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PLANO MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E

RECUPERAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA


DO MUNICÍPIO DE FAZENDA RIO GRANDE
PARANÁ

Fazenda Rio Grande


2015
Este documento foi elaborado com a assessoria de
Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, no
âmbito do Projeto: “ConBio: investindo em capacitação
como estratégia para conservação da Mata Atlântica”,
convênio FUNBio/TFCA 130/12.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL ................................................... 4
1.1 CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO .......................................................... 4
1.1.1 Localização e Inserção Regional e Microrregional ........................... 4
1.1.2 Histórico ............................................................................................... 6
1.1.3 Núcleos Urbanos existentes no território municipal ........................ 7
1.1.4 Estrutura Fundiária e Utilização da Terra no Município ................... 9
1.1.5 Áreas Protegidas dos Imóveis Rurais – Reservas Legais e Áreas
de Preservação Permanente ......................................................................... 12
1.1.6 Terras Públicas .................................................................................. 13
1.2 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO ...................................................... 1
1.2.1 Clima ..................................................................................................... 1
1.2.2 Geomorfologia ..................................................................................... 2
1.2.3 Geologia ................................................................................................... 3
1.2.4 Recursos minerais .................................................................................. 6
1.2.5 Solos ..................................................................................................... 6
1.2.6 Hipsometria.............................................................................................. 7
1.2.7 Caracterização Hidrológica............................................................... 10
1.2.7.1 SubBacia Rio Maurício ..........................................................................11
1.2.7.2 SubBacia Arroio Mascate ..................................................................... 12
1.2.7.3 SubBacia Ribeirão da Divisa ................................................................ 12
1.2.7.4 SubBacia Rio do Despique................................................................... 12
1.2.8 Qualidade das Águas Superficiais ....................................................... 15
1.2.9 Fisionomias Vegetacionais Originais .............................................. 17
1.2.10 Remanescentes de Vegetação Nativa .............................................. 18
1.2.11 Áreas de Risco e Seu Estado de Conservação ou Degradação .... 21
1.2.12 Áreas Verdes Urbanas, Atrativos Turísticos e Beleza Cênica........ 23
1.2.13 Árvores Nativas Relevantes e Viveiros Existentes no Município .. 26
1.2.14 Unidades de Conservação e Outras Áreas Definidas como
Prioritárias para Conservação ...................................................................... 27
1.2.15 Indicação dos Principais Vetores de Desmatamento ou
Degradação ..................................................................................................... 30
1.3 PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS ............................................. 31
1.3.1 Caracterização Socioeconômica ...................................................... 31
1.4 AVALIAÇÃO DOS PLANOS E PROGRAMAS INCIDENTES NO
MUNICIPIO ...................................................................................................... 33
1.4.1 Plano Diretor ...................................................................................... 35
1.4.2 Planos Setoriais ................................................................................. 35
1.4.3 Plano de Bacia Hidrográfica ............................................................. 36
1.4.4 Planos de Unidades de Conservação .............................................. 37
1.4.5 Planos Federais ou Estaduais ou Regionais com impacto sobre a
Mata Atlântica ................................................................................................. 37
1.5 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE GESTÃO DO MUNICÍPIO ............. 39
1.5.1 Gestão Ambiental .............................................................................. 39
1.5.2 Quadro Legal em Vigor ..................................................................... 42
2 DEFINIÇÃO DA VISÃO DE FUTURO ........................................................... 44
3 FORMULAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ....................................................... 47
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 50
ANEXO – OFICINA “ASSOCIAÇÃO DE CATADORES” ................................... 51
ANEXO – OFICINA “GRUPO TERCEIRA IDADE” ........................................... 54
ANEXO – OFICINA “VISÃO DE FUTURO” ...................................................... 59
INTRODUÇÃO

O bioma Mata Atlântica ocupava uma área de aproximadamente


1.315.460 km2 e estendia-se originalmente ao longo de 17 Estados (Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do
Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe,
Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí) (SOS Mata
Atlântica). Segundo o Ministério do Meio Ambiente os remanescentes de
vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de sua cobertura original e
encontram-se em diferentes estágios de regeneração. Sendo que, apenas
cerca de 7% estão bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares
(MMA).
Mesmo muito reduzida e fragmentada a Mata Atlântica possui uma
importância social, econômica e ambiental enorme. Com base nas estimativas
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2014, vivem em seu
domínio cerca de 145 milhões de brasileiros onde são gerados
aproximadamente 70% do PIB brasileiro. A Mata Atlântica regula o fluxo dos
mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, controla o equilíbrio
climático e protege escarpas e encostas das serras, alem de preservar um
patrimônio natural e cultural imenso e de apresentar belezas cênicas (MMA).
Alem disso, estima-se que na Mata Atlântica cerca de 20.000 espécies
vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas
endêmicas e ameaçadas de extinção. Em relação à fauna, os levantamentos já
realizados indicam que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370
espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de
350 espécies de peixes (MMA). Assim, a Mata Atlântica é considerada uma das
regiões mais ricas em biodiversidade do mundo e por isso é considerada como
Reserva da Biosfera pela UNESCO e Patrimônio Nacional pela Constituição
Federal de 1998.
Em se tratando de um bioma localizado em área que sofre uma grande
pressão antrópica, faz-se necessário a criação de políticas publicas para a
proteção e recuperação deste importante bioma. Assim, a Lei Federal n.
11.428, de 22 de dezembro de 2006, conhecida como Lei da Mata Atlântica,

1
abre a possibilidade dos municípios, cujo território está total ou parcialmente
inserido neste bioma, atuem proativamente na defesa, conservação e
recuperação da vegetação nativa da Mata Atlântica. Sendo que o artigo 38
desta Lei institui o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata
Atlântica (PMMAt), que deve ser devidamente aprovado pelo Conselho
Municipal de Meio Ambiente. Ainda, o Decreto Federal que regulamenta a Lei
da Mata Atlântica, no capítulo XIV, apresenta o que deve conter no PMMAt.

CAPITULO XIV
DO PLANO MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA MATA
ATLÂNTICA
Art. 43. O plano municipal de conservação e recuperação da Mata Atlântica, de
o
que trata o art. 38 da Lei n 11.428, de 2006, deverá conter, no mínimo, os
seguintes itens:
I - diagnóstico da vegetação nativa contendo mapeamento dos remanescentes
em escala de 1:50.000 ou maior;
II - indicação dos principais vetores de desmatamento ou destruição da
vegetação nativa;
III - indicação de áreas prioritárias para conservação e recuperação da
vegetação nativa; e
IV - indicações de ações preventivas aos desmatamentos ou destruição da
vegetação nativa e de conservação e utilização sustentável da Mata Atlântica
no Município.
Parágrafo único. O plano municipal de que trata o caput poderá ser elaborado
em parceria com instituições de pesquisa ou organizações da sociedade civil,
devendo ser aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Assim, em parceria com a Mater Natura, através do projeto “Conbio:


Investindo na Capacitação como Estratégia para a Conservação da Mata
Atlântica” o Município de Fazenda Rio Grande/PR realizou o seu PMMAt.
Para elaboração do PMMAt foi utilizado o Roteiro para a elaboração dos
Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica 2013, 1ª
edição, da Série Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente , número 48.
Este roteiro tem como apoio o projeto “Proteção da Mata Atlântica II”,
coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, no contexto da Cooperação
Técnica e Financeira Brasil-Alemanha, no âmbito da Iniciativa Internacional de
Proteção ao Clima (IKI) do Ministério do Meio Ambiente, da Proteção da
Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha (BMU).
O Plano teve inicio através da capacitação técnica para elaboração e
gestão de projetos dos diferentes atores envolvidos na conservação da Mata
Atlântica pela Mater Natura. Após, foi apresentado o projeto para o Conselho

2
Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Fazenda Rio Grande e assim,
iniciou-se o levantamento de dados para Diagnóstico da situação atual.
Para realizar uma construção participativa com a sociedade foram
desenvolvidas oficinas de planejamento com a Associação de Catadores
Comunidade Unida de Fazenda Rio Grande, e com o Grupo Melhor Idade.
Também foi realizada a oficina visão de futuro com alguns técnicos da
Prefeitura.

3
1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL

1.1 CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

1.1.1 Localização e Inserção Regional e Microrregional

O município de Fazenda Rio Grande pertence à região metropolitana de


Curitiba, a qual é composta por 29 municípios, sendo eles: Adrianópolis,
Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiuva do Sul,
Campina Grande do Sul, Campo do Tenente, Campo Largo, Campo Magro,
Cerro Azul, Colombo, Contenda, Curitiba, Doutor Ulysses, Fazenda Rio
Grande, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Piên, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras,
Quitandinha, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos Pinhais, Tijucas do
Sul e Tunas do Paraná.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a
Região Metropolitana possui 3.168.980 habitantes numa área de 15.419 km².
Esta população cresceu 3,5 vezes mais desde a década de 70, que passou de
907 mil habitantes para os atuais 3,2 milhões de habitantes.
Os municípios da RMC concentram 64% do total da população urbana
do Estado. A população feminina representa 51,4% do total enquanto a dos
homens é representada por 48,6% (IBGE, 2010).
De acordo com os dados de população obtidos pelo IBGE, o Município
vem apresentando um grande crescimento populacional em torno de 29% nos
últimos 10 anos.
Fazenda Rio Grande com 115,377 km2, está inserido na Mesorregião
Metropolitana de Curitiba, no Estado do Paraná (Figura 1), a uma latitude
25°39'27”sul e longitude 49°18'29” oeste, a 910 metros acima do nível do mar
(IPARDES, 2015a - cadernos; IPARDES, 2015b - perfil).

4
Figura 1 - Localização de Fazenda Rio Grande na Mesorregião de Curitiba, no Estado do
Paraná. Fonte: ITCG, 2015

Segundo o IBGE (2014) o município pertence à Microrregião de Curitiba


e faz parte da Região Metropolitana de Curitiba, tendo como municípios
limítrofes: Mandirituba, Araucária, Curitiba e São José dos Pinhais (Figura 2).

Figura 2 - Localização do Município de Fazenda Rio Grande na Região Metropolitana de


Curitiba. Fonte: os autores, 2015.

O principal acesso ao município que está situado a 35 km de Curitiba


(capital do Estado do Paraná), e se dá pela BR 116.

5
1.1.2 Histórico1

No início do século XVI existiam apenas terras indígenas na região,


sendo uma delas a aldeia “Capocu”, cujas terras pertenciam ao governo da 5ª
Comarca de São Paulo. Em 1800 surgiu, junto à fazenda “Capocu” outra
fazenda denominada “Rio Grande”, ou “Grande Rio”, porque se desenvolveu às
margens do Rio Iguaçu.
Esses dois povoados originados pelas duas fazendas, passaram a ser
denominados de Fazenda Rio Grande, que juntamente com outros povoados
desta região em 25 de julho de 1960, foram desmembrados de São José dos
Pinhais formando o Município de Mandirituba. Em 1981, por meio da lei 7521,
publicada no Órgão Oficial do Estado Nº 1.171, no dia 17 de novembro de
1981, assinado pelo então Governador Ney Braga, Fazenda Rio Grande
tornou-se Distrito Administrativo do Município de Mandirituba. A emancipação
de Fazenda Rio Grande se deve a um contexto socioeconômico específico,
que está atrelado ao crescimento da grande Curitiba ao final da década de 70.
A partir de 1975 com a quase erradicação da produção de café na
Região Norte do Paraná, houve um grande movimento de êxodo rural no
estado, o qual atraiu para a região metropolitana de Curitiba muitas pessoas. O
Município de Fazenda Rio Grande, começou a se tornar realidade em 15 de
setembro de 1989, por meio do Projeto de Lei nº 229/89, de autoria do
Deputado Estadual Aníbal Khury.
Em 26 de janeiro de 1990 é sancionada a Lei Estadual nº 9.213, pelo
então Governador Álvaro Fernandes Dias, nas dependências da Churrascaria
22, na presença de mais de três mil testemunhas, criando o município de
Fazenda Rio Grande. Hoje Fazenda Rio Grande caracteriza-se por ser um dos
municípios brasileiros que mais cresce, apresentando um crescimento
populacional na ordem de 10% ao ano, sendo sede de Comarca, desde 1999.
A instalação do Município ocorreu no dia 12 de abril de 1991, às 13:30 horas no
Fórum da Comarca de São José dos Pinhais, pelo então Juiz de Direito Dr.

