Você está na página 1de 15

Acidente de trabalho: realidade de

existência e responsabilização do
empregador no sistema jurídico
brasileiro
Gilberto de Miranda*

Resumo
Ao longo da história da humanidade, te um acidente de trabalho pode ser
o Estado, de forma intervencionista, dada pela teoria objetiva, com base no
fixou regras e limites na relação capi- par. único, do art. 927 do Código Civil,
tal versus trabalho, protegendo o em- ou pela via subjetiva, nos termos do
pregado. Essas normas se constituem art. 7º, inciso XXVIII, da Constituição
em direitos fundamentais de segun- Federal.
da geração, também denominados de
direitos sociais. No Brasil, a Consti- Palavras-chave: Acidente de trabalho.
tuição Cidadã de 1988 positivou tais Culpa. Relação de emprego. Respon-
direitos no art. 7º, dentre os quais se sabilidade. Risco.
destaca o inciso XXII, que estabelece
a proteção contra riscos inerentes ao
trabalho, com a respectiva obrigação
do empregador de fornecer um am-
biente saudável e seguro. Inobstante a
tutela legal, ainda acontecem aciden-
tes de trabalho, que se caracterizam
por causar lesão, morte ou doenças
ocupacionais ao empregado. Assim, a
responsabilização da empresa peran- *
Acadêmico do nível X do curso de Direito da
UPF, Campus Casca.

v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95 JUSTIÇA DO DIREITO

81
Introdução damental trazido pelo art. 1º,2 inciso
III, de nossa lei maior. Assim, “na sua
O presente trabalho analisa a qualidade de princípio fundamental, a
responsabilização da empresa peran- dignidade da pessoa humana consti-
te o acidente de trabalho quando essa tui valor-guia não apenas dos direitos
ultrapassa a indenização previdenci- fundamentais, mas de toda a ordem
ária e o lesado procura ser ressarcido jurídica”.3
na esfera civil pelos danos sofridos na Vislumbrando a evolução das
relação de emprego à luz do sistema normas trabalhistas, percebe-se que
jurídico brasileiro. deve ser esquecida a ideia de o traba-
O objetivo deste estudo é promo- lho ser castigo, considerando-o de fato
ver uma reflexão que auxilie na com- uma satisfação pessoal para a busca
preensão da responsabilização do em- de bem-estar e realização econômica
pregador no acidente de trabalho, pois da pessoa humana. Nesse sentido,
a partir do Código Civil de 2002 ocor- cabem o respeito e a valorização da
reram profundas alterações no que pessoa humana e a proteção de sua
tange à decisão jurisdicional em casos dignidade, visto que isso não pode ser
de infortúnio trabalhista. O parágrafo retirado de nenhum ser humano, mes-
único do art. 927 do referido ordena- mo que às vezes seja violada essa pro-
mento dispõe que a responsabilidade teção garantida a ele.
será sempre objetiva, em contraposi-
ção ao inciso XXVIII do art. 7º da car-
ta maior, que estabelece a obrigatorie-
Acidente de trabalho
dade da indenização se o empregador O acidente do trabalho revela-se
procedeu de forma dolosa ou culposa. um dos temas mais discutidos e com-
Nessa linha, é importante gizar plexos em razão das consequências
a evolução das conquistas sociais no que traz para a sociedade em geral. O
Estado democrático de direito, que se
Brasil e, principalmente, o direito do
fundamenta na democracia e na defe-
trabalho avançaram de forma compa-
sa dos direitos humanos e possui como
tível com a evolução industrial. Hoje,
valor maior a dignidade da pessoa hu-
o país vive um quadro diferente do da
mana. No Brasil, esse respeito à dig-
década de 1970 em que chegou a ser
nidade do trabalhador está positivado
considerado um dos campeões mun-
no art. 7º da lei maior.1
diais de acidentes do trabalho.
A dignidade da pessoa humana é
O homem, no desejo incontro-
uma qualidade intrínseca da pessoa,
lável de dominar o mundo, adapta o
sendo qualificada como princípio fun-

JUSTIÇA DO DIREITO v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95

82
ambiente onde vive e cria mecanis- privado, permitindo ao INPS concor-
mos para suprir suas limitações, au- rer com este setor. Com a promulga-
mentando a produção e substituindo ção da lei nº 5.346/67 foi transferido
a força humana por força mecânica. o “monopólio do seguro de trabalho”
A forma eficiente que o ser humano ao Instituto Nacional de Previdência
encontrou para fomentar a produção Social (INPS) e, na sequência, o decre-
e impulsionar o desenvolvimento eco- to nº 3.048/99 passou-o para Institu-
nômico foi por meio da invenção de to Nacional de Seguro Social (INSS),
máquinas. Essa atitude deu origem criando “plano específico de benefício
à Revolução Industrial, que, por sua previdenciário acidentários”.7
vez, trouxe a exposição dos trabalha- Com a promulgação da lei
dores a ruídos, calor, fadiga física, etc. nº 6.367/76, foi mantido o básico da an-
e, consequentemente, ao risco de aci- tiga lei, mas “como inovação, incluiu a
dente no trabalho.4 doença proveniente da contaminação
A evolução tecnológica tem dis- acidental do pessoal da área médica
tanciado cada vez mais o trabalhador como situação equiparada a aciden-
da função de “levantamento e trans- te do trabalho”. Também permitiu a
porte de pesadas cargas”, porém o equiparação de doenças que, mesmo
crescimento descontrolado da produ- não relacionadas pela Previdência So-
ção e a invasão tecnológica, pela au- cial, tenham as possíveis causas rela-
tomação de máquinas e equipamen- cionadas aos locais de trabalho.8
tos moderníssimos, têm causado um Desse modo, acidente de traba-
número alarmante e incontrolável de lho é todo ato capaz de interferir na
acidentes de trabalho.5 vida de uma pessoa, bem como na de
Em 1919 foi promulgada a pri- sua família e, mesmo, da comunida-
meira6 norma jurídica que regula- de. Verifica-se que o crescente núme-
mentou o acidente de trabalho, o ro encontra-se vinculado aos avanços
decreto-lei nº 3.724. Essa lei, apesar tecnológicos, os quais são tantos e
de estipular ao empregador a obriga- cada vez mais rápidos que às vezes le-
ção de indenizar, não obrigava que vam a que a segurança e a saúde de
ele contratasse seguro para garantir quem comanda as máquinas fiquem
o direito do empregado. Após, houve em segundo plano.9
a edição do decreto-lei nº 293, de 28 Para se caracterizar o acidente
de fevereiro de 1967, esta a quarta de trabalho, o dano deve ocorrer no
lei brasileira a tratar do acidente de exercício da atividade e determinar
trabalho, que passou o seguro ao setor a morte ou incapacidade para o tra-

