Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cristianismo Místico - Coletânea de Mensagens - Hugo Lapa PDF
Cristianismo Místico - Coletânea de Mensagens - Hugo Lapa PDF
1ᵃ edição – 2016
2
COLETÂNEA DE MENSAGENS
Hugo Lapa
3
AVISO IMPORTANTE
Todo o conteúdo desta obra é registrado e possui direitos
autorais protegidos por lei. Todos os textos e mensagens
deste livro podem ser postados livremente nas redes sociais,
desde que o nome do autor seja citado. Aqueles que desejam
publicar este conteúdo em seus sites, blogs ou qualquer mídia
impressa ou eletrônica podem falar diretamente com o autor
em seu e-mail. Aqueles que publicarem qualquer parte do
conteúdo da obra sem citar o nome do autor ou com autoria
modificada estarão sujeitos à penalidade conforme legislação
penal em vigor no país.
E-mail: portaldoespiritualismo@gmail.com
Blog: http://hugolapa.wordpress.com
4
Dedicatória
5
Índice
Lições do Sofrimento
Atravessando o Vale do Sofrimento
O Remédio Amargo
Nascer de Novo
Madrugada escura
Ataque espiritual
A razão da dor
Luz e trevas
Do mundo caminhamos para Deus
Tudo está dando certo
A lenda da flor azul
O jardineiro cósmico
Provações da vida
Nosso Posicionamento na Vida
Luz Divina
O Menino e a Árvore
Um Homem num Leito de Hospital
Perguntas para a Vida
Siga em Frente
Véu da Ilusão
Força Interior
Destino e Escolha
O Bom e o Mau
Nosso Egoísmo
Perdemos o que não tem valor
Comparações
Criar Expectativas
A Arte de Viver
Quem tudo quer
Simplicidade do Viver
Isso Passa...
Provocando Sofrimento
Não sou nada
Como encarar os problemas da vida
As Partes perdidas
Buscar Deus somente na dor
6
O Consolo após a morte
Desejo e Sofrimento
O Apego
Não se importe tanto
Quando você perder
Não lute
Não reaja ao mal
A Vida nos ensina
Superando o sofrimento
Perdas da Vida
Sentimento de Vazio
Infelicidade
Vale dos Arrependidos
A Pedra que me jogaram
Tudo vem e vai embora
A esperança
Preciso de ajuda
Por que os bons morrem jovens?
Viver e Morrer
A Cegueira do Egoísmo
Por que as pessoas sofrem?
A Eterna Jornada do Espírito
Por que Deus permite o sofrimento?
Sofrimento da humanidade
Vazio do egoísmo
Doença que cura
Morrer todos os dias
Ser e ter
Não se importe
Esperar o outro
Amor e dependência emocional
A Venda nos Olhos
Sobre os filhos
Solidão
Medo de perder
Egoísmo Humano
Obrigado Professor
Educação e Limites
Medo da Solidão
Reflexo de si mesmo
7
O Veneno da Serpente
Tratando como espírito eterno
Decepção com as pessoas
Papel de Salvador
O Mal está sempre no outro?
O que é importante em sua vida
Quem é o obsessor?
O Último abraço
Mimar os filhos
O Sábio e a Árvore
O Amor é a solução
Não se anule pelo outro
O que os outros pensam de você
Amor e aceitação
Observando a vida
Sobre o karma do aborto
A História das Quatro Almas
Podemos evitar a morte de alguém?
Ninguém protege ninguém
As Crianças são espíritos
Ninguém vence ninguém
Você é espírito
A mente tranquila
A escolha certa
O Lobo Feroz
Deixe tudo fluir
Missão Espiritual
Materialismo espiritual
O erro do outro
Caminho do Meio
Paz de espírito
O Olhar do Inimigo
Ser Feliz
O Viajante e a Bebida do Prazer
Fundo do Poço
Como transmutar nosso karma
A Pedra no caminho
Abandone o consumismo
Esperar para viver
8
Preciso mesmo disso?
Não se identifique
Viva pelo Espírito
A Fábula do pássaro que aprendeu a voar
Imagem e essência
O Caminho dos Sábios
Preocupações
Ser e estar
Pensamentos Obsessivos
Ninguém nos afeta
O Silêncio Interior
Sobre a Humildade
A Fábula do Pintinho e do Ovo
Cinco Regras da Raiva
Lutar por melhores condições no mundo
O que é o Sucesso
A Maledicência
A Fábula do mundo das velas
Tempo de Despertar
Sentido da Vida
O Velho e o novo
Rótulo e embalagem
Aceitar a vida
Eu estou certo
A porta da verdade
Viver Fugindo
Felicidade e Paz
Um espírita no umbral
Tudo tem um fim
Meu Inimigo
Sabedoria e Ignorância
Contradição humana
Hoje em dia
Início e Fim
Falatório Pessoal
Não critique
Mudança externa e interna
A Vaidade
Os três obsessores
Conselhos de Vida
Onde foi que eu errei
O que te faz feliz
Grandes Corporações
9
Orgulho nos faz perder
Nossa Barreira Emocional
A Ansiedade
Como encontrar nossa essência
É preciso abrir mão
Apego e Sofrimento
Não dê seu poder
Não deixe para amanhã
Um homem ofende um sábio
Uma alma de luz na Terra
Caminho para a felicidade
Ser e essência
Oração de Deus
O que é espiritualidade
Religião e espiritualidade
A Paz Espiritual
Deus e perfeição
A melhor religião
A religião mais verdadeira
O que controlamos nessa vida?
Fé em Deus
Uma Luz na escuridão
Encontrar Deus
Fé na Vida
Inferno e Paraíso
Deus nos ajuda a evoluir
Um obsessor no centro espírita
Cair e Levantar
Os últimos serão os primeiros
Contato com o anjo
A Benzedeira e a melhor oração
Os Falsos Profetas
Para ser feliz
O que é Deus
A Chuva Divina
Ascensão Celestial
O Plano das Trevas
Deus em nossa vida
A Fé
Deus está em nosso próximo
10
Resgate de si mesmo
A Pobreza
Para ir ao céu temos de morrer
O que vamos levar desta vida
Seja verdadeiro
Vida Simples
O Tempo de Deus
Lição de Vida
Dormir em paz e se envolver na luz
O Religioso Fundamentalista
Deus e os interesses mundanos
Luz do Espírito
O Essencial e o Supérfluo
Em Busca da Luz
Sobre datas do fim do mundo
Medo da morte
Pedindo ajuda a Deus
Merecimento e entrega
Qual o tamanho do seu mundo?
Pra que pedir algo a Deus?
A Joia da Caridade
A Chama Sagrada
Semeando o bem
O Trabalho no Bem
Sete Pedras Preciosas
Fazer o bem
A real necessidade
O Vazio Interior
A Caridade
Respeito
Reflexões sobre a caridade
O bem cura
O Amor transforma
Pedindo ajuda a Jesus
Amor Incondicional
Dar e Receber
Preocupação com os outros
A Estrada da Vida
O Consolo Espiritual
Meu Quintal
11
Quem nos ajuda de verdade?
A História de uma vida
Nada podemos possuir
Disciplina é Liberdade
Por que as pessoas são enganadas pelos picaretas?
O mal que te fizeram
Pureza de intenção
Caridade Verdadeira
Não alimente o mal
Os frutos do bem
Mensagens sobre as
Leis Naturais da Vida ......................................... 584
12
O Valor do Vazio
Verdades Eternas
Lei da Atração
Por que os maus se dão bem?
A Vida Sempiterna
Nosso Ritmo de Evolução
13
MENSAGENS SOBRE SOFRIMENTO
LIÇÕES DO SOFRIMENTO
14
5 – Uma grande lição do sofrimento é que só aprendemos
uma coisa quando a realizamos e sentimos. É como o aluno
de natação e seu professor. Por mais que o professor expli -
que a teoria da natação, num dado momento o aluno preci -
sará mergulhar na água e se virar sozinho para con seguir
nadar. É certo que, em algum momento o professor precisa
jogar a pes soa na água, e deixa-la sozinha, para que ela
aprenda a nadar pelos seus próprios meios e recursos, sem
depender mais de ninguém. Em essência, Deus faz isso para
que cada pessoa cresça por si mesma e se torne indepen-
dente, pois é assim que evoluímos es piritualmente. Por esse
motivo, Deus nos coloca num mundo de sofrimento para que,
sem nenhuma ajuda nos momentos difíceis, possamos
aprender as sagradas lições da vida.
15
perfeita e infinita, Ele te conhece muito melhor do que ti
mesmo, e sabe que você é capaz de carregar uma pesada
cruz. Logo, não reclame da injus tiça do sofrimento, tome para
si a sua cruz, pois ela foi esculpida pelo carpinteiro cós mico,
que conhece tuas forças e sabe que você é capaz de passar
pelos labirintos tortuosos da vida e conseguir a sagrada e tão
sonhada purificação interior.
16
ATRAVESSANDO O VALE DO SOFRIMENTO
Faça uma oração, depois faça outra, e outra… Ore até sentir
que sua energia vai se elevando, se elevando… até você se
sentir envolvido de energias boas, energias calorosas, que te
acolhem… até você sentir paz… até você sentir que suas
emoções negativas vão sendo purificadas. Ore um Pai Nosso,
uma Ave Maria, e faça uma oração sincera, de coração, colo-
cando todo o seu ser naquela prece.
17
Depois disso, não peça a Deus que diminua o peso de sua
cruz, peça mais força para conseguir conduzir sua cruz para
onde ela tiver que ir. Deus jamais te daria uma cru z mais
pesada do que você pode carregar. Por isso confie em Deus.
Se nem os homens fazem cadeados sem chaves, Deus, que
é a inteligência infinita de todo o universo, jamais te colocaria
dentro de um problema que não tivesse solução.
18
O REMÉDIO AMARGO
19
O anjo, que acompanhava tudo, perguntou a mulher:
O anjo respondeu:
20
NASCER DE NOVO
21
mento ocorrer, o sofrimento cessa. No caso da dor e do so-
frimento, o efeito não é o nascimento de outra pes soa, mas
de um novo eu, da morte do “velho homem” e do nascimento
do “novo homem”, renascido, renovado e divino. Esse é o
significado profundo do sofrimento.
22
MADRUGADA ESCURA
23
Nesse momento, um raio de sol entra pela sua janela e vai
iluminar precisamente a sua face. Joana sentiu a luz incidindo
sobre seu rosto e mal podia acreditar. Pediu uma luz e essa
luz veio… Ela então abriu a janela de sua casa, e viu que o
sol estava começando a brilhar. Joana pensou:
24
ATAQUE ESPIRITUAL
25
aliviadas, e começou a sentir-se bem e relaxado. Percebeu
que os espíritos foram se retirando, até que deixaram total-
mente sua residência.
A mensagem dizia:
26
A RAZÃO DA DOR
O anjo respondeu:
A dor nos obriga a caminhar; nos força a rever nos sos con-
ceitos; nos impulsiona ao progresso; nos ajuda a abandonar
nossas crenças e a buscar o novo; nos faz ir além dos nossos
limites; nos proporciona a reflexão necessária; nos impele a
deixar de lado os preconceitos, a abrir a nossa mente e a
olhar para nós mesmos.
27
LUZ E TREVAS
– Peço que entre por este túnel, até a parte mais es cura do
mesmo. Mas não pare de caminhar. Aconteça o que aconte -
cer, continue caminhando.
28
atual de s ua vida com aquela escuridão tenebrosa. Porém,
reuniu os últimos resquícios de coragem, e lembrou -se das
palavras do sábio que a havia orientado a não parar no cami -
nho, a seguir em frente, caminhando, independente de qual -
quer coisa. Então fez isto, continuou percorrendo o túnel,
mesmo sem nada enxergar. Andou alguns quilô metros e
começou a ver uma pequena brecha de luz a frente. Conti -
nuou mantendo o mesmo passo. A luz foi aumentando, e logo
se revelou como sendo a saída do túnel. Voltou a enxergar-se
e a ver tudo, e finalmente saiu do túnel.
– Mestre, disse ela, não compreendi por que tive que atraves -
sar este túnel. Por que me fizeste passar por essa escuridão?
O mestre respondeu:
29
DO MUNDO CAMINHAMOS PARA DEUS
30
mundo, peregrinamos pelo cosmos para descobrir que não
saímos do lugar, não saímos de dentro de nós. A única via-
gem possível é aquela que vai para o interior, para a essência
de nosso ser.
31
TUDO ESTÁ DANDO CERTO
Mais uma vez não deu importância à voz, posto que, obvia -
mente, ela tinha perdido uma grande oportunidade de estágio.
32
desesperou muitís simo, pois era bastante apegada a sua
mãe. Desenvolveu um quadro depressivo após a perda e
precisou de alguns meses até se recuperar. Numa de suas
crises de desespero, fez uma prece dirigida aos anjos do
Senhor e mais uma vez perguntou:
Mais uma vez, a mesma voz angelical, muito bela, res soou
dentro de sua mente, mas agora lhe veio também à imagem
de um anjo, que disse:
Caroline ficou tão nervosa com essa situação que aca bou
tendo um ataque cardíaco. Percebeu seu corpo muito leve e
começou a levitar acima do leito hospitalar. Viu a equipe mé -
dica tentando reanima-la, mas sem sucesso. De repente já
não estava mais no hospital, mas numa espécie de cosmos
espiritual infinito, além do tempo e do espaço, numa região de
luz e amor. Nesse momento, uma voz suave disse:
33
Caroline reconheceu aquela voz. Era a mesma voz que, ao
longo de várias fases de sua vida até aquele momento, havia
sempre lhe incentivado com a afirmativa de que tudo estava
dando certo. Logo depois um anjo apareceu. Caroline então
resolveu aproveitar aquela situação de “quase-morte” e per-
guntou ao anjo.
34
Agora volte a Terra, pois ainda não chegou a sua hora. Você
vai retornar e passar a viver uma existência muito melhor.
35
A LENDA DA FLOR AZUL
A lenda pode parecer muito triste, mas ela tem um final feliz.
Archen foi enterrado no mes mo lugar onde a serpente o havia
picado. A estória termina dizendo que no exato local onde
Archen foi enterrado, nasceu e desabrochou uma belíssima
flor azul, várias delas. Ao contrário da pele da serpente, a
coloração da flor não era de um azul escuro, mas de um azul
muito claro e lím pido. Dizem que essa flor continha o precioso
antídoto que por muitos séculos protegeu o povo da letal
picada da Serpente Daimonia. Assim, Archen teria cumprido a
sua missão e conseguido salvar a vida de milhares e milhares
36
de pessoas de várias gerações seguintes, pois seu sofrimento
fez com que brotasse do solo uma sagrada flor que continha o
antídoto para o mal que há muito assolava os habitantes
daquela região.
37
grande desesperança numa inabalável fé ou esperança na
vida, que vem iluminar os passos de outras pessoas.
38
O JARDINEIRO CÓSMICO
Era uma vez uma plantinha muito bela, que vivia num suntu -
oso e vasto jardim muito florido. Ela es tava sempre feliz, pois
o jardineiro dedicava muita atenção a ela, cultivando, regando
e cuidando de várias formas.
39
usados, permitindo nascer novos galhos, renovados e resis -
tentes.
40
PROVAÇÕES DA VIDA
41
NOSSO POSICIONAMENTO NA VIDA
“Ai meu Deus, que droga! Que inferno de vida! Perdi meu
carro nessa batida! Como a vida é injusta! Que raiva de tudo!
42
LUZ DIVINA
43
pressão de que se tornam pequenos diante dessa luz, e tam -
bém que, se forem em direção a luz, eles vão se dissolver
nela e isso vai neutralizar sua individualidade, tal como uma
pequena gota poderia dissolver-se e se perder no oceano.
Porém, tanto O Livro Tibetano dos Mortos quanto os espíritos
de luz garantem que não é isso que ocorre. Como diz a má -
xima mística: “Não se trata de perder-se no oceano, mas de
tornar-se oceano”.
44
sespero, onde a escuridão toma conta de nossa vida, é jus -
tamente o momento em que a luz pode brilhar com mais in -
tensidade. As pessoas podem pensar que esse é o momento
que Deus as abandonou, mas é justamente o contrário. Al-
guns podem não entender isso, mas é algo simples de com -
preender. Observemos que a noite precisa aparecer com sua
escuridão para que as estrelas possam brilhar no céu. Da
mesma forma, a escuridão total precisa se fazer em nossa
vida para que possamos ver a luz, tanto a luz externa de
Deus quanto a luz interna, que existe dentro de cada um. No
plano do absoluto, essas duas luzes são uma só e mesma
luz.
Nesse momento, a fé deve ser o farol que guia aque les que
desejam sair das trevas e ir para a luz.
Obviamente “Ir até a luz” não significa levantar e cami nhar até
uma luz que fica a sua frente. Trata-se apenas de se integrar
na luz divina e permitir que Deus tome conta de sua vida.
Nesse momento vamos compreender o profundo significado
de outra máxima bíblica que diz “Já não sou eu quem vive,
45
mas o Cristo que vive em mim” (Gálatas 2:20). Assim, a pes -
soa deve se integrar na luz e se entregar comple tamente a
Deus, sem qualquer restrição. Explicando de uma forma mais
simples: Deus nos joga na escuridão para que possamos en-
contrar a luz. É justamente quando somos jogados na escuri -
dão que se apresenta o momento mais propício para a har-
monização com a luz divina. Meditem nessas explicações, e a
luz divina estará sempre com vocês, como uma chama eterna
que nunca se apagará, ardendo em vosso interior.
46
O MENINO E A ÁRVORE
47
de sua vida. Mesmo numa aparente ausência existe a perfeita
alquimia da natureza sendo realizada.
48
UM HOMEM NUM LEITO DE HOSPITAL
49
Agora tudo mudou,
E não posso sequer me mexer,
Apenas movimentos com a boca,
Eu posso levemente fazer.
50
Não esqueça de valorizar as coisas pequenas,
Pois a vida é um presente.
Se alguém te agredir,
Ofereça uma flor,
Algumas pessoas desconhecem,
O benefício que traz o amor.
51
PERGUNTAS PARA A VIDA
52
Você se acha melhor do que a média das pessoas, ou tem
humildade e aceita trabalhar a si mesmo para se tornar al -
guém melhor para si mesmo e para os outros?
53
SIGA EM FRENTE
54
Ou esperamos algo do outro e nos decepcionamos, ou p as-
samos a confiar em nós mesmos e seguimos em frente.
O que você tem escolhido até hoje? Não importa o que você
escolheu até agora. Siga em frente… O que im porta é o que
você vai escolher a partir de agora.
55
O VÉU DA ILUSÃO
56
Sempre que o manto das fantasias e dos sonhos da vida
mundana se romper, você tem uma chance de enxergar e
viver a realidade tal como ela é.
57
O BOM E O MAU
58
O segundo ponto nos mostra o quanto algo conside rado mau
num momento de nossa vida pode depois se transformado
em algo bom e vice versa. Quantas situações que numa
época de nossa vida nos pareciam devastadoras e na época
seguinte pensamos: “Foi ótimo tal situação ter ocorrido, pois
consegui reconstruir minha vida de outra forma”. Ou quando
pensamos “Foi bom o término desse relacionamento, pois
aquela pessoa não me fazia bem” Ou quando admitimos que
“aquele antigo emprego me tomava muito tempo e agora que
fui demitido e estou trabalhando em outro lugar, posso me
dedicar mais a minha família”. Todas essas situações deixam
claro que tudo aquilo que parece ruim, mal, desastroso num
certo período de nossa vida, passa a ser encarado como algo
bom, positivo e renovador em outro momento. As ilusões de
uma época podem ser quebradas pelo que consideramos mal
e posteriormente serem tomadas por algo que, no final das
contas, foi positivo. São muitas as situações que podem ser
más num momento e depois se transformarem em algo bom.
Por exemplo, (1) a perda num momento pode se transformar
num ganho posterior; (2) o afastamento de certos falsos ami-
gos pode s er considerado ruim, mas nos faz descobrir os
poucos amigos verdadeiros; (3) a disciplina paterna pode nos
desagradar na infância, mas nos transformará numa pessoa
correta na idade adulta; (4) os estudos da escola podem ser
desgastantes, penosos e chatos, mas serão a chave para a
entrada na universidade; (5) o fim de um relacionamento pode
nos ajudar a encontrar outra pessoa com maior afinidade
conosco; (5) uma doença pode nos tirar do ritmo estressante
do trabalho e nos permitir reavaliar nossa vida e pensar um
pouco mais em nós mesmos; (6) uma doença também pode
nos obrigar a mudar certos hábitos e nos tornarmos uma
pessoa mais saudável; (7) uma pessoa que nos fere com
palavras duras, mas verdadeiras, pode nos abrir os olhos
sobre alguma faceta autodestrutiva de nossa personalidade;
(8) uma mentira descoberta pode nos causar muito mal estar,
mas a queda da mentira nos coloca diante da verdade (9) a
iminência da morte pode nos tornar mais humanos, pode nos
aproximar de nossa família, pode nos ajudar a resolver certas
questões em nossa vida, pode nos inspirar à solidariedade,
ao amor e à paz. São muitas as situações que nos causam
dor, mau estar, cólera, mágoa, tristeza, sofrimento, etc, mas
que depois nos elevam, nos abrem os olhos, nos co locam
59
frente a frente com a verdade, nos renovam, ou nos fazem re -
nascer.
60
no prazer, posto que se assim fosse, o prazer não geraria a
dor da perda do prazer e uma ausência que sempre fica em
nosso interior pelos momentos de prazer que não podem
mais ser vividos. Por isso, o prazer é sempre algo efêmero,
passageiro e ilusório: quem busca o prazer como sendo algo
bom vê-se na posição futura inexorável da perda desse bom,
e consequentemente, do bom transformar-se em mau, em
angústia, em privação. Quando consideramos o bom sempre
tendo como fonte os prazeres do mundo acabamos caindo
numa posição de erro, posto que o mundo é ilusório e nunca
vai nos satisfazer. O ser humano quer sempre mais e mais, e
esse “querer mais” é um sofrimento por si mesmo, ainda mais
quando o desejo não pode ser saciado e surge a falta. A
busca pelo prazer é também uma imensa perda de tempo
para o espírito, posto que na vida espiritual não existe nem
prazer nem dor, mas sim uma busca pela eterna es sência da
vida. Por esse motivo, tudo que é bom no mundo não é ne -
cessariamente bom para o espírito.
61
desnecessária, um sofrimento de agora que será a cura para
o nosso espírito no futuro.
62
a acender nossa luz, a dor nos purifica e o ódio se trans forma
em amor. De igual maneira, a morte, que muitos consideram
como a pior coisa da vida humana, não é o fim… mas o co -
meço de uma nova vida.
63
FORÇA INTERIOR
O anjo respondeu:
64
DESTINO E ESCOLHA
Você não pode evitar de ter limites, mas pode criar as condi-
ções para supera-los.
Você não pode evitar que alguém te agrida, mas pode buscar
a tranquilidade quando isso ocorre.
Você não pode evitar que seus filhos cresçam, mas pode
prepara-los para a vida.
Você não pode evitar que outros te julguem, mas pode con -
duzir sua vida sem se preocupar e sem sofrer com a visão
dos outros sobre você.
Você não pode evitar que outros falem mal de você, mas
pode não dar importância e seguir em frente.
Você não pode evitar errar, mas pode aceitar suas im perfei-
ções e aprender com seus erros para que eles não mais se
repitam no futuro.
Você não pode evitar que uma ou outra coisa dê errado, mas
pode buscar consertar tudo o que você considera incorreto.
Você não pode evitar que existam muros no cami nho, mas
pode pula-los ou contorna-los para continuar no caminho.
Você não pode evitar de, por vezes, seguir caminhos falsos,
mas pode avistar e mudar de direção escolhendo novos ca-
minhos.
65
Você não pode evitar que as pessoas morram, mas pode
aceitar a morte como parte da vida.
Você não pode evitar de morrer, mas pode, com toda certeza,
escolher viver.
66
NOSSO EGOÍSMO
Era uma vez uma mulher de meia idade chamada Maria das
Dores.
Certo dia, uma amiga foi visitar Maria das Dores. Após ouvir
Maria fazer um relato pormenorizado e detalhado que tudo
que a incomodava, a amiga disse: Maria, você precisa parar
de ficar pensando apenas nos seus pro blemas. Perceba
como esse é um com portamento um tanto egocêntrico, pois
parece que só existe isso no mundo. Venha comigo hoje
visitar uma instituição.
67
auxílio a pessoas enfermas, abandonadas, carentes e solitá-
rias, ela não mais se sentia tão envolvida pelas adversidades
de sua própria vida.
A amiga de Maria disse que uma importante lição pode ria ser
tirada de tudo isso. A amiga resumiu da seguinte forma:
68
PERDEMOS O QUE NÃO TEM VALOR
69
Ocorre algo semelhante com as pessoas. O ser humano
insiste em se dedicar a experiências, crenças e atividades
que não têm a menor importância para sua vida espiritual e
cósmica. Cultivamos valores materiais que por si só são to -
talmente vazios de significado. Damos valor àquilo que não
tem o menor valor. Com isso, estamos perdendo nosso preci -
oso tempo espiritual. Estamos estagnados na caminhada do
nosso espírito, jogando fora nossa vida com banalidades que
não fazem parte de nossa natureza essencial.
Mas quem está seguindo por esse caminho não fica sem uma
orientação prévia. Deus nos transmite uma série de mensa -
gens sobre isso. O Cosmos se comunica conosco e nos
manda sinais… Da mesma forma que o pai e a mãe podem
conversar antes com o filho e tentar mostrar-lhe a ausência
de valor do game para sua vida, o universo também nos envia
muitos alertas de que estamos focando em coisas sem valor
em nossa existência terrena. Deus nos dá uma série de avi -
sos de que estamos mergulhados em ilusões, em miragens
irreais, criando um personagem inexis tente, tal como um
personagem de videogame, e dotando-lhe de realidade. Per-
demos nossa vida em prazeres quiméricos, em pequenas
fantasias, em sonhos sem sentido, em prazeres bobos e frí-
volos. No final das contas, mergulhamos em devaneios exis -
tenciais, em agrados prazenteiros que nada tem a nos ofere-
cer. Perdemos tempo com religiões fundamentalistas; perde-
mos tempo julgando nossos semelhantes; perdemos tempo
tentando possuir e controlar o outro; perdemos nossa vida
impondo nossas verdades; perdemos a nós mesmos criando
realidades ilusórias que são projeções dos nossos desejos,
traumas, medos e ignorância. Tudo isso nos afasta de nossa
essência…
Por esse motivo, quem faz sua vida girar em torno da materi -
alidade superficial, de questões mundanas sem importância,
vai perde-las mais cedo ou mais tarde. Muitas pessoas se
perguntam: Por que perdemos tantas coisas? A resposta é
essa: Porque Deus quer nos mostrar que essas coisas são
transitórias, são sem espírito e sem vida… Deus nos faz per-
der o que não tem valor para que possamos acordar para o
que tem relevância real. Para que deixemos de lado os praze -
res quiméricos, as satisfações morredouras, as preocupa ções
70
finitas, as problemáticas passageiras, o ego inflado, o sentido
de pertencimento, as posses de coisas e pessoas, tudo o que
não tem utilidade espiritual real, mas uma valia superficial.
71
COMPARAÇÕES
72
Tens certeza de que alguém que parece bem, está mesmo
bem?
És capaz de penetrar nos meandros mais secretos do cora-
ção humano?
Quem tu julgas no ápice da felicidade humana, pode atraves -
sar tormentas que nem fazes ideia.
Não desmereças o que você tem e o que você é.
Não dê tanto poder as aparências do outro, e nem retire o
poder de ti.
Tampouco fique desejando a queda do outro para te senti res
melhor.
Avança-te a ti mesmo, no caminho do desenvolvimento, inde-
pendente das aparências externas de sucesso.
Não olhe para os lados, não se deixe desviar do teu caminho
focando-se em vias alheias.
Cada percurso é único em valor e profundidade.
Podes fraquejar na corrida da vida se vês todos a tua frente,
E podes sentir-se exageradamente confiante e perder a cor-
rida se vês outros atrás de ti.
Não olhe para os lados, pois ninguém veio ao mundo pa ra
vencer outros,
Mas sim para vencer nossos próprios limites; para vencer a
nós mesmos e ir além.
Deixa de lado, portanto, o jogo da comparação,
Pois somente assim percorrerás a senda da vida com equilí-
brio e paz.
73
CRIAR EXPECTATIVAS
74
A ARTE DE VIVER
– Parabéns!
75
– Essa era a atividade surpresa que faria hoje com vocês.
Estou dando os parabéns a esse rapaz, pois de todos que
chegaram atrasados, ele foi o único que ad mitiu a própria
responsabilidade pelos seus atos. Ele confidenciou a todos
que dormiu tarde e por isso não conseguiu acordar. Ele não
jogou a culpa no trânsito, no bloqueio policial ou na distância
de onde mora. Não deu nenhuma desculpa para se livrar. Ele
trouxe a res ponsabilidade para si e admitiu seu erro.
76
QUEM TUDO QUER
77
Na vida, precisamos abandonar a ideia de onipotên cia, de
poder, de mando, de conquistas totais.
Ninguém pode ser completo, necessário, absoluto e irrestrito.
Entender nossos próprios limites, aceitar a vida, vi ver na rea-
lidade e buscar o aperfeiçoamento interior é, com efeito, o
melhor caminho que o ser humano pode trilhar neste mundo.
78
SIMPLICIDADE DO VIVER
É difícil estudar? Pode ser ainda mais difícil viver sem estudo.
É difícil fazer o bem? Experimente levar uma vida fazendo o
mal e sofrendo as consequências desse mal.
É difícil divorciar-se? Pode ser ainda muito mais difícil viver
preso num casamento infeliz e vazio.
É difícil aceitar o outro? Pode ser ainda mais difícil que rer
ficar impondo ao outro nossa maneira de agir.
É difícil ser honesto? Pode ser ainda muito mais difícil, com o
passar do tempo, viver na desonestidade.
É difícil ser desprendido? Pode ser ainda muito mais difícil
viver preso, apegado e dependente a uma série de coisas,
pessoas e situações.
É difícil viver dentro da ordem? É muito mais difícil viver em
meio a desordem e ao caos.
É difícil encarar nossos problemas e se tratar? É muito mais
difícil viver doente, transtornado, carente e cheio de conflitos
internos não resolvidos.
É difícil falar a verdade? É muito mais difícil contar uma men-
tira e ter que ficar sustentando essa falsidade por longos
períodos.
É difícil viver em silêncio? É muito mais difícil viver no baru -
lho, na confusão e nos ruídos constantes de nossa tagarelice
interior.
É difícil ficar calado? É muito mais difícil falar bobagens, ma-
goar alguém quando falamos sem pensar ou falar sem medir
as consequências de nosso discurso.
É difícil viver apenas com o necessário? É muito mais difícil
viver uma vida superficial, fútil e infeliz.
É difícil viver uma vida simples? É muito mais difícil viver na
extravagância, no vazio da sofisticação e na carência de ter
tudo e não ter nada ao mesmo tempo.
É difícil amar? É muito mais difícil viver uma vida sem amor.
É difícil ser você mesmo? É muito mais difícil viver como
sendo o sonho de uma personalidade ideal e falsa.
É difícil viver no real? Se você pensa que é muito pe noso e
árduo viver no real, acredite… é muito mais difícil e doloroso
viver na ilusão…
79
ISSO PASSA...
80
Vamos de cima a baixo… e de baixo para cima, na eterna
roda da existência universal. Uma hora estamos por baixo e
outra hora estamos por cima. Não escarneça quem está
embaixo e nem veja com adoração quem está em cima, pois
o alto e o baixo também passarão.
Tanto os bons momentos e quanto os maus momentos
também vão passar…
Os injustos estarão arrependidos…
Os coxos vão caminhar…
Os cegos vão enxergar…
Os dementes vão aprender…
Os surdos vão passar a ouvir…
Os doentes vão se curar…
Todo limite será ultrapassado e todos os sofrimentos vão se
extinguir.