1
Com base em: Fazenda Rio Grande, 2015

6
Raul Luiz Gutmann, e foi publicada no Diário da Justiça através do Decreto nº
360.

Datas comemorativas:

 Criação do município: 26 de janeiro de 1990;


 Instalação do município: 1 de janeiro de 1993
 Aniversário: 26 de janeiro
 Padroeiro: São Gabriel das Dores (27 de fevereiro)

1.1.3 Núcleos Urbanos existentes no território municipal

Os núcleos urbanos podem ser observados na Figura 3, na revisão do


novo plano diretor o município teve aumento do perímetro urbano, atualmente o
município possui 71,5% de área urbana, com 45,8% de sua área ocupada.

7
Figura 3 – Núcleos urbanos existentes no município. Fonte: os autores, 2014. Fonte: os
autores, 2015.

8
1.1.4 Estrutura Fundiária e Utilização da Terra no Município

Com base no censo agropecuário de 2006 do IBGE, o município de


Fazenda Rio Grande tem 183 proprietários com 3611 ha, 8 arrendatários com
54 ha, 16 ocupantes com 86 ha, totalizando 207 estabelecimentos com 3751
ha (Tabela 1).

Tabela 1 - Número / Área de estabelecimentos agropecuários (condição do produtor)


Condição do Produtor Área Estabelecimentos
0,1 a 0,2 ha 1
0,2 a 0,5 ha 8
0,5 a 1 ha 10
1 a 2 ha 13
2 a 3 ha 14
3 a 4 ha 7
4 a 5 ha 14
Proprietário
5 a 10 ha 45
10 a 20 ha 40
20 a 50 ha 24
50 a 100 ha 3
100 a 200 ha 2
200 a 500 ha 1
500 a 1000 ha 1
TOTAL (área) 183 (3611 ha)
1 a 2 ha 1
2 a 3 ha 1
3 a 4 ha 1
Arrendatário
4 a 5 ha 1
5 a 10 ha 2
10 a 20 ha 2
TOTAL (área) 8 (54 ha)
0,1 a 0,2 ha 1
0,2 a 0,5 ha 1
0,5 a 1 ha 1
1 a 2 ha 1
Ocupante 2 a 3 ha 2
3 a 4 ha 1
4 a 5 ha 2
5 a 10 ha 4
10 a 20 ha 3
TOTAL (área) 16 (86 ha)
TOTAL GERAL (área) 207 (3751 ha)
FONTE: IBGE - Censo Agropecuário 2006
NOTA: A soma das parcelas da área, não corresponde ao total porque os dados das Unidades
Territoriais com menos de três informantes estão desindentificados com o caracter 'x'. Dados
revisados e alterados após divulgação da 2ª Apuração do Censo Agropecuário 2006, em
outubro de 2012.

9
Segundo relatório do Instituto Ambiental do Paraná - IAP, com base nos
índices divulgados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
INCRA, que trata sobre módulos fiscais dos municípios do estado do Paraná
em hectares, o município de Fazenda Rio Grande tem como a unidade do
módulo fiscal,12 hectares. Através da classificação da Lei Federal n. 8.629, de
25 de fevereiro de 1993, que dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos
constitucionais relativos à reforma agrária:
 Pequena propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e
4 (quatro) módulos fiscais;
 Média propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 4 (quatro) e
15 (quinze) módulos fiscais;
 Grande propriedade: imóvel rural de área superior a 15 (quinze) módulos
fiscais.
Fazendo um comparativo aproximado da Tabela 1 com a classificação
da Lei Federal n. 8.629/1993 e do Decreto Federal n. 55.891/1965, temos:
 De 01 a 10 ha com 112 estabelecimentos - 63,3% do total (minifúndio -
Decreto Federal n.55.891, de 31 de março de 1965 - Estatuto da Terra);
 De 10 a 50 ha com 69 estabelecimentos - 33,3% do total (pequena
propriedade);
 De 50 a 200 ha com 5 estabelecimentos - 2,4% do total (média
propriedade);
 Maior que 200 ha com 2 estabelecimentos - 1% do total (grande
propriedade).

A Tabela 2 apresenta a relação por divisão de áreas e se as mesmas


são ou não de agricultura familiar.

Tabela 2 - Número / Divisão por Área de estabelecimentos agropecuários (agricultura familiar)


Condição do
Área Categoria Unidade
Produtor
Agricultura não familiar -
0 a 0,1 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) -
Agricultura não familiar -
Proprietário 0,1 a 0,2 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 1
Agricultura não familiar -
0,2 a 0,5 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 9

10
Agricultura não familiar -
0,5 a 1 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 10
Agricultura não familiar -
1 a 2 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 13
Agricultura não familiar -
2 a 3 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 17
Agricultura não familiar 1
3 a 4 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 7
Agricultura não familiar 1
Cooperativa 1 a 2 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) -
Instituição de utilidade Agricultura não familiar 1
0,5 a 1 ha
pública Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) -
Agricultura não familiar -
0,1 a 0,2 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 1
Agricultura não familiar -
Outra condição 1 a 2 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 1
Agricultura não familiar 1
3 a 4 ha
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) -
Agricultura não familiar 4
TOTAL
Agricultura familiar (Lei n.11.326/2006) 59
FONTE: IBGE - Censo Agropecuário 2006

Segundo o Relatório sobre o Cadastro Ambiental Rural do IAP, até o final


de outubro de 2015, o município de Fazenda Rio Grande apresentava 151
imóveis cadastrados, perfazendo uma área de 2.688,40 ha, com um percentual
de cobertura de 23,04%.
Ainda, sobre a utilização da terra, segundo o censo agropecuário 2006
do IBGE, Fazenda Rio Grande apresenta os seguintes dados:

Tabela 3 – Número / Área de estabelecimentos agropecuários (utilização da terra)


Utilização da Terra Estabelecimentos Área (ha)
Lavouras - permanentes 28 111
Lavouras - temporárias 160 1158
Lavouras - área plantada com
7 12
forrageiras para corte
Lavouras - área para cultivo de flores 1 x
Pastagens - naturais 63 492
Pastagens - plantadas degradadas 4 4
Pastagens - plantadas em boas
18 154
condições
Matas e/ou florestas - naturais
destinadas à preservação permanente 71 491
ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais
(exclusive área de preservação
80 842
permanente e as em sistemas
agroflorestais)

11
Matas e/ou florestas - florestas
7 23
plantadas com essências florestais
Sistemas agroflorestais - área cultivada
com espécies florestais também usada 34 120
para lavouras e pastejo por animais
Tanques, lagos, açudes e/ou área de
águas públicas para exploração da 68 62
aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 161 194
Terras degradadas (erodidas,
2 x
desertificadas, salinizadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura
ou pecuária (pântanos, areais, 32 81
pedreiras, etc.)
TOTAL 736 3744
FONTE: IBGE - Censo Agropecuário 2006

1.1.5 Áreas Protegidas dos Imóveis Rurais – Reservas Legais e Áreas de


Preservação Permanente

a. Reservas Legais

Segundo o Censo Agropecuário 2006, na categoria utilização da terra -


matas e/ou florestais naturais destinadas à preservação permanente ou reserva
legal, a quantidade de estabelecimentos para o município de Fazenda Rio
Grande foi de 71 com um total de 491 hectares (Tabela 3 - Capítulo 1.1.4
Estrutura Fundiária e Utilização da Terra no Município).
Esta categoria compreende as áreas utilizadas como reserva mínima ou
para proteção ambiental ou fins científicos e biológicos (Resultados
Preliminares – Censo Agropecuário 2006).

b. Áreas de Preservação Permanente

O município apresenta maior rede de drenagem na área urbana, próximo


ao rio Iguaçu, onde os rios apresentam a foz.
O município apresenta em torno de 34,20 km² de área de proteção
permanente, porém não há estudos sobre a qualidade e necessidade de
enriquecimento ou recuperação dessas áreas.

12
No caso de rios urbanos é possível avaliação visual, destacando que a
necessidade de criação de projetos socioambientais para remoção de moradias
irregulares e desenvolvimento de projetos para recuperação da área de
preservação permanente.
Em análise visual observa-se que os rios existentes em propriedades
rurais, apresentam Áreas de Preservação Permanente em melhores condições
de conservação e cumprindo sua função ecológica.

1.1.6 Terras Públicas

O município de Fazenda Rio Grande possui aproximadamente 1.748.981


m² de área pública municipal e 49.055m² de área estadual (Figura 4).

13
Figura 4 – Área de Preservação Permanente de Fazenda Rio Grande. Fonte: os autores, 2015.

14
Figura 4 – Relação de Terras Públicas. Fonte: os autores, 2015.

1
1.2 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO

1.2.1 Clima

O clima da Fazenda Rio Grande é subtropical úmido mesotérmico


caracterizado por ser úmido, com verões frescos e geadas severas no inverno.
Segundo a classificação de Köppen é mesotérmico com verões frescos com
geadas severas e sem estação seca. A temperatura média varia de 15° à 18°C,
sendo as menores temperaturas em julho e maiores nos meses de janeiro à
março.
Com base nos dados obtidos pela estação meteorológica do Instituto
Agronômico do Paraná - IAPAR, localizada no município da Lapa, durante o
período de 1989 à 2013, as temperaturas média máxima é 23°C e a
temperatura mínima é de 13°C para a região, com invernos e verões bem
definidos (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Temperaturas máximas e mínimas mensais no período de 1989 à 2013. Fonte:


IAPAR, Estação Lapa, código: 02549091, Latitude 25.47 S e Longitude 49.46 W e altitude de
910m, dados coletados no período de 1989 à 2013.

Observando-se os dados apresentados no Gráfico 2, percebe-se que


município possui chuvas bem distribuídas ao longo de todos os meses do ano,
com precipitação anual média variando entre 1100 à 1500 mm. As estações
mais úmidas são primavera e verão com valores mensais variando entre
208,1mm em janeiro (verão) e 92,7mm em maio (inverno).

1
Gráfico 2 – Precipitação mensais média no período de 1989 à 2013.
Fonte: IAPAR, Estação Lapa, código: 02549091, Latitude 25.47 S e Longitude 49.46 W e
altitude de 910m, dados coletados no período de 1989 à 2013.

A Umidade relativa do ar está na faixa de 75 à 90%. Apresenta ventos


com direção predominantemente para o leste com velocidade variando de 2 à
5m/s.