v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95 JUSTIÇA DO DIREITO

83
balho. Nesse sentido, três são os ele- ocorre pelo exercício de determina-
mentos que caracterizam o acidente do trabalho a serviço de uma empre-
de trabalho: “O fato ocorrido na exe- sa, quando provoque “lesão corporal
cução do trabalho; dano na integrida- ou perturbação funcional que cause
de física ou na saúde do empregado; a morte, ou perda, ou redução, per-
incapacidade para o trabalho.”10 manente ou temporária, de capaci-
A definição do acidente de traba- dade para trabalho” ao empregado,
lho foi efetivada em outubro de 1976 ou seja, o denominado acidente-tipo.
pelo art. 2º11 da lei nº 6.367, ou seja, Porém, com a promulgação do decre-
configura-se o acidente de trabalho to nº 3.048/99, a noção de acidente
quando um trabalhador devidamente foi ampliada, sendo equiparadas ao
efetivado numa determinada empre- acidente-tipo a doença profissional e a
sa sofre uma lesão de cunho definitivo doença do trabalho, também conheci-
ou temporário, ou venha a falecer no da por doença atípica.17
exercício de sua função. “É um acon- Acidente-tipo é aquele que acar-
tecimento relacionado com o trabalho, reta um problema físico ou mental,
capaz de determinar a morte, perda ou lesão corporal, que pode levar ao
ou redução da capacidade laborati- óbito ou a incapacidade temporária
va.”12 ou permanente.18 O acidente-tipo en-
O conceito de acidente de tra- globa aquelas doenças cuja causa está
balho foi ratificado pelo art. 1913 da diretamente relacionada à atividade
lei nº 8.213/91 e mais pelo decreto nº que o empregado exerce, ou seja, é en-
357/91, em seu art. 139.14 Tal legisla- contrada no trabalho a única causa da
ção acrescenta uma classe especial de origem. Como exemplo, “o trabalha-
segurados até então não menciona- dor em contato direto com sílica inva-
dos, ou seja, “produtor, parceiro, me- riavelmente apresentará a silicose”.
eiro e arrendatário rural, garimpeiro, No acidente-tipo a causa é imediata.19
pescador artesanal”.15 Já a doença profissional está
Na mesma linha, o art. 7º, inciso conceituada como acidente de traba-
XXVIII, da Constituição Federal asse- lho, pois o trabalhador a contrai em
gura a todos os trabalhadores o direi- decorrência da atividade desempe-
to ao seguro contra acidente por conta nhada. Exemplo dessa moléstia pode
do empregador.16 ser visto nos trabalhadores que tra-
Com isso, inicialmente, a lei bra- balham com chumbo, que possuem
sileira adotou o critério de considerar grande risco de contrair saturnismo.
acidente de trabalho aquele fato que Esse tipo de acidente se distingue na

JUSTIÇA DO DIREITO v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95

84
“forma de produção, pois, enquanto o planejamento eficiente de combate
acidente propriamente dito produz-se às agressões à saúde do trabalhador.
súbita e imprevisivelmente, a molés- Dos órgãos de combate, citam-se o
tia profissional evolui lentamente”.20 serviço especializado em engenharia
A última espécie de acidente de de segurança e medicina do trabalho
trabalho são as doenças do trabalho (SESMT) e as comissões internas de
atípicas, ou seja, aquelas em que exis- prevenção de acidentes (Cipa); dos
te uma queda da resistência do orga- programas de prevenção de riscos
nismo do trabalhador e, consequen- ambientais (PPRA) e o programa de
temente, o aparecimento de doenças, controle médico de saúde ocupacional
tais como “tuberculoses, bronquites, (PCMSO).
sinusite, etc.”21 Embora lamentável, ocorre com
Somente aquelas doenças deter- muita frequência nas empresas que
minadas na lei são chamadas de “atí- os trabalhadores enfrentem condições
picas”, isto é, as “tecnopatias ou ergo- de risco, laborando em locais insalu-
patias”. Aquelas não mencionadas na bres, e não busquem meios para sanar
lei são conhecidas por “mesopatias”. o problema. Indaga-se: por quê? Tudo
Assim, mesmo as “doenças do traba- para receber uma pequena quantia a
lho não relacionadas pelo Ministério mais em seu salário. Isso prova que
da Previdência e Assistência Social” a falta de segurança dentro de mui-
podem ser consideradas como aciden- tas empresas não é culpa somente do
te de trabalho, conforme dispõe o par. empregador, mas também do traba-
2º do art. 20 da lei nº 8.213.22 Exempli- lhador, que prefere pôr em jogo o bem
fica-se essa situação com os casos dos mais precioso que existe, a vida, em
“agentes químicos, (arsênio, asbesto, troca de bens materiais.
benzeno, chumbo e cloro); físicos (ru-
ído, vibrações, ar comprimido e radia- Responsabilização pelo
ções); biológicos (micro-organismos e
parasitas infecciosos vivos) e poeiras
acidente de trabalho
orgânicas (algodão, linho)”, ressaltan- A responsabilização acidentária,
do que a longa exposição a esses agen- sem dúvida, é um assunto que divi-
tes acarretará malefícios irreversíveis de as opiniões. Alguns doutrinadores
à saúde do trabalhador.23 afirmam que o seguro junto ao Insti-
A construção de um ambien- tuto Nacional de Seguridade Social é
te de trabalho sem riscos de aciden- suficiente para eximir a responsabili-
tes passa, obrigatoriamente, por um dade do patrão. Da mesma forma, ou-

