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Edição 02

MINISTÉRIO DA CULTURA – MinC


DIRETORIA DE DIREITOS INTELECTUAIS - DDI

LEGISLAÇÃO DE DIREITOS
AUTORAIS

BRASÍLIA, 30 DE JULHO DE 2015.


ADVERTÊNCIA
As normas publicadas nesta edição, embora revisadas, podem ainda conter erros de transcrição.

ii
ÍNDICE

DIREITOS DE AUTOR E DIREITOS CONEXOS

LEI DE DIREITOS AUTORAIS .................................................................................................................... pág. 04


Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras
providências.

LEI Nº 12.853, DE 14 DE AGOSTO DE 2013 ............................................................................................ pág. 22


Altera os arts. 5º, 68, 97, 98, 99 e 100, acrescenta arts. 98-A, 98-B, 98-C, 99-A, 99-B, 100-A,
100-B e 109-A, e revoga o art. 94 da Lei nº 9.640, de 19 de fevereiro de 1998, para dispor
sobre a gestão coletiva de direitos autorais, e dá outras providências.

DECRETO No 8.469, DE 22 DE JUNHO DE 2015 ..................................................................................... pág. 23


Regulamenta a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, e a Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013, para dispor sobre a gestão coletiva de direitos autorais.

INSTRUÇÃO NORMATIVA No 3, DE 7 DE JULHO DE 2015 ..................................................................... pág. 32


Estabelece os procedimentos de habilitação, organização do cadastro, supervisão e aplicação
de sanções para a atividade de cobrança de direitos autorais por associações de gestão
coletiva e pelo ente arrecadador de que trata a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 7 DE JULHO DE 2015 ..................................................................... pág. 41


Aprova o Regulamento de Mediação e Arbitragem no Âmbito do Ministério da Cultura, nos
termos da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, e do Decreto nº 8.469, de 22 de junho de
2015.

PORTARIA Nº 53, DE 7 DE JULHO DE 2015 ............................................................................................ pág. 53


Constitui a Comissão Permanente para o Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva – CPAGC, com
a finalidade de promover o aprimoramento da gestão coletiva de direitos autorais no Brasil.

iii
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

LEI No 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE qualquer meio ou procedimento e que não consista


1998 na distribuição de exemplares;

Altera, atualiza e consolida a legislação VI – reprodução – a cópia de um ou vários


sobre direitos autorais e dá outras exemplares de uma obra literária, artística ou
providências. científica ou de um fonograma, de qualquer forma
tangível, incluindo qualquer armazenamento
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA permanente ou temporário por meios eletrônicos ou
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e qualquer outro meio de fixação que venha a ser
eu sanciono a seguinte Lei: desenvolvido;

Título I VII – contrafação – a reprodução não


autorizada;
Disposições Preliminares
VIII – obra:
Art. 1o Esta Lei regula os direitos autorais,
entendendo-se sob esta denominação os direitos de a) em co-autoria – quando é criada em
autor e os que lhes são conexos. comum, por dois ou mais autores;

Art. 2o Os estrangeiros domiciliados no exterior b) anônima – quando não se indica o nome


gozarão da proteção assegurada nos acordos, do autor, por sua vontade ou por ser desconhecido;
convenções e tratados em vigor no Brasil.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei aos c) pseudônima – quando o autor se oculta
nacionais ou pessoas domiciliadas em país que sob nome suposto;
assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no
Brasil a reciprocidade na proteção aos direitos d) inédita – a que não haja sido objeto de
autorais ou equivalentes. publicação;

Art. 3o Os direitos autorais reputam-se, para os e) póstuma – a que se publique após a morte
efeitos legais, bens móveis. do autor;

