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Resumo de Direito do Consumidor

2º Bimestre

Defeito

O defeito pressupõe o vício. É o vício com algo a mais. Ex:Suco estragado. Se toma e não acontece nada,
além do dano material há vício. No entanto, se passar mal, há defeito. Defeito é algo que supera o vício.

Fato: ligado a acontecimento. Não necessariamente a um acidente. Relacionar o defeito a um


acontecimento, e não um “acidente” necessariamente. Nem sempre ocorre acidente nos moldes do dano
físico.

O dano extra pode ser patrimonial, e não físico necessariamente. Ex: Reserva de hotel para 4 dias, mas
quando chega o hotel fez para somente 2. Gera um dano patrimonial de procurar outro hotel e pagar.

Diferença entre os artigos 12 e 18, CDC: O artigo 18 fala em fornecedor, que é gênero, não fazendo
distinção. O artigo 12 fala das espécies que podem ser responsabilizadas. O legislador identificou no artigo
12 onde está a responsabilidade (especificação do agente responsável). No 18, a responsabilidade é
genérica. Quando estiver nas hipóteses do 12, o consumidor não pode responsabilizar qualquer um, mas
deve procurar o responsável. Estão incluídas no artigo 12 a oferta e a publicidade. A idéia do risco do
negócio também está expressa no artigo 12. A responsabilização do agente não tem a ver com a existência
de culpa. Em havendo prejuízo para o consumidor, ele deve ser responsabilizado.

A ausência de informações pode gerar dano. Por isso, é característica inerente ao produto. Ex: Produto que
contém açúcar e não é informado; se causar dano a um diabético, é decorrente da ausência de informações, e
não do produto em si.

Extrai-se do artigo 12, 7, e 25, p. 1º, que a solidariedade permanece. (Responsabilidade Solidária). A
especificação do artigo 12 não elimina a idéia de solidariedade.

O comerciante foi excluído do artigo 12, porém foi incluído no artigo 13, porque no 12 identificam aqueles
que realmente seriam responsáveis pelo produto.

Enquanto não houve a caracterização do defeito, há apenas o vício, podendo responsabilizar o comerciante e
exigir a troca do produto.

O “recall” também tem caráter preventivo. Evita que os consumidores passem pelo acidente de consumo.

O parágrafo único do artigo 13 reforça a idéia do direito de regresso. Neste caso, ocorre de acordo com o
Direito Civil, porque é entre os partícipes da cadeia de produção.

Art. 14: Caso fortuito e força maior não excluem o dever de indenizar. Só não há responsabilização quando
for comprovada a culpa EXCLUSIVA do consumidor. Se houver culpa concorrente, quem assume o ônus é
o fornecedor (Responsabilidade Objetiva).

O fornecedor de serviços responde, independentemente de culpa (reforça a idéia da responsabilidade


objetiva), pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas.

A informação é inerente ao produto. Não é algo a mais. O dano pode ser causado pela informação indevida
ou pela ausência de informação.

Parágrafo 1º: O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que deveria se esperar dele.
III – A época em que foi fornecido deve ser levado em conta. Se a prestação foi feita de forma mais
moderna depois, a anterior não é considerada viciada.
P. 2º: O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

Hipóteses de Isenção de Responsabilidade (P. 3º): O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Precisa de prova, feita pelo fornecedor.

Também pode haver a caracterização de um serviço durável (educacional, plano de saúde etc) e não durável.
O serviço impróprio é aquele que impede o seu uso. Ex: persiana que não abre. È o serviço que não funciona
e que pode gerar um defeito.
Serviço inadequado é aquele que permite uma utilização parcial. Ex: pago uma prestação e a loja lança o
nome no SPC.

Parágrafo 4º: A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de
CULPA (Responsabilidade Subjetiva).

Parágrafo 3º: A prova, neste caso, é do próprio fornecedor de serviços, sendo dispensável, no entanto, a
inversão do ônus da prova.

Reexecução do Serviço por terceiro: consumidor quer outro prestador de serviço, pois a primeira não foi
satisfatória. O consumidor escolhe a reexecução, sob a conta do prestador que executor de maneira ineficaz.

Não há mais a idéia da confiança, que remete à idéia de profissional liberal. O profissional liberal era
considerado como aquele que exercia atividade meio. Tal afirmação, no entanto, não é absoluta. Enquanto
um advogado atuar no processo, sem desídia, a atividade é meio. No entanto, quando elabora um contrato, a
atividade é fim. Isso não faz diferença. Pouco importa se a atividade é meio ou fim. A sua responsabilização
implica na verificação da culpa.

