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MODELO DE PETIÇÃO DE AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS c/c PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

E REPETIÇÃO DO INDÉBITO Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ____Vara de Família e Sucessões Comarca de
Santa Maria - RS JUSTIÇA GRATUITA AUTOR. LAM, brasileiro, aposentado, RG nº
0000000, inscrito no CPF sob número 000000000, residente e domiciliado na Rua P M N, nº 001, bairro
SF, Vila S J , n/c, representado por seu curador DMM, brasileiro, solteiro, aposentado, carteira de
identidade nº 111111, da SSP/RS, inscrito no CPF sob nº 1111111111, residente e domiciliado na rua P M
N, nº 01, bairro SF, Vila S João, n/c (Doc. 01) RÉ. CML, brasileira, casada, funcionária pública,
aposentada, portadora da C.I. nº 12121212, inscrita no CIC sob o nº2121212121, residente e domiciliada
na Rua F S, nº 10, Bairro D C, n/c; O Autor, por seu procurador infra firmado, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência propor a presente AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS c/c PEDIDO DE
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA E REPETIÇÃO DO INDÉBITO em face da Ré com base nos seguintes fundamentos
de fato e de direito; (Doc. 02) DOS FATOS Do novo casamento da Ré Em primeiro lugar, devemos trazer
à baila o fato de que a senhora CML JÁ CONTRAIU NOVAS NÚPCIAS encontrando-se casada agora com o
senhor JAML, conforme comprova a Certidão de Casamento em anexo; (Doc. 03) Nos precisos termos do
art. 1.708 do Código Civil, no momento em que fica clara a existência de um novo casamento por parte
da alimentada, o ex-marido alimentante não tem mais obrigação de prestar alimentos para a ex-esposa.
Naturalmente, no momento em que essa nova relação familiar fica configurada, a obrigação de prover o
seu sustento ou de prestar-lhe auxílio passa a ser do novo marido ou companheiro. Da Incapacidade do
Autor Nos autos do Processo nº 027/0101010101-0, Ação de Separação Litigiosa c/c Separação de
Corpos com Pedido de Antecipação de Tutela, posteriormente convertida em Divórcio, o Autor que era
casado com a Ré, ao final do processo restou condenado em primeira instância a pagar a ela uma pensão
alimentícia no valor equivalente a 15% sobre seus rendimentos, excetuados os descontos obrigatórios,
sendo que hoje tal pensão custa ao Autor uma média de R$ 483,00 (quatrocentos e oitenta e três reais)
por mês. Houve apelação, porém o recurso foi desprovido conforme comprovam os documentos em
anexo;(Docs. 04 ao 11 ) Durante o referido processo que findou no final do ano de 2.013, o Autor já
estava seriamente acometido do denominado Mal de Alzheimer, o que lhe retirava completamente o
discernimento necessário para praticar atos da vida civil, embora ainda não estivesse ainda interditado
(Doc. 12); Diante da gravidade e irreversibilidade da doença que o acometeu, seus familiares
recentemente decidiram interditá-lo, eis que ele não consegue mais levar a cabo as mais comezinhas
tarefas diárias inerentes a qualquer ser humano como comer, tomar banho, fazer suas necessidades
fisiológicas e outros tantos atos que nos parecem tão simples, mas que no estágio avançado em que se
encontra o mal que o aflige, ele irremediavelmente está impedido de praticar. Foi assim que nos autos
do Processo nº 027/0101010101, ainda em andamento, ele acabou sendo interditado e como curador foi
nomeado seu irmão DMM, já qualificado no preâmbulo desta petição (Doc. 01); Hoje em dia o senhor
LAM precisa de ajuda diuturna para tudo o que faz, contando para isto tão somente com o auxílio de
seus familiares. Acontece que naturalmente seus gastos aumentaram e praticamente seus rendimentos
já não bastam mais para fazerem frente a todos estas despesas extras. Veja-se que ele gasta mensal e
constantemente quantias de elevados valores;(Docs: 13 ao 17) Assim sendo, se no momento de ser
proferida a decisão anterior que o condenou, ela parecia justa, diante da situação que se afigura agora,
ela já deixou de sê-lo, até mesmo porque à época ele já não tinha mais condições de ter prosseguido a
praticar os atos processuais que praticou até o final. Do Enriquecimento Sem Causa da Autora Veja-se
que a senhora CML contraiu novas núpcias no dia 30 de Janeiro de 2.013.(Doc. 03) Mesmo estando ainda
em tramitação o Processo no qual as partes estavam discutindo os alimentos, ela não comunicou a
constituição da nova sociedade conjugal, o que poderia dar novo rumo à decisão que ao final foi
proferida. Ficou silente, numa clara demonstração de que fugiu das regras da obrigação de boa-fé
objetiva no trato de tais relações, continuando a receber prestações alimentícias até hoje. É cabível,
portanto, a imposição de restituição dos valores indevidamente recebidos pela Ré, evitando-se o
enriquecimento sem causa, eis que ela deixou de informar ao alimentante o implemento de condição
extintiva do encargo, in casu, a celebração de novo matrimônio, prolongando indevidamente a
percepção dos alimentos, pois, em face do novo casamento, as parcelas perderam o caráter de verba
alimentar. DO DIREITO Não fosse a situação de extrema necessidade, sofrimento e penúria que está
passando o Autor no presente momento, devemos ainda levar em conta aquilo que determina o Código
Civil em seu artigo 1708. Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor,
cessa o dever de prestar alimentos. Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a
alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor. A teor do disposto no art. 1.708 do
Código Civil, com o casamento, a união estável ou mesmo o concubinato, cessa a obrigação alimentar do
credor. Assim, o casamento da agravada, como se vê dos autos, fez cessar o dever do agravante de
prestar alimentos. Neste sentido, farta jurisprudência do TJRS: “APELAÇÃO CÍVEL. DIVÓRCIO.