Art. 4o Interpretam-se restritivamente os negócios f) originária – a criação primígena;


jurídicos sobre os direitos autorais.
g) derivada – a que, constituindo criação
o intelectual nova, resulta da transformação de obra
Art. 5 Para os efeitos desta Lei, considera-se:
originária;
I – publicação – o oferecimento de obra
literária, artística ou científica ao conhecimento do h) coletiva – a criada por iniciativa,
público, com o consentimento do autor, ou de organização e responsabilidade de uma pessoa física
qualquer outro titular de direito de autor, por qualquer ou jurídica, que a publica sob seu nome ou marca e
forma ou processo; que é constituída pela participação de diferentes
autores, cujas contribuições se fundem numa criação
II – transmissão ou emissão – a difusão de autônoma;
sons ou de sons e imagens, por meio de ondas
radioelétricas; sinais de satélite; fio, cabo ou outro i) audiovisual – a que resulta da fixação de
condutor; meios óticos ou qualquer outro processo imagens com ou sem som, que tenha a finalidade de
eletromagnético; criar, por meio de sua reprodução, a impressão de
movimento, independentemente dos processos de
III – retransmissão – a emissão simultânea da sua captação, do suporte usado inicial ou
transmissão de uma empresa por outra; posteriormente para fixá-lo, bem como dos meios
utilizados para sua veiculação;
IV – distribuição – a colocação à disposição
do público do original ou cópia de obras literárias, IX – fonograma – toda fixação de sons de
artísticas ou científicas, interpretações ou execuções uma execução ou interpretação ou de outros sons, ou
fixadas e fonogramas, mediante a venda, locação ou de uma representação de sons que não seja uma
qualquer outra forma de transferência de propriedade fixação incluída em uma obra audiovisual;
ou posse;
X – editor – a pessoa física ou jurídica à qual
V – comunicação ao público – ato mediante o se atribui o direito exclusivo de reprodução da obra e
qual a obra é colocada ao alcance do público, por

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Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

o dever de divulgá-la, nos limites previstos no V – as composições musicais, tenham ou não


contrato de edição; letra;

XI – produtor – a pessoa física ou jurídica que VI – as obras audiovisuais, sonorizadas ou


toma a iniciativa e tem a responsabilidade econômica não, inclusive as cinematográficas;
da primeira fixação do fonograma ou da obra
audiovisual, qualquer que seja a natureza do suporte VII – as obras fotográficas e as produzidas
utilizado; por qualquer processo análogo ao da fotografia;

XII – radiodifusão – a transmissão sem fio, VIII – as obras de desenho, pintura, gravura,
inclusive por satélites, de sons ou imagens e sons ou escultura, litografia e arte cinética;
das representações desses, para recepção ao público
e a transmissão de sinais codificados, quando os IX – as ilustrações, cartas geográficas e
meios de decodificação sejam oferecidos ao público outras obras da mesma natureza;
pelo organismo de radiodifusão ou com seu
consentimento; X – os projetos, esboços e obras plásticas
concernentes à geografia, engenharia, topografia,
XIII – artistas intérpretes ou executantes – arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;
todos os atores, cantores, músicos, bailarinos ou
outras pessoas que representem um papel, cantem, XI – as adaptações, traduções e outras
recitem, declamem, interpretem ou executem em transformações de obras originais, apresentadas
qualquer forma obras literárias ou artísticas ou como criação intelectual nova;
expressões do folclore;
XII – os programas de computador;
1
XIV - titular originário - o autor de obra
intelectual, o intérprete, o executante, o produtor XIII – as coletâneas ou compilações,
fonográfico e as empresas de radiodifusão. antologias, enciclopédias, dicionários, bases de
dados e outras obras, que, por sua seleção,
Art. 6o Não serão de domínio da União, dos Estados, organização ou disposição de seu conteúdo,
do Distrito Federal ou dos Municípios as obras por constituam uma criação intelectual.
eles simplesmente subvencionadas.
§ 1o Os programas de computador são objeto
Título II de legislação específica, observadas as disposições
desta Lei que lhes sejam aplicáveis.
Das Obras Intelectuais
Capítulo I § 2o A proteção concedida no inciso XIII não
abarca os dados ou materiais em si mesmos e se
Das Obras Protegidas entende sem prejuízo de quaisquer direitos autorais
que subsistam a respeito dos dados ou materiais
contidos nas obras.
Art. 7o São obras intelectuais protegidas as criações
do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas § 3o No domínio das ciências, a proteção
em qualquer suporte, tangível ou intangível, recairá sobre a forma literária ou artística, não
conhecido ou que se invente no futuro, tais como: abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico, sem
prejuízo dos direitos que protegem os demais campos
I – os textos de obras literárias, artísticas ou da propriedade imaterial.
científicas;
Art. 8o Não são objeto de proteção como direitos
II – as conferências, alocuções, sermões e autorais de que trata esta Lei:
outras obras da mesma natureza;
I – as idéias, procedimentos normativos,
III – as obras dramáticas e dramático- sistemas, métodos, projetos ou conceitos
musicais; matemáticos como tais;
IV – as obras coreográficas e pantomímicas, II – os esquemas, planos ou regras para
cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra realizar atos mentais, jogos ou negócios;
qualquer forma;
III – os formulários em branco para serem
preenchidos por qualquer tipo de informação,
1
Novo inciso acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de científica ou não, e suas instruções;
2013.

