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Eight miles deep the well forgotten by mortals. Oh, I drank it empty in one single sip. Eight miles wide the valley beyond all
hope. Oh, I filled the whole with one single fist. Five million christians on a ride towards us. Oh, I slaughtered the bunch with
one single hit (with my spear). Five million women so alone in the night. Oh, I had them all satisfied profusely (every night by
myself). Ten thousand trolls hard as rock cold as ice. Oh, they ran when I rose to face them. Ten hungry waves they swallowed
my ship. Oh, I steadily walked home (and I only got wet on my feet). No single book were beholden by me. Oh, no question I
cannot do answer. Only one single lamp do show me this way. And that is the eye of satan.
Ator americano que morreu em 16/01/18. Esteve em "A Fuga do Planeta dos Macacos" (1971), "Balada Para Satã" (1971),
"Praga Infernal" (1975), "Piranha" (1978).
1º semestre
* Dominação (Incarnate, EUA, 2016) – estreou em 05/01/17 (horror)
* Passageiros (Passengers, EUA, 2016) – estreou em 05/01/17 (ficção científica)
* Assassin´s Creed (EUA / Inglaterra / França / Hong Kong, 2016) – estreou em 12/01/17 (ação com elementos de horror e
fantasia)
* Resident Evil 6: O Capítulo Final (Resident Evil: The Final Chapter, Alemanha / Austrália / Canadá / França, 2016) – estreou
em 26/01/17 (horror)
* O Chamado 3 (Rings, EUA, 2017) – estreou em 02/02/17 (horror)
* A Cura (The Cure for Wellness, EUA / Alemanha, 2016) – estreou em 16/02/17 (horror)
* A Grande Muralha (The Great Wall, EUA / China, 2016) – estreou em 23/02/17 (ação com elementos de horror)
* BugiGangue no Espaço (Gadgetgang in Outerspace, Brasil, 2016) – estreou em 23/02/17 (animação com elementos de FC)
* Monster Trucks (EUA / Canadá, 2016) – estreou em 23/02/17 (aventura com elementos de fantasia)
* Logan (EUA, 2017) – estreou em 02/03/17 (ação com elementos de horror e ficção científica)
* Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, EUA / Vietnã, 2017) – estreou em 09/03/17 (aventura com elementos de horror
e fantasia)
* A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, EUA, 2017) – estreou em 16/03/17 (fantasia)
* Fragmentado (Split, EUA, 2016) – estreou em 23/03/17 (horror)
* Power Rangers (EUA / Canadá, 2017) – estreou em 23/03/17 (ação com elementos de ficção científica)
* A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (Ghost in the Shell, EUA, 2017) – estreou em 30/03/17 (ação com elementos de
ficção científica)
* A Cabana (The Shack, EUA, 2017) – estreou em 06/04/17 (drama com elementos de fantasia)
* Vida (Life, EUA, 2017) – estreou em 20/04/17 (ficção científica com elementos de horror)
* Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2, EUA, 2017) – estreou em 27/04/17 (aventura com elementos
de ficção científica)
* A Autópsia (The Autopsy of Jane Doe, EUA, 2016) – estreou em 04/05/17 (horror)
* Alien: Covenant (EUA / Inglaterra / Nova Zelândia / Austrália, 2017) – estreou em 11/05/17 (ficção científica com elementos
de horror)
* Corra! (Get Out, EUA, 2017) – estreou em 18/05/17 (horror)
* O Rastro (Brasil, 2017) – estreou em 18/05/17 (horror)
* Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales / Salazar´s Revenge, EUA,
2017) – estreou em 25/05/17 (aventura com elementos de fantasia e horror)
* Mulher-Maravilha (Wonder Woman, EUA / China / Hong Kong, 2017) – estreou em 01/06/17 (ação com elementos de
fantasia)
* A Múmia (The Mummy, EUA, 2017) – estreou em 08/06/17 (horror)