ALIMENTOS À EX-ESPOSA. DESCABIMENTO. A obrigação alimentar entre ex-cônjuges é proveniente do
dever de solidariedade (art. 1.694 do Código Civil) e de mútua assistência (art. 1.566, III, do CPC). Em já
estando o casal separado de fato há mais de 20 anos, sem obrigação alimentar, inexiste dependência
econômica entre as partes a justificar a prestação alimentícia pleiteada. Além disso, a ex-esposa
constituiu novo relacionamento há mais de 18 anos, afastando a fixação de alimentos Inteligência do
art. 1.708 do CPC. Apelação desprovida, de plano.” (Apelação Cível nº 70030546006, Sétima Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, julgado em 26/05/2010)(grifei)
“ALIMENTOS. PEDIDO DE EXONERAÇÃO. UNIÃO ESTÁVEL DA EX-ESPOSA DO ALIMENTANTE COM OUTRO
HOMEM. EXAME DO BINÔMIO POSSIBILIDADE E NECESSIDADE. DESCABIMENTO. 1. Constitui pressuposto da
ação de exoneração de alimentos a efetiva e substancial alteração do binômio possibilidade e
necessidade, de forma tal que fique demonstrado que a alimentanda não mais necessita dos alimentos,
ou que o alimentante não possa alcançá-los sem prejuízo do próprio sustento ou, então, que, tendo a
alimentanda constituído união estável ou novo casamento, tenha restado extinta a obrigação alimentar,
nos termos do art. 1.708 do Código Civil. 2. A constituição de nova união estável é, ex vi legis, causa de
exoneração de alimentos e, sendo essa a causa de pedir da exoneração, é totalmente descabido o
questionamento do binômio possibilidade-necessidade, sendo rigorosamente descabida a produção da
prova pretendida. Recurso desprovido.” (Agravo de Instrumento nº 70029640398, Sétima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, julgado em 09/10/2009)
(grifei) “ALIMENTOS. PEDIDO DE EXONERAÇÃO. EX-ESPOSA. EXAME DO BINÔMIO POSSIBILIDADE E
NECESSIDADE. CABIMENTO. 1. Constitui pressuposto da ação de exoneração de alimentos a efetiva e
substancial alteração do binômio possibilidade e necessidade, de forma tal que fique demonstrado que a
alimentanda não mais necessita dos alimentos ou que o alimentante não possa alcançá-los sem prejuízo
do próprio sustento. 2. Nos termos do art. 1.708 do Código Civil, a constituição de nova união estável é
causa de exoneração de alimentos. 3. Casamento não é emprego e ex-marido não é órgão de
previdência, motivo pelo qual é justo o estabelecimento de um prazo final da obrigação alimentar,
devendo a alimentanda procurar sua inserção no mercado de trabalho, pois tem qualificação e nada a
incapacita para isso. Recurso desprovido.” (Apelação Cível nº 70028475176, Sétima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, julgado em 22/07/2009)
(grifei) É consabido que decisões referentes a prestações alimentícias transitam em julgado apenas
formalmente, mas nunca materialmente, já que situações supervenientes podem ensejar pedido de
revisão, diminuição e até mesmo de exoneração e é justamente este último o que se pretende agora
diante da situação fática que se configura atualmente. Estamos agora diante de uma nova realidade.