Prestador de Serviços: Ex: chaveiro, encanador, sapateiro etc. DIFERENTE DE Profissional Liberal:
advogado, médico, dentista etc.

Deve fazer esta distinção por conta da responsabilidade. Em uma clínica, há a constituição de uma
sociedade para melhor administrar o lugar, não está descaracterizada a figura de profissional liberal. Ou
seja, mesmo atuando em uma clínica, ainda é profissional liberal. Todavia, se a organização for tal que
possa considerar que há exploração da atividade de massa, a responsabilidade é objetiva, porque há
prestação de serviços. Ex: Médicos se reúnem e criam um hospital.

O ônus da prova do profissional liberal é do consumidor, sendo possível a sua inversão.

Provar culpa implica em provar negligência, imprudência ou imperícia.

Art. 23: A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços
não o exime de responsabilidade. Teoria da responsabilidade objetiva.

Garantia

Art. 24: “Garantia Legal”: A garantia legal de adequação do produto/serviço independe de termo expresso,
sendo vedada a exoneração contratual do fornecedor.

A garantia é inerente a todos os produtos. Há diferença em se tratando de produtos duráveis e não duráveis.
Duráveis: 90 dias;
Não duráveis: 30 dias.

Esta garantia é estabelecida em lei, não podendo o fornecedor retirar a garantia do produto.
Decorrido o tempo, ele está isento de responsabilidade, salvo vício oculto. Havendo vício oculto, o termo
inicial se dá à partir do descobrimento do vício.
Decorrido o prazo, o fornecedor também se exime da responsabilidade. Toda vez que o fornecedor aumenta
o tempo de garantia, há a garantia contratual, que é um “plus”, um benefício concedido pelo fornecedor.

A garantia legal e a contratual se somam. Ex: garantia legal: 90 dias + garantia contratual: 1 ano – total: 1
ano e 90 dias.Ocorre, primeiramente, a garantia contratual, e depois se inicia a legal.

A garantia existe para que o fornecedor atenda a idéia de adequação, não podendo causar danos ao
consumidor.

Art. 25: É vedada a estipulação de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar.
Nas contratações de massa, o fornecedor não pode se eximir de sua responsabilidade.

Se o dano for causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, todos são responsáveis
solidariamente: fabricante, construtor, importador, e quem realizou a incorporação.

Decadência e Prescrição

Art. 26: O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca (decai) em:

I – 30 dias: não duráveis


II – 90 dias: duráveis
A contagem do prazo se inicia da entrega do produto ou do término da execução dos serviços. (Decadência)

Em se tratando de vício oculto, o prazo decadencial se inicia no momento em que ficar evidenciado o
defeito.

Obstam a decadência:
I – Notificação: até a resposta negativa. A resposta negativa deve ser feita de modo inequívoco. (não pode
ser feita oralmente, mas sim por escrito).
II – Instauração de inquérito civil, até o seu encerramento.

O consumidor deve tomar ciência pessoalmente da resposta. O prazo da garantia legal também se configura
no prazo decadencial do art. 26.

Podem ser considerados como regras próprias. Um é instituto de direito material e outro de direito
processual. Art. 26: Decadência: caducidade. Instituto de direito material.
Não se usa o Direito Civil, o CDC traz regimento próprio.
Garantia pode ser legal ou contratual. Aliada à esta idéia vem a caducidade.

Art. 27: Prescrição: Instituto de direito processual. Impossibilidade de se ingressar com a ação.

Nem sempre os problemas são aparentes. O art. 26 trata do vício aparente ou de fácil constatação.

Tempo de 30 dias para sanar o problema. Não considera o artigo a garantia contratual, porque ela é
impossível de se determinar. Usa, como regra, o prazo de garantia legal.

Os prazos são estabelecidos buscando a qualidade dos produtos e serviços, para que não causem dano ao
consumidor, e uma maior durabilidade do produto.
Teoria do Risco do Negócio: responsabilidade objetiva: reparação de qualquer problema que tenha sido
causado ao consumidor (fato e ao defeito).

Para usar tais mecanismos, deve-se atentar para os prazos do art. 26.

Parágrafo 1º: O prazo decadencial se inicia com a entrega do produto ou do término do serviço (vício de
fácil constatação). À partir da mercadoria ser entregue efetivamente. Esta entrega pode ser feita a outra
pessoa (empregada, familiar), e não necessariamente para o consumidor.

Parágrafo 2º: Determinação de algumas situações que vão impedir que o direito material possa estar sendo
desconfigurado (Decadência).

Parágrafo 3º: Idéia do vício oculto, que permitirá o início do prazo decadencial, Pa partir de ser evidenciado
o vício ou defeito. (Só fala em defeito, mas vale para vício também).