* Colossal (EUA / Canadá / Espanha / Coreia do Sul, 2016) – estreou em 15/06/17 (ficção científica)
* O Círculo (The Circle, EUA / Emirados Árabes, 2017) – estreou em 22/06/17 (thriller com elementos de ficção científica)
* Ao Cair da Noite (I t Comes at Night, EUA, 2017) – estreou em 22/06/17 (horror)
2º semestre
* Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-Man: Homecoming, EUA, 2017) – estreou em 06/07/17 (aventura com elementos
de fantasia e ficção científica)
* Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, EUA, 2017) – estreou em 20/07/17 (ação com elementos
de ficção científica)
* 7 Desejos (Wish Upon, EUA, 2017) – estreou em 27/07/17 (horror)
* Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, EUA, 2017) – estreou em 03/08/17 (ficção científica)
* Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of a Thousand Planets, França, 2017) – estreou em 10/08/17
(aventura com elementos de ficção científica e fantasia)
* Malasartes e o Duelo Com a Morte (Brasil, 2017) – estreou em 10/08/17 (comédia com elementos de fantasia)
* Annabelle 2: A Criação do Mal (Annabelle: Creation, EUA, 2017) – estreou em 17/08/17 (horror)
* A Torre Negra (The Dark Tower, EUA, 2017) – estreou em 24/08/17 (ação com elementos de horror e fantasia)
* Atômica (Atomic Blonde, Alemnaha / Suécia / EUA, 2017) – estreou em 31/08/17 (thriller)
* Os Guardiões (The Guardians, Rússia, 2017) – estreou em 31/08/17 (ação com elementos de ficção científica e fantasia)
* It: A Coisa (It, EUA, 2017) – estreou em 07/09/17 (horror)
* 2:22 – Encontro Marcado (2:22, EUA / Austrália, 2017) – estreou em 07/09/17 (thriller)
* Amityville: O Despertar (Amityville: The Awakening, EUA, 2017) – estreou em 14/09/17 (horror)
* Mãe! (Mother!, EUA, 2017) – estreou em 21/09/17 (drama com elementos de horror e mistério)
* Sono Mortal (Dead Awake, EUA, 2016) – estreou em 28/09/17 (horror)
* Blade Runner 2049 (EUA / Canadá / Inglaterra, 2017) – estreou em 05/10/17 (ficção científica)
* A Morte Te Dá Parabéns! (Happy Death Day, EUA, 2017) – estreou em 12/10/17 (horror)
* Além da Morte (Flatliners, EUA, 2017) – estreou em 19/10/17 (horror)
* Tempestade: Planeta em Fúria (Geostorm, EUA, 2017) – estreou em 19/10/17 (ação com elementos de ficção científica)
* Thor: Ragnarok (EUA, 2017) – estreou em 26/10/17 (ação com elementos de ficção científica)
* A Noiva (The Bride / Nevesta, Rússia, 2017) – estreou em 02/11/17 (horror)
* Big Pai, Big Filho (The Sono f Bigfoot, França / Bélgica, 2017) – estreou em 18/11/17 (animação de aventura com elementos
de fantasia)
* Liga da Justiça (Justice League, EUA, 2017) – estreou em 16/11/17 (ação com elementos de fantasia)
* Boneco de Neve (The Snowman, EUA / Inglaterra / Suécia, 2017) – estreou em 23/11/17 (horror)
* Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express, EUA / Malta, 2017) – estreou em 30/11/17 (thriller)
* Jogos Mortais: Jigsaw (Jigsaw, EUA / Canadá, 2017) – estreou em 30/11/17 (horror)
* Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: The Last Jedi, EUA, 2017) – estreou em 14/12/17 (aventura com elementos de
fantasia)
“Comics Dreans”: nova editora de quadrinhos está buscando autores para publicação
CONTOS
“O Altar do Diabo”, dirigido por Daniel Haller, é baseado na história “The Dunwich Horror”, de H. P. Lovecraft,
produzido pela nostálgica “American International”, de James H. Nicholson e Samuel Z. Arkoff, com produção executiva do
“Rei dos Filmes B” Roger Corman, e elenco liderado por Dean Stockwell e Sandra Dee, além dos veteranos Ed Begley e Sam
Jaffe.