A construção será erguida e depois será destruída…
O bebê nasce e o idoso morre…
O trem passa e a paisagem se modifica…
A roda da existência sempre vai girar… e tudo… tudo
mesmo… vai passar…
Não se trata de uma opinião, de uma suposição, de uma
crença. Essa é a lei eterna da vida e essa lei não passa…
No mundo nada fica… nada permanece como foi… tudo vai e
vem… Todas as coisas mudam e tudo se faz e desfaz…
Mas o espírito da vida, a fonte de tudo, a ordem cósmica, a
harmonia universal, o ritmo da eternidade, a essência do
infinito… Isso ficará para sempre.
Isso não passa… O infinito e a eternidade jamais passarão…
Assim como nossa essência primordial… Não passará…
81
PROVOCANDO SOFRIMENTO
Vamos elaborar uma ilustração para que isso fique mais claro.
Imagine que uma pessoa tem uma ferida no braço. Outra
pessoa vem e toca nessa ferida. O resultado não será outro
senão a dor do toque na ferida. Mas se a pessoa tocasse em
nosso braço e não exis tisse uma ferida, não haveria dor na
hora do toque. Só há dor por haver uma predisposição nossa,
uma ferida, uma fraqueza de nosso ser na hora do toque. O
mesmo ocorre com o sofrimento. Se uma pessoa consegue
nos provocar algum tipo de sofrimento, isso significa que
existe uma ferida dentro de nós, uma fraqueza, uma predis -
posição interna que é ativada.
82
sua mente um anseio em pos suir essa mulher para si. Seu
desejo é ficar com ela. No entanto, se ela diz que não o ama
e quer ficar com outra pes soa, ele naturalmente vai sofrer por
isso. Mas a causa do sofrimento não será o “não” da moça,
mas sim todas as expectativas que ele criou, seu an seio por
tê-la, seu desejo romântico de namorar e casar, sua imagina -
ção solta criando situações e mais situações que não poderão
ocorrer na prática. É isso que gera o sofrimento, e não a ne -
gativa da moça em ficar com ele.
83
NÃO SOU NADA
84
construir a nova residência? O nada ou vazio é o espaço que
permite a criação e a existência de algo.
85
COMO ENCARAR OS PROBLEMAS DA VIDA
86
do relacionamento. Ela não entende o motivo desse padrão.
Mas refletindo sobre sua vida e seu comportamento, ela des -
cobre que desde o início de seus relacionamentos ela tinha
uma forte postura de cobrança em relação aos namorados.
Isso os sufocava e eles a deixavam. Esse problema a ajudou
a enxergar que os términos vinham dessa cobrança e a co -
brança tinha origem numa carência que ela tinha dentro de si.
Depois ela pode des cobrir que essa carência tinha como
causa a indiferença de seus pais em relação a ela mesma. A
moça decide então que precisa vencer essa carência para
que possa enfrentar esse problema e não mais atuar com
cobranças excessivas. Isso significa que o problema que ela
enfrentou acabou sendo a chave para lhe revelar algo de
negativo que existia dentro de si. Assim, o problema a ajudou
a enxergar melhor a si mesma e a se tornar uma pessoa mais
evoluída. Há um ditado popular que diz “Quando Deus fecha
uma porta, ele abre uma janela”. Os problemas nunca são
inúteis, eles sempre têm um propósito para nossa vida. Eles
nos ensinam algo, principalmente a sermos pessoas melho -
res. São também como cargas pesadas que levamos, que
nos obrigam ao exercício diário e nos fa zem mais fortes. O
ato de desvendar um problema contribui em nosso autoco -
nhecimento. Nossa reação diante de uma forte tempestade
diz muito sobre quem somos e nos ajuda a nos conhecer.
Passamos a conhecer nossos ser mais íntimo dependendo de
como nos posicionamos diante da tormenta, pois enquanto
uns saem correndo amedrontados, outros se tranquili zam e
buscam uma solução. Portanto, os problemas da vida são
nossos maiores professores, eles nos ensinam muito sobre a
vida e principalmente sobre nós mesmos. Por isso, todo pro-
blema tem sempre um significado profundo em nossa vida.
87
não consegue mais se relacionar. Nesse caso não é um pro -
blema real, mas um problema falso, que ele mesmo criou com
base numa crença igualmente criada e alimentada por si
mesmo. Ele poderia ter outros relacionamentos que fossem
satisfatórios, mas sua crença o impedia de conhecer outras
pessoas e assim ele mesmo criou seu problema e seu conse -
quente sofrimento. Esse tipo de situação é mais comum do
que a maioria pensa. Boa parte dos nossos problemas somos
nós mesmos que criamos.
88
passado, maior será o tamanho do problema na ótica da pes -
soa.
89
fazer é aceitar as coisas como são. Não há motivo para preo -
cupações, para sofrimentos, para dores, para deses pero. Se
não há solução, o que fazer? Nada pode ser feito, portanto, já
está solucionado. Quando você perceber um pro blema que
aparentemente não tem solução, é assim que as coisas de -
vem ser, consequentemente, apenas aceite, e não haverá
mais um problema.
90
AS PARTES PERDIDAS
Havia um homem que não estava feliz com sua vida. Sentia -
se muito triste e vazio. Na hora de dormir, fez uma oração a
Deus pedindo uma orientação sobre o que fazer para se tor-
nar uma pessoa mais feliz, mais integral, sem esse vazio que
sentia.
91
haviam rejeitado igualmente estavam de posse de uma pe-
quena porção de sua luz.
92
Quando acordou, sentiu um bem estar maravilhoso. Decidiu
que nunca mais iria se extraviar nas ilusões do caminho e
jamais permitiria que partes de si mesmo ficassem perdidas
pelos recantos do mundo.
93
BUSCAR DEUS SOMENTE NA DOR
Por que Deus somente nos ensina pela dor? Não seria mais
fácil aprender pela felicidade, pela satisfação, pela alegria,
pelo amor?
Por exemplo, aquele jovem rico que tem tudo, tem uma namo-
rada linda, faz muitas viagens, come tudo o que gosta, vive
uma vida muito confortável, tem muita energia para sair e
curtir. Esse jovem vai desejar buscar Deus, ou vai mergulhar
num mundo materialista, superficial, ilusório, de conforto e sa-
tisfação dos desejos passageiros? Mas quando esse jovem
começar a envelhecer, o que vai ocorrer? Ele vai aos poucos
perdendo toda a sua energia, pode começar a ter várias do -
enças, se tornará mais dependente dos outros, não poderá
mais sair, viajar, não será mais atraente para as mulheres,
seus falsos amigos podem abandona-lo, sua família pode não
procura-lo como antes, ele pode ficar carente e vazio… Pode
94
ainda ser rico, mas já não poderá mais usufruir o dinheiro e
seus prazeres como antes.
95
vida verdadeira só existe em nossa natureza essencial, mas
profunda e divina.
96
O CONSOLO APÓS A MORTE
97
luto de alguma coisa em toda a natureza e universo. Isso
porque nada que é natural morre de fato, mas ocorre apenas
uma mudança de forma. A flor que morre renasce como
adubo da terra; a semente que morre no solo nasce como
planta; a lagarta morre como lagarta e nasce a borboleta.
Como diz Lavoisier, “Nada se perde, tudo se transforma”.
Tudo aquilo que morre, renasce em outra forma. Essa é uma
lei natural que também vale para a alma humana. O espírito
também morre como forma para depois aderir a outra forma.
Como dissemos em um de nos sos escritos, morremos no
plano físico, para renascer no plano espiritual, da mesma
forma que o sol “morre” no horizonte num ponto da Terra e
“nasce” no outro lado do mundo. Portanto, não há morte… há
sempre continuidade da vida.
98
O quarto ponto fala sobre a possibilidade da alma ficar presa
a Terra e nos fazer muito mal. Já falamos sobre isso em outro
texto, portanto, não nos alongaremos nesse assunto. O que
as pessoas precisam saber é que não devem ficar prendendo
mentalmente um espírito junto delas, pois nesse caso, ela
pode se tornar o que no espiritualismo se chama de um “espí-
rito preso a Terra” e gerar muito mal aos encarnados e a si
próprio. É muito comum que uma alma recém desencarnada
fique presa a nós por conta de nosso apego. Qua ndo isso
ocorre, ela pode sugar nossas energias, assim como nos
transmitir toda a sua tristeza, confusão e até fazer com que fi -
quemos doentes e deprimidos. É necessário permitir que a
alma ascenda ao plano espiritual e não fique aprisionada na
matéria. Portanto, uma forma eficaz de diminuir nossa dor é
permitir a partida do espírito que pode ter ficado preso a
Terra. Em outro texto de nossa autoria ensinamos uma téc-
nica que permite ao encarnado encaminhar o recém desen -
carnado ao plano espiritual. O nome da técnica é “Encami-
nhando Espíritos”. Ela pode ser encontrada no blog de Hugo
Lapa. Pessoas que realizaram essa técnica rela taram senti-
rem-se aliviadas e mais tranquilas após sua realização. Isso
se deve ao fato que o desencarnado já não está mais co-
nosco, nos transmitindo sua tristeza e pesar.
99
faz estar viciados no outro, necessitando de sua presença
conosco. O amor incondicional é aquele que existe mesmo
quando a pessoa amada está longe e, mesmo sentindo s au-
dade, aceitamos de bom grado essa condição, pois não es -
tamos presos ao outro. Portanto, conseguem lidar melhor com
a morte aqueles que não cultivam nenhum apego. Ao contrá -
rio, aqueles que estão muito apegados, praticamente não
conseguem mais seguirem suas vidas sem o outro. É preciso
amar sem posses, sem se anular pelo outro, sem fazer do
outro nossa vida. Dessa forma, a passagem se torna muito
menos dolorosa e não nos prejudica.
O sexto ponto nos mostra que nenhuma vida pode ser inter-
rompida antes da hora, como as ilusões do mundo podem nos
fazer supor. Vejo muitas mães dizendo que “perderam” seu
filho “antes da hora” e que ele ainda tinha muito para viver
nessa vida não fosse a causa de sua morte, como um homi -
cídio, um acidente de carro, uma doença que o acometeu,
dentre outras causas de sua morte. Queremos declarar aqui a
verdade de que ninguém morre antes da hora. Em primeiro
lugar, é certo que não há interrupção da vida, posto que a
vida sempre continua e jamais se extingue. Em segundo
lugar, essa “interrupção” não foi algo que ocorreu ao acaso,
por acidente ou pela força das circunstâncias, mas precisava
acontecer. Isso porque quando uma alma desencarna, sua
missão na Terra já se completou. Mesmo quando uma pessoa
é assassinada, ela só desencarnou porque sua hora chegou,
caso contrário, o assassino não conseguiria seu intento e algo
daria errado. Uma alma só deixa a Terra quando não precisa
mais ficar aqui, pois já passou por todas as provas e expia -
ções que necessitava e já cumpriu sua mi ssão. Portanto,
mesmo um jovem de 15 anos que foi assassinado, não teve
sua vida interrompida pelo assassino. Ele foi embora porque
Deus permitiu que ele se libertasse da matéria após o término
de sua missão e das provas que precisava suportar para
evoluir espiritualmente. Seu tempo terrestre se esgotou e
nada mais havia para ele fazer na Terra.
100
acontecimentos que consideramos como a causa da morte.
Por outro lado, mesmo pessoas mais jovens, até crianças nos
primeiros anos, têm uma missão a cumprir e são úteis ao
desenvolvimento espiritual de uma família e em alguns casos
até mesmo da coletividade. É o caso de crianças em tenra
idade que são violentadas e assassinadas. As almas que
passam por essas tragédias, que tocam a sociedade, podem
ser espíritos missionários que vêm nos ensinar a importância
do amor, do perdão e vem sensibilizar a todos de que é ur -
gente uma transformação em nível global.
O oitavo ponto nos deixa claro o quanto a vida mun dana, que
tanto valorizamos, é insignificante, estéril e sem valor. As
mensagens dos espíritos sempre afirmam a verdade de que a
101
vida na matéria é passageira e pequena diante da imensidão,
da glória, da harmonia e da felicidade da vida espiritual. A
maioria das pessoas se digladia e morre pelas migalhas do
mundo perecível. Trocamos facilmente nossa felicidade pelo
dinheiro e pelos bens materiais deste mundo. Passamos a
vida tensos e angustiados para manter nosso sustento fi-
nanceiro sempre com medo de tudo perder. Ao desen carnar
percebemos a imaturidade de tais atos; nos damos conta do
caráter ínfimo, transitório e irrisório de tudo isso. Os espíri tos
dizem que brigamos por coisas sem nenhuma importân cia;
nos matamos pelas sobras dos ossos debaixo da mesa; per-
demos nossa vida alimentando o ilusório ao invés de valorizar
o eterno ser espiritual que somos. Tudo isso para depois nada
receber; vivemos para tudo conquistar apenas para nos dar
conta que depois vamos tudo perder. Sofremos pelas perdas
como uma criança chora e se esperneia ao perder sua bola, e
quando chega a idade adulta, admite que a perda da bola foi
um episódio absolutamente sem valor. Os espíritos descre-
vem a eterna luz da vida, o infinito sol espiritual que sustenta
todas as almas , assim como o sol brilha e dá vida a tudo o
que existe na Terra. Mesmo a mais luxuosa mansão, o carro
mais sofisticado, as festas mais badaladas, o vinho mais
antigo e saboroso, a refeição mais opulenta, as viagens mais
refinadas, tudo isso é irrelevante, ilusório, miserável, vazio e
sem alma perto da felicidade suprema da vida cósmica. Essa
vida de bênçãos infinitas nos aguarda, mas para sentirmos
essa inexplicável paz é preciso enfrentar com fé e resi gnação
as lutas da vida humana; é preciso não guerrear contra
aqueles que querem a batalha; é preciso acalmar nosso cora -
ção diante da mais es trondosa tempestade; é preciso en-
tregar nossa vida a um plano maior que tudo organiza; é pre -
ciso abençoar as mazelas, os sofrimentos e as dores enca-
rando-as como provas do infinito para nos elevar. É preciso
despertar o amor mesmo por aqueles que nos perseguem,
nos caluniam, nos maltratam e nos agridem; é preciso neutra -
lizar o ódio com o amor; o conflito com a paz de espírito; as
pragas com a bem aventurança; não se importar de estar nos
últimos lugares, de ser o marginalizado, o oprimido, o rejei -
tado, pois os últimos sempre serão os primeiros; o mais baixo
sobre a Terra será o mais elevado no reino do infinito .
102
DESEJO E SOFRIMENTO
Quando uma pessoa vem e diz que você é ruim, muitas vezes
isso te irrita porque no fundo você deseja ser bom ou passar a
imagem de bom.
Quando uma pessoa vem e diz que você é um mau profissio -
nal, muitas vezes isso te afeta porque no fundo você deseja
ser um exímio profissional ou quer passar essa imagem a
outros.
Quando uma pessoa vem e diz que você é pequeno, muitas
vezes isso te aborrece porque no fundo você deseja ser
grande ou quer parecer grande perante os outros.
Quando uma pessoa vem e diz que você é fraco, muitas ve-
zes isso te entristece porque no fundo você deseja ser forte e
poderoso ou quer transmitir essa im pressão aos demais.
Quando uma pessoa vem e te trata como subalterno, muitas
vezes isso te chateia porque no fundo você deseja ser o
chefe, o comandante, o líder, o destaque.
Quando uma pessoa diz que você é feio, pare e perceba o
quanto isso te abala possivelmente porque, no fundo, você
deseja muito ser visto como bonito, es belto, deslumbrante,
garboso etc.
Todo sofrimento humano está baseado nessa sim ples regra:
eu desejo, não tenho, (ou perco) me frus tro e sofro.
Eu queria ser algo, não sou, ou deixo de ser, e isso me dói.
Se a pessoa não desejasse ser isso ou aquilo, ela não sofre -
ria por não ser isso ou aquilo.
Nossos desejos não satisfeitos criam o sofrimento que nos
tortura e nos degrada, nos apequena, nos faz cair nas má -
goas, frustrações e tormentos.
Quem não deseja ser alto, não sofrerá por ser baixo; quem
não deseja ser bonito, não sofrerá por ser feio; quem não
deseja ser santo, não sofrerá por ser profano.
Quem se aceita como é e tem fé na dádiva da vida, evita
muitos sofrimentos por conta de desejos não satisfeitos, e não
padece com as frustrações daquilo que se desejou, se perdeu
ou não se cons eguiu.
Viva a existência universal com a graça daquele que tem
tudo, por nada desejar para si.
Como diz a máxima: quem perde seu telhado, ganha o céu
como teto, assim como as estrelas brilham den tro de sua
residência.
103
Quem deseja suprir seus próprios interesses, sofre com o
maior mal do ser humano: o egoísmo.
Essa é a raiz de todo o sofrimento.
104
O APEGO
105
sem aquilo”.
Quando nos apegamos, precisamos sempre de mais e mais e
nunca estamos satisfeitos.
Quem se apega a uma pessoa, quer sua presença a todo
momento e não consegue mais viver sem ela.
Quem se apega quer, de alguma forma, suprir uma carência
ou uma ausência dentro de si mesmo.
Mas é inútil, pois nossos apegos nunca poderão nos preen -
cher.
A fé na vida é, com efeito, o oposto do apego.
Quem tem fé, não se apega a nada, não precisa de coisa
alguma para se completar emocionalmente.
Aquele que coloca muitas coisas ao redor de uma lâm pada,
acaba abafando seu brilho.
Libere totalmente sua lâmpada, sua chama interior, de tudo
que a abafa.
Assim sua essência brilhará livremente.
Renuncie a todos os seus apegos, deixe de lado tudo aquilo
que te prende… Não há outro nome… isso se chama liber-
dade.
Aquele que vive desprendido de tudo, sem depen dências,
sem vícios, necessitando do mínimo possível…
Esse é muito mais feliz.
106
NÃO SE IMPORTE TANTO
107
sivo, a neurose ou a irritação por não conseguir algo, faz com
que fiquemos presos a essa situação por um tempo indefi -
nido. É como o inseto preso numa teia de aranha: quanto
mais ele se debate tentando se libertar, mais preso fica.
108
QUANDO VOCÊ PERDER
109
NÃO LUTE
110
Quanto maior a busca, maior a ausência dentro de nós, e
dessa forma, maior é o conflito.
A roda do mundo gira e por melhor que seja nossa situ ação,
sempre sucedera o conflito, a tensão e a confusão.
Os sábios ensinaram a fórmula para o fim do sofrimento:
Cesse toda a luta entre ter e não ter; entre querer e não que -
rer; entre o prazer e a dor; entre ser e não ser.
Os sábios dizem: não busque fora o que você só pode en -
contrar dentro de ti.
“Se deixar de lutar, deixo de viver”, dizem alguns.
Mas é justamente na luta onde reside a perda, a dor, a ilusão
e a morte.
Quando paramos de lutar e nos colocamos além dos conflitos,
a verdadeira vida do espírito começa a fluir de nosso interior.
Outros podem argumentar que sem luta nada se melhora no
mundo.
A conclusão desse pensamento é que mesmo na luta não há
garantia de melhora.
Podemos lutar e nos destruir muitas vezes, que o mundo só
mudará quando tiver que mudar.
Quem luta pode se ver com o poder de mudar, mas esse
mudar é sempre ilusório.
A vida só se transforma de dentro para fora e nunca de fora
para dentro.
É nosso interior que precisa estar em paz. Assim todo conflito
desaparece e isso reflete uma harmonia no mundo externo.
Não deseje algo para depois não sofrer pela perda.
Não anseie pelo futuro nem se prenda ao passado, pois tudo
o que você precisa já está no presente.
Não busque explicação, pois a essência do cosmos é inefável
e incognoscível.
Não vá de um ponto a outro, pois sua essência está aqui, lá
no fundo, em seu interior.
Não lute contra, entregue a Deus.
A cessação da luta e dos conflitos não é algo passivo, mas
ativo,
É a vida dando a vida para a vida. E não a vida lu tando contra
a vida; ou a vida anulando a vida.
A luta, as brigas e os conflitos trazem a perda, a dor e a
morte.
A harmonia e a aceitação trazem a paz, a essência e o espí-
rito.
111
NÃO REAJA AO MAL
112
Coloque-se acima, invulnerável ao mal que jogam em você.
A correnteza do mal só te puxa se você mergulhar no rio.
113
A VIDA NOS ENSINA
114
força e a inteligência da vida tentando te ensinar algumas
lições de sabedoria.
115
SUPERANDO O SOFRIMENTO
116
sofrimento em seu nível mais profundo, retiramos as rédeas
dele e passamos nós ao comando.
117
processo só aumentará sua intensidade e o fará retornar com
mais força. Por isso que muitas pessoas sofrem de pensa -
mentos obsessivos, dos quais não conseguem se libertar.
Isso ocorre por uma razão muito simples: ao tentar excluir de
todas as formas um pensamento, damos -lhe muito poder
sobre nós, dotamos esse pensamento de uma grande impor-
tância. Se ele não pode de jeito nenhum aparecer, é porque
ele é muito poderoso e pode nos afetar seriamente. Por isso,
quanto mais desejamos banir, suprimir ou eliminar algo dentro
de nós, mais damos poder a isso, e mais forte ele se torna.
Ocorre o mesmo com o nosso sofrimento. Quanto mais dese-
jamos evita-lo, mais potente e resistente ele aparece dentro
de nós.
118
chore… bote tudo pra fora e permita que ele atinja o ponto
máximo, para que, como dissemos, ele possa começar a
decair.
119
PERDAS DA VIDA
120
Por outro lado, como dizem os mestres:
“Toda sensação de perda vem de uma falsa sensação de
posse”.
Acreditamos que somos capazes de possuir algo ou alguém,
E dessa posse ilusória, julgamos que algo foi perdido.
Mas a verdade é que não podemos possuir coisa al guma
nesse mundo.
Nada se possui, portanto, nada pode ser perdido…
Não temos um espírito, somos um espírito, uma es sência.
Dessa forma, podemos perder o que temos, mas jamais o que
somos.
121
SENTIMENTO DE VAZIO
122
gramado esvoaçando com a brisa, de um canto de pássaro e
de um mergulho num riacho de águas frescas e límpi das.
123
interior, à leituras, à meditação e a reflexão sobre nossa vida.
É difícil de acreditar que existem pessoas vivendo no mundo
de hoje que jamais fizeram reflexões mais profundas sobre
quem são e o que estão fazendo aqui nessa vida. Pare e
reflita sobre essas questões fundamentais, e procure se ater a
tudo o que é essencial, como valores universais, aquilo que
não é tragado pelas correntezas do tempo, como o amor, a
caridade, a compaixão, a paz, a tolerância, o respeito, a vida,
etc. Faça mais períodos de reflexão e não se aquiete caso
você não encontre respostas prontas. A força que empenha -
mos na busca pelo sentido da vida é muito mais im portante
do que o encontro com respostas prontas e acabadas. Res -
postas prontas são sempre dispensáveis, uma vez que po-
dem dar origem ao fanatismo religioso, a intolerância em
relação a crenças e com portamentos alheios, além de gerar
estagnação e bloquear nosso caminho.
124
INFELICIDADE
125
A pessoa infeliz também sofre muito com as perdas.
Cada perda para ela é um abismo emocional quase impossí-
vel de superar.
O infeliz se apega fácil a algo ou a alguém,
E, por isso, sofre muito quando esse apego se desfaz.
Pessoas infelizes a todo momento cortejam a ilusão.
Não querem descobrir o sentido da vida, mas preferem entre-
gar sua vida ao acaso.
Vivem sem se perguntarem quem são e sem olhar para seu
interior.
Quanto menos se enxergam, melhor…
Quanto mais camuflam seu emocional, melhor.
Mal sabem elas que precisam sentir a si mesmas para melho-
rarem.
Mal sabem que é melhor ver a verdade do que ficar se envol -
vendo na ilusão.
Mal sabem que o egoísmo é um caminho que apro funda o
medo e a insegurança.
Não desconfiam que não precisam de modelos midiáticos
para definir seu comportamento.
Não enxergam que viver dependentes e em função de pa -
rentes, só lhe traz sofrimento.
Não querem perceber que as conquistas do mundo só trazem
desalentos,
E que as conquistas interiores são verdadeiras e permanen-
tes.
Quando se descobre tais coisas, trocamos o conflito pela paz;
a ilusão pelo real; o ter pelo ser…
Trocamos, finalmente… A infelicidade pela felicidade.
126
VALE DOS ARREPENDIDOS
127
“Sim, eu desperdicei minha vida mergulhando no trabalho e
vivendo apenas para conquistar bens materiais. Meu objetivo
na vida eram os melhores cargos, os melhores salários, ga-
nhar mais e mais dinheiro, status e uma posição de destaque.
Vaidade das vaidades, tudo isso era apenas vaidade, como
diz Salomão na Bíblia. Perdi 70 anos da minha vida com
bobagens, futilidades e remoendo coisas supérfluas. Como
gostaria de ter uma outra chance e cuidar mais de mim
mesmo, ajudar outras pessoas, amar mais, dar valor as coi -
sas simples da vida, me ligar no espírito eterno que sou, ter
vivido mais a vida espiritual, e não as ilusões do mundo mate -
rial. Aqui no plano do espírito, nada podemos trazer da maté -
ria.”
128
E assim, muitos relatos nos foram passados pelos espíritos
presos ao “Vale dos Arrependidos”, almas que desperdiçaram
a oportunidade que Deus lhes deu de evoluir espiritualmente
se detendo em ques tões banais, transitórias e sem nenhuma
importância para a verdadeira vida, que é a vida do espírito
imortal que somos.
129
A PEDRA QUE ME JOGARAM
A mãe concordava com o rapaz que seu pai era uma pessoa
difícil, mas enfatizava sempre a necessidade do filho se li -
bertar destes traumas e seguir em frente com sua vida. Mas o
filho se recusava alegando que os traumas estavam muito
arraigados dentro dele, e que a culpa era toda de seu pai.
Esse discurso do jovem já se perpetuara por anos e anos,
sempre colocando a res ponsabilidade de seus bloqueios em
seu pai.
130
O filho não entendeu o motivo de mãe não conseguir jogar a
pedra fora, pois bastava se inclinar, pegar a pedra e ti ra-la do
carro. O filho disse que não estava entendendo e pediu para a
mãe explicar. A mãe res pondeu:
131
TUDO VEM E VAI EMBORA
Era uma vez um menino de 6 anos que vivia numa zona rural,
um lugar muito bonito e com natureza. Seus pais trabalhavam
no campo, e por isso, ele tinha muito tempo livre.
132
estava acostumado com a liberdade. O menino ficou bem
triste com o ocorrido.
Cada coisa que nos chega faz sentido apenas num dado
momento de nossas vidas e tem sempre um tempo de per-
manência conosco. Muitas vezes desejamos prolongar esse
período quando algo já acabou ou precisa ir embora. O apego
a algo ou alguém im pede que aceitemos a ida do antigo e a
chegada do novo. Tudo na vida humana vem, passa um
tempo conosco, e tão logo cumpre sua missão, deve ir em -
bora. Todas as coisas vem e vão… Se não permitimos que
algo que veio possa ir embora, ficamos presos, subme tidos
àquilo, enlaçados, apegados, fixados e aprisiona dos. Dessa
forma, podemos não conseguir continuar nossas vidas e se -
guir em frente. Ficamos parados no tempo e morremos um
pouco dentro de nós.
133
Quando for o momento, deixe que algo se vá… É certo que
nada fica conosco para sempre. Tudo sem pre vem e vai em -
bora… Por isso, desapegue-se. Viva sempre com total des -
prendimento. Aceite o eterno fluxo da vida, e somente assim,
você será mais livre e feliz.
134
A ESPERANÇA
135
que reside eternamente dentro de nós. A esperança deve ser
colocada na certeza de uma existência pós -morte. A espe-
rança deve ser colocada na convicção de uma ordem e har-
monia cósmica, que tudo compensa, tudo conserta e tudo põe
em seu devido lugar. A esperança deve ser semeada em
nosso interior e não na instabilidade exterior. E, finalmente, a
esperança deve ser colocado na essência d a vida, que tudo
permeia e tudo ilumina.
136
PRECISO DE AJUDA
137
frente. Para seu total espanto, percebeu que o homem era
muito parecido consigo. Na verdade, observando bem… Era
ele mesmo! “Esse homem sou eu!” disse.
138
POR QUE OS BONS MORREM JOVENS
139
com a morte. Por isso, os es píritos mais elevados, bondosos,
caridosos, puros e desprendidos, quando vêm à Terra, não
precisam permanecer muito tempo encarnados, posto que na
maioria das vezes conseguem realizar mais rapidamente suas
tarefas evolutivas e, assim, podem retornar à pátria espiritual
num tempo mais curto e sem tanto sofrimento. Isso já não
ocorre com os espíritos arcaicos, ignorantes, bestializados,
incautos, embrutecidos e apegados. Esses espíritos ainda
imaturos, ímpios e presos às paixões inferi ores, têm a
necessidade de ficar mais tempo na matéria, pois frequen -
temente demoram mais para aprender as lições necessárias
ao seu desenvolvimento espiritual. Uma alma missionária que
vem a Terra pode escolher, por sua própria vontade, demorar-
se mais tempo no mundo a fim de inspirar um número maior
de almas no bem, na paz, no amor, na fraternidade, etc. Esse
é o caso de Chico Xavier, que viveu mais de 90 anos. É o
caso de Padre Pio de Pietrelcina, que viveu 70 anos. É tam -
bém o caso de Buda que, dizem, viveu mais de 80 anos.
Muitos desses missionários de Deus conservam-se uma
quantidade maior de anos em seu corpo, não porque gostem
dele, mas para cumprir com mais eficiência sua missão.
140
necessário e depois regressarmos ao nosso país de origem?
Obviamente qualquer pessoa de bom senso vai optar por
permanecer um tempo mais breve possível nesse deserto,
pois é um local estranho a nossa natureza. O mesm o ocorre
com o nascimento e a vida terrestre. O ideal seria permanecer
o mínimo de tempo possível aqui e tão logo seja possível,
voltar para nosso “local” de origem. Por isso se diz que “os
bons morrem jovens”, pois eles abreviam o tempo no “de-
serto” da vida humana, aprendem mais rapidamente as lições
necessárias e, desse modo, não precisam ficar tanto tempo
no vale de lágrimas da existência humana.
141
que morrem cedo sejam mais evoluídas. Não existe necessa -
riamente essa relação entre morte prematura e pureza do
espírito ou entre morte na velhice e negatividade e inferiori -
dade espiritual. Uma pessoa que morre jovem pode não ser
mais adiantada espiritualmente, assim como uma pessoa que
morre mais velha pode não ser menos adiantada. Estamos
apenas explicando o porquê de algumas pessoas muito jo -
vens morrerem cedo. Isso ocorre porque alguns dos espíritos
que desencarnam mais jovens podem já ter completado seu
aprendizado e não se fazer necessária uma permanência
mais extensa na matéria.
142
VIVER E MORRER
143
saúde mental e psíquica. A morte de um relacionamento
também pode nos fazer morrer um pouco por dentro. A sepa -
ração é uma morte terrível para muitos. A saída de um filho
de casa é outra forma de morrer. Essa morte interna pode ser
mais ou menos devastadora dependendo do grau de afeto,
valor ou vitalidade que doamos ao outro, ao relacionamento
ou a algum desejo, sonho ou situação. Vivemos 30 anos com
o outro, e quando ele parte, não consegui mos mais viver.
Nossa vida estava tão atrelada à vida do outro que morre mos
um pouco quando nosso relacionamento morre. O abandono
é outra forma de morte, quando somos rejeitados por outra
pessoa. A expectativa e a frustração é outra forma de morrer.
É preciso entender que toda morte traz sempre uma possibili-
dade de vida nova… e não um fim, um encerramento de algo.
144
A CEGUEIRA DO EGOÍSMO
145
POR QUE AS PESSOAS SOFREM?
146
As pessoas comuns buscam em coisas ilusórias algo para
aplacar sua falta, mas a ilusão, por ser também vazia em si
mesma, jamais poderá trazer-lhe a presença interior, jamais
poderá ocupar seu buraco interior. Buscamos nossa comple-
mentação em objetos, sentimentos e realizações que, em
última instância, são imagens transitórias e irreais. É como
avistar uma miragem de água no deserto e se atirar nela,
correndo em sua direção, tentando aplacar sua sede. A mira -
gem some e continuamos sedentos, buscando mais e mais
miragens que nunca vão matar nossa sede. Sentir essa au-
sência interior e não conseguir suprir essa falta, bus cando
sempre nos lugares errados, é, com efeito, a causa do sofri-
mento.
