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Serviços Públicos e Controle Da Administração Pública PDF
Serviços Públicos e Controle Da Administração Pública PDF
E CONTROLE DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PROF. SÉRGIO GUERRA
COLABORADORA: PATRÍCIA SAMPAIO
6a EDIÇÃO
ROTEIRO DE CURSO
2010.1
Sumário
Serviços Públicos e Controle da Administração Pública
INTRODUÇÃO: .................................................................................................................................................... 3
AULAS 2 E 3: O DIREITO ADMINISTRATIVO NA ATUAL ORDEM ECONÔMICA CONSTITUCIONAL: O ESTADO REGULADOR, O PROGRAMA
NACIONAL DE DESESTATIZAÇÃO, AS REFORMAS CONSTITUCIONAIS E AS PRIVATIZAÇÕES. ................................................... 11
AULA 5: DELEGAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. LICITAÇÃO E CONTRATO DE CON-
CESSÃO ........................................................................................................................................................... 28
AULAS 6 E 7: DIREITOS DOS USUÁRIOS E OS PRINCÍPIOS QUE REGEM A CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. .......................... 37
AULA 12: AGÊNCIAS REGULADORAS I. AGÊNCIAS REGULADORAS E SUA CONSTITUCIONALIDADE. CARACTERÍSTICAS. ................ 85
AULAS 13 E 14: AGÊNCIAS REGULADORAS II E III: FUNÇÕES EXERCIDAS PELAS AGÊNCIAS REGULADORAS E SEU PODER NORMATIVO 90
AULA 15: AGÊNCIAS REGULADORAS IV: FUNÇÕES FISCALIZADORA, SANCIONADORA E DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS. ......... 100
AULA 16: AGÊNCIAS REGULADORAS IV: LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA. CONSULTAS E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS ........................ 108
AULA 17: CONTROLE DO ATO ADMINISTRATIVO I: CONTROLE NO ÂMBITO DO EXECUTIVO. ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DO ATO ADMINIS-
TRATIVO. RECURSO HIERÁRQUICO E RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO. .................................................................... 113
AULA 18: CONTROLE DO ATO ADMINISTRATIVO II: CONTROLE PELO PODER LEGISLATIVO, PELO TRIBUNAL DE CONTAS – EXTENSÃO E
LIMITES E PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. ................................................................................................................. 118
AULA 19: CONTROLE DO ATO ADMINISTRATIVO III: A REVISÃO DO ATO ADMINISTRATIVO PELO PODER JUDICIÁRIO ................. 123
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. COISA JULGADA ADMINISTRATIVA E PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA. .................. 141
AULAS 24 E 25: REGIME JURÍDICO DOS AGENTES ESTATAIS: SERVIDOR PÚBLICO ............................................................. 157
INTRODUÇÃO:
CONTEÚDO DA DISCIPLINA:
METODOLOGIA:
DESAFIOS/DIFICULDADES DO CURSO:
MÉTODO DE AVALIAÇÃO:
A avaliação será composta por duas provas de igual peso. A média final
será a média aritmética entre as duas notas obtidas pelo aluno, notas por
conceito e eventuais atividades complementares que venham a ser oportuna-
mente solicitadas aos alunos. O Professor poderá atribuir nota a atividades
como, por exemplo, a participação do aluno dos debates feitos no âmbito da
wiki-direito, em sala de aula, etc.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO: 7
JUSTEN FILHO. Curso de direito admi-
nistrativo. 2ª ed. São Paulo: Saraiva,
2006, p. 18.
Com as premissas da pós-modernidade e que acabaram por impor fortes 8
Conforme advertência de Sabino Cas-
mudanças na condução da Ordem Econômica em diversos países, notada- sese, a regulação existe quando a classe
política se libera de uma parte de seus
mente na Europa durante a década de 80, o modelo de Estado Regulador foi poderes a favor de entidades não eleitas
confirmado no Brasil com a promulgação da Constituição Federal de 1988. pelo povo, que são capazes de bloquear
as decisões das eleitas. Para que essa
Nesse novo sistema neoliberal, o modelo liberal e o intervencionismo social condição ocorra, não basta a separação
entre regulador e operador. É preciso,
cedem lugar à intervenção estatal na ordem econômica social, impondo-se também, a separação entre regulador
que “novas necessidades sejam identificadas e expostas, especialmente para e governo, cujo fim é evitar a politiza-
ção das decisões. Ele permite distinguir
que o Estado neutralize os excessos e se valha de seu poder como instrumento toda forma de intervenção ou controle
desenvolvida sob a direção do governo
de controle da atuação privada”.7 da regulação em sentido estrito. La
globalización jurídica. Trad. Luis Ortega,
Diante desse contexto, e sob o aspecto orgânico, a Administração Pública Isaac Martín Delgado e Isabel Gallego
direta, considerando a premente necessidade de atrair investimentos – sobre- Córceles. Madrid: Marcial Pons, 2006,
p. 151. Nas palavras de Egon Bockmann
tudo estrangeiros – decidiu abrir mão da função de regular diretamente os Moreira, o fenômeno da concentração
sem centralização faz com que o poder
subsistemas privatizados de telecomunicações, energia elétrica, transportes estatal seja fragmentado numa rede de
etc., conferindo essa função a entidades reguladoras independentes.8 autoridades independentes, detentoras
de competências autônomas, com o
O modelo regulatório decorre do fenômeno de “mutação constitucio- poder central apenas estabelecendo a
política geral de todos os setores e as
nal”9, desencadeado pelas alterações estruturais por que passou a sociedade e metas a serem atingidas. MOREIRA,
Egon Bockmann. Agências reguladoras
que esse acontecimento teve como conseqüência, no plano das instituições independentes, déficit democrático e a
políticas, o surgimento do imperativo de mudança nas formas de exercício “elaboração processual de normas”. In:
Estudos de direito econômico. Belo Hori-
das funções estatais clássicas. O fenômeno da regulação, tal como concebido zonte: Ed. Fórum, 2004, p. 172.
nos dias atuais, nada mais representa do que uma espécie de corretivo in- 9
GOMES, Joaquim B. Barbosa. Agências
reguladoras: a “metamorfose” do Esta-
dispensável a dois processos que se entrelaçam. De um lado, trata-se de um do e da democracia (uma reflexão de
direito constitucional e comparado). In:
corretivo às mazelas e às deformações do regime capitalista e, de outro, um Direito da regulação. Revista de Direito
corretivo ao modo de funcionamento do aparelho do Estado engendrado da Associação dos Procuradores do Novo
Estado do Rio de Janeiro. v. IX. Alexandre
por esse mesmo capitalismo. Santos de Aragão (org.) Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2002, p. 90.
Diante desses fatos, quais devem ser os objetivos dessa função regulatória
descentralizada, adotada em diversos países, inclusive no Brasil? Vital Mo-
reira e Fernanda Maças10 advertem serem várias as razões para a adoção do
modelo de regulação estatal por entidades independentes, ao invés da regu-
lação direta pelo Poder Executivo. Uma dessas razões está atrelada ao novo
sentido de regulação administrativa. Com efeito, no modelo intervencionista
havia uma confusão entre intervenção direta estatal na atividade econômica
e as tarefas regulatórias e, em várias situações, a função regulatória competia
ao próprio operador público, muitas vezes sob a figura do monopólio. Com
o aparecimento de novos operadores privados na execução de atividades eco-
nômicas e serviços públicos, entendeu-se que deveria haver uma separação
das funções de regulação e as funções de participação pública na própria
atividade regulada.11
Marcos Juruena Villela Souto12 leciona que um processo de regulação im-
plica, tipicamente, em várias fases, em que se destacam a formulação das
orientações da regulação, a definição e operacionalização das regras, a imple-
mentação e aplicação das regras, o controle da aplicação das regras, o sancio- 10
Autoridades reguladoras independentes.
namento dos transgressores e a decisão nos recursos. Paralela e simultanea- Coimbra: Coimbra Editores, 2003, p. 10.
mente aos desafios colocados pela globalização, o Estado atual sofre a crise 11
Conrado Hübner Mendes aduz que:
“as empresas que saem do domínio es-
do financiamento das suas múltiplas funções. Diante dessa crise há inevita- tatal e passam a fazer parte do domínio
privado não podem estar submetidas,
bilidade da retração do Estado frente às necessidades sociais, ou, alternativa- exclusivamente, às livres decisões de
mente, adotam-se novas estratégias de atuação compatíveis com a escassez seus administradores, motivadas uni-
camente pelas contingências econômi-
de recursos.13Nesse contexto, Floriano Azevedo Marques Neto14 anota: “A cas. Devem, sim, estar em consonância
com interesses que transcendem os
atividade regulatória é espécie do gênero atividade administrativa. Mas trata- meramente capitalistas. Por esse mo-
tivo, ao retirar da máquina estatal tais
se de uma espécie bastante peculiar. Como já pude afirmar em outra opor- empresas, nasce a necessidade de regu-
tunidade, é na moderna atividade regulatória estatal que melhor se manifesta o lá-las intensamente.” MENDES, Conrado
Hübner. Reforma do Estado e agências
novo paradigma de direito administrativo, de caráter menos autoritário e mais reguladoras. In: Direito administrativo
econômico. Carlos Ari Sundfeld (coord.).
consensual, aberto à interlocução com a sociedade e permeado pela partici- São Paulo: Malheiros, 2000, p. 108.
pação do administrado”. 12
SOUTO, Marcos Juruena Villela. De-
sestatização: privatização, concessões,
Entretanto, o principal objetivo perseguido com a instituição de um mo- terceirizações e regulação. 4. ed. Rio de
delo estatal regulatório foi a cessão de capacidade decisória sobre aspectos Janeiro: Lumen Juris, 2001, p. 441.
LEITURA OBRIGATÓRIA:
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
E conclui que
A desestatização implementada no país foi executada mediante várias 1990 e 1992 foram incluídas sessenta
e oito empresas no PND, das quais de-
modalidades34: alienação de participação societária detida pelo Estado, in- zoito foram desestatizadas, com a arre-
cadação de cerca de quatro bilhões de
clusive de controle acionário; abertura de capital; aumento de capital, com dólares norte-americanos, em grande
renúncia ou cessão, total ou parcial, de direitos de subscrição; alienação, parte através de títulos representati-
vos da dívida pública federal. Nos três
arrendamento, locação, comodato ou cessão de bens e instalações; dissolu- primeiros anos do PND a estratégia
governamental constituiu-se em con-
ção de sociedades ou desativação parcial de seus empreendimentos, com a centrar esforços na venda de estatais
produtivas, pertencentes a setores
conseqüente alienação de seus ativos; e concessão, permissão ou autoriza- anteriormente estratégicos para o de-
ção de serviços públicos.35 Conforme visto, o programa de desestatização senvolvimento do País, tais como com-
panhias siderúrgicas, petroquímicas e
fez-se acompanhar da instituição de toda uma estrutura reguladora por de fertilizantes. Em 1993 e 1994 inten-
sificou-se o processo de transferência
parte do Estado, sendo relevante, por conseguinte, estudar o significado de empresas produtivas ao setor pri-
da regulação do Estado sobre a atividade econômica, a partir das conside- vado, concluindo-se a privatização das
empresas siderúrgicas. Nesse período
rações a seguir tecidas. foram desestatizadas quinze empresas,
com a arrecadação de cerca de quatro
Segundo dados obtidos no BNDES (www.bndes.gov.br/privatizacao - e meio bilhões de dólares norte-ame-
ricanos, em sua maior parte em mo-
acesso em 31 de julho de 2003), entre 1990 e 1992 foram incluídas sessen- eda corrente. Em março de 1994, pelo
ta e oito empresas no PND, das quais dezoito foram desestatizadas, com Decreto nº 1.068 o Executivo Federal
incluiu no PND as participações societá-
a arrecadação de cerca de quatro bilhões de dólares norte-americanos, em rias minoritárias detidas por fundações,
autarquias, empresas públicas, socie-
grande parte através de títulos representativos da dívida pública federal. dades de economia mista e quaisquer
Nos três primeiros anos do PND a estratégia governamental constituiu- outras sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pela União Federal.
se em concentrar esforços na venda de estatais produtivas, pertencentes Com a eleição do Presidente Fernando
Henrique Cardoso em 1995 houve uma
a setores anteriormente estratégicos para o desenvolvimento do País, tais intensificação nas privatizações. O PND
foi apontado como sendo um dos prin-
como companhias siderúrgicas, petroquímicas e de fertilizantes. Em 1993 cipais instrumentos do Programa Dire-
e 1994 intensificou-se o processo de transferência de empresas produtivas tor da Reforma do Aparelho do Estado.
