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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TRIBUNAIS DO PODER JUDICIÁRIO

PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Aula 04
5 Da organização político-administrativa: das competências
da União, Estados e Municípios. Intervenção

I. FORMAS DE ESTADO, FORMAS, SISTEMAS E REGIMES DE GOVERNO ----2


II. ENTES FEDERADOS ------------------------------------------------------------------------------------------ 19
III. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ----------------------------------------------------------------- 34
IV. INTERVENÇÃO--------------------------------------------------------------------------------------------------- 65
V. QUESTÕES DA AULA----------------------------------------------------------------------------------------- 82
VI. GABARITO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95
VII. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA------------------------------------------------------------------------ 96

Olá futuros Analistas da Área Jurídica do Poder Judiciário!

Prontos para o SEU salário de R$ 6.611,39?

Saiu o edital do TST! Vocês já terão um excelente concurso em vista! E podem


ficar tranquilos, pois nosso curso engloba a matéria desse concurso, ok?

Na aula de hoje, estudaremos a organização do Estado brasileiro. “Mas


Roberto, para que estudamos isso?” Ora, conhecendo a estrutura e o
funcionamento do Estado brasileiro, temos condições de saber como se divide
e se comporta a máquina estatal, mas também, e principalmente, como
funciona o Brasil.

Como sempre, faremos muitos exercícios do CESPE e da FCC, para que você
treine muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 100
exercícios comentados! Isso para que possamos fechar a prova de Direito
Constitucional!

Qualquer dúvida, mande-a para o fórum ou para o email


robertoconstitucional@gmail.com.

Vamos nessa!

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I. FORMAS DE ESTADO, FORMAS, SISTEMAS E


REGIMES DE GOVERNO

1. FORMAS DE ESTADO

Os Estados, quanto à sua forma, podem ser divididos em federados,


confederados e unitários.

A. Estado Unitário

Os Estados unitários são aqueles que não possuem descentralização político-


administrativa, ou seja, o governo é exercido somente pelo governo central.
Eles possuem governo único, conduzido por uma única entidade política, que
exerce, de forma centralizada, o poder político.

O Estado unitário pode ser centralizado, ou seja, todos os atos de governo


estão a cabo do governo central, ou descentralizado, ou seja, apesar de
haver divisões administrativas, as decisões políticas são efetivamente tomadas
pelo governo central. Assim, em um Estado unitário descentralizado, existe um
governo local, mas ele é dependente do governo central, não havendo
descentralização política.

Exemplos de Estados unitários são o Uruguai e a China.

B. Estado Federado (Federação)

Os Estados federados tiveram sua origem em 1787 com a Constituição dos


Estados Unidos. Sua principal característica é que o Estado Federal possui
SOBERANIA, enquanto os entes federados possuem AUTONOMIA. Este é
o caso do Brasil: a República Federativa do Brasil possui soberania, enquanto
os entes federados (como os estados e municípios) possuem autonomia.

A soberania refere-se ao fato de não existir nenhuma outra entidade superior


na ordem externa nem igual na ordem interna, já a autonomia é a
capacidade de os estados-membros de se autoadministrarem, se auto-
organizarem e se autogovernarem. Falaremos sobre elas mais a frente.

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As principais características do federalismo são:

i. Repartição de poderes: deve haver uma divisão do poder para que ele
não se concentre nas mãos de uma só pessoa. No Brasil, a Constituição
traz, logo no art. 2º: “São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

ii. Repartição de competências: as competências de cada ente federativo


(União, estados, DF e municípios) devem ser estabelecidas previamente.
Dessa forma, cada ente terá suas atribuições e, normalmente, um ente
federado não pode adentrar nas atribuições dos outros.

A repartição de competências serve tanto para que um ente não interfira


indevidamente na atuação de outro, quanto para garantir que não sejam
suprimidas as atribuições de um ou de outro ente. Estudaremos as
competências mais a frente.

iii. Descentralização política: a administração e o governo de cada ente


federado não se submetem à vontade dos demais. Assim, cada unidade
tem a capacidade de se autogovernar, de eleger os seus representantes
e de se autoadministrar, sem a interferência dos outros entes da
federação.

Não confunda a descentralização política com a administrativa, que é


aquela que cria as fundações, autarquias, empresas públicas, etc.

iv. Auto-organização dos Estados-Membros: os Estados-Membros


possuem o poder-dever de se auto-organizarem e elaborarem sua
própria Constituição Estadual. Observe que os municípios não possuem
Constituição. Eles possuem uma lei orgânica, que não tem status
constitucional.

v. Entidades autônomas: a autonomia é o poder que os entes possuem


de agir de forma livre (dentro dos limites constitucionais), ou seja, não
há hierarquia entre os entes federados. Isso quer dizer que a União
não “manda” nos estados, DF ou municípios, não havendo
subordinação entre eles.

O que existe é uma divisão de competências. Dessa forma, no


federalismo brasileiro, as competências mais importantes foram deixadas

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a cargo da União, por isso, tem-se a impressão de que a União “manda”


nos demais entes.

vi. Não cabe direito de secessão: secessão é o mesmo que separação.


Assim, caso um ente federado queira se separar do Brasil para formar
um Estado independente, isso não poderá ocorrer. Dessa forma, existem
mecanismos na CF que impedem e repelem um comportamento
separatista de um ente federado (como a intervenção).

vii. Constituição rígida: a Constituição rígida é aquela que admite


modificação, mas essa mudança deve seguir um procedimento mais
difícil do que a elaboração das leis comuns. Assim, a Constituição rígida
garante uma maior estabilidade na federação, sem engessar a
Constituição.

viii. Órgão guardião da Constituição: caro Analista da Área Jurídica do


Poder Judiciário, quase tudo o que está escrito, em grande parte das
vezes, admite interpretações diferentes. Tomemos como exemplo a
Bíblia: o conteúdo de todas as bíblias é igual (com algumas exceções),
no entanto, as interpretações possíveis para ela são quase infinitas. Da
mesma forma é a Constituição. Existem inúmeras interpretações para
cada parte do texto constitucional e, para se evitar o caos jurídico, cabe
a última palavra ao órgão guardião da Constituição. No caso brasileiro: o
Supremo Tribunal Federal – STF.

ix. Intervenção: para garantir que a CF seja cumprida e que cada ente aja
somente dentro de suas atribuições, existe a intervenção. Se um ente
federado (o estado de Alagoas, por exemplo) está atuando fora de sua
competência e prejudicando o pacto federativo, caberá intervenção para
que a normalidade seja restabelecida e o pacto federativo seja cumprido.

Em outras palavras: se um ente (estados, DF ou municípios) está


atuando fora de suas competências e desrespeitando a Constituição,
poderá ocorrer a intervenção para que a CF volte a ser cumprida. Assim,
a intervenção é uma forma de controle de constitucionalidade.

x. Órgão representativo dos Estados-Membros na vontade nacional:


para garantir que a vontade dos estados seja ouvida quando da atuação
do governo nacional, existe um órgão representante desses estados. No
caso do Brasil, o Senado Federal. Atenção: não existe um órgão

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representativo dos municípios na participação da vontade


nacional (a Câmara dos Deputados é representante do POVO e não dos
municípios).

xi. Repartição de receitas: de nada adiantaria se um ente federado


tivesse autonomia, autogoverno e capacidade de se autoadministrar se
ele não tiver uma coisa: o dinheiro para bancar suas decisões e suas
ações. É como um filho que sai de casa e continua vivendo com o
dinheiro do pai: em última instância, ele se submete à vontade de seu
genitor. Assim, para garantir que os entes federados tenham a
capacidade de fazer valer suas decisões, eles precisam de receita própria
(dinheiro), que é garantida com a repartição de receitas.

Características do federalismo no Brasil

Além das já citadas anteriormente, o federalismo brasileiro ainda possui as


seguintes características:

i. Existem entes federados típicos (os estados) e os atípicos ou


anômalos (o Distrito Federal e os municípios).

ii. Devido à existência dos municípios, o federalismo brasileiro é chamado


de federalismo de segundo grau. Como vimos, não existe hierarquia
entre União, estados, DF e municípios, mas os municípios devem
obedecer à Constituição do seu Estado (CE), bem como a Constituição
Federal (CF).

iii. Os municípios não participam da vontade nacional, somente os


Estados o DF. Enquanto a Câmara dos Deputados é formada por
representantes do povo, o Senado Federal é formado por representantes
dos Estados e do DF.

iv. O federalismo é cláusula pétrea, de acordo com o art. 60, §4o. Observe
o texto da Constituição:

Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de


emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;

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II - o voto direto, secreto, universal e periódico;


III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais

v. Os territórios não são entes federados. Eles são uma mera


descentralização da União e possuem natureza de autarquia territorial.

vi. Formação por desagregação. O federalismo brasileiro se deu do


centro para fora, ou seja, o poder político era concentrado nas mãos de
um só ente e foi distribuído para os demais.

O contrário desse tipo de formação é a formação por agregação. Nela,


o poder era distribuído entre os entes e estes decidem concentrar uma
parcela desse poder nas mãos do ente central. Dessa forma, esse tipo de
formação ocorre de fora para o centro. Esse foi o processo de formação
da federação dos Estados Unidos, por exemplo.

C. Estado Confederado (Confederação)

Os Estados confederados são, na verdade, uma união dissolúvel de Estados


independentes. Assim, na confederação, os Estados mantêm sua soberania e
podem se retirar quando bem quiserem (existe o direito de secessão).
Nesse tipo de organização, os Estados não são regidos por uma Constituição
(como no federalismo) e sim por um tratado internacional.

Esquematizando:

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- Unitário - Centralizado
- Descentralizado - Predominam modernamente
Ex: Uruguai - Apesar da descentralização, não há
e China autonomia política
- Origem: EUA – 1787
- Soberania do Estado Federal e autonomia dos entes federados
Formas de Estado

- Repartição de poderes
- Repartição de competências
- Descentralização política
- Federação - Auto-organização dos Estados membros (CEs)
- Entidades autônomas – não há hierarquia entre elas
- Não cabe direito de secessão
- Regidos por uma Constituição RÍGIDA
- Guardião da Constituição
- Intervenção
- Órgão representativo dos Estados Membros
- Repartição de receitas
- Confederação - União dissolúvel de Estados
- Regidos por um Tratado Internacional
- Os Estados são soberanos
- Cabe direito de secessão

Formação do Estado Federado - Por agregação - Movimento centrípeto


- EUA
- Por desagregação - Movimento centrífugo
- Brasil

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• Além das já citadas anteriormente


• Entes federados • Típicos: União e estados
• Anômalos: DF e municípios
• Federalismo de 2º grau: municípios
Caracteristicas do Federalismo no Brasil

• Territórios NÃO são entes federativos (natureza jurídica de autarquia territorial)


• Os municípios não participam da vontade nacional – somente os Estados e o DF
- Câmara dos Deputados (povo) e Senado Federal (estados)
- Município não participa da PEC
• É clausula pétrea • Forma Federativa de Estado
• Voto direto, secreto, universal e periódico
• Separação de poderes
• Direitos e garantias INDIVIDUAIS
• Inexistência do direito de secessão
• Descentralização política
• Formação por desagregação
• Soberania do Estado Federal
• Autonomia dos entes federados
• Repartição de competências
• Constituição rígida
• Fiscalização da autonomia pelo controle de constitucionalidade

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2. FORMAS DE GOVERNO

Primeiramente, a forma, o regime e o sistema de governo adotados pela


Constituição Federal são normas de reprodução obrigatória e não podem
ser modificados pelos entes federados.

Existem duas formas de governo: monarquia e república. Na república, os


governantes são eleitos pelo povo, direta ou indiretamente. Além disso, eles
permanecem no poder por um tempo determinado e são representantes
do povo. Justamente por precisarem da legitimidade popular e
representarem o povo, os governantes precisam prestar contas.

Já a monarquia é caracterizada pela hereditariedade, ou seja, “o rei só é rei


porque era filho de um rei. E o pai dele só foi rei porque também era filho de
um rei. E assim sucessivamente”. Além disso, não existe a rotatividade do
poder, mas sim a vitaliciedade. Dessa forma, os governantes permanecerão
no poder até o fim de suas vidas. Outra característica da monarquia é que seus
governantes não representam o povo, mas sim a linhagem real, dessa
forma, não existe o dever do governante de prestar contas perante o povo.

3. SISTEMAS DE GOVERNO

Quanto ao sistema de governo, os governos podem ser presidencialistas ou


parlamentaristas. O presidencialismo tem como característica marcante a
independência entre os poderes e a rígida relação entre eles. Outra
característica do presidencialismo é que sua chefia é monocrática e os
mandatos são exercidos por prazo determinado. Assim, o Presidente da
República governa “sozinho” e possui responsabilidade perante o povo.

Já no parlamentarismo, existe uma cooperação muito maior entre os


poderes Legislativo e Executivo. Assim, a chefia do governo é dual. É
como se o Executivo governasse “em conjunto” com o Legislativo. Dessa
forma, o mandato do chefe de governo possui tempo indeterminado e a
responsabilidade do governo é perante o Parlamento, e não perante o
povo.

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4. REGIMES DE GOVERNO

Quanto ao seu regime, um governo pode ser classificado em democrático ou


autocrático. O governo autocrático é aquele onde o destinatário das políticas
públicas (povo) não participa de sua elaboração.

Já o governo democrático é aquele em que o destinatário das políticas públicas


(o povo) participa de sua elaboração. A democracia se divide ainda em:

a) Direta: onde o povo participa diretamente, ou seja, o próprio povo


elabora as políticas públicas. Esse tipo de democracia é típica da Grécia
antiga e é inviável nos dias de hoje (imagine só 180 milhões de
brasileiros mandando emails para se discutir como será a atuação do
governo na saúde!).

b) Indireta: onde o povo elege os representantes e estes elaboram as


políticas públicas.

c) Semidireta ou participativa: é um misto da democracia direta e da


indireta. Nela, o povo elege os representantes e estes elaboram as
políticas públicas. Complementarmente, existem mecanismos para que o
povo também participe dessa elaboração. Assim, a regra é participação
indireta, combinada com alguns meios de exercício direto do povo. Esse
é o modelo adotado pelo Brasil.

Confira o art. 1º parágrafo único da CF: “Todo o poder emana do povo,


que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição”.

No art. 14, a CF diz como é que o povo exercerá diretamente o poder:

• Sufrágio universal
• Voto direto, secreto e igualitário
• Plebiscito
• Referendo
• Iniciativa popular de lei

Esquematizando:

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- República - Eletividade - Direta


- Indireta
- Temporalidade no exercício do poder
Formas de Governo - Necessidade de legitimidade popular
- Representatividade popular
- Dever do governante de prestar contas

- Monarquia - Hereditariedade
- Vitaliciedade
- Não representatividade popular
- Representa uma linhagem
- Ausência de prestação de contas pelo governante

- Presidencialismo - Independência entre os poderes / relações rígidas


- Chefia monocrática
Sistemas de - Mandato por prazo certo
Governo - Responsabilidade do governo perante o povo

- Parlamentarismo - Cooperação entre os poderes (Legislativo e Executivo)


- Chefia dual
- Mandato por prazo indeterminado
- Responsabilidade do governo perante o Parlamento

Regimes de Autocracia - o destinatário da política governamental não participa de sua


Governo elaboração

Democracia - O destinatário da política governamental participa de sua elaboração


• Direta
• Indireta ou representativa
• Semidireta ou participativa (BRASIL- art. 10, par único)

Lembre-se:
x Forma de Estado: FEDERAÇÃO
x Forma de Governo: República
x Sistema de Governo: Presidencialismo
x Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia.