A essência da vida está dentro de nós e não nas coi sas pere-
cíveis da matéria. Ninguém pode ser feliz criando dependên -
cias, pois toda dependência decai, degenera e morre por si
mesma, pela própria ilusão de seus fundamentos. Só pode-
147
mos ser felizes por nós mesmos, sem precisar de nada, sem
qualquer apego, sem depender de coisa alguma para ser
feliz. O espírito não precisa de nada para ser feliz, pois ele é
uma essência divina que deve ser independente de tudo para
poder existir de forma plena.
148
A ETERNA JORNADA DO ESPÍRITO
O aluno fica triste, mas resolve fazer a prova mesmo com seu
alto grau de dificuldade. Consegue aos poucos se acalmar e
resolve todas as questões. O professor pega a prova, olha as
respostas e diz que ele está aprovado, pois a maioria das
questões estão corretas.
149
fazer o exame que lhe dará acesso à série seguinte. Deus
não pode nos retirar das provas da vida, pois em sua infinita
sabedoria, Ele sabe que precisamos passar à etapa seguinte
de nossa evolução espiritual. Caso Deus nos retire a prova
através da cura de uma doença, ou de qualquer outro benefí-
cio concedido, Ele nos tiraria a oportunidade de progresso
espiritual, de ascendermos mais um degrau na jornada de
nosso espírito. Por esse motivo, ninguém deve pedir a Deus
que nos retire das provas da existência material. Devemos,
isso sim, aceitar essas provações como necessárias e utiliza -
las como meio de passagem para a fase seguinte de nossa
caminhada espiritual.
150
POR QUE DEUS PERMITE O SOFRIMENTO?
151
hospital, ficou em coma por semanas e depois voltou. Assim
que retomou a consciência, decidiu que largaria esse cami -
nho…
152
O SOFRIMENTO DA HUMANIDADE
153
O VAZIO DO EGOÍSMO
154
Aquele que vive pelo bem de todos, nunca erra, nunca se
decepciona, nunca se magoa, está sempre bem, satisfeito e
feliz. Mas aquele que vive apenas para si mesmo, ou por uma
ou algumas pessoas, esse está sempre infeliz, sempre au -
sente, sempre vazio.
155
A DOENÇA QUE CURA
156
suas carências mais afloradas, e dessa forma, são forçadas a
enxergarem a si mesmas e tomarem certas providências para
se curarem interiormente.
157
de uma patologia interior chamada prepotência. Outro exem -
plo é o do homem que é muito apegado ao seu corpo físico;
fixado em sua beleza corporal e em seus músculos. Ele ad -
quire uma doença que começa a atrofiar seu organismo e o
obriga a ter uma outra visão de si mesmo. Nesse momento,
ele pode começar a buscar uma vida mais real, com mais
amor, mais compaixão, mais desapego, e deixar de dar des -
taque em sua vida apenas as formas físicas. Ele pode passar
a ver uma pessoa não pela sua beleza externa, mas pelo que
ela expressa em seu íntimo.
158
MORRER TODOS OS DIAS
159
Morremos um pouco todos os dias quando permitimos que a
nau de nossa vida seja conduzida pelas correntezas e pelas
ondas, ao invés de tomar o leme em nossas mãos e navegar.
160
mente, fugimos de tudo e de nós mesmos, não enfrentando
de forma simples e direta a sombra que está dentro de nós.
161
SER E TER
162
na realidade do não ter. Sofria por imaginar algo que poderia
conquistar com meu trabalho, mas que nunca consegui.
163
NÃO SE IMPORTE
164
em nosso interior. Permanece preso, retido e mal digerido.
Ficamos remoendo aquilo, processando, relembrando, e isso
nos cria mais e mais problemas; mais e mais mal estar; mais
e mais infelicidade.
Mas quando não damos valor as coisas pequenas desse
mundo, passamos a sentir uma paz e uma liberdade es piritual
impossível de ser descrita em palavras.
Assim como ninguém pode te fazer maior ou menor do que
você já é.
Somente nós podemos dar uma dimensão maior ou menor ao
nosso problema.
Por isso, siga essa máxima da vida… repita sempre esse
mantra:
“Não me importo, não dou valor, não dou atenção indevida e
não entrego meu poder.”
O sábio não se importa com o passageiro, com a natureza
ilusória desse mundo.
Ele não dá importância a nada que é efêmero, e por isso, não
sofre, não se diminui, não se enfraquece e não se perde nas
banalidades das quimeras mundanas.
Quanto mais medo você tiver dos seus monstros internos, dos
seus demônios…
Maior eles serão para você, mais espaço ocuparão em sua
vida, mais te roubarão energia e mais ainda te farão sofrer.
Pare de dar valor ao que não tem valor; pare de se importar
com o que não deve se importar…
Não se importe, fique em paz…
E permita que a vida flua livremente em ti.
165
MENSAGENS SOBRE RELACIONAMENTOS
ESPERAR O OUTRO
Não queira que o outro faça algo por você. É melhor que você
mesmo realize, pois assim a alegria é maior.
166
AMOR E DEPENDÊNCIA EMOCIONAL
167
dependência emocional, pois o efeito pode ser devastador em
nossa vida.
168
A VENDA NOS OLHOS
169
– Querida, há um grande ensinamento na vida que vou te
passar agora. Guarde isso com você, pois te prote gerá de
muitos infortúnios. Na maioria das vezes, ninguém nos en-
gana num relacionamento, nós é que fechamos os olhos para
quem a pessoa é de verdade. As pessoas gostam de cultivar
ilusões, e por isso querem enxergar apenas as promessas de
amor eterno, de estabilidade, de afeto, e de muitas outras
coisas que o outro nos diz. Mas verdadeiramente somos nós
que fechamos os olhos e optamos em não vislumbrar o outro
dentro da realidade. Portanto, jamais vende s eu olhar e, por
mais doce que alguém pareça, não dê as costas para a reali -
dade.
170
SOBRE OS FILHOS
171
ram a sagrada missão, que veio de Deus, de tomar conta,
responsabilizar-se, ocupar-se e zelar pelos filhos. No entanto,
devem fazer isso apenas enquanto ainda eles não são capa-
zes de cuidar de si mesmos. E orientação no sentido de que
não se pode forçar os filhos a ser ou fazer aquilo que os pais
acreditam ser o melhor para eles. É importante enten der que
os pais devem apenas mostrar o caminho, e cabe aos filhos
seguir por esse trajeto ou escolher seu próprio roteiro de vida.
Os pais não podem e não devem forçar os filhos a fazer isso
ou aquilo, mas apenas orientar, propor, sugerir, aconselhar,
recomendar, mos trar os caminhos, as possíveis trajetórias,
com seus perigos, seus percalços, e a forma de percorrer
cada estrada da vida, mas os pais não podem conduzir o filho
por essa via, nem impor ou forçar algo, podem apenas ob -
serva-lo de longe e deixar que ele caminhe por si mesmo.
172
há pai, mãe ou filho, há espíritos parceiros, almas afins, seres
espirituais que se amam e se ajudam, onde um contribui para
a evolução do outro. Dentro da teoria da reen carnação, os
papéis humanos podem se inverter de uma vida para outra.
Isso significa que numa vida um espírito pode ser pai e na
vida seguinte pode ser filho. Numa vida um espírito pode ser
mãe e na outra irmã. Numa vida pode ser filho e na outra pai,
e assim por diante. Essa alternância de papéis mostra que os
filhos nem sempre foram nossos filhos, podem ter sido nossos
pais, avós, irmãos, amigos, ou podemos nem mesmo tê-los
conhecidos em vidas passadas. Por isso, todos devem enten -
der que dentro da realidade espiritual, que é a única ve rda-
deira, não há papéis, há apenas espíritos, seres dotados de
uma essência divina que busca por si mesma. Quando espí-
ritos encarnam na mesma família como pai, mãe e filho, na
realidade não há pai, mãe e filho, há apenas espíritos parcei-
ros que buscam juntos evoluir e se aproximar de Deus, reali-
zar o propósito divino em si mesmos, despertar espiritual -
mente para a realidade cósmica. Por isso se diz que não há
pai e mãe, pelo simples motivo de que o único pai é Deus, e
todos nós somos seus filhos. Sim , somos filhos de Deus, e
não somos filho, pai, mãe, avô, avó. Somos todos irmãos,
pois todos são filhos de Deus. Deus é o único pai ou mãe
celestial.
173
conseguiram alcançar durante suas vidas. A segunda é que
os pais frequentemente reproduzem a criação dos seus pró-
prios pais nos filhos, e assim uma espécie de onda de erros
familiar vai sendo disseminada de geração em geração, até
que alguma das gerações resolva interromper o ciclo e não
crie os filhos com os mesmos erros com que foi criado. Essas
são duas questões importantes e que o pai e a mãe deveriam
sempre refletir. É preciso muito cuidado para não agir com os
filhos da mesma forma que nossos pais agiram conosco ou
cair no extremo oposto, que também é um grande erro. Por
exemplo, se um pai teve uma educação rígida, ele pode pas-
sar ao filho essa mesma educação fria e endurecida. Mas
também pode cair no oposto e dar uma educação libertina,
onde os filhos podem tudo e vivem sem qualquer limite. É pre-
ciso tomar cuidado para não tentar se curar da edu cação que
recebemos com os exageros do outro extremo. Por outro
lado, não devemos jamais misturar nossos dese jos com os
desejos dos nossos filhos. O pai pode ser militar, mas não
necessariamente é melhor para o filho seguir seus passos e
entrar para o exército. Uma mãe pode ter casado virgem, mas
não necessariamente o melhor hoje para sua filha é também
casar-se virgem. Nesse sentido, os pais devem sempre res -
peitar as es colhas dos filhos e procurar evitar ao máximo
projetar neles seus próprios desejos realizados ou não
realizados. Muitos pais frustrados, que não conseguiram o
que almejaram na vida, podem exigir que os filhos sigam por
um caminho que não é o dele, mas sim o caminho que o pai
queria trilhar, e não o fez. Um pai que dese java ser atleta e
não realizou esse sonho pode tentar se realizar através do
filho. Esse é um erro considerável, que pode prejudicar muito
o jovem em desenvolvimento e desvia-lo de seu caminho.
Nesse terreno, é preciso muito cuidado para não projetar nos
filhos nossos próprios desejos e respeitar sempre sua parti-
cularidade e identidade.
174
modo de ser do que com suas palavras. Os filhos co meçam
seu aprendizados através da imitação e o primeiro modelo
que eles têm acesso são seus pais, que começam sendo
seus heróis, idealizados e cheios de poder. Esse é o mo -
mento em que os filhos estão mais receptivos a influência
positiva ou negativa dos pais. Se o pai não é o exemplo da -
quilo que ensina, suas lições terão muito pouco impacto nos
filhos, mas se o pai ou a mãe é o modelo daquilo que deseja
ensinar, as palavras são dispensáveis, pois o exemplo já
traduziu tudo o que seria necessário dizer.
175
SOLIDÃO
176
viver numa ilusão que ele mesmo criou. Quem vive alheio ao
seu próximo inevitavelmente cai na solidão.
177
Há uma frase de Fernando Pessoa que diz “Para sermos
dois, é necessário ser um”. Isso significa que para vivermos
uma relação é preciso que ambos sejam uma individualidade,
e não uma fusão de dois em um, numa massa despersonali-
zada comum.
178
MEDO DE PERDER
179
entregar as pessoas folhetos com ensinamentos de vida,
lições e provérbios.
– Tenho uma ideia melhor. Hoje decidi que não viverei pelo
medo de perder, mas pelas infinitas possibilidades que a vida
a todo momento nos oferece. Não há motivo para eu conti -
nuar nessa prisão. Estamos terminando aqui nosso namoro.
Tome, isso é para você (O rapaz entregou o folheto a jo vem).
180
EGOÍSMO HUMANO
A senhora respondeu:
181
benefício pessoal ou então para evitar algum sofrimento para
si mesmo. A compaixão autêntica e pura, que busca ajudar o
outro sem pensar em qualquer recompensa pessoal, é tão
rara quanto os diamantes no subsolo. Prestem atenção nisso
e sempre procurem verificar o que, lá no fundo, nós estamos
querendo evitar. Em quase todos os casos, almejamos algum
interesse pessoal ou a fuga de algum transtorno para nossa
vida.
182
OBRIGADO PROFESSOR
O mestre respondeu:
183
EDUCAÇÃO E LIMITES
184
Sempre que um pai ou uma mãe ensinam, desde a tenra
infância aos seus filhos, noções de respeito aos semelhantes,
ela não está protegendo as outras pes soas dos seus filhos.
Ela está, principalmente, protegendo seu filho dele mesmo, e
de tragédias iminentes futuras.
185
MEDO DA SOLIDÃO
186
Priscila chorou, chorou, e se arrependeu de um dia ter rene -
gado a sua essência em detrimento de ajus tar-se ao gosto da
média de suas colegas. Após profunda reflexão, ela pensou:
187
O REFLEXO DE SI MESMO
188
– Mas o que isso significa? Por que estou vendo a ima gem do
meu filho refletida neste espelho, ao invés de minha própria
imagem? Perguntou.
O anjo respondeu:
189
O VENENO DA SERPENTE
190
Caso contrário, o veneno do ódio, da mágoa, do trauma, da
dor e do desconsolo pode, muito rapidamente, nos adoecer e
devastar nossa vida interior.
Por isso, não se importe com a “cobra” que te picou, deixe ela
de lado… Cuide apenas do “veneno” das emoções negativas
que ficaram dentro de você e que, em breve, podem matar a
sua alma.
191
TRATANDO COMO ESPÍRITO ETERNO
192
e começou reclamando do serviço. A mulher, muito afetuosa,
pediu que ele se sentasse a mesa para comerem juntos.
– Meu amor, seja o que for que eu tenha feito contra você,
agora prometo melhorar. Eu te amo e quero seu bem.
193
– Meu Deus! O que eu fiz esse tempo todo com você? Você é
uma mulher maravilhosa e eu não percebi isso em todo esse
tempo. Estive te tratando muito mal, gritando, te criticando,
cheguei até a te agredir fisicamente, mas você não merece
nada disso. Você é uma pessoa muito boa e estou muito
arrependido de ter feito isso. Peço que me perdoe.
O monge respondeu:
194
DECEPÇÃO COM AS PESSOAS
O monge viu, com lágrimas nos olhos, seu mosteiro ser qu ei-
mado, fruto de tanto trabalho. Decidiu, no entanto, que iria
construir outro mosteiro, e começou colocando a primeira
pedra.
195
Um homem, que já acompanhava o monge desde o início,
ficara espantado com sua persistência. Resolveu então falar
com o monge.
O monge respondeu:
196
O PAPEL DE SALVADOR
197
Aqui podemos adiantar que os salvadores sempre es peram
por um reconhecimento que não pode nunca preencher a
lacuna que eles mesmos deixaram em suas vidas. Esse vazio
foi criado pela perda das melhores partes de nossas vidas
que se esvaíram enquanto estávamos mais preocupados em
viver a vida dos outros. É certo que, quem vive a vida do outro
acaba perdendo a sua própria vida, e a consequência dessa
escolha não poderia ser outra senão a frustração e um senti -
mento de perda de si mesmo. O salvador não vive com os
outros, ele vive em função dos outros. Toda a sua vida se
encaminha, se organiza e se programa para a resolução dos
conflitos alheios.
198
quistar poder, ou de instituir uma relação de ordem e mando.
“Eu te ajudo, mas você deve fazer o que eu quero”.
199
cesso, ele pode tentar compensar a baixa estima com um
complexo de superioridade. Essa inclusive é uma caracterís -
tica muito comum de pessoas arrogantes e soberbas. Muitas
delas, lá no fundo de si mesmas, são pessoas inseguras,
frustradas e cheias de fraquezas, que visam ocultar esses
atributos sob a capa da soberba, com a crença do “eu sou
melhor do que você” ou principalmente “Ele não é tão bom
como parece”.
200
fazem uma negociata com Deus pensando, até mesmo de
forma inconsciente “Deus, eu ajudei fulano de tal, agora você
me ajude em tal situação”.
201
O MAL ESTÁ SEMPRE NO OUTRO?
Não dá para proteger uma pessoa das trevas que ela guarda
em seu próprio íntimo. Não temos poder e nem devemos
202
retirar uma pessoa das provas que ela precisa atravessar,
pois são essas provas que purificam seu espírito.
203
O QUE É IMPORTANTE EM SUA VIDA?
204
chegou ao hospital, Marcelo recebeu a notícia de que Pedro
havia falecido. Marcelo caiu de joelhos e mergulhou num
profundo sofrimento. Ficou se culpando por remoer uma briga
sem sentido durante tanto tempo. Gostaria de poder voltar
atrás e dizer ao seu irmão o quanto o amava, mas agora era
tarde. Marcelo não soube valorizar o que era importante na
sua vida: o amor que tinha pelo seu irmão.
Não perca seu tempo com aquilo que não tem nenhum valor,
que nada vai te acrescentar; algo que nada mais é do que um
reflexo do seu ego. Passe a valorizar aquilo que é realmente
importante…
205
QUEM É O OBSESSOR?
206
Somos os obsessores quando geramos milhares de conflitos,
discórdias e desunião, quando criamos confusão, intrigas,
fofocas e distorcemos a realidade para prejudicar o outro.
Somos os obsessores quando dissemos uma coisa ao outro e
fazemos outra, enganando, omitindo e dissimulando.
Somos os obsessores quando vivemos reclamando e acredi -
tamos que o outro tem obrigação de aguentar nossas lamú -
rias.
Somos os obsessores quando elogiamos para mani pular,
louvamos para enganar, enchemos o ego do outro para con -
fundi-lo a fazer o que queremos.
Somos os obsessores quando fazemos do outro a nossa vida
e depois ficamos magoados quando ele se afasta deixand o
um buraco em nosso peito, um vazio existencial e uma pro-
funda infelicidade.
Procure a vida em ti mesmo. Não seja mais um obsessor do
outro.
Não dependa de ninguém para ser feliz. Não fique su gando
as pessoas.
Não acredite que o obsessor é sempre o outro…
Há sempre algo de obsessor em nós mesmos.
207
O ÚLTIMO ABRAÇO
208
MIMAR OS FILHOS
209
limites, sem noção do outro, sem senso social e coletivo.
Muitos dos dramas pessoais vividos por jovens e adultos tem
sua origem nos mimos e na superproteção. Até mesmo casos
de violência praticados por jovens são um reflexo de uma
educação voltada para mimos, paparicos e vontades sempre
satisfeitas. A verdade que esses pais não que rem enxergar é
que filhos mimados estarão muito menos preparados para en-
frentar os desafios da vida, ao passo que a criança cujos pais
deram alguma responsabilidade, não foram protegidos e
tiveram que se virar sozinhos desde cedo se tornam indiví-
duos mais maduros, mais aptos, mais compassivos, mais
corajosos, mais humildes, mais respeitadores e claro, mais
felizes. Os pais precisam dar oportunidade aos filhos se de -
senvolverem. A maioria dos pais mima os filhos por uma
carência pessoal, um apego, algo que os pais sentem que
lhes falta, e querem tentar encontrar isso nos fi lhos… Mas
isso nunca acontece… a carência permanece e os filhos são
imensamente prejudicados pelas nossas carências, nosso
apego e nosso vazio.
210
pelo próximo; quem ama, ensina o respeito pela sociedade;
quem ama, ensina que o ter não é mais importante que o ser.
Ou como diz a máxima: quem ama ensina o valor das coisas
e não o seu preço. Quem ama ensina que o dinheiro é um
instrumento do viver, e não a finalidade principal da vida.
Quem ama ensina principalmente a solidariedade e não o
egoísmo. É importante deixar que os filhos façam as coisas
sozinho, assim como é imprescindível dar-lhe alguma respon-
sabilidade; mostrar a ele que a vida não segue nossa von-
tade; que para viver a vida é preciso ter esforço; é preciso
passar por provações; é preciso aprender a fazer sozinho; é
preciso aprender a lidar com as frus trações, com as derrotas,
com as perdas e com as decepções. Amadurecer é atraves-
sar as dificuldades com humildade, com a mente e o coração
abertos e sem se deixar afetar por elas. Se os pais apare cem
na hora da dificuldade e resolvem os problemas dos filhos, ou
fazem tudo por eles, os pais não permitem que a frustração
os tome; não permitem que o filho perca; não permitem que
ele sofra as consequências dos seus atos e sinta na pele o
efeito de suas escolhas. Dessa forma, não estamos criando
uma pessoa para a vida, estamos criando monstrinhos, tira -
nos, pessoas egoístas, abusadas e sem nenhuma base para
enfrentar a vida.
211
É tudo bem simples: se você não ensina e o protege, a vida
vai ensinar. É melhor que ele aprenda com você, no laborató -
rio do lar, onde ainda existe chance de errar e aprender. No
entanto, quando ele é impedido de aprender por causa da sua
proteção excessiva, a vida vai ensina-lo, de uma forma ou de
outra. E todos sabemos, a vida não ensina com o mesmo
amor. Portanto, ensine-o a ser independente e a respeitar as
pessoas. Deixe ele se virar, ele é um espírito livre e indepen -
dente. Ele tem capacidade de conseguir ven cer todos os
obstáculos que surgem, mas se você não permitir que ele os
vença, tudo será imensamente mais difícil para ele e para
pessoas de sua convivência.
212
O SÁBIO E A ÁRVORE
213
suas mãos sobre ela. Logo depois, abraçou a árvore e sen-
tou-se ao seu lado. Ficou um tempo meditando naquele lo -
cal… O sábio não pensou em como aquela árvore poderia lhe
ser útil; não pensou em como conseguiria tirar dela al guma
vantagem; não pensou em como seria capaz de lu crar com
ela; não pensou em como aquela árvore poderia servi-lo ou
lhe proporcionar algum ganho. Ele simplesmente via a árvore
como árvore, não via a árvore como algo relacionado a si
mesmo e suas necessidades. Ele contem plava aquele ser
vivo e o res peitava pelo que ele era. O sábio via a árvore
como árvore e nada mais…
214
O AMOR É A SOLUÇÃO
215
praticar tudo isso. O tempo passou… e, para sua grata sur-
presa, aos poucos a chefe começou a mudar sua atitude;
começou a trata-la melhor, a não mais persegui-la e até, em
algumas poucas ocasiões, passou a elogia-la em público. O
resultado foi surpreendente. Is so mostrou a essa moça que o
amor, quando canalizado de forma pura e desprendida, como
pregam os mestres das religiões, os santos e os avatares da
humanidade, tem de fato um grande poder transformador.
Projetar o amor, o bem e a paz ao outro; orar por ele, desejar
sua felicidade, pode realmente mudar nossa vida e a vida de
outras pessoas.
216
res. O que aconteceu no Tibet com alguns monges foi o se -
guinte: no momento em que esses monges eram torturados
pelos soldados chineses, ao invés de sentirem ódio por eles,
de pensar negativamente sobre eles, ou de dese jar seu mal,
eles oravam e pediam que os soldados compreendessem o
mal que estavam realizando; mentalizavam que seu espírito
acordasse daquele sono de ilusão; pediam a inteli gência da
vida que os abençoasse e os fizesse bem, para que, assim,
eles encontrassem o caminho do bem. Anos após a tortura,
alguns psicólogos que analisaram o caso desses monges
chegaram à conclusão de que eles não apresentavam os
sinais clássicos do chamado TEPT (Transtorno de Es tresse
Pós-traumático), que é uma psicopatologia sofrida por pes -
soas que passaram por traumas intensos, torturas, acidentes
e outras circunstâncias emocionais limítrofes. Os psicólogos
concluíram que toda a mentalização positiva, amorosa e
compreensiva que es ses monges tiveram com seus algozes
os salvou de danos psicológicos gravíssimos após a tortura.
Isso mais uma vez nos demonstra que o amor, o perdão, a
mentalização da paz, da compreensão, tudo isso pode não
apenas transformar uma relação entre pes soas, mas também
nos proteger efetivamente contra os efeitos deleté rios do mal.
Aplicação Prática
217
não reagir da mesma forma. Trate a pessoa com bondade,
amabilidade, doçura e compreensão. Se a pes soa te ofender,
responda de forma amorosa dentro do contexto do diálogo; se
a pessoa te ferir e for embora, não pense nela com raiva,
indignação ou revolta, mas deseje seu bem, irradie energias
de paz e compaixão, ore por ela e peça a Deus que uma
chuva de energia divina caia sobre ela; pense o bem sobre
ela, pense amorosamente, deseje sua melhora; peça ao cos -
mos para abrir seus olhos; irradie pensamentos positivos e
elevados para essa pessoa.
Depois que fizer isso, atente para uma coisa muito im por-
tante: não espere por resultados, muito menos que eles ve -
nham rapidamente. Não pense que você pode mudar a pes -
soa, pois não temos esse poder, mas você poderá transfor-
mar a relação entre você e ela. Faça apenas a sua parte sem
esperar nada… Em algum momento a tendência é tudo ir
melhorando, não apenas na situação, mas você ficando mais
tranquilo e mais desprendido. Não desista… insista e confie
na perfeição divina.
218
NÃO SE ANULE PELO OUTRO
A mulher que é infeliz, que não realizou seus sonhos, que não
fez na vida o que gostaria de fazer, que sente que sua vida é
insatisfatória, que não consegue mais ter esperança, ou que
entrou num quadro depressivo leve ou mediano, pode se
agarrar emocionalmente ao filho. Ela pode também sentir-se
solitária e pensar que o filho é a presença mais certa em sua
vida, pelo menos por um bom tempo. Quando o filho ainda é
criança, ele depende da mãe. Nesse caso, a mãe sente -se
mais confiante de se ligar emocionalmente ao filho, mesmo
que de forma neurótica, pois ela sabe que o filho não tem
para onde ir, não tem como abandona-la, é uma presença
certa por anos e anos em sua vida. Assim, ela passa a viver
219
em função do filho e deixa de viver a triste e solitária vida que
ela tinha. É também comum ver mulheres vivendo a vida do
marido e vice versa. Pas samos a experimentar a vida por
intermédio do outro e esquecemos de nós mesmos.
220
como um vício, uma grave obses são. Mas quando o outro nos
falta, está ausente, ou não faz o que desejamos, queremos
imediatamente controla-lo, pois precisamos dele para viver. A
simbiose gera uma necessidade de controle que se manifesta
principalmente com cobranças, chantagens e manifes tações
de ciúme. É comum também a pessoa revestir-se do papel de
vítima, dizendo o quanto ela se “sacrificou” pelo outro; o
quanto já fez pelo outro e o quanto o outro não co nsegue
retribuir sua atenção. Por mais que o outro faça por nós,
nunca é suficiente, queremos sempre que o outro esteja cada
vez mais presente; que faça cada vez mais coisas; que nos
dê mais atenção, pois desejamos de todas as formas que o
outro supra nossas carências e tape nosso buraco interior. As
cobranças podem ser frequentes, assim como tentativas
sistemáticas de controlar as ações do outro. Já que nós não
conseguimos ser quem gostaríamos de ser, desejamos que o
outro seja por nós, tal como a mãe que deseja que o filho faça
medicina porque ela não conseguiu fazer e sente-se frustrada
por isso.
221
mesmo com alguém. Você é uma pes soa… Você não deve se
preencher com outra pessoa, caso contrário, você morre,
deixa de existir e o outro passa a existir em seu lugar.
222
O QUE OS OUTROS PENSAM DE VOCÊ
223
funda, em nada nos afeta os pensamentos e os julgamentos
dos outros.
Quanto mais você se importa com o que os outros pensam de
você, mais você deixa de ser você mesmo.
Por outro lado, não deixe de ouvir os outros, de acolher uma
opinião daqueles que se importam com você.
Mas não se detenha ou se defina pela visão da maioria a seu
respeito.
Aceite as críticas de bom grado, sem se abalar com isso.
A verdade é que só você sabe sobre seu interior.
Portanto, faça o melhor que você pode, não para agra dar os
outros, mas para superar seus limites.
Seja você mesmo e seja feliz.
224
AMOR E ACEITAÇÃO
225
O ser humano só poderá ser feliz quando se amar de ver-
dade.
E só poderá amar seu semelhante quando amar a si mesmo.
Sem o amor próprio e sem a autoaceitação, não há amo r e
não há felicidade nem paz.
Amor a si mesmo nada tem a ver com se achar o máximo,
com cuidar do corpo e da beleza.
Isso é vaidade, não é amor a si mesmo.
Quem se ama, se aceita, não quer se mudar e gosta de si
mesmo pelo que é…
E não pelo que pode um dia vir a se tornar.
Aceite-se como você é… e assim, ame-se.
Ame-se sem tentar ser o que você não é.
Pois você só pode ser o que você é.
Não desperdice sua vida desejando ser um ideal criado que
vivemos perseguindo
Mas que nunca chega…
A felicidade na vida está em nos amar pelo que somos
E não pelo que acreditamos que deveríamos ser.
Esse é o caminho…
226
OBSERVANDO A VIDA
227
– Que nada meus amigos. Observem como o dia está ensola-
rado, muito calor e o chão de asfalto está quente. Aquele
cachorrinho ali está apenas correndo para evitar a quentura
do solo. Suas patinhas estão queimando…
228
SOBRE O KARMA DO ABORTO
229
irreal, mas não é. Por isso, condições materiais jamais deve-
riam ser justificativas para o aborto.
230
exemplo, resolve fazer o aborto porque não deseja que seu
corpo jovem e esbelto seja modificado, esse é considerado
um motivo muito ligado ao gozo de questões mundanas, e por
isso, é mais grave do ponto de vista kármico. Mas se uma
mãe, assus tada, sem rumo, sem dinheiro, perde a cabeça e
num momento de desespero, pratica o aborto, isso a faz
acumular menos karma, pois nesse caso, ela estava fora de si
e não praticou o aborto por motivos tão banais. A lei do karma
nesse caso funciona de acordo com a natureza de nossa
intenção. Se a intenção for o gozo dos prazeres materiais, o
karma é maior. Mas se a intenção for mais desprendida, o
mesmo ato já pode acumular uma carga kármica menor.
231
A HISTÓRIA DAS QUATRO ALMAS
232
A vida material de ambas foi se esgotando, até que chegou
ao fim. A primeira alma acabou ficando presa ao mundo, sem
conseguir ir para a luz. A quarta alma também permaneceu
presa à matéria, como era seu desejo. Por isso, as duas al -
mas acabaram se transformando em fantasmas que peram -
bulavam perdidas e erráticas pelo mundo astral da Terra.
Essa é uma lição que serve para todos nós. Aquele que pega
na mão de uma pessoa e tenta leva-la ao melhor caminho,
deve entender que o outro pode não querer ser ajudado e
pode optar em permanecer estagnado onde está. Assim,
quando damos a mão a alguém e essa pessoa não quer se -
guir em frente, o melhor é soltar sua mão e caminhar sem ela.
Caso contrário, os dois ficarão estacionados, presos e o re -
sultado será a perda de suas vidas.
233
PODEMOS EVITAR A MORTE DE ALGUÉM?
234
mais tempo, isso a prejudicaria imensamente. Vamos imagi -
nar que uma pessoa está indo embora de um país para tra -
balhar em outro país. Ela precisa daquele emprego, pois vai
incrementar seu currículo, ela terá um experiência inédita e
muito preciosa para sua carreira, além de ganhar mais e as -
sim poder comprar sua casa própria. Agora imagine que
existe uma pessoa apegada a ela e que não deseja essa
distância. O que aconteceria se essa pessoa queimasse as
passagens e a impedisse de ir? Ela estaria destruindo um a
oportunidade valiosa de crescimento profissional de alguém
que ama.
235
É preciso deixar o outro viver a sua vida da forma como ele
deseja viver, de acordo com suas escolhas e seus objetivos.