Um jovem estudioso de ocultismo, Wilbur Whateley (Dean Stockwell), vive na pequena cidade de Dunwich em sua
casa imensa e sinistra. Ele é temido pelos supersticiosos e assustados moradores locais, depois que sua mãe Lavinia (Joanna
Moore Jordan) enlouquece após o parto e é internada num hospício. Ele tenta através dos ensinamentos do raro, poderoso e
proibido livro “Necronomicon”, e com um ritual de sacrifício humano no “altar do diabo”, da bela e jovem Nancy Wagner
(Sandra Dee), abrir um portal que permitiria a entrada dos “Antigos”, uma raça ancestral de outra dimensão, que habitava nosso
planeta em tempos imemoriais, reassumindo o controle da Terra e destruindo a raça humana.
Para tentar combatê-lo e impedir o retorno dos “Antigos” ao nosso mundo, o Dr. Henry Armitage (Ed Begley),
professor de filosofia da Universidade de Arkham, une forças com o médico Dr. Cory (Lloyde Bochner), de Dunwich, e juntos
seguem de perto os passos do jovem ocultista, principalmente depois que o livro “Necronomicon” é roubado.
Filme de horror com uma atmosfera sinistra constante, explorando vários elementos presentes na mitologia dos “Mitos
de Cthulhu”, criada por Lovecraft, com citações ao livro “Necronomicon” e à entidade cósmica maléfica “Yog-Sothoth”. A
diversão é garantida, graças à presença de Roger Corman nos bastidores e pelo elenco interessante, formado por jovens em
ascensão na época como Dean Stockwell e Sandra Dee, ou pelos veteranos Ed Begley e Sam Jaffe, rostos conhecidos por
longas carreiras em séries diversas de TV. Mas, o resultado final certamente poderia ser ainda mais interessante com uma
exploração maior das criaturas indizíveis de Lovecraft, algo que ficou mais restrito pelas questões de orçamento reduzido.
Entre as curiosidades, o filme foi exibido dublado na televisão brasileira na extinta TV Manchete, na Sessão “Terça
Especial”, de onde gravei em VHS entre os anos 80 e 90 do século passado, e passei depois para a mídia DVD. Em 2009
tivemos outra versão, produzida pela “Nu Image”, conhecida pelas bagaceiras de seu catálogo. O elenco tem o cultuado ator
Jeffrey Combs (de “Re-Animator”) como Wilbur e novamente Dean Stockwell, só que em outro papel, interpretando o Dr.
Henry Armitage. O filme foi lançado em DVD por aqui pela “Focus Filmes” com o nome “Bruxas”.
“... e com o portão aberto, os Antigos vão passar. O Homem governa agora o que eles governavam antes. Eles
aguardam pacientes e potentes. E por aqui eles reinarão de novo. E governarão por onde antes caminhavam...”
(RR – 07/01/18)
Primeira série de TV de Ficção Científica dos longínquos anos 1950: indispensável para os
apreciadores do cinema fantástico bagaceiro
“Contos da Escuridão” (Tales of Tomorrow, EUA, 1951/53) foi uma série de televisão com fotografia em preto e
branco, produção de baixo orçamento, apresentando antologias de episódios independentes com aproximadamente trinta
minutos de duração. Eram histórias básicas de ficção científica, encenadas pelos atores, sem gravações e transmitidas ao vivo
pela televisão. Os elencos contavam com muitos atores que já eram conhecidos na época ou que se tornaram bem sucedidos nas
carreiras que se seguiram. É considerada a primeira série de TV americana a tratar especificamente o tema da ficção científica,
sendo seguida por outras similares extremamente cultuadas pelos fãs, como “Além da Imaginação” (The Twilight Zone) e
“Quinta Dimensão” (The Outer Limits).
A série teve duas temporadas, sendo que a primeira entre 1951 e 1952 teve 42 episódios, e a segunda, entre 1952 e
1953, teve 43 episódios. No Brasil, foram lançados apenas três episódios num único DVD, através da antiga “Works” (também
conhecida por “Dark Side”), que está fora de catálogo há muito tempo. Os episódios são “Frankenstein”, “O Ovo de Cristal” e
“Encontro em Marte”. Também tive acesso ao episódio “The Evil Within”, baixado do blog “Cine Space Monster” e legendado
em português.