v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95 JUSTIÇA DO DIREITO

85
tros apoiam a ideia de que a indeni- reparação de danos movida pelo em-
zação deve ser cumulativa, ou seja, o pregado contra a empresa em face de
empregador deve ser responsabilizado um acidente de trabalho. Verifica-se
sempre, independentemente de dolo a presença de duas correntes: a pri-
ou culpa, pelo fato de toda a atividade meira fundamentada na Constituição
com fins econômicos representar risco Federal, demonstrando que essa res-
ao trabalhador. ponsabilidade é do tipo subjetiva, e a
O seguro acidentário é admi- segunda amparada no Código Civil,
nistrado pelo Instituto Nacional de revelando que a relação engloba a res-
Seguridade Social mediante recolhi- ponsabilidade objetiva.
mento mensal pelas empresas de um
percentual de acordo com a folha de Responsabilização perante
pagamento, nos termos do art. 22, a Constituição Federal
inciso II,24 da lei nº 8.212/91. Desse
modo, quando houver um acidente, o A Constituição Federal estabe-
trabalhador segurado deverá provar leceu em seu art. 7º, inciso XXVIII,
“o evento, o dano e o nexo causal”. que em caso de acidente do trabalho o
Verifica-se que o valor da indenização empregador será responsabilizado se
pago pelo INSS é tarifado e na maio- for provado seu dolo ou culpa, configu-
ria das vezes não cobre todo o prejuízo rando, dessa forma, a responsabilida-
causado pelo acidente.25 de subjetiva.
Destarte, o trabalhador tem di- Nesse sentido, alguns autores,
reito não somente à indenização paga ao tratar da responsabilidade subjeti-
pelo infortúnio no âmbito previden- va, mencionam apenas a culpa, quan-
ciário, mas também à chamada res- do o correto seria falar em conduta
ponsabilidade civil. Nessa senda, a culposa, tendo em vista que ao referir
súmula nº 22926 do Supremo Tribunal a culpa isoladamente esta tem cará-
Federa autoriza a cumulação das in- ter conceitual. Ressalta-se que, ao in-
denizações, ou seja, receber a indeni- tegrar a culpa, a conduta humana vai
zação devida pela Previdência Social e adquirir relevância jurídica.28
buscar no Judiciário a cumulação com A culpa pode ser dividida em cul-
outra indenização de caráter moral, pa grave, culpa leve e culpa levíssima.
material ou estético.27 “A culpa grave é a que mais se aproxi-
Diante dessa realidade, cumpre ma do dolo”, é aquela em que o agente
analisar que espécie de responsabili- causador não respeitou as regras bá-
dade civil se apresenta numa ação de sicas, como, por exemplo, dirigir em-

JUSTIÇA DO DIREITO v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95

86
briagado. Pode ser classificada como Dessa forma, Ives Gandra Mar-
dolo eventual, ou seja, aquela conduta tins Filho, ministro da 7ª Turma do
em que o agente não tem intenção de TST, na condição de relator de um
agir contra a lei, mas assumiu o risco. processo decorrente de acidente do
A culpa leve “se caracteriza quando o trabalho, manifestou-se pela aplica-
dano poderia ser evitado com um mí- ção da teoria subjetiva, no caso que
nimo de diligência”. E a culpa levíssi- segue:
ma é aquela em que o acontecimento [...] Indenização por Dano Moral – Aci-
só poderia ser evitado se houvesse um dente de Trabalho – Responsabilidade
cuidado fora do normal por parte do Objetiva – Inaplicabilidade – CF, Art. 7º,
XXVIII; CC, Art. 927, Parágrafo Único.
causador.29
1. Para a existência do dever de repa-
A Constituição não fez nenhuma rar o dano causado, alguns pressupos-
menção à graduação da culpa em gra- tos devem estar presentes, sem os quais
o próprio instituto da responsabilidade
ve, leve ou levíssima; simplesmente
não pode subsistir, quais sejam, o dano
estabeleceu a culpa. Assim, basta que experimentado pelo ofendido, a ação ou
o empregado comprove a culpa do em- a omissão do causador, o nexo de causa-
pregador para que este seja condena- lidade e a culpa ou o dolo. Trata-se do
estabelecimento do nexo causal entre
do a reparar os danos decorrentes do lesão e conduta omissiva ou comissiva
acidente de trabalho.30 do empregador, sabendo-se que o direi-
Desse modo, a corrente que sus- to trabalhista brasileiro alberga tão-
somente a teoria da responsabilidade
tenta a preponderância da responsa- subjetiva, derivada de culpa ou dolo do
bilidade subjetiva prevista na Cons- agente da lesão em matéria trabalhista
tituição argumenta que ela traz os (CF, art. 7º, XXVIII). 2. – In casu –, o Re-
gional concluiu que era indevida a plei-
limites e o regramento da sociedade. teada indenização por danos morais de-
Referem que correntes de acidente de trabalho, pois
a responsabilização da Empregadora de-
[...] sendo a Constituição Federal uma
penderia de caracterização de sua culpa
carta de princípios, todos os enunciados
subjetiva, o que não ficou demonstrado
que contém, exceto aqueles de ordem
nos autos. Conforme analisado pela Cor-
programática, com caráter meramente
te Regional, verificou-se apenas que o
enunciativo (com objetivo educacional)
Obreiro sofreu acidente de trabalho por
ou de natureza regulamentar anômala,
uso de equipamento inadequado à tare-
caracterizando como princípios que nor-
fa a ser realizada, não sendo confirma-
teiam as demais normas infraconstitu-
da a culpa ou dolo da Reclamada, nem
cionais do nosso ordenamento jurídico.
a ação ou omissão que teria ocasionado
[...] esses princípios hão de prevalecer so-
o mencionado acidente. 3. A pretensão
bre as demais leis e sobre elas exercer in-
obreira de reconhecimento da responsa-
fluência decisiva [...] ora, o Código Civil,
bilidade objetiva da Empregadora pelo
ainda que se apresente como lei poste-
dano sofrido vem calcada no parágrafo
rior, é lei ordinária infraconstitucional e,
único do art. 927 do CC, que a reconhece
portanto, não revoga preceitos da Consti-
na hipótese de a atividade desenvolvida
tuição Federal, como resuma óbvio.31