1.2.2 Geomorfologia

De acordo com o Atlas Geomorfológico do Estado do Paraná, elaborado


pela MINEROPAR (2006), o estado do Paraná é subdividido em três unidades
morfoestruturais, que são:

 Cinturão Orogênico do Atlântico,


 Bacia Sedimentar do Paraná e
 Bacias Sedimentares Cenozóicas e Depressões Tectônicas.

O município de Fazenda Rio Grande está situado nas seguintes


unidades morfoestruturais: Cinturão Orogênico do Atlântico e Bacias
Sedimentos Cenozóicas e Depressões Tectônicas, representadas pelas
seguintes unidades morfoesculturais: Primeiro Planalto Paranaense e
Planícies. Mais especificamente são representados pelas seguintes
subunidades morfoesculturais: Planalto de Curitiba, Planalto do Alto Iguaçu e
Planícies Fluviais.

2
 Planalto de Curitiba: Situado no Primeiro Planalto Paranaense,
apresenta dissecação média, As formas predominantes são topos
alongados e aplainados, vertentes convexas em “V”;
 Planalto do Alto Iguaçu: Situada no Primeiro Planalto Paranaense,
apresenta dissecação baixa. As formas predominantes são topos
alongados e aplainados, vertentes convexas articulando‐se às planícies
fluviais mediante rampas suaves, vales em “V”, modeladas em
sedimentos da Formação Guabirotuba e litologias do Complexo
Gnáissico Migmatítico;
 Planícies Fluviais: unidade morfoestrutural Bacias Sedimentares
Cenozóicas e Depressões Tectônicas. São terrenos planos a
sub‐horizontais, englobando a planície de inundação do rio Iguaçu e
seus afluentes e os terraços colúvio‐aluvionares (terrenos situados
alguns metros acima da planície de inundação adjacente). São
constituídas por sedimentos holocênicos, com o lençol freático aflorante
ou muito próximo à superfície.

1.2.3 Geologia

O município de Fazenda Rio Grande encontra-se inserido na área


geologicamente denominada de Escudo Paranaense, que são os terrenos mais
antigos do estado, e encontram-se assentados sobre rochas do Complexo
Gnáissico-Migmatítico (Arqueano - Proterozóico Inferior), cortadas por diques
de rochas ígneas de composição básica do Jurássico-Cretáceo. Recobrindo
tais rochas, ocorrem os sedimentos pliocênicos a pleistocênicos da Bacia
Sedimentar de Curitiba (Formação Guabirotuba e Tingüis), além dos
sedimentos inconsolidados correspondentes a depósitos aluvionares do
Holoceno (Figura 5).
De acordo com a carta SG 22 X D, Folha Curitiba, o município apresenta
as seguintes características geológicas:

3
Tabela 4 – Características Geológicas do município de Fazenda Rio Grande
DESCRIÇÃO DAS UNIDADES
CRONOLOGIA FORMAÇÃO
LITOESTRATIGRÁFICAS
Qha - Sedimentos de deposição fluvial (aluviões), com
Sedimentos areias, siltes, argilas e cascalhos, depositados em
Quarternário Recentes canais, barras e planícies de inundação. Aluviões
Holoceno indiferenciados (areias, argilas e cascalhos)
Formação
QPg - Argilas, arcósios, areias e cascalhos
Guabirotuba
Complexo
Metamófico APImgl - Migmatitos leptiníticos.
Arqueano Indiferenciado
Proterozóico APImgm - Migmatitos oftálmicos, com paleosoma de
Inferior Complexo
biotita gnaisse,
Gnáissico-
biotita-hornblenda gnaisse e hornblenda gnaisse,
Migmatítico
localmente com quartizitos
Fonte: MINEROPAR

4
Figura 5 – Mapa Geológico do município de Fazenda Rio Grande. Fonte: os autores, 2015.

5
1.2.4 Recursos minerais

As ocorrências minerais na área em estudo limitam‐se a depósitos de


areia e argila em várzeas ao longo do rio Iguaçu e alguns de seus afluentes.
Estes sedimentos aluvionares associados às várzeas do rio Iguaçu são
representados geralmente por uma camada argilosa na porção superior e uma
camada arenosa na base. Secundariamente, tem‐se ocorrência de saibro e
potencialidade para brita nas rochas de composição gnáissico‐migmatítica
(Plano Diretor de Mineração para a Região Metropolitana de Curitiba, 2004).

1.2.5 Solos

De acordo com os levantamentos realizados pelo ITCG – Instituto de


Terras, Cartografias e Geociências e Embrapa Solos, o município de Fazenda
Rio Grande possui três classes de solos, definidas como:

1. Argissolo Vermelho Amarelos Distróficos – Pva 20


Associação Argissolo Vermelho – Amarelo Distrófico Câmbico + Argiloso
Vermelho Amarelo Distrófico Típico
Classe de solo presente em todo o território nacional, ocorrem em relevos mais
acidentados e dissecados. Segundo EMBRAPA, 1999, caracterizam-se por
apresentarem gradiente textural, com horizontes separados por cor, estrutura e
textura. Apresentam textura média argilosa, porosidade total baixa a média e
densidade aparente com valores compreendidos entre 1,32 g e 1,63 g/cm3.
Quanto à saturação por bases, há uma grande variação, ocorrendo solos
eutróficos, V > 50%, distróficos, V < 50%, e também álicos, nos quais a
saturação com alumínio trocável é maior que 50%. De forma geral os
Argissolos são muito suscetíveis à erosão e de baixa fertilidade.

2. Gleisssolo Melânico Insdiscriminado – HG 2


Classe de solos hidromórficos, que ocorrem em relevo plano de várzea,
desenvolvidos com sedimentos recentes não consolidados, argiloso, De acordo
com EMBRAPA, 1999, apresentam horizonte A escuro relativamente espesso,
com camada de cor acidentada com ou sem mosqueado ou variegado.

6
Possuem alto teor de matéria orgânica, alta capacidade de troca de cátions,
são solos mal à muito mal drenados, pois dependem da influencia do lençol
freático próximo a superfície.

3. Latossolos Vermelhos Distróficos – Lva 12


Associação Latossolo Bruno Distrófico Típico + Cambissolo Háplico Tb
Distrófico Típico, álico.
Solos profundos porosos ou muitos porosos de coloração vermelha devido aos
altos teores de óxidos de ferro presentes no material originário em ambientes
bem drenados. Solos distróficos apresentam baixa fertilidade com baixa
saturação de bases, solos argilos e resistentes a erosão laminar devido suas
características físicas, permeabilidade e porosidade quando em condições
naturais ou bem manejados.

A Figura 6 mostra o Mapa Simplificado de Solos do município de


Fazenda Rio Grande.

1.2.6 Hipsometria

A altitude do município varia de 877 à 978m, sendo as regiões mais


baixas próximas ao rio Iguaçu, a rede de drenagem alimenta as 4 sub-bacias
existentes no município e em direção ao rio Iguaçu.
As áreas com maiores valores hipsométricos encontram-se na área de
manancial, isto é, área rural do município, conforme pode ser observado na
Figura 7.

7
Figura 6 – Mapa Simplificado de Solos do município de Fazenda Rio Grande. Fonte: os autores, 2015.

8
Figura 7 – Mapa hipsométrico do município de Fazenda Rio Grande. Fonte: os autores, 2015.

9
1.2.7 Caracterização Hidrológica

O município de Fazenda Rio Grande está inserido dentro da bacia


hidrográfica do Alto Iguaçu, que faz parte da bacia do Iguaçu, e que por sua
vez integra a bacia do Paraná. A Figura 8 demonstra a localização da bacia do
Alto Iguaçu no contexto das bacias maiores.

Figura 8 – Bacia do Rio Paraná e Bacio do Rio Iguaçu. Fonte: ANA, 2001.

A bacia hidrográfica do Iguaçu possui uma área total de 54.820,4 Km²


(SEMA, 2007 apud SEMA, 2013), cerca de 28% da área total do estado, sendo
dividida nas seguintes unidades hidrográficas de gestão de recursos hídricos,
de acordo com a Resolução nº 49/2006/CERH/PR: Baixo Iguaçu, Médio Iguaçu
e Alto Iguaçu, esta última agrupada à Bacia do Ribeira.
A bacia do Alto Iguaçu insere-se numa zona compreendida pela Serra do
Mar e a escarpa Devoniana, e apresenta diferentes regiões morfológicas. O rio
Iguaçu é considerado o maior rio totalmente paranaense, formado pelo
encontro dos rios Irai e Atuba na parte leste do município de Curitiba, divisa
com o município de Pinhais. Os referidos rios são originados na borda ocidental

10
da Serra do Mar, seguindo seu curso de 1320 km cruzando os três planaltos
paranaenses até desaguar no Rio Paraná (SEMA 2013).
A Unidade Aquífera do Alto Iguaçu, na região de Curitiba ocorrem as
unidades Guabirotuba e Karst, a norte da Capital. Pode-se dizer que a
qualidade da água do rio Iguaçu possui grande potencial de contaminação por
“run-off” agrícola e Região Metropolitana de Curitiba a contaminação está na
concentração de industrias com alto potencial contaminante.
Para gestão desta unidade hidrográfica foi criado em 2005 o Comitê da
bacia do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira. Este comitê possui área de
abrangência de aproximadamente 5.870km², incluindo as seguintes bacias:
bacia do rio Açungui (1.285km²), bacia do rio Capivari (955km²), bacia do Alto
Iguaçu (3.638km²). Além da área de abrangência do Comitê, a área
contemplada no Plano de Bacia contempla algumas bacias que vem sendo
objeto de estudos como futuros mananciais de abastecimento da RMC. São
elas: a bacia do Rio da Várzea (1.989km²), a bacia incremental do rio Açungui
(427km²). Desta forma, a área total de abrangência compreende cerca de
8.290km² (ÁGUAS PARANÁ, 2007).
De acordo com o Plano da Bacia elaborado pelo Comitê, a área que
compreende a bacia do Alto Iguaçu é subdividida em 30 subBacias, tendo
como eixo-tronco os principais afluentes do rio Iguaçu. No município de
Fazenda Rio Grande estão inseridas as subbacias do Rio Mauricio, do Arroio
Mascate, Ribeirão da Divisa e do Rio do Despique, que são representados no
mapa hidrológico deste capítulo. Ainda fazem parte deste contexto as
subBacias do Rio Moinho e do Rio Cotia.

1.2.7.1 SubBacia Rio Maurício

O rio Maurício é afluente pela margem esquerda do rio Iguaçu. A sua


subBacia hidrográfica abrange uma extensão territorial de cerca de 135 km²,
sendo que está localizada nos municípios de Fazenda Rio Grande, Mandirituba
e Araucária (PDD, 2008).
A maior parte da área da bacia é de uso predominantemente rural,
estando urbanizada a área de cabeceira do seu afluente pela margem
esquerda, o rio dos Patos, na região onde se localiza a cidade de Mandirituba,

11
e mais a jusante, em áreas da margem esquerda do rio Maurício, onde ocorrem
pequenos núcleos urbanos do município de Fazenda Rio Grande (PDD, 2008).

1.2.7.2 SubBacia Arroio Mascate

O Arroio Mascate é o afluente da margem esquerda do rio Iguaçu.