Art. 27: Prescrição: Prazo prescricional próprio (define qual é o período que se tem para ingressar com a
ação caso as tentativas extrajudiciais tenham resultado infrutíferas). É instituto de direito processual, não
segue as regras do D. Civil.
Prazo prescricional de cinco anos, iniciando-se a contagem do prazo à partir do conhecimento do dano e de
sua autoria.

Deve sempre fazer prova da notificação em caso de obstar a decadência. Meios escritos são os mais aptos
(E-mail, Carta com AR, protocolo).

“Pretensão à reparação”: responsabilização e reparação o mais amplas possível. Resguardar o consumidor


em todas as esferas de sua personalidade.

“Reparação pelos danos”: Todo e qualquer dano que o consumidor tenha sofrido.

Deve demonstrar o conhecimento do dano e sua autoria: remete à idéia de responsabilidade. Quem será o
responsável. (São diferentes o responsável pelo vício e pelo defeito).

Reparação

Quando o CDC fala em reparação, esta deve ser o mais ampla possível, com a proteção do consumidor em
todas as esferas de sua personalidade. O dever do fornecedor de colocar no mercado um produto de
qualidade foi descumprido. É necessário, portanto, responsabilizar o fornecedor e reparar o consumidor.
Falar em reparação implica em considerar todas as espécies de dano.

Reparação – Ampla – Consumidor – Esferas de sua personalidade (Física / Psíquica/ Econômica).

Deve-se considerar, portanto, os danos: Material, Moral, Estético, à Imagem.

Dano Material

Afeta o patrimônio. A recomposição do patrimônio deverá ser feita, colocando o patrimônio no “status quo
ante”.

O quanto efetivamente perdeu (dano emergente) e o que deixou de ganhar (lucro cessante): Composição do
Dano Material.

È o dano mais fácil de demonstração, devendo ser acrescido da devida correção monetária e juros.
Deve-se fazer prova dos danos sofridos, pois não há a possibilidade de o juiz arbitrar por si só os valores.
Depende de prova cabal dos valores que teve prejuízo.

Dano Moral

Dano é tudo aquilo que gera um estrago, um prejuízo. O dano moral foge da esfera patrimonial. Está ligado
à esfera ideal, da pessoa. (Quando sente dor, quando a paz interior, a honra, e/ou o ego são afetados).
O objetivo do dano moral é satisfativo-punitivo (finalidade). Faz jus a um valor econômico para satisfazer o
sofrimento a que foi exposto injustamente. Há um aspecto grande de subjetividade, cada um sente dor de um
modo. Não há, no entanto, como se tabelar o dano moral. Pode fazer a utilização de alguns parâmetros, mas
mesmo assim deve analisar o caso concreto.

Deve tentar fazer a “significação” do vício/defeito para aquela pessoa no caso concreto.

O dano moral deve ter um aspecto punitivo, para que o bolso do fornecedor seja atingido. As indenizações
devem ser significativas.

Critérios para ajudar na fixação da indenização (Rizzatto Nunes):


1) Natureza específica da ofensa sofrida: uma vez que é impossível tabelar o dano moral, deve ver o
caso concreto;
2) Intensidade real, concreta, efetiva do sofrimento do consumidor ofendido: traduzir o que aquele
sofrimento causou para o consumidor de forma específica;
3) Repercussão da Ofensa no meio social em que vive o consumidor ofendido: este critério permite
discriminação, para fazer uma análise mais concreta do consumidor especificamente. Faz esta
discriminação para chegar ao princípio da igualdade.
4) Existência de dolo (má-fé) na prática de ato danoso por parte do ofensor, e o grau de sua culpa –
Mesmo sendo responsabilidade objetiva, muitas vezes, para justificar o valor atribuído para a
indenização, é necessário apontar uma conduta de culpa/dolo para o fornecedor (pode levar a uma
indenização maior);
5) Situação econômica do ofensor: a indenização deve ser expressiva para o fornecedor. A situação
econômica da vítima não importa. È irrelevante, pois é punição ao fornecedor, e não enriquecimento;
6) Capacidade e possibilidade real e efetiva do ofensor voltar a ser responsabilizado pelo mesmo fato
danoso;
7) Prática anterior do ofensor relativa ao mesmo fato danoso: é a reincidência;
8) Práticas atenuantes realizadas pelo ofensor visando diminuir a dor do ofendido: fornecedor sabe do
evento danoso, pois nem sempre o vício do produto decorre de má-fé, deve tentar minimizar o
problema suportado pelo consumidor. Agindo de modo correto, ele é “premiado” pela atitude;
9) Necessidade de Punição: punir o fornecedor, a fim de evitar a prática da reincidência. Indenização
como forma de punição.