v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95 JUSTIÇA DO DIREITO

87
pelo autor do dano implicar, por sua na- fábrica de substâncias explosivas”.
tureza, risco para direito alheio. 4. Se,
Mesmo que haja uma detonação por
por um lado, a norma civil não alcança
a esfera trabalhista, iluminada pelo co- erro do funcionário, muitos serão os
mando constitucional do art. 7º, XXVIII, envolvidos na explosão.32
por outro, nenhuma atividade laboral
está infensa a riscos de acidente (no pró-
Diferentemente do exemplo an-
prio dizer de Guimarães Rosa, em sua terior, apresenta-se a responsabilida-
epopéia – Grande Sertão: Veredas –, de subjetiva, “quando se trata de um
viver é muito perigoso –), mas a CLT
somente admite o adicional de periculo- acidente típico, com efeitos meramen-
sidade para as atividades de risco acen- te individuais, e causado por empresa
tuado, ínsito ao manuseio de explosivos, que normalmente não de risco”. Quan-
inflamáveis (art. 193) e energia elétrica
(Lei 7.369/85, art. 1º), o que descartaria, do o empregador prova que está cum-
em princípio, a invocação da responsa- prindo todos os termos do art. 157 da
bilidade objetiva por risco em relação ao
Consolidação das Leis Trabalhistas,
setor de metalurgia, que é a hipótese dos
autos. 5. Assim, não há como se atribuir ou seja, que obedece e, principalmen-
responsabilidade à Empregadora pelos te, faz os trabalhadores obedecerem
danos morais e materiais decorrentes
de acidente de trabalho sofrido pela Re-
às “normas de segurança e medicina
clamante apenas considerando a teoria do trabalho, e que instrui os empre-
da responsabilidade objetiva. Agravo gados por meio de ordens de serviço,
de instrumento desprovido. Processo:
AIRR – 289/2006-069-03-40.0 Data de quanto às precauções a tomar, para
Julgamento: 04/06/2008, Relator Minis- evitar acidentes ou doenças ocupacio-
tro: Ives Gandra Martins Filho, 7ª Tur- nais”, a responsabilidade civil do em-
ma, Data de Publicação: DJ 06/06/2008.
pregador será subjetiva.33
Enfatiza-se que o direito do tra- Assim, entende-se que a Consti-
balho surgiu para equilibrar a desi- tuição Federal autoriza e limita a vida
gualdade entre capital e trabalho por em sociedade; por isso, não pode ser
meio do princípio da proteção. Com decidido nem a mais nem a menos do
esse raciocínio, o empregado sempre que dispõe. Dessa forma, conclui-se
seria indenizado, mesmo que o em- que a Constituição “estabelece, como
pregador provasse que o obreiro agiu princípio, a indenização devida pelo
com culpa. Nesse caso, surge a ques- empregador, com base no direito co-
tão quanto a se a responsabilidade mum, apenas quando aquele obrar
objetiva pode ser aplicada mesmo em com dolo ou culpa, não se pode pres-
conflito com a Constituição Federal. cindir deste elemento subjetivo com
A resposta é sim, mas só quando os fundamento no artigo 927, parágrafo
trabalhadores estão expostos a riscos único, do Código Civil”.34
constantes, como, por exemplo, “uma