Segundo o Plano Municipal de Drenagem - PDD (2008) a subBacia do Arroio
Mascate abrange uma extensão territorial de cerca de 24 km², estando
totalmente localizada no município de Fazenda Rio Grande.
A urbanização da bacia do Arroio Mascate é relativamente recente, a
densidade demográfica média atual é de cerca de 9 hab./ha. Ocorrem na
subBacia algumas ocupações irregulares (invasões), sendo que a maior
concentração esta localizada nas áreas de risco de inundação (PDD, 2008).

1.2.7.3 SubBacia Ribeirão da Divisa

O Ribeirão da Divisa é afluente do rio Iguaçu pela margem esquerda, a


sua bacia hidrográfica totalmente inserida no município de Fazenda Rio
Grande, abrange uma extensão territorial de cerca de 20,5 km² (PDD, 2008).
Nas regiões da cabeceira da subBacia e ao longo da margem direita do
Ribeirão da Divisa, predomina o uso rural do solo. Já na parte mais a jusante, e
ao longo da margem direita do ribeirão, a subBacia é ocupada por áreas
urbanizadas pertencentes ao município. De acordo com o PDD (2008) os
pontos críticos de inundação estão localizados em áreas ribeirinhas
urbanizadas e/ou ocupadas, principalmente quando o ribeirão atravessa as
ruas Polônia, Finlândia e Paraguai.

1.2.7.4 SubBacia Rio do Despique

O Rio do Despique é afluente da margem esquerda do rio Iguaçu com


uma subBacia de contribuição com área de aproximadamente 75 km²
(SUDERHSA, 2000).
Segundo ANDREOLI et al. (1999) a subBacia do Rio do Despique tem
uma importância estratégica, pois suas cabaceiras encontram-se em posição

12
topograficamente adequada para receber um aporte de 1.000 l/s de água
proveniente da bacia do rio da Várzea. Por está razão, localização e
características de uso e ocupação do solo desta região, o rio do Despique,
juntamente com os rios Passaúna e Miringuava integram o sistema de
abastecimento de água de Curitiba e parte da região metropolitana. A vazão
total de captação dos três mananciais é de 9.371m³/h, no momento, mas a
capacidade de produção é maior, sendo que 600m³/h, aproximadamente, são
disponibilizados para o município de Fazenda Rio Grande. (PMSab, 2013).

13
Figura 9 – Mapa Hidrológico do município de Fazenda Rio Grande. Fonte: os autores, 2015.

14
1.2.8 Qualidade das Águas Superficiais

Segundo a Resolução nº 04/2013 do Comitê das Bacias do Alto Iguaçu e


Afluentes do Alto Ribeira, o enquadramento dos corpos de água superficiais,
inseridos no município de Fazenda Rio Grande são apresentados na Tabela 5.

Tabela 5 – Enquadramento dos corpos do município de Fazenda Rio Grande / PR.

CORPOS
DESCRIÇÃO MUNICÍPIOS CLASSE
DE ÁGUA

Do ponto de captação da SANEPAR, nas


Fazenda Rio Grande,
Rio Cotia coordenadas UTM 7.161.281 N e 679.864 3
São José dos Pinhais
E, até a sua foz

De sua nascente até o ponto de captação São José dos Pinhais,


Rio do
nas coordenadas UTM 7.162.302 N e Fazenda Rio Grande, 2
Despique
674.841 E. Mandirituba

Do ponto de captação nas coordenadas São José dos Pinhais,


Rio do
UTM 7.162.302 N e 674.841 E, até sua Fazenda Rio Grande, 3
Despique
foz. Mandirituba

Rio Moinho De sua nascente até sua foz. Fazenda Rio Grande 3

Ribeirão da
De sua nascente até sua foz. Fazenda Rio Grande 4
Divisa

Arroio
De sua nascente até sua foz. Fazenda Rio Grande 4
Mascate

De sua nascente até a futura barragem da


Mandirituba,
Rio Maurício SANEPAR nas coordenadas UTM 2
Fazenda Rio Grande
7.153.461N e 669.481E.

A jusante da futura barragem da Mandirituba,


Rio Maurício SANEPAR, nas coordenadas UTM Fazenda Rio Grande, 3
7.153.461N e 669.481E, até sua foz. Araucária
Fonte: COALIAR, 2013.

Para definição destas classes a Resolução do CONAMA n. 357/2005


define da seguinte forma:

“CAPÍTULO II - DA CLASSIFICAÇÃO DOS CORPOS DE


ÁGUA
Seção I - Das Águas Doces
Art. 4º As águas doces são classificadas em:
I - classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com
desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades
aquáticas; e,

15
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades
de conservação de proteção integral.
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após
tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação,
esqui aquático e mergulho, conforme
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e
de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que
sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras
Indígenas.
III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação,
esqui aquático e mergulho, conforme Resolução
CONAMA nº 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de
parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os
quais o público possa vir a ter contato direto; e
e) à aquicultura e à atividade de pesca.
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e
forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.
V - classe 4: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.”

O diagnóstico de qualidade da água realizado no Plano de Despoluição


Hídrica da bacia do Alto Iguaçu constatou que a maior parte dos cursos de
água na bacia encontra-se na Classe 4 ou pior que Classe 4. Entre as
principais causas da deterioração da qualidade da água na bacia se destacam
os efluentes domésticos e industriais. Estes resultados foram confirmado pelo
Projeto Bacias Críticas, que mostra que o nível necessário de remoção de
carga, em termos de matéria orgânica, para se alcançar os padrões de
qualidade da água exigidos pelo enquadramento atual (Classe 2) ao longo de
toda a extensão do rio Iguaçu é da ordem de 95% (ÁGUAS PARANÁ, 2007).
O Projeto Bacias Críticas também fornece o diagnóstico de qualidade da
água dos principais afluentes do rio Iguaçu. A Tabela 6 apresenta um resumo
da situação atual de qualidade da água destes afluentes, em termos de DBO,
para o ano de 2005 e vazão de referência de 95% de permanência. Os valores
de concentração de DBO mostrados referem-se aos valores máximo, mínimo e

16
médio do perfil de concentração de DBO ao longo de cada afluente estudado
(ÁGUAS PARANÁ, 2007). Os valores limites de DBO são iguais ou inferiores 5
mg/l para Classe 2 e 10 mg/l para Classe 3, conforme Resolução CONAMA
357/2005.

Tabela 6 – Concentrações de DBO nos afluentes inseridos no município de Fazenda Rio


Grande para a vazão de 95% de permanência em 2005.
CORPOS D’ÁGUA CONCENTRAÇÃO DBO (MG/L)
(MARGEM ESQUERDA) MÉDIO MÍNIMO MÁXIMO
Rio Maurício 11 5 28
Arroio Mascate 75 2 167
Rio Cotia 6 4 7
Rio do Despique 5 4 7
Ribeirão da Divisa 122 9 201
Fonte: adaptado de projeto bacias críticas – relatório parcial n. 12/2006 – UFPR/USP (2007)
apud ÁGUAS PARANÁ (2007).

Os resultados acima descritos mostram que os rios Mascate e Divisa


possuem condições de qualidade da água muito inferior aos rios Maurício,
Cotia e Despique. Isto se deve ao reflexo do efeito de avanço da mancha de
ocupação urbana. Os rios Maurício, Cotia e Despique estão mais preservados
em termos de qualidade da água, pois na maior parte de sua área de
contribuição não presença de processo de aceleração de uso e ocupação do
solo. Entretanto, para que esta situação se mantenha, cabe ressaltar a
necessidade da forte atuação do Poder Público em termos de fiscalização e
gerenciamento do uso e ocupação do solo, de modo a minimizar os impactos
advindos da futura ocupação desta região.

1.2.9 Fisionomias Vegetacionais Originais

Possui unidade fitogeográfica característica do primeiro planalto com


fragmentos de floresta ombrófila mista, conhecida como “florestas de
araucárias” devido à dominância dessa espécie em grande número, as
principais espécies nativas que compõem essa paisagem são: O Pinheiro do
Paraná (A. Angustifolia) dispersa de forma esparsa, o qual compõe o estrato
superior no bosque, mas também aparecem de forma significativa a imbuia
(Ocotea porosa), a canela-amarela (Nectandra lanceolata), a canela-preta
(Nectandra megapotamica), a guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa),

17
erva-mate (Ilex paraguariensis), canela-lageana (Ocotea pulchella), canela-
amarela (Nectandra lanceolata), canela-guaicá (Ocotea puberula), pinheiro-
bravo (Podocarpus lambertii), pimenteira (Capsicodendron dinisii), e diversas
espécies de Myrtaceae e Aquifoliaceae. (CORADIN et al, 2011).

1.2.10 Remanescentes de Vegetação Nativa

De acordo com os relatórios da SOS Mata Atlântica, o município possui


7% de remanescentes florestais de 2013-2014, muitas áreas encontram-se em
estágio secundário de regeneração inicial, contendo no dossel Pinheiros do
Paraná, cedros, ipês, jerivás.
Apesar do município não possuir mapeamento próprio, de acordo com
os dados obtidos pelo Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica
da SOS Mata Atlântica, ainda possui outras áreas com remanescentes de
vegetação natural (Figura 10).
Ainda, com base nas informações obtidas do mapeamento feito pelo
IBGE em 2008, a cobertura dos remanescentes de mata atlântica no município
eram maiores se comparadas com os dados do Atlas dos Remanescentes
Florestais da Mata Atlântica da SOS Mata Atlântica (Figura 11).

18
Figura 10 – Remanescentes florestais de Mata Atlântica do município de Fazenda Rio Grande (SOS Mata Atlântica). Fonte: os autores, 2015.

19
Figura 11 – Remanescentes florestais de Mata Atlântica do município de Fazenda Rio Grande (IBGE). Fonte: os autores, 2015.

20
1.2.11 Áreas de Risco e Seu Estado de Conservação ou Degradação

O levantamento das áreas de risco, isto é, deslizamento, enchentes e


áreas sujeitas por alagamentos e inundações devido aos problemas de
escoamento de água pelas galerias pluviais, as quais podem ser
subdimensionadas, resultando em problemas com detritos ou assoreamento,
consequência do avanço da cidade sobre as regiões de várzea.
Com base em informações obtidas no Plano de Drenagem do Alto
Iguaçu, foram definidas as áreas de risco de inundações através de
simulações, observando os cenários atual, tendencial e períodos de retorno de
10 e 25 anos e assim definiu-se as áreas ribeirinhas inundáveis que são
ocupadas naturalmente pelo rio nas épocas de chuvas correspondentes aos
tempos estudados.
Com base em informações obtidas no Plano de Contingência Municipal
de Proteção e Defesa Civil de Fazenda Rio Grande, o qual apresenta
resultados das coletas de informações referentes ao ano de 2013, foram
observados alguns pontos de ocorrência de inundação com influência de rios
próximos, assim como áreas com risco de deslizamento, as quais são
caracterizadas por habitações precárias que foram construídas sobre a
encosta, onde nota-se a ausência de vegetação arbórea, e em alguns casos
com lixo e entulho.
Caso não sejam tomadas medidas protetivas para evitar a construção de
empreendimentos habitacionais, comerciais e/ou industriais, os alagamentos e
enchentes serão mais recorrentes, gerando maiores custos para implantação
de obras de drenagem e contenção de cheias maiores e onerosas.