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Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

IV – os textos de tratados ou convenções, § 1o Não se considera co-autor quem


leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e simplesmente auxiliou o autor na produção da obra
demais atos oficiais; literária, artística ou científica, revendo-a, atualizando-
a, bem como fiscalizando ou dirigindo sua edição ou
V – as informações de uso comum tais como apresentação por qualquer meio.
calendários, agendas, cadastros ou legendas;
§ 2o Ao co-autor, cuja contribuição possa ser
VI – os nomes e títulos isolados; utilizada separadamente, são asseguradas todas as
faculdades inerentes à sua criação como obra
VII – o aproveitamento industrial ou comercial individual, vedada, porém, a utilização que possa
das ideias contidas nas obras. acarretar prejuízo à exploração da obra comum.

Art. 9o À cópia de obra de arte plástica feita pelo Art. 16. São co-autores da obra audiovisual o autor do
próprio autor é assegurada a mesma proteção de que assunto ou argumento literário, musical ou lítero-
goza o original. musical e o diretor.

Art. 10. A proteção à obra intelectual abrange o seu Parágrafo único. Consideram-se co-autores
título, se original e inconfundível com o de obra do de desenhos animados os que criam os desenhos
mesmo gênero, divulgada anteriormente por outro utilizados na obra audiovisual.
autor.
Art. 17. É assegurada a proteção às participações
Parágrafo único. O título de publicações individuais em obras coletivas.
periódicas, inclusive jornais, é protegido até um ano
após a saída do seu último número, salvo se forem § 1o Qualquer dos participantes, no exercício
anuais, caso em que esse prazo se elevará a dois de seus direitos morais, poderá proibir que se indique
anos. ou anuncie seu nome na obra coletiva, sem prejuízo
do direito de haver a remuneração contratada.
Capítulo II
§ 2o Cabe ao organizador a titularidade dos
Da Autoria das Obras Intelectuais direitos patrimoniais sobre o conjunto da obra
coletiva.
Art. 11. Autor é a pessoa física criadora de obra
literária, artística ou científica. § 3o O contrato com o organizador
especificará a contribuição do participante, o prazo
Parágrafo único. A proteção concedida ao para entrega ou realização, a remuneração e demais
autor poderá aplicar-se às pessoas jurídicas nos condições para sua execução.
casos previstos nesta Lei.
Capítulo III
Art. 12. Para se identificar como autor, poderá o Do Registro das Obras Intelectuais
criador da obra literária, artística ou científica usar de
seu nome civil, completo ou abreviado até por suas
iniciais, de pseudônimo ou qualquer outro sinal Art. 18. A proteção aos direitos de que trata esta Lei
convencional. independe de registro.

Art. 13. Considera-se autor da obra intelectual, não Art. 19. É facultado ao autor registrar a sua obra no
havendo prova em contrário, aquele que, por uma das órgão público definido no caput e no § 1o do art. 17 da
modalidades de identificação referidas no artigo Lei no 5.988, de 14 de dezembro de 1973.
anterior, tiver, em conformidade com o uso, indicada
ou anunciada essa qualidade na sua utilização. Art. 20. Para os serviços de registro previstos nesta
Lei será cobrada retribuição, cujo valor e processo de
Art. 14. É titular de direitos de autor quem adapta, recolhimento serão estabelecidos por ato do titular do
traduz, arranja ou orquestra obra caída no domínio órgão da administração pública federal a que estiver
público, não podendo opor-se a outra adaptação, vinculado o registro das obras intelectuais.
arranjo, orquestração ou tradução, salvo se for cópia
da sua. Art. 21. Os serviços de registro de que trata esta Lei
serão organizados conforme preceitua o § 2o do art.
Art. 15. A co-autoria da obra é atribuída àqueles em 17 da Lei no 5.988, de 14 de dezembro de 1973.
cujo nome, pseudônimo ou sinal convencional for
utilizada.

