 dias, da sentença, encaminhado


ao juiz de 1º grau;

- Agravo de instrumento, interposto diretamente perante a Turma


recursal;

- Embargos de declaração;
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Processo Judicial Previdenciário - JEF
- Recurso extraordinário;

- Pedido de uniformização de interpretação de lei federal – PEDILEF


(art. 14 da Lei nº 10.259/2001), em três modalidades de
interposição: PU Regional, PU Nacional e PU para o STJ, este
equivalente ao recurso especial pela divergência
jurisprudencial;

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Processo Judicial Previdenciário - JEF
- Enunciado 58, FONAJEF: Excetuando-se os embargos de
declaração, cujo prazo de oposição é de cinco dias, os prazos
recursais contra decisões de primeiro grau no âmbito dos Juizados
Especiais Federais são sempre de dez dias, independentemente da
natureza da decisão recorrida.

- Enunciado 61, FONAJEF: O recurso será recebido no duplo efeito,


salvo em caso de antecipação de tutela ou medida cautelar de
urgência.

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Processo Judicial Previdenciário - JEF

Enunciado 175, FONAJEF: Por falta de previsão legal específica


nas leis que tratam dos juizados especiais, aplica-se, nestes, a
previsão da contagem dos prazos em dias úteis (CPC/2015, art.

219) (Aprovado no XIII FONAJEF).

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Processo Judicial Previdenciário - JEF
- Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência (TNU/CJF)
possui entendimento firmado no sentido de não ser qualquer
divergência apta a ensejar o incidente de uniformização de
jurisprudência, na medida em que o próprio caput do art. 14 da Lei
nº 10.259/2001 estabelece como sendo seu precípuo objetivo
pacificar interpretações divergentes entre Turmas Recursais sobre
questões de direito material.

-Sendo assim, questionamentos de natureza processual - atinentes


ao valor da causa, valor da execução, honorários advocatícios – não
dão ensejo ao pedido de uniformização de jurisprudência, embora
também decorram de interpretação de lei federal. 39
Processo Judicial Previdenciário - JEF
- Da mesma forma como ocorre no Recurso Especial pela alínea “c”,
III do art. 105 da Constituição Federal, dirigido ao Superior Tribunal
de Justiça, o incidente de uniformização de jurisprudência exige a
satisfação de requisitos específicos de admissibilidade e
conhecimento, como a semelhança de fato e de direito entre os
julgados trazidos a confronto e o cotejo analítico da divergência,
desde que a tese jurídica tenha merecido apreciação na primeira
instância, preenchido o requisito do “prequestionamento”, vedada a
denominada “tese jurídica inovadora”;

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Processo Judicial Previdenciário - JEF
- Os requisitos de admissão do incidente, além da existência de uma
questão de direito material e da divergência no modo de interpretá-la
pelas Turmas Recursais ou pela Turma Regional, há que se observar o
prazo recursal de dez (10) dias, dispensado o preparo recursal.

- A interposição do incidente se dará perante o Presidente da Turma


que proferiu a decisão atacada, o qual emitirá juízo de admissibilidade a
ser confirmado pelo Presidente da Turma Nacional de Uniformização.
Em se tratando de incidente instaurado de decisão proferida pela Turma
Regional de Uniformização, o juízo de admissibilidade primeiro é feito
pelo Coordenador-Regional dos JEFs (arts. 8º, §1º e 9º da Res.390/CJF).

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Pela atenção, obrigado!

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