21
Figura 12 – Áreas de risco do município de Fazenda Rio Grande. Fonte: os autores, 2015.

22
1.2.12 Áreas Verdes Urbanas, Atrativos Turísticos e Beleza Cênica

O município de Fazenda Rio Grande possui nove praças municipais,


totalizando em aproximadamente 149451,00m²; dois parques (sem decreto
municipal): Centro Esportivo Ayrton Senna com aproximadamente
245.500,00m², e Parque municipal/CTG com aproximadamente 144.600m².
A Figura 13 apresenta a localização das praças e parques públicos do
município. A Tabela 7 e 8 mostra imagens de algumas praças e parques
municipais.

23
Figura 13 – Localização das praças e parques públicos do município de Fazenda Rio Grande.
Fonte: os autores, 2015.

24
Tabela 7 – Parques municipais do município de Fazenda Rio Grande.

Centro Esportivo Ayrton Senna/Parque verde Parque Municipal - CTG

Fonte: os autores, 2015.

Tabela 8 – Praças Públicas do município de Fazenda Rio Grande

Praça Brasil Praça Vitória

Praça Santarém Praça Nações

25
Praça Tapajós Praça Santa Fé

Praça Angico Praça Sidon

Parque Aquarius/Praça Miro Siqueirense Praça Santa Terezinha

Fonte: os autores, 2015.

1.2.13 Árvores Nativas Relevantes e Viveiros Existentes no Município

O município de Fazenda Rio Grande, ainda não possui horto municipal,


portanto ainda não teve inicio a marcação de matrizes para coleta de sementes
e identificação das árvores típicas da região para uso em recuperação da
paisagem, áreas degradadas ou áreas de risco.

26
1.2.14 Unidades de Conservação e Outras Áreas Definidas como
Prioritárias para Conservação

Refúgio de Vida Silvestre da Foz do Rio Maurício – Rio Iguaçu foi


instituído pelo Decreto Municipal n. 3878, de 27 de março de 2015, com área
de 603 ha e está localizado nas sub-bacias hidrográficas do rio Maurício e área
de contribuição direta do rio Iguaçu. Esta Unidade de Conservação (UC) foi
criada com os seguintes objetivos: proteção efetiva aos ecossistemas e
recursos hídricos, criação de um corredor de vida silvestre, contenção de
cheias e minimizar os riscos de enchentes na comunidade, manutenção do
equilíbrio ambiental e preservação das planícies aluviais, evitar a instalação de
moradias irregulares na zona de inundação dos rios, evitar descarte de
resíduos sólidos na área e resolução estratégica sobre questões de divisas
municipais.
Este refúgio faz limite com outras duas unidades de conservação nos
municípios de Curitiba - Reserva de Vida Silvestre do Bugio (827ha) e
Araucária – Reserva de Vida Silvestre For do Rio Iguaçu – Rio Barigui (330 ha),
formando um mosaico com cerca de 1.800ha (Figura 15) no qual se tem
registro de 112 espécies de aves (25% da avifauna do Paraná) e 20 de
mamíferos (10% das espécies registradas no Estado), algumas estão
ameaçadas de extinção e serão protegidas com a criação do refúgio, entre elas
os bugios, lontras e as aves ananaí, garça-branca, gavião carijó e beija-flor.

27
Figura 15 – Reserva de Vida Silvestre do Bugio. Fonte: os autores, 2015.

28
Em relação às áreas definidas como prioritárias para a conservação, em
Fazenda Rio Grande, na sua porção norte, foi identificada uma área prioritária
(Figura 16), segundo o Ministério do Meio Ambiente que é descrita a seguir,
conforme classificação do Ministério:

“Ma118 – com a denominação de “Várzea do Iguaçu”, esta área tem como


característica a presença de Formação Pioneira de Influência Fluvial e da
Floresta Ombrófica Mista ou Floresta com Araucária.
As ameaças identificadas pelo MMA são: Expansão agropecuária, espécies
invasoras, caça, extração de recursos naturais e mineração. O Ministério indica
as seguintes ações a serem implantadas na área: criação de uma unidade de
conservação de proteção integral; realização de inventário ambiental;
recuperação de área degradada; criação de mosaico ou corredor; fiscalização e
educação ambiental.”

Figura 16 – Indicação da Área Prioritária para Conservação da Biodiversidade, do MMA, no


município de Fazenda Rio Grande. Fonte: Google Earth e MMA, 2015.

Para tanto, deve-se considerar o Mapa de Áreas Prioritárias para


Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios, disponibilizado no
site do Ministério do Meio Ambiente, bem como possíveis mapeamentos e

29
indicações de áreas prioritárias para conservação e recuperação pelos Estados
ou Municípios, sobretudo os constantes de planos do Município.

1.2.15 Indicação dos Principais Vetores de Desmatamento ou


Degradação

Atualmente o Conselho Municipal do Meio Ambiente, através de Câmara


Técnica está revisão e elaborando um código ambiental municipal, a ausência
de leis municipais voltadas ao meio ambiente dificulta para que os técnicos
possam fundamentar suas decisões nos licenciamentos municipais.
A necessidade de um banco de dados voltado para um monitoramento
com uso de geotecnologias, dificulta a tomada de decisão dos gestores, a falta
de informação contribui para que áreas prioritárias ou com potencial para
conservação fiquem a mercê do crescimento imobiliário e loteamentos.
A mão de obra de técnicos existente na Prefeitura não acompanhou o
crescimento populacional, dificultado o desenvolvimento de controle adequado
para verificação de denúncias e desmate ilegal das áreas, sendo necessária a
contratação de maior número de funcionários e quadro técnico multidisciplinar.
Devido à baixa valoração dos imóveis e terrenos, e incentivos do
governo federal, tal como “minha casa, minha vida”, o município torna-se
interessante para construtores de grandes condomínios de baixo custo, os
quais seguem um mesmo padrão construtivo, com pequenas residências
apresentando o mínimo de áreas permeáveis, através de gramados em frente
às casas e grandes áreas impermeáveis.

30
1.3 PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS

1.3.1 Caracterização Socioeconômica

Segundo o IBGE (2010) a população total é de 81.675 habitantes, sendo


predominantemente urbana (92%) e com grau de urbanização de 92,96%
indicando que a maioria da população reside em áreas urbanas (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Número de habitantes e a percentagem em área urbana e rural. Fonte: IBGE, 2010.

Com base nos dados fornecidos pelo Programa das Nações Unidas para
Desenvolvimento (PNUD) os Índices de Desenvolvimento Humano Mundial
(IDH-M) em 2010 o índice foi 0,720, significando que o município está situado
na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799),
encontrando-se na 127° posição entre os municípios do Paraná. Fazenda Rio
Grande, apresentou uma pequena queda nos valores comparado com o ano de
2000 (0,760), o valor atual encontra-se abaixo da média estadual, a qual foi de
IDH Geral 0,749 para o ano de 2010.
Os índices que apresentaram incremento foram o IDH-M Renda,
calculado com base no Produto Interno Bruto (PIB), são valores monetários de
todos os bens e serviços finalizados no município, podendo significar um um
melhor desenvolvimento e distribuição de renda; e IDH-M Longevidade, o qual
demonstra uma maior expectativa de vida, sendo fortemente influenciado pela
melhoria das condições de saúde e salubridade.
O IDH-M Educação reflete a proporção de crianças e jovens
frequentando ou tendo completado determinados ciclos indica a situação da
educação entre a população em idade escolar do município, esses decréscimo

31
pode ser devido ao grande crescimento populacional do município, causando
pequenos problemas para atender toda a demanda populacional.
Segundo IPARDES (2013), o município possui maior desenvolvimento
no ramo de serviços, seguido pelo ramo industrial e inexpressivo
desenvolvimento no setor agroindustrial, sendo os principais produtos agrícolas
a batata doce, batata inglesa, caqui, cebola, feijão, mandioca, melancia, milho
soja e pêssego.

Gráfico 4 – Valores de IDH M Geral, IDH M Renda, IDH M Longevidade, IDH M Educação.
Fonte: IBGE, 2010.

32
1.4 AVALIAÇÃO DOS PLANOS E PROGRAMAS INCIDENTES
NO MUNICIPIO

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Fazenda Rio Grande


desenvolve alguns Planos e Programas com as Secretarias de Planejamento e
Finanças, Educação, Cultura e Esporte, Defesa Social – Departamento de
Defesa Civil, Obras Públicas e Saúde Pública (Tabela 7).
No setor privado temos alguns parceiros, realizando atividades pontuais,
como a Estre Ambiental, Sumitomo Rubber do Brasil e Leão Alimentos e
Bebidas. Também há a realização de algumas atividades com a instituição de
ensino Pontifícia Universidade Federal do Paraná. Dentre estes citados, o
projeto “Adubando Novas Atitudes”, realizado em parceria com a Estre
Ambiental e Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte, apresenta
termo de cooperação entre Prefeitura Municipal e Estre Ambiental.

Tabela 7 – Planos e Programas entre SMMA e parceiras

PROTOCOLO,
PLANO OU OFÍCIO, LEI, COMENTÁRIOS
SECRETARIA SITUAÇÃO
PROGRAMA DECRETO OU PERTINENTES
RESOLUÇÃO
Planejamento Protocolo
- - -
e finanças 17915/2014
Protocolo
17596/2014
Realizado via
COPOEMA Em vigor Lei n. 707, de
CODEMA.
16 de dezembro
de 2009.
Protocolo A SMECE encaminha
17596/2014 os bilhetes para
Troca Verde Em vigor Lei n. 857 de 25 divulgação e auxilia na
de novembro de organização do
2011. mesmo.
Educação,
Protocolo Turmas do 3° ano
Cultura e
17596/2014 participam de oficinas
Esportes Projeto de
Em vigor Parceria entre pedagógicas e fazem
Educação Ambiental
Estre Ambiental visitas ao aterro
e SMECE sanitário.
Protocolo
Levantamento e
Plano de 17596/2014
destinação dos
Gerenciamento de Elaboração Ofício n.
resíduos gerados nas
Resíduos Sólidos 125/2014 –
escolas (documental).
SMMA
Semana do Meio Atividade Protocolo A SMECE colaborou
Ambiente pontual 17596/2014 com o envolvimento e

33
Ofício n. participação de
141/2014; algumas escolas e
106/2015. alunos.
Parceria entre
Projeto Adubando Estre Ambiental A SMECE colabora
Novas Atitudes - Em vigor e SMECE com a participação
Compostagem Ofício n das escolas.
237/2015
Vistoria em conjunto
dos processos de
árvores com risco de
Defesa Social queda para emissão
- Protocolo de parecer para
Vistorias de Árvores
Departamento Em vigor 17595/2014 autorização de corte
com risco de queda.
de Defesa Não possui lei. da árvore, quando
Civil constatado risco de
queda que causem
danos físicos ou
materiais.
Liberação de
Protocolo funcionários para
Conforme
Plantio de árvores 17597/2014 realização do plantio
necessidade
Não possui lei. de mudas doadas em
praças públicas.