Mesmo que o outro aparentemente fique mal, perca tudo,
fique doente, se destrua… se isso ocorreu, é porque preci -
sava ocorrer. A autodestruição era necessária para seu
avanço espiritual, com base em suas escolhas. Vamos enten-
der de uma vez por todas que não é algo ruim as pessoas
sofrerem as consequências de suas escolhas. Ao contrário, é
algo extremamente positivo, pois quem padece no futuro de
acordo com o que escolheu no passado vai aprender e s e
purificar. Seria o mesmo que queimar uma plantação de jiló
que nosso filho semeou alegando que o jiló não lhe trará
renda. Se ele escolheu plantar o jiló, é necessário permitir que
ele colha o jiló. Se ele não colher, não enfrentará as conse -
quências de seus próprias atos e não aprenderá certas lições.
Isso não é algo a se evitar, até porque não pode ser evitado.
É algo que deve ser aceito como parte da nossa evolução.
236
NINGUÉM PROTEGE NINGUÉM
Por isso, não temos esse poder sobre o outro e nem nunca
vamos ter. Somos espíritos parceiros vivendo uma jornada na
matéria que visa nosso despertar. Tentar proteger alguém
seria o mesmo que retirar um aluno da prova que ele precisa
resolver para passar de ano. Se você retirar o aluno da prova,
ele não vai galgar a série seguinte, e permanecerá onde está,
237
paralisado. Liberte-se nesse momento da ilusão de que é
possível proteger alguém… você não tem esse poder.
238
AS CRIANÇAS SÃO ESPÍRITOS
239
No entanto, como já dissemos, nada ocorre de forma arbitrá -
ria e tudo, absolutamente tudo, tem uma causa… E toda
causa tem inevitavelmente o seu efeito. O efeito de nossas
ações passadas se abate sobre todos nós. Somos semeado -
res, mas também somos colhedores daquilo que semeamos.
Como diz a máxima: a semeadura é livre, mas a colheita é
obrigatória. Cada alma segue o caminho que quiser percorrer.
Ela é absolutamente livre para es tabelecer os passos iniciais
de sua trajetória cósmica, mas não pode escapar do destino
que esse caminho irá leva-lo. Como disse Buda: Somos es -
cravos de nossos próprios atos e escolhas.
240
nossa visão; acreditamos mais nas exterioridades e formas do
que naquilo que está por detrás das aparências. Os espíritos
mais atrasados veem o exterior e não o interior das coisas. O
ser humano é como o peixe que vê uma carne sa borosa
presa numa isca e corre para satisfazer seus instintos, de
acordo com sua visão das aparências. Mal ele sabe que, por
detrás daquele saboroso alimento está um pescador que em
breve vai fisga-lo e frita-lo, servindo ele mesmo de alimento.
241
NINGUÉM VENCE NINGUÉM
242
tações de sair, se divertir, ou simplesmente ficar deitado
numa condição ociosa.
243
Conforme vai treinando mais e mais, ele vai conseguindo
vencer e triunfar sobre si mesmo, e não sobre o outro. Se ele
fosse um arqueiro numa competição, precisaria trabalhar sua
tranquilidade interior para acertar o alvo; se ele fosse um
jogador de basquete, teria que liberar sua mente d e qualquer
insegurança, qualquer medo, qualquer autocobrança, para
conseguir acertar as cestas, fazendo mais pontos. Vamos
mais uma vez observar que a vitória que ele conquista não é
sobre outras pessoas, mas sobre si mesmo, sobre suas im -
perfeições, seus limites, seus medos, seu desânimo. Ele vai
ficando mais forte, mais resistente e mais humilde. Cada vez
que ele tenta ir além, há uma série de barreiras internas que
fazem pressão para trás. A pessoa, por seu lado, deve resistir
a essa força contrária de limites pessoais, fraquezas e falhas,
conseguindo superar cada um deles, obtendo assim uma
vitória sobre si mesmo.
244
instrumento de nossa melhora, de nossa reforma interior, do
mergulho que precisamos dar dentro de nós mesmos. Aquele
que competiu conosco e nos venceu pode nos ajudar na
compreensão de muitos dos defeitos e fraquezas que nos
levaram a suposta derrota. Essa derrota aparente traz uma
possibilidade de vitória sobre nós mesmos.
245
MENSAGENS SOBRE EVOLUÇÃO
ESPIRITUAL E LIBERTAÇÃO
VOCÊ É ESPÍRITO
246
terna do espírito…
O que é do mundo, deixe no mundo; o que é do espírito, você
pode levar.
“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Traga o espírito para o mundo, mas não tente levar coisas do
mundo para a esfera da essência.
Você é o herdeiro do cosmos, não brigue pelas mi galhas
desse mundo transitório. Não lute pelo copinho de água di-
ante de um inesgotável oceano.
Um dia tudo perece, tudo se desgasta, tudo se deteriora, tudo
morre,
Mas o espírito não tem começo nem sequer terá fim.
Você não é humano… Você é espírito. Tudo o que você faz é
o espírito que habita em ti que age e realiza.
Tudo o que você tem é apenas um instrumento que deve ser
usado para o crescimento e o despertar do espírito que você
é.
Não pense que sua personalidade tem o poder, que suas
capacidades humanas te trazem tudo,
Que tua mente pode tudo revelar, que teu pensamento pode
tudo alcançar.
É o espírito que tudo dá e tudo tira; ele que vive em você e
não você que vive com ele.
Você não tem uma alma, não tem um espírito, você é espírito.
Você não vive no tempo… Você vive na eternidade.
Você não vive no espaço… Você vive no infinito.
Você é o espírito da vida habitando momentanea mente um
corpo enquanto se prepara para a vida eterna.
Que é pura paz, puro amor, pura felicidade, onde nada se
esgota, nada deixa faltar e tudo é o que é.
247
A MENTE TRANQUILA
O discípulo olhou e quase não podia mais ver seu pró prio
reflexo. As ondas formadas pela pedra atirada no lago impe-
diam qualquer visão nítida de sua própria imagem.
O mestre respondeu:
248
As ondulações da superfície do lago representam todas as
dualidades que a nossa mente se envolve, e estas formam
um entrave ao autoconhecimento. É preciso pacificar a mente
para que se torne possível a visão das coisas, tal como elas
são, e a visão de como nós somos em essência.
249
A ESCOLHA CERTA
250
Ele começa então a percorrer o outro caminho. Ao con trário
do caminho anterior, neste outro tudo lhe parece mais difícil,
ele precisa se esforçar para conseguir as coisas, as pessoas
já não vêm em seu auxílio e não há qualquer facilidade. No
entanto, neste caminho ele enxerga as coisas de forma mais
nítida e clara, e tem uma forte impressão de ser mais ele
mesmo. Ainda neste caminho, não há tentações, as coisas
são mais difíceis e exigem uma atitude firme da parte dele.
Por que não seguir o caminho que lhe pareceu mais fácil, já
que nada parece existir no final das estradas? Por outro lado,
no outro caminho, apesar de tudo ser mais difícil inicialmente,
ele consegue ser mais ele mesmo e perceber as coisas com
mais clareza. Então, qual dos dois escolher? O caminho mais
cômodo, ou o caminho mais árduo, porém onde tudo é mais
claro externa e internamente?
251
comodismo e da ilusão. Esse é o caminho que uma boa par-
cela da humanidade opta em seguir.
252
O LOBO FEROZ
253
Em segundo lugar, precisamos entender que, ou controlamos
nossos instintos sem alimenta-los tanto e sem fazer todas as
suas vontades, ou eles assumem o controle sobre nós e vão
aos poucos nos devorando e nos fazendo perecer.
254
DEIXE TUDO FLUIR
255
Libere de sua vida todas as acumulações desnecessá rias.
Deixe tudo fluir… Permita que a vida siga seu curso natural.
256
NOSSA MISSÃO ESPIRITUAL
257
tiva. Não se trata de nossa necessidade, mas de uma neces -
sidade do conjunto da sociedade.
É preciso dizer que ninguém deve realizar sua mis são pen-
sando nos ganhos materiais que obterá, pois quem faz isso
está se desviando de sua missão e percorrendo um caminho
pessoal e interesseiro. Quando isso ocorre, é comum falhar-
mos em nossa missão. Sim, é possível se falhar em uma
missão. Um homem religioso, por exemplo, pode vir com a
missão de inspirar em milhares de pessoas a fé em Deus,
mas pode sentir-se muito atraído pelo dinheiro das doações,
pega-las para si mesmo, enriquecer e assim, falhar em sua
missão. Nesse exemplo, o religioso pode se tornar não al -
guém que conduz as pessoas a Deus, mas sim aquele que as
desvia do caminho espiritual. O religioso pode vir com o dom
da oratória. Esse dom o ajudaria em sua missão e muitas
pessoas poderiam sentir-se tocadas pelas suas palavras e,
assim, sentirem-se inspiradas a seguir o caminho espiritual.
Mas o dom que seria utilizado de forma positiva pode também
ser utilizado de forma negativa, caso o religioso falhe em sua
missão e deixe-se levar pelas tentações materiais. Nesse
caso, a pessoa pode até mesmo aprofundar seu karma nega -
tivo e ficar ainda mais endividada.
258
uma vida muito semelhante a de Buda e que foi incum bido da
mesma missão.
259
Além das missões de abrangência local, de pequena monta,
há também aqueles missionários cósmicos, que vêm a Terra
de tempos em tempos, algumas vezes obedecendo conjun-
ções astrológicas, cumprir missões de cunho planetário. Esse
é o caso dos mes tres espirituais, conhecidos como os avata-
res na Índia, ou Adeptos na Teosofia. Esses podem ser consi-
derados os maiores mestres da humanidade; espíritos muito
elevados que vêm trazer mensagens e realizar obras que
ajudam a impulsionar a evolução espiritual de toda a humani -
dade. São exemplos de missionários cósmicos personalida -
des como Jesus, Buda, Krishna, Lao Tsé, Thot, Zoroastro,
Rama, Seraphis, Padma Sambhava, dentre outros. Alguns
deles foram considerados deuses na antiguidade, pois suas
histórias oficiais se perderam na noite dos tempos e eles se
tornaram muito mais um mito ou uma figura lendária do que
um personagem histórico. No caso de uma missão cósmica
tão importante e decisiva para a humanidade, é necessário
que outros espíritos venham antes do mestre e preparem o
terreno para o florescimento de sua obra. Esse foi o caso de
João Batista antes de Jesus. João veio ao mundo apenas
para tornar as pessoas mais receptivas a vinda do messias.
Ele preparou o povo para aquele que viria depois dele. Há
também seres que realizam sua missão silenciosamente, sem
serem conhecidos e de forma absolutamente discreta. Tra -
balham nos “bas tidores do mundo”, mas nem por isso sua
missão é de menor relevância. Para esses espíritos, a fama, a
promoção pessoal e a projeção do seu nome nada repre -
sentam: eles são movidos unicamente pela sin tonia com o
espírito universal, fonte de toda a vida. Sua única inspiração é
fazer o bem pelo bem. Exem plos de missionários espirituais
de menor alcance do século XX e XXI são: Amma, Dadi Janki,
Ram Bonjam, Mathieu Ricard, Padre Pio de Pietrelcina, Irmã
Dulce, Teresa Neuman, Ramana Maharshi, Yogananda, Vi-
vekananda, Albert Schweitzer, dentre outros.
260
deveria desenvolver em sua vida a partir daquele momento.
Inicialmente, Emmanuel revelou que Chico deveria escrever
30 livros. Chico disse que não havia dinheiro para fazer as
publicações. Emmanuel disse que Chico não se preocupasse
com isso, pois tudo isso seria arranjado pela espiritualidade.
261
Aqueles que desejam iniciar sua missão devem ficar atentos
àquilo que os antigos chamavam de sinais. Devemos prestar
atenção nos sinais e dar valor a eles, caso desejemos desco -
brir as tarefas que devemos iniciar. Por outro lado, para reali-
zar nossa mis são espiritual devemos iniciar empreendendo
tudo aquilo que sentimos que deve ser feito. Qual é a coisa
que você mais sente afinidade? O que mais te realiza? O que
mais você busca e almeja na vida? O que te faz feliz? Ima -
gine-se daqui a 10 ou 20 anos, o que você gostaria de ter
feito ou ter iniciado? Você gostaria de ser lem brado por ter
realizado qual obra? Qual atividade ou qual realização dentro
do seu trabalho mais te preenche, te alegra, te faz sentir
pleno e realizado?
262
MATERIALISMO ESPIRITUAL
263
Se você quer ser espiritual, mas não quer permitir a transfor-
mação íntima, largue o espiritual e volte para o mundo.
264
O ERRO DO OUTRO
265
fazemos diante da humanidade e diante de Deus. Deus co -
nhece nossa vida, nossos atos e conhece profundamente
nosso irmão em erro. Se o outro quer insistir em suas incorre-
ções e enganos, quem somos nós para corrigi-lo? Isso é um
problema dele, é a escolha que sua alma fez e que o condu -
zirá a um caminho tortuoso, que ele viverá ou talvez já viva
essa tortura em sua consciência. Além disso, sempre h á a
possibilidade de olharmos mais para os erros dos ou tros a fim
de não enxergar os nossos próprios erros.
Dessa forma, não permita que as faltas do outro afe tem seu
trabalho na grande jornada humana. Como diz Madre Tereza
de Calcutá “No fim das contas , tudo é entre você e Deus e
não entre você e os outros”. Cum pra as tarefas que lhe ca-
bem sem olhar para o lado, pois no final das contas, o que
interessa é o que nós plantamos… E nada nos acrescenta
ficar observando a colheita de nosso irmão.
266
O CAMINHO DO MEIO
267
PAZ DE ESPÍRITO
268
Chegado o fim de semana, mais uma vez o homem foi ao
templo falar com o monge, dizendo que o ensina mento rece-
bido ainda não tinha feito sentido para ele. O monge pediu
então para o homem meditar em tudo o que havia feito du -
rante a semana.
O monge reafirmou:
“Para ter paz de espírito em nossa vida, esteja sem pre exa-
tamente no lugar onde você está, pois ou es tamos onde es -
tamos, ou nos perdemos em muitos lugares e acabamos não
estando em lugar nenhum.”
269
O OLHAR DO INIMIGO
270
Nesse instante, o guerreiro persa olhou bem fundo nos olhos
do soldado romano. Observava seu olhar que era bem triste,
desolado e prostrado. De repente, o persa contemplou, na
pupila de seus olhos, sua própria imagem refletida. Ele pôde
ver seu rosto todo ensanguentado, seu semblante raivoso, e
naquele momento percebeu o que havia se tornado. Aquela
visão parecia ter-lhe despertado de um sono profundo. O
persa captou sua própria imagem nos olhos do romano e
percebeu que, em última instância, não havia muita diferença
entre ele e o romano. Ambos eram guerreiros, ambos lutavam
por seu pais, ambos eram muito ligados à família, ambos a
tinham perdido por alguém que os matou e tinham ódio de
quem os tirou a vida.
Parece que toda a sua vida atravessou sua consciên cia num
segundo… Eles eram humanos, cheios de erros, de vícios, de
imperfeições. Apesar de colocados em posições diferentes,
eram semelhantes. A imagem de si mesmo nos olhos do
romano fez o persa perceber a si mesmo na posição do outro,
e compreendeu que essa posição era a sua mesma posição,
só que do lado oposto. Podia ser o persa a morrer naquele
momento, assim como podia ser o romano. Naquele mo -
mento, tudo fez sentido para ele. Se um podia estar na posi -
ção do outro, por que um haveria de matar o outro, de destruir
o outro, de sentir ódio pelos erros do outro? Não eram ambos
humanos? Não eram sujeitos a erros, como qualquer pessoa?
Ao contemplar o olhar de tris teza do romano, suas lágrimas e
seu desespero, recaiu sobre ele um profundo sentimento de
compaixão. Naquele momento, o persa desistiu do seu intento
e disse:
271
Para que tentar destruir o outro, matar o outro, ofender o
outro ou agredir o outro por defeitos, falhas e impurezas que
todos nós possuímos? No fundo, não somos muito diferen -
tes… Todos nós somos humanos e passíveis de erros. So-
mos todos semelhantes. Agredir uma pessoa é o mesmo que
agredir a si mesmo. Humilhar alguém é o mesmo que humi-
lhar a si próprio. Matar alguém é o mesmo que morrer dentro
de si. Todos precisam entender que o outro é um reflexo do
eu e o eu é um reflexo do outro. Cada um de nós pode, um
dia, ver a si mesmo no fundo dos olhos do nosso semelhante
e perceber como somos todos muito parecidos.
272
SER FELIZ
273
O VIAJANTE E A BEBIDA DO PRAZER
Era uma vez um homem muito rico, que vivia num país mara-
vilhoso, muito próspero e com muita natureza. Certa feita,
desejoso de conhecer o resto do mundo, ele viaja a uma terra
distante. Lá chegando, percebe que essa terra é m uito ca-
rente de recursos. O lugar é vazio, estéril e frio. As pessoas
andam aos trapos e estão sempre com fome e com sede. É
um lugar de sofrimento que alguns chamam de “cidade som -
bria”.
274
que ela proporciona. O homem sente que, de certa forma, já
estava completamente dependente da bebida e não conse -
guia mais parar de toma-la. O prazer que ela proporcionava
havia criado um certo vício que se tornara muito difícil de
resistir.
275
A vida no mundo é semelhante a essa parábola. Os seres que
nascem em nosso mundo, representado pela “cidade som -
bria”, acabam se acostumando com a “bebida do prazer”, que
representa os prazeres, o regozijo, os apegos e todas as
delícias e muletas desse mundo. Mas quanto mais buscamos
o prazer, mais a dor se faz presente, pois ambos são partes
de uma única e mesma realidade.
276
FUNDO DO POÇO
277
para juntar-se ao filho, sofrendo com ele, mas do ponto mais
alto onde estava, ela pôde lançar uma corda, e ajuda-lo a
subir do “poço do sofrimento” onde ele estava preso.
Isso vale não apenas para pais e filhos, mas para qual quer
relação humana. Quando nos envolvemos nos proble mas do
outro, e nos deixamos contaminar, sofrendo com a pessoa e
por causa da pessoa, ficaremos mal. Antes era apenas uma
pessoa no fundo do poço, mas depois viraram duas. A melhor
atitude é permanecer onde estamos, em nosso lugar, e sem
descer ao fundo do poço com a pessoa, e ajuda-la a sair de
lá. Quem se mantém onde está e não vai ao fundo do poço
com a pessoa, tem melhores condições de prestar ajuda, se
de fato a pessoa quiser ser ajudada.
278
COMO TRANSMUTAR NOSSO KARMA
Mas o que cada pessoa pode fazer para transmutar seu pró-
prio karma? Essa pergunta obviamente não é sim ples de ser
respondida, pois as implicações e a com plexidade da lei do
karma são imensas e quase insondáveis pela nossa mente
objetiva. No entanto, existem alguns caminhos que pode m ser
trilhados que nos ajudam a amenizar ou mesmo transmutar
nosso karma. Vamos enumerar alguns desses cami nhos:
279
pendimento. Quem bem compreendia o valor do arrependi-
mento era, como ele mesmo se definiu, “a voz que clama no
deserto”, ou seja, João Batista. Antes do ministério de Jesus,
João Batista convidava o povo a se arrepender de seus peca-
dos. Ele gritava: “Arrependei-vos, pois que é chegado o Reino
dos céus” (Mateus 3, 2). As pessoas que procu ravam João
Batista confessavam a ele seus pecados e depois eram ori -
entadas a se arrependerem desses mesmos pecados, e logo
depois eram banhadas nas águas do rio Jordão no ritual que
ficou conhecido como “batismo”. Esse ritual seguia três pas -
sos importantes: a confissão do pecado, o arrependimento e o
ato de ser banhado nas águas do rio Jordão. A confissão dos
pecados e o arrependimento eram uma forma da pessoa
lembrar dos seus pecados, dos atos reprováveis que havia
cometido e depois ser chamada a arrepender-se deles. O ato
de ser banhado nas águas representava uma purifi cação das
emoções que impregnavam o pecado. Dessa forma, no ritual,
a pessoa se arrependia do mal que havia feito, e esse arre-
pendimento gerava uma libertação desse mal. Alguns místi -
cos ensinam que o arrependimento pode transmutar uma
parte do nosso karma, mas não todo o karma. Dessa forma, a
primeira atitude a ser tomada para aqueles que desejam
purificar seu karma é o arrependimento do mal criado por si
mesmos. Há algumas passagens na Bíblia que parecem
confirmar esse ponto, em (Marcos 1:4), que diz: “E apareceu
João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrepen -
dimento, para remissão dos pecados”. Vemos a mesma ideia
em (Lucas 3:3): “E percorreu toda a terra ao redor do Jordão,
pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos
pecados”. Nos Atos dos Apóstolos, há uma associação entre
arrependimento e remissão dos pecados: “Deus com a sua
destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o
arrependimento e a remissão dos pecados” (Atos
5:31). Portanto, aqueles que quiserem seguir por esse cami-
nho, devem fazer o seguinte: em primeiro lugar, pense em
qualquer atitude negativa que você haja feito. Em segundo
lugar, arrependa-se dessa atitude, admitindo o erro e apren-
dendo com ele. Depois, entregue tudo isso a Deus e pratique
o autoperdão, ou seja, o perdão perante você mesmo e re-
mova qualquer resquício de culpa que você ainda possa ter.
Aceite que o erro faz parte do nosso desenvolvimento espiri -
tual e entregue seus pecados para serem transmutados pelo
plano divino. Esse é o primeiro ponto a ser buscado.
280
O segundo ponto é provavelmente o mais importante de todos
e se refere a “não reação” diante do karma que nos chega.
Quando os efeitos do nosso karma se abatem sobre nós, eles
não devem ser alimentados, e precisam apenas ser observa-
dos em sua passagem. Esse princípio da transmutação do
karma foi claramente ensinado por Jesus, no Serm ão da
Montanha, quando disse: “Eu, porém, vos digo que não re -
sistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, ofe -
rece-lhe também a outra” (Matheus 5:39) e “se qualquer te
obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas” (Matheus 5,
41). Isso significa que, quando o karma nos chega, devemos
aceita-lo de bom grado, abençoa-lo e não reagir ao malfeitor
ou a situação que nos oprime, pois tudo isso nada mais é do
que a ação do nosso karma sobre nós mesmos.
281
Vamos agora imaginar a energia do karma como uma cor-
renteza que nos arrasta. Quando uma pessoa vai de encontro
a uma corrente lutando contra ela, sofrerá seus efeitos e per-
manecerá parada, ou será arrastada ainda mais. Por outro
lado, quando essa pessoa se deixa levar sem nada fazer,
talvez pelo medo que a paralisa, a corrente a arrastará e ela
será conduzida rio abaixo. Mas se, de outro modo, ela se
colocar acima da correnteza, estará fora de seu raio de in -
fluência e o arraste das águas não terá qualquer poder sobre
ela. O mesmo ocorre com a força do nosso próprio karma. No
entanto, é preciso dizer que não basta apenas não reagir ao
mal que é feito: é necessário não se deixar levar pelas emo -
ções que eles nos suscitam. De nada adianta não reagir e
permanecer com raiva do nosso agressor, daquele que nos
ofendeu, ou preocupado, com medo, magoado, etc. É preciso
deixar que a força do karma venha e passe por nós, sem que
haja qualquer reação de nossa parte, seja física ou emocio -
nal. É como deixar que a bola que atiramos na parede venha
a nós e nos atinja, sem que isso nos afete internamente. Ou
tão somente nos desviarmos da bola sem qualquer emoção,
apenas nos esquivando. Ao invés de bater no vamente na
bola, deixe que ela venha e simplesmente cumpra aquilo que
a ela está destinada. Se a pessoa deixa acontecer e não
reage emocionalmente, não se deixa abalar, não se perm ite
atingir pelo mal que lhe acomete, o karma vem e vai embora,
sem qualquer efeito sobre nós e acaba sendo neutrali zado: a
energia se perde e deixa de existir. Aqui entra o princípio da
equanimidade, tal como ensinado pela tradição Hindu. Esse
princípio implica em agirmos e sentirmos da mesma forma
tanto na tempestade quanto na bonança. O sábio não se
deixa entristecer nos tempos de crise e não se regozija nos
tempos de abundância. Ele permanece tranquilo diante do
bem e do mal que o atinge. Os acontecim entos simplesmente
passam por ele sem que fiquem nele, sem que ele os guarde
dentro de si, sofrendo ou se alegrando. Alguns podem acre-
ditar que isso implica numa frieza profunda, mas isso não é
verdade: a equanimidade nos conduz além das alegrias e
gozos mundanos, para alcançar uma alegria espiritual que
não depende de nada que existe nesse mundo. Ao contrário
dos gozos do mundo, esta é uma felicidade muito mais pura e
real.
282
Quem soube usar muito bem esse princípio da trans mutação
do karma foi Gandhi. O Mahatma conseguiu a libertação da
Índia convidando o povo indiano ao famoso método da não-
violência, em Sâns crito “ahimsa”, ou seja, a não reagir à vio-
lência dos ingleses, mas tam bém a não cooperar com eles,
não obedece-los, não fazer o que eles mandavam. Quando os
ingleses agrediam o povo, Gandhi orientava as pessoas a não
revidar a agressão com outra agressão, e assim deixar o mal
apenas com os ingleses. É como aquela parábola do pre -
sente: se você aceita o presente que te dão, ele fica com
você, mas se você não aceita o presente, ele fica com a outra
pessoa. Aquele que aceita uma agres são e não revida, deixa
a agressividade, a raiva etc, com o outro. Assim, se os india-
nos reagissem à agres são, o mal permaneceria com eles, e
não apenas com os ingleses. Com esse método tão simples,
Gandhi pôde conduzir a Índia a sua libertação, graças a trans -
mutação de uma parcela do karma de toda a nação.
283
Uma pergunta que as pessoas podem fazer é: como posso
fazer o bem? Que ações devo iniciar? A res posta a essa
pergunta varia de pessoa para pessoa, mas há uma resposta
geral que é bem simples: faça aquilo que você acredita que
seja o bem, dentro do seu nível de consciência. Tornar-se
uma pessoa boa dentro do seu trabalho, de sua família, em
suas relações sociais e diante de sua comunidade, expres -
sando em atos e sentimentos todo o bem que lhe for possível,
já é um grande feito. No entanto, é preciso que esse bem
realizado seja total e plenamente isento de qualquer resquício
de interesse pessoal. Tudo o que fizer, faça pensando no bem
estar do outro e não na sua recompensa kármica. Isso inclu -
sive tem a ver com o quarto ponto a ser abordado.
284
rar frutos de nossas ações é o mesmo que criar um sofri -
mento futuro, pois esses frutos nunca saem como nós os
imaginamos, e sem pre geram angústia, frustração e infelici-
dade.
285
muito mais difícil viverem suas vidas entregues a severa e
implacável trama do karma.
286
Ela serve para ajudar a alma em seu adiantamento, desen -
volvimento e libertação do jugo da matéria, e não para puni-la
pelos maus feitos praticados, posto que não existe algo que
podemos caracterizar como “punição” em toda a criação de
Deus.
287
A PEDRA NO CAMINHO
288
pre a pedra de cada momento, sem se importar com o que
ainda não veio. Quem age dessa forma, caminha muito me -
lhor pelas tortuosas estradas da vida.
289
ABANDONE O CONSUMISMO
290
Ou não… quem quiser continuar com esse instinto consu-
mista, essa gana de possuir mais e mais, essa ânsia de des -
tacar-se da sociedade apenas pelo poder de compra… conti -
nue.
Mas depois não reclame que sua vida está vazia, sem sentido
e solitária.
291
ESPERAR PARA VIVER
292
Existem muitas pessoas que esperam chegar ao barzinho
para beber com os amigos, que esperam chegar aquela via-
gem dos sonhos, que esperam chegar aquele almoço no
restaurante com os amigos, que esperam chegar ao shopping
e comprar o que quiserem, ou aqueles que esperam ter di-
nheiro, ou mesmo ter muito dinheiro, para só então poderem
viver plenamente.
Aquele que vive brigando com o relógio, que vive ten tando
prolongar o tempo ou encurtar o tempo… Esse está perdendo
sua vida e jogando fora a oportunidade de ser feliz agora.
Enquanto você não for feliz mesmo não tendo nada… Não se
engane: você jamais será feliz mesmo que tenha tudo.
293
É no momento presente que a vida acontece… É preciso
ignorar a temporalidade; é preciso viver além do tempo; é
preciso estar na eternidade para viver plenamente. O mo-
mento presente é a eternidade…
294
PRECISO MESMO DISSO?
– Ah vô, precisar mesmo eu não preciso, mas vai ser bom ter
essas coisas a mais.
295
das vezes, nossa noção de necessidade de compra nada
mais é do que uma necessidade criada apenas para satisfa-
zer uma ânsia de consumo passageira, e não é algo que
precisamos, que será útil, ou que fará alguma diferença em
nossa vida. O homem moderno sempre consome muito mais
do que precisa, sempre come muito mais do que precisa, e
quase sem pre faz muitas coisas que não são verdadeira -
mente necessárias, tudo para corresponder a um instinto que
foi criado por ele mesmo ou pela mídia, mas que não encon -
tra nenhuma base em sua realidade.
O idoso concluiu:
296
NÃO SE IDENTIFIQUE
297
ser tudo e passa a se limitar.
No momento em que você tem, você deixa de ser.
No momento em que você pensa que é, você não é mais.
Então, apenas deixe toda a vida fluir através de você… e não
se apegue a coisa alguma.
Seja o espírito em Deus… e Deus no espírito.
“Eu e o Pai somos Um” (Jesus)
298
VIVA PELO ESPÍRITO
299
Os sábios de todas as épocas sempre disseram:
O ego é a morte… o espírito é a vida.
O ego é a imagem… o espírito é a essência.
Não viva pelo ego…
Viva pelo espírito.
300
A FÁBULA DO PÁSSARO QUE APRENDEU A VOAR
301
passarinho estava quase chegando ao chão. Iria morrer caso
não se libertasse do medo e não abrisse suas asas. Quando
o chão estava quase chegando, ele sentiu a morte che -
gando… abriu suas asas e, finalmente, deu um mag nífico voo
rasante…
302
IMAGEM E ESSÊNCIA
Aquele que precisa provar o seu valor a alguém, tal vez não
confie tanto em si mesmo.
Aquele que precisa gritar para ser ouvido, talvez não esteja
ouvindo a si mesm o.
Aquele que precisa se autoafirmar para ser reconhe cido,
talvez ele mesmo não se reconheça.
Aquele que sente necessidade de convencer alguém de sua
crença ou opinião, talvez ele mesmo não es teja convencido
sobre isso.
Aquele que sente necessidade de mostrar a todos que você é
superior, talvez se sinta inferiorizado diante do outro.
Aquele que sente necessidade de se apoiar em algo, talvez
não sinta nenhum apoio dentro de si mesmo.
Aquele que sente necessidade de demonstrar sua in depen-
dência, talvez seja mais dependente do que supõe.
Aquele que sente necessidade de transmitir uma ima gem,
pode sentir falta desse mesmo conteúdo, ou dessa essência
dentro de si mesmo.
Quem tenta provar algo, não está certo desse algo;
Quem tenta parecer, pode não ser o que tenta de todas as
formas transmitir.
Cada aspecto de nossa vida que tentamos provar, de monstrar
ou fazer parecer diante de outros,
Pode representar uma carência dentro de nós.
Não se preocupe em parecer algo; preocupe-se em ser.
Viva com a verdade do ser que você é,
Assim toda a sua vida será mais verdadeira e feliz.
303
O CAMINHO DOS SÁBIOS
304
O homem medíocre está sempre lutando contra o mundo, e
por isso se destrói… O sábio não luta, não resiste, se harmo -
niza com tudo, e por isso, está sem pre em paz.
Deixe de lado a mediocridade.
Busque sempre, sem hesitação…
O caminho dos sábios.
305
PREOCUPAÇÕES
306
A mente sempre pode inventar mais e mais preocupações,
mesmo que sem base na realidade,
Todas criações baseadas em supostos riscos de cada as -
pecto da sua vida.
Quem se preocupa, não precisa de motivo, basta sua própria
insegurança, medo e falsa expectativa.
Nada na vida humana é certo, tudo é imprevisível. Por isso,
quem se preocupa está iludido pela falsa certeza de um ca -
minho ideal que se supõe direto e linear.
A pessoa preocupada sempre entrega sua vida na mão das
probabilidades.