Entre 1995 e 1996, após significativas
ao setor privado, concluindo-se a privatização das empresas siderúrgicas. alterações da matriz constitucional
mediante a flexibilização dos serviços
Nesse período foram desestatizadas quinze empresas, com a arrecadação de de telecomunicações e do monopólio
da exploração do petróleo e do gás
cerca de quatro e meio bilhões de dólares norte-americanos, em sua maior natural, dentre outras, e com a edição
parte em moeda corrente. Em março de 1994, pelo Decreto nº 1.068 o de lei específica acerca da concessão e
permissão dos serviços públicos (Lei nº
Executivo Federal incluiu no PND as participações societárias minoritá- 8.987/95), iniciou-se uma nova fase do
PND, em que os serviços públicos foram
rias detidas por fundações, autarquias, empresas públicas, sociedades de sendo concedidos à iniciativa privada,
economia mista e quaisquer outras sociedades controladas, direta ou in- com destaque para o setor elétrico, de
transportes e telecomunicações. É re-
diretamente, pela União Federal. Com a eleição do Presidente Fernando levante registrar que em 1997 ocorreu
um dos grandes marcos do PND, com
Henrique Cardoso em 1995 houve uma intensificação nas privatizações. a venda das ações da Companhia Vale
do Rio Doce - CVRD, num processo de
O PND foi apontado como sendo um dos principais instrumentos do Pro- desestatização pautado por intensa
grama Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Entre 1995 e 1996, após batalha de liminares judiciais. Com a
privatização da Companhia Vale do
significativas alterações da matriz constitucional mediante a flexibilização Rio Doce encerrou-se praticamente a
transferência à iniciativa privada das
dos serviços de telecomunicações e do monopólio da exploração do petró- empresas industriais e o início de uma
leo e do gás natural, dentre outras, e com a edição de lei específica acerca da nova fase, cujo foco principal foi a pri-
vatização de empresas ligadas à área
concessão e permissão dos serviços públicos (Lei nº 8.987/95), iniciou-se de infra-estrutura e as concessões de
serviços públicos. Além da privatiza-
uma nova fase do PND, em que os serviços públicos foram sendo concedi- ção da CVRD, merece destaque, ainda,
o término da desestatização da Rede
dos à iniciativa privada, com destaque para o setor elétrico, de transportes Ferroviária Federal – RFFSA, com a
e telecomunicações. É relevante registrar que em 1997 ocorreu um dos venda da malha Nordeste e o leilão de
sobras de 14,65% das ações ordinárias
grandes marcos do PND, com a venda das ações da Companhia Vale do da Companhia Espírito Santo Centrais
Rio Doce - CVRD, num processo de desestatização pautado por intensa Elétricas - Escelsa. Nesse ano também
foi realizada a primeira privatização no
batalha de liminares judiciais. Com a privatização da Companhia Vale do setor financeiro, envolvendo as ações
do Banco Meridional do Brasil S/A. Em
Rio Doce encerrou-se praticamente a transferência à iniciativa privada das 16 de julho de 1997 foi editada a Lei nº
9.472, a Lei Geral de Telecomunicações,
empresas industriais e o início de uma nova fase, cujo foco principal foi a tornando-se possível o processo de pri-
privatização de empresas ligadas à área de infra-estrutura e as concessões de vatização do setor de telecomunicações,
no qual foram licitadas concessões de
serviços públicos. Além da privatização da CVRD, merece destaque, ainda, telefonia móvel celular para três áreas
do território nacional. Em julho de 1998
o término da desestatização da Rede Ferroviária Federal – RFFSA, com a o governo federal alienou as ações das
doze holdings, criadas a partir da cisão
venda da malha Nordeste e o leilão de sobras de 14,65% das ações ordiná- do Sistema Telebrás, representando a
rias da Companhia Espírito Santo Centrais Elétricas - Escelsa. Nesse ano transferência à iniciativa privada das
Empresas de Telefonia Fixa e de Longa
também foi realizada a primeira privatização no setor financeiro, envolven- Distância, bem como das empresas de
Telefonia Celular-Banda A. O resultado
do as ações do Banco Meridional do Brasil S/A. Em 16 de julho de 1997 financeiro com a venda das ações des-
foi editada a Lei nº 9.472, a Lei Geral de Telecomunicações, tornando-se sas doze empresas somou 22.057 mi-
lhões de reais, sendo que o ágio médio
possível o processo de privatização do setor de telecomunicações, no qual foi de 53,74% sobre o preço mínimo. Foi
transferida para a iniciativa privada a
foram licitadas concessões de telefonia móvel celular para três áreas do ter- exploração do Terminal de Contêineres
do Porto de Sepetiba (Tecon 1), da Cia.
ritório nacional. Em julho de 1998 o governo federal alienou as ações das Docas do Rio de Janeiro, do Cais de Paul
doze holdings, criadas a partir da cisão do Sistema Telebrás, representando e do Cais de Capuaba (Cia. Docas do Es-
pírito Santo-CODESA), Terminal roll-on
a transferência à iniciativa privada das Empresas de Telefonia Fixa e de roll-off (CDRJ) e Porto de Angra dos Reis
(CDRJ). No setor elétrico foi realizada a
Longa Distância, bem como das empresas de Telefonia Celular-Banda A. venda das ações de emissão da Compa-
O resultado financeiro com a venda das ações dessas doze empresas somou nhia Centrais Elétricas Geradoras do Sul
S/A - GERASUL, após a cisão efetivada
22.057 milhões de reais, sendo que o ágio médio foi de 53,74% sobre o em 29 de abril de 1998. A arrecada-
ção foi de 800,4 milhões de dólares
preço mínimo. Foi transferida para a iniciativa privada a exploração do norte-americanos, pagos totalmente
em moeda corrente. Em 1999 o gover-
Terminal de Contêineres do Porto de Sepetiba (Tecon 1), da Cia. Docas no arrecadou 128 milhões de dólares
do Rio de Janeiro, do Cais de Paul e do Cais de Capuaba (Cia. Docas do norte-americanos com a outorga das
concessões para exploração de quatro
Espírito Santo-CODESACODESA), Terminal roll-on roll-off (CDRJ) e áreas de telefonia fixa das empresas es-
pelho que fazem concorrência às atuais
Porto de Angra dos Reis (CDRJ). No setor elétrico foi realizada a venda das companhias de Telecomunicações. Em
23 de junho daquele ano foi realizada a
ações de emissão da Companhia Centrais Elétricas Geradoras do Sul S/A venda da Datamec S.A - Sistemas e Pro-
- GERASULGERASUL, após a cisão efetivada em 29 de abril de 1998. A cessamento de Dados, empresa do setor
de Informática, que foi adquirida pela
arrecadação foi de 800,4 milhões de dólares norte-americanos, pagos total- Unisys Brasil S.A pelo preço mínimo de
47,29 milhões de dólares norte-ame-
mente em moeda corrente. Em 1999 o governo arrecadou 128 milhões de ricanos. O Porto de Salvador (CODEBA)
dólares norte-americanos com a outorga das concessões para exploração de foi adquirido em 21 de dezembro pela
Wilport Operadores Portuários pelo
quatro áreas de telefonia fixa das empresas espelho que fazem concorrência preço mínimo de 21 milhões de dólares
norte-americanos. O resultado obtido
às atuais companhias de Telecomunicações. Em 23 de junho daquele ano com o Programa Nacional de Desestati-
zação no ano 2000 atingiu cerca de 7,7
foi realizada a venda da Datamec S.A - Sistemas e Processamento de Da- bilhões de dólares norte-americanos,
dos, empresa do setor de Informática, que foi adquirida pela Unisys Brasil representando, assim, a maior receita
anual já auferida pelo Programa desde
S.A pelo preço mínimo de 47,29 milhões de dólares norte-americanos. O o seu início. O destaque no ano consis-
tiu na venda das ações que excediam o
Porto de Salvador (CODEBACODEBA) foi adquirido em 21 de dezembro controle acionário detido pela União na
pela Wilport Operadores Portuários pelo preço mínimo de 21 milhões de Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás, e a
desestatização do Banco do Estado de
dólares norte-americanos. O resultado obtido com o Programa Nacional de São Paulo S.A – Banespa. A conclusão
da mega operação de venda, no Brasil
Desestatização no ano 2000 atingiu cerca de 7,7 bilhões de dólares norte- e no exterior, das ações da Petrobrás
ocorreu em 09 de agosto daquele ano e
americanos, representando, assim, a maior receita anual já auferida pelo o valor total auferido foi de 4 bilhões de
Programa desde o seu início. O destaque no ano consistiu na venda das dólares norte-americanos. Observe-se
que se tratou de operação pioneira em
ações que excediam o controle acionário detido pela União na Petróleo Bra- que, pela primeira vez foram aceitos re-
cursos do FGTS na aquisição das ações.
sileiro S.A. – Petrobrás, e a desestatização do Banco do Estado de São Paulo Do mesmo modo, merece destaque a
alienação das ações do Banco do Estado
S.A – Banespa. A conclusão da mega operação de venda, no Brasil e no ex- de São Paulo – Banespa, realizada em
20 de novembro. Nessa operação o ban-
terior, das ações da Petrobrás ocorreu em 09 de agosto daquele ano e o va- co espanhol Santander Central Hispano
lor total auferido foi de 4 bilhões de dólares norte-americanos. Observe-se adquiriu 60% do capital votante do
Banespa por 7 bilhões de reais, corres-
que se tratou de operação pioneira em que, pela primeira vez foram aceitos pondendo a um ágio de 281% em rela-
ção ao preço mínimo de 1,8 bilhões de
recursos do FGTSFGTS na aquisição das ações. Do mesmo modo, merece reais. Foram realizadas no ano de 2000
destaque a alienação das ações do Banco do Estado de São Paulo – Banespa, vendas de participações minoritárias da
União incluídas no PND no âmbito do
realizada em 20 de novembro. Nessa operação o banco espanhol Santan- Decreto 1068/94, bem como licitadas,
pela Agência Nacional de Energia Elétri-
der Central Hispano adquiriu 60% do capital votante do Banespa por 7 ca - ANEEL, concessões para exploração
de novos aproveitamentos hidrelétricos
bilhões de reais, correspondendo a um ágio de 281% em relação ao preço e de novas linhas de transmissão. No
mínimo de 1,8 bilhões de reais. Foram realizadas no ano de 2000 vendas ano 2001 foram realizados dois leilões
de concessão dos serviços de telefonia
de participações minoritárias da União incluídas no PND no âmbito do celular para as Bandas D e E. As Áreas
2 e 3 da Banda D e Área 1 da Banda E,
Decreto 1068/94, bem como licitadas, pela Agência Nacional de Energia foram vendidas para a Telecom Itália,
Elétrica - ANEEL, concessões para exploração de novos aproveitamentos representando, respectivamente, 543
milhões de reais, com ágio de 0,56%,
hidrelétricos e de novas linhas de transmissão. No ano 2001 foram realiza- 997 milhões de reais, com ágio de
40,42% e 990 milhões de reais, com
dos dois leilões de concessão dos serviços de telefonia celular para as Bandas ágio de 5,3%. A Área 2 da Banda D foi
arrematada pela Telemar, pelo valor
D e E. As Áreas 2 e 3 da Banda D e Área 1 da Banda E, foram vendidas de 1.102 milhões de reais, com ágio de
para a Telecom Itália, representando, respectivamente, 543 milhões de re- 17,3%, e as Áreas 2 e 3 da Banda E não
tiveram lances ofertados no dia do lei-
ais, com ágio de 0,56%, 997 milhões de reais, com ágio de 40,42% e 990 lão. Em 30 de abril de 2001 foi realizado
leilão de ações, no âmbito do Decreto
milhões de reais, com ágio de 5,3%. A Área 2 da Banda D foi arrematada 1.068/94, totalizando 26 milhões de
reais, e, em 18 de julho encerrou-se a
pela Telemar, pelo valor de 1.102 milhões de reais, com ágio de 17,3%, e oferta pública, no Brasil e no exterior,
as Áreas 2 e 3 da Banda E não tiveram lances ofertados no dia do leilão. de 41.381.826 ações preferenciais da
Petrobrás, representativas de 3,5% do
Em 30 de abril de 2001 foi realizado leilão de ações, no âmbito do Decreto seu capital total, perfazendo com a
venda um total de 808,3 milhões de dó-
1.068/94, totalizando 26 milhões de reais, e, em 18 de julho encerrou-se a lares norte-americanos. Em janeiro de
oferta pública, no Brasil e no exterior, de 41.381.826 ações preferenciais da 2002 foi privatizado o Banco do Estado
do Amazonas – BEA, por 76,8 milhões
Petrobrás, representativas de 3,5% do seu capital total, perfazendo com a de dólares norte-americanos.
dade dos agentes da economia, como é o caso das atividades exercidas pelos
órgãos ambientais e de defesa da concorrência.36 Espelhando a pluralidade de
significados que o termo pode abarcar, observa Vital Moreira:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR 1:
CASO GERADOR 2:
titui um custo não desprezível nesse processo. Também têm notícia de que
precisam se submeter a uma plêiade de autoridades reguladoras, não apenas
à agência responsável pelo setor elétrico, mas também, dentre outras, a en-
tidades ambientais e de defesa da concorrência. Isso para não falar na carga
tributária incidente sobre a atividade.
