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RESUMO

E DEIXOU DE SER COLÔNIA:


UMA HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

E deixou de ser colônia: uma história da independência do Brasil. Organização


João Paulo Pimenta. São Paulo, SP. Edições 70, 2022.

CAP. 4: O IMPÉRIO DO BRASIL E O PRIMEIRO REINADO, 1822 – 1831


Muito se questiona sobre a data oficial da independência do Brasil, se no
dia 7 de setembro ou no dia 12 de outubro. Mas entre as duas datas, a primeira
é a que se comemora atualmente. O dia 7 de setembro está relacionado ao dia
em que D. Pedro I teria feito uma viagem até a província de São Paulo e então
o príncipe Regente nas margens do riacho do Ipiranga teria dado o famoso
“grito da independência”, que logo se tornou uma marco divisor na história do
país. Esse ato, talvez um tanto equivocado, se deu pelo em decorrência a uma
divergência que teria ocorrido entre a Corte em Lisboa e a princesa consorte e
então Regente no Rio de Janeiro devido a ausência de D. Pedro, essa
desavença ocorreu pela repressão da corte, o que teria chegado ao
conhecimento de D. Pedro o que levou ao fato do grito as margens do Ipiranga.
Vale ressaltar que esse fato marcante, levou um tempo pra se propagar pelo
Brasil, muitas províncias nem tinham conhecimento do fato ocorrido. Foi
somente no dia 12 de outubro, em cerimônia aberta, na comemoração do
aniversário de D. Pedro I, que ele foi proclamado e aclamado como imperador
do Brasil, pondo fim a um período marcado pelas políticas independentistas.

Antes mesmo do fato ocorrido, D. Pedro já havia convocado uma


assembleia constituinte para o Brasil, onde ela seria elaborada e eleita pelos
representantes ou presidente de cada província. Com esse cenário de uma
elaboração constitucional, pode-se dizer que foi uma dos passos decisivos pela
qual se deu a independência, essa convocação para elaborar uma constituição
para o Brasil pode ser considerado um dos fatores que contribuíram para levar
a emancipação do país.

Ocorreu então no fim de 1822, a coroação e a sagração de D. Pedro I


como imperador do Brasil, diferenciando-se das ritualísticas coroações de
Portugal. D. Pedro I, logo condecorou várias personalidades que fizeram parte
e que haviam se destacado durante o processo de independência.

Entre a Constitucionalidade, a Guerra e a Repressão

A implantação de uma constituinte brasileira buscava abarcar todas as


províncias. Entretanto haveria um sério empecilho entre as províncias na
adesão da constituição, não pelas províncias do Sul e sudeste, mas sim pelo
norte e nordeste que ainda estavam muito ligadas à corte portuguesa, se a
problemática da aceitação da independência do país nas províncias do norte e
nordeste foram solucionadas por base de guerra, a adesão de uma constituinte
seria a gestação de um outro problema.

Pode-se notar que, ao contrário do que nos é repassado, a imagem de


uma independência pacífica e sem guerras, essas resistências das províncias
do norte em aceitar a independência e o governo imperial do Rio de Janeiro,
desencadearia em várias guerrilhas, principalmente no nordeste. É por meio
dos intermédios das forças armadas que o Brasil vai conquistando a adesão de
independência. Uma das principais províncias onde houve bastante resistência,
foi na Bahia, as ideias formadas no bojo da Revolução do Porto, gerou uma
guerra civil entre brasileiros e portugueses. Essa guerra se deu pelo fato dos
brasileiros defenderem a adesão ao governo imperial do Rio de Janeiro,
enquanto os portugueses que estavam sediados em Salvador, permaneciam
fiéis à Corte de Lisboa. Enfim o confronto armado que já se dava por mais de
um ano, teve seu fim de forma pacífica em julho de 1823, a esse ponto a
constituição do Império já estava em gestação.

Assim ocorrendo com as demais províncias do norte, Maranhão e Grão-


Pará, que somente aderiram aos comandos do Rio de Janeiro sobre pressão e
conflito armado, já que a maior parte da elite dessas províncias estavam mais
voltadas aos acordos com Portugal e ao país se manteriam unidos. Isso levou
a uma disputa pelo controle dessas províncias entre os governantes que era
favoráveis a Portugal e os que apoiavam a independência, gerando conflitos.

Muitas e várias outras guerrilhas e conflitos se deram durante os


primeiros anos do Império, houve diversas lutas no nordeste, algumas bastante
sangrentas, as forças portuguesa que ainda se encontravam nessas regiões
foram bastante fortes, derrubando e causando perdas aos militares brasileiros
favoráveis ao Rio de Janeiro. Assim se deu a conquista da independência do
Brasil por várias províncias do norte e nordeste, vários conflitos internos. Na
capital do Pará a situação foi bem crítica, chegando a ser cercada pelas frotas
da marinha. O Pará foi a última província a aceitar a independência do Brasil.

Debates Constitucionais e Legislativos

Ocorria então, no início do primeiro reinado, vários discursos eufóricos


na Assembleia, que era voltado à temas políticos que viessem buscar soluções
para uma caracterização da Monarquia, onde se pontuava as atribuições dadas
ao povo ou ao imperador, sobre os fundamentos da sociedade e soberania.
Esses discursos foram se prolongando e ganhando várias dimensões e
envolvendo a formação nacional. Já relacionado ao plano de organização do
Estado, o que era pautado, se tratava sobre as distribuições de poderes entre o
legislativo e o Executivo, outras questões que foram abordadas nas discussões
na assembleia se tratava das sanções do imperador, que teria o poder de vetar
os projetos que fosse aprovados pelos legislativo.