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Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Título III § 3o Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-


se as prévias indenizações a terceiros, quando
Dos Direitos do Autor couberem.
Capítulo I
Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor o exercício
Disposições Preliminares dos direitos morais sobre a obra audiovisual.

Art. 26. O autor poderá repudiar a autoria de projeto


Art. 22. Pertencem ao autor os direitos morais e
arquitetônico alterado sem o seu consentimento
patrimoniais sobre a obra que criou.
durante a execução ou após a conclusão da
construção.
Art. 23. Os co-autores da obra intelectual exercerão,
de comum acordo, os seus direitos, salvo convenção
Parágrafo único. O proprietário da construção
em contrário.
responde pelos danos que causar ao autor sempre
que, após o repúdio, der como sendo daquele a
Capítulo II autoria do projeto repudiado.
Dos Direitos Morais do Autor
Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e
irrenunciáveis.
Art. 24. São direitos morais do autor:
Capítulo III
I – o de reivindicar, a qualquer tempo, a
autoria da obra; Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua
Duração
II – o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal
convencional indicado ou anunciado, como sendo o
do autor, na utilização de sua obra; Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar,
fruir e dispor da obra literária, artística ou científica.
III – o de conservar a obra inédita;
Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do
IV – o de assegurar a integridade da obra, autor a utilização da obra, por quaisquer
opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de modalidades, tais como:
atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou
atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra; I – a reprodução parcial ou integral;

V – o de modificar a obra, antes ou depois de II – a edição;


utilizada;
III – a adaptação, o arranjo musical e
VI – o de retirar de circulação a obra ou de quaisquer outras transformações;
suspender qualquer forma de utilização já autorizada,
quando a circulação ou utilização implicarem afronta IV – a tradução para qualquer idioma;
à sua reputação e imagem;
V – a inclusão em fonograma ou produção
VII – o de ter acesso a exemplar único e raro audiovisual;
da obra, quando se encontre legitimamente em poder
de outrem, para o fim de, por meio de processo VI – a distribuição, quando não intrínseca ao
fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar contrato firmado pelo autor com terceiros para uso ou
sua memória, de forma que cause o menor exploração da obra;
inconveniente possível a seu detentor, que, em todo
caso, será indenizado de qualquer dano ou prejuízo VII – a distribuição para oferta de obras ou
que lhe seja causado. produções mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas
ou qualquer outro sistema que permita ao usuário
§ 1o Por morte do autor, transmitem-se a seus realizar a seleção da obra ou produção para percebê-
sucessores os direitos a que se referem os incisos I a la em um tempo e lugar previamente determinados
IV. por quem formula a demanda, e nos casos em que o
acesso às obras ou produções se faça por qualquer
§ 2o Compete ao Estado a defesa da sistema que importe em pagamento pelo usuário;
integridade e autoria da obra caída em domínio
público. VIII – a utilização, direta ou indireta, da obra
literária, artística ou científica, mediante:

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Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

a) representação, recitação ou declamação; Art. 32. Quando uma obra feita em regime de co-
autoria não for divisível, nenhum dos co-autores, sob
b) execução musical; pena de responder por perdas e danos, poderá, sem
consentimento dos demais, publicá-la ou autorizar-lhe
c) emprego de alto-falante ou de sistemas a publicação, salvo na coleção de suas obras
análogos; completas.

d) radiodifusão sonora ou televisiva; § 1o Havendo divergência, os co-autores


decidirão por maioria.
e) captação de transmissão de radiodifusão
em locais de freqüência coletiva; § 2o Ao co-autor dissidente é assegurado o
direito de não contribuir para as despesas de
f) sonorização ambiental; publicação, renunciando a sua parte nos lucros, e o
de vedar que se inscreva seu nome na obra.
g) a exibição audiovisual, cinematográfica ou
por processo assemelhado; § 3o Cada co-autor pode, individualmente,
sem aquiescência dos outros, registrar a obra e
h) emprego de satélites artificiais; defender os próprios direitos contra terceiros.

i) emprego de sistemas óticos, fios telefônicos Art. 33. Ninguém pode reproduzir obra que não
ou não, cabos de qualquer tipo e meios de pertença ao domínio público, a pretexto de anotá-la,
comunicação similares que venham a ser adotados; comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor.

j) exposição de obras de artes plásticas e Parágrafo único. Os comentários ou


figurativas; anotações poderão ser publicados separadamente.