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5. MECANISMOS DE PROTEÇÃO DA FEDERAÇÃO NA CF88

Como vimos, a federação foi elevada à cláusula pétrea pela Constituição


pátria. Muito já se discutiu sobre a possibilidade de mudança, ampliação ou
redução das cláusulas pétreas. Hoje, o entendimento dominante é que as
cláusulas pétreas podem ser modificadas. Isso significa que elas podem
ser ampliadas e até mesmo reduzidas, desde que devidamente. Um
exemplo de redução devida é o caso de um confronto entre um direito
individual com outro. Deve-se buscar a interpretação mais equilibrada e que
preserve os dois direitos

Exemplificando: caso haja o confronto entre o direito de liberdade de


expressão de uma pessoa com o direito de intimidade de outra pessoa, deve-
se buscar a interpretação que preserve os dois direitos. Assim, um deles pode
ser reduzido e o outro ampliado, desde que se busque o equilíbrio entre eles.

ATENÇÃO: as cláusulas pétreas NÃO PODEM SER ABOLIDAS,


SUPRIMIDAS OU INDEVIDAMENTE REDUZIDAS.

Além da elevação do federalismo à cláusula pétrea, a CF88 ainda prevê alguns


mecanismos de proteção ao pacto federativo:

i. Repartição de competências: quando se tem as atribuições de cada


ente federado explícitas na CF, fica mais fácil evitar que um ente invada
a competência de outro. Da mesma forma, evita-se que haja
modificações das competências a ponto de se descaracterizar o pacto
federativo.

ii. Rigidez da CF: apesar de a CF poder ser modificada, a rigidez


constitucional garante maior estabilidade de seu texto, evitando assim,
mudanças oportunistas e abusivas. Lembre-se que a Constituição rígida
é aquela que pode sim ser modificada, mas deve ser usado um
procedimento mais difícil do que o procedimento de modificação das leis
comuns.

iii. Intervenção: a intervenção funciona como controle de


constitucionalidade, na medida em que se obriga um ente a “voltar a
andar na linha”. Assim, em determinadas hipóteses onde um ente está
atuando fora de suas atribuições, a intervenção é utilizada para
restabelecer a normalidade e para que a CF seja cumprida.

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iv. Controle de constitucionalidade: o Poder Judiciário fiscaliza a invasão


das competências de um ente por outro (fiscalização da autonomia)
através do controle de constitucionalidade.

v. Repartição de receitas tributárias (arts. 157 a 159): como vimos,


para se garantir a autonomia de um ente, é preciso que ele tenha
condições financeiras de se governar. Assim, a CF garante a divisão das
receitas tributárias entre os entes. Isso significa, grosso modo, que o
dinheiro arrecadado com impostos, em parte, é dividido entre os entes.

vi. Imunidade recíproca de impostos (150, VI, a): via de regra, um


ente não pode cobrar impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns
dos outros.

Esquematizando:
Mecanismos de proteção

• Repartição de competências
à Federação na CF88

• Rigidez da CF – dificulta a invasão e o esvaziamento de competências de um ente


• Controle de constitucionalidade – o Judiciário fiscaliza a invasão das competências de
um ente por outro (fiscalização da autonomia)
• Intervenção (34 a 36)
• Repartição das receitas tributárias (157 a 159)
• Imunidade recíproca de impostos (150, VI, a)

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EXERCÍCIOS

1. (CESPE/AJAJ-STM/2011) No exercício de sua autonomia política, os estados


podem adotar o regime parlamentar de governo.

Errado. A forma, regime e sistema de governo adotados pela


Constituição Federal são normas de reprodução obrigatória e não
podem ser modificados pelos entes federados.

2. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) A federação é uma forma de governo na qual


há uma nítida separação de competências entre as esferas estaduais, dotadas
de autonomia, e o poder público central, denominado União.

Errado. Realmente, a federação tem como características uma nítida


separação de competências entre as esferas estaduais, dotadas de
autonomia, e o poder público central, denominado União. No entanto, a
Federação é uma Forma de Estado e não uma forma de Governo.

3. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A federação é o sistema de governo cujo


objetivo é manter reunidas autonomias regionais.

Errado. Estão vendo como essa questão é recorrente? Por isso trouxe
várias desse tipo para você fixar! Lembre-se:

x Forma de Estado: FEDERAÇÃO


x Forma de Governo: República
x Sistema de Governo: Presidencialismo
x Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia.

4. (CESPE/TCU/Analista de Controle Externo/2007) Ao lado da repartição de


competências, que consiste na atribuição, pela Constituição Federal, a cada
ente federado, de uma matéria que lhe seja própria, há a repartição de rendas,
cujo objetivo é assegurar a autonomia dos entes federados.

Certo. A repartição de receitas tributárias, prevista nos arts. 157 a


159, é um dos mecanismos que assegura a autonomia federativa. De
nada adiantaria que um ente federado tivesse autonomia, autogoverno
e capacidade de se autoadministrar se ele não tiver uma coisa: o
dinheiro para bancar suas decisões e suas ações. Assim, para garantir
que os entes federados tenham a capacidade de fazer valer suas
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decisões, eles precisam de receita (dinheiro) própria, que é garantida


com a repartição de receitas.

5. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A República é uma forma de Estado.

Errado. Segundo a doutrina, a República é uma forma de governo.

6. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A federação é uma forma de governo.

Errado. A federação é uma forma de Estado.

7. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) A


descentralização política, apesar de ocorrer em alguns países que adotam a
forma federativa de Estado, não é uma característica marcante do federalismo.

Errado. A descentralização política é uma das características mais


marcantes do federalismo. A administração e o governo de cada ente
federado não se submetem à vontade dos demais. Assim, cada unidade
tem a capacidade de se autogovernar, de eleger os seus
representantes e de se autoadministrar, sem a interferência dos
demais entes e nem mesmo do governo central.

8. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) Quando


da Constituição de um Estado na forma federativa, os entes que passam a
compor o Estado Federal (estados membros) perdem sua soberania e
autonomia. Esses elementos passam a ser característicos apenas do todo, ou
seja, do Estado Federal.

Errado. Realmente, os entes que passam a compor o Estado Federal


não possuem a soberania. Assim, o estado de Goiás, Mato Grosso e
Alagoas, por exemplo, não possuem soberania. No entanto, o erro da
questão está na palavra “autonomia”. A autonomia dos entes
federados é uma característica do Federalismo. Não há hierarquia
entre os entes federados. Isso quer dizer que não existe hierarquia
entre União, Estados, DF e municípios. O que existe é uma divisão de
competências.

9. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) Alguns


dos elementos que asseguram a soberania dos estados-membros no
federalismo são a possibilidade de auto-organização por meio da elaboração de

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constituições estaduais e a existência de câmara representativa dos estados-


membros.

Errado. A possibilidade de auto-organização por meio da elaboração de


constituições estaduais e a existência de câmara representativa dos
estados-membros asseguram a AUTONOMIA dos estados-membros e
não sua soberania. Lembre-se de que os estados-membros não
possuem soberania.

10. (CESPE/TRT 17.ª Região-ES/Analista Judiciário /2009) O Brasil caracteriza-se


por ser um Estado unitário, o qual possui governo único, conduzido por uma
única entidade política, que exerce, de forma centralizada, o poder político.

Errado. O Brasil é um estado federado, onde cada um dos entes


federativos (União, Estados, DF e municípios) possui competências
expressamente previstas pela CF. Eles possuem também AUTONOMIA,
caracterizada pela autoadministração, autogoverno e auto-
organização.

11. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, embora criado por lei


estadual, não pode ter a sua autonomia política restringida pelo Estado
respectivo.

Certo. Os municípios realmente são criados por lei estadual, no


entanto, possuem autonomia prevista na Constituição Federal, não
podendo a Constituição Estadual restringi-la.

12. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF adota o presidencialismo como forma de Estado,


já que reconhece a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo
na figura do presidente da República.

Errado. A forma de Estado é a Federação. O presidencialismo é o


sistema de governo. Lembre-se:

x Forma de Estado: FEDERAÇÃO


x Forma de Governo: República
x Sistema de Governo: Presidencialismo
x Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia.

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13. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) As


constituições dos estados organizados sob a forma federativa possuem, em
regra, instrumentos para coibir movimentos separatistas. No Brasil, a CF prevê
a possibilidade de se autorizar a intervenção da União nos estados para manter
a integridade nacional e considera a forma federativa de Estado uma cláusula
pétrea.

Certo. Uma das características do federalismo é que não cabe direito


de secessão, ou seja, os entes federados não podem se separar da
federação. Isso seria o equivalente ao estado do Rio Grande do Sul
tentar se separar do Brasil para formar um Estado independente (a
República dos Pampas, por exemplo). Assim, uma das possibilidades
de intervenção é para manter a integridade nacional, enquanto a
forma federativa de estado é considerada uma cláusula pétrea.

14. (CESPE/IPEA-Técnico de Planejamento e Pesquisa 2008) A democracia


brasileira caracteriza-se pela coexistência da democracia representativa e da
democracia participativa, emanando todo o poder do povo, que o exerce
diretamente ou por meio de seus representantes.

Certo. A Democracia brasileira é do tipo semidireta ou participativa: é


um misto da democracia direta e da indireta. Nela, em regra, o povo
elege os representantes e estes elaboram as políticas públicas. No
entanto, existem mecanismos para que o povo também participe dessa
elaboração. Assim, a regra é participação indireta, combinada com
alguns meios de exercício direto do povo. Esse é o modelo adotado
pelo Brasil. Confira o art. 1º parágrafo único da CF: “Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”.

15. (CESPE/TRE-MA/2009) A União, os estados-membros, os municípios e o


Distrito Federal são entidades estatais soberanas, pois possuem autonomia
política, administrativa e financeira.

Errado. Elas são entidades AUTÔNOMAS e realmente possuem


autonomia política, administrativa e financeira.

16. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) São unidades federadas autônomas, conforme a


organização político-administrativa do Brasil,

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a) Estados-Membros e Regiões Metropolitanas.


b) União e Territórios.
c) Estados-Membros e Municípios.
d) União e Regiões Metropolitanas.
e) Territórios e Distrito Federal.

Gabarito: C. Segundo o pacto federativo brasileiro, os entes federados


são a União, os estados, o DF e os municípios e somente estes
possuem autonomia. Os Territórios integram a União e as Regiões
Metropolitanas integram os estados, conforme art. 25, § 3º.

17. (FCC/AJAJ-TRF4°/2010) A organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, os Municípios e o Distrito
Federal, sendo que somente o último não possui autonomia.

Errado. O Distrito Federal possui autonomia, sendo a ele asseguradas


as competências dos estados e municípios.

18. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, é dotado de


personalidade jurídica de direito público, consubstanciando modalidade de
descentralização administrativa.

Errado. O município é uma pessoa jurídica de direito público interno,


mas é criado por descentralização política. A descentralização
administrativa é aquela que cria fundações, autarquias, empresas
públicas, etc.

19. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) A União, por ser soberana em todos os aspectos,


pode ser considerada entidade federativa em relação aos Estados membros e
Municípios.

Errado. A união é entidade federativa que possui autonomia e não


soberania. Quem possui soberania é a República Federativa do Brasil.

20. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, tem a sua autonomia


política configurada pela Constituição Federal, bem como pela Constituição
Estadual pertinente, que pode reduzi-la ou ampliá-la.

Errado. As Constituições Estaduais não podem limitar a autonomia dos


municípios, uma vez que a mesma está definida na CF.

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II. ENTES FEDERADOS

O art. 1º da CF prevê que: “A República Federativa do Brasil, formada pela


união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, (...)”.

Assim, o Estado brasileiro se chama República Federativa do Brasil (RFB) e


é somente ele que possui a soberania. A RFB é a única pessoa jurídica de
direito público externo e é a única capaz de manter relações com outros
Estados estrangeiros (relações internacionais).

A RFB é formada pelos seguintes entes: União, estados, Distrito Federal e


municípios. Vamos estudar cada um deles:

1. UNIÃO

É uma pessoa jurídica de direito público interno e REPRESENTA a República


Federativa do Brasil nas relações internacionais. Assim, quando a União está
atuando externamente, ela não atua como União e sim como RFB.

Já os demais entes não possuem soberania. Eles têm autonomia, isso é, a


capacidade de auto-organização e legislação própria, autogoverno e
autoadministração.

Esquematizando:

x República Federativa do Brasil (RFB) - Tem soberania


- Pessoa jurídica de direito público externo

x União - Pessoa jurídica de direito público interno


- Representa a RFB nas relações internacionais

x Demais entes • Auto-organização e legislação própria


(Estados +DF+Municípios) • Autogoverno
possuem autonomia • Autoadministração
- Estados - art.18 e 25 a 28
- Municípios - art. 18, 29 e 30

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2. ESTADOS

Os estados possuem autonomia, que é a capacidade de se auto-organizar e


ter sua legislação própria, se autogovernar e se autoadministrar.

A auto-organização é a capacidade dos estados de elaborar suas respectivas


Constituições Estaduais (CEs), que são fruto do Poder Constituinte Derivado
Decorrente. Pelo princípio da simetria, as CEs devem ser aprovadas em 2
turnos de votação por pelo menos 3/5 da Assembleia Legislativa do
respectivo estado.

O autogoverno e autoadministração são a capacidade dos estados em se


governar e administrar sem a interferência dos outros entes. Por exemplo, o
poder de eleger seus governantes e o poder-dever de organizar os poderes
executivo, legislativo e judiciário de cada estado (lembre-se de que os
municípios não possuem Poder Judiciário e nem Ministério Público).

Por fim, os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões


metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Esquematizando:

• Auto-organização • Elaboração de - Poder constituinte derivado decorrente


e legislação própria Constituições - Princípio da simetria
Estaduais - 2 Turnos e 3/5 dos votos
(autonomia)

- Autolegislação: leis estaduais


Estados

• Autogoverno - ex: organizar poderes Executivo, Legislativo e


(arts. 27, 28 e 125) Judiciário do Estado
- OBS: Município não tem Judiciário nem Ministério Público

• Autoadministração

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3. MUNICÍPIOS

Os municípios também possuem autonomia (conferida pela auto-organização


e legislação própria, autoadministração e autogoverno). Além disso, a
autonomia municipal é princípio constitucional sensível (art. 34, VII).

Duas observações quanto à auto-organização e legislação própria dos


municípios:

i. Os municípios não possuem poder constituinte derivado


decorrente, ou seja, não podem elaborar suas constituições. Na
verdade eles são regidos por uma Lei Orgânica Municipal (LOM), que
é o equivalente a uma “Constituição Municipal”.

Mas ATENÇÃO: A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL NÃO TEM STATUS DE


CONSTITUIÇÃO.

ii. Diferentemente das Constituições Estaduais, que são votadas em 2


turnos e aprovadas por 3/5 dos votos, as leis orgânicas são votadas em
2 turnos, com interstício (intervalo) mínimo de 10 dias e aprovadas
por 2/3 dos votos.

Quanto ao autogoverno, deve-se frisar que os municípios elegem seus


prefeitos e vereadores para mandato de 4 anos e devem organizar os poderes
executivo e legislativo locais, mas eles não possuem Judiciário e nem
Ministério Público.

Esquematizando:

- Autonomia MUNICIPAL é princípio constitucional sensível (34, VII, c)


NÃO é estadual
• Auto-organização - Elaboração de LOM - 2 turnos
e legislação própria - interstício mín 10d
(autonomia)

- 2/3 dos votos


Municípios

- Princípio da simetria
- Município NÃO tem Poder constituinte decorrente
- Autolegislação: leis municipais
• Autogoverno - Organizar poderes Executivo e Legislativo locais
- Município não tem Judiciário nem Ministério Público
- Eleição direta do Prefeito
• Autoadministração
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4. DISTRITO FEDERAL

Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas


reservadas aos Estados e Municípios (art. 32, §1º).

Um fato interessante quanto à nomenclatura dos órgãos e institutos do DF é


que, como ele possui competências dos estados e dos municípios, misturou-se
o nome de uma série de órgãos e diplomas, fazendo referência aos respectivos
institutos estaduais e municipais.

Bagunçou? Vou explicar melhor.

Lembre-se que os estados regem-se por suas respectivas Constituições


Estaduais e que essas são votadas em 2 turnos, aprovadas por 3/5 dos
votos e são fruto do poder constituinte derivado decorrente.