Pelo título escolhido no Brasil, vale ficar atento para não confundir com outra série de mesmo nome, “Tales From the
Darkside” (1983 / 1988), e que também teve um filme em 1990, no formato de antologia com três histórias.
Seguem comentários e curiosidades sobre esses quatro episódios citados, de uma série rara, divertida e altamente
recomendada para os apreciadores e colecionadores das nostálgicas bagaceiras do cinema fantástico de meados do século
passado.
“Frankenstein”
A famosa obra literária de Mary Shelley, adaptada à exaustão pelo cinema, também foi utilizada para a produção do
episódio homônimo “Frankenstein”, que traz Lon Chaney Jr. no papel do monstro criado artificialmente a partir de restos de
cadáveres, pelas mãos e mente brilhante do cientista Victor Frankenstein (John Newland). Porém, ao despertar para a vida pela
ação de eletricidade e aparelhos científicos complexos e bizarros, a enorme criatura deformada fica confusa e não entende sua
condição de monstro feito de partes de corpos humanos mortos e age com violência e irracionalidade, colocando em risco a
vida da noiva do cientista, Elizabeth (Mary Alice Moore) e de seu pai (Raymond Bramley), além dos empregados, Matthew
(Farrell Pelly) e Elise (Peggy Allenby), que trabalham no imenso castelo do século XVI isolado no meio de um lago, onde o
cientista montou seu laboratório.
Como o episódio foi apresentado ao vivo pela televisão, existe uma curiosidade sobre a participação de Lon Chaney
Jr., ator mais conhecido como o lobisomem no clássico da “Universal” de 1941, e por diversas outras bagaceiras do cinema
fantástico. Ele estaria bêbado em cena, não percebendo que estava ao vivo no cenário, e uma vez pensando se tratar de apenas
um ensaio, teve o cuidado de não quebrar uma cadeira que deveria ser arremessada no chão, levantando-a para o alto com força
excessiva e depois colocando em seu lugar novamente com cuidado, mantendo-a intacta. Essa cena é claramente perceptível.
“O Ovo de Cristal”
O escritor inglês H. G. Wells é um dos grandes nomes da literatura de ficção científica, com vários de seus livros e
contos transformados em filmes cultuados como “A Guerra dos Mundos”, “A Máquina do Tempo”, “A Ilha do Dr. Moreau”,
“Os Primeiros Homens na Lua”, “O Homem Invisível”, “Daqui a Cem Anos”, “Viagem à Lua”, etc.
Sua obra também inspirou a produção do episódio “O Ovo de Cristal”, onde um cientista renomado, Prof. Frederick
Vaneck (Thomas Mitchell) recebe a visita do dono de um antiquário, Sr. Cave (Edgar Stehli), que lhe traz um misterioso
artefato, um “ovo de cristal”, para ser analisado e avaliado, depois que um homem estranho, Walker (Gage Clark), demonstrou
um interesse incomum em comprá-lo a todo custo. Após trabalhar por incontáveis horas estudando o objeto, o cientista acaba
ficando obcecado por seus mistérios depois que consegue visualizar através dele a superfície de outro planeta, e de descobrir
que estamos sendo observados por marcianos.
O ator Thomas Mitchell já era muito experiente e conhecido na época, tendo participado de clássicos como o western
“No Tempo das Diligências”, o drama “... E o Vento Levou” e o horror “O Corcunda de Notre Dame”, todos de 1939. Esse
episódio tem uma história muito interessante ao abordar o mistério por trás do ovo de cristal e sua relação com uma
conspiração alienígena, destacando a cena onde um marciano tosco típico do cinema bagaceiro do período está espionando a
Terra.