IX – a inclusão em base de dados, o Art. 34. As cartas missivas, cuja publicação está
armazenamento em computador, a microfilmagem e condicionada à permissão do autor, poderão ser
as demais formas de arquivamento do gênero; juntadas como documento de prova em processos
administrativos e judiciais.
X – quaisquer outras modalidades de
utilização existentes ou que venham a ser inventadas. Art. 35. Quando o autor, em virtude de revisão, tiver
dado à obra versão definitiva, não poderão seus
Art. 30. No exercício do direito de reprodução, o titular sucessores reproduzir versões anteriores.
dos direitos autorais poderá colocar à disposição do
público a obra, na forma, local e pelo tempo que Art. 36. O direito de utilização econômica dos escritos
desejar, a título oneroso ou gratuito. publicados pela imprensa, diária ou periódica, com
exceção dos assinados ou que apresentem sinal de
§ 1o O direito de exclusividade de reprodução reserva, pertence ao editor, salvo convenção em
não será aplicável quando ela for temporária e contrário.
apenas tiver o propósito de tornar a obra, fonograma
ou interpretação perceptível em meio eletrônico ou Parágrafo único. A autorização para utilização
quando for de natureza transitória e incidental, desde econômica de artigos assinados, para publicação em
que ocorra no curso do uso devidamente autorizado diários e periódicos, não produz efeito além do prazo
da obra, pelo titular. da periodicidade acrescido de vinte dias, a contar de
sua publicação, findo o qual recobra o autor o seu
§ 2o Em qualquer modalidade de reprodução, direito.
a quantidade de exemplares será informada e
controlada, cabendo a quem reproduzir a obra a Art. 37. A aquisição do original de uma obra, ou de
responsabilidade de manter os registros que exemplar, não confere ao adquirente qualquer dos
permitam, ao autor, a fiscalização do aproveitamento direitos patrimoniais do autor, salvo convenção em
econômico da exploração. contrário entre as partes e os casos previstos nesta
Lei.
Art. 31. As diversas modalidades de utilização de
obras literárias, artísticas ou científicas ou de Art. 38. O autor tem o direito, irrenunciável e
fonogramas são independentes entre si, e a inalienável, de perceber, no mínimo, cinco por cento
autorização concedida pelo autor, ou pelo produtor, sobre o aumento do preço eventualmente verificável
respectivamente, não se estende a quaisquer das em cada revenda de obra de arte ou manuscrito,
demais. sendo originais, que houver alienado.

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Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Parágrafo único. Caso o autor não perceba o II – as de autor desconhecido, ressalvada a


seu direito de seqüência no ato da revenda, o proteção legal aos conhecimentos étnicos e
vendedor é considerado depositário da quantia a ele tradicionais.
devida, salvo se a operação for realizada por leiloeiro,
quando será este o depositário. Capítulo IV

Art. 39. Os direitos patrimoniais do autor, excetuados Das Limitações aos Direitos Autorais
os rendimentos resultantes de sua exploração, não se
comunicam, salvo pacto antenupcial em contrário. Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:

Art. 40. Tratando-se de obra anônima ou pseudônima, I – a reprodução:


caberá a quem publicá-la o exercício dos direitos
patrimoniais do autor. a) na imprensa diária ou periódica, de notícia
ou de artigo informativo, publicado em diários ou
Parágrafo único. O autor que se der a periódicos, com a menção do nome do autor, se
conhecer assumirá o exercício dos direitos assinados, e da publicação de onde foram transcritos;
patrimoniais, ressalvados os direitos adquiridos por b) em diários ou periódicos, de discursos
terceiros. pronunciados em reuniões públicas de qualquer
natureza;
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram
por setenta anos contados de 1o de janeiro do ano c) de retratos, ou de outra forma de
subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a representação da imagem, feitos sob encomenda,
ordem sucessória da lei civil. quando realizada pelo proprietário do objeto
encomendado, não havendo a oposição da pessoa
Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas neles representada ou de seus herdeiros;
o prazo de proteção a que alude o caput deste artigo.
d) de obras literárias, artísticas ou científicas,
Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que
realizada em co-autoria for indivisível, o prazo a reprodução, sem fins comerciais, seja feita
previsto no artigo anterior será contado da morte do mediante o sistema Braille ou outro procedimento em
último dos co-autores sobreviventes. qualquer suporte para esses destinatários;

Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos II – a reprodução, em um só exemplar de


sobreviventes os direitos do co-autor que falecer sem pequenos trechos, para uso privado do copista, desde
sucessores. que feita por este, sem intuito de lucro;

Art. 43. Será de setenta anos o prazo de proteção aos III – a citação em livros, jornais, revistas ou
direitos patrimoniais sobre as obras anônimas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens
pseudônimas, contado de 1o de janeiro do ano de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou
imediatamente posterior ao da primeira publicação. polêmica, na medida justificada para o fim a atingir,
indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no
art. 41 e seu parágrafo único, sempre que o autor se IV – o apanhado de lições em
der a conhecer antes do termo do prazo previsto no estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas
caput deste artigo. se dirigem, vedada sua publicação, integral ou
parcial, sem autorização prévia e expressa de quem
Art. 44. O prazo de proteção aos direitos patrimoniais as ministrou;
sobre obras audiovisuais e fotográficas será de
setenta anos, a contar de 1o de janeiro do ano V – a utilização de obras literárias, artísticas
subseqüente ao de sua divulgação. ou científicas, fonogramas e transmissão de rádio e
televisão em estabelecimentos comerciais,
Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu exclusivamente para demonstração à clientela, desde
o prazo de proteção aos direitos patrimoniais, que esses estabelecimentos comercializem os
pertencem ao domínio público: suportes ou equipamentos que permitam a sua
utilização;
I – as de autores falecidos que não tenham
deixado sucessores; VI – a representação teatral e a execução
musical, quando realizadas no recesso familiar ou,
para fins exclusivamente didáticos, nos

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Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

estabelecimentos de ensino, não havendo em a uma que seja aquela indispensável ao cumprimento
qualquer caso intuito de lucro; da finalidade do contrato.

VII – a utilização de obras literárias, artísticas Art. 50. A cessão total ou parcial dos direitos de autor,
ou científicas para produzir prova judiciária ou que se fará sempre por escrito, presume-se onerosa.
administrativa;
§ 1o Poderá a cessão ser averbada à margem
VIII – a reprodução, em quaisquer obras, de do registro a que se refere o art. 19 desta Lei, ou, não
pequenos trechos de obras preexistentes, de estando a obra registrada, poderá o instrumento ser
qualquer natureza, ou de obra integral, quando de registrado em Cartório de Títulos e Documentos.
artes plásticas, sempre que a reprodução em si não
seja o objetivo principal da obra nova e que não § 2o Constarão do instrumento de cessão
prejudique a exploração normal da obra reproduzida como elementos essenciais seu objeto e as
nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos condições de exercício do direito quanto a tempo,
interesses dos autores. lugar e preço.

Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não Art. 51. A cessão dos direitos de autor sobre obras
forem verdadeiras reproduções da obra originária futuras abrangerá, no máximo, o período de cinco
nem lhe implicarem descrédito. anos.

Art. 48. As obras situadas permanentemente em Parágrafo único. O prazo será reduzido a
logradouros públicos podem ser representadas cinco anos sempre que indeterminado ou superior,
livremente, por meio de pinturas, desenhos, diminuindo-se, na devida proporção, o preço
fotografias e procedimentos audiovisuais. estipulado.

Capítulo V Art. 52. A omissão do nome do autor, ou de co-autor,


na divulgação da obra não presume o anonimato ou a
Da Transferência dos Direitos de Autor cessão de seus direitos.