Conforme Protocolo
Limpeza dos rios -
necessidade 17597/2014
Não possui lei.
A implantação de
novos espaços de
Elaboração de forma a atender as
projetos de novos Conforme a Protocolo várias regiões da
Obras espaços de lazer e disponibilidade 17597/2014 cidade, conforme
Públicas preservação: de recursos disponibilidade de
praças. recursos financeiros e
emendas
parlamentares.
Convênio e parceria
com o Governo do
Estado do Paraná
Projeto em elaboração
através do Instituto
e tramitação perante o
Águas do Paraná, Protocolo
órgão gestor liberação
na elaboração do Em elaboração 17597/2014
de processo licitatório
Projeto Parque Não possui lei.
que ocorrerá em
Linear do Rio
etapas.
Mascate e obras de
contenção de
cheias.
Ofício n. Levantamento e
Plano de 20/2015 – destinação dos
Saúde Pública Gerenciamento de Elaboração 06/02/15 resíduos gerados nas
Resíduos da Saúde Protocolo n. unidades de saúde
2599/2015 (documental).
Fonte: os autores, 2015.

34
1.4.1 Plano Diretor

Realizado através de licitação em 2004 com a empresa consultora


Vertrag Planejamento Ltda. No final de 2005 foi entregue os estudos e
legislação referente ao plano diretor:
a) Lei complementar n. 4, de 15 de setembro de 2006. Instituindo o Plano
Diretor e demais providências relacionadas ao planejamento urbano;
b) Lei complementar n. 6, de 15 de setembro de 2006. Definindo as normas
de uso e ocupação do solo;
c) Lei Complementar n. 8, de 15 de setembro de 2006. Dispõe sobre o
parcelamento do solo para fins urbanos;
d) Lei Complementar n. 9, de 15 de setembro de 2006. Define o código de
obras das ações de iniciativa provada e pública no município de
Fazenda Rio Grande.

De acordo com a Lei Federal n. 10257, de 10 de julho de 2001, que


Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes
gerais da política urbana e dá outras providências – Estatuto da Cidade; o
Plano Diretor deverá ser revisado a cada dez anos, sendo assim, o ano de
2016 deverá haver uma revisão do Plano Diretor de Fazenda Rio Grande.

1.4.2 Planos Setoriais

O município está se adequando aos poucos as recomendações do


Estatuto das Cidades (Lei Federal n.10.257/2001), a Secretaria Municipal do
Meio Ambiente está coordenando a elaboração dos seguintes documentos:
a) Plano Municipal de Arborização Urbana, em fase final de elaboração;
b) Plano Municipal de Recuperação e Conservação da Mata Atlântica,
em elaboração;
c) Plano Municipal de Saneamento Básico, já elaborado;
d) Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, já
elaborado.

35
Os planos setoriais elaborados pelo município e que não possuem
participação da SMMA, são:
a) Plano Municipal de Mobilidade Urbana;
b) Plano de Contingência Municipal de Proteção e Defesa Civil;
c) Plano Municipal de Habitação e Assistência Social;
d) Plano Municipal de Educação

1.4.3 Plano de Bacia Hidrográfica

O município está inserido na bacia hidrográfica do Alto Iguaçu (capítulo


1.2.7. Caracterização Hidrológica) e por isso está alocado no Plano das Bacias
do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira. O diagnostico foi apresentando ao
Comitê das Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira - COALIAR em
12/2007 e os cenários foram apresentados a Câmara Técnica de
Acompanhamento do Plano - CT-Plan em 12/2008. O Plano compreende de
uma maneira geral os seguintes itens:

DIAGNOSTICO:
Capítulo 1 - Apresentação
Capítulo 2 - Introdução
Capítulo 3 - Caracterização Fisiográfica
Capítulo 4 - Uso e Ocupação do Solo
Capítulo 5 - Expansão Urbana
Capítulo 6 - Disponibilidade Hídrica
Capítulo 7 - Demandas
Capítulo 8 – Síntese
Lista de Mapas
Mapa D.01 - Localização da Área do Comitê.
Mapa D.02 - Localização da Área de Estudo.
Mapa D.03 - Estações Pluviométricas, Fluviométricas e Isoietas.
Mapa D.04 - Geológico.
Mapa D.05 - Uso do Solo.
Mapa D.06 - Mananciais do Decreto Estadual 6390/2006.
Mapa D.07 - Enquadramento.

36
Mapa D.08 - Unidades Aquíferas.
Mapa D.09 - Potenciais Interferentes na Qualidade das Águas Subterrâneas.
Mapa D.10 - Poços SUDERHSA e SANEPAR.
Mapa D.11 - Localização das Sub-Bacias.
Mapa D.12 - Pontos de Inundações.

CENÁRIOS
Capítulo 2 - Introdução
Capítulo 3 - Projeções, Cenários e Estratégias Setoriais Existentes
Capítulo 4 - Cenários de Gestão de Recursos Hídricos
Capítulo 5 - Impactos dos Cenários
Apêndice 1 - Racionalidades das Projeções Populacionais dos Cenários
Apêndice 2 - Metodologia de Cálculo das Densidades Médias nas Sub-Bacias
do Plano

1.4.4 Planos de Unidades de Conservação

Foi criada a Unidade de Conservação na categoria Refúgio de Vida


Silvestre pelo Decreto Municipal n. 3878/15 (Capítulo 1.2.15 Unidades de
Conservação e Outras Áreas Definidas como Prioritárias para Conservação),
porém ainda não possui plano de manejo. Também não há estudos para
criação de novas unidades de conservação no município.

1.4.5 Planos Federais ou Estaduais ou Regionais com impacto sobre a


Mata Atlântica

O município de Fazenda Rio Grande está inserido nos seguintes Planos


de escala federal, estadual e/ou regional.
 Plano Regional de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana
de Curitiba
 Plano das Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira
 Plano Estadual de Recursos Hídricos do Paraná - PLERH/PR
 Plano Estadual de Educação do Paraná

37
 Pleno Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná
 Plano Diretor de Mineração para a Região Metropolitana de Curitiba –
Paraná
 Plano Nacional de Recursos Hídricos

Em relação à Agenda 21 Local o município possui uma Lei Municipal n.


849/2011, de 7 de outubro de 2011, que institui o Programa Agenda 21 do
município de Fazenda Rio Grande, o Fórum da Agenda 21 e dá outras
providências.

38
1.5 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE GESTÃO DO
MUNICÍPIO

1.5.1 Gestão Ambiental

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi criada em 2012 por meio do


Decreto Municipal n. 3101, de 27 de abril de 2012, sendo este o ponto de início
da construção da política municipal do meio ambiente. Anteriormente a esta
data as questões ambientais eram atendidas pela Divisão de Meio Ambiente da
Secretaria Municipal de Urbanismo, a qual possuía 3 à 4 funcionários.
A Lei Complementar n. 60, de 28 de fevereiro de 2013 estabeleceu as
competências e responsabilidades da Secretaria junto ao município. A estrutura
inicial deste órgão foi criada por meio do Decreto Municipal n. 3343, de 04 de
março de 2013.
O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – CODEMA foi
criado em 16 de maio de 2002, quando foi sancionada a Lei Municipal n.
103/2002. O Conselho funciona como órgão de assessoramento da estrutura
administrativa do município, na área de proteção, conservação e melhoria do
meio ambiente, de caráter consultivo, deliberativo, normativo e fiscalizador.
Neste mesmo dia foi criado o Fundo Municipal de Meio Ambiente por meio da
Lei Municipal n. 104/2002, sofrendo alteração em 18 de novembro de 2011 com
a promulgação da Lei Federal n. 854/2011.
A Agenda 21 municipal foi instituída com a Lei Municipal n. 849, em 07
de outubro de 2011, sendo um instrumento de planejamento na construção de
uma sociedade sustentável, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica com objetivo de facilitar e integrar as ações
necessárias ao desenvolvimento socioeconômico ambiental participativo.
A estrutura administrativa da Secretaria encontra-se em construção,
contando atualmente com 16 funcionários, um Secretário Municipal e um
Diretor geral, conforme organograma (Figura 17). No período de sua atuação
já foram emitidas centenas de autorizações, licenciamentos, fiscalizações,
ações de educação ambiental e aplicações de medidas legais visando proteger

39
o ambiente, demonstrando ao município de Fazenda Rio Grande a importância
da existência de um órgão ambiental.

Figura 17 – Organograma da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Fazenda Rio Grande.

Secretário Municipal

Diretor Geral

Divisão de
Divisão de Monitoramento e Fiscalização Divisão de Limpeza
Planejamento e
Ambiental Pública
Educação Ambiental

Setor
Fiscaliza- Setor de
Setor de Projetos e Setor de Setor de Manutenção e
ção e Resíduos Setor
Planejamento Resíduos Limpeza do Paço
Monitora- do Serviço Cemitério
Ambiental Sólidos Municipal
mento de Saúde
Ambiental

Seção de
Seção de
Manuten- Seção de
Seção de Controle Seção de
ção e Limpeza
Educação de Limpeza
Planejame Pública da
Ambiental Resíduos Pública
-nto PMFRG
Urbanos
Ambiental

Fonte: os autores, 2015.

40
Em 2014 foi realizado o primeiro planejamento estratégico da Secretaria,
tendo um horizonte estratégico até 2030. O acompanhamento das metas e
ações planejadas deve ocorrer a cada seis meses. Durante o planejamento foi
definida a missão e a visão de futuro da Secretaria que estão baseadas nos
princípios de sustentabilidade e conservação dos ecossistemas para obtenção
de resultados a média e longo prazo. São elas:
Missão: Preservar a vida e o ambiente através da execução da política
municipal do meio ambiente de Fazenda Rio Grande, contribuindo com a
sustentabilidade e equilíbrio do planeta.
Visão de Futuro: Tornar Fazenda Rio Grande até 2030 um município
sustentável e com valores voltados à preservação da vida e do ambiente.

Ainda, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente tem os seguintes


objetivos específicos:
a) A definição da política do Meio Ambiente; o planejamento operacional; a
formulação e a execução da política de preservação dos recursos
naturais renováveis;
b) A elaboração de diagnóstico do Meio Ambiente;
c) A proteção da fauna e da flora;
d) A fiscalização das reservas naturais do Município;
e) Licenciamento e fiscalização de atividades e empreendimentos;
f) O combate permanente à poluição ambiental;
g) Fazer cumprir a Legislação Federal, Estadual e Municipal do Meio
Ambiente;
h) Promover cursos e o desenvolvimento de pesquisas de Meio Ambiente;
i) a definição da política da limpeza pública através do gerenciamento e
fiscalização da coleta;
j) Reciclagem e a disposição final do lixo, por administração direta ou
através de terceiros, de forma transparente e adequada;
k) A arborização de logradouros e vias públicas;
l) Recuperação de matas ciliares e florestas municipais;
m) A manutenção de parques, praças e jardins;
n) A fiscalização das margens dos rios e dos terrenos públicos;
o) A fiscalização das áreas de proteção ambiental;

41
p) A fiscalização de contratos relacionados com serviços de sua
competência;
q) Combate às várias formas de poluição sonora e visual;
r) Administração e conservação dos cemitérios municipais;
s) A execução de outras atividades correlatas determinadas ou exigidas
pela gestão pública.