Para ela, qualquer coisa pode dar errado, porta nto, sempre há
algo a se evitar.
E de evitação em evitação, vamos perdendo nossa vida e
morrendo dentro dos possíveis perigos da existência.
Mas o maior perigo de todos já está ocorrendo: pas sar pela
vida com medo da própria vida, perdendo a nós mesmos
num sem-número de formulações pessimistas.
Não se preocupe… Não se deixe afundar no mar revolto das
preocupações.
Viva de acordo com o acontecimento, e não de acordo com o
que pode acontecer.
Você pode se ocupar, mas não perca sua vida
se preocupando.
307
O PÁSSARO NA GAIOLA
308
SER E ESTAR
Certo dia, o homem já não aguentava mais essa tris teza que
persistia em seus sentimentos e não lhe dava trégua. Foi
então passear na cidade onde morava. Sentou num banco, e
nele estava um senhor.
309
– Ninguém é alguma coisa, todos nós estamos. A vida hu -
mana é apenas uma passagem, um processo. Nós incorpo -
ramos determinadas posições sociais, papéis, funções e
modos de estar no mundo. Tudo na vida é um estado, ou
seja, é sempre “estar alguma coisa” e nunca “ser alguma
coisa”. Portanto, você jamais pode admitir que é uma pessoa
triste, você apenas está triste momentaneamente, mas isso
um dia, mais cedo ou mais tarde, vai passar, assim como tudo
passa… e você verá como você apenas “estava algo”, e não
“era algo”.
310
NINGUÉM NOS AFETA
– Mestre, o que fazer com uma pessoa que nos coloca pra
baixo?
– Ninguém nos coloca pra baixo, nós é que nos sentimos pra
baixo ou inferiorizados.
O sábio não se deixa abalar por nada, pois ele sabe que nin -
guém pode verdadeiramente afeta-lo. Ele é sereno na tem -
pestade e sereno na bonança. Ninguém tem qualquer poder
sobre você se você não quiser dar esse poder a alguém.
311
PENSAMENTOS OBSESSIVOS
Miguel havia sido traído pela esposa com aquele que era seu
melhor amigo. Pegou os dois juntos na cama, e não conse -
guia esquecer essa traição. Ele lutava contra esses pensa -
mentos, mas parecia que, quando mais ele lutava contra,
mais os pensamentos invadiam sua mente e o atormentavam.
O sábio disse:
312
não valorizar, não dar poder a ele. Faça isso, e você verá
como nenhum pensamento poderá se tornar recorrente e que
a partir deste momento, você passará a controlar melhor o
seu conteúdo mental e não o contrário.
313
O SILÊNCIO INTERIOR
O mestre respondeu:
314
O homem ouvia atentamente as palavras do sábio. Este con -
tinua:
315
SOBRE A HUMILDADE
316
treve os grandes desafios que o progresso reserva ao s seres
humanos.
Uma vida simples é uma vida feliz. Uma vida sofisticada sem-
pre vem regrada de compromissos, neces sidades, peso,
complexidade, confusão e, sem dúvida, frustração e sofri -
mento. A felicidade tem como matéria-prima a humildade. Se
uma pessoa aspira a felicidade, não pode jamais aceitar o
orgulho e o egoísmo em seu coração. Como disse Confúcio:
“A humildade é a única base sólida de todas as vi rtudes”.
317
A FÁBULA DO PINTINHO E DO OVO
Certo dia, sua mãe, a galinha pôs vários ovos. Depois reuniu
todos os pintinhos e disse:
– Vocês não devem mexer nesses ovos, pois deles vão nas -
cer lindos pintinhos, como vocês. Deixem que eles choquem e
com o tempo, eles vão nascer.
– Veja bem, tudo na vida tem um tempo próprio para acon te-
cer. Muitas vezes acreditamos que estamos ajudando o outro
a romper a sua casca, mas o estamos matando. Isso ocorre
porque, quando se rompe a casca de fora para dentro, o re -
sultado é a morte. Mas quando se rompe a casca de dentro
para fora, o resultado é um novo nascimento.
318
mente a verdade de que somente se pode quebrar a casca e
se nascer de dentro para fora.
319
AS CINCO REGRAS DA RAIVA
320
você não mais se envolve pelas ofensas e agres sões alheias
e passa a ser mais neutro e menos vulnerável.
321
LUTAR POR MELHORES CONDIÇÕES NO MUNDO
322
se achando melhores do que as demais… Continuam jul -
gando seus semelhantes, continuam puxando a cadeira do
outro, continuam mesquinhas e apequenadas em suas atitu -
des.
323
coisa que se diz é: “Ah, que isso, não chora não” ou “Não fica
assim não”, ou ainda “Ah, não fica assim, vou te levar num
bar maravilhoso para bebermos e você deixar de lado essa
tristeza”. A maioria das pessoas age dessa forma: ao invés de
levar o outro ao enfrentamento das reais causas de seu so -
frimento, elas simplesmente orientam a pessoa a não pensar
mais nisso, ou não se deixar abater por isso, ou se restringem
a dizer “Isso vai passar”.
Por outro lado, poucos são aqueles que dizem “En frente
essas atribulações”, “Olhe para si mesmo e para a escuridão
do teu íntimo”, ou “reveja suas crenças, seu comportamento,
seus desejos, suas paixões e sua meta de vida” ou ainda
“Encare o problema de frente, suporte a dor, atravesse esse
vale de sofrimento com paz e serenidade”. Não… as pessoas
são desde o berço ensinadas a negar a dor, a esquecer os
conflitos, a buscar soluções superficiais, fáceis e cômodas
aos seus problemas. Mas com essa atitude, elas estão longe,
muito longe de resolver as verdadeiras causas do mal que
guardam em seu interior. Dentro da metáfora da prisão que já
mencionamos, a primeira atitude estimula a pessoa a esque -
cer que ela está numa prisão ou a se adaptar a prisão. A
segunda atitude já rompe com essa lógica e estimula o indiví-
duo a pelo menos começar a entrever, enfrentar, ou iniciar
sua libertação do cativeiro mental que se encontra.
Uma pessoa pode lutar o quanto quiser por igual dade, justiça
social; por uma política sem corrupção, por paz, por liberdade,
etc, mas isso não faz os espíritos evoluírem… As pessoas
evoluem pelas adversidades e não pelas facilidades. Elas
evoluem pela dor e não pelo conforto. Elas estão presas na
cela da ignorância… e fazer caridade é como dar água a elas
numa cela, dar comida, fazer carinho, etc… mas o verdadeiro
problema não é tocado, que é o fato dela estar presa dentro
de seu próprio orgulho, egoísmo e da ilusão que ela criou
para si mesma. Se essas coisas fossem realmente importan -
tes, todos os grandes mestres da humanidade a teriam reali -
zado. Por acaso Buda criou algum hospital gratuito para aten-
der os doentes na Índia? Jesus criou um mega res taurante
gratuito em Jerusalém? Ou será que Krishna propôs algum
projeto de lei e criou uma ONG? Nenhum deles fez isso, pois
eles sabem que esse não é o caminho da libertação. Com
essas considerações não queremos dizer que essas coisas
324
sejam totalmente dispensáveis e sem nenhum valor; elas
apenas estão ainda muito longe de tocar a real causa do
nosso sofrimento e tampouco ajudam na libertação dos seres
da prisão da roda de samsara (a roda dos nas cimentos e
mortes sucessivos).
325
O QUE É O SUCESSO?
326
Sucesso é não ter de ficar manipulando outras pes soas com
jogos psicólogos, mas ter a coragem de dizer a verdade e
expor nossos sentimentos sem medo e sem culpa.
327
A MALEDICÊNCIA
328
Purifica, antes de tudo, teu próprio interior,
Pois somente dessa forma serás feliz,
Sem a necessidade de rebaixar teu irmão.
Não queira sentir-se por cima,
Colocando os outros para baixo.
Não torça pela infelicidade alheia
A fim de não reconhecer,
O lamaçal escuro do teu íntimo.
Avança, mesmo que devagar, com tuas próprias pernas,
Sem invejar o sucesso alheio.
Cada passo dado é terreno seguro,
Na grande trajetória da tua existência.
Eleva-te, com coragem, a patamares superiores…
Assim estará liberto do orgulho que te degrada.
329
A FÁBULA DO MUNDO DAS VELAS
Era uma vez um mundo onde viviam muitas velas, mas quase
todas estavam apagadas .
330
A vela aventureira ficou transtornada com essa informação,
pois em seu mundo o pavio representava beleza, status, co -
nhecimento e a cera representava desejo, paixão, instinto,
sensações etc. De certa forma, todas as velas eram apega -
das ao seu pavio e a cera de seus corpos , por esse motivo,
deixar que tudo isso se transformasse em chamas era algo
quase inconcebível para ela. “Essa é a única forma de você
se transformar em luz” – enfatizou uma das velas acesas –
“Você precisa deixar que a chama vá consumindo seu pavio
até atingir a cera, que irá derretendo aos poucos”.
“Você está louco? Jamais vou abrir mão do meu pa vio. É ele
quem me garante a sobrevivência aqui”. Outra vela esbrave -
jou: “Despojar-me da minha cera? Nem pensar… ela tem
belas formas”. Outra ainda reagiu “Nada disso é verdade. Se
queimarmos nossa vela, deixaremos de ser quem somos.
Além disso, essa mudança me dá muito medo”.
331
Depois de tanto insistir, pouquíssimas foram as velas apaga -
das que abdicaram de seu pavio e cera para permitir que a
chama da claridade brilhasse nelas. O mundo das velas apa -
gadas continuou na escuridão e no caos, pois quase ne -
nhuma delas aceitou desfazer-se de seu apego ao pavio e a
cera.
332
TEMPO DE DESPERTAR
A infância de João foi bem simples, mas muito feliz. Não tinha
quase nada, mas sentia que os bosques, as árvores, a brisa,
as flores, e toda a extensão de terra inóspita em que vivia lhe
pertencia. Ficava horas correndo livremente pelos campos, ou
sozinho ou acompanhado pelo seu fiel amigo cavalo.
333
nhasse um pouco de dinheiro, voltaria a sua vida normal.
Após procurar o homem de terno e acertar tudo, voltou para
casa, deu boa noite a sua família e foi dormir…
334
pão de cada manhã? Em que momento ele deixou de correr
pelos campos junto com seu amigo cavalo? Em que momento
ele renunciou a si mesmo, quem ele era de verdade, para
viver uma vida de ilusão, sem valores, sem virtudes e sem
princípios, apenas por dinheiro e estabilidade? Em que mo -
mento ele deixou de sentir a brisa, de beber água da cacho -
eira, de brincar com seus irmãos menores? Como ele sim -
plesmente foi dormir, numa noite de sua juventude, e acordou
sem ter nada vivido e aproveitado ao longo de 50 anos? Era
tão capaz, tinha tantos sonhos, tanta vitalidade. Tudo era
possível… Eu seria capaz de ter dado uma reviravolta em
minha vida sem precisar me render as quimeras e vícios do
mundo.
Ele então pediu que sua história fosse contada aqui, para que
ninguém cometa o mesmo erro que ele cometeu. Que erro é
esse? O maior erro do mundo, que é abandonar a si mesmo,
quem somos de verdade, nossos tesouro interior, em troca
das migalhas da ilusão…
335
O SENTIDO DA VIDA
Havia uma mãe que amava muito seu filho, e vivia repetindo
para todos que conhecia a mesma frase:
A mulher ficou muda. Ainda não havia pensado nisso. Era tão
assustadora a ideia de perder seu filho que ela sequer cogi -
tava tal hipótese. O monge prosseguiu:
336
O VELHO E O NOVO
337
Perdeu sua liberdade e o novo não tinha mais espaço em sua
vida. Quem age dessa forma acaba ficando preso dentro de
seu próprio apego e acaba perdendo o precioso patrimônio da
sua liberdade.
Não fique acum ulando mais e mais coisas por apego, sejam
externas ou internas. Desfaça-se do velho para que o novo
possa entrar em sua vida. Da mesma forma, desfaça -se de
tudo… para que a essência da vida desperte em seu interior.
338
RÓTULO E EMBALAGEM
O avô respondeu:
339
mentar o rótulo do vinho não me fará sentir o sabor do vinho e
tampouco ter a mínima noção do seu conteúdo. Da mesma
forma, não se pode rotular uma pessoa pelo que ela aparenta
ser e crer estar desvendando quem ela é por dentro, suas
capacidades, seu caráter, s uas virtudes ou sua essência. Ao
longo de minha vida conheci mulheres mais corajosas que
homens; conheci velhos com mais energia que jovens e co -
nheci pessoas sem instrução mais sábias do que muitos pro -
fessores. Além disso, diga-se de passagem, quando você
compra um produto, a embalagem é a primeira coisa que
você descarta. Ou será que alguém fica guardando a embala-
gem por causa de sua beleza?
340
ACEITAR A VIDA
341
EU ESTOU CERTO
342
outro vê; outros veem a mesma coisa e não conseguem ver o
que o outro percebe e nem enxergar a verdade que o outro
consegue captar.
Você pode explicar pormenorizadamente, em detalhes, por
horas e horas, e uma pessoa não compreender nada: entrar
por um ouvido e sair pelo outro; enquanto outros nem preci -
sam de qualquer explicação e já percebem rápida e profun-
damente.
Certo e errado são apenas posições momentâneas, e que
dependem dos observadores externos. Para uns estamos
certos, e para outros estamos errados.
Mas que confirmação queremos de ter razão ou não ter ra -
zão?
A maior confirmação que desejamos é o outro afirmar que
estamos certos, ou admitir nossa razão, ou se esquivar e
deixar de lado, confirmando, assim, a exatidão de nossa opi -
nião.
Mas a palavra do outro sobre nossa razão é a certeza da
razão?
Não, não pode ser. A confirmação do outro é apenas a visão
do outro, não é a razão em si.
E o que é uma opinião senão uma opinião? O que é uma
percepção, senão tão somente uma mera percepção?
Liberte-se do desejo de estar certo perante outros, e liberte -se
do medo de estar errado diante de alguém.
O outro não está mais certo que você, e você não está mais
errado do que outros. Você nunca obterá a certeza ou a in-
certeza de coisa alguma.
E caso alguém confirme sua certeza, o que fará você com
ela? Isso te fará feliz? Serás melhor? Serás grande?
A energia que colocamos em estar certos, isso sim, nos des-
gasta, nos rebaixa e nos degrada. Perdemos tempo e vitali -
dade tentando provar algo para nós mesmos, na ilusão do:
“Eu sei mais do que ele”.
A única forma de nos sentirmos melhor, não é tomando a
razão dos outros, mas sim nos libertando da necessidade de
ter razão. Libertando-nos do desejo de ter razão e do medo
de não ter razão.
Liberte-se do desejo pela razão, por estar certo, por saber
mais, e isso te fará mais tranquilo e feliz.
343
A PORTA DA VERDADE
Certo dia, após chorar por horas a fio, o homem es tava muito
deprimido, e resolveu fazer uma oração a Deus pedindo uma
ajuda sobre seu caso.
– Escolha uma das portas e veja por si mesmo qual das duas
portas é a melhor.
344
que a dor da porta da verdade passou, a dor da porta da
ilusão também iria passar, mas não foi o que ocorreu. Passa -
ram-se minutos, horas, e um dia inteiro, e a dor permanecia
exatamente a mesma, com oscilações em maior ou menor
grau. Passou-se o equivalente a vários dias, e a dor conti-
nuou, não pas sava de jeito nenhum.
345
VIVER FUGINDO
346
Olhe para você, escute a sua voz interior, entre em contato
com o espírito universal e eterno que você é.
347
FELICIDADE E PAZ
348
Outra personalidade espiritual que também se caracteriza não
apenas pela felicidade, como pela estabilidade e tranquilidade
mental é a yoguini Dadi Janki. Janki realizou uma série de
exames científicos para medir sua atividade cerebral. O Insti -
tuto de Pesquisa Médica e Científica da Universidade do
Texas constatou que Janki possui a “mente mais estável do
mundo”. Os cientistas verificaram, após vários testes de ma -
peamento cerebral, que as ondas mentais de Janki não se
alteram nem mesmo quando ela é submetida às condições
mais desesperadoras.
349
UM ESPÍRITA NO UMBRAL
350
dor do que o passe de outros passistas. Sim, você ajudava
financeiramente instituições de caridade, mas dentro de ti
sempre dava o dinheiro esperando receber algo em troca e
sentindo-se alguém muito “caridoso”. E finalmente… Sim,
você dava palestras aos iniciantes na doutrina, mas acredi -
tava ter mais conhecimento que eles e se colocava numa
posição de destaque e vaidade intelectual. Tudo isso susci-
tando uma das maiores chagas da humanidade, o “orgulho” e
a “vaidade”.
351
O homem caiu no chão e apenas se entregou a Deus com fé.
Nesse momento, não tinha mais nenhum sentimento de au-
toimportância. Fechou os olhos e deixou tudo fluir…
352
TUDO TEM UM FIM
353
espírito eterno e imortal que você é nunca será perdido. Po -
dem destruir todo o seu corpo, mas o espírito é pe rene…
354
MEU INIMIGO
355
bará implodindo seu próprio prédio. Preste bastante atenção,
pois o inimigo de verdade é o ego, é o desejo de viver as
aparências, é o orgulho, o egoísmo e a vaidade…
Por isso eu digo, meu amigo, que eu não tenho inimi gos…
Meus únicos inimigos estão dentro de mim. Esses sim, eu
preciso vencer…
356
SABEDORIA E IGNORÂNCIA
357
CONTRADIÇÃO HUMANA
358
HOJE EM DIA
359
Hoje em dia existe um sem -número de clubes, associações,
organizações e grupos humanos, mas nunca fomos tão ca -
rentes e vazios.
360
INÍCIO E FIM
361
O FALATÓRIO PESSOAL
362
E muitas vezes nem se importa com isso.
Para o falador compulsivo, o importante é atirar palavras ao
vento,
Mesmo que o tema não interesse aos demais.
Fala menos, reflete mais; siga tua vida com mais reflexão e
com menos vozearia.
Quem fala muito, medita pouco na essência do próprio pen-
samento.
Não permita que sua essência seja capturada pelo discurso
vazio que é proferido por ti.
363
NÃO CRITIQUE
364
MUDANÇA EXTERNA E INTERNA
Não acredite que seu filho precisa mudar para a rela ção se
renovar. Você é quem precisa mudar a si mesmo(a), e so-
mente então seu filho vai sentir sua mudança e pode também
se transformar.
365
Muda-te a ti mesmo… Transforma quem você é. Desapegue-
se do seu eu do passado. Assim, sua forma de ver o mundo,
assim como o mundo, também mudará.
366
A VAIDADE
367
valor dão as experiências alheias.
Mal sabe o vaidoso que o mesmo desprezo que ele tem pelos
outros, outros têm por ele e por sua vaidade.
Regozija-se em enaltecer seus feitos, mas é cego em reco-
nhecer os feitos de outrem.
Purifica tua mente e teu coração de toda a vaidade, pois a
imagem é tão efêmera quanto as ondulações de um rio.
Compreende que ninguém controla sua própria imagem, e
outros vão pensar o que quiserem de ti.
O povo é volúvel e paradoxal, cada hora pensa uma coisa.
Desista de cultivar tua imagem perante outros, o amor do
público só vem naturalmente de um coração puro.
Desapega-se, dessa forma, do desejo de conservar uma
imagem impecável.
Além de ser impossível de mante-la, gastarás toda a tua vida
perseguindo uma sombra,
Acende, portanto, uma luz, que ilumina e traz verdade a tua
vida.
368
OS TRÊS OBSESSORES
O médium respondeu:
369
problemas, e a acomodação nos faz estagnar, parar e até
mesmo morrer por dentro. Uma pes soa acomodada costuma
abdicar de suas forças para lutar e fica presa dentro do pró -
prio conformismo que criou.
370
CONSELHOS DE VIDA
371
ONDE FOI QUE EU ERREI?
372
Mas não se preocupe, ainda dá tempo de consertar tudo isso.
Como?
373
O QUE TE FAZ FELIZ?
E cada uma das pessoas foi dizendo aquilo que a fazia feliz.
– Nada…
374
Todos olharam uns para os outros e se deu um silên cio no
ambiente. O mestre disse:
375
GRANDES CORPORAÇÕES
376
ORGULHO NOS FAZ PERDER
Você quer voltar a falar com seu amigo, com sua ex ou com
algum parente, mas por causa de uma briga, ambos ficam
esperando o outro tomar a iniciativa da reconciliação. Os dois
perdem um ao outro por conta do orgulho.
377
Pare e pense: O que o orgulho já trouxe de positivo a sua
vida?
Não permita mais que sua vida seja devastada pelo orgulho.
378
NOSSA BARREIRA EMOCIONAL
Aconteceu que seus amigos não vinham mais visita -lo, pois
além de terem que escalar a montanha para vê-lo, ele agora
se encontrava muito distante da cidade. Josué estava isolado
de tudo, distante e por isso começou a sentir-se muito sozi-
nho.
379
Certo dia, Josué foi caminhar pela floresta e se depa rou com
um lobo. Encarou o animal e foi saindo devagar, mas o lobo o
acompanhou e começou a persegui-lo. Josué correu muito e
conseguiu alcançar os muros da casa, entrando e salvando -
se do lobo. Muito assustado, Josué decidiu que não mais
sairia dos muros de sua residência, pois assim estaria pro-
tegido de tudo e todos, e jamais seria ferido ou agredido
novamente.
380
A ANSIEDADE
381
lugar nenhum. Muitas vezes nos leva a uma cama de hospital,
outras vezes nos leva a total insatisfação; outras ve zes nos
leva a depressão e ao suicídio, e em outras ocasiões apro -
funda nossos desespero, nossa carência e nosso vazio.
382
É muito importante que guardemos momentos sem fazer
absolutamente nada. Um tempo de ócio é es sencial para uma
higiene mental e emocional. Entre em teu quarto, feche a
porta e diga que não quer ser incomodado por ninguém. De-
pois, fique sentado pensando, apenas consigo mesmo. Fique
assim pelo tempo que quiser. Não veja o tempo passar… Não
se preocupe com o que pode estar acontecendo no mundo lá
fora. Deixe de lado todas as preocupações e não deseje sa -
ber o que pode acontecer depois. Apenas fique quieto, con-
sigo mesmo, num momento de total tranquilidade, sentindo o
momento presente. Fique nessa condição sem esperar abso -
lutamente nada, apenas fique parado e deixe tudo fluir. Da
mesma forma que o corpo precisa descansar, nossa mente e
emoções também precisam de um momento de descanso, de
tranquilidade, sem qualquer expectativa, onde nada acontece,
nada existe… nada tira nosso estado de quietude. Faça isso
sem pensar em nenhum resultado, apenas deixe estar…
383
COMO ENCONTRAR A NOSSA ESSÊNCIA?
384
O segundo ponto nos diz que, apesar do ser humano não ter
ainda capacidade de encontrar a plena liberdade nesse
mundo, ele pode dar alguns passos em sua direção. Esta
aproximação já é suficiente para infundi-lo de uma sensação
de liberdade tão grande que desperta dentro dele uma paz e
uma felicidade impossível de serem descritas em palavras. É
certo que a paz e a felicidade só existem quando somos
livres, absolutamente livres de tudo. Ninguém pode imag inar
um homem preso a uma cela sendo feliz e tendo paz, a não
ser que essa paz e essa felicidade sejam um efeito de uma
liberdade espiritual. Só existe alegria pura e total quando
somos livres. A liberdade interior é uma condição sine qua
non para a felicidade e a paz.
385
real. E tudo aquilo que chega ao seu fim é ilusório e não pode
despertar em nós a liberdade interior.
386
O quinto e último ponto nos fala sobre o valor do desprendi -
mento para que haja liberdade. O sábio Nisargadatta Maharaj
dizia que, aqueles que desejam a liberdade, devem abrir mão
de tudo aquilo que os rouba a liberdade. Essa máxima é en -
contrada em várias tradições espirituais e foi proferida por
diversos mestres. A liberdade espiritual que nos conduz ao
encontro com nossa essência só pode ser conquistada
quando abandonamos todos os suportes, todos os apoios,
todas as condições passageiras, toda proteção externa. Tudo
aquilo que se encontra na esfera do ter deve ser retirado,
solto; deve ser renunciado. Precisamos largar todos os ali -
mentos emocionais que nos s ustentam, caso desejamos ser
verdadeiramente livres e felizes. A esfera do ser profundo,
claro e imperecível é a única real; mas tudo aquilo que temos,
que possuímos; tudo aquilo com o qual nos apegamos e
necessitamos para viver deve ser abandonado sem res tri-
ções. No entanto, as pessoas têm grande dificuldade de se -
guir esta orientação. Como diz a máxima: “Todos querem ir
para o céu, mas ninguém quer morrer”. O ser humano deseja
a felicidade, mas não quer abrir mão de nada para ser feliz.
Queremos correr livres pelos campos, mas não soltamos de
nossos costas a bagagem pesada que nos impede de seguir
em frente. É preciso desgrudar desse peso e voar. É preciso
retirar toda a carga acumulada e nos elevar ao céu, um lugar
onde existe apenas a paz e a felicidade. Podemos afirmar que
essa é a única forma de encontrar nossa essência: abando -
nando tudo o que está no caminho. É preciso ser feliz na
tempestade e na bonança; é preciso ter paz na perda e no
ganho; é imprescindível ser livre na vida e na morte. Caso
contrário, vamos pulando de sofrimento em sofrimento, até
que chega a depressão pelas perdas e decepções e, de tão
desgastados de tudo, desistimos de viver.
387
É PRECISO ABRIR MÃO
– Já vou falar com você, mas antes segure minha bolsa aqui,
por favor.
388
O ser humano quer tudo, mas não é capaz de abrir mão de
nada. Por isso, caso você esteja segurando um peso há muito
tempo, solte… Não tenha medo, solte… Solte tudo… Não
fique carregando coisas desnecessárias. Solte tudo e fique
vazio, sem nada… Na vida é essencial sempre abrir mão das
coisas. Abra mão do antigo; abra mão das cargas que você já
carrega há tempos; libere todo peso acumulado que te coloca
pra baixo. Somente quando nos esvaziamos completamente é
que conseguimos ser livres e renovar nosso ser. Da mesma
forma, somente quando soltamos tudo é que nos tornamos
livres para permitir que Deus entre em nossa vida e em nosso
ser.
389
APEGO E SOFRIMENTO
390
ausência da carne. Ele vai desejar a carne, e não poderá se
alimentar de carne. Da mesma forma o espírito de um fu -
mante vai desejar o cigarro e não poderá mais sentir o prazer
do tabaco em seu organismo. O resultado dessa falta é ape -
nas um… sofrimento. O sofrimento pelos desejos não satis -
feitos, pelos apegos, pelas nossas dependências e vícios
humanos, são muito fortes. Muitos espíritos nessa condição
de ânsia pelos desejos materiais sentem-se tão carentes dos
seus objetos de apego que permanecem no plano material,
errático e perturbados, para poder usufrui-los.
391
Estamos falando do sofrimento no plano espiritual, mas é
certo que o apego também gera sofrimento aqui mesmo, na
matéria. Uma pessoa muito apegada a sua casa, pode perder
essa casa ainda em vida e sofrer muito com isso. Uma pes -
soa muito apegada a seu dinheiro, pode viver uma crise fi -
nanceira e perder seu dinheiro e seus bens e também sofrer
muito com isso. Algumas pessoas muito apegadas podem até
mesmo pensar em suicídio, tal é seu grau de apego em rela -
ção àquilo que possuem. A depressão é muitas vezes o re -
sultado de apegos não satisfeitos muito arraigados dentro de
nós. Aquele que faz sua vida depender de uma coisa e depois
a perde, pode também perder sua vida quando seu apego
não existe mais. Todos precisam compreender que todo e
qualquer tipo de apego deve ser extirpado de nossa vida, por
um motivo muito simples: nenhum desses objetos de apego
existem no plano espiritual. O plano espiritual, que é o plano
real, não dispõe de qualquer coisa que necessitamos na
Terra. As necessidades do mundo são apenas do mundo…
elas não existem fora daqui. Por isso, quem se apega, sem -
pre sofre pela perda, seja na m atéria, seja no plano do espí-
rito.
392
NÃO DÊ SEU PODER
393
vezes damos tanto poder ao outro que sequer conseguimos
viver sem ele.
394
Muitas pessoas dão poder ao carro; outras dão poder ao
prazer sexual; outras dão poder ao status; outras dão poder a
crenças religiosas estéreis ou ao líder religioso oportunista;
mas tudo isso segue sempre uma regra básica da vida:
quanto mais poder damos a algo ou alguém, mais poder
perdemos dentro de nós. O poder que você deu ao outro o u a
alguma coisa é o poder que você perde em você mesmo. Dar
poder ao outro é ver o outro crescer, crescer e se tornar um
gigante poderoso, enquanto você se torna menor, pequeno,
sem energia e sem qualquer poder pessoal. Dar poder a algo
é ver esse algo tendo uma importância maior do que você
mesmo.
395
NÃO DEIXE PARA AMANHÃ
396
falar com ele. O homem reclamou dizendo que precisava de
mais tempo na Terra, pois queria seguir os ensinamentos de
Jesus e se livrar daquele local terrível. O anjo respondeu:
397
UM HOMEM OFENDE UM SÁBIO
398
..inteligente e tampouco quero parecer inteligente diante de
outras pessoas… eu simplesmente não ligo para isso.
399
UMA ALMA DE LUZ NA TERRA
Uma alma de muita luz veio ao mundo com uma única mis -
são: ajudar outras almas a se libertarem do sofrimento mile -
nar. Dessa forma, foi cruzando os quatros cantos da Terra e
observando uma grande quantidade de almas envolvidas em
dor e sofrimento.
400
presas como as outras. Essas almas desejavam ajudar. No
entanto, sua ajuda se resumia a adentrar nas celas e tentar
de alguma forma melhorar as condições do prisioneiro e da
prisão. As almas visitantes traziam água, comida e roupas.
Elas também limpavam as celas das outras almas, arruma-
vam tudo e tentavam até torna-la mais bonita. Algumas ador-
navam a cela com enfeites diversos, pintavam e a decoravam.
No entanto, apesar de todos os esforços dessas almas que
queriam ajudar, elas não resolviam o verdadeiro problema, ou
a real causa do mal. No final das contas as almas continua -
vam presas, solitárias, desejosas, carentes, frustradas, me -
drosas e vazias. Tudo isso por permanecerem presas.
401
CAMINHO PARA A FELICIDADE
402
– Aprenda isso meu filho. No fundo, o que as pessoas mais
querem é a felicidade. Mas enquanto perdemos um tempo
imenso na tentativa de conquistar isso e aquilo para sermos
felizes, jamais a felicidade virá. Isso ocorre por uma simples
razão. Não existe nenhum caminho para ser feliz. Qualquer
pessoa pode ser feliz aqui e agora, nesse exato momento. O
que impede, aqui e agora, a sua felicidade plena? Tudo isto
que você enumerou nada mais é do que um impedimento
para a sua felicidade, pois você acredita que só será feliz
após obter todas estas coisas. Mas não… a verdade é que só
podemos ser felizes aqui e agora, e quem não é feliz aqui e
agora, jamais será feliz no futuro.
403
MENSAGENS SOBRE RELIGIÃO E FÉ
SER E ESSÊNCIA
Nesse momento…
Pare de se distrair com o exterior
E volte sua atenção para seu interior.
Deixe de lado a televisão, o trânsito, os problemas, as preo-
cupações, o estresse…
Largue todas as ilusões efêmeras desse mundo…
E fique sozinho… apenas consigo mesmo.
Nesse momento… pare…
Pare por um instante… pare tudo… Não faça mais nada…
E procure apenas sentir a si mesmo.
Sinta a tensão em seu corpo, sinta suas angústias, seu vazio,
sua tristeza, seu desespero, seu cansaço…
Sinta tudo e apenas deixe fluir…
Não bloqueie mais o sentimento, não interrompa o pensa -
mento, não resista ao que ocorre dentro de você…
Apenas deixe acontecer… e solte tudo.
Solte… deixe estar… deixe acontecer… e continue sentindo a
si mesmo.