Já os municípios são regidos por Lei Orgânica, que são votadas em 2 turnos,
com interstício mínimo de 10 dias e aprovadas por 2/3 dos votos e não
possuem status constitucional porque os municípios NÃO possuem poder
constituinte derivado decorrente.

Até aqui nenhuma novidade. E o DF? Como é regido? Por Constituição ou por
Lei Orgânica?

Misturou-se as constituições estaduais com as leis orgânicas municipais: O DF


é regido por uma Lei Orgânica e, como tal, é votada em 2 turnos, com
interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos votos. No entanto,
a LODF possui status de Constituição estadual e emana do poder
constituinte derivado decorrente.

Ficou mais claro agora? A LODF é uma “Constituição Estadual” (e que tem
status de CE), mas que tem o nome de Lei Orgânica e é votada como Lei
Orgânica.

Outra curiosidade: o nome do órgão do Poder Legislativo dos estados é


Assembleia LEGISLATIVA. Já o nome do órgão do Poder Legislativo dos
municípios é CÂMARA Municipal ou Câmara dos Vereadoes. Como dito, para o
Distrito Federal, misturou-se os nomes dos órgãos legislativos estaduais e
municipais: CÂMARA LEGISLATIVA.

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Uma observação importante acerca do DF é que ele não tem competência para
organizar seu Judiciário, Ministério Público, corpo de bombeiros, polícias civil e
militar. A competência para tal pertence à UNIÃO.

Assim, segundo a Súmula 647 do STF: “Compete privativamente à União


legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do DF.”

No entanto, não confunda organização com subordinação. Segundo o


artigo 144, § 6°: “As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças
auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias
civis, aos governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.”

Dessa forma, Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito
Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.

IMPORTANTE! A Emenda Constitucional 69/2012 transferiu a


competência de organizar e manter a Defensoria Pública do DF da
União para o DF! Dessa forma, aplicam-se à Defensoria Pública do
Distrito Federal os mesmos princípios e regras que, nos termos da
Constituição Federal, regem as Defensorias Públicas dos Estados. Já a
DP dos Territórios continua a cargo da União. (confira aqui a EC 69/2012)

Por fim, Brasília (e não o Distrito Federal) é a capital federal e é vedada a


divisão do DF em municípios (observe que os Territórios podem ser
divididos em municípios).

Esquematizando:

- Tem competências de Estados e Municípios (32§ 1º + 147)


- Possui Lei Orgânica: LODF - 2 turnos
- interstício mín 10d
(autonomia)

- 2/3 dos votos


- Não tem competência para organizar e manter seu - Judiciário É da
DF

- MP União
- Polícias civil e militar
- Bombeiros

- Organiza e mantém sua Defensoria Pública! EC 69/2012

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5. TERRITÓRIOS

Os territórios não são entes federados. Eles não integram o Estado Federal
e são meras descentralizações administrativas pertencentes à União,
possuindo natureza jurídica de autarquia territorial. Além disso, os
territórios não possuem autonomia política. Como exemplo, os
governadores de Territórios não são eleitos pelo povo, mas sim escolhidos pelo
Presidente da República, com aprovação do Senado Federal por voto secreto e
arguição pública.

Atualmente, o Brasil não possui territórios e sua criação e transformação só


pode ser feita mediante Lei Complementar federal (art. 18, §2º).

Caso sejam criados, sua organização administrativa, judiciária, orçamentária,


tributária, serviços públicos e pessoal será regulada por Lei Ordinária da
União e de iniciativa privativa do Presidente da República.

Os territórios podem ou não ser divididos em municípios e suas contas


são julgadas pelo Congresso Nacional, após parecer prévio do TCU. Eles
ainda elegem 4 Deputados Federais e não elegem Senadores.

Por fim, cabe à União organizar e manter o Judiciário, o Ministério Público e a


Defensoria Pública dos Territórios.

Esquematizando:

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• Integram a União
• Criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em Lei Complementar federal (18, §2º)
• Caso sejam criados, - Administrativa
sua organização - Judiciária será regulada por
- Tributária Lei Ordinária da
- Orçamentária União de iniciativa
- Serviços públicos do Presidente
- Pessoal
(Não possuem autonomia)

• Não são entes - Não integram o Estado Federal


federados - São meras descentralizações pertencentes à União
Territórios

- Natureza Jurídica de Autarquia


- Não possuem autonomia política
Ex: o GovTerrit é - escolhido pelo PR
- aprovado pelo SF - Voto secreto
- Arguição púb
• Podem ou não ser divididos em municípios
• Suas contas são - Julgadas pelo Congresso Nacional
- Após parecer prévio do TCU
• Compete à União - Judiciário
organizar e manter - Ministério Público dos Territórios
- Defensoria Pública
• Elege 4 Deputados Federais
• Não elege Senadores

6. VEDAÇÕES AOS ENTES FEDERATIVOS

A Constituição, em seu artigo 19, estabelece expressamente algumas vedações


aos entes federados (união, estados, DF e municípios). São elas:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-


lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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EXERCÍCIOS

21. (FCC/AJAJ-TJ-SE/2009) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em


dois turnos, com o interstício mínimo de sessenta dias, e aprovada por um
terço dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará.

Errado. O correto é dois terços dos membros e interstício de dez dias


(art. 29).

22. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) Os entes integrantes da Federação, em


determinadas situações, à exceção dos Territórios, têm competência para
representar o Estado federal frente a outros Estados soberanos.

Errado. A República Federativa do Brasil (única pessoa jurídica de


direito público externo) é representada pela União nas relações
internacionais. Dessa forma, os demais entes não podem representá-la
frente a outros Estados soberanos.

23. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar


que, dentre outras situações, é governado por Deputado Federal escolhido pela
Câmara dos Deputados.

Errado. O DF é governado por um governador eleito diretamente pelo


povo. Lembre-se de que o DF é um ente autônomo e possui auto-
organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação.

24. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal


possui Poder Legislativo próprio denominado Assembleia Legislativa Distrital.

Errado. O nome do órgão do Poder Legislativo dos estados é


Assembleia LEGISLATIVA. Já o nome do órgão do Poder Legislativo dos
municípios é CÂMARA Municipal ou Câmara dos Vereadoes. Para o
Distrito Federal, misturou-se os nomes dos órgãos legislativos
estaduais e municipais: CÂMARA LEGISLATIVA.

25. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar


que, dentre outras situações, não possui competências legislativas reservadas
aos Estados e Municípios.

Errado. A Constituição dá ao DF as competências legislativas


reservadas aos Estados e Municípios, conforme art. 32, §1º.

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26. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios


integram a organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil, juntamente com a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos nos termos da Constituição.

Errado. Os entes federados são a União, os estados, o DF e os


municípios. Os territórios integram a União e possuem natureza de
autarquias federais.

27. (CESPE/SEFAZ-ES/2009) A União é entidade federativa autônoma em relação


aos Estados-membros e Municípios, e cabe a ela exercer as prerrogativas da
soberania do Estado brasileiro ao representar a República Federativa do Brasil
nas relações internacionais.

Certo. A União é um ente federativo que possui autonomia, tal qual os


estados e municípios. Dessa forma, somente a República Federativa do
Brasil possui a soberania. No entanto, a RFB é representada nas
relações internacionais pela União.

28. (CESPE/Analista - MPU/2010) As capacidades de auto-organização,


autogoverno, autoadministração e autolegislação reconhecidas aos estados
federados exemplificam a autonomia que lhes é conferida pela Carta
Constitucional.

Certo. A autonomia é justamente conferida pelas capacidades de auto-


organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação.
Lembre-se de que os entes federados não possuem soberania (o único
ente soberano é a República Federativa do Brasil).

29. (CESPE/TRE-GO/2009) O Distrito Federal é a capital do país.

Errado. Segundo o artigo 18, § 1º, Brasília é a Capital Federal.

30. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) À União cabe exercer as prerrogativas de soberania


do Estado brasileiro, quando representa a República Federativa do Brasil nas
relações internacionais.

Certo. A República Federativa do Brasil (única pessoa jurídica de


direito público externo) é representada pela União nas relações
internacionais.

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31. (CESPE/MPE-RN/2009) É vedado à União, aos estados, ao DF e aos municípios


estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança.

Certo. A Constituição, em seu artigo 19, estabelece expressamente


algumas vedações aos entes federados (união, estados, DF e
municípios). São elas:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-


lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

32. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios


gozam de autonomia organizacional, uma vez que lhes cabe instituir sua
própria lei orgânica.

Errado. Os territórios não possuem autonomia, não possuindo auto-


organização, sendo organizados por Lei federal.

33. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal não


pode ser dividido em Municípios.

Certo. A Constituição veda expressamente a divisão o DF em


municípios (art. 32, caput).

34. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios


gozam de autonomia política, uma vez que elegem seu próprio governador.

Errado. Os territórios não possuem autonomia política e são


governados por um governador escolhido pelo Presidente da República
e aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal.

35. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios


podem ser subdivididos em Municípios.

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Certo. Os territórios podem ou não ser divididos em municípios. O


Distrito Federal é que jamais poderá sê-lo.

36. (CESPE/AJAA-STF/2008) A organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil restringe-se aos estados, aos municípios e ao DF, todos
autônomos, nos termos da CF.

Errado. Os entes federados são: a União, os estados, o DF e os


municípios, conforme artigo 18: “A organização político-administrativa
da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.”

37. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) A União é pessoa jurídica de direito público interno


e externo sendo o único ente formador do Estado Federal, uma vez que os
demais entes são divisões administrativo-territoriais.

Errado. A única pessoa jurídica de direito público externo é a República


Federativa do Brasil, que é REPRESENTADA pela União. Dessa forma, a
União é pessoa jurídica de direito público interno.

38. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Os territórios federais integram a União e sua


criação será regulada em lei complementar.

Certo. Conforme o artigo 18, § 2º: “Os Territórios Federais integram a


União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em lei complementar.”

39. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) Os territórios federais são considerados entes


federativos.

Errado. Os territórios federais integram a União, não são considerados


entes federativos e não possuem autonomia. Veja como questões
simples também caem em provas com nível de dificuldade
extremamente elevado, como é o caso do concurso para Promotor.

40. (CESPE/TRE-GO/Analista Judiciário - Área: Judiciária/2009) Os municípios não


são considerados entes federativos autônomos, visto que não são dotados de
capacidade de auto-organização e de autonomia financeira.

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Errado. Os municípios são entes federados autônomos, possuindo as


capacidades de autogoverno, autoadministração e auto-organização.
Além disso, a autonomia municipal é considerado princípio
constitucional sensível. Lembre-se do esquema:

- Autonomia MUNICIPAL é princípio constitucional sensível (34, VII, c)


NÃO é estadual
• Auto-organização - Elaboração de LOM - 2 turnos
e legislação própria - interstício mín 10d
(autonomia)

- 2/3 dos votos


Municípios

- Princípio da simetria
- Município NÃO tem Poder constituinte decorrente
- Autolegislação: leis municipais
• Autogoverno - Organizar poderes Executivo e Legislativo locais
- Município não tem Judiciário nem Ministério Público
- Eleição direta do Prefeito
• Autoadministração

41. (CESPE/TRE-MA/2009) A União, os estados-membros, os municípios e o


Distrito Federal são entidades estatais soberanas, pois possuem autonomia
política, administrativa e financeira.

Errado. Os entes federados possuem autonomia política,


administrativa e financeira, sendo autônomos e não soberanos.

42. (CESPE/TJRJ/Técnico/2008) Os municípios não integram a estrutura federativa


brasileira em razão da limitação de sua autonomia pela CF.

Errado. Apesar de serem considerados entes federados anômalos, os


municípios são entes federados e integram a República Federativa do
Brasil, conforme o art. 1º da CF. Devido à existência dos municípios, o
federalismo brasileiro é chamado de federalismo de segundo grau.
Como vimos, não existe hierarquia entre União, estados, DF e
municípios, mas os municípios devem obedecer à Constituição do seu
Estado (CE), bem como a Constituição Federal (CF).

43. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal é


regido por uma Constituição Distrital.

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Errado. O DF é regido por uma lei orgânica que possui status de


Constituição Estadual.

44. (CESPE/TRT 17.ª Região-ES/Analista Judiciário – Área: Administrativa/2009) A


CF veda a criação de novos territórios.

Errado. A CF permite expressamente a criação de novos territórios em


seu art. 18, §2º. Sua criação deve ser feita por Lei Complementar
Federal e, caso sejam criados, integrarão a União e terão natureza
jurídica de autarquia territorial.

45. (CESPE/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2008) Entre os municípios que


compõem o DF, Brasília é a sua capital, além de ser a capital do Brasil,
acumulando competências legislativas dos estados e municípios.

Errado. O Distrito Federal não pode ser dividido em municípios por


expressa determinação constitucional. Veja o art. 32 da CF: “Art. 32. O
Distrito Federal, VEDADA SUA DIVISÃO EM MUNICÍPIOS, reger-se-á
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.”
Por outro lado, o Distrito Federal realmente acumula as competências
dos estados e dos municípios e Brasília é a capital federal.

46. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, dispõe de ampla


autonomia política, sendo-lhe facultado regular a duração do mandato dos
respectivos Prefeitos e Vereadores.

Errado. Realmente, os municípios possuem autonomia. Contudo, a


duração dos mandatos eletivos foi prevista expressamente pela
Constituição no art. 29, I: “eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
simultâneo realizado em todo o País.”

47. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar


que, dentre outras situações, é permitida sua divisão em Municípios.

Errado. A Constituição veda expressamente a divisão o DF em


municípios (art. 32, caput).

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48. (CESPE/TRE-GO/2009) Os municípios não são considerados entes federativos


autônomos, visto que não são dotados de capacidade de auto-organização e de
autonomia financeira.

Errado. Conforme artigo 18: “A organização político-administrativa da


República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.”

49. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal é


governado por um interventor, nomeado pelo Presidente da República, pelo
fato de ser a sede da capital federal.

Errado. O DF é governado por um governador eleito diretamente pelo


povo. Além disso, Brasília é a capital federal (e não o DF).

50. (CESPE/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2008) Os territórios federais


integram a União e sua criação será regulada em lei complementar.

Certo. Os territórios não são entes federados. Eles não integram o


Estado Federal e são meras descentralizações administrativas
pertencentes à União, possuindo natureza jurídica de autarquia.
Atualmente, o Brasil não possui territórios e sua criação e
transformação só pode ser feita mediante lei complementar (art. 18,
§2º). Lembre-se do esquema:

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• Integram a União
• Criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em Lei Complementar federal (18, §2º)
• Caso sejam criados, - Administrativa
sua organização - Judiciária será regulada por
- Tributária Lei Ordinária da
- Orçamentária União de iniciativa
- Serviços públicos do Presidente
- Pessoal
(Não possuem autonomia)

• Não são entes - Não integram o Estado Federal


federados - São meras descentralizações pertencentes à União
Territórios

- Natureza Jurídica de Autarquia


- Não possuem autonomia política
Ex: o GovTerrit é - escolhido pelo PR
- aprovado pelo SF - Voto secreto
- Arguição púb
• Podem ou não ser divididos em municípios
• Suas contas são - Julgadas pelo Congresso Nacional
- Após parecer prévio do TCU
• Compete à União - Judiciário
organizar e manter - Ministério Público dos Territórios
- Defensoria Pública
• Elege 4 Deputados Federais
• Não elege Senadores

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III. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

A repartição de competências é a divisão, pela Constituição, das atribuições de


cada ente federado. Ela é um dos núcleos do federalismo brasileiro.

Para se fortalecer a autonomia dos entes federados, deve haver repartição de


competências administrativas (ex: arts. 21 e 23), tributárias (ex: art. 145 em
diante) e Legislativas (ex: art. 22 e 24).

Uma observação importante acerca das competências estabelecidas pela CF é


que elas podem ser alteradas por Emenda Constitucional. No entanto,
não se pode mudá-las a ponto de se comprometer a forma federativa
de Estado.

1. MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

Quando se reparte as competências dentro do estado federado, existem duas


formas de se fazer isso: a primeira é fazendo com que os diferentes entes
possam atuar nas mesmas matérias. Mas para não “virar bagunça”, deve-
se estabelecer uma relação de subordinação, onde um ente deve obedecer
ao outro. Esse tipo de repartição provoca uma maior cooperação entre os
diferentes entes, uma vez que eles atuam nas mesmas matérias. Esse modelo
de repartição de competências é chamado de MODELO VERTICAL.

A segunda forma de se repartir as competências dentro do estado federado é


criando uma forma mais rígida, onde os entes, geralmente, atuam em
diferentes matérias e onde um ente não pode intervir nas competências
dos outros. Esse modelo é chamado de MODELO HORIZONTAL.

A Constituição Federal adota os dois modelos, com predominância do MODELO


HORIZONTAL.

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2. PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE

Para estabelecer a repartição das competências entre os entes, a Constituição


usou o princípio da predominância do interesse:

x Os interesses nacionais e de relações internacionais foram


expressamente definidos na CF e ficaram a cargo da União.

x Os interesses locais ficaram a cargo dos municípios e também foram


enumerados expressamente pela Constituição.

x Os interesses regionais, por sua vez, ficaram sob a responsabilidade


dos estados, e são residuais, ou seja, não foram expressamente
enumerados pela CF88.

Duas observações são pertinentes nesse momento: a primeira é que, como


vimos, o Distrito Federal possui competências dos estados e dos municípios.

A segunda é que existe uma exceção em relação às competências residuais: a


competência residual em matéria TRIBUTÁRIA é da UNIÃO e não dos
Estados.

Estudaremos as seguintes competências:

1. Exclusivas da União
2. Privativas da União
3. Concorrentes
4. Comuns
5. Dos estados
6. Dos municípios

Esquematizando:

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Repartição de Competências
x Núcleo do federalismo
x Autonomia pressupõe repartição de competências - Administrativas – ex: art. 21
- Legislativas – ex: art. 22
- Tributárias – ex: art. 145 em diante
x Competências podem ser alteradas por EC
o Não pode mudar a ponto de comprometer a forma federativa de Estado

- Horizontal - Não há subordinação entre os entes


x Modelo - Provoca maior rigidez do federalismo
- Vertical - Os entes atuam nas mesmas matérias, mas há subordinação entre eles
- Provoca maior cooperação entre os entes
o CF88 adota os dois modelos, com predominância do HORIZONTAL

x Princípio da interesse - Nacional: União – enumerada expressamente


predominância - Local: Municípios – enumerada expressamente
do interesse - Regional: Estados – residual
- DF: Estados+Municípios OBS: Matéria tributária:
Competência da U é que
- Competência Comum – art. 23
é residual
- Competência Concorrente – art. 24

3. COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DA UNIÃO

As competências exclusivas da União estão previstas no art. 21 da CF e


possuem duas características marcantes. A primeira é que elas são
competências MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS. A segunda é que elas são
INDELEGÁVEIS, ou seja, a União não pode “pedir para que alguém as exerça
em seu nome”.

Exemplos de competências exclusivas da União são:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;

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4. COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA UNIÃO

As competências privativas da União estão previstas no artigo 22 da CF e são


competências LEGISLATIVAS. Diferentemente das exclusivas, as
competências privativas podem ser delegadas pela União. Assim, via de
regra, as competências privativas da União são exercidas pela própria
União. No entanto, excepcionalmente, a União pode delegar aos estados e ao
DF, por Lei Complementar, a edição de normas sobre questões específicas.

Fique atento para as seguintes observações:

1) Em regra, as competências privativas são exercidas pela União

2) A delegação (exceção) é feita por Lei Complementar

3) A delegação é feita aos Estados e ao DF, não podendo ser feita aos
municípios.

4) Os estados e o DF somente podem legislar sobre questões


ESPECÍFICAS e somente se houver delegação pela União.

5) A delegação deve contemplar todos os Estados e o DF. Assim,


caso sejam delegadas, as competências privativas se estenderão para
todos os estados de uma só vez. Não se pode delegar a legislação de
uma questão somente para o estado de São Paulo, por exemplo. Se a
União delegar para um estado, deve delegar para todos.

Exemplos de competências privativas da União: legislar sobre

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,


aeronáutico, espacial e do trabalho;

II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de


guerra;

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5. COMPETÊNCIA COMUM, PARALELA OU CUMULATIVA

As competências comuns entre os entes federados estão previstas no artigo 23


da CF. Elas tratam, em sua maioria, de assuntos de interesse da
coletividade/interesses difusos e são competências NÃO LEGISLATIVAS /
MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS de responsabilidade da União, estados,
Distrito Federal e municípios, que atuam de forma conjunta e sem
subordinação entre eles.

Além disso, a CF prevê que Leis complementares fixarão normas para a


cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional.

Exemplos de competências comuns entre União, estados, DF e municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e


conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas


portadoras de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e


cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

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6. COMPETÊNCIA CONCORRENTE

A competência concorrente é uma forma de divisão vertical de competências,


está prevista no artigo 24 da CF e se refere a competências LEGISLATIVAS.
Diferentemente da competência comum, que pode ser exercida pela União,
estados, DF e municípios, a competência concorrente só poderá ser exercida
pela União, estados e DF. Dessa forma, os municípios não possuem
competência legislativa concorrente.

Na competência concorrente, a União edita normas gerais, enquanto os


estados e o DF editam normas específicas. Assim, os estados
complementam a legislação da União se utilizando da competência
suplementar. Nessa normatização, existe subordinação: as normas
específicas dos Estados e DF devem respeitar as normas gerais da União.

Uma observação: a União NÃO pode editar normas específicas para Estados e
DF, mas pode editar normas específicas para a própria União.

Caso a União seja omissa e não elabore as normas gerais, os Estados e DF


adquirem competência legislativa plena. Assim, poderão legislar tanto
sobre normas gerais quanto específicas.

Caso, posteriormente, a União edite a lei federal contendo a norma geral, as


leis estaduais tornam-se suspensas na parte em que lhe for contrária
(suspende e não revoga).

Além disso, a partir da edição da lei federal, os estados (que tinham a


competência legislativa plena) não podem mais legislar sobre normas gerais,
tendo que seguir as normas gerais editadas pela União.

Por fim, você deve saber que os estados e DF podem suprir a inexistência de
lei federal somente nos assuntos da competência concorrente. Já nos temas de
competência privativa da União, eles somente podem legislar caso sejam
autorizados por Lei Complementar (e sobre questões específicas).

Esquematizando:

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1. Competência EXCLUSIVA da União - Indelegável


- ADMINISTRATIVA
- Não confundir com iniciativa
exclusiva/reservada/privativa de Lei
2. Competência - Delegável
PRIVATIVA - LEGISLATIVA
da União - Regra: demais entes NÃO podem editar leis p/ suprir a lacuna federal
- Exceção - U pode delegar por LC
- Est e DF podem legislar sobre - Só as especificas
questões específicas - Só se a U delegar

- A delegação deve contemplar todos os Estados + DF


COMPETÊNCIAS

3. Competência - Outros nomes: paralela ou cumulativa


COMUM - Não há subordinação
- COMPETÊNCIAS NÃO LEGISLATIVAS
- Interesse da coletividade / interesses difusos
- LC fixarão normas para a cooperação entre U, E, DF e Mun
• Objetivando o - Equilíbrio do desenvolvimento econômico
- Bem-estar em âmbito nacional

• Somente União, Estados e DF


• Municípios NÃO possuem competência concorrente
• Repartição vertical de competência
• COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
• União: Normas Gerais
4. Competência • Estados e DF - Normas específicas
CONCORRENTE - Complementam a legislação da União
- Competência suplementar
• Há subordinação entre as normas: as normas específicas dos Estados e do
DF devem respeitar as normas gerais da União
• União NÃO pode editar normas específicas para Est e DF
• União pode editar normas específicas para a própria União
• Se a União for omissa e não elaborar as normas gerais: Estados e DF
adquirem competência legislativa plena (automática)
• Superveniência - SUSPENDE as estaduais
de Lei Federal - Somente a parte que lhe for contrária
• É “Suspende” e não “Revoga”

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7. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS

A competência dos estados é residual ou remanescente, ou seja, o que não


for competência da União e nem dos municípios, será competência estadual.
As competências da União e dos municípios estão expressamente previstas
na Constituição, ao contrário da competência dos estados, que é residual.

Além da competência residual, a CF estabelece expressamente algumas poucas


competências aos estados, como a criação, a incorporação, a fusão e o
desmembramento de municípios (art. 18, §4º); a exploração de gás canalizado
(art. 25, §2º); a instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
e microrregiões (art. 25, §3º) e organização de sua própria justiça (art. 125).

Esquematizando:

- Residual ou remanescente
+
- Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios (18, §40)
5. Competência - Exploração de gás canalizado (25, §20)
dos Estados - Instituição (25, §30) de - Regiões metropolitanas
- Aglomerações urbanas
- Microrregiões
- Organização de sua própria justiça (125)
- Serviço de transporte intermunicipal (ADI 2.349/ES)

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8. COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS

Os municípios possuem competência EXCLUSIVA para legislar sobre assuntos


de interesse local (art. 30, I) e SUPLEMENTAR para complementar a legislação
federal e estadual, no que couber (art. 30, II). Além disso, segundo o artigo 29
da Constituição, compete aos municípios:

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem


como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação


estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou


permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do


Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do


Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento


territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,


observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

No esquema abaixo, colocarei uma série de informações sobre as


competências municipais também cobradas em provas. Atenção!

Esquematizando:

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• EXCLUSIVA: legislar sobre assuntos de interesse local (30, I)


• SUPLEMENTAR: completar a legislação federal e estadual,
no que couber (30, II)
• Legislar sobre atividade de estabelecimento comercial,
• Expedir alvarás e licenças para funcionamento
• Fixação do horário de funcionamento do comércio local (lojas,
shoppings etc) (súmula 645)
6. Competência dos • Podem obrigar bancos a • Instalarem equipamentos de Segurança
Municípios e conforto
• Atendimento em prazo razoável – prazo
Máx de espera
- RE 240.406/RS + RE 251.452/SP

• Legislar sobre - Prazo máximo na fila dos cartórios (RE 397.094)


- Serviços funerários (RE 387.990/SP)
• Elaborar seu Plano diretor (182)
• Constituir guardas municipais (144, §8º)
ƒ OBS: nem todos os interesses locais são dos Municípios
x Ex: horário de funcionamento bancário: União
x Afeta o Sistema Financeiro Nacional
x Ex: exploração de gás canalizado: Estadual
x Municípios NÃO podem legislar sobre consórcios, sorteios,
bingos ou loterias
x Súmula Vinculante n0 2
x É competência da União

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9. DICA DE ESTUDO

Meu caro Analista da Área Jurídica do Poder Judiciário, se você teve a


curiosidade, no decorrer do estudo deste material, de olhar os artigos 21 a 24,
que tratam das competências exclusivas e privativas da União, comuns e
concorrentes, deve ter percebido que o estudo de cada competência não é lá
das coisas mais simples. São muitas informações, muitas delas parecidas, e
que muitas vezes podem nos confundir: Legislar sobre direito processual é
competência exclusiva ou privativa da União? Ou concorrente?

As competências são assuntos bastante recorrentes em provas, mas não são


tão importantes a ponto de ser necessária a memorização dos quatro artigos.
O custo-benefício de memorizá-los, na minha opinião, não compensa.
Mas devemos ter uma boa ideia do conteúdo de cada um deles.

Vou repassar para vocês algumas técnicas que podem facilitar o estudo e a
assimilação das competências. Com elas, você não irá memorizar uma a uma,
mas já terá uma boa ideia de onde está cada competência. É importante que
você as utilize em conjunto, ok?

Passo 1

Primeiramente, estude minuciosamente os conceitos sobre cada competência.


Saiba quais são competências legislativas (privativa da União e
concorrente) e quais são as competências administrativas (exclusiva da
união e comum).

Dessa forma se cair numa questão: “compete exclusivamente à União


legislar sobre xxxxx”, você já saberá que está errada, pois as competências
exclusivas não são legislativas, mas sim administrativas.

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Passo 2

Lembre-se de que as competências foram enumeradas segundo o critério da


predominância de interesses. Assim, sempre será competência da UNIÃO:

x Quando a CF usar o termo nacional ou internacional;

x Estabelecer as "diretrizes", "critérios", "bases", "normas gerais”


etc.

x Temas "sensíveis" como atividade nuclear, guerra, índios, energia,


telecomunicações etc.

Passo 3

Quase tudo o que for “muito bonitinho”, “muito especial” ou “muito ideológico”
e temas de interesse coletivos e difusos serão de competência comum.

Exemplo: é competência comum:

x Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;


x Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
x Preservar as florestas, a fauna e a flora;

Estão vendo? Quase todas as competências comuns são “idealistas”.

MAS CUIDADO! Esse método não resolve todos os problemas. Ele


simplesmente te dá uma pista.

Exemplo: legislar sobre a proteção e integração social das pessoas portadoras


de deficiência é competência concorrente e não comum.

No entanto, você “mataria” essa questão seguindo o passo 1: sabendo quais


são as competências legislativas (só pode ser privativa da união ou
concorrente).

Estão vendo? Seguindo esses passos, vocês não terão decorado as


competências, mas terão várias pistas para acertar a questão.

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Passo 4

A Constituição traz uma série de serviços que podem/devem ser prestados


pelos entes de forma direta ou indireta (por meio de concessão, autorização ou
permissão).

Todos os entes podem prestar os serviços diretamente, mas a delegação


é diferente para cada um deles. Observe como os serviços podem ser
delegados:

x União: por autorização, permissão e concessão;

x Municípios: por permissão e concessão;

x Estados: apenas por concessão.

Dessa forma, se a questão trouxer algo como: “compete aos estados, prestar
diretamente ou através de autorização, o serviço xyz”, ela estará errada, pois
os estados somente delegam serviços por concessão.

Passo 5

Existem alguns temas que sempre caem em provas. Observe:

a) A seguridade social (conjunto de Saúde + Previdência Social +


Assistência Social) é de competência legislativa privativa da União. Por
outro lado, a Previdência Social, de forma isolada, é de competência
concorrente.

b) A CF traz as competências para legislar sobre diversos ramos do direito.


Sabemos que quando a competência é legislativa, ela somente pode ser
privativa da União ou concorrente. Assim, observe:

x Competência Concorrente: legislar sobre direito TUPEF


(Tributário, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Financeiro).

x Competência privativa da União: legislar sobre os demais


direitos.

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c) Legislar sobre Direito Processual é competência legislativa privativa


da União, enquanto os PROCEDIMENTOS em matéria processual
são competência legislativa concorrente.

d) Legislar sobre desapropriação é competência privativa da União


enquanto Decretar a desapropriação é competência do Poder
Público, geralmente o Poder Executivo Municipal.

Passo 6

Imprima cada competência de uma cor e as leia várias e várias vezes. Assim,
quando cair em um exercício uma determinada competência, você utilizará sua
memória visual e se lembrará de que cor ela estava escrita. Sabendo a cor,
você sabe qual a competência.

Exemplo: coloque as competências exclusivas na cor preta, as privativas na


cor azul, as comuns na cor vermelha e as concorrentes na cor verde e as leia
e repita várias e várias vezes.

Quando você se deparar na prova com uma questão do tipo:

“É competência comum entre a União, estados, DF e municípios fomentar a


produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar.”

Acessando sua memória visual, você se lembra que o fomento à produção


agropecuária estava escrito em seu material na cor vermelha. OPA! Vermelho
é a cor da competência comum! Item CERTO.

ATENÇÃO: caso você tenha mais de um material de estudo, padronize


as cores para não se confundir. Ex: a competência comum será SEMPRE
vermelha, a concorrente SEMPRE verde e assim por diante.

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Passo 7

Nem sempre você se lembrará das cores usadas no passo 6, principalmente se


não repetir e revisar a informação com bastante frequência. Assim, outra
forma de internalizar a informação é separar as palavras-chave de cada tipo de
competência e repetir, repetir...