Por outro lado, estão cientes de que o mercado de geração brasileiro ca-
minha no sentido da implementação de um regime de livre concorrência,
havendo consumidores livres, isto é, aptos a escolher de quem adquirir ener-
gia. Esse parece um segmento interessante para o grupo, que acredita que
sua expertise e vasta experiência internacional lhe permitirá produzir a preços
competitivos. No entanto, o grupo teve ciência de que, no Brasil, o mercado
de compra e venda de energia elétrica já sofreu diversas mudanças em seu
marco regulatório desde o início do processo de desestatização do setor, na
década de 90.
Diante de tantos questionamentos, o Grupo ABC Power decide contratar
assessoria jurídica para lhe detalhar as formas de participação do Estado sobre
a atividade econômica e as transformações sofridas a partir dos anos 90. Ten-
do sido contratado para esse trabalho, o que você teria a relatar e aconselhar
ao Grupo?42
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
42
Adaptado do Caso Gerador constante
da apostila “Histórico e privatização
do Setor Elétrico”, elaborada pela
pesquisadora Patrícia Sampaio sob a
orientação da Professora Elena Landau
para o Curso de Regulação do Setor de
Energia Elétrica do Programa de Educa-
ção Continuada da Escola de Direito da
Fundação Getulio Vargas.
CASO GERADOR:
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
A norma tem por finalidade evitar que a condução do serviço público seja
atribuída a outras pessoas que não as licitantes vencedoras da licitação sem
prévia aprovação do poder público, já que, em tese, a referida transferência
ou alteração de controle pode vir a prejudicar a execução do serviço.
Note-se, por outro lado, que a lei não veda a transferência da concessão nem
a alteração do controle acionário. Ao contrário, admite-as expressamente, desde
que previamente aprovadas pelo poder concedente. Essa possibilidade tem ra-
zão de ser, por exemplo, à vista dos longos prazos dos contratos de concessão,
que muitas vezes alcançam três décadas (ou mais, em caso de prorrogação), não
podendo se esperar que, durante todo esse largo período temporal, não possa a
situação da concessionária e de seu grupo econômico vir a ser alterado. Entretan-
to, em prol da preservação da continuidade e da qualidade do serviço, a lei exige
que haja prévia aprovação do poder público a toda e qualquer mudança que
implique transferência da concessão ou alteração do seu controle societário.
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
midor para obter algo que com aquele contrasta. Usuário inadimplente
no pagamento de suas contas. Suspensão do fornecimento por falta de
pagamento. Auto-tutela admitida por lei após prévio aviso comprovado
nos autos.52
Entretanto, até a presente data, o referido diploma legal não foi exarado,
de forma que se tem, nesse aspecto, um hiato normativo.53 A ausência de
norma expressa, contudo, não impede o reconhecimento dos direitos dos
usuários de serviços públicos, a partir da aplicação das previsões da Lei nº
8.987/1995 (a Lei de Concessões e Permissões de Serviços Públicos), bem
como dos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor, naquilo em não
conflitarem com a ordenação jurídica dos serviços públicos.
Vistos, etc.
A Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Ceará, ajuizou Ação
Civil Pública contra a ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica
e a COELCE - Companhia de Energia Elétrica do Estado do Ceará,
pedindo o reconhecimento de alegada “ilegalidade e inconstituciona-
lidade da autorização concedida pela ANEEL - Agência Nacional de
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR 1:
CASO GERADOR 2:
1. João, morador de área pobre da cidade, não paga a conta de luz de sua
humilde casa há três meses, desde que perdeu seu emprego. 65
STJ, RESP 757016, Min. Humberto
Martins, DOU 09.08.2006
2. Maria também não paga sua conta de luz há seis meses, pois, consi-
derando o seu apertado orçamento, está priorizando a economia de recur-
sos para reformar sua casa. Acredita que seu consumo, sendo relativamente
baixo, não trará qualquer prejuízo à “portentosa” concessionária, que possui
como acionistas controladores de fundos de investimento e pujantes grupos
internacionais.
3. Adicionalmente, a prefeitura da cidade onde moram João e Maria tam-
pouco paga a conta de energia elétrica de suas repartições há mais de um
ano, pois o prefeito vem priorizando investimentos nas escolas do municí-
pio, alegando não sobrar recursos para essa despesa. A prefeitura depende da
energia elétrica não apenas para iluminar suas repartições, mas também para
o funcionamento de escolas e hospitais.
4. A concessionária que presta o serviço público de transporte urbano na
cidade, por força de contrato de concessão, tampouco paga a conta de luz há
mais de seis meses, alegando que a receita arrecadada com a venda de pas-
sagens tem sido insuficiente para cobrir todos os seus gastos, sendo que está
priorizando o pagamento dos funcionários.
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
Veja-se que a lei exige que haja lei específica autorizando a encampação,
a qual somente pode ser efetivada após o pagamento da indenização ao par-
ticular.
A caducidade, ao revés, poderá ocorrer nos casos de inexecução total ou
parcial, pela concessionária, dos deveres assumidos no contrato de concessão:
para todos os usuários e de ter, por fim, a satisfação de uma necessidade cole-
tiva. Dentre as cláusulas essenciais do contrato encontram-se aquelas relativas
aos bens reversíveis e aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das
indenizações devidas à concessionária.
No que concerne às Concessionárias impõe-se, segundo o art. 31 da men-
cionada Lei nº 8.987/1995, manter em dia o inventário e o registro dos bens
vinculados à concessão, e zelar pela integridade dos mesmos. Esse regramento
tem a finalidade de zelar pelo real cumprimento dos objetivos da concessão,
traçando, de forma rígida, comportamentos a serem adotados por ambos os
contratantes, notadamente para que o serviço público concedido seja presta-
do de modo a alcançar os interesses da coletividade.
Cumpre salientar que a reversão de bens constitui um preceito tradicional
nas leis brasileiras referentes às concessões de serviços públicos. Nesse sen-
tido, a normativa vigente estabelece que, extinta a concessão, retornam ao
poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos
ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
É de notar-se que a reversão pode ser definida como a entrega pelo con-
cessionário ao poder concedente dos bens vinculados à concessão, por oca-
sião do fim do contrato, em virtude de sua destinação ao serviço público, de
modo a permitir sua continuidade. Essa devolução constitui um corolário
do contrato em que o concessionário se coloca transitoriamente em lugar do
Poder Público concedente para a prestação de um serviço que incumbe a este.
Assim é a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, “a reversão é a passagem
ao poder concedente dos bens do concessionário aplicados ao serviço, uma
vez extinta a concessão. Portanto, através da chamada reversão, os bens do
concessionário, necessários ao exercício do serviço público, integram-se no
patrimônio do concedente ao se findar a concessão.”70
O ponto nodal nesse campo de questões está em saber se a reversão atinge
a todos os bens que entraram no acervo da concessão. Com efeito, a diver-
gência em torno da qualificação dos bens reversíveis é freqüente, e isso se
deve, na maioria das vezes, a pouca precisão dos editais de licitação e das
cláusulas contratuais.
Pode-se assegurar que não há uma regra clara na legislação em vigor sobre
os chamados bens reversíveis. Nada obstante, costuma-se conceituá-los como
aqueles diretamente vinculados e necessários ao serviço público, que integra-
rão o patrimônio do concedente ao se findar a concessão.
Ressalte-se que os bens envolvidos na prestação do serviço objeto da conces-
são podem ser públicos ou privados, dependendo de sua origem. A esse propó-
sito, ao discorrer sobre o regime dos bens de propriedade da empresa estatal que
desempenha serviço público, mediante concessão ou permissão, doutrina Maria
Sylvia Zanella di Pietro que ela possui um patrimônio próprio, embora tenha 70
Celso Antônio Bandeira de Mello.
que se utilizar, muitas vezes, de bens pertencentes à pessoa pública política. Prestação de Serviços Públicos e Admi-
nistração Indireta. RT, 1973, p.53.
propriação, não só dos bens da empresa mas também do seu capital. Não se
pode olvidar que a reversão está sujeita a postulados fundamentais dos quais
o poder concedente não pode afastar-se, podendo-se citar como exemplo
o de que ninguém deve enriquecer-se às expensas de outro. Com base neste
princípio, aliás, é que a Lei de Concessões (Lei nº 8.987/1995), no seu art.
36, se preocupou em prever o instrumento da indenização para o caso de
investimentos feitos pelo concessionário referentes a bens reversíveis que não
tenham sido amortizados.77 Cabe enfatizar que, em princípio, por ocasião do
término do prazo contratual, todos os investimentos já devem ter sido amor-
tizados ou depreciados. A esse respeito, recorre-se do magistério de Maria
Sylvia Zanella di Pietro: “Nesse caso, extinta a concessão ou a permissão, pelo
decurso do prazo inicialmente estipulado, estará, em princípio, coberto o va-
lor da indenização. Se a amortização não tiver sido total, por qualquer razão,
ou se a extinção se der antes do prazo estipulado, caberá ao poder concedente
indenizar o concessionário pelo valor restante, ainda não amortizado. É o que
estabelece o art. 36 da lei 8.987.”78
Com essas duas reservas, ao termo final do contrato de concessão o po-
der concedente pode recolher o acervo vinculado ao contrato em condições
regulares, capazes de assegurar a continuidade do serviço, e o concessionário
recobrar inteiramente o que fora investido durante o contrato na manuten-
ção dos bens reversíveis.
Via de regra, o prazo contratual é dimensionado em função de uma pre-
visão inicial dos investimentos necessários. Porém, num contrato de longa
duração, há sempre a necessidade de se fazer novos e até mesmo imprevis-
tos investimentos, inclusive em período próximo ao final da concessão, tudo
com o objetivo, como diz a lei79, de “garantir a continuidade e atualidade do
serviço concedido”.
Destarte, os investimentos adicionais feitos pela concessionária podem ser 77
Art. 36. A reversão no advento do
termo contratual far-se-á com a inde-
insuscetíveis de amortização no prazo estabelecido inicialmente. Desse modo, nização das parcelas dos investimentos
vinculados a bens reversíveis, ainda
somente se for garantido à concessionária o retorno da totalidade dos investi- não amortizados ou depreciados, que
mentos efetuados, ela os fará, atendendo com isso os interesses dos usuários. tenham sido realizados com o objetivo
de garantir a continuidade e atualidade
Vale notar, todavia, que apesar da lei dispor sobre o pagamento de indeniza- do serviço concedido.
ção, no seu art. 36, “dos investimentos vinculados a bens reversíveis”, não escla- 78
Maria Sylvia Zanella di Pietro, in Par-
cerias na Administração Pública, 3ª ed.,
receu como e quando esse pagamento deverá ser efetuado. A Lei deixa implícito Atlas, 1999, p. 86.
que, no caso de advento do termo contratual, o pagamento deverá ser feito após 79
Art. 36, Lei 8.987/1995.
a extinção (§ 2º do art. 35), mas silencia totalmente quanto à forma. 80
É o que dispõe o art. 18, da Lei
8.987/1995: O edital de licitação será
Quanto a necessidade do instrumento contratual indicar os bens que re- elaborado pelo poder concedente, ob-
verterão ao Poder Público ao término da concessão, como determina o inciso servados, no que couber, os critérios e
as normas gerais da legislação própria
X, do art. 23 da Lei de Concessões, importa assinalar que a regra também sobre licitações e contratos e conterá,
especialmente: (...) X - a indicação dos
deve ser prevista no edital da licitação.80 É de notar-se, entretanto, que essa bens reversíveis; XI - as características
dos bens reversíveis e as condições em
relação de bens constante do instrumento contratual não é taxativa, sendo que estes serão postos à disposição,
certo que outros bens que venham a ser adquiridos pela concessionária - e nos casos em que houver sido extinta a
concessão anterior;
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
A norma deixa claro que a característica que distingue as PPPs das de-
mais concessões, disciplinadas pela Lei nº 8.987/1995 (denominadas pela
lei “concessões comuns”), consiste na contraprestação pecuniária por parte
da Administração Pública. Nesse sentido, dispõe o art. 2º, §3º, da Lei nº
11.079/2004:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
A privatização do sistema carcerário pode ser uma solução para que o Po-
der Público equacione o problema que vem se agravando em alguns Estados
em termos de segurança pública. Há um déficit de vagas para presos e que
não pára de aumentar. Construir e operar as penitenciárias por meio de con-
tratos de Parceria Público-Privada (PPP) poderia ser a solução. Tanto é assim
que governos estaduais vêm pensando na medida há anos, sem, contudo,
chegar à implementação.