Não prenda a corrente… deixe ela fluir livremente…
Não apresse nada… tudo segue no tempo devido…
Não tente controlar coisa alguma… Ninguém controla nada…
Não se preocupe em fazer ou não fazer… em ser ou não
ser… Não espere resultados…
Nesse momento… você com você mesmo… em seu interior…
você é livre…
Sim… livre de tudo… nada há que possa te fazer mal… nada
te afeta… nada te oprime… nada ha para perder…
Você está aqui e agora… não está longe… não está no pas -
sado nem no futuro… está aqui… presente em si mesmo.
O pensamento vem e vai… deixe-o ir e vir… deixe a roda da
vida continuar a girar… mas não se mova com ela… apenas
observe seu movimento… e sinta a liberdade do seu espí-
rito…
O espírito é puro… ele não pode ser maculado. Ele é paz…
nada pode abala-lo.
404
Nesse espaço interior… o além de dentro… a profundeza de
sua alma… é o seu lugar no cosmos…
Deixe ser o que é… não seja isso ou aquilo… seja apenas o
que é o ser… O ser ja é por si mes mo…
Entregue-se com toda a confiança ao ser que é… Coloque-se
com toda a fé nas mãos de Deus…
Quem está aqui… no além interior… não precisa de nada…
Vê com os olhos internos… escuta a voz interior… sabe com
a sabedoria da vida…
O ser é eterno… ele não tem tempo. O ser é infinito, ele não
tem fim… O ser é tudo… e ao mesmo tempo nada…
Em teu ser existe uma essência… não é possível sen tir a
essência… pois nós somos a essência… nós somos o ser
essencial… o ser que é… O ser que é apenas e simples-
mente o ser…
Ser… Ser…. Ser…. Aqui tudo é plenitude…
405
A ORAÇÃO DE DEUS
Quanto ao seu chefe, ó meu filho, procure não ser uma pes -
soa tão arrogante diante do seu chefe, e pare de ficar dispu -
tando com ele. Aprenda a lição da humildade, e assim, você
poderá conseguir coisas muito mais importantes em sua vida
do que tão somente uma promoção.
406
Quanto ao seu menino, ó meu filho amado, não mime ele
como você vem fazendo. Pare de descontar nele a sua ca -
rência dando tudo o que ele lhe pede para receber o pouco do
carinho que ele lhe dá. Ao contrário, ensine-o o valor do es -
forço pessoal e pare de paparica-lo e de dar milhares de
benesses, pois as sim ele terá mais espaço para crescer por si
mesmo. Se eu que sou Deus não dou tudo o que vocês pe-
dem, para ajudar vocês a se desenvolverem, tampouco vo -
cês, seres humanos, devem dar tudo a seus filhos terrenos,
pelo mesmo motivo.
Quanto a seu pai, ó meu filho, entenda que ele já cumpriu sua
missão na Terra. Entenda que você precisa se desapegar
dele e permitir que ele possa partir ao plano espiritual e retor-
nar ao seu lar cósmico. A morte do seu pai é um exercício de
desapego que eu coloco diante de você, e que também aju -
dará em seu melhoramento espiritual.
Quanto a ser feliz, ó meu filho, por favor entenda de uma vez
por todas que nem mesmo eu, o Senhor de toda a Criação,
posso fazer isso por vocês, caso contrário, como vocês iriam
aprender e se melhorar se eu tudo lhes concedesse? En -
tenda, meu filho, que nada é por acas o, que tudo ocorre por
um propósito superior, e que não adianta me pedir coisas
que, caso eu lhes desse, iriam prejudicar vocês. Se há algo
que vocês não receberam, é porque é exatamente isso que
vocês precisam, nem mais nem menos. Não creia que vou te
proteger retirando-o das provas ou amenizando esta ou
aquela situação de sofrimento, pois muitas vezes você está
mais protegido passando pela provação do que se eu a evi -
tasse. Entenda, principalmente, que tudo na vida são provas
que visam aperfeiçoar e purificar o seu espírito.
407
O QUE É ESPIRITUALIDADE?
408
Espiritualidade é pedir pouco e agradecer muito. É dar muito
e nada pedir em troca. É fazer sem esperar retribuições. É
perdoar, é arrepender-se, é refazer, é renovar, é reaprender a
ver o mundo e a si mesmo.
409
Espiritualidade é libertação, é humildade, é fé, é amor e é
esperança.
410
RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE
411
Religião é ficar pedindo a Deus, Espiritualidade é agradecer.
412
A PAZ ESPIRITUAL
413
se mantiveram. O tempo foi passando e o espírito de Rogério
sentia-se inquieto, inseguro, estressado e solitário, pois havia
passado praticamente toda sua vida pensando apenas em si
mesmo e em sua estabilidade material, preocupado com
contas, com posses, com patrimônio, com segurança, com
rentabilidade, com aposentadoria etc. Rogério sentiu que, no
plano espiritual, não tinha paz. Sentiu que havia desperdiçado
boa parte de sua vida e que agora não tinha mais volta. Per-
cebeu que nada fez de bom e que não deu nenhuma contri -
buição significativa para a humanidade.
414
DEUS E PERFEIÇÃO
415
limites… Se não tem limites se estende a tudo e está em
tudo… Se está em tudo, está também dentro de nós. Vale
dizer que, não apenas Deus está dentro de nós como é evi -
dente dizer que nós e o divino somos um. Assim como o ga-
lho faz parte da árvore, nós estamos ligados a Deus. Mas ao
contrário do galho que pode ser quebrado ou cair por si
mesmo, nós estamos conectados a Deus de forma indissoci -
ável, posto que não há qualquer limite entre nós e Deus.
416
Tendo em vista que tudo é perfeição, como acabamos de ver,
é preciso tam bém assumir que nada pode estar separado de
Deus, pois como já vimos Deus não pode ter qualquer limite.
Se Deus não tem limite, também é verdadeiro o axioma que
prega a existência de todas as coisas dentro de Deus e não
fora. Essa é outra ideia que pode causar espanto em muitos,
pois na ilusão de nossa mente, estamos “fora de Deus”. Acre -
ditamos que Deus é um ser cósmico que existe “fora do uni -
verso” e nós, aqui na matéria, es tamos muito distantes de
Deus, mas isso não é correto. A verdade é que tudo o que
existe, todas os seres e coisas do universo, como já disse-
mos, estão dentro de Deus e são parte Dele.
417
que simplesmente não existem. Agora vamos afirmar que, se
tudo é perfeição, qual seria o motivo de nosso sofrimento? Se
tudo é Deus e Deus está em tudo, qual o motivo de nossas
mágoas, de nossas dores, de nossa solidão? Qual o motivo
de nossas preocupações conosco e com outras pessoas?
Se tudo é perfeição, verdade, harmonia, essência e Deus está
em tudo, por que devo me preocupar com uma pessoa que
me magoou? Por que devo sofrer pelo filho que me abando -
nou? Por que devo me preocupar com minha pobreza mate-
rial? Por que devo ter medo da morte? Será que Deus em sua
perfeição nos deixaria perdidos no cosmos? Deus nos largaria
jogados no universo a nossa própria sorte? Deus permitiria
uma situação que julgamos ruim se ela não fosse necessária
para a tomada de consciência de nossa perfeição interior? Se
tudo é perfeito, qual a causa do sofrimento? Se Deus está em
tudo, onde está o mal? Como diz o ditado “Se Deus é por nós,
quem será contra nós?”. Se estamos em Deus, o que pode
nos afetar? Se somos Deus, somos infinitos, envolvidos eter-
namente na essência cósmica universal.
418
A MELHOR RELIGIÃO
419
– O melhor dogma é o amor… Esta é a m ais verdadeira sa-
bedoria religiosa. É a maior verdade irrefutável das relações
humanas. “Ama teu próximo como a ti mesmo”. “Não faça
com os outros o que não gos taria que fizessem com você”. É
a lei áurea da justiça e da reciprocidade das relações entre
todos os seres.
420
A RELIGIÃO MAIS VERDADEIRA
O mestre respondeu:
421
– As respostas que dei não se referem à religião mais verda -
deira, mas sim a melhor religião para aquela pes soa. Entenda
uma coisa: no mundo existe toda uma diversidade de religi-
ões, e a razão disso é que cada pessoa possui uma necessi -
dade religiosa distinta. Em outras palavras, existem diferentes
religiões para diferentes pessoas. Cada religião está adap-
tada a um determinado grupo humano; ess es indivíduos pre-
cisam de uma mensagem religiosa específica, enquanto
outros precisam de outro modelo de ensinamentos. Não se
espante quando dou respostas diversas a um e outro, pois
cada indivíduo tem uma demanda de fé, de ação no mundo, e
de conhecimento. Por esse motivo cada pessoa se sente
atraída por um segmento religioso determinado. Esta deno -
minação alimentará sua consciência dentro do nível em que
cada uma delas se encontre. Mas essencialmente todas po-
dem levar ao mesmo objetivo. Depende de como cada pes -
soa utiliza uma religião para o seu despertar espiritual.
422
O QUE CONTROLAMOS NESSA VIDA?
423
Não controlamos também nossas emoções. Uma pes soa vem
e nos ofende. Sentimos raiva. Outra vem, nos dá amor e nos
abandona. Sentimos decepção, mágoa e tristeza. Um homem
mata nosso filho, nos sos pais ou alguém que amamos e caí-
mos na mais profunda depressão. Sentimos amor e ódio,
angústia e aflição, tristeza e alegria. Às vezes a carga
emocional é tão violenta que algumas pessoas preferem
reprimir fortemente seus sentimentos, mas essa au sência
pode gerar conflitos internos ainda piores. Muitos querem, se
esforçam ao máximo, mas não conseguem esquecer um ex-
namorado. Outros não querem sentir ódio de um desafeto,
mas o ódio sobressai e não passa. Portanto, podemos de vez
em quando amenizar sua força, mas nem mesmo nossas
emoções podemos controlar totalmente.
424
Então, fica a pergunta: afinal, o que controlamos nessa vida?
Não controlamos coisa alguma? Somos meras marionetes
das circunstâncias e até de nós mesmos?
Quando você sentir que não tem controle sobre coisa alguma
nesse mundo. Quando tudo se transformar, tudo acabar, tudo
se perder e nada mais for seu, lembre-se que seu espírito
sempre estará consigo, pois você é espírito e o espírito é
você.
425
FÉ EM DEUS
“Eu tenho fé em Deus que meu filho vai vencer na vida”, disse
uma mãe.
426
nos de Deus são melhores do que os nossos planos huma -
nos.”
427
UMA LUZ NA ESCURIDÃO
Vez por outra ouviam -se gritos de terror e deses pero. A at-
mosfera era pesada, densa e hostil.
O rapaz estava ali, mais uma vez, para tentar ajudar as almas
em intenso sofrimento. Ele caminhava pelo “vale da sombra e
da morte” e escolhia um e outro espírito que estivesse mais
apto a ser socorrido. Num certo momento, percebeu um ho -
mem diferente. Estava limpo, caminhando tranquilamente e
com olhar sereno.
428
aquele forte clarão repentino. O homem se surpreendeu com
tamanha luminosidade e perguntou:
– Quem é você?
O anjo respondeu:
429
ENCONTRAR DEUS
430
A essência divina não poderia estar em outro lugar a não ser
em nosso interior. O fogo divino não poderia estar fora do
universo, mas sim no coração do cos mos, que nada mais é
do que o âmago de cada ser. Quem necessita se deslocar
fisicamente está apenas se atrasando. Aquele que crê que
“só encontrará Deus quando estiver com o guru”; ou “só en-
contrará Deus quando estiver na igreja”; ou “só encontrará
Deus nas montanhas do Himalaia”, esse já acabou de dar um
passo para estar mais distante de Deus.
431
FÉ NA VIDA
432
INFERNO E PARAÍSO
433
DEUS NOS AJUDA A EVOLUIR
434
para o progresso do nosso espírito, para nossa elevação
espiritual.
435
despertar nosso es pírito. Preferimos obstruir o curso da vida,
atravancar o fluir da corrente da evolução com medo de per-
der nossas pequenezas mundanas… E assim, so fremos.
436
UM OBSESSOR NO CENTRO ESPÍRITA
437
mundo, perdoa todas as pessoas? Não sente também raiva e
mágoa de alguém?
438
– Por que me chamas de irmãozinho, se nesse mo mento
você quer, na verdade, pular no meu pescoço? De que adi -
anta fazer uma oração a Jesus com toda essa raiva que
quase transborda de você? Não, Jesus não vai te atender
nesse momento… Você precisa, Seu Raimundo, parar de
fugir dos seus problemas e emoções, olhar para as impurezas
do seu ser, e parar de achar que é o outro sempre o sofredor
e você é o “salvador”. Na verdade, todos nós precisamos de
ajuda, todos somos sofredores em maior ou menor grau. E
orientar o outro a praticar aquilo que nós mesmos não reali -
zamos em nossa vida é, nada mais nada menos, do que hi -
pocrisia. É da hipocrisia que o ser humano precisa se liber -
tar… Ensinar aquilo que pratica, ou apenas praticar, sem
precisar orientar os outros a fazer aquilo que nós mesmos
não fazemos. Quando se vive a vida espiritual, nem precisa -
mos ficar ensinando-a a outros, nossos atos já demons tram
os princípios que desejamos transmitir…
439
– Meu filho, você não pediu a Jesus, em sua prece de aber-
tura dos trabalhos, que libertasse os espíritos dessa sala do
sofrimento? Então meu filho, Jesus me pediu que viesse aqui
e mostrasse tudo isso a você, para que você pudesse ver a si
mesmo, saísse do “umbral” de sua mente, e se libertasse de
tudo aquilo que te causa sofrimento. Sou um enviado d e Je-
sus, e a partir de agora, você será um novo homem…
440
CAIR E LEVANTAR
441
OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS
442
terrenos, pois são perecíveis e logo terminam, mas ensinou
que todos devem aspirar aos bens imateriais, aos bens eter-
nos, pois esses sim, são nossos para sempre.
443
As pessoas preferem ficar com seu copinho de água quase
vazio do que larga-lo para poder mergulhar no oceano. Aqui o
medo do desconhecido é o que mais impede o ser humano de
ascender ao infinito, que é sua natureza verdad eira. Mas essa
é a grande provação da existência: soltar aquilo que é efê -
mero, aquilo que já “conhecemos”, aquilo que entendemos
como “seguro” e nos entregar ao desconhecido, confiando
que há algo que ainda desconhecemos.
444
CONTATO COM O ANJO
445
saúde, quero que minhas filhas voltem a me ver, quero que
essas dores diminuam, me ajuda Jesus…
446
humanos precisam entender uma coisa: todo aquele que
deseja uma resposta do céu deve se colocar receptivo às
mensagens superiores, e desligar um pouco a mente e o
falatório desordenado dos pensamentos. Você poderia ter me
ouvido se estivesse mais tranquila, e se estivesse verdadei-
ramente aberta à comunicação conosco e ao co ntato com
você mesma. Mas sua excitação, sua turbulência interior lhe
impediu de ter clareza e de ouvir as mensagens do plano
divino. Algumas pes soas acreditam que Deus não responde
as suas súplicas, mas são as pessoas que não ouvem ou não
captam seus desígnios e sinais. A oração deve ser, antes de
tudo, um ato de ouvir a Deus e a nós mesmos, e não apenas
um ato de falar ou pedir.
447
A BENZEDEIRA E A MELHOR ORAÇÃO
448
A benzedeira olhou para o rapaz com ar de afeição e bon -
dade e disse:
449
OS FALSOS PROFETAS
450
A quinta orientação aborda sobre o respeito ao livre arbítrio
do fiel ou seguidor. Um falso profeta, sempre que puder, d irá
ao fiel o que ele deve fazer em sua vida. Um mestre autêntico
apenas orienta e deixa o seguidor refletir e ele mesmo esco -
lher como agir. Os falsos profetas gostam muito de controlar
os seguidores, e uma das melhores formas para isso é sem -
pre dizer a eles o que fazer e como se comportar. Mas a es -
colha do seguidor deve sempre ser respei tada, pois o fiel é
quem deverá colher os frutos das boas ou más ações que
praticar. Embora possam receber orientações e recomenda -
ções, cabe apenas a própria pessoa decidir quais serão suas
ações no mundo.
451
que uma criação nossa. É verdade que existem milhares de
influências neste mundo, mas a forma como nós encaramos
ou enfrentamos as adversidades depende de nós mesmos.
Portanto, tudo o que nos acontece tem a nossa participação
ativa, mesmo que não tenhamos consciência das causas.
Estas são as orientações gerais para não se deixar levar
pelos falsos profetas. Quem medita nestes pontos, dificil -
mente será enganado.
452
PARA SER FELIZ
Não responda ofensa com ofensa, mas ofereça uma flor para
aqueles que te agredirem.
453
Não fique impondo suas verdades aos outros; não imponha
uma noção de certo e errado; não queira mudar ninguém;
aceite cada pessoa em sua forma de ser e aceite a vida como
ela é.
Tudo muda o tempo todo. Não queira que algo permaneça tal
como é. Um dia tudo se vai e nada será como antes. Siga
com o rio; siga com as correntes da vida. Quem pára no meio
do rio, é arrastado pelas águas.
Tudo que sobe desce e tudo que desce, pode dep ois subir.
Não olhe para outros com ar de superioridade. Se hoje estás
por cima, amanhã estarás por baixo. E se hoje você está por
baixo, amanhã poderá estar por cima. Mas o em cima e o
embaixo são apenas medidas humanas que não tem qualquer
realidade no plano espiritual. Se não existe em cima e em -
baixo, para onde podemos cair? Se não existe alto e baixo,
quem poderá subir?
As pessoas dão sua vida aos outros e depois recla mam que
os outros jogaram sua vida fora. Não deixe de ser você
454
mesmo para se adaptar ao outro e não deixe de ouvir o que o
outro pensa de você.
455
Somos um pé de grama num campo verde sem fim… Mas
nascemos no infinito, vivemos no infinito e somos o próprio
infinito, o ilimitado. No infinito, nada nos falta, tudo se com -
pleta, tudo é para sempre…
456
O QUE É DEUS?
O monge respondeu:
– O sol brilha e irradia luz a tudo que está a sua volta. Ele não
depende da luz de ninguém, mas gera sua própria luz, seu
calor e sua energia.
457
O sol dá a vida, e sem ele, a vida na Terra não existi ria. As-
sim é Deus, dá vida a tudo, e sem Ele, nenhuma vida sobrevi -
veria e sequer seria formada. Sentimos a sua presença em
forma de luz física, mas não podemos toca-lo. Deus também
é assim: não pode ser tocado, mas podemos senti -Lo por
meio de sua luz espiritual.
458
A CHUVA DIVINA
Nessa época, a terra era muito seca, e assim que cho via, o
solo sugava toda a água enviada por Deus. Por isso, as pes -
soas levavam copos para poder receber a água divina e
bebe-la.
459
Pare e reflita qual o tamanho do copo que você está utilizando
para receber a água divina. Não adianta reclamar da ausência
de sentido em sua vida, pois é necessário abrir-se por inteiro
para receber as dádivas divinas. Não é Deus que não está
presente, o seu copinho é que pode ser muito pequeno.
460
A ASCENSÃO CELESTIAL
461
depois joguei do apego aos filhos, depois soltei toda a carga
de preocupações. Uma que me doeu muito, foi jogar fora a
carga do perfeccionismo, de admitir meus erros e aceita-los,
soltando todo o desejo de ser perfeito e de passar uma ima -
gem impecável. Outro que me doeu muito foi jogar fora a
carga do medo e do desejo pelo conforto, de todo o como -
dismo que eu tinha.
462
Então, após um longo tempo e m uito sofrimento, finalmente
me despi por inteiro e joguei fora toda a minha roupa, sol -
tando o último peso que ainda me impedia de ascender. As -
sim que joguei a roupagem do ego, o balão ascendeu acima
das nuvens. Vi-me entrando no reino celeste e sendo rece-
bido por um coro angélico que cantava melodias celestiais e
também por uma luz maravilhosamente bela, calorosa, aco -
lhedora e divina. Eu havia finalmente encontrado a paz pro -
funda que tanto busquei.
463
O PLANO DAS TREVAS
464
apenas em proveito próprio seja o pivô de todas as relações
humanas, e como consequência, os seres humanos estarão
sempre brigando entre si por pequenas migalhas e farão de
tudo para passar por cima uns dos outros. Dessa forma, esta -
beleceremos a competitividade, a violência, as distinções de
classe social, dentre outras mazelas. Isso promoverá uma
grande distância entre as pessoas e produzirá indivíduos
solitários e carentes.”
465
“Em terceiro lugar, vamos promover ações principalmente no
plano monetário, no mundo do dinheiro. Vamos estimular a
cobiça, o sentimento de posse, e divulgar a ideia de que o ser
humano mais realizado é aquele que possui mais sucesso
profissional, mais bens, mais dinheiro guardado. Vamos con -
fundir a mente das pessoas e fazê-las acreditar que o dinheiro
é tudo na vida, e que todo o resto é secundário. Levando uma
vida toda voltada à sobrevivência e à aquisição de bens mate-
riais, não sobrará tempo para a família, para o encontro con -
sigo mesmo, para leituras e para o conhecimento, para a
reflexão, a oração e a meditação. Vamos fazer do dinheiro o
píncaro da realização pessoal, assim não sobrará tempo para
o que realmente é importante. O dinheiro não deve ser ape -
nas um instrumento do viver, deve ser, isso sim, o fim da vida,
seu objetivo primordial, a meta derradeira de todos os seres
humanos. Quanto mais os seres humanos buscarem no di -
nheiro a realização, mais eles ficarão frustrados por não a
encontrarem; ficarão tristes, deprimidos, solitários, carentes e
vulneráveis. Fecharão os olhos para tudo e todos e se dedica-
rão, quase com exclusividade, ao sucesso do mundo da acu-
mulação de capital. Eles ganharão mais e mais dinheiro, mas
ainda assim não estarão satisfeitos, e vão buscar mais e
mais, e nem vão desconfiar que o dinheiro nunca poderá
preencher o espaço interior vazio do seu coração. Por outro
lado, vamos fazer as pessoas serem consumidoras por exce-
lência: toda a vida humana deve estar voltada ao consumo,
mesmo que os bens consumidos sejam desnecessários.
Faremos da compra algo ritualizado, que gera prazer e con-
tentamento pessoal, assim as pessoas vão buscar fora de si
algo que só poderia ser conquistado dentro. Vamos enganá -
los com a ideia de que o dinheiro pode com prar tudo. Preci-
samos agir no mundo de tal modo que, aqueles que não têm
dinheiro, vão sofrer pela sua ausência; e aqueles que têm
dinheiro, vão sofrer pela possibilidade de perdê -lo. Tanto um
como outro serão nossos escravos e não encontrarão a
verdadeira realização: a realização espiritual”.
466
“Com relação à ciência, devemos tomar todas as me didas
para que ela se torne materialista, tecnicista e voltada apenas
aos interesses econômicos. A ciência precisa ser apenas
técnica, sem alma, e tudo que se faça nela deve responder a
interesses de grandes empresas; os cientistas devem estar
sempre subjugados a grupos econômicos, para que suas
ações não sejam livres e independentes. Isso ajudará a fazer
com que a pesquisa científica seja controlada por grupos
pequenos, que serão os detentores do direcionamento que
será dado a trajetória da ciência. Expurguem completamente
do campo científico qualquer debate sobre os limites éticos do
conhecimento e disseminem a ideia de que, para o conheci -
mento humano, não há barreiras éticas e humanas. Faremos
as pessoas dependerem completamente da tecnolo gia, a
ponto de fazer com que uma ruptura no sis tema seja a causa
de um colapso geral. Assim, cada vez mais as pessoas vão
acreditar que dependem da tecnologia e estão subordinadas
a ela. Por outro lado, façam de tudo para que a ciência se
torne dogmática, assim como a religião, e que haja uma
constante dis puta entre ambas, mesmo que em essência
tanto a ciência como a religião seja duas faces de uma
mesma moeda. Vamos estimular nos cientistas a preservação
conservadora dos conhecimentos: fazer ela mais dogmática e
menos investigativa, um verdadeiro depósito de certezas.
Façam com que os cientistas não percebam que o conheci-
mento científico sempre possui um prazo de validade. É pre -
ciso traçar com firmeza e de forma bastante definida os limi -
tes que separam a ciência da religião, e que essa linha limí-
trofe se torne praticamente intransponível, pois com essas
barreiras, os conflitos entre ambas vão desgastar, minar e
atrasar o desenvolvimento de uma e outra, fazendo com que
o ser humano precise escolher entre um a das duas e que sua
consciência fique dicotomizada, totalmente dividida e em per-
manente conflito. De toda forma, é importante tam bém des-
cartar completamente qualquer intercâmbio entre essas duas
formas de conhecimento, e rechaçar com veemência as no -
vas pesquisas que ajudem a aproximar uma da outra. Os
cientistas só devem acreditar naquilo que veem e acreditar
que nada exista fora da ciência. Além disso, façam de tudo
para deixar a consciência totalmente de fora da pesquisa
científica, e estimulem ao máximo os cientistas a buscarem
reduzir a realidade a um mero aglomerado de átomos inertes
467
e sem vida. Façamos principalmente a ciência acreditar no
acaso; acreditar que tudo surgiu do nada e para o nada retor-
nará; façamos os cientistas acreditarem que a vida não tem
um significado e que cada modelo científico é definitivo, e que
deve resistir ao máximo à prova do tempo, mesmo que exis -
tam muitas evidências em contrário.”
468
de céu e inferno, e influenciem -nas a acreditarem que, uma
vez no erro, não há redenção possível nem possibil idade de
corrigir suas faltas. Não permitam, de modo algum, que sur-
jam aqui e ali ideias de universalismo religioso, de ecume -
nismo e integração entre as várias crenças: as religiões de-
vem competir umas com as outras pelos seus fiéis, e estes
devem ser coagidos psicologicamente a permanecer toda a
vida pertencentes a uma mesma denominação, sem nenhum
questionamento. Façam com que o amor pareça uma coisa
piegas, sentimentalista e sonhadora; façam com que a com -
paixão seja confundida com fraqueza; que a humildade seja
considerada submissão; estimulem os adeptos a julgarem
outras pessoas em nome da fé, e a separarem totalmente a
teoria da prática, ou seja, a não incorporarem em suas vidas
os mais elevados princípios morais de sua religião. Além de
todas estas, há algumas ações menores, porém não menos
importantes: façam os fiéis acomodados e anestesiados di-
ante do mundo; façam os líderes religiosos controlar a vida
dos membros; façam os fiéis debaterem sempre os mesmos
temas e ficarem girando em círculos, sem saírem do lugar;
estimulem ideias do tipo: ‘nós’ contra ‘eles’; façam com que
eles se sintam pequenos e fracos diante do líder e da gran -
deza da religião; façam com que os membros se fechem mais
dentro de si mesmos e se alienem do meio; promovam uma
adoração desmedida da figura do mestre em detrimento do
estudo e da prática dos seus ensinamentos originais. Com
essas medidas, as religiões continuarão servindo aos nossos
propósitos.”
“Quanto à televisão, vamos fazer com que ela sirva aos nos -
sos propósitos. Ao invés de ser um veículo de educação e
civilidade, faremos com que se torne um amontoado de pro -
pagandas bastante sedutoras. Mesmo que as pessoas não
precisem dos produtos anunciados, vamos criar ne las a ne-
cessidade de obtê-los, para pensarem que necessitam de
469
muitas coisas para serem felizes. Faremos com que seja
promovida a vaidade, a sexualidade desregrada, a cobiça, a
alienação, a soberba e a arrogância. Vamos promover uma
inversão de valores, e fazer com que as pessoas se atenham
ao superficial. Quanto mais elas se detiverem nas imagens
sedutoras da telinha, mais elas esquecerão de encontrar a
sabedoria dentro de si mesmas. Valorizem o mundo do en -
tretenimento; coloquem homens e mulheres sem roupa e
sensuais, para despertar os instintos mais primitivos; tratem
as mulheres como objetos na TV e nas revistas, e mostrem -
nas apenas como um corpo bonito, porém sem essência,
vazio por dentro. Façam uma imprensa tendenciosa, que não
represente as diferentes forças sociais, mas que apenas
preservem os interesses dos poderosos do mundo. Usem a
arma da informação para manipularem a vontade as mentes
das pessoas, e o melhor de tudo, façam com que elas pen -
sem que as opiniões são delas mesmas, que as ideias apre-
sentadas nasceram de seu pensamento, assim elas difi cil-
mente perceberão que estão sendo manipuladas. Elas irão
acreditar firmemente que as ideias surgiram em suas mentes,
e assim jamais vão questionar algo que, segundo creem, teria
sido gerido e processado pelo seu pensamento (mas que em
realidade não foi). Os homens jamais podem se defender de
algo que não conhecem e não percebem. Se eles não perce -
berem que estão sendo manipulados, não serão capazes de
resistir à nossa dominação. E não se es queçam: veiculem na
TV a todo momento cenas de violência, para que os atos
criminosos fiquem bem assentados no inconsciente coletivo,
pois dessa forma, a violência se tornará corriqueira, comum e
natural, pois, assim sendo, quase não será questio nada seri-
amente com ações concretas. Só mostrem o negativo pela
TV, ocultem ações positivas e humanis tas, para que as pes -
soas acreditem que o mundo é essencialmente mau e que
não há esperança de ser diferente.”
470
tando antigas mazelas, sem aprender com elas. A música
atual deve ser cada vez mais barulhenta, po is assim o ser
humano se tornará incapaz de ouvir a natureza e a si
mesmo.”
471
“Para desmerecer a fé, devemos sempre associá-la as religi-
ões. Mesmo sendo a fé uma convicção íntima de uma reali -
dade transcendente, precisamos influenciar as pessoas de
que a fé é sinônimo de crença cega, de fanatismo e de con -
formismo com dogmas religiosos. Neguem a todo custo que a
fé seja o sentimento íntimo de uma realidade divina, um farol
que guia a um porto seguro, e preguem com toda a ênfase
que todas as formas de fé são idênticas, assim as pessoas
não poderão distinguir a fé genuína, que nasce de uma apro -
ximação do ser com o cosmos, e a fé fundamen talista, que
está subordinada a um conjunto de credos.”
472
DEUS EM NOSSA VIDA
Se algo deu errado ou não saiu como você queria diga “Essa
foi a vontade de Deus”.
Quando quiser um guia para sua vida diga “Eu permito que
Deus dirija minha vida”.
Quando sentir que tudo está contra você diga sim plesmente
“Se Deus é por nós, quem será contra nós?”.
473
Sirva ao essencial e não a ilusão.
474
A FÉ
Fé é saber que todo mal vem para o nosso bem; toda a igno -
rância se transforma em sabedoria e na mais escura treva
sempre brilha uma luz.
475
DEUS ESTÁ EM NOSSO PRÓXIMO
476
que odiamos, para aprendermos o dom de perdoar e ace itar o
outro.
O próximo não precisa estar com Deus, mas Deus, sem ne-
nhuma dúvida, está no próximo.
477
RESGATE DE SI MESMO
O que você era quando ainda não haviam dito quem você
era?
Onde está aquela pessoa livre, totalmente livre, que não tinha
medo de olhar para a infinidade do céu e sentir a eternidade a
cada momento?
478
Para onde você deseja ir em sua vida? Que cam inho você
quer seguir? No final desse caminho a sua es sência mais
profunda estará te esperando?
479
A POBREZA
480
Alegra-te com a gratuidade da vida, que nada cobra e nada
deixa faltar.
Quanto maior a tua ambição com o supérfluo, mais pobre
serás.
Quanto maior a tua felicidade com o necessário, mais rico
serás.
A maior riqueza é tudo aquilo que dinheiro nenhum no mundo
pode comprar
E que tu não venderias por coisa alguma.
Nossa família, nossos amigos, nossos amores, nossa paz,
nossas virtudes e nosso caminho espiritual.
Qualquer um pode ser tão rico quanto sua alegria espontânea
de viver
E tão pobre quanto sua carência, sua mágoa, e seus intermi-
náveis desejos materiais.
A solidão num imenso palácio pode ser maior do que a soli -
dão num pequeno casebre.
Atenta para a verdade: nunca teu vazio interior será preen -
chido por ganhos mundanos.