Exemplo

Nas próximas páginas, segue um exemplo de como fazer os passos 6 e 7. O


passo 7 é exemplificado com a competência exclusiva da união e o passo 6
está exemplificado com as demais.

LEMBRE-SE QUE É INDISPENSÁVEL A REPETIÇÃO E REVISÃO


FREQUENTE DAS COMPETÊNCIAS, ALÉM DE ENTENDER A ESTRUTURA
POR TRÁS DELAS!!

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Compete: - relações internacionais


à União - declarar a guerra e celebrar a paz
(Art. 21) - defesa nacional
- permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nac
- decretar - estado de sítio
- estado de defesa
- intervenção federal;
- material bélico;
EXCLUSIVA DA UNIÃO

- emitir moeda;
- administrar as reservas cambiais do País
- fiscalizar as operações de natureza financeira - crédito
- câmbio
- capitalização
- seguros
- previdência privada;
- planos nac e reg de ordenação do território e de desenvolvimento ecn e social;
- serviço postal e o correio aéreo nacional;
- explorar - diretamente - serviços de telecomunicações
- autorização - serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens
- concessão - energia elétrica
- permissão, - navegação - aérea
- aeroespacial
- infraestrutura aeroportuária
- portos marítimos, fluviais e lacustres;
- serviços de transporte - ferroviário
- aquaviário
- entre - portos
- fronteiras - nacionais
- estaduais
- rodoviário - interestadual
- internacional
- organizar e manter o - Jud
- MP
- polícia civil do DF e Territ
- polícia militar
- corpo de bombeiros militar
- prestar assistência financ ao DF p/ a execução de serv pub
- Defensoria Pública dos territórios (DPDF agora é do DF!
EC 69/2012)

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- organizar e manter os serviços oficiais de - estatística


- geografia de âmbito nacional
- geologia
- cartografia
- classificação, p/ efeito indicativo, de diversões púb e de programas de rádio e TV;
EXCLUSIVA DA UNIÃO

- conceder anistia;
- defesa contra as calamidades públicas, secas e inundações;
- instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos
- instituir diretrizes para - desenvolvimento urbano,
- habitação
- saneamento básico
- transportes urbanos;
- sistema nacional de viação;
- polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras
- atividades nucleares - para fins pacíficos
- por aprovação do CN
- a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
existência de culpa
- por PERMISSÃO a comercialização e a utilização de
são autorizadas radioisótopos para a pesquisa e usos
médicos, agrícolas e industriais produção,
comercialização e utilização de
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior
a duas horas
- inspeção do trabalho;
- garimpagem, em forma associativa.

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Art. 21. Compete à União:


I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
Defensoria Pública dos Territórios;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio
de fundo próprio;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito
nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e
televisão;
XVII - conceder anistia;

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XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
direitos de seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares
e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante
aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa
e usos médicos, agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de
meia-vida igual ou inferior a duas horas;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma
associativa.

Art. 22. Compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

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XIV - populações indígenas;


XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria
Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das
polícias militares e corpos de bombeiros militares;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no
art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.

Art. 23. É competência COMUM da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

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IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de


saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos
setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos
hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar CONCORRENTEMENTE sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino e desporto;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.

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EXERCÍCIOS

51. (CESPE/Procurador-AGU/2010) Estado da Federação tem competência


privativa e plena para dispor sobre normas gerais de direito financeiro.

Errado. Legislar sobre direito financeiro é competência concorrente


(art. 24, I). Assim, cabe à União editar normas gerais e aos estados
editar as normas específicas. Lembre-se dos direitos TUPEF:

x Competência Concorrente: legislar sobre direito TUPEF


(Tributário, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Financeiro).

x Competência privativa da União: legislar sobre os demais


direitos.

52. (CESPE/Técnico - TRT 9a/2007) A instituição das diretrizes para o


desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transporte
urbano, é de competência dos municípios.

Errado. Lembre-se que estabelecer as "diretrizes", "critérios", "bases",


"normas gerais etc. será sempre competência da União.

53. (CESPE/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2008) Os municípios poderão


explorar diretamente, ou mediante concessão, o serviço local de gás
canalizado.

Errado. Essa competência é reservada aos ESTADOS e não aos


municípios. Esse dispositivo é bastante cobrado em provas! Primeiro,
porque é uma das poucas competências dos estados-membros
previstas expressamente no texto constitucional e segundo, na
matéria de processo legislativo, pois os governadores não podem
editar medida provisória para disciplinar esse dispositivo
constitucional.

54. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) Compete privativamente à União legislar sobre


direito

a) comercial.
b) tributário.
c) financeiro.

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d) penitenciário.
e) urbanístico.

Gabarito: A. Os direitos concorrentes são os direitos TUPEF!


(Tributário, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Financeiro).

Assim, os demais direitos são da competência privativa da União. No


caso, o direito comercial.

55. (FCC/TJAA - TRE-AC/2010) Em matéria de competência legislativa concorrente


relacionada à União, Estados e Distrito Federal, é correto afirmar que a
competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.

Certo. Conforme artigo 24, § 2º: “A competência da União para legislar


sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.”

56. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Os estados poderão, mediante lei complementar,


instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse
comum.

Certo. Essa é a cópia do art. 25, § 3º. Vamos revisar:

- Residual ou remanescente
+
- Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios (18, §40)
Competência - Exploração de gás canalizado (25, §20)
dos Estados - Instituição (25, §30) de - Regiões metropolitanas
- Aglomerações urbanas
- Microrregiões
- Organização de sua própria justiça (125)
- Serviço de transporte intermunicipal (ADI 2.349/ES)

57. (CESPE/Auditor-TCU/2009) No âmbito da organização federativa do Brasil, a


competência material residual é sempre de competência dos estados.

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Errado. Em regra, realmente a competência residual pertence aos


estados. No entanto, a competência tributária é residual da UNIÃO.
Lembre-se do esquema:

Princípio da interesse - Nacional: União – enumerada expressamente


predominância - Local: Municípios – enumerada expressamente
do interesse - Regional: Estados – residual
- DF: Estados+Municípios OBS: Matéria tributária:
Competência da U é que
- Competência Comum – art. 23
é residual
- Competência Concorrente – art. 24

58. (CESPE/IPEA-Técnico de Planejamento e Pesquisa – Área de Especialização:


Estado, Instituições e Democracia/2008) As competências comuns previstas no
artigo 23 da Constituição de 1988 comunicam que as matérias ali elencadas
são de interesse comum de todos os entes da Federação e são, portanto, de
responsabilidade dos três níveis de governo.

Certo. As competências comuns entre os entes federados estão


previstas no art. 23 da CF. Elas tratam, em sua maioria, de assuntos de
interesse da coletividade/interesses difusos e são competências NÃO
LEGISLATIVAS de responsabilidade da União, estados, Distrito Federal
e municípios, que atuam de forma conjunta e sem subordinação entre
eles.

59. (FCC/AJEM - TRT-15a/2009) Nos termos da Constituição Federal, a


competência para legislar sobre registros públicos e desapropriação é

a) privativa da União.

b) comum da União, dos Estados e do Distrito Federal.

c) concorrente da União, dos Estados e dos Municípios.

d) comum dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

e) exclusiva dos Estados e do Distrito Federal.

Gabarito: A. Lembre-se que legislar sobre desapropriação é


competência privativa da União enquanto Decretar a desapropriação é
competência do Poder Público, geralmente o Poder Executivo
Municipal.

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Além disso, os registros públicos devem ser uniformes em todo o país,


por isso são de competência da União.

60. (FCC/PGE-AM/2010) A propósito do modelo de repartição de competências


adotado na Constituição Federal, pode-se afirmar que as competências
materiais são sempre de exercício concorrente por todos os entes federativos.

Errado. As competências materiais ou administrativas são as


exclusivas da União ou comuns. Já as competências legislativas são as
concorrentes ou privativas da União.

61. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) São de competência legislativa privativa da


União: proteção à infância e serviço postal.

Errado. Serviço postal realmente é de competência privativa da União


(art. 22, V). No entanto, a proteção à infância, por ser um tema difuso,
afeto a todos, é de competência legislativa concorrente (art. 24, XV).

62. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) Os estados podem explorar


diretamente, ou mediante permissão, os serviços locais de gás canalizado e
podem, inclusive, regulamentar a matéria por meio de medida provisória.

Errado. A questão contém dois erros. O primeiro é que os estados


somente podem explorar os serviços de gás canalizado por concessão
e não por permissão. Além disso essa matéria não pode ser tratada por
Medida Provisória. Observe o art. 25, § 2º “Cabe aos Estados explorar
diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para
a sua regulamentação.” Assim, os dois erros da questão estão em
vermelho.

63. (CESPE/AGU/Advogado da União/2009) Suponha que a Constituição de


determinado estado-membro tenha assegurado a estudantes o direito à meia-
passagem nos transportes coletivos urbanos rodoviários municipais. Nessa
situação, de acordo com o entendimento do STF, a previsão é constitucional,
pois o ente estadual atuou no âmbito de sua competência, dando tratamento
equânime aos estudantes em toda a sua esfera de atuação.

Errado. O estado estaria invadindo a competência municipal prevista


no art. 30, V da CF: “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local,
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INCLUÍDO O DE TRANSPORTE COLETIVO, que tem caráter essencial”.


Assim, essa competência é municipal e não estadual.

64. (FCC/AJAJ-TJ-SE/2009) Compete aos Municípios organizar e prestar,


diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de
interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

Certo. Essa é a cópia do art. 30, V. Lembre-se também que os serviços


públicos pode ser prestados diretamente ou por:

x União: por autorização, permissão e concessão;

x Municípios: por permissão e concessão;

x Estados: apenas por concessão.

65. (CESPE/AGU/Advogado da União/2009) Na hipótese de alteração, por uma


nova Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da
Federação, para inserir na competência federal matéria até então da
competência legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da
federalização da lei estadual ou municipal, a qual permanecerá em vigor como
se lei federal fosse, em atenção ao princípio da continuidade do ordenamento
jurídico.

Errado. O princípio da continuidade do ordenamento jurídico realmente


existe e busca a preservação e manutenção das normas no direito
brasileiro. No entanto, o fenômeno da federalização da lei estadual ou
municipal, neste caso, é inviável.

O Brasil possui 5564 municípios. Imagine só se houvesse 5564 leis


municipais que agora terão status de lei federal? Isso seria o caos
jurídico, pois não se saberia qual delas aplicar. Assim, caso uma nova
CF retirasse uma competência municipal e a entregasse para a União,
nenhuma dessas leis municipais poderia ter status de lei federal.

No entanto, o fenômeno inverso é possível: caso uma nova


Constituição transfira uma competência federal para os municípios, a
lei federal continua válida com status de lei municipal e pode ser
alterada por lei do município. Assim, cada município poderá alterar a
lei federal (que agora possui status de lei municipal).

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66. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Legislar sobre recursos minerais é de


competência legislativa privativa da União.

Certo. Temas sensíveis = competência privativa da União! (art. 22,


XII)

67. (CESPE/AGU/Advogado da União/2009) No âmbito da competência legislativa


concorrente, caso a União não tenha editado a norma geral, o estado-membro
poderá exercer a competência legislativa ampla. Contudo, sobrevindo a norma
federal faltante, o diploma estadual terá sua eficácia suspensa no que lhe for
contrário, operando-se, a partir de então, um verdadeiro bloqueio de
competência, já que o estado-membro não mais poderá legislar sobre normas
gerais quanto ao tema tratado na legislação federal.

Certo. Na competência concorrente, em regra, a União legisla sobre


normas gerais e os estados sobre as normas específicas. Caso a União
seja omissa e não elabore as normas gerais, os Estados e DF adquirem
competência legislativa plena. Assim, poderão legislar tanto sobre
normas gerais quanto específicas. Caso, posteriormente, a União edite
lei federal contendo a norma geral, as leis estaduais tornam-se
SUSPENSAS na parte em que lhe for contrária (suspende e não
revoga). Além disso, a partir da edição da lei federal, os estados (que
tinham a competência legislativa plena) não podem mais legislar sobre
normas gerais.

68. (FCC/Técnico - TRT-PI/2009) Compete à União, aos Estados e ao Distrito


Federal legislar concorrentemente sobre direito

a) civil, comercial, penal, processual e eleitoral.

b) tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.

c) agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

d) tributário, financeiro, econômico, civil e comercial.

e) eleitoral, urbanístico, agrário, marítimo, aeronáutico e espacial.

Gabarito: B. Lembra-se dos direitos TUPEF?

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x Competência Concorrente: legislar sobre direito TUPEF


(Tributário, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Financeiro).

x Competência privativa da União: legislar sobre os demais


direitos.

69. (FCC/TJAA-TRE-AC/2010) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em


dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços
dos membros da Câmara Municipal.

Certo. Conforme artigo 29, caput da CF. Observe que a Lei Orgânica
não possui status de Constituição municipal.

70. (CESPE/TRT9/Técnico Judiciário /2007) A instituição das diretrizes para o


desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transporte
urbano, é de competência dos municípios.

Errado. Trata-se de competência exclusiva da União, portanto,


administrativa, prevista no art. 21, XX. Lembre-se de que somente a
União pode:

x Quando a CF usar o termo nacional ou internacional;

x Estabelecer as "diretrizes", "critérios", "bases", "normas gerais


etc.

x Temas "sensíveis" como atividade nuclear, guerra, índios, energia,


telecomunicações etc.

71. (CESPE/MPS/2010) Compete à União, aos estados e ao DF legislar


concorrentemente sobre previdência social, proteção e defesa da saúde.

Certo. A seguridade social (conjunto de Saúde + Previdência Social +


Assistência Social) é de competência legislativa privativa da União. Por
outro lado, a Previdência Social, de forma isolada, é de competência
concorrente.

Já a saúde, por ser um tema difuso e afeto a todos os entes, é de


competência concorrente.

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72. (CESPE/Técnico - TCE-TO/2008) É de competência concorrente entre União,


estados e Distrito Federal legislar sobre desapropriação.

Errado. Legislar sobre desapropriação é competência privativa da


União enquanto Decretar a desapropriação é competência do Poder
Público, geralmente o Poder Executivo Municipal.

73. (FCC/TJAA - TRE-AC/2010) Em matéria de competência legislativa concorrente


relacionada à União, Estados e Distrito Federal, é correto afirmar que a
superveniência de lei federal sobre normas gerais não suspende, em qualquer
hipótese, a eficácia da lei estadual.

Errado. Conforme art. 24, § 4º: “A superveniência de lei federal sobre


normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.”

74. (CESPE/TCU/Analista de Controle Externo/2007) Com relação à repartição de


competências administrativas entre a União e os estados-membros, adotou-se
a técnica da competência remanescente, segundo a qual aos estados membros
são reservadas as competências que não sejam da União e do DF. Quanto às
competências dos municípios, essas são comuns a estes e aos estados-
membros.

Errado. A competência dos estados é residual ou remanescente, ou


seja, o que não for competência da União e nem dos municípios, será
competência estadual. Além da competência residual, a CF estabelece
expressamente algumas poucas competências aos estados, como a
criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios
(art. 18, §4º); a exploração de gás canalizado (art. 25, §2º); a
instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões (art. 25, §3º e organização de sua própria justiça (art.
125).

No entanto, o erro da questão está em sua parte final: a competência


dos municípios foi enumerada expressamente pela CF em seu
artigo 30.

75. (CESPE/TCU/Analista de Controle Externo/2007) Em matéria legislativa, a


repartição de competência chamada remanescente ou reservada dos estados

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corresponde àquela em que a competência estadual é decorrente da delegação


pela União, por meio de lei complementar.

Errado. A competência residual dos estados foi atribuída


expressamente pela CF em seu art. 25, §1º e não é necessária lei
complementar para que os estados a exerçam. O que a banca tentou
fazer foi confundir o candidato em relação à competência PRIVATIVA
DA UNIÃO. Essa sim pode ser delegada aos estados por lei
complementar (art. 22, parágrafo único).