Dano Estético

Afeta a “imagem-retrato”. È o aspecto externo, que atinge o físico. O aspecto físico sofre uma modificação,
que DEVE ser para PIOR. Se a alteração é para melhor, não há dano estético.

O dano estético deve estar sendo visível. Tem que guardar proporção com alteração para pior no aspecto
físico, sendo esta alteração PERMANENTE. Se for momentânea, não se caracteriza o dano.

O “enfeiamento” deve ser visível. É possível a cumulação dos danos moral e estético, mas nem sempre um
dano estético gera um dano moral. Os pedidos devem ser separados.
Requisitos: Modificação permanente e produzir “enfeiamento”.
Dano à Imagem

Temos uma imagem retrato e uma imagem atributo. Quando fala em imagem retrato, fala do aspecto físico.
A imagem atributo são as características que compõem o patrimônio ideal.

Dano moral não tem nada a ver com dano à imagem. Eles têm caracterização diferente. Um pode levar ao
outro, mas não são sinônimos. Pode haver cumulação.

Nome lançado no SPC injustamente é dano à imagem.


A pessoa jurídica pode sofrer dano material, mas não dano moral, porque não tem honra, dor ou patrimônio
psíquico. Dano estético também não é configurável para a PJ. Já o dano à imagem é possível na PJ, porque
pode ter seu nome abalado.

Ação preventiva: PJ age preventivamente, a fim de evitar que novos danos ocorram.
Os critérios para a fixação do valor da indenização do dano moral podem ser usados aqui, com algumas
modificações:
1) Natureza da Ofensa;
2) Intensidade real, concreta e efetiva do ato lesivo praticado;
3) Repercussão da ofensa no meio comercial;
4) Existência do dolo;
5) Situação econômica do ofensor;
6) Capacidade do ofensor praticar o mesmo ato;
7) Prática anterior do mesmo fato danoso pelo ofensor;
8) Necessidade de punição.

O dano à imagem pode ser resolvido com uma contra-propaganda, mensagem publicitária, retirando-se do
mercado o material danoso, parte dos lucros recebidos etc.

Dano à Imagem: relacionar a imagem com algo negativo; liga a imagem a algo ruim, é denegrir a imagem.
DIFERENTE de Uso indevido da imagem: usar a imagem da pessoa sem autorização, sem atrelar a algo
negativo. Usa a imagem, ainda que para fatos positivos, sem a autorização da pessoa.
Nem sempre o uso indevido da imagem gera dano à imagem. Mesmo havendo a desconsideração da PJ, não
há como caracterizar o dano moral à PJ.

Cumulação do dano: deve fazer a qualificação e quantificação de cada dano.

Da desconsideração da Personalidade Jurídica

A pessoa jurídica precisa de representante. A regra da representação vem do Processo Civil. O CDC
entendeu que, muitas vezes, já a formação de várias empresas sem capital que frustra a indenização, por isso
prevê a possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica. É afastar a PJ, para ir atrás dos seus
sócios. Há requisitos no artigo 28.

Sociedades e grupos societários são subsidiariamente responsáveis, e as sociedades coligadas responderão


por culpa. As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis.

BancosdeDados(SPC/SERASA)

A negativação está prevista no CDC. No entanto, na cobrança de dívidas, o consumidor não pode ser
exposto ao ridículo, nem ser submetido a constrangimento ou ameaça.
“Repetição do Indébito”: consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.
Se a cobrança indevida teve alguma outra repercussão, é possível cumular com danos morais. O
descumprimento das regras do CDC na cobrança de dívidas gera a infração penal do artigo 71, CDC.

Art. 43: Os bancos de dados, chamados de serviço de proteção ao crédito, tem regulamentação no CDC> O
consumidor pode ter acesso às informações existentes em cadastros, fichas e dados e de consumo sobre ele,
bem como sobre suas fontes.

Rizzatto Nunes fala em fazer um “cadastro positivo”, como existe nos EUA, mostrando quem está
adimplente, e não um cadastro negativo como o daqui.

Não se tira do fornecedor a possibilidade de negativar os clientes, mas sim criar uma disciplina para evitar
problemas ao consumidor.

Os cadastros e dados devem ser objetivos, claros, verdadeiros, em linguagem de fácil compreensão, não
podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos – Súmula 323, STJ. (esta
última parte fundamente a criação do cadastro positivo).