1.5.2 Quadro Legal em Vigor

O município, através de Câmara Técnica do Conselho Municipal de


Defesa do Meio Ambiente – CODEMA está em fase de realização de uma
legislação com o objetivo de criar o Código/Política Municipal Ambiental. Tendo
em vista que as legislações atualmente existentes no município são dispersas
e insuficientes.
Segue abaixo algumas legislações municipais existentes no município:
 Lei complementar n. 4, de 15 de setembro de 2006. Instituindo o Plano
Diretor e demais providências relacionadas ao planejamento urbano;
 Lei complementar n. 6, de 15 de setembro de 2006. Definindo as normas
de uso e ocupação do solo;
 Lei Complementar n. 8, de 15 de setembro de 2006. Dispõe sobre o
parcelamento do solo para fins urbanos;
 Lei Municipal n. 104, de 16 de Maio de 2002. Cria o Fundo Municipal de
Proteção e Recuperação do Meio Ambiente e Interesses Difusos
Lesados no Âmbito do Município de Fazenda Rio Grande - PR (FMMA),
e dá outras Providências.
 Lei Municipal n. 289, de 19 de setembro de 2005. Dispõe Sobre A
Participação De Entidades Públicas e Privadas na Recuperação,
Conservação, Controle, Manutenção e Preservação dos Lagos em
Parques Municipais e dá outras providências.
 Lei Municipal n. 505, de 25 de outubro de 2007. Institui o Programa
"Fazenda de Mãos dadas com o Meio Ambiente" e dá outras
providências.
 Lei Municipal n. 707, de 16 de dezembro de 2009. Implementa a Lei que

42
dispõe sobre o Concurso Municipal de Poesias Referente ao Meio
Ambiente - Copoema.
 Lei Municipal n. 824, de 1 de julho de 2011. Autoriza a Criação do
“Programa Municipal de Conservação Do Solo” no Âmbito do Município
de Fazenda Rio Grande e dá outras providências.
 Lei Municipal n. 849, de 7 de outubro de 2011. Institui o Programa
Agenda 21 do Município de Fazenda Rio Grande, o Fórum da Agenda
21, e dá outras providências.
 Lei Municipal n. 857, de 25 de novembro de 2011. Autoriza o Poder
Executivo Municipal a Implantar e Promover o Programa “Troca Verde”
nas Escolas da Rede Municipal, nos Bairros e nas Comunidades do
Município de Fazenda Rio Grande e dá outras providências.
 Lei Municipal n. 877, de 21 de dezembro de 2011. Dispõe sobre a
Criação do Projeto “Cidade Limpa” e dá outras providências.
 Lei Municipal n. 988, de 18 de novembro de 2013. Dispõe sobre a
Nominação da Área de Preservação Ambiental no Bairro Iguaçu com o
seguinte nome: Parque de Preservação Ambiental Miro Siqueirense.
 Decreto Municipal n. 576, de 16 de junho de 2003. Declara de Relevante
Interesse Público a Obra Originária do Convênio Firmado entre o
Município de Fazenda Rio Grande, SEMA, IAP e FEMA.
 Lei Municipal n. 44, de 7 de junho de 1994. Denomina Centro Esportivo
Ayrton Senna da Silva o Parque Verde.
 Decreto n. 76, de 22 de novembro de 1994. Dispõe sobre a Faixa de
Drenagem e Faixa Especial de Fundo de Vale e dá outras providências.
 Decreto Municipal n. 87, de 2 de março de 1995. Declara como de
Preservação Ambiental as Áreas que Especifica.
 Decreto Municipal n. 3878, de 27 de março de 2015. Cria o Refúgio de
Vida Silvestre da Foz do Rio Maurício - Rio Iguaçu e dá outras
providências.

43
2 DEFINIÇÃO DA VISÃO DE FUTURO

Tabela XX – Análise F.O.F.A. (S.W.O.T.) da oficina Visão de Futuro

Fatores Internos Fatores Externos

- Código Ambiental (em elaboração)


- PUC/PR (FEGA)
- Existência do CODEMA
- ICMS-E
- Plano Municipal de Arborização Urbana

Oportunidades
Pontos Fortes

- Parque Linear para controle de


(fase final de elaboração)
cheias (Rio Mascate)
- Revitalização do Parque Verde
- Programa Socioambiental
- Remanescentes de Áreas Verdes (SANEPAR)
- Alguns pontos de Agricultura Orgânica - U.C. Refúgio (Mosaico entre Curitiba,
Fazenda Rio Grande e Araucária)
- U.C. Refúgio de Vida Silvestre
- Manancial de Abastecimento
- Ações pontuais de Educação Ambiental

- Insuficiência de Estrutura, Quadro


Técnico e Legislação Municipal.
- CODEMA em fase de transição
- Lançamento Irregular de Esgoto
- Linhas de Alta Tensão
- Rios Poluídos
Pontos Fracos

- Programa Minha Casa Minha Vida


- Agricultura Convencional
Ameaças

- Aterro sanitário
- Ocupações Irregulares
- BR116: atropelamento da fauna;
- Vandalismo (arborização)
poluição; fragmento florestal
- Descarte Irregular de Resíduos Sólidos
- Abandono de Cachorro
- Secretaria de Planejamento Urbano
não atuante
- Loteamentos irregulares na área rural
- Expansão urbana desordenada
Fonte: os autores, 2015.

44
Tabela XX – Visão do Futuro

Cenário Situação desejada Ações


Situação atual
tendencial (Visão de Futuro) necessárias
Pontos Francos
- aumento do
descarte de
esgoto de forma
irregular
Expansão - aumento de - Revisão do
urbana resíduos sólidos Crescimento Plano Diretor
decorrentes da gerando urbano de forma compatibilizando
construção de problemas para ordenada em o crescimento e
Expansão transporte e
condomínios, acordo com as os aspectos
Urbana destinação
loteamentos políticas e ambientais
desordenada de forma - desmatamento diretrizes do Plano - Criação de
desordenada, de áreas verdes Diretor e Código procedimentos
impactando no - aterro de Florestal integrados as
meio físico nascentes e Secretarias
várzeas
-
comprometimento
da fauna
- Sobrecarregar - Reestruturação
as outras - Consolidação da do quadro
Secretaria de Secretaria de secretarias Secretaria e técnico visando
Planejamento Planejamento - Crescimento consequente crias estrutura
Urbano não Urbano não urbano integração entra multidisciplinas
atuante atuante desordenada com as demais (várias áreas de
degradação Secretarias conhecimento
ambiental envolvidas)
Pontos Fortes
- Criação de uma
Unidade de
- Conservação da Conservação na
- Ampliação da
fauna e flora outra margem do
U.C
- Conservação Rio Iguaçu
- Consolidação do
Unidade de das matas ciliares - Realização e
U. C. Refúgio mosaico do
Conservação dos rios Maurício implantação de
de Vida Refugio de Vida
Refúgio de e Iguaçu um Plano de
Silvestre Silvestre
Vida Silvestre - Recebimento de Manejo
- Conservação
recursos para - Articulação com
efetiva da fauna e
manutenção da os demais
flora
U.C. (ICMS-E) municípios para
a consolidação
do mosaico
Oportunidades
- ocupação de - áreas de lazer e - cadastro de
Existência de áreas sujeitas a preservação áreas de
Parque linear inundação
proejto para - controle de interesse
para controle
implantação de - ocupação cheias (preempção)
de cheias (Rio
parque linear irregular de faixas - controle de para implantação
Mascate)
no rio Mascate de preservação lançamento dos do parque
- ausência de efluentes - mobilidade

45
áreas verdes - ordenamento do social
território urbano - articulação
política junto aos
órgãos
financiadores
Ameaças
- aumento da - criação de
Fragmentação poluição áreas verdes nas
BR116: florestal e atmosférica marginais
- urbanização
atropelamento urbana pela - aumento do sustentável - criação de
da fauna; existência da atropelamento da “trincheira” para
poluição; rodovia BR 116 fauna - mitigação dos
transposição da
fragmento no território de impactos da
- fragmento fauna (passa-
florestal Fazenda Rio rodovia
florestal e de fauna);
Grande corredores de articulação junto
biodiversidade ao DNIT
- criação de
programas de
castração e
educação
Abandono de - inexistência de
- ameaça a fauna ambiental e
cachorro junto cachorros
Abandono de da Mata Atlântica posse consciente
aos abandonados
Cachorro com a diminuição dos animais
fragmentos de - controle dos domésticos
da fauna original
Mata Atlântica animais de rua
- fiscalização
quanto ao
abandono de
animais
- aumento da - criação de
ocupação - criação de legislação
Crescimento desordenada e empreendimentos especifica para
intensificado desmatamento de com paisagismo e manutenção de
da área urbana áreas verdes manutenção das áreas verdes
Programa em vestígios - alteração do áreas verdes
Minha Casa florestais por - criação de
microclima local naturais incentivos
Minha Vida intermédio do
programa - aumento da área - redução da construtivos e
minha casa impermeabilizada expansão urbana tributários para
minha vida - aumento do e desses fomentar a
descarte irregular empreendimentos preservação
de resíduos ambiental
Fonte: os autores, 2015.

46
3 FORMULAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO
O Plano de ação foi desenvolvido com base nos resultados obtidos nas oficinas de visão de
futuro.

INTITUCIONAL
OBJETIVO: Compatibilização do crescimento urbano e os aspectos ambientais, seguindo os
conceitos de cidades resilientes e sustentáveis.
PRAZO: 2016-2020
METAS AÇÕES INDICADORES
a) Reestruturação do quadro a) Existência de profissionais
técnico com profissionais de habilitados e capacitados, tais como:
diversas áreas de conhecimento, Arquitetos e Urbanistas, Geógrafos,
com funções e atividades Economistas, Sociólogos, Engenheiro
técnicas voltadas ao Civil, entre outros;
planejamento urbano municipal. b) Definição e criação de programas
Secretaria
b) Controle do uso e de ordenamento municipal;
Municipal de
Planejamento parcelamento do solo c) Desenvolvimento de planos
Urbano c) Desenvolvimento de Planos e municipais;
Atuante e ações Integradas as cidades Implantação de planos municipais;
Controle da integrantes da região d) Aplicação do Plano Diretor
Expansão metropolitana ou de interesse revisado que atenda as demandas
Urbana reais do município;
ambiental e patrimônio;
Desordenada.
e) Criação de um conselho das
cidades formado por órgãos públicos e
sociedade;
f) Desenvolvimento de relatórios com
base cartográfica, dados e
monitoramento do crescimento urbano.
a) Criação de legislação a) Aumento do índice áreas verdes;
específica para manutenção de b) Redução da porcentagem de corte
Definição de
Critérios áreas verdes; raso para loteamentos e implamtação
Municipais b) Criação de Incentivos de empreendimentos habitacionais;
para o construtivos e tributários para c) Aumento do número de vias
Programa fomentar a preservação arborizadas;
Minha Casa municipal d) Aumento do número de casas com
Minha Vida cisternas, energia solar ou uso de
outras tecnologias.
a) Integração das Secretarias, a) Existência de sistema integrado,
programas e planos municipais permitindo acesso às informações
permitindo acesso as a todas as secretárias e
Instituição de informações georreferenciadas, servidores do quadro técnico.
um sistema mapeamentos (hidrografia,
municipal
nascentes, área de proteção
unificado de
áreas verdes e permanente, manancial,
espaços livres. loteamentos, tipos de vias,
equipamentos comunitários
públicos, informações
socioeconômicos.