Aliás, ela não é nova, pois o Autor durante a tramitação da ação anterior já estava acometido da doença
que o aflige. Acontece que agora ela restou comprovada de forma cabal e como consequência ficou
revelado que ele não tem e não tinha desde aquela época capacidade de praticar atos da vida civil, eis
que absolutamente incapaz. DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA A PROVA INEQUÍVOCA DA VEROSSIMILHANÇA
DAS ALEGAÇÕES do Autor, reside na CERTIDÃO DE CASAMENTO da senhora CML com JAML, já uma prova
suficiente que ela já refez sua vida e praticou um ato que dá ensejo imediato à exoneração de
alimentos a que pudesse ter direito. (Doc. 03) Ela está consubstanciada também em todos os
documentos acostados aos autos pelo Autor. Neles está comprovada a doença que o acomete bem como
os gastos gigantescos que seus familiares estão tendo para enfrentarem este momento de enfermidade
irreversível que recaiu sobre o Autor; (Docs. 13 ao 17) O PERIGO DE DANO também resta configurado, eis
que sendo os familiares do Autor pessoas sem condições econômicas razoáveis, ele não conseguirá fazer
frente a todas as despesas que tem para continuar sobrevivendo com um mínimo de dignidade. Nada
mais justo, portanto, do que conceder ao Autor a Antecipação da Tutela, exonerando-o imediatamente
da pensão a que foi condenado a pagar à Ré oficiando imediatamente o órgão competente do INSS bem
como a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER. Neste sentido, a jurisprudência do
TJRS: AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. CASAMENTO DA EX-
COMPANHEIRA ALIMENTANDA. CESSAÇÃO DO DEVER DE MÚTUA ASSISTÊNCIA. SUSPENSÃO LIMINAR DO
PENSIONAMENTO QUE SE MOSTRA ADEQUADA. ART. 1.108 DO CÓDIGO CIVIL. Havendo prova de que a
credora de alimentos contraiu novas núpcias, cabível a concessão da antecipação de tutela pleiteada em
ação de exoneração de alimentos, consubstanciada na suspensão da exigibilidade da verba pela
alimentanda. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 70036152643. SÉTIMA
CÂMARA CÍVEL DO TJRS. DR. JOSÉ CONRADO DE SOUZA JÚNIOR (RELATOR)(Grifei) “AGRAVO DE
INSTRUMENTO. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. TÉRMINO DO DEVER DE MÚTUA ASSISTÊNCIA. Demonstrado,
pela prova dos autos, que a ex-esposa, constituiu novo relacionamento, semelhante à união estável,
incide a norma prevista no artigo 1.708, do Código Civil. AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO PROVIDO.
(SEGREDO DE JUSTIÇA)” (Agravo de Instrumento Nº 70017000894, Oitava Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em 16/11/2006) (Grifei) DO PEDIDO Isso posto,
REQUER: Liminarmente a concessão de ANTECIPAÇÃO DA TUTELA, exonerando imediatamente o Autor
do pagamento de pensão alimentícia à Autora, oficiando o órgão competente do INSS, bem como a
Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER – com sede na Rua da Quitanda, 173, Centro –
20091-005 – Rio de Janeiro – RJ para que cessem imediatamente o desconto dos valores do
pensionamento que vem sendo pago à Ré. A prioridade na tramitação do processo por envolver pessoa
idosa, tudo nos termos do art. 71 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003 A citação da requerida para,
querendo, contestar a presente ação no prazo da lei, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria
de fato. A intimação do ilustre representante do Ministério Público, conforme preceitua o art. 82, inciso
II do Código de Processo Civil; Ao final seja julgada totalmente procedente a presente demanda
Exonerando o Autor do dever de continuar pagando pensão alimentícia à Ré em virtude de seu precário
estado de saúde bem como pelo fato de que CML já refez sua vida afetiva e CONTRAIU NOVAS NÚPCIAS;
Seja ainda a Ré condenada a devolver todas as quantias recebidas indevidamente desde o momento em
que contraiu novas núpcias, ou seja, 18 de Janeiro de 2.013; A condenação da requerida ao pagamento
de custas e honorários advocatícios à base 20% sobre o valor da condenação. O Autor requer ainda, os
benefícios da justiça gratuita, declarando que é pobre na verdadeira acepção do termo (Lei 1060/50)
(Doc. 18). Por cautela, requer ainda, a produção de todo o gênero de provas admitidos em lei, caso
necessário. VALOR DA CAUSA. R$ 5.796,00 (cinco mil, setecentos e noventa e
seis reais) Nestes Termos Pede Deferimento Santa Maria, 25 de Maio de 2.014
______________________________________________ JORGE ANDRÉ IRION JOBIM-
OAB/RS 28.731 RUA GUILHERME RITZEL, Nº 489, VILA NORTE
FONE 3225/5359, E mail- jorgejobin@yahoo.com.br

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