Requisitos que autorizam a negativação:


- Existência da dívida;
- Data para o pagamento venceu;
- Valor líquido e certo da dívida.
Os três requisitos devem estar presentes conjuntamente para haver a negativação, com mais um requisito:
AVISO PRÉVIO AO CONSUMIDOR.

A comunicação deve ser prévia e por escrito. È uma obrigação do credor avisar antes.
Devido ao caráter público que possuem, estes cadastros estão sujeitos ao Hábeas data.Objetivo da
notificação: evitar a negativação indevida.

As informações não podem atentar contra a dignidade, vida privada, honra e imagem. Ser negativado
indevidamente gera dano moral. Não há vedação às ações cabíveis, mas para o procedimento judicial
(cobrança) não há necessidade de notificação prévia.

Para retirar o nome do cadastro, notifica a empresa. Se não cumprir, cabe ação de obrigação de fazer, que
admite tutela antecipada para retirar o nome imediatamente.

Todo débito em juízo não pode gerar negativação, pois o que está se discutindo é o próprio débito.

Prazo prescricional: 5 anos. Se não pagar, cabe ao fornecedor a ação de cobrança. A negativação indevida,
sua manutenção ou a não correção dos dados gera as infrações dos artigos 71, 72 e 73 do CDC.

Art. 44: Em contra-partida ao 43. Os órgãos de defesa do consumidor podem manter cadastros de
reclamações contra fornecedores.

O protesto não gera dano moral, a não ser uma reiteração indevida. Cumpre a função de notificação.

Oferta (Vinculação da Oferta)

O direito à informação está presente no CDC. Há a necessidade de transparência nas relações de consumo, e
há o dever do fornecedor prestar informações ao consumidor.
A oferta integra a questão da informação. Pelo teor da lei, a oferta vincula. Abre-se um direito para o
consumidor exigir do fornecedor o que foi prometido.

A publicidade é uma forma de informação, e vincula. Quaisquer meios de publicidade podem ser utilizados
pelo fornecedor. A informação vai além da publicidade: todos possam ter acesso ao que for relacionado ao
produto/serviço.
A oferta inclui a informação e a publicidade. A informação deve ser precisa, não pode gerar dúvidas para o
consumidor.

“Erro escusável”: hipótese em que a publicidade contém um erro, porém o fornecedor não deve cumprir a
oferta. Ex: Anúncio de TV a R$1, quando o preço é R$1.000.

Os contratos são conseqüências das ofertas. As declarações de vontade vinculam o fornecedor, ensejando
execução específica, nos termos do artigo 84.

A responsabilidade objetiva também está presente na oferta. Caso realmente haja impossibilidade em
cumprir a oferta, é possível a conversão em perdas e danos, sem prejuízo da multa prevista no CPC. (Multa
diária enquanto não cumprir a oferta, no máximo de 1 ano – art. 217, CPC).
É possível a concessão de tutela antecipada. Não cumprido o contrato, é possível promover a sua rescisão.
Deve vir com a restituição da quantia eventualmente paga, monetariamente atualizada, e perdas e danos.
Somente pode reter parte do valor pago para suprir eventuais despesas com o contrato.

Art. 31: O rol dos itens da oferta é meramente exemplificativo. Quando o produto for importado, há a
obrigação do fornecedor de traduzir as informações.

Informação clara, com destaque a informações importantes. Deixar claro as características do produto.

No rótulo de um produto deve estar o seu peso quando comprado (líquido) e depois de preparado (Ex: Sopa
em pó).
Composição: produtos pré-preparados. Após acrescer ingredientes, muda a composição, por isso deve saber
a composição depois de pronto.

Preço é sempre à vista. È diferente da forma de pagamento. O preço à vista e à prazo não pode sofrer
variação. Pode haver diferença quando o parcelamento é feito por instituição financeira. O preço deve ser
visível, e deve ser fornecido por telefone quando requerido.

Preço não declarado não precisa ser pago, pois é brinde. O fornecedor é obrigado a colocar preço no
produto.

Malas Diretas: devem ser claras e de acordo com o artigo 31.

Práticas Abusivas (art. 39): Lista de proibições feita para o fornecedor de produtos ou serviços. O rol é
meramente exemplificativo. È conexo ao artigo 51 (Cláusulas Abusivas)

Cláusulas Abusivas: contratos assinados nas relações de consumo não devem ser cumpridos a qualquer
preço. Não vale o “pacta sunt servanda” do Direito Civil. Cláusula abusiva é cláusula nula, pois já nasce
assim. O rol do artigo 51 também é exemplificativo. O contrato é salvo, mas a cláusula abusiva é nula.

É possível a revisão das cláusulas no Judiciário, principalmente a dos contratos de adesão.

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