Certamente essas discussões e decisões que a assembleia estava


fazendo provocaria revoltas em províncias que contrárias as medidas liberais,
como viera ocorrer nas províncias do Sul, onde os governantes se
posicionaram contra o poder atribuído ao imperador sobre o veto imperial.

Essa desavenças entre as províncias, causava um divisão no novo


Império em 1823, por um lado, havia aquele que projetavam uma organização
de Estado, cujo predomínio seria federativo, tinha um pensamento de
autonomia das províncias, esses eram os confederativos. No entendimento
desse período, os republicanos poderiam emergir dessa idealização de uma
Monarquia Federalista, podiam encontrar apoia nessas ideias e se abrigar nela.

Em outro cenário tem-se os Unitários com uma visão de diferentes


dimensões que ia de encontro com os federativos, pois projetavam um mosaico
de ideais que caracterizava um Estado muito bem centralizado, onde não
haveria autonomia provincial e nem concessões sobre elas, ou seja
valorizavam a o poder central do Estado, sem que nenhuma província, que
compõe o estado, se elevasse acima do poder do estado.
A Constituição Outorgada

Após o desfecho da assembleia liberal, Dom Pedro I se comprometera


em apresentar um nova constituição, na qual afirmava que seria muito mais
liberal do que a antiga constituição que já estava sendo votada. Além de propor
uma nova constituição, Dom Pedro I elaborou para isso o chamado Conselho
de Estado que era formado por dez elementos que era escolhido pelo
imperador, entre esses conselheiros estavam membros do ministério, que já
haviam participado da Constituinte do Brasil outrora.

As promessas feitas pelo imperador de uma nova constituição, logo foi


elaborado pelos Conselheiros de Estado, e já sendo apresentado para as
Câmaras Municipais em 1823, já que as câmaras municipais detinham de uma
grande legitimidade desde o período colonial. O imperador fez a cerimônia de
apresentação da Carta-Magna, mediante ao juramento imperial na Catedral
metropolitana. Como o juramento a apresentação feita pelo imperador havia
sido mal recebida nas províncias do norte, assim ocorreu em São Paulo, onde
houve repressões, apenas nas províncias do sul que o texto constitucional foi
aprovado pacificamente.

Os Anos Autoritários

Com a dissolução da constituição, desencadeou nas províncias do


nordeste e do norte, um grande descontentamento, o que resultou na eclosão
de um movimento revolucionário, chamado Confederação do Equador, que
ganhou força em várias províncias do nordeste, chegando no Maranhão e na
capital paraense, esse movimento, tinha por objetivo estabelecer uma república
entre as províncias do nordeste e do norte.

A revolução explodiu em 1824, e após alguns meses do governo


confederado, as forças militares do exército tomaram Recife e Olinda, o
combate final do Império contra os confederados se deu no Ceará, no final de
1824. Essa conquista armada do governo autoritário, se deu pelo fato da
contratação de mercenários para combater e reprimir as forças revolucionárias,
houve vários combates repressivos cada um mais violento que o outro, a
comissão militar perseguia e caçava seus adversários, os revoltosos foram
julgados na sede do Recife e condenados a morte, a maioria deles.
Elaboração Legislativas

No primeiro reinado houve uma grande atuação do poder legislativo e


que se tornou bem produtivo para o Império. Foi responsável pelos programas
de reformas liberais no Estado Monárquico, como organização da justiça,
responsabilidade dos ministros, liberdade de imprensa e principalmente
reformas na educação fundamental e superior.

Com as mudanças e atribuições nas Câmaras municipais, os debates e


decisões tomadas pelos governantes tornou-se mais plural, o que se vê nesse
período é uma multiplicidade dos posicionamentos e discursos, havia mais
debates e chegavam se a conclusões é acordos, rompendo com a aquela
construção e dualismo entre opositores e governadores. Essa “boa convivência
política” no Brasil, marcou um momento histórico, surgia aí um novo discurso,
uma nova realidade, tornando-se um inovação essa consolidação parlamentar.

Essa reestruturação do poder judiciário surgiu como algo novo, com


grandes propósitos, na proposta de descentralização e desburocratização da
justiça, desmontando o papel central do juiz magistrado, onde passaria a ser
eleito localmente, e que sua formação profissional nada interferiria na sua
carreira como juiz.

À guisa de um balanço: o Primeiro Reinado e a instituição do Estado


Liberal

Por fim têm-se uma análise sobre os fatos políticos ocorridos no Brasil,
após a conquista de independência, onde a formação de um Império brasileiro
a partir das ideias transformadoras que vieram na projeção de uma constituição
liberal, bem como nas conquistas Armadas e repressivas em várias províncias,
buscando manter sua unidade territorial desde o período Colonial, de forma
espontânea ou forçada principalmente por parte das elites provinciais. a
maioria dessa classe elitista se baseava num novo governo que estava sendo
instaurado no Brasil, que era representado no Rio de Janeiro.

Dessa forma buscasse analisar e entender as caracterizações do novo


Estado, entre as concepções do Antigo Regime e do liberalismo nascente.

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