Preferes ser o mendigo de tudo o que você não possui?
Ou o rei de tudo o que ganhaste com trabalho duro e ho -
nesto?
Cultive a paz, a graça, a verdade e o amor,
Estes são os maiores tesouros que terás acesso.
481
PARA IR AO CÉU TEMOS QUE MORRER
Essa frase parece bem simples, mas ela contém uma grande
verdade sobre a vida.
Não é possível ser feliz sem nos renovar e deixar de lado tudo
aquilo que nos afunda.
482
Queremos leveza, mas não abrimos mão do peso das preo -
cupações, das obrigações, da nossa pesada bagagem de
apegos.
483
O QUE VAMOS LEVAR DESSA VIDA?
Você não pode levar sua casa, seu carro, seu di nheiro, suas
posses, seu patrimônio, nem qualquer coisa composta de
matéria perecível.
484
Nem mesmo seus prazeres você poderá levar. As noites
impregnadas de sexo selvagem; o vinho de boa safra; as
festas com os amigos; nossos programas favoritos; nossa
comida predileta; todas as delícias e tentações desse mundo:
tudo isso ficará aqui e nada disso irá conosco ao outro lado
da vida.
Você poderá levar tudo de bom que tenha feito a outras pes -
soas. Todo amor dado. Toda palavra amiga. Toda ajuda de -
sinteressada. Toda doação abnegada. Todo trabalho no bem
te trará paz espiritual profunda. Toda luz que você acendeu
no coração de outras pessoas. Toda fé que você teve ilumi -
nará seu espírito no pós -morte. Toda sabedoria disseminada.
Todas as experiências que geraram aprendizado de vida.
Toda harmonia, toda mão estendida, as ações que não espe -
ram nada em troca… toda paz transmitida. Tudo isso você
levará consigo após a sua morte.
Não guie sua vida pelos valores materiais, que vão se dissol -
ver com a morte, perecer em meio ao caos da matéria ilusó-
ria. Guie sua vida pelos valores espirituais, pelos princípios
perenes… Aquelas verdades que não morrem, que não se
degradam, que serão do nosso espírito para sempre… por
toda a eternidade.
485
SEJA VERDADEIRO
486
VIDA SIMPLES
487
O homem superficial olha e não vê, faz e não sente; o homem
simples não vê, mas enxerga, não faz, mas sente.
488
O TEMPO DE DEUS
489
ansiedade.
Somos luz em estado de formação; somos anjos em treina-
mento na Terra.
O ser humano nasceu, mas ainda não se completou.
Tudo se realiza no tempo que precisa.
Espere com paciência o tempo de Deus…
E não o seu tempo humano.
490
LIÇÃO DE VIDA
Ele pergunta ao sábio o que deve ser feito com uma pessoa
que dá falso testemunho. O sábio responde:
O sábio responde:
O sábio responde:
491
fazem mal. Reflita sobre isso, pois esta é uma das mais sa -
gradas lições dos sábios e da vida.
492
DORMIR EM PAZ E SE ENVOLVER NA LUZ
493
inconsciente. A maior parte da humanidade não tem consci -
ência de suas ações durante o sono.
494
corpo astral e minha consciência para o trabalho do plano
cósmico no planeta.”
495
O RELIGIOSO FUNDAMENTALISTA
496
parecia estar esperando por ele. O ser angelical olhou amoro-
samente em seus olhos e disse apenas uma frase:
“Ficai sab endo, ò filho do mundo, que aquele que atira pedras
nos outros há de tropeçar nestas mesmas pedras no caminho
de volta.”
“Ficai sab endo, ò filho do mundo, que aquele que atira pedras
nos outros há de tropeçar nestas mesmas pedras no caminho
de volta.”
497
DEUS E OS INTERESSES MUNDANOS
498
Depois o anjo de luz conduziu o homem a presenciar o funci-
onamento de outros grupos humanos. Um dos grupos era de
pessoas que buscavam a Deus apenas para fugir das dificul -
dades da vida e viver dentro de um mundo ideal religioso.
Outro grupo buscava Deus nas igrejas apenas como uma
válvula de escape, para fazer uma catarse e liberar as ten -
sões do dia a dia. Em outro lugar, um grupo buscava Deus
apenas para obter uma cura física. Havia também um grupo
de pessoas que buscava Deus nas igrejas e templos apenas
pela interação social com outros membros, por motivo de
carência e vazio.
499
A LUZ DO ESPÍRITO
500
Você deve apenas se purificar e aguardar que a chama do
espírito brote naturalmente da fonte do nosso interior. E essa
fonte… é a essência da vida, é o infinito, é Deus.
501
O ESSENCIAL E O SUPÉRFLUO
502
Após três dias de disputas, discórdia, fortes discussões, al -
gumas ofensas e até agressões físicas, todos decidiram que
seria melhor ir embora e voltarem para casa. O acampamento
naquela linda floresta, com toda a natureza, os animais, os
pássaros, a água corrente, o silêncio e a tranquilidade na
companhia de amigos, tudo isso acabou indo por água
abaixo. Todos retornaram às suas casas insatisfeitos e com
raiva uns dos outros.
503
EM BUSCA DA LUZ
504
O resultado é o mesmo dos bichinhos da luz. Eles correm em
direção a luz, mas não encontram a luz. Esses fiéis fanatiza -
dos acabam se deparando com a dura realidade da descons -
trução de suas crenças limitadas. Eles se chocam com a
realidade da vida e depois sofrem por não encontrarem a luz
que estavam buscando. Assim, eles acabam definhando, tal
como os bichinhos da luz ao redor da lâmpada. Essas pes -
soas perdem suas vidas fugindo da dúvida, da incerteza e
desejando chegar logo a luz. Assim acabam cultivando ilu -
sões religiosas, acreditando em falsos líderes e não resistindo
ao impacto com a dureza da realidade.
505
SOBRE AS DATAS DO FIM DO MUNDO
506
passagens das estações, do ano, dos séculos, dos milênios e
das eras.
507
mundo; é assim também no nível macro tal como no nível
micro.
508
MEDO DA MORTE
O mestre responde:
509
Por isso dissemos que o medo da morte é o medo da vida.
Quem passa sua existência com medo da viver, acaba não
vivendo. Por não viver plenamente, fica com medo de mo rrer.
O medo de morrer vem do medo de não ter experimentado
sua vida da melhor forma possível. Nesse caso, há uma sen -
sação que algo está faltando, que ele ainda precisa fazer
algumas coisas, que ele ainda não realizou o que gostaria.
Ele então passa a tem er uma morte que venha a ceifar uma
existência que ele não conseguiu aproveitar, mas que ainda
deseja viver.
510
PEDINDO AJUDA A DEUS
Deus nos ajuda a que nós mesmos nos ajudemos. Deus cria
as condições para que possamos olhar dentro de nós e en -
contrar a solução. Deus não faz por nós… Se Deus, os anjos,
os bons espíritos, etc, nos dessem a solução, que mérito
teríamos? Podemos resolver as equações de matemática
para um aluno, ou vamos ensina-lo a que ele mesmo possa
chegar a um resultado?
Deus faz com que nós mesmos façamos aquilo que somente
nós podemos fazer. A inteligência infinita nos proporciona os
meios que para nós mesmos possamos chegar a uma solu-
ção, a um milagre, a uma cura, a um insight, etc.
511
MERECIMENTO E ENTREGA
Se algum dia você não merecer mais algo de ruim que chega
até você, pode ter certeza que essa negatividade vai embora.
Mas enquanto ela ainda está com você… ela é necessária e
vai te ajudar em seu progresso espiritual.
512
Mesmo que você perca tudo, entregue a Deus… Deixe que a
inteligência infinita do plano divino guia sua vida. Nada se faz
sem Deus. O cosmos é ordenado e harmonioso. Tudo tem um
plano perfeito. Basta que você se sintonize com esse propó -
sito divino e permita que as coisas fluam em sua vida. Esse é
o momento onde o ponto de mutação se inicia…
513
QUAL O TAMANHO DO SEU MUNDO?
514
que ele capta da vida humana. Ele crê que o todo se resume
a sua família, seu trabalho, o trânsito, o dinheiro, as viagens,
o conhecimento, sua personalidade, etc.
515
O que há depois das fronteiras conhecidas? Podemos ser
nada além do que uma poeira cósmica, tão insignificantes
quanto um vírus ou uma bactéria, mas acreditamos que de -
temos todo o poder dentro dos rígidos limites do nosso parco
conhecimento.
Não pare onde você está; não creia que o universo se limita a
sua percepção; pare de viver no seu mísero mundinho; não
acredite na ideia do “Se eu não vejo, não existe”. Há todo um
infinito além, esperando para ser explorado. Não se detenha
no seu ínfimo canteirinho. Continue seguindo para desvendar,
passo a passo, a escada infinita da existência universal.
516
PARA QUE PEDIR ALGO A DEUS?
517
tudo o que nós podemos receber e tudo o que pode nos pro -
porcionar os melhores frutos espirituais. Ele sabe tudo o que
pode trazer paz e felicidade verdadeira em nossas vidas e na
vida do nosso espírito.
518
que é melhor para nós. Nós desejamos declamar nossas
pequenas verdades dizendo: “Deus, olhe meu sofrimento, eu
preciso de cura, eu preciso de alívio, eu preciso de dinheiro,
eu preciso da solução do problema do meu filho”. Orando
dessa forma, estamos negando a onisciência de Deus; esta -
mos negando a onipotência de Deus; estamos negando a
onipresença de Deus. O Eterno já sabe que estamos so-
frendo, já sabe que estamos doentes; já sabe que nosso filho
está imerso nas drogas. É preciso entender que Deus não
nos dá aquilo que desejamos, Ele nos dá aquilo que precisa -
mos, que necessitamos de fato para a nossa evolução espiri -
tual. Da mesma forma que um pai não dá o doce que seu filho
pede, mas lhe dá legumes e verduras. De igual maneira,
Deus… a consciência infinita e eterna, não nos dá aquilo que
gera prazer, conforto e estabilidade de nível humano e mun -
dano. Deus, que tudo sabe e tudo vê, sempre, sem exceção,
nos concede aquilo que é mais importante para o nosso de -
senvolvimento espiritual.
Portanto, pedir algo a Deus não tem sentido, não tem utili -
dade, é algo infantil e sem propósito. Jesus nos deixou o
melhor exemplo do que deve ser feito em situações extremas.
Ele orou a Deus e disse:
519
MENSAGENS SOBRE BEM E CARIDADE
A JOIA DA CARIDADE
520
te ajudará a pagar todo o serviço médico após o acidente”,
disse o estranho. Após tanto tem po, a joia dada havia agora
retornado a ele mesmo, justamente na hora em que mais
precisava. Alberto começou a chorar e pensou:
521
A CHAMA SAGRADA
522
várias pessoas necessitadas, carentes e em sofrimento, lhe
pedindo um pouco da luz da chama. Conforme as pessoas
iam passando e pedindo luz, ele ia dando um pouquinho da
chama sagrada a cada alma carente. Foi prosseguindo e mais
e mais pessoas vinham a ele e pediam um pouco da chama
em suas mãos.
523
diante do desafio imposto. O Anjo do Senhor proferiu as se -
guintes palavras:
524
SEMEANDO O BEM
525
cupada, sem raiva e com quase nenhuma tristeza mais. Ela
repetia esse procedimento algumas vezes e depois de um
tempo ficou se sentindo bem melhor.
526
O TRABALHO NO BEM
– Espere. Onde você está indo? Não fará o feito mais espiri -
tual que o mestre pediu?
O discípulo respondeu:
527
O mestre, ouvindo o discípulo, disse:
528
AS SETE PEDRAS PRECIOSAS
529
A quarta pedra preciosa é a fé. Aqui não falo de fé cega, de
obediência subserviente, de submissão por medo de guiar a
própria vida. Fé é entregar-se ao poder superior com absoluta
confiança de que a vida tem um sentido, de que tudo tem um
propósito, de que todas as coisas são harmonia e ordem
cósmica, de que um ser superior, com vários nomes, jamais
nos abandonaria. Fé é certeza naquilo que não se pode ver
nem tocar, mas que sentimos como uma chama de vida den-
tro de nós que serve como farol mesmo na mais aterrorizante
escuridão.
530
lismo barato, não é chororô. Amor é liberdade, ternura, ajuda,
tranquilidade, fraternidade e bem.
Cuide bem dessas sete pedras, pois elas não se es vaem com
o tempo e permanecerão com você por toda a eternidade…
531
FAZER O BEM
532
A REAL NECESSIDADE
533
O VAZIO INTERIOR
Era uma vez uma mulher que havia perdido muitas coisas em
sua vida. Ela perdera praticamente tudo o que possuía no
passado, inclusive pessoas, situações, sonhos, etc. O sen ti-
mento destas perdas era algo que a assolava a todo mo -
mento. Tudo isso fez surgir uma espécie de buraco em seu
peito, um vazio interior que parecia não ceder por nada.
534
Esse vazio nada mais é do que a falta de nós mesmos, a falta
do nosso ser interior.
535
A CARIDADE
536
A inteligência divina te tira, para que aprendas a dar.
Não precisas dar algo que se tem,
Dê, antes de tudo, o que se é.
Mais do que provisões e coisas
Muitos precisam de amor e sabedoria.
Não te sacrifiques no ato de dar,
Se sentes a caridade como um exímio esforço,
Não ofertas com amor, e nenhum mérito conquistas.
Quem dá com amor, não sente qualquer sacrifício,
E tampouco qualquer perda.
Ninguém é tão pobre que não possa dar algo.
Não fique com medo das vacas magras,
Quem muito dá, muito receberá.
Quem pouco dá, pouco receberá.
Quem quer tudo para si, jamais estará satisfeito.
Viverá procurando nas posses,
O que elas não podem oferecer.
Quem faz uma oferta esperando receber seu quinhão,
Deu para si mesmo, e não ao outro.
A caridade só é completa,
Quando é incondicional, sem qualquer expectativa.
Não faça como o orgulhoso que ostenta suas coisas,
E as perde, todas, após a morte.
Se a morte traz a perda forçada de nossas posses,
Antecipa-te a morte, e dê o que tens em vida.
Sê caridoso enquanto tens as coisas,
Não espere a vida lhe retirar o que não necessitas,
A vida nos faz perder o que temos,
Para nos ensinar o valor da caridade.
Não reclames que outros roubam teus bens,
Deixai, isso sim, de ter bens em excesso.
Se tu acumulas o supérfluo sem qualquer necessidade,
Não precisa do que já possui,
Mas de algo que tu mesmo desconheces.
537
RESPEITO
538
Quando cada pessoa pratica a semeadura do res peito, tudo
fica mais fluido, belo e tranquilo.
Respeito… é a pedra angular da sociedade humana e da
espiritualização da humanidade.
539
REFLEXÕES SOBRE A CARIDADE
Caridade não deve ser uma atividade que gera pra zer, pois se
gerar prazer, não é para o outro, mas para nós mesmos. Isso
significa que, se você faz algo porque gosta do trabalho, a
pessoa pode estar fazendo apenas porque gosta, e não pelo
trabalho em si. Não que a pessoa precisa desgostar do que
faz, mas, como dissemos, se é uma atividade que gera pra -
zer, é preciso refletir se estamos trabalhando pelo prazer de
realizar esse projeto, ou pelo bem estar do outro.
540
apenas por julgar o certo, e não por uma consciência verda -
deira, por um desejo nascido de dentro do nosso coração.
541
Caridade não é fazer o que você julga ser o melhor ao outro.
Caridade é investigar ao máximo o que realmente é o essen-
cial ao próximo, e fazer o que é necessário. Muitas vezes
temos uma visão pessoal e fixa do que o outro precisa e na
maioria das vezes não temos a visão correta das necessida -
des reais do outro. Por outro lado, muitas vezes acreditamos
estar fazendo o certo, mas estamos mais atrapalhando a
pessoa do que a ajudando.
542
Mas afinal de contas, quem faz caridade? Faz a verdadeira
caridade aqueles que não sabem exatamente porque a estão
fazendo, mas simplesmente fazem. Como disse Jesus: “Mas,
quando tu deres esmola, não saib a a tua mão esquerda o que
faz a tua direita” (Mateus 6, 3). Eles praticam algo que está
dentro deles mesmos, que sentem que devem fazer, ou que
tem essa certeza no fundo do seu coração. Faz a caridade
aquele que ajuda, mas nem sabe ou reconhece que ajudou.
Aquele que ajuda apenas por querer ver o outro bem, sem
esperar qualquer tipo de recompensa…
543
O BEM CURA
Quando uma pessoa ataca a outra, pode ser que ela tenha
sido tão atacada na vida, que a única atitude que conhece é o
ataque.
Quando uma pessoa ofende a outra, ela pode ter sido muito
ofendida no passado, e por isso quer ofender para que não se
sinta ofendida.
544
Ela já está doente, e por isso, quer passar essa do ença a
outros. Ela já está ferida, e por isso, quer ferir. Ela está mal e
por isso, quer o mal dos que a rodeiam.
545
O AMOR TRANSFORMA
546
Roberto abraçou Paulo, que ficou surpreso com sua reação.
Paulo agradeceu e nunca mais houve conflito entre ambos.
547
PEDINDO AJUDA A JESUS
548
“Senhor, por que não me ajuda? Onde você está?”
– Cláudia, hoje estive com você o dia inteiro, mas você não
me enxergou. Você estava tão cheia de si mesma e tão vol -
tada para seus problemas, que você não percebeu.
549
AMOR INCONDICIONAL
550
é.
E quem diz “Eu te amo, mas somente se você me amar.”
Esse já não ama, mas quer uma troca.
O amor não pode ser regulado por barganhas…
Pois esperar qualquer benefício pelo amor, não é amor, é
ganho pessoal,
É para o ego… e não para a alma.
Por outro lado, se você ama alguém e despreza a si mesmo.
Isso não é amor, é submissão.
Pois não se pode amar o outro e não gostar de si mesmo.
O amor incondicional quer ver sempre o outro feliz,
O amor ilusório quer que o outro nos faça felizes.
A paixão pode ou não dar certo,
O amor incondicional já deu certo desde sempre.
O amor recebe quando dá…
E dá quando recebe.
O amor apenas dá e nada espera receber.
Ele apenas sente e não pede explicação.
Ele apenas é… sem nenhuma preocupação.
O amor não é do ser humano, mas do espírito imortal.
Se um dia você tiver dúvida sobre como agir,
Não tenha receio, apenas ame…
551
DAR E RECEBER
552
PREOCUPAÇÃO COM OS OUTROS
553
Aqueles que estudam o espiritualismo sabem o quanto é
comum ver espíritos de pessoas que acabaram de desencar-
nar super preocupados em deixar seus entes queridos aban -
donados ou “desprotegidos” aqui nesse mundo. A preocupa-
ção do espírito recém desencarnado com os familiares que
ficaram na Terra pode até mesmo leva-lo a se prender ao
mundo, tornando o que se denomina de “espírito preso a
Terra”, que fica vagando pela matéria tentando “salvar” seus
filhos, irmãos, pais, amigos, etc. Nesse caso, a preocupação
com eles é um forte objeto de apego, que pode prejudicar
imensamente tanto o espírito quanto o encarnado.
554
Portanto, jamais se esqueça de que toda preocupa ção com o
outro é vã, sem sentido, vazia e desnecessária. Cada espírito
que vem ao mundo vive as experiências que precisa e me-
rece, sem qualquer desvio, e mesmo que haja algo que pos -
samos chamar de “des vio”, se a pessoa enveredou por esse
caminho, é porque ela assim quis, e se ela o escolheu, é
porque precisa das experiências que se encontram no final do
caminho escolhido. Não perca sua tranquilidade com milhares
de preocupações. Tenha fé em Deus e nas leis divinas. Preo -
cupação com o outro é falta de fé em Deus, é ausência de
entrega ao plano infinito e divino no qual tudo está inserido.
Ninguém fica des protegido nesse mundo, assim como nin-
guém está protegido de si mesmo e das experiências que são
necessárias para seu espírito. O que chamamos de des prote-
ção, abandono ou sofrimento são apenas fases de uma alma
que precisa passar pelo vale de lágrimas do mundo físico
para amadurecer e seguir em frente em sua preparação para
a vida eterna.
555
A ESTRADA DA VIDA
O drama que elas viviam era ter que atravessar todo aquele
lodo com sacos ou bagagens tão pesadas, e conseguir seguir
em frente. Pude notar almas cruzando a lama que começa-
vam a afundar; outras, que carregavam sacos mais pesados,
submergiam ainda mais; havia algumas almas que, de tanto
fardo que levavam consigo, já não podiam sequer prosseguir,
e acabavam afundado até o pescoço, incapazes de se mover.
Mas mesmo essas almas que estavam no fundo da lama não
soltavam o saco pesado que conduziam pelo vale. Quanto
mais pesado era o saco, mais a alma afundava e mais presa
ficava.
556
ficará presa até soltar seu peso” disse um foco de luz. “Não
quero soltar” disse a alma cujo saco estava escrito “orgu lho” e
que estava totalmente envolvida pela lama e incapaz de se
mexer. Mesmo estagnada e presa, elas se agarravam forte-
mente ao seu objeto de apego e ficavam lá, para das, afun-
dando.
557
nele se apegam e as prende até que elas decidam soltar toda
a carga ilusória acumulada.”
558
O CONSOLO ESPIRITUAL
559
MEU QUINTAL
560
QUEM NOS AJUDA DE VERDADE?
561
alguns anos de muito estudo e aperfeiçoamento, Sueli se
transforma numa profissional reconhecida e promissora em
sua área. Graças ao seu trabalho, ela consegue alavancar o
lucro da empresa. O dono da companhia resolve então dar
um aumento a ela. O dono se encontra com Sueli e pergunta
como ela conseguiu ascender tão rápido em sua carreira. Ela
responde que conseguiu graças ao ex-chefe, que a cobrava
muito e, por isso, algo dentro dela se transformou, e ela con -
seguiu se superar e se melhorar. “Quem mais me ajudou foi a
perseguição de meu ex-chefe. Isso me incentivou a melhorar.”
disse ela.
562
estaria preso, carente e infeliz. Graças à experiência que eles
me proporcionaram, eu me tornei uma pessoa muito melhor”.
563
A HISTÓRIA DE UMA VIDA
564
deve ter um desfecho que faça sentido para nós. No entanto,
nada falta nessa história, pois casos como a de Thiago ocor-
rem todos os dias em todo o mundo. O ser humano é que
costuma esquecer de sua mortalidade e vai tocando sua vida
com a ilusão de uma perpetuação indefinida da existência.
Procuramos sempre negar a morte e preferimos acreditar que
ela não virá… Quando contamos a história de uma vida, é
sempre necessário lembrar que ligada a ela há sempre uma
morte e esta pode chegar mais cedo do que supomos.
565
NADA PODEMOS POSSUIR
Você não perdeu seu carro… Você nunca possuiu seu carro.
Você não perdeu sua casa… A casa nunca foi sua de ver-
dade.
Você não perdeu seu filho… seu filho nunca foi seu.
Quem quer muito ter algo, sofre mais quando desco bre que
esse algo nunca foi seu.
566
Quem acredita na ilusão da posse, sofre muito mais quando
descobre que a posse é somente uma ilusão.
Como disse Jung: “Quem olha pra fora, sonha; quem olha
para dentro desperta”.
567
Mas aquilo que é nosso e nunca ganhamos; aquilo que vem
de dentro de nós e nasce do nosso espírito, isso jamais po -
derá ser perdido.
568
DISCIPLINA É LIBERDADE
569
O que provoca esse estado de coisas? Na quase totalidade
das vezes, é a ganância humana que gera as dívidas. Vamos
ver exemplos disso. Uma pessoa que ganha, por exemplo,
3000 reais por mês. Es sa pessoa sente que está abaixo de
muitos na escala social. Ela fica a todo momento sendo bom -
bardeada na mídia pela influência de propagandas sedutoras
que acabam fazendo a sua cabeça e a convencendo de que,
para ela ser completa, ela precisa consumir mais e mais, pois
só assim ela estará satisfeita na vida. Obviamente essa é
uma das maiores mentiras do nosso tempo, mas a maioria
das pessoas acaba caindo nesse grave erro que destrói suas
vidas. Então o que ela faz? Ao invés de usar 1500 reais todo
mês para pagar suas contas, ela gasta 3000 reais por mês,
ou em contas, ou em consumos desnecessários a sua sobre -
vivência, como bebida alcoólica, lanches, roupas que não
precisa, etc. O resultado disso é que o dinheiro não sobra no
final do mês e essa pessoa fica dependente do seu emprego
e da empresa que trabalha, assim como fica bastante vulne -
rável a qualquer crise. Se ela perder o emprego, perde tudo.
Se ela tiver que pagar, por exemplo, uma cirurgia de 5000
reais, ela não terá de onde tirar. Nesse caso, uma dívida pode
começar e a escravizar por anos e anos a fio.
Para não cair nas garras das dívidas e não ser surpreendido
por épocas de crise, as pessoas devem fazer duas coisas. A
primeira é se libertar desse mundo consumista, onde a ga -
nância e a carência são os principais regentes do nosso com -
portamento. Desejamos ter cada vez mais coisas para não
nos sentirmos inferiores e para preencher um pouco do vazio
de nossa existência. A segunda atitude a ser tomada é sem -
pre poupar uma certa quantidade de dinheiro todo mês. Isso
nos dá segurança, liberdade e evita que sejamos presos
nessa teia complexa de dívidas.
570
como uma cirurgia, um acidente, etc. Se uma pessoa ganha
10.000 reais, ela deve guardar todo mês 3000 reais do seu
orçamento e só gastar 7000 reais. Ela não pode jamais gastar
os 10.000 reais em contas e consumos, caso contrário, ficará
vulnerável a qualquer mudança externa. Ao cabo de 1 ano,
ela terá uma reserva de 36.000 reais. Em 5 anos guardando
sempre o mesmo valor, ela terá uma reserva de 180.000
reais.
571
POR QUE AS PESSOAS SÃO ENGANADAS PELOS PICA-
RETAS?
572
suas tendências; ela não precisará adentrar em seu inconsci-
ente e ver o que ela não quer ver… ela precisará apenas ir na
vidente e descobrir as respostas. Assim é, sem dúvida, muito
mais fácil, porque, afinal de contas, entrar dentro de si e ver
as causas de nossas angústias é algo que dói muito.
573
pessoa. Eles passam uma técnica de cura em que a pessoa
não precisa rever a sua vida; ela não necessita mudar certas
atitudes; ela não terá que entrar dentro de si mesma e fazer
uma catarse mais profunda… Basta apenas seguir a fórmula
pronta, fazer um sinal, usar um adereço, defumar o ambiente,
proferir algumas supostas “palavras de poder”, ou precisará
apenas ficar parada e esperar que o terapeuta haja sobre ela,
sem que ela precise fazer coisa alguma. Não afirmamos aqui
que nenhuma destas coisas possa ter um efeito, mas ne-
nhuma delas vai transformar a nossa vida e resolver os nos -
sos problemas.
574
por nós e consequentemente a cura também está tão so -
mente dentro de nós mesmos.
575
O MAL QUE TE FIZERAM
576
cesso, porém uma pessoa cheia de feridas de uma infância
marcada pelo bullyng. Tornou-se um homem arrogante e
revoltado. Por isso, muitas vezes tratava mal seus emprega -
dos: não pagava direito seus salários, exigia muito deles,
brigava, ameaçava, praticava assédio moral, etc. Guilherme
fazia um verdadeiro bullyng em seus funcionários, o mesmo
que ele havia sofrido em sua época de escola.
577
PUREZA DE INTENÇÃO
578
Como Deus poderia me castigar por isso, se eu fiz o que fiz
com uma intenção pura? Nesse momento de minha reflexão,
ficou bem claro em minha mente que não faz tanta diferença
a atitude de uma pessoa, sua ação, seu comportamento, mas
sim a intenção pela qual aquele ato é realizado. Se nossa
intenção é pura, mesmo uma atitude reprovável aos olhos da
sociedade pode se transformar em algo positivo. O contrário
também é verdadeiro: falar calma e serenamente com uma
pessoa não implica uma intenção pura. Já presenciei discur-
sos mansos e impassíveis eivados de duras ofensas e de um
sentimento de ódio profundo pelo outro.
Por esse motivo, sempre que tiver dúvida sobre a forma cor-
reta de proceder, não preste tanta atenção nos seus atos.
Faça um mergulho em seu interior e procure desvendar a
natureza mais fundamental de sua intenção. É na intenção
onde reside o real valor de nossa postura diante da vida.
579
CARIDADE VERDADEIRA
Caridade faz aquele que ajuda pessoas que lhe são desco -
nhecidas e que nada podem lhe dar em troca.
Ajuda de verdade aquele que ajuda quem nada pode lhe dar,
quem não gostamos e mais ainda… quem nos fez mal. A
caridade verdadeira é feita por pessoas que doam, ajudam ou
prestam auxílio àqueles que nos maltrataram, que nos perse -
guiram, que nos prejudicaram, que nos ofenderam ou que nos
querem mal.
Querer bem àqueles que nos querem mal, ajudar aquele que
nos destratou, auxiliar quem tenta nos destruir… essa é a
verdadeira caridade.
580
NÃO ALIMENTE O MAL
581
OS FRUTOS DO BEM
Aquele que vive bem, quer ver o outro bem. Aquele que vive
em paz, quer que o outro viva em paz; aquele que vive feliz,
aspira a felicidade de todos.
Quem tem Deus dentro de si, quer que todos vivam plena -
mente com Deus dentro de todos.
582
Se um dia você tiver dúvidas se está bem ou está mal, entre
dentro de si e procure descobrir qual sentimento você deseja
ao outro.
583
MENSAGENS SOBRE AS LEIS
NATURAIS DA VIDA
584
quando crescer e se tornar adulta, entenderá tudo o que seus
pais fizeram com ela. Assim também são os planos de Deus
para seus filhos humanos, onde tudo sempre tem um sentido,
e nada ocorre por acaso.
585
você estiver e coloca-lo neste outro local. Você vive a vida
que tem que viver; você faz o que tem que fazer; o que te
acontece é exatamente o que você precisa e merece dentro
de tudo o que você criou ao longo da eternidade. Portanto,
não acredite que as coisas estão erradas para você, pois tudo
está exatamente como deveria estar. Não existem erros, tudo
está absolutamente correto e perfeito.
586
O OUTRO LADO DA VIDA
O mestre disse:
587
A PARÁBOLA DO DESERTO E DO MUNDO
588
Conforme o tempo foi passando, eles ficaram magros, pois a
alimentação era escassa, e precisaram se alimentar de pe -
quenos animais, insetos e a beber a água impura dessa fonte.
O tempo passou em anos e depois décadas. Essas pessoas
foram obrigadas a ficar muito tempo nesse deserto, e p or
isso, esqueceram de seu local de origem, um país rico, prós -
pero, com muitos recursos naturais, muito verde, muitos ani -
mais, flores e pessoas felizes.
589
nosso mundo: com a perda de nossa percepção espiritual,
passamos a crer que só existe o nosso mundo e que não há
outras dimensões e realidades em todo o cosmos.
590
PRINCIPAIS PERGUNTAS SOBRE A VIDA APÓS A
MORTE
591
O espírito sente saudade dos seus parentes encarnados,
como pai, mãe, filho, irmão, etc?
592
plano terreno. Quanto maior for a nossa libertação da matéria
e das pessoas melhor estaremos no plano espiritual. O con -
trário também é verdadeiro: quanto mais presos e a pegados
estivermos a coisas, nomes, formas e pessoas, mais difícil e
sofrida será nossa passagem. É como um viajante que gostou
muito de uma cidade e não deseja mais sair de lá… Quanto
maior for seu apego a esse local, mais sofrida será sua par-
tida e mais dolorosa a sua estadia longe. Por isso, pessoas
muito ligadas ao mundo tendem a ser infelizes no plano espi -
ritual e podem permanecer em zonas inferiores.