JUSTIÇA DO DIREITO v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95

88
No mesmo sentido argumenta Responsabilização
Barros Levenhagen, ministro da 4ª perante o Código Civil
Turma do TST, na condição de relator
de um processo decorrente de aciden- Com a entrada em vigor do Có-
te do trabalho, defendendo a teoria digo Civil de 2002, muito se tem dis-
subjetiva: cutido a respeito da aplicação do pará-
[...] Recurso de Revista. Indenização grafo único do art. 927 nos acidentes
por Danos Provenientes de Infortúnios de trabalho, visto que traz a responsa-
do Trabalho. Responsabilidade subjeti-
va do empregador de que trata o artigo bilidade de forma objetiva. Com essa
7º, inciso XXVII da Constituição em de- responsabilização no campo do traba-
trimento da responsabilidade objetiva lho, o empregador será condenado na
consagrada no § único do artigo 927 do
Código Civil de 2002. Supremacia da justiça comum quando houver pedido
norma constitucional. Inaplicabilidade de indenização decorrente de acidente
da regra de direito intertemporal do §
de trabalho, não sendo necessário pro-
1º do artigo 2º da LICC. Os Ministros
da 4ª Turma do Tribunal Superior do var a culpa, somente o nexo causal.
Trabalho, por unanimidade, não co- A responsabilidade objetiva me-
nheceram recurso de revista. Processo:
RR – 831/2005-003-20-00 Data de Jul-
receu recepção no direito em razão da
gamento: 12/09/2007, Relator Ministro: dificuldade do empregado de provar
Barros Levenhagen, 4ª Turma, Data de a culpa do empregador em caso de
Publicação: DJ 28/09/2007.
infortúnio, principalmente em razão
Como pode ser observado com da diferença econômica. Dessa for-
a pesquisa doutrinária e com os jul- ma, muitos acidentes de trabalho não
gados recentes do Tribunal Superior eram reparados, causando um proble-
do Trabalho, a indenização por danos ma sério para a sociedade, visto que
morais e materiais provenientes de trabalhadores acidentados não pos-
infortúnios do trabalho deve ser in- suíam uma remuneração subsidiária
terpretada com olhos voltados para o e não conseguiam novo trabalho por
caso concreto, não simplesmente para causa de sua incapacidade. Muitas ve-
uma teoria. A corrente ora exposta de- zes o destino era a indigência. Doutri-
fende a aplicação da responsabilidade nadores insatisfeitos com a realidade
subjetiva com base na Constituição buscaram novos meios para diminuir
Federal, que representa a lei maior e a diferença econômica entre capital e
se constitui no centro do ordenamento trabalho, surgindo, assim, a responsa-
jurídico. bilidade objetiva.35
Apesar de o Brasil ser um dos
países com maior índice de aciden-

v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95 JUSTIÇA DO DIREITO

89
tes do trabalho, que geram prejuízos duta, amparando a vítima do prejuízo,
serve para desestimular o violador po-
tanto para o país quanto para os em-
tencial, o qual pode antever e até men-
presários, pois aumenta de forma ab- surar o peso da reposição que seu ato ou
surda o número de pessoas mutiladas, omissão poderá acarretar.38
muitos juristas sustentam e apoiam À luz da teoria objetiva, não po-
que a responsabilidade do emprega- dem persistir dúvidas quanto à res-
dor deve ser subjetiva e que a teoria ponsabilidade de indenizar, nem mes-
objetiva não tem qualquer aplicabili- mo questionar se existe a culpa do
dade por ser o parágrafo único do art. empregado no incidente, “se este foi
927 do Código Civil norma infracons- negligente, imprudente ou imperito.
titucional, não podendo se contrapor a Só o dolo pode afastar a possibilidade
um artigo da Constituição Federal.36 da indenização, como nos casos de au-
Verifica-se que essa interpre- tomutilacão ou suicídio”.39
tação até poderia ter sentido “se so- Logo, entendendo que a teoria do
mente existisse o conceito formal de risco prevalece na área trabalhista, o
Constituição, mas não se pode olvidar ministro Aloysio Corrêa da Veiga, da
que também há o conceito material, 6ª Turma do TST, em processo decor-
segundo o qual existem direitos que, rente de acidente do trabalho, mani-
por sua substância, pertencem ao cor- festou-se pela teoria objetiva, confor-
po fundamental da Constituição”. As- me ementa abaixo:
sim, os direitos fundamentais não são [...] Recurso de Revista. Indenização
somente aqueles formalmente enun- por Dano Moral. Acidente de Trabalho.
ciados, mas também os implícitos na Responsabilidade da Empresa. Se exis-
te nexo de causalidade entre a atividade
Constituição, como o art. 5º, par. 2º.37 de risco e o efetivo dano, o empregador
Assim, para a corrente que de- deve responder pelos prejuízos causados
fende a responsabilidade objetiva, à saúde do empregado, tendo em vista
que a sua própria atividade econômica
ocorrendo um acidente do trabalho, a já implica situação de risco para o traba-
responsabilidade da indenização deve lhador. Assim, constatada a atividade de
risco exercida pelo autor, não há como se
ser do empregador.
eliminar a responsabilidade do empre-
[...] Para fundamentar a pretensão de gador, pois a atividade por ele desenvol-
ressarcimento por parte daquele que vida causou dano ao empregado, que lhe
sofreu as conseqüências do infortúnio. emprestou a força de trabalho. Recurso
É, por isso, instrumento de manuten- de revista conhecido e provido. Processo:
ção da harmonia social, na medida em RR – 884/2004-003-04-40.6 Data de Jul-
que socorre o que foi lesado, utilizando gamento: 20/02/2008, Relator Ministro:
o patrimônio do causador do dano para Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, Data
restauração do equilíbrio rompido. Com de Publicação: DJ 29/02/2008.
isso, além de corrigir o desvio de con-