76. (CESPE/TRE-MA/2009) Compete privativamente à União legislar sobre direito


econômico e penitenciário.

Errado. Mais uma vez, os direitos TUPEF:

x Competência Concorrente: legislar sobre direito TUPEF


(Tributário, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Financeiro).

x Competência privativa da União: legislar sobre os demais


direitos.

77. (CESPE/Analista Administrativo - PREVIC/2011) A CF reconhece aos municípios


a competência para criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual.

Certo. Segundo o art. 30: “Compete aos Municípios: IV - criar,


organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual.”

78. (CESPE/TJDFT/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2008) No âmbito da


repartição de competências materiais, é de competência comum da União,
estados, DF e municípios registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios.

Certo. Essa é uma competência comum da União, estados, DF e


municípios prevista no art. 23, XI. Elas tratam, em sua maioria, de
assuntos de interesse da coletividade/interesses difusos e são
competências NÃO LEGISLATIVAS de responsabilidade da União,
estados, Distrito Federal e municípios, que atuam de forma conjunta e
sem subordinação entre eles.

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79. (CESPE/TST/Analista Judiciário – Área Judiciária/2008) Considere que uma


emenda à Constituição Federal (CF) revogue o dispositivo que atribui à União
competência privativa para legislar sobre direito do trabalho. Nessa situação, a
competência para legislar sobre essa matéria passaria a ser estadual.

Certo. A competência privativa para legislar sobre direito do trabalho é


da União (art. 22, I). No entanto, as competências dos entes federados
podem ser modificadas por emenda constitucional, desde que não se
descaracterize o pacto federativo. Assim, caso o dispositivo em
questão fosse simplesmente revogado, a CF não daria expressamente
a nenhum dos entes a competência para legislar sobre direito do
trabalho. Dessa forma, como os estados possuem a competência
RESIDUAL (art. 25, § 1º), estes seriam os novos detentores dessa
competência.

80. (FCC/TJAA - TRE-AC/2010) Em matéria de competência legislativa concorrente


relacionada à União, Estados e Distrito Federal, é correto afirmar que no
âmbito da legislação concorrente, a competência da União estende-se ao
estabelecimento de normas específicas.

Errado. Na competência concorrente, a União estabelece normas gerais


e os estados e DF estabelecem normas específicas. Lembre-se de que
os municípios não possuem competência legislativa concorrente.

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IV. INTERVENÇÃO

Meus caros Analistas da Área Jurídica do Poder Judiciário, em regra, segue-se


o princípio da autonomia política das entidades que compõem o Estado
Federado. Assim, a regra é que um ente federado não pode interferir na
atuação dos outros. No entanto, quando um dos entes “se comporta mal”, ou
seja, extrapola os limites de sua competência e/ou não a exerce da maneira
devida, cabe a intervenção para que a Constituição seja cumprida e a
normalidade seja restabelecida. Assim, a intervenção funciona como
controle de constitucionalidade, pois é medida para fazer com que se
obedeça à CF.

O processo de intervenção está previsto nos artigos 34 a 36 da CF e consiste


na possibilidade de afastamento, excepcional e temporário, da autonomia de
um ente federado por outro, nas hipóteses taxativamente autorizadas na
Constituição, no interesse maior da preservação da unidade federativa. Dessa
forma, a autonomia política dos entes federados é limitada temporariamente.

1. INTERVENÇÃO FEDERAL E ESTADUAL

Existem dois tipos de intervenção: a federal e a estadual. A intervenção


federal é feita pela União nos estados, no DF ou nos municípios localizados
nos territórios. A União não pode intervir nos municípios localizados nos
estados.

Exemplos: Cabe intervenção da União

x No estado de Goiás? Sim


x No estado de São Paulo? Sim
x No município de Goiânia? Não
x No município de São Paulo? Não
x Em um município localizado em um território? Sim

Já a intervenção estadual é feita pelos estados e somente nos municípios


localizados em seu território.

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Exemplos: Cabe intervenção do Estado de Goiás

x No município de Goiânia? Sim


x No município de Anápolis? Sim
x No município de São Paulo? Não

2. INTERVENÇÃO PROVOCADA E ESPONTÂNEA

A intervenção pode ser ainda espontânea ou provocada e essa última ainda


pode ser por solicitação ou por requisição. Dessa forma, temos que:

x Intervenção - Espontânea
- Provocada - Por solicitação
- Por requisição

Guarde essa informação: a intervenção sempre será decretada pelo chefe


do poder EXECUTIVO (Presidente da República ou Governador),
independente de ter sido provocada ou espontânea.

Intervenção espontânea

A intervenção federal será espontânea quando puder ser feita de ofício (por
conta própria) pelo Presidente da República. Assim, não será necessário que
nenhum órgão provoque o Presidente para que a intervenção seja decretada.
Ela pode ocorrer nos seguintes casos:
Dívida Fundada/Consolidada:
Compromissos de exigibilidade superior a
doze meses.
-Intervenção - De ofício pelo Presidente Dívida Flutuante Pública A contraída
Espontânea - Para • Manter a integridade nacional pelo Tesouro Nacional, por um
determinado período de tempo.
breve e

• Repelir invasão - estrangeira


- de uma unidade da Federação em outra
• Acabar com grave comprometimento da ordem pública
• Reorganizar as a) Suspender o pagamento da dívida fundada
finanças da por mais de 2 anos consecutivos, salvo
unidade da força maior
Federação que b) Deixar de entregar aos municípios receitas
tributárias fixadas na CF, dentro dos prazos
estabelecidos em lei;

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Intervenção provocada

Já a intervenção provocada é aquela onde o Presidente somente pode


decretá-la após provocação do órgão competente. Assim, de maneira
nenhuma, o Presidente pode decretá-la de ofício.

Em direito, de ofício significa “por conta própria”, “independentemente


de pedido do interessado” ou “sem precisar ser provocado”.

Deve ser ressaltado o fato de que o Judiciário jamais decreta a


intervenção. Guarde essa informação! Daqui a pouco você verá porque
muitas pessoas se confundem e acabam errando essa questão bastante
recorrente em prova.

Já vimos que a intervenção provocada ainda pode ser subdividida em duas:


por solicitação e por requisição. Quando a intervenção é provocada por
solicitação, o Presidente não está obrigado a decretá-la, assim, a intervenção
é facultativa. Ela somente ocorre para garantir o livre exercício dos poderes
Executivo e Legislativo.

Observe que para garantir o livre exercício do Judiciário é caso de REQUISIÇÃO e para
garantir o livre exercício do Executivo e do Legislativo é caso de SOLICITAÇÃO.

Já na intervencão provocada por requisição o Presidente da República é


obrigado a decretar a intervenção.

Em direito, requisição significa “ordem”.

A intervenção provocada por requisição ocorre nas seguintes situações:

x Requisição do - STF, STJ ou TSE – para prover execução de ordem judicial


- STF – para - Garantir o livre exercício do Judiciário
- Prover execução de lei federal
- Observância dos princípios sensíveis

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No caso de intervenção requisitada pelo STF para que se observe os


princípios sensíveis ou que se execute lei federal, é necessário que, antes
que o STF requisite a intervenção, seja dado provimento a uma Ação Direta
de Inconstitucionalidade Interventiva (Adin Interventiva). Estudamos a
Adin interventiva em controle de constitucionalidade, mas saiba que o único
legitimado para interpor essa ação é o Procurador-Geral da República.

Roberto, o que são esses princípios sensíveis?

A CF, no art. 34, VII, estabelece expressamente os seguintes princípios,


chamados pela doutrina de sensíveis:
Constitucionais Sensíveis

- Regime Democrático
- Forma Republicana
Princípios

- Sistema Representativo
- Direitos da Pessoa Humana
- Autonomia dos Municípios
- Prestação de contas da Administração Pública
- Aplicação do mínimo exigido dos impostos ESTADUAIS na saúde e educação

3. INTERVENÇÃO ESTADUAL OU DA UNIÃO NOS MUNICÍPIOS


LOCALIZADOS NOS TERRITÓRIOS

Já vimos que a intervenção estadual é aquela realizada pelos estados em seus


municípios e que a União não pode intervir nos municípios dos estados,
podendo intervir somente nos municípios localizados nos territórios. As
constituições estaduais não podem criar novas hipóteses de
intervenção, sendo somente as seguintes:

x Deixar de ser paga, salvo força maior, por 2 anos


Hipóteses de
consecutivos, a dívida fundada;
intervenção
x Prestação de contas
Estadual ou da
x Aplicação do mínimo da receita municipal na saúde e
União nos educação
Municípios dos x Observar os princípios sensíveis da Constituição Estadual
Territórios x Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial
o Nos dois últimos casos, precisa haver Adin
Interventiva estadual

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Esquematizando:

Intervenção Federal e Estadual


x Intervenção funciona como controle de constitucionalidade, pois é medida para fazer com
que se obedeça à CF

x Ela limita temporariamente a autonomia política dos entes federados

x Arts. 34, 35 e 36

- União intervém - nos Estados


- Federal - no DF
- nos municípios localizados nos Territórios
- A União NÃO pode intervir nos municípios dos Estados

- Estadual – o estado pode intervir em SEUS municípios Dívida Fundada/Consolidada:


Compromissos de exigibilidade superior a
doze meses.
- Espontânea - De ofício pelo Presidente Dívida Flutuante Pública A contraída
pelo Tesouro Nacional, por um breve e
- Para • Manter a integridade nacional determinado período de tempo.
Intervenção

• Repelir invasão - estrangeira


- de uma unidade da Federação em outra
• Acabar com grave comprometimento da ordem pública
• Reorganizar as a) Suspender o pagamento da dívida fundada
finanças da por mais de 2 anos consecutivos, salvo
unidade da força maior
Federação que b) Deixar de entregar aos municípios receitas
tributárias fixadas na CF, dentro dos prazos
estabelecidos em lei;
- Provocada - A intervenção é decretada pelo Presidente, mas precisa ser provocado
- O judiciário jamais decreta a intervenção
- Solicitação - Facultativa
- Para garantir o livre exercício do - Executivo
- Legislativo
- Requisição - Obrigatória
- STF, STJ ou TSE prover execução de ordem judicial
- STF • Garantir o livre exercício do Judiciário
• Prover execução de lei federal ou
• Observância dos princípios sensíveis

Nos 2 últimos casos, precisa da ADI Interventiva


(Representação Interventiva do PGR)

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x Hipóteses de intervenção Estadual ou da União nos Municípios dos Territórios:


x Deixar de ser paga, salvo força maior, por 2 anos consecutivos, a dívida fundada;
na federal é MAIS de 2 anos
x Prestação de contas
x Aplicação do mínimo da receita municipal na saúde e educação
x Observar os princípios sensíveis da CE Adin Interventiva
x Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial Estadual

4. DECRETO DE INTERVENÇÃO E CONTROLE POLÍTICO DO PODER


LEGISLATIVO

A intervenção federal é sempre decretada pelo Presidente da


República, ouvidos antes o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional. No entanto, a manifestação desses dois órgãos é
opinativa, ou seja, o Presidente não é obrigado a agir de acordo com a
mesma.

Ademais, o decreto interventivo não pode ser genérico. Ele deve especificar a
amplitude, o prazo e as condições de execução e, se couber, nomeará o
interventor. Além disso, o decreto interventivo será submetido à apreciação
(controle político) do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do
Estado, no prazo de vinte e quatro horas. Caso o Legislativo esteja em
período de recesso parlamentar, haverá convocação extraordinária em 24
horas.

Em alguns casos, o decreto de intervenção, primeiramente, se limitará a


suspender o ato impugnado (e não sofre controle político do Congresso
Nacional). Caso a suspensão do ato impugnado não seja suficiente para
restabelecer a normalidade, aí sim, decreta-se a intervenção propriamente dita
e há controle do Legislativo. São eles:

x Para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;


Intervenção
federal x Assegurar a observância dos princípios constitucionais sensíveis da CF

x Quando o Tribunal de Justiça der provimento a representação para


Intervenção assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
estadual Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial.

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Por fim, cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus


cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

Esquematizando:

x Decreto de Intervenção e Controle Político do CN


x Intervenção é SEMPRE decretada pelo chefe do executivo (Presidente ou Governador)
o Ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (manifestação
opinativa – o Presidente não está obrigado a seguir os Conselhos)
o Arts. 90, I e 91, §10, II

x Os decretos interventivos sofrem controle político - do Legislativo


- em 24 horas
o Se o Legislativo estiver em recesso: convocação extraordinária em 24 horas

x OBS - Prover execução de lei federal, de ordem ou decisão judicial federal


- Observar os princípios sensíveis da CF

- Observar os princípios sensíveis da CE estadual


- Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial

o Nesses casos, o decreto somente suspenderá o ato impugnado (e não sofre


controle político do CN)
ƒ Caso essa medida não seja suficiente, aí sim decreta-se a intervenção e há
controle do CN

- Federal - Recusa à execução de lei FEDERAL (Ação de executoriedade de lei)


PGR
- Ofensa aos PRINCÍPIOS SENSÍVEIS da CF
Objeto da ADI
Interventiva

- Lei ou ato normativo


- Omissão ou incapacidade das autoridades locais
- Ato governamental (administrativo)

- Estadual - Prover execução de lei, ordem ou decisão judicial


- Ofensa aos princípios indicados na CE PGJ

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EXERCÍCIOS

81. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer com o fim de manter a integridade
nacional.

Errado. Manter a integridade nacional é caso de intervenção federal e


não de intervenção estadual. Vamos revisar as hipóteses de
intervenção estadual ou da União nos municípios dos Territórios
federais:

x Hipóteses de intervenção Estadual ou da União nos Municípios dos Territórios:


x Deixar de ser paga, salvo força maior, por 2 anos consecutivos, a dívida fundada;
na federal é MAIS de 2 anos
x Prestação de contas
x Aplicação do mínimo da receita municipal na saúde e educação
x Observar os princípios sensíveis da CE Adin Interventiva
x Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial Estadual

82. (CESPE/AJAA-TRE-BA/2010) A intervenção do estado no município tem caráter


excepcional e é permitida nas hipóteses previstas na CF e eventualmente
estabelecidas na respectiva Constituição estadual.

Errado. As hipóteses de decretação de intervenção estão


expressamente previstas na Constituição Federal, não podendo as
constituições estaduais ampliar tais hipóteses.

83. (CESPE/TJ-AL/Juiz de Direito Substituto/2008) Os princípios constitucionais


sensíveis não incluem a

(A) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e no
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
(B) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
(C) autonomia municipal.
(D) forma republicana, o sistema representativo e o regime democrático.
(E) erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades
sociais e regionais.

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Gabarito E. A erradicação da pobreza e da marginalização e a redução


das desigualdades sociais e regionais são OBJETIVOS da República
Federativa do Brasil, previstas no art. 3º, III. Vamos lembrar quais são
os princípios sensíveis:
Constitucionais Sensíveis

- Regime Democrático
- Forma Republicana
Princípios

- Sistema Representativo
- Direitos da Pessoa Humana
- Autonomia dos Municípios
- Prestação de contas da Administração Pública
- Aplicação do mínimo exigido dos impostos ESTADUAIS na saúde e educação

84. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Se a União intervier em um estado da Federação,


ela afastará momentaneamente a atuação autônoma desse estado. Portanto,
se o motivo da intervenção for o provimento de execução de decisão judicial,
sua decretação dependerá da requisição do tribunal de justiça daquele estado.

Errado. Em regra, segue-se o princípio da Autonomia Política das


entidades que compõem o Estado Federado. No entanto, quando um
dos entes “se comporta mal”, ou seja, extrapola os limites de sua
competência ou não a exerce da maneira devida, cabe a intervenção
para que a Constituição seja cumprida e a normalidade seja
restabelecida. Assim, a intervenção funciona como controle de
constitucionalidade, pois é medida para fazer com que se obedeça à
CF.

No caso em tela, para que a intervenção seja decretada para prover


execução de ordem ou decisão judicial, é necessário haver requisição
do STF, STJ ou TSE, a depender da matéria da decisão descumprida.

85. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Caso determinado estado da Federação suspenda o


pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, não
havendo qualquer justificativa de força maior, a intervenção da União no
estado, conforme entendimento do STF, não será vinculada, havendo espaço
para análise de conveniência e oportunidade pelo presidente da República.

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Certo. Esse é um caso de intervenção ESPONTÂNEA, que pode ser feita


de ofício pelo Presidente da República e é FACULTATIVA, ou seja, o
Presidente não estará obrigado a decretar a intervenção. Vamos
recordar os casos de intervenção espontânea:
Dívida Fundada/Consolidada:
Compromissos de exigibilidade superior a
doze meses.
- Intervenção - De ofício pelo Presidente Dívida Flutuante Pública A contraída
pelo Tesouro Nacional, por um breve e
Espontânea - Para • Manter a integridade nacional determinado período de tempo.

• Repelir invasão - estrangeira


- de uma unidade da Federação em outra
• Acabar com grave comprometimento da ordem pública
• Reorganizar as a) Suspender o pagamento da dívida fundada
finanças da por mais de 2 anos consecutivos, salvo
unidade da força maior
Federação que b) Deixar de entregar aos municípios receitas tributárias
fixadas na CF, dentro dos prazos estabelecidos em
lei;

86. (CESPE/AJAA-STF/2008) A União não pode intervir em municípios, exceto


quando a intervenção ocorrer em município localizado em territórios federais.

Certo. A União somente pode intervir nos estados, DF ou nos


municípios localizados nos territórios federais. Enquanto isso, os
estados somente podem intervir nos municípios localizados em seu
território. Essa questão, apesar de bem fácil, é bastante recorrente.

87. (CESPE/Analista SEGER-ES/2007) Se determinado estado da Federação


recusar-se a executar os ditames de uma lei federal, o presidente da República
pode decretar a intervenção direta nesse estado.

Errado. Uma intervenção que tenha como objeto o provimento de


execução de lei federal deve ser REQUISITADA pelo STF após
provimento de uma Adin Interventiva proposta pelo PGR. Vamos
lembrar os casos onde se precisa da Adin Interventiva, antes de ser
requisitada a intervenção:

x Prover execução de lei federal ou Adin Interventiva


x Observância dos princípios sensíveis da CF Federal

x Observar os princípios sensíveis da CE Adin Interventiva


x Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Estadual

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88. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) Considere que determinado estado da


Federação brasileira tenha deixado de aplicar o mínimo exigido da receita
resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde. Nesse caso, compete ao tribunal de contas desse
estado requerer ao STF que determine a intervenção da União no referido
estado.

Errado. A aplicação do mínimo exigido da receita resultante de


impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde é um princípio constitucional sensível e a
intervenção por desrespeito a um princípio sensível deve ser
requisitada ao Presidente da República pelo STF, após provimento de
uma Adin Interventiva proposta pelo PGR.

89. (CESPE/SECONT-ES/2009) A União deve intervir no estado da Federação que


estiver descumprindo o princípio constitucional da autonomia municipal. Nessa
hipótese, é dispensada a apreciação dessa medida pelo Congresso Nacional, e
o decreto limita-se a suspender a execução do ato impugnado, se a mesma
medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

Certo. Em alguns casos, o decreto de intervenção, primeiramente, se


limitará a suspender o ato impugnado (e não sofre controle político do
Congresso Nacional). Caso a suspensão do ato impugnado não seja
suficiente para restabelecer a normalidade, aí sim, decreta-se a
intervenção e há controle do Legislativo. São eles:

x OBS - Prover execução de lei federal, de ordem ou decisão judicial federal


- Observar os princípios sensíveis da CF

- Observar os princípios sensíveis da CE estadual


- Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial
o Nesses casos, o decreto somente suspenderá o ato impugnado (e não sofre
controle político do CN)
ƒ Caso essa medida não seja suficiente, aí sim decreta-se a intervenção e há
controle do CN

Como a autonomia municipal é um princípio constitucional sensível


previsto no art. 34, VII da CF, o decreto presidencial primeiro

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suspenderá o ato impugnado. Caso a medida seja suficiente para o


restabelecimento da normalidade, não haverá controle político do
Legislativo.

90. (CESPE/Advogado - CEHAP-PB/2009) O município de João Pessoa foi


condenado, em decisão judicial transitada em julgado no início ano de 2006, a
pagar verba alimentícia a Joaquina dos Santos. Embora o valor do crédito
tenha se submetido ao regular procedimento das execuções contra a fazenda
pública, o valor inserto no precatório ainda não foi pago. O município justifica
sua inadimplência na existência de outros precatórios mais antigos e da
mesma natureza e na insuficiência de recursos no orçamento. Se o presidente
da República tomasse conhecimento do caso narrado, poderia intervir
diretamente no município de João Pessoa.

Errado. Essa questão está errada por três motivos. O primeiro é que
não cabe intervenção federal em municípios. A União pode intervir nos
estados, no DF e nos municípios localizados nos territórios, o que não
é o caso. Somente os estados podem intervir em seus municípios.
Assim, a parte final da questão está errada.

O segundo erro da questão é que, no caso da intervenção ESTADUAL,


para que se possa decretar intervenção para cumprimento de ordem
ou decisão judicial (o precatório é uma decisão judicial), é necessário
que haja provimento de Adin Interventiva pelo Poder Judiciário. O
chefe do executivo não pode decretar a intervenção diretamente.

Já o terceiro erro, é que, segundo o STF, para que haja intervenção


pelo não pagamento de precatório, é necessário que o não pagamento
tenha sido feito de forma deliberada e dolosa pelo município. No caso
em questão, o município não o pagou devido à existência de outros
precatórios mais antigos e da mesma natureza e à insuficiência de
recursos no orçamento.

91. (CESPE/TRE-MA/2009) O chefe do Poder Executivo federal tem competência


para decretar a intervenção em qualquer município situado em toda a extensão
do território nacional, enquanto o chefe do Poder Executivo estadual tem
competência para decretar a intervenção nos municípios instalados em sua
área de atuação.

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Errado. O chefe do executivo federal (Presidente da República)


somente pode decretar a intervenção nos estados, no DF e nos
municípios localizados nos territórios. Os estados, por sua vez, podem
intervir somente nos municípios localizados na sua área de atuação.
Assim, somente a segunda parte da questão está correta e a primeira
parte está errada porque o Presidente da República não pode decretar
a intervenção nos municípios localizados nos estados.

92. (CESPE - 2010 - IPAJM – Advogado) Para garantir o livre exercício de qualquer
dos poderes nas unidades da Federação, a União poderá intervir nos estados e
no DF. Todavia, a decretação da intervenção dependerá de solicitação do Poder
Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido; no caso de a coação ser
contra o Poder Judiciário, exige-se a requisição do STF.

Certo. Conforme artigos 34 e 36. Observe a redação da Constituição:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para: (...) IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
nas unidades da Federação;
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do
Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

Observe que para garantir o livre exercício do Judiciário é caso de REQUISIÇÃO e para
garantir o livre exercício do Executivo e do Legislativo é caso de SOLICITAÇÃO.

93. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário) A intervenção da União em algum


estado depende de decreto do presidente da República, que só o fará com
aprovação do Congresso Nacional.

Errado. Primeiro o Presidente da República decreta a intervenção e


depois o decreto é apreciado pelo Congresso Nacional no prazo de 24
horas. Além disso, observe o art. 36, § 3º “Nos casos do art. 34, VI e
VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso
Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.”

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94. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer para garantir a autonomia
Municipal.

Errado. Segundo a CF, isso é caso de intervenção federal e não


estadual. A autonomia municipal é princípio sensível da Constituição
Federal e o desrespeito aos princípios sensíveis da CF é uma das
hipóteses de intervenção federal (art. 34, VII, “c”).

95. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer para assegurar a observância dos
princípios constitucionais de direitos da pessoa humana.

Errado. Segundo a CF, isso é caso de intervenção federal e não


estadual. Os direitos da pessoa humana são princípios sensíveis da
Constituição Federal e o desrespeito aos princípios sensíveis da CF é
uma das hipóteses de intervenção federal. Vamos revisar as hipóteses
de intervenção estadual ou da União nos municípios dos territórios:

x Hipóteses de intervenção Estadual ou da União nos Municípios dos Territórios:


x Deixar de ser paga, salvo força maior, por 2 anos consecutivos, a dívida fundada;
na federal é MAIS de 2 anos
x Prestação de contas
x Aplicação do mínimo da receita municipal na saúde e educação
x Observar os princípios sensíveis da CE Adin Interventiva
x Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial Estadual

96. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer quando o Tribunal de Justiça der
provimento à representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição Estadual, ou para promover a execução de lei, de
ordem ou da decisão judicial.

Certo. Conforme art. 35, IV.

97. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer para pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública.

Errado. Essa é uma hipótese de intervenção espontânea federal e não


de intervenção estadual (art. 34,III).

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98. (CESPE - 2010 - MS - Técnico de Contabilidade) É vedada a intervenção do


estado em seus municípios, mesmo na hipótese de não haver sido aplicado o
mínimo exigido da receita municipal na manutenção e no desenvolvimento do
ensino e nas ações e nos serviços públicos de saúde.

Errado. Conforme art. 35: “O Estado não intervirá em seus Municípios,


nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto
quando: (...)III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.”

99. (CESPE - 2010 – DPU) Os princípios constitucionais sensíveis são assim


denominados porque a sua inobservância pelos estados-membros, no exercício
de suas competências legislativas, administrativas ou tributárias, pode
acarretar a sanção politicamente mais grave existente em um Estado Federal:
a intervenção na autonomia política. Alexandre de Moraes. Direito
constitucional. 9.ª ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 259 (com adaptações).

Mencionados no fragmento do texto acima, os princípios constitucionais


sensíveis incluem a
a) autonomia municipal, a forma republicana, a prestação de contas da
administração pública direta e indireta, o sistema representativo, o regime
democrático e a aplicação do mínimo da receita em educação e saúde.
b) cidadania, a forma republicana, o sistema representativo e o regime
democrático.
c) soberania, os direitos fundamentais da pessoa humana, o pluralismo político
e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
d) construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da
pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais.
e) independência nacional, o sistema representativo, o regime democrático, a
prevalência dos direitos humanos e o repúdio ao racismo e ao terrorismo.

Gabarito: A. Vamos recordar quais são os princípios sensíveis da


Constituição Federal:

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Constitucionais Sensíveis

- Regime Democrático
- Forma Republicana
Princípios

- Sistema Representativo
- Direitos da Pessoa Humana
- Autonomia dos Municípios
- Prestação de contas da Administração Pública
- Aplicação do mínimo exigido dos impostos ESTADUAIS na saúde e educação

100.(CESPE/SECONT-ES/2009) Ao dispor a respeito do princípio da


indissolubilidade do vínculo federativo, a CF afastou o direito de secessão das
unidades da Federação, podendo a União, quando demonstrada a intenção de
rompimento do pacto federativo, intervir nos municípios para manter a
integridade nacional.

Errado. A União somente pode intervir nos estados, DF ou nos


municípios localizados nos territórios. Enquanto isso, os estados
somente podem intervir nos seus municípios.

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Meus caros Analistas da Área Jurídica do Poder Judiciário, chegamos ao final de


nossa aula de hoje. Continuem firmes e estudem de maneira simples,
procurando entender o espírito das normas e não apenas decorando
informações. Lembre-se que A SIMPLICIDADE É O GRAU MÁXIMO DA
SOFISTICAÇÃO (Leonardo da Vinci).

Espero que todos vocês tenham muito SUCESSO nessa jornada, que é
bastante trabalhosa, mas extremamente gratificante!

Abraços a todos e até a próxima aula.

Roberto Troncoso

Se você acha que pode ou se você acha que não


pode, de qualquer maneira, você tem razão.
(Henry Ford)

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V. QUESTÕES DA AULA

Formas de Estado, formas, sistemas e regimes de governo

1. (CESPE/AJAJ-STM/2011) No exercício de sua autonomia política, os estados


podem adotar o regime parlamentar de governo.

2. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) A federação é uma forma de governo na qual


há uma nítida separação de competências entre as esferas estaduais, dotadas
de autonomia, e o poder público central, denominado União.

3. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A federação é o sistema de governo cujo


objetivo é manter reunidas autonomias regionais.

4. (CESPE/TCU/Analista de Controle Externo/2007) Ao lado da repartição de


competências, que consiste na atribuição, pela Constituição Federal, a cada
ente federado, de uma matéria que lhe seja própria, há a repartição de rendas,
cujo objetivo é assegurar a autonomia dos entes federados.

5. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A República é uma forma de Estado.

6. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A federação é uma forma de governo.

7. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) A


descentralização política, apesar de ocorrer em alguns países que adotam a
forma federativa de Estado, não é uma característica marcante do federalismo.

8. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) Quando


da Constituição de um Estado na forma federativa, os entes que passam a
compor o Estado Federal (estados membros) perdem sua soberania e
autonomia. Esses elementos passam a ser característicos apenas do todo, ou
seja, do Estado Federal.

9. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) Alguns


dos elementos que asseguram a soberania dos estados-membros no
federalismo são a possibilidade de auto-organização por meio da elaboração de
constituições estaduais e a existência de câmara representativa dos estados-
membros.

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10. (CESPE/TRT 17.ª Região-ES/Analista Judiciário /2009) O Brasil caracteriza-se


por ser um Estado unitário, o qual possui governo único, conduzido por uma
única entidade política, que exerce, de forma centralizada, o poder político.

11. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, embora criado por lei


estadual, não pode ter a sua autonomia política restringida pelo Estado
respectivo.

12. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF adota o presidencialismo como forma de Estado,


já que reconhece a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo
na figura do presidente da República.

13. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) As


constituições dos estados organizados sob a forma federativa possuem, em
regra, instrumentos para coibir movimentos separatistas. No Brasil, a CF prevê
a possibilidade de se autorizar a intervenção da União nos estados para manter
a integridade nacional e considera a forma federativa de Estado uma cláusula
pétrea.

14. (CESPE/IPEA-Técnico de Planejamento e Pesquisa 2008) A democracia


brasileira caracteriza-se pela coexistência da democracia representativa e da
democracia participativa, emanando todo o poder do povo, que o exerce
diretamente ou por meio de seus representantes.

15. (CESPE/TRE-MA/2009) A União, os estados-membros, os municípios e o


Distrito Federal são entidades estatais soberanas, pois possuem autonomia
política, administrativa e financeira.

16. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) São unidades federadas autônomas, conforme a


organização político-administrativa do Brasil,

a) Estados-Membros e Regiões Metropolitanas.


b) União e Territórios.
c) Estados-Membros e Municípios.
d) União e Regiões Metropolitanas.
e) Territórios e Distrito Federal.

17. (FCC/AJAJ-TRF4°/2010) A organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, os Municípios e o Distrito
Federal, sendo que somente o último não possui autonomia.

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18. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, é dotado de


personalidade jurídica de direito público, consubstanciando modalidade de
descentralização administrativa.

19. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) A União, por ser soberana em todos os aspectos,


pode ser considerada entidade federativa em relação aos Estados membros e
Municípios.

20. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, tem a sua autonomia


política configurada pela Constituição Federal, bem como pela Constituição
Estadual pertinente, que pode reduzi-la ou ampliá-la.

Entes federados

21. (FCC/AJAJ-TJ-SE/2009) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em


dois turnos, com o interstício mínimo de sessenta dias, e aprovada por um
terço dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará.

22. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) Os entes integrantes da Federação, em


determinadas situações, à exceção dos Territórios, têm competência para
representar o Estado federal frente a outros Estados soberanos.

23. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar


que, dentre outras situações, é governado por Deputado Federal escolhido pela
Câmara dos Deputados.

24. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal


possui Poder Legislativo próprio denominado Assembleia Legislativa Distrital.

25. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar


que, dentre outras situações, não possui competências legislativas reservadas
aos Estados e Municípios.

26. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios


integram a organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil, juntamente com a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos nos termos da Constituição.