MEIO AMBIENTE

47
OBJETIVO: Diagnóstico, monitoramento dos aspectos relacionados ao meio ambiente do
município de Fazenda Rio Grande. E melhoria da comunicação e ações da SMMA.
PRAZO: 2016-2020
METAS AÇÕES INDICADORES
a) Desenvolvimento de programas e
projetos adequados voltados à
a) Reestruturação do quadro educação ambiental;
técnico com profissionais de b) Aumento do número de denuncias
Estruturação e diversas áreas de conhecimento, atendidas com relação a crimes
adequação da com funções e atividades ambientais relacionadas a flora e a
SMMA técnicas relacionadas ao meio fauna;
ambiente; c) Realização de parcerias com
b) Construção de Sede Própria sociedade civil e ONG’s para
com equipamentos adequados; desenvolvimento de projetos para
conservação;

Criação de convênios para


produção de mudas florestais e
Criação de arbustivas nativas para Desenvolvimento de projetos voltados
horto paisagismo dos parques e praças a recuperação de áreas degradas e
municipal municipais, recuperação de áreas restauração das matas ciliares
degradadas e restauração das
matas ciliares.
Criação de Programas de castração de
animais e leis municipais voltadas ao
Criação de Criação de Centro de Zoonoses abandono de animais, contratação de
Contratação de veterinários,
Centro de equipe técnica para fiscalização e
biólogos e técnicos habilitados.
Zoonoses desenvolvimento de atividades para
voltadas para a sensibilização e
adoção de animais sem raça definida.
a) Execução de projeto
socioambiental para identificação e
conscientização da população que
Implantação possuem áreas dentro e próxima ao
do Plano de perímetro da UC.
Manejo e Criação de parcerias com ONG’s b) Sensibilização da população do
Conselho e demais órgãos públicos para entorno, ONG’s e sociedade civil
Gestor da desenvolvimento de projetos organizada para participação do
Unidade voltados a conservação e Conselho Gestor;
Conservação preservação ambiental c) Implantação de Plano de Manejo
do Refúgio da para consolidação do mosaico
Vida Silvestre intermunicipal;
d) Implantação do Conselho Gestor
da U.C.

48
a) Desenvolvimento de ações para
limpeza e restauração da mata ciliar
dos rios;
b) Implantação do projeto: Estradas
com Araucárias, para incentivar os
produtores rurais a plantar pinheiros
nas divisas de suas propriedades;
Criação de parcerias com c) Ações voluntárias para realização de
Restauração empresas, ONG’s e demais plantios de essências florestais nativas
da Mata órgãos públicos para para restauração e recuperação de
desenvolvimento de projetos
Atlântica áreas degradadas;
voltados a conservação,
municipal preservação e restauração da d) Realização de cadastro e
mata atlântica mapeamento das nascentes e rios
municipais para monitoramento da
qualidade e restauração dos
ecossistemas;
e) Doação de mudas florestais para os
habitantes que apresentarem interesse
em realizar o plantio em frente das
suas casas.
a) Aumento do número de áreas
verdes publicas municipais;
b) Criação de bosques municipais;
c) Aprovação de empreendimentos
Implantação comerciais, empresariais e
do Plano Aprovação do Plano Municipal de habitacionais respeitando os padrões
Arborização Urbana em forma de
Municipal de de arborização urbana;
legislação e integrada ao Plano
Arborização Diretor Municipal. d) Estacionamentos descobertos
Urbana condicionados a existência de 1 árvore
para cada 2 vagas;
e) Aumento do índice de áreas
verdes urbanas de 3,8m²/hab para
48m²/hab até 2040.

49
REFERÊNCIAS

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. 2014.


Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. DTB_2014_Município.
Disponível em:
ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_territorial/divisao_territorial/2014/.
Acessada em maio de 2014.

Águas Paraná - Instituto das Águas do Paraná. Plano da Bacia do Alto


Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira. Relatório de Diagnóstico. Aprovado pelo
Comitê da bacia do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira em 12/2007.
Disponível em: http://www.aguasparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.
Acesso em: jul. 2015.

Agência Nacional de Águas (ANA) - Governo Federal. Bacias Hidrográficas.


Mapas em shapefile, 2010. HidroWeb - Sistema de Informações Hidrológicas.
Disponível em: http://hidroweb.ana.gov.br/. Acesso em: jul. 2015.

Brasil. Resolução nº 357 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de


17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF.

Brasil. Resolução nº 49 Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Paraná


(CERH/PR), de 20 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a instituição de
Regiões Hidrográficas, Bacias Hidrográficas e Unidades Hidrográficas de
Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado do Paraná. Diário Oficial do
Estado do Paraná.

Brasil. Resolução nº 04 Comitê das Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto


Ribeira - COALIAR, de 11 de julho de 2013. Aprova proposição de atualização
do enquadramento dos corpos de água superficiais de domínio do Estado do
Paraná, na área de abrangência do Comitê das Bacias do Alto Iguaçu e
Afluentes do Alto Ribeira, em classes, de acordo com os usos preponderantes.
Diário Oficial do Estado do Paraná.

Fazenda Rio Grande - Paraná. Secretaria Municipal de Obras Públicas. Plano


Diretor de Drenagem - Bacia Hidrográfica dos Rios Mascate, da Divisa,
Moinho e Maurício (PDD). 66p. 2008.

Fazenda Rio Grande - Paraná. Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Plano


Municipal de Saneamento Básico (PMSab). 48p. 2013.

50
ANEXO – OFICINA “ASSOCIAÇÃO DE CATADORES”

Realizado no dia 20 de outubro de 2015.

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RELATÓRIO DA OFICINA MAPA FALADO EM FAZENDA RIO GRANDE COM
ASSOCIAÇÃO DE CATADORES

Atividade realizada em Fazenda Rio Grande com a associação de recicláveis


coordenada pelo Instituto de Estudos Ambientais – Mater Natura e SMMA FRG,
estavam presentes 11 pessoas.
Após apresentação, foi iniciada atividade, onde a Karina da Mater Natura iniciou a
conversa a respeito sobre os rios que eles conheciam, foram citados os rio Maurício,
Despique e Mascate, este foi destacado, pois o rio Mascate teve parte da sua mata
ciliar desmatada. Também citaram o rio Iguaçu, “o rio sob a ponte” que faz a divisa
com a cidade de Curitiba.
Foi mencionado que alguns rios e a vegetação sofrem com a pressão da
especulação imobiliária, citando os seguintes bairros: Santa Terezinha e Suzuki.
Ao perguntar onde eles gostam de levar seus parentes e amigos para conhecer a
cidade, para destacar os pontos turísticos foi citado o Shopping Castelo “Castelinho” e
os pesque-pague existentes no município, “lá tem bancos, churrasqueiras, tanques,
matos e permitem atividades de lazer ao ar livre”.
Os participantes relembraram da época em que frequentavam o Parque Verde,
onde possuía um grande lago e mais árvores, era um parque familiar, seguro onde as
famílias frequentavam. Após as intervenções no parque a frequência da população
diminuiu.
Quando foram questionados sobre onde gostam de ir ou fazer nas horas de folga,
responderam que quase não saem de casa devido a falta de segurança de opções de
lazer.
Com relação a arborização urbana, foi dito que quase não tem árvores na cidade.
A resposta para a questão a respeito se gostam de morar em Fazenda Rio
Grande, a população não apresentou apego a cidade, pois veem de outros municípios,
mas não possuem renda ou condições de vender seu terreno e ir para outras cidades,
pois não se sentem seguros na cidade, tem medo das drogas, não veem opções de
empregos no município ou capacitação no SESI, SENAI, SESC e programas para
jovem ingressarem no mercado de trabalho.
Também foi citado a falta de médicos, citando a necessidade em dormir em frente
as unidades de saúde para conseguir consultas e exames, sendo muitas vezes
direcionados para Curitiba.
Com relação as questões voltadas ao meio ambiente, citaram o costume da
população em fazer o descarte dos resíduos e animais mortos em terrenos baldios,
matos e rios, assim como realizar a queima dos resíduos por desconhecer as
atividades desenvolvidas pela secretaria como a coleta dos resíduos e falta de
incentivo a aderir a realizar a separação do lixo nas residências.
Após essa conversa foi elaborado o mapa falado, onde os participantes puderam
desenhar alguns fragmentos de mata de araucárias e indicar rios que gostavam de
pescar.
Também foi citada a necessidade de revitalização do Parque Verde, criação de
novas áreas verdes, proteção dos ambientes e permitir que a população tenha contato
com a natureza.

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ANEXO – OFICINA “GRUPO TERCEIRA IDADE”

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RELATÓRIO DA OFICINA MAPA FALADO EM FAZENDA RIO GRANDE COM A
MELHOR IDADE

Atividade realizada em Fazenda Rio Grande com o Grupo da Melhor Idade,


coordenada pelo Instituto de Estudos Ambientais – Mater Natura e SMMA FRG
estavam presentes aproximadamente 30 pessoas.
Após apresentação, foi iniciada atividade, onde a Karina, da Mater Natura
iniciou a conversa sobre o que eles mais gostam no município, o que tem de bom ou
do que sentem orgulho.
As respostas foram: o grupo “Amigos da Melhor Idade”; e as praças Brasil e
Vitória.
Com relação aos pontos turísticos foi citado o Shopping Castelo, também
lamentaram a ausência do Parque Verde, onde obtivemos os seguintes relatos: “Era
lindo, vinha gente de outros lugares, aos poucos acabaram com Parque e a população
deixou de freqüentar”, “antigamente eu ia lá tinha churrasqueiras, árvores, grama,
dava para levar a família e se divertir.”
Também foi citado o rio Iguaçu, onde eles levantaram a seguinte frase: “O rio
Iguaçu tem que ser protegido”, a população citou que a atividade de lazer é
principalmente a pesca, freqüentando pesques-pagues da cidade e pescar nos rio
Maurício e córrego Ana Luíza.
Ao serem questionados sobre atividades ao ar livre relataram que não o fazem
mais, devido a falta de segurança, “É perigoso andar no mato.”, relembraram o tempo
de criança, “ os rios eram limpos, podiam nadar, pescar, brincar nos matos, hoje em
dia não é possível, pois a cidade cresceu muito”.
Com relação ao que desejam que seja melhorado no município citaram as
questões com relação à saúde, falta de unidades de saúde, médicos e consultas para
atender as demandas, também levantaram a questão da falta de vagas em creches e
ofertas de cursos, capacitação e faculdades no município. Os participantes
demonstraram grande preocupação com as questões voltadas a segurança, tais como
assaltos, estupros, o medo de andar nas ruas, ficar a espera do transporte público e
assaltos dentro dos ônibus.
As demandas citadas para melhoria relacionadas ao meio ambiente foram:
animais abandonados, casos de maltrato aos animais, falta de espaços verdes para
lazer e academias ao ar livre, ausência de campanhas de conscientização sobre a
separação de lixo e não fazer o descarte de resíduos em locais inapropriados,
desconhecimento sobre as atividades desenvolvidas pela Secretaria do Meio Ambiente
com relação ao recolhimento de resíduos e falta de árvores nas ruas.
Os bairros citados como esquecidos pela população foram o Gralha Azul e o
Jardim Veneza, pois não apresentam áreas de lazer, os moradores do bairro Gralha
citaram a existência de ruas estreitas, o que causa diversos transtornos, rede aérea de
fiação elétrica baixa, a qual os caminhões arrebentam e a ausência de arborização,
“só vêem casinhas por todos os lados”, o bairro Veneza não possui unidade de saúde.
Após essa conversa foi elaborado o mapa falado, onde os participantes
puderam desenhar como vêem onde eles moram.

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ANEXO – OFICINA “VISÃO DE FUTURO”

Realizado no dia 10 de novembro de 2015.

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LISTA DE PRESENÇA

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