JUSTIÇA DO DIREITO v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95

90
Ainda no que tange à discussão Em recente julgamento de re-
sobre a aplicação do art. 7º, inciso curso de revista, novamente o minis-
XXVIII, da Constituição Federal, em tro Aloysio Corrêa da Veiga entendeu
confronto com o parágrafo único do pela aplicação da teoria da responsa-
art. 927 do Código Civil, constata-se bilidade objetiva do empregador, como
que segue:
[...] a partir de simples exercício her- Recurso de Revista. Indenização
menêutico já se conclui que as dispo- por Danos Moral e Material. Aciden-
sições do referido art. 7º da CF deve- te de Trabalho. Perda de um Olho.
rão ser sempre vistas como um minus Responsabilidade da Empresa. Se
de proteção ao trabalhador e nunca existe nexo de causalidade entre a
como diques ou limitação de direitos atividade de risco e o efetivo dano,
sociais. Logo, o parágrafo único do o empregador deve responder pe-
art. 927 do Código Civil encontra-se los prejuízos causados à saúde do
nesta esteira axiológica que informa empregado, tendo em vista que a
o Direito do Trabalho, mormente por- sua própria atividade econômica
que seu dispositivo em nenhum mo- já implica situação de risco para o
mento afasta a regra geral do inciso trabalhador. Assim, constatada a
XXVIII do art. 7º, CF (responsabili- atividade de risco exercida pelo au-
dade subjetiva), mas apenas traz si- tor, não há como se eliminar a res-
tuação especial de responsabilidade ponsabilidade do empregador, pois a
objetiva, perfeitamente justificável a atividade por ele desenvolvida cau-
exemplo de outras leis esparsas. Não sou dano ao empregado, que lhe em-
se pode censurar a lógica e o bom prestou a força de trabalho. Recurso
senso que partiu o legislador do Có- de revista não conhecido. Processo:
digo Civil, que, absorvendo o enten- RR - 99537/2006-069-09-00.4 Data
dimento jurisprudencial, dispôs ser de Julgamento: 09/04/2008, Relator
objetiva e, portanto, independente Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga,
de culpa, a responsabilidade do dano 6ª Turma, Data de Publicação: DJ
que emerge de risco proveniente de 11/04/2008.
atividade normalmente desenvolvi-
da pelo agente.40 Assim, o empregador é obrigado
a fornecer ao empregado “condições
Nessa senda, é de fundamental
plenas de trabalho no que pertine à
importância para o amadurecimen-
segurança, salubridade e condições
to normativo que a carta brasileira
mínimas de higiene e conforto”. Se
seja “interpretada como um conjun-
este empregado, ligado à empresa por
to de direitos mínimos e não direitos
um contrato, sofrer algum tipo de aci-
máximos, de modo que nela mesma
dente, por “ação ou omissão intencio-
se encontra o comando, para que di-
nal, ou de proceder culposo do empre-
reitos mais favoráveis ao trabalhador
gador, responde este civilmente” em
venham a ser fixados através da lei,
relação ao dano causado ao obreiro.42
ou das convenções coletivas”.41

v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95 JUSTIÇA DO DIREITO

91
Portanto, observa-se que a o fato, em razão da teoria do risco.
doutrina não é unânime sobre a uti- Assim, esta teoria se justifica a partir
lização da teoria objetiva ou subje- do momento em que a ordem jurídi-
tiva nas ações de reparação de danos ca não conseguiu mais se conformar
oriundas de acidente de trabalho. Do com a injustiça que era ocasionada
mesmo modo, as decisões dos minis- àqueles que, sofrendo um acidente,
tros do Tribunal Superior do Trabalho não tinham como provar a culpa do
demonstram que nem mesmo naquela empregador. Assim, toda atividade
corte o assunto é pacífico. que ofereça risco à integridade física
será analisada de forma diferenciada,
Conclusão com os olhos voltados para a pessoa
humana.
Dessa forma, conclui-se que a Por fim, é de vital relevância o
Constituição Federal de 1988 consa- amadurecimento das normas da lei
gra uma série de direitos trabalhis- maior para que sejam interpretadas
tas, buscando uma sociedade mais como um conjunto de direitos míni-
justa, que prioriza o trabalhador. As- mos dos trabalhadores. Torna-se ne-
sim, o inciso XXVIII do art. 7º da CF, cessário que o aplicador do direito, à
expressamente, prevê que é obrigação luz dos fundamentos do Estado demo-
do empregador pagar seguro junto à crático de direito, interprete o art. 7º
Previdência Social, para que, na hi- da Constituição Federal como meio
pótese de um acidente, o trabalhador de proteção ao trabalhador, não como
receba sua indenização. Do mesmo um limitador de direitos sociais pelos
modo, quando comprovado que o pa- quais a sociedade lutou tanto.
trão agiu de forma culposa ou dolosa Concluindo, mais importante do
para o evento danoso, o trabalhador que discutir as teorias aplicáveis à
terá direito de buscar indenização no responsabilidade civil, é vislumbrar o
âmbito civil. caso concreto no viés da principiologia
Por outro lado, o Código Civil de que embasa os direitos sociais, que,
2002 estabeleceu, de forma expressa, por sua vez, se constituem em direitos
no par. único, art. 927, que, indepen- humanos.
dentemente de culpa, o empregado
que tiver sua integridade física aba-
lada por um acidente será, sempre,
indenizado, mesmo que ele tenha agi-
do culposamente para que ocorresse