LEITURA COMPLEMENTAR:
85
BRAGA, Fabiana Andrada do Amaral
GARCIA, Flavio Amaral (coord.) Parcerias público-privadas. Revista de direi- Rudge. PPP: O Fundo Garantidos, a
execução das garantias e a compati-
to da Associação dos Procuradores do Novo Estado do Rio de Janeiro. Rio de bilidade com o sistema constitucional
dos precatórios. Revista de Direito da
Janeiro: Lumen Iuris, 2006, v. XVII. Associação dos Procuradores do Novo
Estado do Rio de Janeiro, v. XVII – Par-
SOUTO, Marcos Juruena Vilela. Direito administrativo das parcerias. Rio de cerias público-privadas (coord. Flávio
Janeiro: Lumen Iuris, 2005. Amaral Garcia). Rio de Janeiro: Lumen
Iuris, 2006, pp. 238 e 239.
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
TÍTULO III
DOS SERVIÇOS PRESTADOS EM REGIME PRIVADO
Capítulo I
(...)
Art. 128. Ao impor condicionamentos administrativos ao direito de
exploração das diversas modalidades de serviço no regime privado, se-
jam eles limites, encargos ou sujeições, a Agência observará a exigência
de mínima intervenção na vida privada, assegurando que:
I - a liberdade será a regra, constituindo exceção as proibições, res-
trições e interferências do Poder Público;
II - nenhuma autorização será negada, salvo por motivo relevante;
III - os condicionamentos deverão ter vínculos, tanto de necessidade
como de adequação, com finalidades públicas específicas e relevantes;
IV - o proveito coletivo gerado pelo condicionamento deverá ser
proporcional à privação que ele impuser;
V - haverá relação de equilíbrio entre os deveres impostos às presta-
doras e os direitos a elas reconhecidos.
Seção II
Da extinção
Art. 141. O decaimento será decretado pela Agência, por ato admi-
nistrativo, se, em face de razões de excepcional relevância pública, as
normas vierem a vedar o tipo de atividade objeto da autorização ou a
suprimir a exploração no regime privado.
§1° A edição das normas de que trata o caput não justificará o de-
caimento senão quando a preservação das autorizações já expedidas for
efetivamente incompatível com o interesse público.
§ 2° Decretado o decaimento, a prestadora terá o direito de manter
suas próprias atividades regulares por prazo mínimo de cinco anos, sal-
vo desapropriação.
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
FARIAS, Sara Jane Leite de. Regulação jurídica dos serviços autorizados. Rio de
Janeiro: Lumen Iuris, 2005.
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
177. (...):
I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros
hidrocarbonetos fluidos;
II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III – a importação e exportação dos produtos e derivados básicos
resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional
ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o
transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e
gás natural de qualquer origem;
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
lares por meio de concessão ou autorização, essa delegação não podia chegar a
transferir ao ente privado a titularidade sobre o resultado do produto da lavra,
sob pena de ofensa aos arts. 176 e 177. Nesse sentido, argumentou:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
Assim, restou reconhecida, em sede liminar, que a natureza dos serviços de-
senvolvidos pelo pessoal técnico das agências mostrava-se incompatível com o
regime contratual da CLT, devendo, portanto, esses servidores serem regidos pelo
regime jurídico estatutário. Nesse sentido, em 2004, veio a ser editada nova lei,
pondo fim à controvérsia, dispondo o art. 6º da Lei nº 10.871, de 24.05.2004:
Além disso, nos termos das diversas leis que autorizaram a sua criação, as
agências reguladoras brasileiras possuem natureza de autarquias em regime
especial, sendo-lhes, portanto, aplicáveis todas as prerrogativas inerentes às
autarquias em geral, tais como personalidade jurídica e patrimônio próprios,
ausência de subordinação ao Ministério ao qual se vinculam, autonomia fi-
nanceira e orçamentária, além de terem por finalidade “executar atividades
típicas da Administração que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada”, conforme a redação do
art. 5º, I, do Decreto-Lei º 200/1967.
Principais funções
Por outro lado, alguns autores defendem que “a atribuição de funções nor-
mativas a órgãos de formação não eletiva, ou de composição mista, não cons-
titui violação do princípio democrático. Deve, no entanto, ser reconhecida
dentro daquele princípio fundamental, que encerra em si mesmo os demais,
exprimindo o balanceamento das manifestações da vontade política com a
garantia dos direitos, com respeito às razões de eficiência administrativa”110.
A partir do ensinamento da doutrinadora, observam Alexandre Santos
de Aragão e Patrícia Sampaio que a possibilidade e os limites da função nor-
mativa das agências reguladoras “deve ser compreendida à luz da finalidade
do exercício da atividade administrativa, a qual reside no cumprimento das
competências constitucional e legalmente consagradas às autoridades. Nessa
109
Direito administrativo, 12a ed. São
perspectiva, entende-se a feição normativa do poder de polícia como instru- Paulo: Atlas, pp. 391/392.
mento legítimo de concretização desses objetivos. Não se trata, em qualquer 110
NICODEMO, Silvia.Gli atti normativi
delle autoritá independenti. Milão: CE-
hipótese, de autoridades administrativas exercendo competência legislativa DAM, 2002, p. 305.
ou quase-legislativa (no Brasil, a figura do regulamento autônomo mostra- 111
ARAGÃO, Alexandre Santos de e
se excepcional - art. 84, VI, da Constituição Federal), mas sim de atividade SAMPAIO, Patrícia Regina Pinheiro.
Omissão no exercício do poder norma-
normativa inserida no bojo das competências administrativas do Estado e, tivo das agências e a concorrência des-
leal. In: ARAGÃO, Alexandre Santos de
por conseguinte, subordinada, sempre, à legalidade”111. (coord.) O poder normativo das agências
reguladoras. Rio de Janeiro: Forense,
De todo modo, há de se atentar para os riscos de desvios ou exercício 2006, p. 547.
abusivo dessa competência. Conforme salienta Sérgio Guerra: “na regulação 112
GUERRA, Sérgio. Controle judicial dos
normativa (portarias, resoluções, etc.), o dano pode decorrer de uma inter- atos regulatórios. Rio de Janeiro: Lumen
Iuris, 2005, pp. 350 e 351.
venção desnecessária ou inadequada no subsistema regulado. Como dito, 113
Veja-se como devem ser os procedi-
diante da imperatividade dos freios e contrapesos, são legítimas as restrições mentos para as delegações legislativas
(Art. 68 da Constituição de 1988): As
regulatórias à livre iniciativa privada, desde que razoáveis e proporcionais. leis delegadas serão elaboradas pelo
Presidente da República, que deverá
Por isso, a regulação normativa deve ser praticada por meio de uma interpre- solicitar a delegação ao Congresso
tação voltada para frente, orientada na ponderação de interesses, custos, ônus Nacional. § 1º - Não serão objeto de
delegação os atos de competência
e benefícios da ação regulatória.”112 exclusiva do Congresso Nacional, os de
competência privativa da Câmara dos
É possível concluir que as agências reguladoras têm o poder-dever de exer- Deputados ou do Senado Federal, a
matéria reservada à lei complementar,
cer uma função normativa secundária, desde que observadas as normas hie- nem a legislação sobre: I - organização
rarquicamente superiores. Essa função normativa das agências reguladoras do Poder Judiciário e do Ministério
Público, a carreira e a garantia de seus
não é primária, e sim secundária, haja vista que, entre nós, a função nor- membros; II - nacionalidade, cidadania,
direitos individuais, políticos e eleito-
mativa primária é precípua do Poder Legislativo, sendo exercida de forma rais; III - planos plurianuais, diretrizes
extravagante pelo Poder Executivo, seja por meio de medidas provisórias ou orçamentárias e orçamentos. § 2º - A
delegação ao Presidente da República
delegação legislativa113. terá a forma de resolução do Congresso
Nacional, que especificará seu conteú-
Diogo de Figueiredo Moreira Neto denota que além da modalidade tradi- do e os termos de seu exercício. § 3º - Se
a resolução determinar a apreciação do
cional da regulamentação secundária, que produz efeitos introversos, como ca- projeto pelo Congresso Nacional, este
racterística dos órgãos administrativos, existem aquelas tipicamente regulatórias, a fará em votação única, vedada qual-
quer emenda.
sobre as matérias que lhe competem para equilibrar o subsistema regulado, 118
Parte da doutrina compreende a fun-
ção normativa como uma “delegação
diversamente das leis que, editadas pelo Poder Legislativo, assumem caráter de poderes”. Ao examinar a função legi-
ferante à luz da teoria da separação dos
genérico e sem concretude. Nas palavras de Marcos Juruena Villela Souto: poderes, o constitucionalista Alexandre
de Moraes acentua que as Agências
Reguladoras poderão receber do Poder
o legislador não tem, necessariamente, o conhecimento técnico nem Legislativo, por meio de lei de iniciativa
do Poder Executivo, uma “delegação”
a proximidade dos fatos a editar a norma, que, por isso, deve se manter para exercer seu poder normativo de
regulação. Adverte, contudo, que com-
num plano de generalidade, para abrigar todas as situações; não é, assim, pete ao Congresso Nacional a fixação
viável que adentre em detalhes; ademais, as normas sobre o funciona- das finalidades, dos objetivos básicos
e da estrutura das Agências, bem como
mento do mercado tendem a ser normas técnicas, econômicas e finan- a fiscalização de suas atividades. No ar-
tigo intitulado “Agências reguladoras”,
ceiras, que mudam com a evolução tecnológica ou comercial; se a lei na obra coletiva de igual título sob a
cuidasse de cada detalhe, estaria constantemente desatualizada e provo- organização do Autor. (São Paulo: Atlas,
2002, p. 20). Também se referindo à
caria a freqüente necessidade de movimentação do Poder Legislativo.117 função normativa das Agências Regula-
doras como “delegação”, Tércio Sampaio
Ferraz Júnior sustenta que com a cria-
ção das Agências Reguladoras, ocorre
Contudo, parte da doutrina sustenta que não se trata de “delegação”, haja “uma ostensiva delegação de poderes,
vista que a função reguladora – incluindo parcela normativa – não compe- quase-lesgislativos, outros quase-judi-
ciais e outros quase-regulamentares”.
te originariamente ao Poder Legislativo.118 Se por um lado se admite como Agências reguladoras: legalidade e
constitucionalidade. Revista Tributária
constitucional a função normativa prevista expressamente nas leis de criação de Finanças Públicas, Rio de Janeiro,
das agências reguladoras,119 entende-se, por outro, que a função regulamentar v. 35, p. 143-158, nov./dez. 2000.
Floriano Peixoto de Azevedo Marques
de competência do presidente da República não se confunde com a função Neto utiliza a expressão “delegação de
poderes” para as Agências Reguladoras
reguladora das agências reguladoras, que, em parte, se consubstancia na edi- pela lei de criação da entidade, confor-
me nota de rodapé nº 48, do artigo A
ção de normas regulamentares.120 nova regulação estatal e as agências in-
Parte da doutrina compreende a função normativa como uma “delega- dependentes. In: SUNDFELD, Carlos Ari
(coord.). Direito administrativo econô-
ção de poderes”. Ao examinar a função legiferante à luz da teoria da separa- mico. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 93.
Marçal Justen Filho inicialmente afirma
ção dos poderes, o constitucionalista Alexandre de Moraes acentua que as que o instituto da delegação legislativa
não se aplica ao tema em estudo. Con-
Agências Reguladoras poderão receber do Poder Legislativo, por meio de tudo, logo a diante, afirma que “pode se
lei de iniciativa do Poder Executivo, uma “delegação” para exercer seu po- dar uma delegação normativa de cunho
secundário”. O direito das agências regu-
der normativo de regulação. Adverte, contudo, que compete ao Congresso ladoras independentes. São Paulo: Dia-
lética, 2002, pp. 512-513. Em sentido
Nacional a fixação das finalidades, dos objetivos básicos e da estrutura das contrário - ao qual aderimos - denota
Agências, bem como a fiscalização de suas atividades. No artigo intitulado Alexandre Santos de Aragão: “nestes
casos, o que temos na realidade, é a
“Agências reguladoras”, na obra coletiva de igual título sob a organização execução pela Administração Pública
da Lei, que, contudo, deixou de estabe-
do Autor. (São Paulo: Atlas, 2002, p. 20). Também se referindo à função lecer maiores detalhes sobre a matéria
legislada, fixando apenas standards e
normativa das Agências Reguladoras como “delegação”, Tércio Sampaio finalidades gerais”. Agências regulado-
Ferraz Júnior sustenta que com a criação das Agências Reguladoras, ocor- ras e a evolução do direito administrativo
econômico., p. 411. Leila Cuéllar tam-
re “uma ostensiva delegação de poderes, quase-lesgislativos, outros quase- bém não compartilha do entendimento
de que se trata de delegação de “poder
judiciais e outros quase-regulamentares”. Agências reguladoras: legalida- normativo” às Agências Reguladoras.
de e constitucionalidade. Revista Tributária de Finanças Públicas, Rio de (As agências reguladoras e seu poder
normativo. São Paulo: Dialética, 2001,
Janeiro, v. 35, p. 143-158, nov./dez. 2000. Floriano Peixoto de Azevedo p. 116). No mesmo sentido, Romeu Fe-
lipe Bacellar Filho (O poder normativo
Marques Neto utiliza a expressão “delegação de poderes” para as Agências dos entes reguladores e a participação
dos cidadãos nesta atividade. Serviços
Reguladoras pela lei de criação da entidade, conforme nota de rodapé nº públicos e direitos fundamentais: os
48, do artigo A nova regulação estatal e as agências independentes. In: desafios da regulação na experiência
brasileira. Revista de Direito Administra-
ministrativo sancionador. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p. 215, 120
Ao comentar a função reguladora das
Agências, José Carlos Francisco afirma
ss. Ao comentar a função reguladora das Agências, José Carlos Francisco que: “a função reguladora abrangeria a
função regulamentar (de fiel execução
afirma que: “a função reguladora abrangeria a função regulamentar (de fiel das leis)”. Agência reguladora: atividade
normativa. In: Direito da Regulação. Ale-
execução das leis)”. Agência reguladora: atividade normativa. In: Direito xandre Santos de Aragão (coord.). Revis-
da Regulação. Alexandre Santos de Aragão (coord.). Revista de Direito da ta de Direito da Associação dos Procura-
dores do Novo Estado do Rio de Janeiro. v.