593
conforto e estabilidade para vivermos nossa vida. No entanto,
no plano incorpóreo, não existem condições externas que dão
suporte ao espírito. Ao atravessar o limiar da vida e da morte,
a alma perde todos os alicerces externos e passa a ser exa -
tamente aquilo que ela é. Sua natureza interna aparece com
toda a clareza e ela passa a manifestar aquilo que estava
oculto. No plano físico existem muitas formas de uma pessoa
dissimular s eu interior. Um homem arrogante pode fingir ser
humilde; um homem egoísta pode fingir ser muito caridoso e
doar grandes somas em dinheiro para instituições; um homem
pode fingir honestidade e ser ladrão e mentiroso; pode tam -
bém fingir felicidade diante de todos, mas sentir-se profunda-
mente infeliz. Podemos enganar outras pessoas quando
estamos no mundo, mas jamais podemos mascarar qualquer
coisa e ludibriar alguém após a morte. No plano espi ritual
ninguém pode dissimular nada: as almas ma nifestam com
total limpidez aquilo que são. Por isso, a pergunta que se faz
sobre a alma estar bem ou mal no plano espiritual não faz
sentido. O espírito se encontrará bem se ele for bom, e se
encontrará mal se ele for mau. Ele será luz se existir luz em
si, e será escuridão caso seu interior seja obscuro. Ele estará
bem se for uma alma pura, e estará em sofrimento se for uma
alma atormentada. A alma expressará exatamente aquilo que
ela é e o que plantou em suas múltiplas existências terrenas.
Após a morte, a alma não pode jamais sentir-se bem se não
tem esse bem dentro de si. Nos termos da Psicologia, pode -
mos dizer que o inconsciente e o consciente passam a ser um
só, não havendo mais divisão entre ambos. Por esse motivo,
ao chegarem no plano espiritual e sentirem exatamente como
são, as almas anseiam pela reencarnação para que possam
se purificar e aprender. Esse inclusive é um estímulo muito
importante para que a alma manifeste seu intento de retornar
e refazer sua vida, para que possa se depurar e elimi nar
todas as impurezas do seu ser. Diante dessas explicações,
aqueles que desejam saber como está seu ente querido ou
amigo após a morte, basta que se lembrem de como ele foi
em vida, que tipo de pes soa ele era e qual o grau de pureza,
simplicidade e desprendimento de sua alma.
594
Visitas espirituais podem ocorrer algumas vezes, quando as
almas possuem um laço amoroso mais estreito. No entanto,
os espíritos têm tarefas a desempenhar no plano espiritual.
Ao contrário do que muitos pensam, eles não vivem em fun -
ção dos encarnados e nem da vida na matéria. Eles possuem
suas próprias atribuições espirituais, algumas das quais che -
gam a ser incompreensíveis para nós. Por isso, eles não
podem ficar vindo nos visitar a todo momento. Os encarnados
estão na mesma condição: eles não devem ficar pensando a
todo momento nos desencarnados, pois necessitam prosse -
guir suas vidas normalmente. Aqueles que perdem um tempo
precioso de sua existência pensando nos que partiram, além
de estarem prejudicando o espírito, estão prejudicando a si
mesmos, pois deixam de viver suas vidas. A sabedoria da
Bíblia nos diz que cada coisa tem seu tempo. Há o tempo de
semear e o tempo de colher. Haverá também o tempo do
reencontro com nossos entes queridos, logo após o desen -
carne. Mas enquanto isso não acontece, devemos viver na
Terra e colher o aprendizado de suas experiências. A pes soa
que fica pensando mais no falecido do que em sua própria
vida, acaba não vivendo nem com o espírito e nem vivendo
sua vida. Assim, perde sua encarnação e pode ter que refazer
certas provas numa vida futura.
595
Já mencionamos esse tópico no texto “Assistência após a
morte”. Sim, podemos orar pelos falecidos, principalmente
quando eles acabaram de desencarnar. Logo após a morte, o
espírito pode ainda se encontrar perturbado, desorientado,
sem saber o que fazer e como assimilar o novo e grandioso
mundo pós -morte que se abre. Ness e momento, uma oração
realizada com amor e desprendimento pode ser um tônico e
uma luz que o guiará na escuridão, além de lhe dar a sensa -
ção de não estar sozinho. No entanto, conforme vão se pas -
sando as semanas, os meses e mesmo os anos, a oração
repetida acaba não sendo uma boa escolha. Ficar orando o
tempo todo pode representar uma atitude de apego ao de -
sencarnado.
Certa vez uma mãe me disse que ficava orando todos os dias,
por 5 meses seguidos, pela sua filha que de sencarnou. Eu
perguntei a ela como estava sendo essa oração. Ela me con-
fidenciou que sentia muito a falta da filha, que não admitia sua
morte e que a oração era uma forma dela se sentir mais pró-
xima da alma da menina. Esse caso mostra como a mãe es -
tava, na verdade, orando para satisfazer uma neces sidade
sua e não da filha. Na medida em que ela orava diariamente,
ela buscava diminuir a distância que a separava da alma da
filha. Na verdade, a oração tinha como motor nada mais nada
menos do que um puro apego de sua parte. Isso não é sau -
dável nem para o encarnado e tampouco para o desencar-
nado. Por isso dizemos que a oração deve ser sempre des -
prendida, sem apego, sem posse, e não deve ser re petida,
insistente e apegada, mas sempre desprendida. A oração é
mais eficaz logo após o desencarne do espírito, mas nas
semanas e meses após o desencarne, ela se torna inexpres -
siva e apenas um efeito do nosso apego.
596
desencarnado. O pranto derramado após a passagem de
pessoas que muito amamos é natural e não deve ser evitado
ou reprimido. Se uma pessoa fica contendo seu choro, esse
sentimento fica preso dentro dela, e isso sim pode prejudicar
não apenas o encarnado como o desencarnado. Isso ocorre
porque um sentimento reprimido em nosso peito vai gerar
muito mais sofrimento a longo prazo, o que fará com que a
pessoa fique pensando no espírito por mais tempo e proje -
tando no desencarnado esses sentimentos desarmônicos de
tristeza, pesar, angústia, etc. Mas o choro intenso, logo após
a morte, nos ajuda a descarregar toda a emoção, e nos dá
uma sensação de alívio e libertação. É muito importante cho -
rar e botar tudo pra fora, pois aquele que fica guardando suas
dores dentro de si só aumentará seu sofrimento, e nesse caso
sim, poderá prejudicar a si mesmo e o recém desencarnado.
Portanto, chore… Não tenha receio de chorar e colocar toda a
carga para fora. Não é o choro em si que prejudica os de -
sencarnados, mas o apego com clamores de retorno. Ficar
pensando fixamente no espírito, desejando que ele retorne,
torcendo para ele fique conosco e reapareça. A não aceitação
da morte e a revolta pelo desencarne. Isso sim pode preju-
dica-lo. Mas o ato de chorar, quando representa uma catarse,
ou seja, uma liberação das emoções retidas, não deve ser
evitado. Quando a pessoa chora tudo que tem que chorar,
seu emocional se alivia e fica muito mais fácil de superar esse
momento difícil e não ficar irradiando energias pesadas ao
espírito. No entanto, há algo que devemos prestar atenção.
Quando o choro se perpetua pelos meses seguintes e passa
a ocorrer com frequência, esse pode ser um choro de apego e
não um choro de descarga emocional. No caso de ser um
choro de apego, ele pode sim prejudicar o espírito, se não é
um espírito elevado. Um choro excessivo e prolongado pode
ser um sinal de forte apego. O choro de descarga pode durar
até um mês, no máximo dois meses. Mais do que isso já
passa a ser um choro de apego ou um choro de dependência
emocional. A pessoa que apresenta esse sintoma pode bus -
car um tratamento espiritual ou mesmo uma psicoterapia.
597
ENSINAMENTOS DE VIDA
598
SEU LUGAR NO COSMOS
599
para a sua essência.
Se todas as coisas estão dentro de sua ordem natural, por
que você estaria fora de lugar?
Tudo é harmonia, tudo é perfeição. O todo ajuda o um e o um
ajuda o todo.
Até mesmo a escuridão ajuda a realçar a luz; a noite ajuda a
reconhecer o dia; o que seria o alto sem o baixo?
Viva com graça e fé dentro do seu lugar no cosmos. Nesse
lugar existe tudo o que você precisa para a purificação do seu
espírito. Valorize e agradeça seu espaço sagrado e bem
aventurado na vida. Ele é ordem, harmonia, simetria, equilí-
brio, concórdia, paz e perfeição. E, sem nenhuma dúvida…
você também o é.
600
AH SE EU SOUBESSE
– Ah se eu soubesse…
601
compensados, que os perdidos sempre se encontram, e
quem está demasiadamente seguro de si acaba se perdendo.
602
desenvolvimento na essência inesgotável e eterna da vida,
teria sido infinitamente mais livre e feliz.
603
OS SINAIS DA VIDA
604
Paulo ouviu essa fala, ficou mais um tempo vendo TV e logo
depois se recolheu para dormir. Ele resolveu fazer outra ora -
ção e dessa vez ser mais enfático e pedir uma resposta a
Deus. Enquanto estava em oração, sentiu-se mais leve e
subitamente ouviu uma voz que dizia:
605
A MENSAGEM ETERNA DO MAR
O mar respondeu:
606
Mas quando buscamos enxergar o interior, tudo se harmo-
niza, tudo se acalma, tudo se revela tal como é, sem confusão
e sem o acobertamento da verdade.
607
Muitos homens ganham e passam a ter muitas coisas, e logo
sentem-se maiores diante de outros. Quem faz isso, acaba
perdendo sua vida no orgulho e na vaidade.
608
PARTÍCULA DE DEUS
609
O PRISMA ESPIRITUAL
610
enquanto está acontecendo; mas sob o prisma espiritual, não
existe tempo, há apenas a eternidade. Dessa forma, tudo
passa e nada há que possa prende-lo na sucessão temporal
do mundo.
611
sofrimento é a chave para a mudança de rumo; é o momento
de rever suas posições; é a possibilidade de abrir sua consci -
ência, de entender melhor a vida e a si mesmo; é um portal
sagrado de libertação espiritual. Do ponto de vista humano, o
sofrimento e a perda são as piores coisas que ele pode en -
frentar; mas sob o prisma da consciência espiritual, o sofri -
mento e a perda são as melhores opções para seu amadure -
cimento e desprendimento. Para o humano, o sofrimento
rebaixa… Para o espírito, o sofrimento eleva.
612
UM HOMEM MAU NO CÉU
613
Continuou caminhando, e viu um homem tocando uma melo -
dia belíssima, bem calma. Começou a ouvir um pouco da
música, mas rapidamente achou aquela melodia muito chata
e monótona. Saiu de lá e continuou caminhando.
– Obrigado!
O anjo disse:
614
afinidades e vibrações. Não há qualquer discriminação nem
injustiça na perfeição do plano divino.
615
O QUE VOCÊ QUER?
616
não tem, mas retire alegria do que você tem. Louve a vida e a
simplicidade do momento presente…
617
A VIDA PASSA
Vida é aquilo que passa quando você faz de tudo para conse -
guir a felicidade e não a conquista… e o que você precisava
não era buscar a felicidade, mas sim plesmente ser feliz.
618
Vida é aquilo que passa quando você fica perdendo tempo
preocupado com a vida do outro, querendo viver a vida do
outro, e não cuida de sua própria vida.”
“Não deixe sua vida ficar passando enquanto tudo isso acon -
tece. A vida é apenas viver, sem estar no passado ou no
futuro, sem ficar se preocupando sempre com os outros, sem
ficar frustrado com o que perdemos ou não temos, sem ficar
preso a qualquer sentimento negativo. Por isso, independente
de qualquer coisa, seja feliz. Viver o agora, o momento pre -
sente, é o mais importante… Senão sua vida passa, você a
perde… e tudo se esvai de repente e termina, sem que você
se dê conta.”
619
A VERDADE EXISTE?
620
de consciência cósmica, que existe na eternidade, no infinito,
no sem fronteiras, no que não tem início e nem sequer terá
fim.
621
EU SOU UNIVERSAL
622
NOSSO JARDIM INTERIOR
Do outro lado da cidade, havia outra casa com quin tal onde
morava outro menino de 10 anos. Ao contrário do primeiro,
esse outro garoto não jogava seu lixo no quintal. Ao invés
disso, semeava e plantava flores de diversos tipos. Com o
tempo, todos viram florescer um jardim muito bem cuidado,
com muito verde e beleza estonteante. O jardim exalava um
perfume de flores que fazia as pessoas pararem em frente à
residência e s entirem o agradável aroma que impregnava
todo o ar. Ao contrário do outro menino, o jardim verde e
colorido atraía beija-flores, borboletas, canários e outros tipos
de pássaros, muito belos e cantantes. Nessa casa todos es -
tavam mais felizes, tranquilos e leves.
623
Essa estória tem muito a ver com a nossa vida interior. Muitas
pessoas reclamam das pessoas indesejáveis que chegam às
suas vidas e das situações negativas que as acometem:
pessoas que nos fazem mal e situações que nos oprimem e
nos fazem sofrer. É preciso entender que não adianta deixar
lixo no quintal de sua vida e esperar que não cheire mal. Não
adianta acumular todo tipo de podridão em nosso jardim
interior e esperar que as borboletas, os pás saros e um suave
perfume venham ao seu encontro.
624
LEI DA AFINIDADE
Por outro lado, quando uma pessoa sente repulsa pela outra,
uma antipatia gratuita, uma ojeriza pelo comportamento e
personalidade, pode haver algo semelhante em você.
625
Uma mulher que só se relaciona com homens cafajestes, que
a maltratam, deve refletir no motivo de se sentir atraída por
esse tipo de homem. O que ela está buscando nesse modelo
masculino?
Para mudar seu destino, mude sua sintonia; para mudar sua
sintonia, encontre suas afinidades; para mudar suas afinida -
des, reconheça seus mais profundos desejos e aspirações,
inclusive aqueles que você quer ocultar de si mesmo.
626
Não reprima sua vibração, apenas mude sua afinidade, como
se muda de sintonia AM para FM na rádio.
627
A ETERNA AURORA
628
Nem te identifiques com uma máscara;
A vida se encarrega se desnudar,
O que um dia alguém dissimulou.
Não cultives preocupações…
Preocupar-te gera tensões que criam inconsciência.
Concentra-te na tua vida, não te compares a outros.
Cada pessoa conhece o céu e o inferno de ser o que é.
Ninguém menospreza a rosa vermelha,
Em detrimento da rosa branca.
Cada flor é bela da sua forma,
Com sua cor e seu perfume.
Não te deixes ludibriar pela aparente estabilidade h umana,
Só Deus conhece os recônditos mais escuros da alma hu-
mana.
Por detrás da capa do sucesso,
Pode estar oculta uma escuridão interior.
O amor incondicional é o porto seguro,
Dentro das marés turbulentas,
Desse oceano de miragens mundanas.
Molha as mãos na água, sinta a brisa,
Ouça o canto dos pássaros e rola na grama.
A inocência nos aproxima de Deus.
Não fiques vendo o mal em tudo,
Atenta apenas para as sombras do teu íntimo.
Não há ninguém tão bom que não precise dos demais,
E ninguém tão ruim que não possa ser útil.
Não tentes controlar o mundo,
Nem faça outros a sua imagem e semelhança.
Quem quer conquistar as coisas,
Acaba sendo conquistado por elas.
Jamais esqueças: todo fim é sempre um novo começo…
E cada dia pode ser um novo amanhecer de nossa existência:
O primeiro dia do resto de nossas vidas.
Mas não deixes jamais de cultivar a esperança.
Sem esperança, morremos em vida.
Ser feliz não é uma meta, mas uma escolha.
Continues a grande jornada da vida com fé.
E por maior que sejam os sofrimentos e as tormentas,
Eles nada representam, diante da Eterna Aurora…
Que a todos aguarda.
629
METAMORFOSES DA VIDA
630
membros de nossa espécie que, futuramente, possam estar
num estado mais livre. Não sei se você sabe, mas há algu-
mas histórias de lagartas que passaram por uma espécie de
transformação…
631
nhuma prova de que isso seja verdadeiro. Aceite-se tal como
é, e será mais feliz. – disse a lagarta mais jovem.
632
COMO É O NOSSO MUNDO
633
Aqui os relacionamentos sempre são baseados na dúvida, na
distorção, na posse e em jogos psicológi cos. Aquele que
acredita nos outros é visto como bobo, otário e ingênuo. Aqui
quando as pessoas acreditam nas outras, criam expectativas
e depois se frustram por não terem suas expectativas atendi -
das. Assim, o mundo material nos impele a buscar apenas os
prazeres carnais, a ter a posse das pessoas e a muitas vezes
trata-las como objetos que devem nos servir. Tudo isso é fruto
de um egoísmo que se desenvolveu no ser humano ainda
animalizado, ainda preso aos ditames da carne e da matéria
densa.
634
nitiva que tudo começou a se tornar um pesadelo. Como
acreditamos que só temos o que existe aqui, com poucos
recursos, num mundo limitado, que nos oprime, começamos a
brigar pelas migalhas dessas imagens oníricas, sem descon -
fiar que em breve vamos acordar desse pesadelo e que nada
disso terá nos servido. Tentar fixar aqui nossa morada é o
mesmo que estar sonhando e não querer acordar do sonho,
desejar viver numa realidade criada pela nossa mente dese -
jante.
635
O PODER
636
verdadeiro poder.
O poder está em perseverar, em enfrentar as tormentas, em
continuar seguindo em meio ao caos.
A flexibilidade e a adaptação às circunstâncias tam bém são
fontes de poder.
O poder de vencer os outros é ilusório;
O poder de vencer a si mesmo é real.
O grande poder está em resistir ao golpe, e não se abalar
com nada.
O que mais te tira o poder? Tudo aquilo que você acredita ser
definitivo, indiscutível e fechado.
A pessoa que crê num dogma imutável, perde seu poder de ir
além.
A pessoa que crê na infalibilidade de algo ou alguém, perde
seu poder ao menor sinal de falha.
A pessoa que coloca sua vida nas mãos de outro, perde
igualmente seu poder.
A pessoa que se sente vazia quando não faz algo, perde seu
poder ao fazer esse algo.
Aquilo que não te dá espaço para ir além, te tira o poder.
Qualquer crença de necessidade te tira o poder.
Quanto mais precisamos de algo, menos poder temos.
Quanto mais fragmentado ou dividido você estiver, menos
poder tem.
Quanto mais unido for dentro de si, mais poder terá.
O poder vem da união, e essa união também se faz reunindo
as partes divididas dentro de si.
Se um lado teu quer uma coisa e outro quer outra, você está
dividido.
Junte suas partes perdidas e esteja reunindo para ti mesmo.
Recupere seu poder, nada externo a ti deve ter mais poder do
que teu interior.
Somente resgatando seu poder, você será íntegro e forte.
637
MEDO DE FANTASMAS
Era uma vez um menino que morava sozinho com sua mãe.
Nessa casa havia um quarto que vivia trancado e ninguém
jamais entrara ali.
638
observou o quarto vazio, procurou tudo e não encontrou ne -
nhum sinal do fantasma que há tanto tempo o assus tava.
639
O QUE É A VIDA?
Olhei para a estrada e não via seu fim. Parecia ser um cami-
nho quase infinito. Observei que existiam outras pessoas ao
meu lado e todas elas começavam a cruzar um grande portal.
No topo do portal havia uma inscrição que fazia uma simples
indagação: “O que é a vida?”
640
desaparecer, ficando invisível. Segundos depois, ele sumiu, e
sobrou apenas a estrada e a paisagem.
641
PASSADO, PRESENTE E FUTURO
642
não a eternidade.
Eternidade não é bilhões ou trilhões de anos.
Eternidade é viver no aqui e agora, num momento que sem-
pre flui, num estado de consciência atemporal.
Na atemporalidade da vida, estamos vivendo sem qualquer
apego ao que se foi, ou ao que será.
Sem a ansiedade pelo futuro, e sem o apego ao pas sado,
vivemos no único momento possível.
O momento presente é onde encontramos o real, onde en -
contramos a nós mesmos,
É onde vivemos sem sermos influenciados pelas correntezas
do tempo…
Tudo aquilo que é existe no presente, no eterno agora, na
vida eterna que é neste instante:
O presente.
643
INDIVIDUALISMO E COLETIVISMO
644
do tempo, os engarrafamentos viraram rotina e ninguém mais
passou a conseguir se locomover na cidade. Quanto mais as
pessoas pensavam em usar o transporte individual, mais as
ruas ficavam engarrafadas e cada vez mais ninguém conse-
guia se deslocar pela cidade.
645
AS APARÊNCIAS DO MUNDO
646
é o que é, torna-se livre de tudo.
Quem não vive de mentiras é muito mais feliz, é mais espon-
tâneo, mais livre, mais tranquilo.
Uma mentira pode custar sua paz interior por toda a vida,
Mas a verdade pode te dar a paz que você sempre buscou.
Um dia as ilusões serão todas destruídas, por que então não
desfazer-se delas agora?
Toda ilusão tem um prazo de validade, que mais cedo ou
mais tarde revelará seu intento.
Ninguém precisa defender a verdade, ela se impõe por si
mesma.
Seria como defender o sol das nuvens de chuva. Por mais
densa que seja a nuvem, o sol sempre volta a brilhar.
Há uma essência por detrás de todas as aparências, assim
como há um autor por detrás de toda a obra.
A essência é sempre una e indivisível, embora infin dáveis
sejam suas formas de se manifestar.
É como um conjunto de lâmpadas de diferentes cores, for-
mas, tamanhos e intensidades.
Todas são diferentes e expressam a luz de maneiras diver-
sas,
Mas cada um delas está ligada a uma corrente elétrica que
vem de uma mesma fonte.
Da mesma forma, tudo no cosmos se expressa em diferentes
formas, mas há apenas uma essência divina.
Na verdade a essência da vida nunca esteve oculta, ela está
aberta para qualquer um que deseje aprecia-la.
Mas é preciso ter “olhos para ver e ouvidos para ouvir”.
Não se deixe enganar pelas ilusões do momento, pelas som-
bras que encobrem a essência.
Viva com a verdade, com a essência da vida, e tua liberdade
durará para sempre.
647
UM DIA VOCÊ VAI MORRER
648
Para que tudo isso? Vale a pena o desespero de querer tudo
para si?
Quem vive apenas por si mesmo, sofre muito na hora da
morte e depois dela.
O sofrimento se instala quando conferimos um valor de per-
manência a algo que nunca foi real.
Mas lembre-se: quanto menos buscamos o ilusório e mais
bem fizemos no mundo,
Mais paz teremos no plano espiritual.
Por outro lado, quanto mais você busca tudo somente para si
mesmo, mais você morre a cada dia.
Quem vive pelo bem, pelo amor, pela paz, por Deus, esse
morre bem para o humano,
E renasce no eterno que foi, é e sempre será…
649
NOSSOS APEGOS
650
objetos de apegos, vícios ou dependências emocionais para
que possamos, finalmente, nos tornar livres, desim pedidos,
desprendidos de tudo, sem depositar nossa carga afetiva em
apenas uma pessoa ou em uma coisa.
Quando Deus nos tira dos nossos apegos, nos torna mos mais
livres para pensar, viver, amar e despertar para o infinito que
somos em essência.
651
O VALOR DO VAZIO
652
VERDADES ETERNAS
653
tinguir a autoimagem falsa que criei em minha mente.
Lutei muito contra a corrente visando parecer capaz e pode -
roso.
Hoje amadureci… E procuro apenas aceitar e me harmonizar
com a corrente para chegar ao outro lado da margem e assim
viver em paz.
Quanto mais próximo uma pessoa estiver destas verdade s
Tanto menos vazia ela estará e maior será sua tranquilidade e
sua plenitude.
654
LEI DA ATRAÇÃO
655
Se uma pessoa quer uma casa, ela deve trabalhar para con -
seguir a sua casa. Não adianta acreditar que sem nenhum
dinheiro no bolso a casa dos nossos sonhos vai aparecer
milagrosamente. Sim, é verdade que para se receber al go é
importante se criar mentalmente e vibrar naquela mesma
frequência, pois assim atraímos aquilo que guarde correspon -
dência com nossa vibração. Mas o trabalho, o esforço, o suor,
a superação de limites, também fazem parte dessa criação.
Não basta apenas criar no nível mental. É preciso também
criar no nível emocional e material. Dessa forma, uma boa
dose de prática é essencial para a concretização de algo.
656
O ser humano deseja sempre aquilo que lhe gera prazer,
conforto e estabilidade. Ele confunde o bom com o bem. Nem
sempre o que ele julga bom, é o que lhe faz bem verdadeira -
mente. Já dissemos isso em outras oportunidades, mas
nunca é demais repetir. Perder pode ser mais proveitoso para
o seu crescimento pessoal do que ganhar. Sentir dor pode
ensina-o muito mais do que ter prazer. A derrota pode muitas
vezes nos ensinar virtudes de extremo valor, como a humil -
dade, que em ocasiões futuras salvam nossas vidas. Por isso,
o que queremos, o que o ser humano deseja não é necessa-
riamente aquilo que ele precisa. Quando oramos a Deus é
preciso pedir o que precisamos e não o que desejamos. Da
mesma forma que os pais prejudicam uma criança quando a
mimam e fazem todas as suas vontades, transformando -a
num adulto imaturo e dependente, Deus estaria nos prejudi -
cando caso sempre nos concedesse aquilo que desejamos.
Isso é muito simples de se verificar. Muitos dos melhores
seres humanos foram aqueles que enfrentaram grandes
provações na vida e as venceram. É preciso questionar: é
melhor viver uma vida de luxo exterior ou uma vida de dificul -
dades com o consequente despertar das virtudes interiores?
Para o nosso espírito, as provas difíceis trazem muito mais
frutos para nossa felicidade do que as facilidades e comodi-
dades desse mundo.
657
ciso caminhar passo a passo para chegar ao nosso objetivo.
Se a pessoa está andando devagar há 5 horas e percebe que
está atrasada, o fato de andar o dobro da velocidade só com -
pensará às 5 horas perdidas após 2 horas e m eia de cami-
nhada. Não adianta querer que tudo seja diferente de uma
hora para outra em nossa vida se estamos há anos, séculos
ou milênios pensando, sentindo e fazendo coisas iguais. A
semente não se torna árvore em 1 dia, assim como a criança
não se torna adulta em 1 ano. Da mesma forma, tudo precisa
de tempo, esforço e uma longa caminhada para frutificar. E
quando digo isso não estou me referindo apenas a ganhos no
mundo, mas sim ao nosso crescimento interior.
658
sob o impulso dos seus conteúdos inconscientes. O inconsci -
ente, seus desejos reprimidos, suas culpas, suas mágoas,
seus traumas, e todo o material inconsciente acumulado
define suas ações e reações muito m ais do que ele imagina.
Terá mesmo a personalidade todo esse protagonismo que lhe
é atribuído pelos defensores da lei da atração? Há profundi -
dades em nosso ser que nossa mente desconhece e que
sequer pode ter o mínimo fragmento de consciência. É essa
instância mais profunda do ser que cria o cenário de nossa
existência, muito mais do que nossa personalidade fútil e
superficial. A personalidade morre ao final de cada existência,
mas o espírito sobrevive. Quem cria então, a personalidade
ou o espírito? Todos devem compreender que quem cria é o
espírito… e se alguém conseguiu criar e realizar algo, isso
não tem como objetivo satisfazer nossos vãos desejos, mas
realização tem como finalidade ajudar de alguma forma em
nosso adiantamento espiritual. Por isso que se diz que quem
cria de verdade é nosso ser mais profundo, e não nossa per-
sonalidade passageira, pois a persona nada mais é do que
uma máscara, um reflexo, uma imagem, que nada mais é do
que uma criação desse ser essencial chamado de espírito.
659
muitas terras? Não… ele nada possuía. Muitos não sab e m,
mas Buda era um príncipe que ab andonou todas as riquezas
de seu palácio para viver uma vida de renúncia, e assim pôde
atingir a iluminação espiritual. Krishna tamb ém ensinou em
vários momentos a sab edoria do desapego e da renúncia. O
que ocorre hoje em muitos movimentos religiosos, esotéricos
e espiritualistas é uma inversão desses princípios ensinados
pelos mestres. Isso se torna mais claro e patente ainda na lei
da atração, na teologia da prosperidade das igrejas evangéli -
cas, na riqueza e opulência que vive o Vaticano, e em outras
manifestações religiosas e espirituais que pregam o valor das
posses para se atingir a felicidade. Jesus não disse “Vamos
acumular b ens terrenos”. Ele disse: “Não acumuleis b ens
terrenos”. Para mais informações sob re esse ponto, todos
podem b uscar o texto “Mestres espirituais e b ens materiais”
no b log de Hugo Lapa.
660
POR QUE OS MAUS SE DÃO BEM NA VIDA?
661
tanto, é preciso tomar cuidado com rótulos de bondade. Da
mesma forma que não devemos fazer um julgamento de uma
pessoa como sendo alguém mau e perverso, não devemos
também julgar uma pessoa como sendo boa antes de co-
nhece-la mais a fundo.
662
testes mais rigorosos, caso contrário, ficarão revoltados, per-
didos e podem desistir. É preciso que as almas primitivas vão
recebendo as lições espirituais mais lentamente, aos poucos,
dentro do nível que eles são capazes de assimilar. Assim,
eles vão sendo preparados de forma branda para depois
serem introduzidos nas provações de nível mais alto. Por
outro lado, aqueles que sofrem provações mais severas de -
vem agradecer essa oportunidade, pois Deus já sabe que
essas almas são mais adiantadas e estão preparadas para
desafios maiores.
663
A VIDA SEMPITERNA
O homem disse:
664
que eu e todas as pessoas, você não pode estar esgotado. O
espírito é a fonte infinita de tudo. Ele tudo contem e dele tudo
provém. Nada falta em nosso espírito. Ele é uma energia
primordial que nunca se esgota. O espírito não possui ne -
nhuma carência, nenhuma falta, e por isso, jamais pode se
sentir esgotado, carente ou exaurido. Ele é a fonte de tudo o
que existe. O espírito também não pode ficar mal. Ele é pura
claridade, puro amor, pura sabedoria, pura plenitude, pura
perfeição. Sua natureza é a harmonia e a paz. Jamais o espí-
rito pode ficar mal. Quem fica mal é a sua mente limitada e
suas emoções. O espírito jamais pode ser infimamente tocado
por isso. Assim que você se libertar do seu lado humano e
mundano, do seu ego e suas emoções, nunca mais poderá
ficar mal. O espírito está além da dualidade do que chama -
mos de bem e mal. Para o espírito, não há bem e não há mal,
tudo é perfeição.
665
– Está certo mestre. Vejo então quanto tempo perdi em minha
vida sem entender que sou espírito.
666
NOSSO RITMO DE EVOLUÇÃO
Vamos dar outro exemplo para que esse ponto fique mais
claro a todos. Vamos imaginar que um assassino mate uma
667
pessoa e logo depois do crime ele inevitavelmente já fosse
morto por alguém. A lei de causa e efeito nesse caso agiria de
forma rápida e certeira. Mais uma vez isso não permitiria que
existissem assassinos no mundo e tampouco permitiria que
um assassino experimentass e como é ser um assassino.
Mais uma vez sua livre escolha de exercer aquilo que ele
sente ser correto, dentro do seu nível de evolução, seria ve-
dada por Deus. Nesse caso, constatamos que o livre arbítrio
simplesmente não poderia existir. A cada tentativa de uma
alma expressar aquilo que ela é, a lei de causa e efeito pron -
tamente interromperia sua liberdade de ação, a liberdade dela
manifestar o próprio nível de evolução em que se encontra.
668
Dessa forma, a velocidade na aplicação da lei de causa e
efeito não daria a oportunidade das pessoas serem o que
querem ser, dentro do nível espiritual em que estão nos de -
graus espirituais da eternidade. Por isso, Deus sempre nos
permite ser aquilo que desejamos ser, com base na lei do
livre arbítrio. E para ser o que desejamos ser se faz necessá-
rio um tempo certo para se viver aquelas experiências, e esse
tempo varia de pessoa para pessoa, de alma para alma. Por
esse motivo, é necessário que o mal possa ser mal e aos
poucos, dentro do seu próprio ritmo, ele pode ir aprendendo
que esse caminho não é o melhor, e assim, pelo seu próprio
aprimoramento interior, ele vá abandonando a maldade por si
mesmo, dentro do seu ritmo, e não por uma opressão cós -
mica de causas e efeitos imediatos.
669
670