“Encontro em Marte”
Um grupo de três astronautas viaja pelo espaço sideral até Marte numa missão de exploração de minérios, descobrindo
grande quantidade de urânio, extremamente valioso e que os deixaria ricos na Terra. O grupo é formado pelo piloto da nave
Capitão Robert (Leslie Nielsen), Bart (William Redfield) e Jack (Brian Keith). Eles encontram um planeta árido coberto por
arbustos estranhos e pedras para todos os lados, e aparentemente sem pessoas ou vida inteligente, com um incômodo e
constante uivo de fortes ventos. Sem os monstros verdes de olhos esbugalhados e fogo saindo da boca, idealizados pela cultura
popular. Porém, começam a ocorrer graves crises de relacionamento entre eles, com brigas, discussões e acessos de loucura e
violência, evidenciando características típicas da raça humana como ganância e desconfiança, levando o grupo para um fim
trágico.
O ator canadense Leslie Nielsen estaria depois no clássico “Planeta Proibido” (1956), um dos mais importantes filmes
da história do cinema de FC, e curiosamente muitos anos mais tarde seu nome seria eternamente relacionado ao gênero
comédia, com uma infinidade de títulos na carreira como “Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu”, “Corra Que a Polícia Vem
Aí”, “Drácula – Morto, Mas Feliz”, “Mr. Magoo”, “2000.1 – Um Maluco Perdido no Espaço”, etc.
“A Terra Morre Gritando” numa divertida produção bagaceira inglesa de invasão alienígena
Um dos sub-gêneros mais divertidos do cinema bagaceiro de ficção científica dos anos 50 e 60 do século passado
certamente foi aquele que abordava o tema de invasão alienígena. Existe uma quantidade imensa de filmes desse período com
roteiros explorando o drama da humanidade tentando sobreviver ao enfrentar uma invasão de criaturas hostis vindas do espaço
sideral com propósitos de conquista. Seja por causa dos valiosos recursos naturais ou simplesmente pelo domínio de uma raça
inferior em tecnologia e força militar.
“The Earth Dies Screaming” é uma produção inglesa com fotografia em preto e branco que tem um título original
sonoro e sensacionalista, típico dos filmes bagaceiros do gênero fantástico daquele período, e que foi dirigida por um
especialista na área. Terence Fisher foi o principal cineasta da lendária e cultuada produtora inglesa “Hammer”, sendo o
responsável por diversos filmes clássicos que ficaram eternizados na história do gênero como “A Maldição de Frankenstein”
(The Curse of Frankenstein, 1957) e “O Vampiro da Noite” (Horror of Dracula, 1958), ambos com os ícones Christopher Lee e
Peter Cushing.
Escrito por Harry Spalding (creditado como Henry Cross), o filme é curto com apenas 62 minutos de duração, e
mostra um vilarejo no interior da Inglaterra onde os moradores são mortos misteriosamente. Jeff Nolan (Willard Parker) é um
piloto de testes americano em exercícios militares na Inglaterra e que ao aterrissar seu avião encontra uma cidade em silêncio e
com várias pessoas mortas espalhadas pelo chão. Ao investigar o mistério, ele encontra num hotel outros sobreviventes, Quinn
Taggart (Dennis Price) e Peggy Hatton (Virginia Field), além do casal formado por Edgar Otis (Thorley Walters) e a esposa
Violet Courtland (Vanda Godsell), que se recuperavam de um acidente com seu carro.
O pequeno grupo de sobreviventes especula sobre o mistério ao redor e acham que a cidade sofreu um ataque de gás
venenoso, fato que poderia explicar as mortes repentinas dos habitantes e sem traços aparentes de violência física. E então
surge outro casal, dessa mais bem mais jovem, formado por Mel Brenard (David Spenser) e a mulher grávida Lorna (Anna
Palk). Enquanto tentam entender a origem do caos, encontram robôs humanoides assustadores caminhando pelas ruas
silenciosas com cadáveres espalhados, e são atacados pelos mortos que voltam a andar como zumbis escravos controlados
pelos robôs, com seus olhos esbugalhados como bolas cinzas. Restando apenas lutar pela sobrevivência enquanto “A Terra
Morre Gritando”...
