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Guia Prático:

Método de Cálculo do Ensaio de Infiltração à Carga Constante


Realizado em Furos de Sondagem
Sumário
Capítulo 1: Apresentação .............................................................................. 2

Capítulo 2: Considerações Iniciais................................................................. 2

Capítulo 3: Carga Hidráulica .......................................................................... 2

Capítulo 4: Vazão (Q) .................................................................................... 3

Capítulo 5: Vazão específica (l/min.m) - (Nome na Planilha: Absorção) ....... 4

Capítulo 6: Infiltração Específica [l/min.m.(kgf/cm²)] – (Nome na Planilha: 1

Perda ESPECÍFICA) .......................................................................................... 5

Capítulo 7: Fator de Correção ....................................................................... 5

Capítulo 8: Coeficiente de Permeabilidade K (cm/s) ..................................... 6

Capítulo 9: Considerações Finais .................................................................. 6

Capítulo 10: Modelo da Planilha ...................................................................... 7


CAPÍTULO 1: APRESENTAÇÃO
Este manual apresenta orientações para ajudar os profissionais e estudantes
que desejam aprender o método de cálculo para o ensaio de infiltração carga
constante em furos de sondagens SPT. Esse ensaio é um método para
determinar a permeabilidade do solo in situ. O manual explica os conceitos sobre
o método de cálculo de forma clara e prática, para que possa ser usado na
elaboração de planilha em Excel. Este manual pretende ser um recurso útil e
confiável para a realização do ensaio de infiltração carga constante em furos de 2
sondagens, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento e da prática
da engenharia geotécnica.

CAPÍTULO 2: CONSIDERAÇÕES INICIAIS


O ensaio de infiltração à carga constante consiste em adicionar água no interior
do revestimento, mantendo um nível d’água constante, geralmente na boca do
revestimento.

A água pode ser adicionada por meio de recipientes calibrados ou por


bombeamento com hidrômetro. A quantidade de água adicionada no
revestimento é medida a 1, 2 e 5 minutos após o início do ensaio e depois a cada
5 minutos de intervalo.

CAPÍTULO 3: CARGA HIDRÁULICA

BOCA DO REVESTIMENTO

DATA:
H1 m
SUPERFÍCIE DO TERRENO
NA ANTES
m DO ENSAIO

HA m ADOTADO
NÍVEL H2 m
FREATICO

DIAM. INT. TUBO m

SAPATA

DIAM. FURO D m
Trecho Ensaiado: L m
FUNDO DO
FURO

Figura 3.1 - Ilustração do ensaio, contendo as dimensões que serão utilizadas


no cálculo da permeabilidade do solo
Para determinar a Carga Hidráulica (hc), é preciso identificar a altura da coluna
de água sobre o trecho ensaiado. Existem duas maneiras de fazer isso,
dependendo da presença ou não do nível freático:

1) Quando há nível freático: hc = H1 + HA;


2) Quando não há nível freático: hc = H1 + H2 + L/2

Os valores de hc são expressos em m.c.a. (metro coluna d’água), que podem


ser convertidos para kgf/cm² dividindo-se por 10.
3
Ex: Suponha que será realizado um ensaio de infiltração em um furo de
sondagem com as seguintes medidas: altura da boca do revestimento em
relação ao terreno (H1) = 0,30m; comprimento do trecho revestido (H2) = 1,70m
e comprimento do trecho ensaiado (L) = 0,25m. No exemplo, assume-se que não
há nível freático.

Como não existe nível freático, o método 2) é usado para calcular a carga
hidráulica (hc), que é:

𝐿 0,25
ℎ𝑐 = 𝐻1 + 𝐻2 + → ℎ𝑐 = 0,30 + 1,70 + → ℎ𝑐 = 2,13 𝑚. 𝑐. 𝑎.
2 2

Para converter de metro coluna d’água (m.c.a.) para kgf/cm², basta dividir o valor
obtido anteriormente por 10.