Associação dos Procuradores do Novo Estado do Rio de Janeiro. v. XI. Rio de XI. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2002, p.
129. Marcos Juruena Villela Souto prefe-
Janeiro: Lumen Juris, 2002, p. 129. Marcos Juruena Villela Souto prefere re a expressão “diretrizes de cunho nor-
a expressão “diretrizes de cunho normativo”, para se referir a essa parcela mativo”, para se referir a essa parcela da
função reguladora. Direito administra-
da função reguladora. Direito administrativo regulatório. Rio de Janeiro: tivo regulatório. Rio de Janeiro: Lumen
Iuris, p. 46. Em sentido restritivo, Paulo
Lumen Iuris, p. 46. Em sentido restritivo, Paulo César Melo da Cunha César Melo da Cunha sustenta que “a
natureza jurídica das Agências Regula-
sustenta que “a natureza jurídica das Agências Reguladoras não lhes auto- doras não lhes autoriza a prática de atos
riza a prática de atos regulamentares, como observado da leitura de alguns regulamentares, como observado da
leitura de alguns pronunciamentos da-
pronunciamentos daqueles que se aplicaram ao estudo e se manifestaram queles que se aplicaram ao estudo e se
manifestaram sobre o assunto, eis que o
sobre o assunto, eis que o papel da entidade regulatória se limita a editar papel da entidade regulatória se limita
atos normativos, implementá-los e a fiscalizar sua correta aplicação”. A a editar atos normativos, implementá-
los e a fiscalizar sua correta aplicação”.
regulação jurídica da saúde suplementar no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen A regulação jurídica da saúde suple-
mentar no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2003, pp. 141-142. A propósito, há possibilidade de sustação dos Juris, 2003, pp. 141-142. A propósito,
há possibilidade de sustação dos atos
atos normativos das Agências Reguladoras pelo Congresso Nacional, nos normativos das Agências Reguladoras
termos do art. 49, V, da CF. pelo Congresso Nacional, nos termos do
art. 49, V, da CF.
Caso Gerador 2:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
Ademais disso, por meio das funções executivas, as agências reguladoras fiscali- 127
Sobre as funções executivas das
Agências Reguladoras, Alexandre
zam o exercício das atividades econômicas, de modo à sua conformação aos parâ- Santos de Aragão deu destaque à
metros dos atos que consentiram o ingresso dos agentes regulados no mercado.127 competência fiscalizatória. Segundo o
Autor, são poderes para aplicar sanções
No exercício da regulação dos serviços públicos, a agência reguladora terá “decorrentes do descumprimento de
preceitos legais, regulamentares ou
acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, contratuais pelos agentes econômicos
econômicos e financeiros da concessionária.128 Nos casos de concessão de regulados”. E complementa seu enten-
dimento advertindo que a “aplicação de
serviço público, malgrado a execução por conta e risco da concessionária, sanções deve estar apoiada em algum
dispositivo legal, ainda que genérico,
resta indisputável a necessidade de ser assegurada à Administração Pública ficando a graduação e a especificação
das penalidades a serem normatizadas
(no caso, as agências reguladoras) a fiscalização das atividades desenvolvidas pela agência”. Agências reguladoras e a
pela concessionária. evolução..., cit., p. 318.
128
Nesse sentido, dispõe a Lei nº
8.987/1995: Art. 30. No exercício da
Como a Administração, pela concessão, não transfere a titularidade fiscalização, o poder concedente terá
acesso aos dados relativos à adminis-
do serviço, mas apenas sua execução, ela tem que zelar pela fiel execu- tração, contabilidade, recursos técnicos,
econômicos e financeiros da concessio-
ção do contrato. Dentro desse poder de direção e controle, insere-se nária. Parágrafo único. A fiscalização
(...) o poder de fiscalizar, de forma ampla, a execução do contrato.129 do serviço será feita por intermédio
de órgão técnico do poder concedente
ou por entidade com ele conveniada,
e, periodicamente, conforme previsto
Em que pese esse direito de ter acesso e fiscalizar todas as atividades da em norma regulamentar, por comissão
composta de representantes do poder
concessionária, isso jamais poderá representar o “poder” sobre a gestão da concedente, da concessionária e dos
companhia. Nesse sentido, diz Di Pietro com propriedade: usuários.
129
DI PIETRO, Parcerias na administração
pública. São Paulo: Atlas, p. 79.
O exercício desse poder de direção e controle constitui um poder- 130
Idem, p.80. Quanto à alteração do
dever da Administração, ao qual ela não pode furtar-se, sob pena de controle societário das concessionárias
de serviços públicos, e a atuação e in-
responsabilidade por omissão. Mas deve ser exercido dentro de limites tervenção do poder concedente, ver o
artigo de Arnold Wald (Da competência
razoáveis, não podendo a fiscalização fazer-se de tal modo que substitua das agências reguladoras para intervir
a gestão da empresa. A Administração apenas fiscaliza. Ela não admi- na mudança do controle das empresas
concessionárias. Revista de Direito Ad-
nistra a execução do serviço.130 ministrativo. Rio de Janeiro, v. 229, p.
27-43, jul./set. 2002).
131
Conforme texto gentilmente cedido
Marcos Juruena Villela Souto leciona que um importante instru- pelo Autor, de suas palestras proferidas
no Auditório do Superior Tribunal de
mento de regulação executiva é a “interpretação regulatória”, haja vista Justiça no dia 24 de junho de 2002, no
que nem sempre a generalidade da lei ou de norma se adapta ao caso Seminário organizado pelo Instituto
Brasileiro do Petróleo e pelo Sindicato
concreto. Desse modo, se impõe um juízo de equidade do agente regu- das Indústrias Distribuidoras de Com-
bustíveis, e no Encontro de Integração
lador, de modo a atender à finalidade da norma, ponderando custos e promovido pela Agência Nacional de
benefícios.131 Saúde Suplementar – ANS, no dia 10
de julho de 2002, no Rio de Janeiro,
parcialmente vertido para o idioma
francês, para apresentação como Pro-
No que tange à função de solução de controvérsias detida pelas agências fessor Visitante na Universidade de
Poitiers – França.
reguladoras, está voltada à solução de eventuais conflitos entre os diversos
132
Para João Bosco Leopoldino da
agentes regulados, entre esses agentes e os usuários/consumidores ou com o Fonseca essas atribuições não são con-
Poder Público (concedente, permitente ou autorizador). Contudo, essa atri- sideradas judicantes, pois as Agências
Reguladoras “são organismos públicos
buição suscita controvérsias em sede doutrinária quanto a sua classificação ser (a lei brasileira as caracteriza como
autarquias especiais), desprovidos
ou não considerada uma função judicante, haja vista o papel desempenhado de poder jurisdicional. Elas não têm,
diferentemente do que a lei concede
pelo Poder Judiciário em nosso ordenamento jurídico-constitucional.132 ao CADE, no Brasil, o poder judicante”.
Direito econômico. Rio de Janeiro: Fo-
rense, 2002, p. 261. Carlos Ari Sundfeld,
Para João Bosco Leopoldino da Fonseca essas atribuições não são con-
sideradas judicantes, pois as Agências Reguladoras “são organismos públi-
cos (a lei brasileira as caracteriza como autarquias especiais), desprovidos
de poder jurisdicional. Elas não têm, diferentemente do que a lei concede
ao CADECADE, no Brasil, o poder judicante”. Direito econômico. Rio de
Janeiro: Forense, 2002, p. 261. Carlos Ari Sundfeld, apesar de hesitar na
admissão da função judicante pela Agência Reguladora, no exercício de um
papel que compete ao Poder Judiciário, acaba admitindo que o Judiciário
não é capaz de conhecer todos os conflitos surgidos em decorrência da vida
cotidiana, “e das normas editadas para transformar em valores jurídicos os
novos valores que foram sendo incorporados pela sociedade”. SUNDFELD,
Carlos Ari. Introdução às agências reguladoras. In: Direito Administrativo
Econômico. São Paulo: Malheiros, 2000., p. 31. Arnold Wald e Luíza Ran-
gel de Moraes sustentam, de forma temperada, que “considerando o grau
de independência que deve ter a agência, é admissível conceber que possa,
eventualmente, ter uma competência quase judicial”. E advertem que seria
apesar de hesitar na admissão da fun-
preciso que se constituísse no âmbito da mesma uma “Câmara Especial”, ção judicante pela Agência Reguladora,
que, não sendo dotada de competência administrativa, esteja apta a julgar no exercício de um papel que compete
ao Poder Judiciário, acaba admitindo
os conflitos entre o poder concedente e o concessionário. Para esses Autores que o Judiciário não é capaz de co-
nhecer todos os conflitos surgidos em
tal solução se constituiria na organização de uma forma de contencioso ad- decorrência da vida cotidiana, “e das
ministrativo, funcionando, em relação às concessões, como os Conselhos de normas editadas para transformar em
valores jurídicos os novos valores que
Contribuintes atuam em matérias fiscais, ou como o Conselho de Recursos foram sendo incorporados pela socie-
dade”. SUNDFELD, Carlos Ari. Introdu-
do Sistema Financeiro Nacional no tocante à área bancária, sem prejuízo ção às agências reguladoras. In: Direito
Administrativo Econômico. São Paulo:
da posterior apreciação pelo Poder Judiciário de qualquer lesão de direito. Malheiros, 2000., p. 31. Arnold Wald e
Agências reguladoras. Revista de Informação Legislativa, Brasília, v.141, p. Luíza Rangel de Moraes sustentam, de
forma temperada, que “considerando
143-171, jan./mar. 1999. o grau de independência que deve ter
a agência, é admissível conceber que
Marcos Juruena Villela Souto, admitindo a função judicante das agências possa, eventualmente, ter uma compe-
reguladoras, denota que a diferença entre a função reguladora judicante e a tência quase judicial”. E advertem que
seria preciso que se constituísse no âm-
função jurisdicional é que na grande maioria dos casos a função judicante bito da mesma uma “Câmara Especial”,
que, não sendo dotada de competência
do Poder Judiciário e da própria Administração é voltada para o passado, administrativa, esteja apta a julgar os
conflitos entre o poder concedente e o
para as origens do problema e para a definição de quem errou e de quem concessionário. Para esses Autores tal
foi vítima.133 Por outro lado, a função regulatória judicante é voltada para o solução se constituiria na organização
de uma forma de contencioso admi-
futuro, impregnada de uma necessidade da interpretação prospectiva do jul- nistrativo, funcionando, em relação às
concessões, como os Conselhos de Con-
gador em vislumbrar quais são as prováveis conseqüências daquela decisão, tribuintes atuam em matérias fiscais,
ou como o Conselho de Recursos do
que não envolve apenas as partes envolvidas, mas todo o mercado que vai Sistema Financeiro Nacional no tocante
sofrer com a relação custo/benefício. E conclui que as agências reguladoras à área bancária, sem prejuízo da pos-
terior apreciação pelo Poder Judiciário
têm competência judicante, pois essas entidades autárquicas têm por obje- de qualquer lesão de direito. Agências
reguladoras. Revista de Informação
tivo a solução de conflitos entre os agentes, buscando o equilíbrio entre os Legislativa, Brasília, v.141, p. 143-171,
envolvidos.134 jan./mar. 1999.
133
Função regulatória. In: Direito em-
Por essa função judicante a agência reguladora deve buscar a promoção da presarial público. Marcos Juruena Villela
competição e, onde houver, a livre concorrência, a não discriminação, a utiliza- Souto e Carla C. Marshall (Orgs.). Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2002, p. 27.