JUSTIÇA DO DIREITO v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95

92
Work accident: reality of Notas
existence and accountability 1
PIOVESAN, Flávia. Temas de direitos hu-
of the employer in manos. São Paulo: Max Limonad, 2003.
p. 389.
brazilian legal system 2
Art. 1º da Constituição Federal de 1988: “A
República Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos Estados e Muni-
Abstract cípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado democrático de direito e tem como
fundamentos: inciso III – a dignidade da
Throughout the history of mankind, pessoa humana.”
3
the state, so interventionist, set rules SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da
pessoa humana e direitos fundamentais na
and limits on the relationship capi- Constituição Federal de 1988. Porto Alegre:
tal versus labor, protecting the em- Livraria do Advogado, 2001. p. 71-72.
4
DELA COLETA, José Augusto. Acidentes
ployee. These principles are conside- de trabalho: fator humano, contribuição da
red fundamental rights of the second psicologia do trabalho, atividades de preven-
ção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. p. 99.
generation, also called social rights. 5
Idem, p. 15.
6
In Brazil, the Citizen Constitution A evolução da legislação previdenciária no
Brasil se deu da seguinte forma: 1ª norma
of 1988 recognizet such rights in its decreto legislativo nº 3.724/19, 2ª norma
Article 7. Among them there is the decreto nº 24.637/34, 3ª norma decreto-lei
nº 7.036/44, 4ª norma decreto-lei nº 293/67,
item XXII, which provides protection 5ª norma lei nº 5.316/67, 6ª norma lei
against the risks of working, and also nº 6.367/76 e, por fim, a 7ª norma que vigora
até o momento, lei nº 8.213/91. p. 213.
the employer’s obligation to provide a 7
DE OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção
healthy and safe environment. Despi- jurídica à saúde do trabalhador. 4. ed. São
Paulo: LTr, 2002. p. 213.
te the legal guardianship, accidents 8
Idem, p. 214.
9
still happen at work, characterized by Idem, p. 208.
10
GOMES, Orlando; GOTTSCHALK Elson.
causing injury, death or occupational Curso de direito do trabalho. Rio de Janeiro:
diseases to the employee. Thus, the Forense, 2008. p. 520.
11
Art. 2º da lei 6.367, de 19 de outubro de
responsability of the company towar- 1976. “Acidente de trabalho é aquele que
ds an accident at work can be unders- ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa, provocando lesão corporal ou
tood by the objective theory based on perturbação funcional que cause a morte, ou
the single paragraph of Article 927 of perda, ou redução, permanente ou temporá-
ria, da capacidade para o trabalho.”
the Civil Code or through the subjec- 12
OLIVEIRA, José de. Acidentes do trabalho:
tive way, according to Article 7, item teoria, prática, jurisprudência. 3. ed. atual.
e ampl. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 1.
XXVIII, of the Federal Constitution. 13
Art. 19 da lei nº 8.213/91: “Acidente do tra-
balho é o que ocorre pelo exercício do traba-
lho a serviço da empresa ou pelo exercício do
Key words: Accident at work. Guilt. trabalho dos segurados referidos no inciso
Employment relationship. Responsi- VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause
bility. Risk.

v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95 JUSTIÇA DO DIREITO

93
25
a morte ou perda ou redução, permanente GUARNIERI, Bruno Marcos. Meio ambien-
ou temporária, da capacidade para o traba- te do trabalho: prevenção dos infortúnios la-
lho.” borais, dignificação do trabalho e responsa-
14
Art. 139 do decreto nº 357 – de 7 de dezem- bilidade civil do empregador. Revista LTR,
bro de 1991: “Acidente do trabalho é o que São Paulo, v. 71, n. 12, p. 1478-1479, dez.
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da 2007.
26
empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal:
dos segurados especiais, provocando lesão “A indenização acidentaria não exclui a do
corporal ou perturbação funcional que cause direito comum, em caso de dolo ou culpa gra-
a morte, a perda ou redução da capacidade ve do empregador.”
27
para o trabalho permanente ou temporária.” SILVA, Acidente do trabalho e responsabili-
15
OLIVEIRA, op. cit., p. 1. dade civil do empregado, p. 519.
16 28
GOMES, Orlando; GOTTSCHALK Elson, CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de
Curso de direito do trabalho, p. 520. responsabilidade civil. 5. ed. São Paulo: Ma-
17
Idem, p. 520. lheiros, 2004. p. 42.
18 29
SILVA, Cristiane Ribeiro da. Acidente do MELO, Nehemias Domingos de. Da culpa e
trabalho e responsabilidade civil do empre- do risco. São Paulo: Ed. Juarez de Oliveira,
gador. Revista LTR, São Paulo, v. 71, n. 4, 2005. p. 10.
30
abr. 2007. p. 413. GONÇALES, Manual direito previdenciá-
19
OLIVEIRA, Acidentes do trabalho: teoria, rio, p. 249.
31
prática, jurisprudência, p. 2. STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade
20
GOMES; GOTTSCHALK, Curso de direito civil. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribu-
do trabalho, p. 522. nais, 2004. p. 606.
21 32
OLIVEIRA, Acidentes do trabalho: teoria, CAIRO JÚNIOR, José. O acidente do traba-
prática, jurisprudência, p. 2. lho e a responsabilidade do empregador. 4.
22
Art. 20, par. 2º, da lei nº 8.213: “Em casos ex- ed. São Paulo: LTr, 2008. p. 106.
33
cepcionais, constatando-se que a doença não GUARNIERI, Meio ambiente do trabalho:
incluída na relação prevista nos incisos I e II prevenção dos infortúnios laborais, dignifi-
deste artigo resultou das condições especiais cação do trabalho e responsabilidade civil do
em que o trabalho é executado e com ele se empregador, p. 1486-1487.
34
relaciona diretamente, a Previdência Social STOCO, Tratado de responsabilidade civil,
deve considerá-lo acidente de trabalho.” p. 606.
23 35
GONÇALES, Odonel Urbano. Manual di- GONÇALES, Manual direito previdenciá-
reito previdenciário. 9. ed. São Paulo: Atlas, rio, p. 174.
36
2001. p. 189. CAMPOS, Adriana Lima de. Indenização
24
Inciso II, art. 22 da lei nº 8212/91: “Para fi- por acidente de trabalho – duvidas que ain-
nanciamento do beneficio previsto nos arti- da persistem. Revista LTR, São Paulo, v. 72,
gos. 57 e 58 da Lei nº 8.313. de 24 de junho n. 5, maio 2008. p. 623.
37
de 1991, e daqueles concedidos em razão do Idem, p. 623.
38
grau de incidência de incapacidade laborati- DE OLIVEIRA, Proteção jurídica à saúde do
va decorrente dos riscos ambientais do tra- trabalhador, p. 233.
39
balho, sobre o total da remuneração pagas OLIVEIRA, Acidentes do trabalho: teoria,
ou creditadas, no decorrer do mês, aos segu- prática, jurisprudência, p. 196.
40
rados empregados e trabalhadores avulsos”, DALLEGRAVE NETO, José Affonso. Res-
“alínea ‘a’ 1% (um por cento) para as empre- ponsabilidade civil no direito do trabalho.
sas em cuja atividade preponderante o ris- 2. ed. São Paulo: Ed. LTr, 2007. p. 199.
41
co de acidente do trabalho seja considerado BARBOSA, Amanda. O diálogo de fontes e a
leve; alínea ‘b’ 2% (dois por cento) para as coexistência de regime de responsabilidade
empresas em cuja atividade preponderante civil do empregador nos acidentes laborais.
esse risco seja considerado médio; alínea Revista RDT, Brasília, v. 14-01, jan. 2008.
‘c’ 3% (três por cento) para as empresas em p. 10-12.
42
cuja atividade preponderante esse risco seja STOCO, Tratado de responsabilidade civil,
considerado grave.” p. 604.