2,13
ℎ𝑐 = = 0,213 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚
10

Na planilha, a disposição será a seguinte:

Coluna d' Água


Prof. (m) (Kgf/cm2)

2,13 0,213

CAPÍTULO 4: VAZÃO (Q)


Conforme mencionado anteriormente, o ensaio consiste em medir a quantidade
de água adicionada ao revestimento em intervalos regulares de tempo. A
primeira medição é feita um minuto após o início do ensaio, a segunda dois
minutos depois, e a terceira cinco minutos depois. A partir daí, as medições são
feitas a cada cinco minutos até o final do ensaio. Veja:
TEMPO ACUMULADO
HORA LEITURA ( ml ) ABSORÇÃO ( ml )
( Minuto )

10:20 00:00:00 1000,0 0


10:21 00:01:00 970,0 30
10:22 00:02:00 940,0 30
10:23 00:03:00 910,0 30
10:24 00:04:00 880,0 30
10:25 00:05:00 850,0 30
10:30 00:10:00 700,0 150
10:35 00:15:00 550,0 150
10:40 00:20:00 400,0 150 4
10:45 00:25:00 250,0 150
10:50 00:30:00 100,0 150

O cálculo da vazão é feito dividindo-se a soma da coluna de absorção (valor que


representa a quantidade de água adicionada ao revestimento) pelo tempo total
do ensaio.

𝐴𝑏𝑠𝑜𝑟çã𝑜 = 0 + 30 + 30 + 30 + 30 + 30 + 150 + 150 + 150 + 150 + 150

= 900 𝑚𝑙

Recomenda-se converter de mililitros (ml) para litros (l) dividindo o valor obtido
na soma por 1000. Assim, o resultado do somatório de absorção será de 0,9
litros. Ressalta-se que o ensaio exemplificado teve uma duração de 30 minutos,
ou seja

0,9
𝑄= = 0,03 𝑙/𝑚𝑖𝑛
30

Na planilha, a disposição será a seguinte:

Coluna d' Água Vazão


Prof. (m) (Kgf/cm2) (l/min.)

2,13 0,213 0,030

CAPÍTULO 5: VAZÃO ESPECÍFICA (L/MIN.M) - (NOME NA PLANILHA:


ABSORÇÃO)
A vazão específica é obtida dividindo-se a vazão pelo comprimento do trecho
ensaiado. Considerando o comprimento do trecho ensaiado (L) como 0,25
metros, temos:
0,03 𝑙
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎 = = 0,120
0,25 𝑚𝑖𝑛. 𝑚

Na planilha, a disposição será a seguinte:

Coluna d' Água Vazão Absorção


Prof. (m) (Kgf/cm2) (l/min.) (l/min. x m)

2,13 0,213 0,030 0,120

5
CAPÍTULO 6: INFILTRAÇÃO ESPECÍFICA [L/MIN.M.(KGF/CM²)] –
(NOME NA PLANILHA: PERDA ESPECÍFICA)
É, de fato, o resultado do ensaio, pois demonstra a quantidade de água que
infiltrou no solo durante um tempo específico e em um trecho determinado, a
uma profundidade específica. A taxa de infiltração específica é calculada como
o quociente entre o valor da vazão específica e o valor da coluna d'água em
kgf/cm². Assim:

0,120 0,56 𝑙
𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎 = =
0,213 𝑚𝑖𝑛. 𝑚. (𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²)

Na planilha, a disposição será a seguinte:

Coluna d' Água Vazão Absorção Perda Específica


Prof. (m) (Kgf/cm2) (l/min.) (l/min. x m) (l/min. x m x Kgf/cm2)

2,13 0,213 0,030 0,120 0,56

CAPÍTULO 7: FATOR DE CORREÇÃO


O fator de correção desempenha um papel essencial na planilha, convertendo
unidades lineares para centímetros (cm), unidades volumétricas para
centímetros cúbicos (cm³), unidades de pressão para centímetros de coluna
d'água (cm.c.a.), e unidades de tempo para segundos (s).

Além disso, o fator de correção incorpora o cálculo da segunda etapa da


equação, que será abordada no próximo tópico deste manual [ln(2L/D)]. A
primeira etapa corresponde à infiltração específica, denominada na planilha
como perda específica (Q/2.π.L.hc).
Assim, o coeficiente de permeabilidade é resultado do produto entre o fator de
correção e a infiltração específica (indicada como perda específica na planilha).