O filme é uma produção tranqueira de baixíssimo orçamento abordando o tema da invasão alienígena, com uma
atmosfera sinistra de mistério e a presença de robôs alienígenas toscos ao extremo, além de mortos caminhando novamente
sobre a Terra. A especulação sobre uma guerra com gases venenosos nos remete à paranóia da guerra fria daquele conturbado
período tenso que a humanidade vivia após a Segunda Guerra Mundial, com a ameaça de um holocausto nuclear causado pelas
potências opostas da época, Estados Unidos e a antiga União Soviética.
O ritmo é arrastado em alguns momentos, mas isso não chega a prejudicar o entretenimento por causa da curta duração
com pouco mais de uma hora de filme. Os robôs são bizarros e lentos, criação de uma tecnologia superior de alguma raça de
outro planeta, e possuem poderes para matar facilmente os humanos apenas com um toque. Os zumbis são toscos, com seus
olhos inertes, seguindo obedientes os comandos das máquinas. “The Earth Dies Screaming” é o cinema fantástico bagaceiro
dos anos 60, divertido e indispensável para os apreciadores do gênero.
Curiosamente, algumas cenas do clássico “Aldeia dos Amaldiçoados” (1960) foram inseridas no início do filme antes
dos créditos de abertura, a queda de um avião explodindo com o impacto e um carro se chocando contra um muro.
(RR – 06/12/17)
“Nós garantimos enterrá-lo sem custos se você morrer de susto durante O Grito da Caveira” –
jogada de marketing dos produtores
“O Grito da Caveira é um filme que atinge seu clímax num horror chocante. Seu impacto é tão terrível que pode causar
um efeito imprevisto. Pode até matá-lo. Portanto, seus produtores garantem serviços funerários gratuitos para quem morrer de
susto enquanto assistir O Grito da Caveira”.
No final dos anos 1950, uma época de ouro do cinema fantástico bagaceiro, vários filmes de baixo orçamento do
produtor e cineasta William Castle receberam um tratamento diferenciado e criativo na área de marketing e divulgação,
despertando a atenção e curiosidade do público para ir aos cinemas. Utilizando técnicas interativas para assustar os
espectadores como poltronas que tremem e dão pequenos choques elétricos, fornecimento de apólices de seguro de vida para
quem morresse durante a exibição do filme, ou o uso de um esqueleto humano iluminado movimentado por um complexo
mecanismo de polias, cordas e correias, que era arremessado por cima das pessoas. Inspirado por esse marketing inusitado de
William Castle, os produtores de “O Grito da Caveira” (The Screaming Skull, 1958), Thomas F. Woods e John Kneubuhl
(também autor do roteiro), igualmente entraram na onda e prometeram pagar os serviços funerários de quem morresse de susto
durante a projeção do filme (conforme atestam a tagline e a narração de introdução reproduzidas acima).
No filme, dirigido por Alex Nicol (mais conhecido pela carreira de ator coadjuvante), Eric Whitlock (John Hudson) se
casa com Jenni (Peggy Webber) e juntos vão morar no casarão de Eric, que utilizava quando ainda era casado com Marianne,
morta num trágico acidente doméstico, ao se afogar num pequeno lago após escorregar num dia de forte chuva.
Jenni tenta ser feliz ao lado do marido, após enfrentar uma fase conturbada com problemas psicológicos num hospital
psiquiátrico por causa da morte dos pais afogados num acidente de barco. Na mansão ainda vive o suspeito jardineiro Mickey
(Alex Nicol), um homem com retardamento mental que cuida do imenso jardim que rodeia a casa, e continua sentindo uma
devoção exagerada à antiga patroa falecida. E entre os amigos do casal temos os vizinhos Reverendo Edward Snow (Russ
Conway) e sua esposa (Tony Johnson).
Os problemas se iniciam quando Jenni é atormentada por gritos na escuridão da noite e com a suposta presença
fantasmagórica da falecida primeira esposa de seu marido, além de uma misteriosa caveira que está constantemente
perseguindo-a para desestabilizar o seu já fragilizado estado psicológico. Apavorada, o estado mental dela vai
progressivamente piorando, confusa com os acontecimentos sinistros da casa e do passado trágico envolvendo a morte
perturbadora de Marianne.