JUSTIÇA DO DIREITO v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95

94
Referências DALLEGRAVE NETO, José Affonso. Res-
ponsabilidade civil no direito do trabalho.
2. ed. São Paulo: LTr, 2007.
BARBOSA, Amanda. O diálogo de fontes e a
coexistência de regime de responsabilidade DE OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Prote-
civil do empregador nos acidentes laborais. ção jurídica à saúde do trabalhador. 4. ed.
Revista RDT, Brasília, v. 14-01, jan. 2008. São Paulo: LTr, 2002.
p. 10-12.
DELA COLETA, José Augusto. Acidentes
BRASIL. Código Civil. 8. ed. Porto Alegre: de trabalho: fator humano, contribuição da
Verbo Jurídico, 2007. psicologia do trabalho, atividades de pre-
_____. Consolidação das Leis do Trabalho. 6. venção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
ed. atual. e aum. São Paulo: Saraiva, 2008. GOMES, Orlando; GOTTSCHALK Elson.
_____. (Constituição 1988) Constituição da Curso de direito do trabalho. Rio de Janeiro:
República Federativa do Brasil. Brasília, Forense, 2008.
DF: Senado, 1988. GONÇALES, Odonel Urbano. Manual di-
_____. Tribunal Superior do Trabalho. Agra- reito previdenciário. 9. ed. São Paulo: Atlas,
vo de instrumento no 289/2006-069-03-40.0, 2001.
da 7ª Turma, relator: ministro Ives Gandra GUARNIERI, Bruno Marcos. Meio ambien-
Martins Filho, Brasília, DF, 4 de junho de
te do trabalho: prevenção dos infortúnios la-
2008. Disponível em: <http://www.tst.gov.
borais, dignificação do trabalho e responsa-
br>. Acesso em: 29 ago. 2008.
bilidade civil do empregador. Revista LTR,
_______. Recurso de Revista no 831/2005- São Paulo, v. 71, n. 12, p. 1474-1487, dez.
003-20-00, da 4ª Turma, relator: ministro 2007.
Barros Levenhagen, Brasília, DF, 28 de
setembro de 2007. Disponível em: <http:// MELO, Nehemias Domingos de. Da culpa e
www.tst.gov.br>. Acesso em: 29 ago. 2008. do risco. São Paulo: Ed. Juarez de Oliveira,
2005.
_______. Recurso de Revista no 884/2004-
003-04-40.6, da 6ª Turma, relator: ministro OLIVEIRA, José de. Acidentes do trabalho:
Aloysio Corrêa da Veiga, Brasília, DF, 20 de teoria, prática, jurisprudência. 3. ed. atual.
fevereiro de 2008. Disponível em: <http:// e ampl. São Paulo: Saraiva, 1997.
www.tst.gov.br>. Acesso em: 4 set. 2008. PIOVESAN, Flávia. Temas de direitos hu-
_______. Recurso de Revista no 99537/2006- manos. São Paulo: Max Limonad, 2003.
069-09-00.4, da 6ª Turma, relator: ministro
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da
Aloysio Corrêa da Veiga, Brasília, DF, 9 de
pessoa humana e direitos fundamentais na
abril de 2008. Disponível em: <http://www.
tst.gov.br>. Acesso em: 4 set. 2008. Constituição Federal de 1988. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2001.
CAIRO JÚNIOR, José. O acidente do traba-
lho e a responsabilidade do empregador. 4. SILVA, Cristiane Ribeiro da. Acidente do
ed. São Paulo: LTr, 2008. trabalho e responsabilidade civil do empre-
gador. Revista LTR, São Paulo, v. 71, n. 4,
CAMPOS, Adriana Lima de. Indenização p. 412-425, abr. 2007.
por acidente de trabalho – duvidas que ain-
da persistem. Revista LTR, São Paulo, v. 72, STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade
n. 5, p. 623-628, maio 2008. civil. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribu-
nais, 2004.
CAVALIERI, Sergio Filho. Programa de res-
ponsabilidade civil. 5. ed. São Paulo: Ma-
lheiros, 2004.

v. 22, n. 1, 2008 - p. 81-95 JUSTIÇA DO DIREITO

95

Você também pode gostar