CAPÍTULO 8: COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE K (CM/S)


O coeficiente de permeabilidade (k) pode ser determinado de forma direta
através da seguinte equação:

𝑄
𝑘= . ln( 2. 𝐿 𝐷)
2. 𝜋. 𝐿. ℎ𝑐
6
Onde: Q é a vazão em cm³/s;

L é o comprimento do trecho ensaiado em cm;

hc é a carga hidráulica em cm.c.a (centímetro coluna d’água);

D é o diâmetro do furo ensaiado em cm.

Aplicando a equação diretamente ou multiplicando o fator de correção pela perda


especifica, temos:

Coluna d' Água Vazão Absorção Perda Espe cífica Fator de Corre ção K
Prof. (m) (Kgf/cm2) (l/min.) (l/min. x m) (l/min. x m x Kgf/cm2) (cm/s)

2,13 0,213 0,030 0,120 0,56 5,47E-04 3,09E-04

CAPÍTULO 9: CONSIDERAÇÕES FINAIS


Em síntese, este manual visa simplificar e tornar acessível o cálculo do ensaio
de infiltração a carga constante em furos de sondagem, adotando uma
abordagem prática e objetiva. Destinado a profissionais e estudantes, o guia
busca fornecer uma eficaz ferramenta para compreensão do método de cálculo.
É notável que, por vezes, profissionais se limitam a preencher planilhas sem
compreender totalmente os cálculos envolvidos. Nesse contexto, ressalta-se a
importância de compreender a lógica por trás das fórmulas utilizadas.
CAPÍTULO 10: MODELO DA PLANILHA
ENSAIO DE PERMEABILIDADE EM SOLOS
ENSAIO EM SONDAGENS
Folha 1
CLIENTE: SONDAGEM Nº:

OBRA: ENSAIO Nº:


FIRMA EXECUTORA: LOCAL: COTA:

COORD N: COORD E: INÍCIO: TÉRMINO:

GEOL OU ENG RESP.: SONDADOR:

BOCA DO REVESTIMENTO

DATA:
0,30 m
TRECHO ENSAIADO: de 1,70 a 1,95 m
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SUPERFÍCIE DO TERRENO EN S A I O REA LI Z A D O COND IÇÕES DO ENS A I O
NA ANTES
SECO m DO ENSAIO ABAIXO DO N.A INFILTRAÇÃO X
ACIMA DO N.A X REBAIXAMENTO
SECO m ADOTADO COM ARTESIANISMO
NÍVEL 1,70 m
FREATICO
L E I T U R A S DE V A Z Ã O
DIAM. INT. TUBO 0,0762 m
HIDRÔMETRO m³/h

SAPATA TAMBOR DE litros


(Diâmetro de cm)
DIAM. FURO 0,0635 m
0,25 m PROVETA 1000ml X
FUNDO DO (proveta graduada de 10 ml)
FURO

TEMPO
TEMPO ACUMULADO ABSORÇÃO (
HORA LEITURA ( ml ) ABSORÇÃO ( ml ) HORA ACUMULADO LEITURA ( ml )
( Minuto ) ml )
( Minuto )
10:20 00:00:00 1000,0 0
10:21 00:01:00 970,0 30
10:22 00:02:00 940,0 30
10:23 00:03:00 910,0 30
10:24 00:04:00 880,0 30
10:25 00:05:00 850,0 30
10:30 00:10:00 700,0 150
10:35 00:15:00 550,0 150
10:40 00:20:00 400,0 150
10:45 00:25:00 250,0 150
10:50 00:30:00 100,0 150

900

Coluna d' Água Vazão Absorção Perda Específica Fator de Correção K


Prof. (m) (Kgf/cm2) (l/min.) (l/min. x m) (l/min. x m x Kgf/cm2) (cm/s)

2,13 0,213 0,030 0,120 0,56 5,47E-04 3,09E-04

OBS:

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