ção eficiente e o incremento de investimentos em infra-estrutura voltada para 134
Idem.
forma de acordo entre as partes. Na solução de conflito por meio da conciliação 139
Diogo de Figueiredo Moreira Neto
denota que a previsão dessas ativida-
não se leva em conta decisões anteriores, mas somente os interesses das partes. des administrativas judicantes nas leis
de criação das Agências Reguladoras
Por sua vez, a mediação é um instrumento de resolução de conflitos por representa um importante passo do
meio do qual as partes se aproximam para alcançar tal intento. A aproxima- Direito Administrativo brasileiro, haja
vista que ultrapassa rapidamente as
ção das partes em conflito é feita por intermédio da agência reguladora, que objeções que durante muito tempo im-
pediam o desenvolvimento das formas
deverá estar em posição de neutralidade. alternativas de composição de confli-
tos. In: Novos institutos consensuais da
Como leciona Marcos Juruena Villela Souto, o recurso à mediação ação administrativa. Revista de Direito
por agente neutro é fundamental, pois o mediador intervém na pesquisa Administrativo, Rio de Janeiro, v.231,
p.129-156, jan./mar. 2003.
de soluções, no favorecimento de trocas construtivas, estimulando as co- 140
A lei de concessões de serviços pú-
municações e no enquadramento das negociações, determinando e expli- blicos (Lei nº 8.987/95) estabelece no
seu art. 23 que uma das cláusulas es-
cando as regras procedimentais, resguardando a observância das normas senciais do contrato de concessão deve
regulatórias.141 estabelecer o foro e ao modo amigável
de solução das divergências contratuais
Assim, pode-se dizer que as principais diferenças entre mediação e (inciso XV).
LEITURA OBRIGATÓRIA:
GUERRA, Sergio. Controle judicial dos atos regulatórios. Rio de Janeiro: Lu-
men Iuris, 2004, pp. 92 a 98; 125 a 140.
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
Discutir se as agências reguladoras, por não terem seu órgão máximo com-
posto por pessoas eleitas diretamente pelo sufrágio popular, carecem de legiti-
midade democrática para o exercício de suas funções, especialmente no que se
refere à competência normativa. Apresentar as teorias e os institutos que pro-
curam conferir maior transparência e permeabilidade à atuação das agências
reguladoras e, portanto, atuam no sentido da sua legitimação democrática.
INTRODUÇÃO:
“Art. 37
147
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Agên-
(...) cias reguladoras e a evolução do direito
administrativo econômico. Rio de Janei-
§ 3º. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na ad- ro: Forense, 2003, pp. 441 e 442.
ministração pública direta e indireta, regulando especialmente: 148
Agências reguladoras e a evolução
do direito administrativo econômico,
p. 442.
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
BIBLIOGRAFÍA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
Discutir se existe controle dos atos praticados pelas agências reguladoras, es-
pecialmente, a possibilidade de interposição de recurso hierárquico impróprio.
INTRODUÇÃO:
Art. 5º
(...)LV – Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes.
O art. 84, II, da Constituição Federal, por sua vez, dispõe competir pri-
vativamente ao presidente da República a direção superior da administração
federal, com o auxílio dos ministros de Estado.
Em síntese, é com fulcro nos supracitados dispositivos constitucionais, que
conferem ao presidente da República competência genérica de supervisão da
administração federal, que essa vertente doutrinária sustenta a possibilidade de,
quando uma decisão de agência reguladora for proferida em usurpação de com-
petência privativa do chefe do Poder Executivo (como no caso da definição de
políticas públicas), o ministro de Estado a que esteja vinculada a agência possa
conhecer de recurso interposto pelo administrado que se julgar prejudicado.
Explica-se a denominação recurso hierárquico “impróprio” pela ausência
de subordinação entre a entidade que expediu a decisão ou ato questionado
e a autoridade revisora.
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
O controle parlamentar
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
Art. 5º (...)
XXXV – A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito.
falta de registro não exigido em lei, configura dano à sua imagem co-
mercial, além de comprometer a própria existência da pessoa jurídica,
impossibilitada que fica de exercer suas atividades comerciais, situação
que coloca em risco, via reflexa, o emprego de inúmeros trabalhadores
que ali ganham o seu sustento diário.
4. Não se pode atribuir conotação maniqueísta e discriminatória aos
interesses comerciais da empresa requerente, tão-só porque confronta-
dos, na espécie, com os sagrados princípios que dizem o direito à vida
e à saúde da população brasileira, dos quais se coloca como guardiã a
Agência requerida. (...)
7. Agravo regimental a que se nega provimento.169
Como regra geral, tem-se que tal substituição não é possível, pois violaria
o princípio da separação dos poderes. Com efeito, o juiz, ao anular uma de-
cisão administrativa, não pode substituir o juízo de conveniência e oportuni-
dade que é próprio da Administração Pública, pois nem a Constituição nem
as leis lhe outorgam tal competência171. Assim, deverá reenviar a matéria para
nova decisão pela entidade administrativa.
Excepcionalmente, em elogio ao princípio da eficiência, parcela da dou-
trina admite que, quando apenas uma solução legítima puder ser extraída do
ordenamento jurídico, estará o juiz autorizado a determiná-la, substituindo
o ato administrativo anulado.172
LEITURA OBRIGATÓRIA
GUERRA, Sérgio. Controle judicial dos atos regulatórios. Rio de Janeiro: Lu-
men Iuris, 2005, pp. 261 a 347.
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
GUERRA, Sérgio. Controle judicial dos atos regulatórios. Rio de Janeiro: Lu-
men Iuris, 2005.
LEITE, Fabio Barbalho. O controle jurisdicional de atos regulamentares das
agências reguladoras diante do principio da moralidade administrati-
va. In: ARAGÃO, Alexandre Santos de (coord.). O poder normativo das
agencias reguladoras. Rio de Janeiro, Forense, 2006, p. 419 e ss.
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
Para Marçal Justen Filho, a responsabilidade civil do Estado por ato omis-
sivo pode ser desdobrada em pelo menos duas situações distintas:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
182
Curso de direito administrativo. São
Paulo: Malheiros, 2005, p. 600.
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
Sindicância
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30
(trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excede-
rá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério
da autoridade superior.
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a impo-
sição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demis-
são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de car-
go em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.
É todo aquele que tem por objeto a apuração de ilícito funcional. Apurado
o ilícito, aplica-se a respectiva sanção. A mencionada regra federal disciplina
a questão:
Do Processo Disciplinar
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito
resse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar
a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contra-
tação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior
ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar
a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de
serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de leno-
cínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em
obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso,
medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos
a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria
ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou
aplicação de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a
que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, ren-
das, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores in-
tegrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1°
desta lei.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
Causam Prejuízo ao Erário
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta
pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de
trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que
trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações ne-
cessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério
Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei
no 4.717, de 29 de junho de 1965.
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte,
atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
Para além das questões de fundo dogmático, muito amparado nas regras
que disciplinam o processo disciplinar, há, na doutrina pátria, um novo en-
foque da questão, sob a forma do denominado Direito Administrativo Sancio-
nador. A sanção administrativa, na visão de Fábio Medina Osório consiste:
em silêncio. 192
OSÓRIO, Fabio Medina. Direito admi-
nistrativo sancionador, p. 488.
5º, incisos LIV e LV, da CF/88.197 Não se tecerá aqui maiores considerações
sobre o princípio, o qual já foi alvo de profundo estudo no âmbito da matéria
Atividades e Atos Administrativos.
Prescrição Administrativa
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CASO GERADOR:
LEITURA COMPLEMENTAR:
197
Além disso, existe expressa previsão
no art. 93, X, da Constituição, no que
tange ao Poder Judiciário, aplicando-se
tanto às decisões jurisdicionais quanto
às decisões administrativas dos Tribu-
nais. Assim, com igual razão devem ser
motivadas as decisões da Administração
Pública. OSÓRIO, Fabio Medina. Direito
administrativo sancionador, p. 531.
OBJETIVO:
INTRODUÇÃO:
A distinção dos regimes é realizada por José dos Santos Carvalho Filho da
seguinte forma:
Referida lei deve ser editada por cada ente federativo (União, Estados e
municípios). No âmbito federal, a Lei nº 8.745/1993 dispõe sobre a contra-
tação temporária de servidores.
Por fim, vale mencionar que também são admitidos na Administração Pú-
blica pessoas estranhas aos seus quadros, na hipótese de cargos comissionados 200
Manual de direito administrativo, pp.
(que podem ser preenchidos por funcionários de carreira ou não). A previsão 491 e 492.
CASO GERADOR:
O art. 1º, caput, da Lei nº 9.986, de 18.07.2000, veio a permitir que fun-
cionários das agências reguladoras fossem contratados sob o regime de emprego
público, ou seja, submetidos às normas da Consolidação das Leis do Trabalho e
não ao estatuto dos funcionários públicos federais, nos seguintes termos:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§1º. O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa;
III – mediante processo de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
LEITURA COMPLEMENTAR:
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III
VOTO-VISTA
1
V. CELSO AN TÔNIO B ANDEIR A DE MEL L O, Curso de Direit o Admin istrat ivo ,
17 a edi ção, M alheir os Edi tores, São Paulo, 2 .004, pág. 8 06.
2
Direito Con stituc ional , 4a ediç ão, Almedi na, Coim bra, 1.9 87, pá g.
148.
3
Veja-se MOD ESTO CA RVALHO SA ( Pode r econômico ² a fenome nologi a ² se u
disciplin amento jurídi co , São Pa ulo, 1967, p ág. 30): o v ocábul o
³PRQRSyOL R´ WHP RULJH P QD DGLomR G H GXDV SDODYUDV JU HJDV ³PRQ RV´ Vy
³SROHLQ´ YHQG HU donde vend er só ´ No mesmo sent ido, HAROLD G. FO X,
Monopolie s an d pat ents; a s tudy of th e his tory and future of the
patent mon opoly, Toront o, The U niv ersity of T oronto Press, 1.947, pá g.
19. O vocáb ulo m onopól io é gera lmente entend ido, entre nós, com o
expressiv o da posiçã o dominan te de um agente econôm ico. Ora, ai nda q ue
o vocábulo passe a i déia de que seu dete ntor é t itular de
independê ncia e ind iferen ça no m ercado, a sin onímia entr e ele e a
expressão po sição domi nante é eq uivocada. Ta lvez a confus ão entr e
essas expres sões tenh a o ULJHP QD W UDGXomR GR WHUP R ³PRQRSR O\´ SDUD D V
OtQJXDV OD WLQDV 0RQRS RO\ F RPR DVVLQDOD 7 +20$6 ( .$83( 5 ³$UW LFO H
H[FHVVL YH SULFHV DQG UHIXVD OV WR GHDO´ Antitr ust Law Jour nal , v.
59, 199 1, p ág. 443), é c ompará vel à ex pressã o po sição domin ante ma s
não, nece ssaria mente, a mon opólio .
4
Monopólio de ativ idade e conômi ca ± Petrobra s ± Prop riedad e e empr es a
± Bens pú blicos , in R DA 222 :361-3 64 .
5
FRITZ MACHLU P, em sua cláss ic a obra The p olitic al ec onomy o f
monopoly, iden tifica a s eguint e cr onologia dos monopó lios, na h istór ia
antiga: 347 a.C. ² D SDO DYUD ³PR QRSyOLR´ p XWLOL] DGD SHOD SULPH L UD
vez, na Políti ca de Aristó teles; aproximada mente 30 d.C . ² Tiber ius
LQWURGX] D SDODYU D ³P RQRSyO LR´ Q D OtQJXD ODW LQD HP XP FRP XQLFDG R DR
Senado; aprox imadam ente 79 d .C . ² P linius faz refe rência às
reclamaçõ es dos cida dãos cont ra os excessos dos mon opólio s; 483 d.C. ²
Zenão proíbe tod os os monopóli os, quer aqueles criado s em virtude de
decreto i mperia l ou d a ação priva da .
6
A Política , I, 11, na trad. de J. Tricot, qu atriè m e tirage , Libra ir ie
Philosoph ique J . Vrin , Pari s, 1.9 82 , pág. 70 .
7
HAROLD G. FO X, Mono polies a nd pat ents , cit. , pág. 20 , sobre o siste ma
GH FRPpUFL R QD 5RP D DQWLJ D ³7KH 5RPDQ WKHR U\ RI WU DGH ZDV WKDW RI
free competi tion, but th e practice of obtaining ex cl usive sale wa s so
ZLGHVSUHD G WKDW WKH 6HQ DWH UHFHL Y HG PDQ\ FRPSOD LQWV RQ WKH VX EMHF W´
(pág. 22) .
8
HAROLD G. F OX, M onopol ies an d pa tents, c it., pág. 22. E ssa po lític a
de monopó lios f oi reg ulamen tada p el o Édito d e Zenã o (ou Zeno), de 48 3.