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27. (CESPE/SEFAZ-ES/2009) A União é entidade federativa autônoma em relação


aos Estados-membros e Municípios, e cabe a ela exercer as prerrogativas da
soberania do Estado brasileiro ao representar a República Federativa do Brasil
nas relações internacionais.

28. (CESPE/Analista - MPU/2010) As capacidades de auto-organização,


autogoverno, autoadministração e autolegislação reconhecidas aos estados
federados exemplificam a autonomia que lhes é conferida pela Carta
Constitucional.

29. (CESPE/TRE-GO/2009) O Distrito Federal é a capital do país.

30. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) À União cabe exercer as prerrogativas de soberania


do Estado brasileiro, quando representa a República Federativa do Brasil nas
relações internacionais.

31. (CESPE/MPE-RN/2009) É vedado à União, aos estados, ao DF e aos municípios


estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança.

32. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios


gozam de autonomia organizacional, uma vez que lhes cabe instituir sua
própria lei orgânica.

33. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal não


pode ser dividido em Municípios.

34. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios


gozam de autonomia política, uma vez que elegem seu próprio governador.

35. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios


podem ser subdivididos em Municípios.

36. (CESPE/AJAA-STF/2008) A organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil restringe-se aos estados, aos municípios e ao DF, todos
autônomos, nos termos da CF.

37. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) A União é pessoa jurídica de direito público interno


e externo sendo o único ente formador do Estado Federal, uma vez que os
demais entes são divisões administrativo-territoriais.

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38. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Os territórios federais integram a União e sua


criação será regulada em lei complementar.

39. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) Os territórios federais são considerados entes


federativos.

40. (CESPE/TRE-GO/Analista Judiciário - Área: Judiciária/2009) Os municípios não


são considerados entes federativos autônomos, visto que não são dotados de
capacidade de auto-organização e de autonomia financeira.

41. (CESPE/TRE-MA/2009) A União, os estados-membros, os municípios e o


Distrito Federal são entidades estatais soberanas, pois possuem autonomia
política, administrativa e financeira.

42. (CESPE/TJRJ/Técnico/2008) Os municípios não integram a estrutura federativa


brasileira em razão da limitação de sua autonomia pela CF.

43. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal é


regido por uma Constituição Distrital.

44. (CESPE/TRT 17.ª Região-ES/Analista Judiciário – Área: Administrativa/2009) A


CF veda a criação de novos territórios.

45. (CESPE/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2008) Entre os municípios que


compõem o DF, Brasília é a sua capital, além de ser a capital do Brasil,
acumulando competências legislativas dos estados e municípios.

46. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, dispõe de ampla


autonomia política, sendo-lhe facultado regular a duração do mandato dos
respectivos Prefeitos e Vereadores.

47. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar


que, dentre outras situações, é permitida sua divisão em Municípios.

48. (CESPE/TRE-GO/2009) Os municípios não são considerados entes federativos


autônomos, visto que não são dotados de capacidade de auto-organização e de
autonomia financeira.

49. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal é


governado por um interventor, nomeado pelo Presidente da República, pelo
fato de ser a sede da capital federal.

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50. (CESPE/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2008) Os territórios federais


integram a União e sua criação será regulada em lei complementar.

Repartição de competências

51. (CESPE/Procurador-AGU/2010) Estado da Federação tem competência


privativa e plena para dispor sobre normas gerais de direito financeiro.

52. (CESPE/Técnico - TRT 9a/2007) A instituição das diretrizes para o


desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transporte
urbano, é de competência dos municípios.

53. (CESPE/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2008) Os municípios poderão


explorar diretamente, ou mediante concessão, o serviço local de gás
canalizado.

54. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) Compete privativamente à União legislar sobre


direito

a) comercial.
b) tributário.
c) financeiro.
d) penitenciário.
e) urbanístico.

55. (FCC/TJAA - TRE-AC/2010) Em matéria de competência legislativa concorrente


relacionada à União, Estados e Distrito Federal, é correto afirmar que a
competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.

56. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Os estados poderão, mediante lei complementar,


instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse
comum.

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57. (CESPE/Auditor-TCU/2009) No âmbito da organização federativa do Brasil, a


competência material residual é sempre de competência dos estados.

58. CESPE/IPEA-Técnico de Planejamento e Pesquisa – Área de Especialização:


Estado, Instituições e Democracia/2008) As competências comuns previstas no
artigo 23 da Constituição de 1988 comunicam que as matérias ali elencadas
são de interesse comum de todos os entes da Federação e são, portanto, de
responsabilidade dos três níveis de governo.

59. (FCC/AJEM - TRT-15a/2009) Nos termos da Constituição Federal, a


competência para legislar sobre registros públicos e desapropriação é

a) privativa da União.

b) comum da União, dos Estados e do Distrito Federal.

c) concorrente da União, dos Estados e dos Municípios.

d) comum dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

e) exclusiva dos Estados e do Distrito Federal.

60. (FCC/PGE-AM/2010) A propósito do modelo de repartição de competências


adotado na Constituição Federal, pode-se afirmar que as competências
materiais são sempre de exercício concorrente por todos os entes federativos.

61. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) São de competência legislativa privativa da


União: proteção à infância e serviço postal.

62. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) Os estados podem explorar


diretamente, ou mediante permissão, os serviços locais de gás canalizado e
podem, inclusive, regulamentar a matéria por meio de medida provisória.

63. (CESPE/AGU/Advogado da União/2009) Suponha que a Constituição de


determinado estado-membro tenha assegurado a estudantes o direito à meia-
passagem nos transportes coletivos urbanos rodoviários municipais. Nessa
situação, de acordo com o entendimento do STF, a previsão é constitucional,
pois o ente estadual atuou no âmbito de sua competência, dando tratamento
equânime aos estudantes em toda a sua esfera de atuação.

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64. (FCC/AJAJ-TJ-SE/2009) Compete aos Municípios organizar e prestar,


diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de
interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

65. (CESPE/AGU/Advogado da União/2009) Na hipótese de alteração, por uma


nova Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da
Federação, para inserir na competência federal matéria até então da
competência legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da
federalização da lei estadual ou municipal, a qual permanecerá em vigor como
se lei federal fosse, em atenção ao princípio da continuidade do ordenamento
jurídico.

66. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Legislar sobre recursos minerais é de


competência legislativa privativa da União.

67. (CESPE/AGU/Advogado da União/2009) No âmbito da competência legislativa


concorrente, caso a União não tenha editado a norma geral, o estado-membro
poderá exercer a competência legislativa ampla. Contudo, sobrevindo a norma
federal faltante, o diploma estadual terá sua eficácia suspensa no que lhe for
contrário, operando-se, a partir de então, um verdadeiro bloqueio de
competência, já que o estado-membro não mais poderá legislar sobre normas
gerais quanto ao tema tratado na legislação federal.

68. (FCC/Técnico - TRT-PI/2009) Compete à União, aos Estados e ao Distrito


Federal legislar concorrentemente sobre direito

a) civil, comercial, penal, processual e eleitoral.

b) tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.

c) agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

d) tributário, financeiro, econômico, civil e comercial.

e) eleitoral, urbanístico, agrário, marítimo, aeronáutico e espacial.

69. (FCC/TJAA-TRE-AC/2010) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em


dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços
dos membros da Câmara Municipal.

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70. (CESPE/TRT9/Técnico Judiciário /2007) A instituição das diretrizes para o


desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transporte
urbano, é de competência dos municípios.

71. (CESPE/MPS/2010) Compete à União, aos estados e ao DF legislar


concorrentemente sobre previdência social, proteção e defesa da saúde.

72. (CESPE/Técnico - TCE-TO/2008) É de competência concorrente entre União,


estados e Distrito Federal legislar sobre desapropriação.

73. (FCC/TJAA - TRE-AC/2010) Em matéria de competência legislativa concorrente


relacionada à União, Estados e Distrito Federal, é correto afirmar que a
superveniência de lei federal sobre normas gerais não suspende, em qualquer
hipótese, a eficácia da lei estadual.

74. (CESPE/TCU/Analista de Controle Externo/2007) Com relação à repartição de


competências administrativas entre a União e os estados-membros, adotou-se
a técnica da competência remanescente, segundo a qual aos estados membros
são reservadas as competências que não sejam da União e do DF. Quanto às
competências dos municípios, essas são comuns a estes e aos estados-
membros.

75. (CESPE/TCU/Analista de Controle Externo/2007) Em matéria legislativa, a


repartição de competência chamada remanescente ou reservada dos estados
corresponde àquela em que a competência estadual é decorrente da delegação
pela União, por meio de lei complementar.

76. (CESPE/TRE-MA/2009) Compete privativamente à União legislar sobre direito


econômico e penitenciário.

77. (CESPE/Analista Administrativo - PREVIC/2011) A CF reconhece aos municípios


a competência para criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual.

78. (CESPE/TJDFT/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2008) No âmbito da


repartição de competências materiais, é de competência comum da União,
estados, DF e municípios registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios.

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79. (CESPE/TST/Analista Judiciário – Área Judiciária/2008) Considere que uma


emenda à Constituição Federal (CF) revogue o dispositivo que atribui à União
competência privativa para legislar sobre direito do trabalho. Nessa situação, a
competência para legislar sobre essa matéria passaria a ser estadual.

80. (FCC/TJAA - TRE-AC/2010) Em matéria de competência legislativa concorrente


relacionada à União, Estados e Distrito Federal, é correto afirmar que no
âmbito da legislação concorrente, a competência da União estende-se ao
estabelecimento de normas específicas.

Intervenção

81. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer com o fim de manter a integridade
nacional.

82. (CESPE/AJAA-TRE-BA/2010) A intervenção do estado no município tem caráter


excepcional e é permitida nas hipóteses previstas na CF e eventualmente
estabelecidas na respectiva Constituição estadual.

83. (CESPE/TJ-AL/Juiz de Direito Substituto/2008) Os princípios constitucionais


sensíveis não incluem a

(A) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e no
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
(B) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
(C) autonomia municipal.
(D) forma republicana, o sistema representativo e o regime democrático.
(E) erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades
sociais e regionais.

84. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Se a União intervier em um estado da Federação,


ela afastará momentaneamente a atuação autônoma desse estado. Portanto,
se o motivo da intervenção for o provimento de execução de decisão judicial,
sua decretação dependerá da requisição do tribunal de justiça daquele estado.

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85. CESPE/Auditor-TCU/2009) Caso determinado estado da Federação suspenda o


pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, não
havendo qualquer justificativa de força maior, a intervenção da União no
estado, conforme entendimento do STF, não será vinculada, havendo espaço
para análise de conveniência e oportunidade pelo presidente da República.

86. (CESPE/AJAA-STF/2008) A União não pode intervir em municípios, exceto


quando a intervenção ocorrer em município localizado em territórios federais.

87. (CESPE/Analista SEGER-ES/2007) Se determinado estado da Federação


recusar-se a executar os ditames de uma lei federal, o presidente da República
pode decretar a intervenção direta nesse estado.

88. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) Considere que determinado estado da


Federação brasileira tenha deixado de aplicar o mínimo exigido da receita
resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde. Nesse caso, compete ao tribunal de contas desse
estado requerer ao STF que determine a intervenção da União no referido
estado.

89. (CESPE/SECONT-ES/2009) A União deve intervir no estado da Federação que


estiver descumprindo o princípio constitucional da autonomia municipal. Nessa
hipótese, é dispensada a apreciação dessa medida pelo Congresso Nacional, e
o decreto limita-se a suspender a execução do ato impugnado, se a mesma
medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

90. (CESPE/Advogado - CEHAP-PB/2009) O município de João Pessoa foi


condenado, em decisão judicial transitada em julgado no início ano de 2006, a
pagar verba alimentícia a Joaquina dos Santos. Embora o valor do crédito
tenha se submetido ao regular procedimento das execuções contra a fazenda
pública, o valor inserto no precatório ainda não foi pago. O município justifica
sua inadimplência na existência de outros precatórios mais antigos e da
mesma natureza e na insuficiência de recursos no orçamento. Se o presidente
da República tomasse conhecimento do caso narrado, poderia intervir
diretamente no município de João Pessoa.

91. (CESPE/TRE-MA/2009) O chefe do Poder Executivo federal tem competência


para decretar a intervenção em qualquer município situado em toda a extensão
do território nacional, enquanto o chefe do Poder Executivo estadual tem

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competência para decretar a intervenção nos municípios instalados em sua


área de atuação.

92. (CESPE - 2010 - IPAJM – Advogado) Para garantir o livre exercício de qualquer
dos poderes nas unidades da Federação, a União poderá intervir nos estados e
no DF. Todavia, a decretação da intervenção dependerá de solicitação do Poder
Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido; no caso de a coação ser
contra o Poder Judiciário, exige-se a requisição do STF.

93. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário) A intervenção da União em algum


estado depende de decreto do presidente da República, que só o fará com
aprovação do Congresso Nacional.

94. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer para garantir a autonomia
Municipal.

95. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer para assegurar a observância dos
princípios constitucionais de direitos da pessoa humana.

96. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer quando o Tribunal de Justiça der
provimento à representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição Estadual, ou para promover a execução de lei, de
ordem ou da decisão judicial.

97. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) A intervenção do


Estado nos seus Municípios poderá ocorrer para pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública.

98. (CESPE - 2010 - MS - Técnico de Contabilidade) É vedada a intervenção do


estado em seus municípios, mesmo na hipótese de não haver sido aplicado o
mínimo exigido da receita municipal na manutenção e no desenvolvimento do
ensino e nas ações e nos serviços públicos de saúde.

99. (CESPE - 2010 – DPU) Os princípios constitucionais sensíveis são assim


denominados porque a sua inobservância pelos estados-membros, no exercício
de suas competências legislativas, administrativas ou tributárias, pode
acarretar a sanção politicamente mais grave existente em um Estado Federal:

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a intervenção na autonomia política. Alexandre de Moraes. Direito


constitucional. 9.ª ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 259 (com adaptações).

Mencionados no fragmento do texto acima, os princípios constitucionais


sensíveis incluem a
a) autonomia municipal, a forma republicana, a prestação de contas da
administração pública direta e indireta, o sistema representativo, o regime
democrático e a aplicação do mínimo da receita em educação e saúde.
b) cidadania, a forma republicana, o sistema representativo e o regime
democrático.
c) soberania, os direitos fundamentais da pessoa humana, o pluralismo político
e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
d) construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da
pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais.
e) independência nacional, o sistema representativo, o regime democrático, a
prevalência dos direitos humanos e o repúdio ao racismo e ao terrorismo.

100.(CESPE/SECONT-ES/2009) Ao dispor a respeito do princípio da


indissolubilidade do vínculo federativo, a CF afastou o direito de secessão das
unidades da Federação, podendo a União, quando demonstrada a intenção de
rompimento do pacto federativo, intervir nos municípios para manter a
integridade nacional.

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VI. GABARITO

Formas de Estado, formas, sistemas e regimes de governo

1. E 2. E 3. E 4. C 5. E 6. E 7. E 8. E 9. E 10.E

11.C 12.E 13.C 14.C 15.E 16.C 17.E 18.E 19.E 20.E

Entes federados

21.E 22.E 23.E 24.E 25.E 26.E 27.C 28.C 29.E 30.C

31.C 32.E 33.C 34.E 35.C 36.E 37.E 38.C 39.E 40.E

41.E 42.E 43.E 44.E 45.E 46.E 47.E 48.E 49.E 50.C

Repartição de competências

51.E 52.E 53.E 54.A 55.C 56.C 57.E 58.C 59.A 60.E

61.E 62.E 63.E 64.C 65.E 66.C 67.C 68.B 69.C 70.E

71.C 72.E 73.E 74.E 75.E 76.E 77.C 78.C 79.C 80.E

Intervenção

81.E 82.E 83.E 84.E 85.C 86.C 87.E 88.E 89.C 90.E

91.E 92.C 93.E 94.E 95.E 96.C 97.E 98.E 99.A 100. E

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VII. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Ed. Átlas

PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional


Descomplicado. Ed. Impetus

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