“O Grito da Caveira” tem fotografia em preto e branco e uma duração curta, com apenas 68 minutos. É uma produção
de orçamento reduzido, poucos personagens (apenas 5), uma história clichê e ingênua com elementos de horror que talvez
pudessem assustar as platéias mais sensíveis de meados do século passado, mas que atualmente dificilmente causaria algum
desconforto. Os efeitos especiais da “caveira que grita” são patéticos de tão hilários. Porém, são exatamente esses ingredientes
típicos do cinema fantástico bagaceiro daquele período que resultam na diversão dos apreciadores dessas tranqueiras. Temos
uma atmosfera sinistra de um casarão envolto em manifestações sobrenaturais, um fantasma atormentado em busca de vingança
e paz, uma mulher lutando para manter sua instável sanidade, e a jogada de marketing promocional com um caixão nos cinemas
reservado para quem morresse de susto durante a exibição do filme.
Curiosamente, “O Grito da Caveira” também recebeu outro nome alternativo nacional: “A Maldição na Noite de
Núpcias”.
(RR – 19/12/17)
Magia Negra, cabeça voadora assassina, efeitos toscos e atores péssimos: Mystics in Bali é um filme
de horror bagaceiro produzido na Indonésia
“Mystics in Bali” é uma tranqueira produzida na Indonésia em parceria com a Austrália, também conhecido pelo título
alternativo “Leák”. Com direção de H. Tjut Djalil, a história mistura elementos de magia negra, feitiçaria e vampirismo,
apresentando uma cabeça voadora com órgãos internos pendurados, em efeitos precários e com um elenco extremamente ruim.
Uma escritora americana, Catherine Kean (Ilona Agathe Bastian), está em Bali (uma ilha localizada na Indonésia) para
pesquisar informações sobre a antiga, estranha, misteriosa e poderosa magia negra “leák”, com o objetivo de escrever um livro
sobre o assunto. Ela é auxiliada pelo namorado Mahendra (Yos Santo), nativo da região, e consegue um contato noturno e
sinistro com uma feiticeira, uma rainha leák (interpretada por Sophia W. D. quando velha, e por Cinthya Dewi quando jovem).
A poderosa bruxa, com voz gutural, aceita passar os ensinamentos da magia para a ingênua Cathy, que se torna uma
discípula das trevas e se transforma eventualmente numa criatura assassina e vampira à procura de sangue e carne de suas
vítimas, sendo que sua cabeça, agarrada à espinha, pulmões e intestinos, se separa do corpo e voa em busca de alimento.
Mahendra tenta salvá-la da maldição e pede ajuda ao seu tio Machesse (W. D. Mochtar) e outros religiosos para combater a
rainha leák e libertar a namorada Cathy de seu domínio maléfico.
Com esse roteiro absurdo já dá para imaginar a imensa tranqueira que é “Mystics in Bali”, um filme tão ruim que o
espectador torce para que acabe logo, mas isso somente ocorre depois de seus longos 87 minutos. Os atores são muito
inexpressivos, artificiais e tão amadores que chegam a incomodar pela precariedade das atuações. A rainha leák dá tantas
gargalhadas histéricas irritantes que nos incentivam a avançar o filme minimizando o incômodo. Sem contar a dança ridícula do
ritual de magia negra.
Os efeitos são extremamente bagaceiros, principalmente a tal criatura demoníaca que é a cabeça voadora de Cathy
possuída, arrastando as tripas pelos ares. Tem também uma mão decepada que caminha sozinha, o tentáculo enorme em forma
de língua da bruxa leák, as cenas de transformação dela e da discípula Cathy em animais como porcos e outras criaturas
gosmentas, além dos vômitos verdes misturados com ratos vivos e o duelo de feiticeiros transformados em bolas de fogo numa
guerra patética de raios, entre outras bizarrices. Mas, onde normalmente isso seria um motivo para agregar valor como
entretenimento para os apreciadores de filmes toscos, acaba surtindo um efeito contrário por causa da ruindade extrema geral
do filme, desde a história sofrível até as atuações inacreditavelmente inexpressivas.
(RR – 22/12/17)