9
FRANCESC HELLI (Trat tato d i dir itto indu strial e , Mil ano, I , 1960 ,
pág. 77) dá de staque ao pr ocess o que cu lminou na di stinçã o ent re
monopólio s lícitos e ilíci tos: a outorga de monop ólios, na medi da em
TXHD³FD XVDSX EOLFDH XWLOL WDWLV YH OQHFHVVL WDWLV´ HUD MXVWLI LFDGD
10
11 Coke 84, 77 Eng.R ep. 12 60 (K. B. 1603).
11
Direito Públic o ± Est udos e Par eceres, S araiva , São Paulo, 1.996 ,
pág. 148; afirm ação r eitera da na pá gina 151.
12
Comentá rios à Cons tituiç ão de 1967 com a Emenda n. 1 de 1969 , 2 a ed.,
São Paulo , Revi sta do s Trib u nais, 1 .972, t. 6, pág . 86.
13
As Constitu ições de 1 .946 e de 1.967 -69 fa cultav am aos Pod eres
3~EOLFRV VRE FHU WDV FRQ GLo}HV ³P RQRSROL]D U GHWHU PLQDGD LQG~VW ULD R X
DWLYLGDGH ´
14
Direito Público - Estudo s e Pareceres, ci t., pág. 152: ".. . o
agente execu tor do monopól io não precisa ter a propri edade dos ben s,
móveis o u imó veis, utili zados na e xploração da ativid ade m onopol izad a,
podendo, por ex emplo, tomá - los em a rrendamen to de tercei ros".
15
RUBENS REQU IÃO, Cur so de dire i to comerci al , 8ª ed. , São Paul o ,
Saraiva, 1.977, pág. 47.
16
Idem, pá g. 57.
17
Teoria d o estab elecim ento c omerc ial , São Paulo, Max Li monad, 1969 ,
páginas 18 e 19. Em idêntico se nt ido, SYLVIO MARC ONDES, Pro blemas de
direito m ercant il , Sã o Paul o, Max L imonad, 1 970, p ág. 13 6.
10
18
Aqui mencion o a ativid ade econ ômi ca em geral, nã o apenas e m sentid o
estrito. Pa ra a distinç ão entre at ividade eco nômica em se ntido amp lo e
atividade eco nômica em senti do e strito , meu A or dem econôm ica n a
Constitui ção de 1 988 , 9 a ediçã o, M alheiros E ditore s, São P aulo, 2. 00 4,
págs. 93 e ss.
11
19
Ob. cit. , pág. 151; tb pág . 152.
12
13
14
15
16
20
Meu A or dem ec onômic a na C onstit ui ção de 19 88 , ci t., pá gs. 21 5-6.
21
Os atribut os da esp eciali dade e da general idade, que apar tam as
normas gerai s das especiai s, deri vam de um juízo de comparaçã o ent re
duas nor mas [N ATALIN O IRTI , /¶H Wj GHOOD GHFRG LILFD] LRQH , 4ª ed .,
Milano, Giuff rè, 1.999, 53 e ss .] . Norma ger al e norm a esp ecial n ão
são geral e esp ecial e m si e por s i, mas se mpre r elativ amente a outr as
normas. A ssim, uma no rma que é ger al em rel ação à outra, pode ser ti da
como espe cial e m face de um a terc ei ra.
17
22
Não há l imitaç ões aos direi tos de propri edade; há li mitaçõ es tão-
somente à p roprie dade. Isso porq ue os regim es de pro prieda de sã o
aqueles defi nidos pel a ordem ju rídica. Vale di zer: o direi to de
proprieda de só tem exist ência no c ontexto da orde m jurídic a, tal com o
o definiu a ord em jurí dica. Por ce rto que, na com paraçã o entre orden s
jurídicas distin tas, po der -se -á af irmar que n esta, e m relaç ão àque l a,
a propr iedade é mais ² ou men os ² di latada , em deco rrênci a de s er
menos ou mais l imitad a. Não, porém , que o d ireito de pro prieda de aqu i
ou ali seja li mitado , neste ou naquele gr au. Cada d ireito de
proprieda de é dire ito inte gral nos quadra ntes da or dem jurí dic a
positiva que o conte mpla ( vide RENATO A LESSI, Princ ipi di Dirit to
Amministr ativo, v. II , Giuf frè Ed it ore, Milã o, 1.9 78, p. 590).
18
23
Decreto n . 3.52 0/00.
24
Decreto n. 2.9 26/99.
19
20
21
25
A lei referida no § 1 o do art ig o 177 da Constitu ição do Bras il é
especial em r elação à L ei n. 8.666/93; ao caso não s e apl ic a ,
portanto, o dispo sto no in ciso VIII do art igo 24 de sta últ i ma
22
>³DTXLVLo mR SRU SHVVRD MXU tGLFD GH GLUH LWR S~EOLF R LQ WHUQR GH EH QV
produzido s ou serviços pre stados por órgão ou entidad e que integre a
Administr ação Púb lica e que tenh a sido criado pa ra ess e fim esp ecífi co
em data ant erior à v igênci a des ta Lei, desde que o p reço contr ata do
VHMDFRPS DWtYHO FRPR SUDWL FDGRQ R PHUFDGR´@
23
Demonstro-o.
24
25
26
Vide meus Ensaio e disc urso s obre a int erpret ação/a plicaç ão d o
direito, 2 a ediç ão, M alheir os E dit ores, S ão Pa ulo, 2.003 , pág s. 4 0 e
121-2 e A ordem ec onômic a na Cons tituição de 1 988 , cit. , 2.004, p á g.
150.
26
27
Vide Carlos E duardo B ulhões P e dreira, Mo nopóli o ± Gás, in RT D P
10:154 e ss.
27
28
28
Dicção de E DUARDO GARCI A DE ENTER RIA e T OMAS -R AMON FERNAN DES, C urso
de Derecho Admi nistra tivo , 4ª ed., v. I, Madrid, Civitas , 1.983, pá g.
34.
29
ANEXO IV
Despacho do Consultor-Geral da União nº 438/2006
PROCESSO Nº 50000.029371/2004-83
À consideração.
Constituição
Lei nº 10.233/2001
Decreto-Lei nº 200/67
Lei n° 9.784/99
(...)
(...)
(...)
(...)
"Acórdão:
Decreto-Lei nº 200/67
(...)
a) Autarquias; (...).
(...)
Constituição
(...)
LC nº 73/93
Constituição
ainda que inexistente essa previsão ou que receba ele qualquer outra
denominação, esse recurso é cabível, porque decorrente do direito
constitucional de petição, servindo de meio para que o administrado possa
provocar a incidência da supervisão ministerial, que, de qualquer forma,
poderia realizar-se inclusive de ofício.
ANCINE - MP nº 2.228-1/2001
ainda trata da autonomia nas suas decisões técnicas . Por fim, a última lei
editada sobre as agências, que trata sobre a ANAC , sem dúvida é a mais
completa, pois prevê: ausência de subordinação hierárquica em relação ao
Ministério supervisor, capacidade de decidir em último grau administrativo
sobre as matérias de sua competência e poder de apreciar recursos contra as
penalidades por ela impostas . Diz ainda a Lei nº 11.182/2005 acerca da
ANAC, repita-se, dada a relevância do dispositivo:
38.A ausência de rigor técnico aqui é tamanha que apenas alguns dados
bastam para comprovar isso. Primeiro: as leis que tratam da ANEEL e da ANP
não prevêem nenhum pedido de reconsideração ou recurso a ser julgado pelas
próprias agências, não sendo crível que a elas não seja dado rever suas
próprias decisões e que os particulares não possam demandar nesse sentido.
Segundo: a Lei da ANA diz expressamente que "compete à Diretoria Colegiada
conhecer e julgar pedidos de reconsideração de decisões de componentes da
Diretoria", quando, tecnicamente, se o órgão que apreciará o pedido (Diretoria
Colegiada) não é o mesmo que proferiu a decisão (componentes da Diretoria),
não há que se falar em pedido de reconsideração, mas em recurso, como
corretamente previsto nas Leis da ANS e da ANCINE. Terceiro: as Leis da
ANATEL, ANVISA e ANAC fazem o contrário, pois prevêem o cabimento de
recurso contra suas próprias decisões, a serem julgados por elas mesmas,
quando o correto seria falar-se em pedido de reconsideração, porque apreciado
pelo mesmo órgão que proferiu a decisão impugnada.
submetidas à aprovação do Senado Federal , como prevê o artigo 52, III, "f" da
Constituição. A Lei nº 9.986/2000 reiterou essa uniformidade de tratamento:
Lei nº 9.986/2000
Constituição
(...)
Constituição
Constituição
(...)
Constituição
Lei nº 8.880/94
"(...)
O CADE não pode, assim, agir ultra vires , além dos limites
estabelecidos em nosso ordenamento positivo. O extravasamento
do âmbito de sua atuação material tornará írritas as resoluções
dele emanadas. Daí a advertência de Hely Lopes Meirelles, de
que 'todo ato... realizado além do limite de que dispõe a
autoridade incumbida de sua prática é inválido, por lhe faltar um
elemento básico de sua perfeição, qual seja, o poder jurídico para
manifestar a vontade da Administração' (ver 'Direito Administrativo
Brasileiro', p. 111, 13ª ed., 1987, RT).
Há, pois, o CADE, que se adstringir aos limites fixados em lei, que
restringem, tematicamente, o campo de incidência de sua
atuação, sob pena de nulificar-se o procedimento por evidente
incompetência material desse órgão administrativo.
(...)
"Ementa:
3. O cerne da controvérsia.
Lei nº 10.233/2001
(...)
(...)
(...)
(...)
LC nº 73/93
(...)
(...)
(...)
MP nº 2.180-35/2001
Lei nº 11.182/2005
LC nº 73/93
(...)
MP nº 2.229-43/2001
84.Por outro lado, esse fato não chega a invalidar a deliberação final da
ANTAQ. A uma, por que sua Diretoria não estava vinculada no mérito à
recomendação da Procuradoria; a duas, porque de qualquer forma ratificou-se
essa manifestação pelo seu Procurador-Geral.
Consultor da União
ANEXO V
Documento: 601083 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 06/02/2006 Página 2 de 14
RELATÓRIO
Documento: 601083 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 06/02/2006 Página 4 de 14
EMENTA
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. VÍCIOS FORMAIS. INEXISTÊNCIA.
APLICAÇÃO DA PENA DE DEMISSÃO. DESPROPORCIONALIDADE
CONFIGURADA NA ESPÉCIE. SEGURANÇA CONCEDIDA EM PARTE.
1. A autoridade administrativa, ciente da prática de qualquer irregularidade no
serviço público, deve, de ofício, por mandamento legal, determinar a apuração dos
fatos imediatamente, assegurada ao acusado a ampla defesa. Inteligência do art.
143 da Lei n. 8.112/90.
2. A sindicância, que visa apurar a ocorrência de infrações administrativas, sem
estar dirigida, desde logo, à aplicação de sanção, prescinde da observância dos
princípios do contraditório e da ampla defesa, por se tratar de procedimento
inquisitorial, prévio à acusação e anterior ao processo administrativo disciplinar,
ainda sem a presença obrigatória de acusados.
3. A jurisprudência desta Corte Superior é pacífica em afirmar que o excesso de
prazo para conclusão do processo administrativo disciplinar não conduz à nulidade
deste.
4. O mandado de segurança somente se viabiliza quando o alegado direito líquido
e certo, que se visa proteger, vier comprovado de plano, aferindo-se sua
existência apenas com as provas trazidas com a impetração, nos limites do
procedimento sumário, característico dos remédios constitucionais.
5. A autoridade julgadora pode acatar o parecer de sua Consultoria Jurídica,
servindo aquele como elemento integrante do ato demissionário, sem que isso
vicie o procedimento administrativo.
6. A punição administrativa há de se nortear, porém, segundo o princípio da
proporcionalidade, não se ajustando à espécie a pena de demissão, ante a
insignificância da conduta do agente, consideradas as peculiaridades verificadas.
7. Segurança concedida em parte para o fim específico de anular-se a Portaria n.
469, de 29 de março de 2005, que demitiu o impetrante do cargo de Policial do
Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Ministério da Justiça, sem
prejuízo de eventual apenamento menos gravoso, pelas infrações disciplinares
detectadas, a partir do procedimento administrativo disciplinar instaurado.
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA (Relator):
1. Em linha de princípio, insta asseverar que não é motivo para inibir a
instauração de sindicância ou de processo administrativo disciplinar, por ausência de justa
causa, a ilegalidade e/ou inconstitucionalidade da Instrução Normativa n. 04/2000, alterada
pela Instrução Normativa n. 05/2002, isso porque a autoridade administrativa, ciente da
prática de qualquer irregularidade no serviço público, deve, de ofício, por mandamento legal
(art. 143 da Lei n. 8.112/90), determinar a apuração dos fatos imediatamente, assegurado ao
Documento: 601083 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 06/02/2006 Página 5 de 14
[...]
II – Consoante já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça, o excesso de
prazo, quando ocorre devido ao conjunto de circunstâncias que norteiam a
investigação, não pode ser alegado como fator de nulidade do processo.
[...]
VI - Ordem denegada." (MS n. 8.780/DF, Terceira Seção, Rel. Min. Gilson
Dipp, DJ de 28.10.2003).
Documento: 601083 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 06/02/2006 Página 8 de 14
"Ao propósito, vale ressaltar, desde logo, não estar sendo abstraída,
pura e simplesmente, a noção comezinha de que, via de regra, ao Poder Judiciário
não é dado substituir juízo de avaliação no âmbito disciplinar, reservado à
Administração, no tocante à definição da gravidade da conduta atribuída ao agente
público infrator e, conseqüentemente, à escolha, bem como à dosagem da
reprimenda cabível em razão do ilícito administrativo perpetrado.
[...]
Ilegítimo, com efeito, não será apenas o ato que colida frontalmente
com a exigência de subordinação aos requisitos ordinários de validade do ato, dentre
estes os de forma e de motivação; nesse último terreno, com efeito, sob pena de
perpetrar-se ato maculado por desvio de poder, se inclui a pertinência de que o
motivo argüido se ajuste ao resultado do ato, ou seja, aos fins a que se destina.
[...]
Documento: 601083 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 06/02/2006 Página 9 de 14
"o que se exige do Poder Público é uma coerência lógica nas decisões
e medidas administrativas e legislativas, bem como na aplicação da
medidas restritivas e sancionadoras; estando, pois, absolutamente
interligados, os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
(Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, ed.
Atlas, São Paulo, 2004, 4ª edição, p. 370).
Em remate e consoante estudo de Ricardo Aziz Cretton:
Tudo isso dentro de um contexto amplo, no meio do qual, cada vez com maior
força, "a proporcionalidade assume contornos mais sofisticados, com funcionalidades distintas.
A proporcionalidade, juntamente com o preceito da proibição de excesso, é resultante da
essência dos direitos fundamentais e do caráter aberto dos sistemas jurídicos, que demandam
processos decisórios repletos de ponderações e raciocínios fundamentados. Proíbem-se
intervenções desnecessárias e excessivas, apesar do fato de que o excesso ou a
desnecessidade nem sempre resultam claramente definidos em leis ou nas Constituições.
Trata-se de uma metodologia que rompe com os clássicos limites positivistas à interpretação. É
no plano dos valores racionalizados e percebidos em seus fragmentos que a idéia de
proporcionalidade assume funções progressivas, porém persistentes, na contenção de
paradigmas civilizatórios, em esfera moral, jurídica e filosófica" (ob. cit., nº 3.3.1, p. 226).
8. Diante do exposto, concedo em parte a segurança para o fim específico de
anular a Portaria n. 469, de 29 de março de 2005, que demitiu o impetrante do cargo de
Policial do Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo
de eventual apenamento menos gravoso, pelas infrações disciplinares detectadas, a partir do
procedimento administrativo disciplinar instaurado.
É como voto.
Documento: 601083 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 06/02/2006 Página 1 3 de 14
Relator
Exmo. Sr. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro GILSON DIPP
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. BRASILINO PEREIRA DOS SANTOS
Secretária
Bela. VANILDE S. M. TRIGO DE LOUREIRO
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : SÉRGIO LUIZ LAGEANO MOREIRA
ADVOGADO : JOSÉ WANDERLEY BEZERRA ALVES E OUTROS
IMPETRADO : MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA
SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr(a) PAULO ESTEVÃO DA CRUZ E SOUZA/MS, pela parte: IMPETRANTE: SÉRGIO LUIZ
LAGEANO MOREIRA
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Seção, por unanimidade, concedeu em parte a segurança, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator.
Votaram com o Relator os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Felix Fischer, Paulo
Gallotti, Laurita Vaz e Paulo Medina.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Nilson Naves e Hamilton Carvalhido.
Documento: 601083 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 06/02/2006 Página 1 4 de 14
INFORMATIVO Nº 243
TÍTULO
Emenda Constitucional 19, de 1998
ARTIGO
Iniciado o julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo Partido dos Tra-
balhadores - PT, Partido Democrático Trabalhista - PDT, Partido Comunista do Brasil
- PC do B, Partido Socialista do Brasil - PSB, contra a Emenda Constitucional 19/98, que
modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores
e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo
do Distrito Federal e dá outras providências. Sustenta-se, na espécie, a inconstitucionalida-
de formal da EC 19/98 por ofensa ao § 2º do art. 60 da CF (“A proposta será discutida e
votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.”), e a inconstituciona-
lidade material por violação ao § 4º do art. 60 (“Não será objeto de deliberação a proposta
de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto,
universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individu-
ais.”). Após o relatório e as sustentações orais da tribuna, o Tribunal deliberou suspender
a apreciação do pedido de concessão de liminar. ADInMC 2.135-DF, rel. Min. Néri da
Silveira, 27.9.2001.(ADI-2135)
Retomado o julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo Partido dos
Trabalhadores - PT, Partido Democrático Trabalhista - PDT, Partido Comunista do Brasil -
PC do B, Partido Socialista do Brasil - PSB, contra a Emenda Constitucional 19, de 1998,
que modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração Pública, ser-
vidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de atividades
a cargo do Distrito Federal e dá outras providências (v. Informativo 243). Sustenta-se, na
espécie, a inconstitucionalidade formal da EC 19/98 por ofensa ao § 2º do art. 60 da CF
(“A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois tur-
nos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros”), e a inconstitucionalidade material por violação ao § 4º do art. 60 (“Não será
objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Es-
tado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os
direitos e garantias individuais.”).
O Min. Néri da Silveira proferiu voto no sentido de deferir a medida cautelar para
suspender a eficácia do art. 39, caput, da CF, com a redação imprimida pela EC 19/98 (“A
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de ad-
ministração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos
Poderes.”), de modo a continuar em vigor a redação original da CF, que consagrava o regi-
me jurídico único dos servidores públicos, por entender caracterizada a aparente violação
ao mencionado § 2º do art. 60 da CF, uma vez que o Plenário da Câmara dos Deputados
manteve, em primeiro turno, a redação original do caput do art. 39, e a comissão especial
incumbida de dar nova redação à proposta de emenda constitucional suprimiu o dispositi-
vo, colocando, em seu lugar, a norma relativa ao § 2º, que havia sido aprovada em primeiro
turno. Em seguida, a Ministra Ellen Gracie pediu vista relativamente a esse artigo.
Em seqüência, o Tribunal declarou prejudicada a ação direta na parte em que impugna
o art. 26 da EC 19/98, por já ter vencido o prazo de sua vigência (“Art. 26. No prazo de
dois anos da promulgação desta Emenda, as entidades da administração indireta terão seus
estatutos revistos quanto à respectiva natureza jurídica, tendo em conta a finalidade e as
competências efetivamente executadas.”).
Prosseguindo, o Tribunal, tendo em vista a firme jurisprudência do STF no sentido de
que não há direito adquirido a forma de regime jurídico, indeferiu a suspensão cautelar do
§ 1º do art. 39, dos incisos X e XIII do art. 37, todos da CF (com a nova redação dada pela
EC 19/98), que dispõem sobre regras gerais de remuneração dos servidores públicos, por
não vislumbrar, à primeira vista, a plausibilidade jurídica da tese de inconstitucionalidade
material sustentada pelos autores da ação. No tocante ao caput do art. 37 da CF, o Tribunal
também indeferiu o pedido por entender não caracterizada, à primeira vista, a argüição de
vício formal em face da mudança, pelo Senado Federal, da expressão “qualidade do serviço
prestado” aprovada pela Câmara dos Deputados, pelo vocábulo “eficiência”, haja vista que
essa alteração não feriu a substância da proposta.
O Tribunal também não entendeu relevantes as argüições de inconstitucionalidade ma-
terial do § 7º do art. 169, do art. 135 e do inciso V do art. 206, todos da CF, na redação
dada pela EC 19/98. Após o voto do Min. Néri da Silveira, relator, indeferindo a medida
liminar quanto ao § 2º art. 41 da CF, na redação dada pela EC 19/98, foi suspensa sua
apreciação (“§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remu-
neração proporcional ao tempo de serviço.”).
ADInMC 2.135-DF, rel. Min. Néri da Silveira, 8.11.2001. (ADI-2135)
INFORMATIVO Nº 274
TÍTULO
Emenda Constitucional 19, de 1998
ARTIGO
Retomado o julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo Partido dos
Trabalhadores - PT, Partido Democrático Trabalhista - PDT, Partido Comunista do Bra-
sil - PC do B, Partido Socialista do Brasil - PSB, contra a Emenda Constitucional 19, de
1998, que modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração Pública,
servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de ativida-
des a cargo do Distrito Federal e dá outras providências (v. Informativo 243). Os Ministros
Ellen Gracie e Sepúlveda Pertence votaram no sentido de deferir a medida cautelar para
suspender a eficácia do art. 39, caput, da CF, com a redação imprimida pela EC 19/98 (“A
INFORMATIVO Nº 420
TÍTULO
Emenda Constitucional 19, de 1998 - 7
ARTIGO
O Tribunal retomou julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo Partido
dos Trabalhadores - PT, pelo Partido Democrático Trabalhista - PDT, pelo Partido Comu-
nista do Brasil - PC do B, e pelo Partido Socialista do Brasil - PSB, contra a Emenda Consti-
tucional 19/98, que modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração
Pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de
atividades a cargo do Distrito Federal e dá outras providências — v. Informativos 243, 249
e 274. O Min. Nelson Jobim, presidente, em voto-vista, indeferiu a liminar. Inicialmente,
acompanhou os fundamentos do voto do Min. Néri da Silveira, relator, que afastou a alega-
ção de inconstitucionalidade formal e material dos artigos 39, §§ 1º, 5º e 7º; 41, § 2º; 169, §
7º; 206, V, todos da CF, e de prejuízo da ação relativamente ao art. 26 da EC 19/98. No que
se refere à apontada inconstitucionalidade formal do caput do art. 39, divergiu por não vis-
lumbrar, a princípio, a alegada afronta ao § 2º do art. 60 da CF, ao fundamento de que não
houve inclusão de texto novo que não tenha sido votado nem a substituição de palavras ou
expressões, mas, sim, transposição do texto do § 2º do art. 39 — que não fora objeto de desta-
que pelo Bloco de Oposição — para o caput desse artigo. Após, o Min. Ricardo Lewandowski
pediu vista dos autos. ADI 2135 MC/DF, rel. Min. Néri da Silveira, 23.3.2006. (ADI-2135)
INFORMATIVO Nº 432
TÍTULO
Emenda Constitucional 19, de 1998 - 8
ARTIGO
O Tribunal retomou julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo Partido
dos Trabalhadores - PT, pelo Partido Democrático Trabalhista - PDT, pelo Partido Comu-
nista do Brasil - PC do B, e pelo Partido Socialista do Brasil - PSB, contra a Emenda Consti-
tucional 19/98, que modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração
Pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de
atividades a cargo do Distrito Federal e dá outras providências — v. Informativos 243, 249,
274 e 420. Após o voto-vista do Min. Ricardo Lewandowski, que acompanhava o voto do
Min. Nelson Jobim, no sentido de indeferir a liminar, no que foi acompanhado pelo Min.
Joaquim Barbosa, e dos votos dos Ministros Eros Grau e Carlos Britto que, acompanhando
o voto do relator, deferiam parcialmente a liminar, pediu vista dos autos o Min. Cezar Pelu-
so. ADI 2135 MC/DF, rel. Min. Néri da Silveira, 22.6.2006. (ADI-2135)
INFORMATIVO Nº 474
TÍTULO
Emenda Constitucional 19, de 1998 - 9
ARTIGO
bosa e Nelson Jobim, que indeferiam a liminar. ADI 2135 MC/DF, rel. orig. Min. Néri da
Silveira, rel. p/ o acórdão Min. Ellen Gracie, 2.8.2006. (ADI-2135)
SÉRGIO GUERRA
Professor de Direito Administrativo do Curso de Graduação e Coordenador Geral
dos Cursos de Pós-Graduação da Escola de Direito do Rio de Janeiro, da Fundação
Getúlio Vargas. Diretor Executivo da Revista de Direito Administrativo - RDA.
210
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Cur-
so de direito administrativo. 17ª ed. São
Paulo: Malheiros, 2004, p. 234.
211
Caso Gerador constante da apostila
“Agências reguladoras”, elaborada pela
pesquisadora Patrícia Sampaio sob a
orientação do Professor Floriano de
Azevedo Marques Neto para o Curso de
Regulação do Setor de Energia Elétrica
do Programa de Educação Continuada
da Escola de Direito da Fundação Ge-
tulio Vargas.
FICHA TÉCNICA