Art. 49. Os direitos de autor poderão ser total ou Título IV


parcialmente transferidos a terceiros, por ele ou por
Da Utilização de Obras Intelectuais e dos
seus sucessores, a título universal ou singular,
pessoalmente ou por meio de representantes com Fonogramas
poderes especiais, por meio de licenciamento, Capítulo I
concessão, cessão ou por outros meios admitidos em
Direito, obedecidas as seguintes limitações: Da Edição

I – a transmissão total compreende todos os Art. 53. Mediante contrato de edição, o editor,
direitos de autor, salvo os de natureza moral e os obrigando-se a reproduzir e a divulgar a obra literária,
expressamente excluídos por lei; artística ou científica, fica autorizado, em caráter de
exclusividade, a publicá-la e a explorá-la pelo prazo e
II – somente se admitirá transmissão total e nas condições pactuadas com o autor.
definitiva dos direitos mediante estipulação contratual
escrita; Parágrafo único. Em cada exemplar da obra o
editor mencionará:
III – na hipótese de não haver estipulação
contratual escrita, o prazo máximo será de cinco I – o título da obra e seu autor;
anos;
II – no caso de tradução, o título original e o
IV – a cessão será válida unicamente para o nome do tradutor;
país em que se firmou o contrato, salvo estipulação
em contrário; III – o ano de publicação;
V – a cessão só se operará para modalidades IV – o seu nome ou marca que o identifique.
de utilização já existentes à data do contrato;
Art. 54. Pelo mesmo contrato pode o autor obrigar-se
VI – não havendo especificações quanto à à feitura de obra literária, artística ou científica em
modalidade de utilização, o contrato será interpretado cuja publicação e divulgação se empenha o editor.
restritivamente, entendendo-se como limitada apenas

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Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Art. 55. Em caso de falecimento ou de impedimento § 1o Na vigência do contrato de edição,


do autor para concluir a obra, o editor poderá: assiste ao editor o direito de exigir que se retire de
circulação edição da mesma obra feita por outrem.
I – considerar resolvido o contrato, mesmo
que tenha sido entregue parte considerável da obra; § 2o Considera-se esgotada a edição quando
restarem em estoque, em poder do editor,
II – editar a obra, sendo autônoma, mediante exemplares em número inferior a dez por cento do
pagamento proporcional do preço; total da edição.

III – mandar que outro a termine, desde que Art. 64. Somente decorrido um ano de lançamento da
consintam os sucessores e seja o fato indicado na edição, o editor poderá vender, como saldo, os
edição. exemplares restantes, desde que o autor seja
notificado de que, no prazo de trinta dias, terá
Parágrafo único. É vedada a publicação prioridade na aquisição dos referidos exemplares pelo
parcial, se o autor manifestou a vontade de só preço de saldo.
publicá-la por inteiro ou se assim o decidirem seus
sucessores. Art. 65. Esgotada a edição, e o editor, com direito a
outra, não a publicar, poderá o autor notificá-lo a que
Art. 56. Entende-se que o contrato versa apenas o faça em certo prazo, sob pena de perder aquele
sobre uma edição, se não houver cláusula expressa direito, além de responder por danos.
em contrário.
Art. 66. O autor tem o direito de fazer, nas edições
Parágrafo único. No silêncio do contrato, sucessivas de suas obras, as emendas e alterações
considera-se que cada edição se constitui de três mil que bem lhe aprouver.
exemplares.
Parágrafo único. O editor poderá opor-se às
Art. 57. O preço da retribuição será arbitrado, com alterações que lhe prejudiquem os interesses,
base nos usos e costumes, sempre que no contrato ofendam sua reputação ou aumentem sua
não a tiver estipulado expressamente o autor. responsabilidade.

Art. 58. Se os originais forem entregues em Art. 67. Se, em virtude de sua natureza, for
desacordo com o ajustado e o editor não os recusar imprescindível a atualização da obra em novas
nos trinta dias seguintes ao do recebimento, ter-se-ão edições, o editor, negando-se o autor a fazê-la, dela
por aceitas as alterações introduzidas pelo autor. poderá encarregar outrem, mencionando o fato na
edição.
Art. 59. Quaisquer que sejam as condições do
contrato, o editor é obrigado a facultar ao autor o Capítulo II
exame da escrituração na parte que lhe corresponde,
bem como a informá-lo sobre o estado da edição. Da Comunicação ao Público

Art. 60. Ao editor compete fixar o preço da venda,


Art. 68. Sem prévia e expressa autorização do autor
sem, todavia, poder elevá-lo a ponto de embaraçar a
ou titular, não poderão ser utilizadas obras teatrais,
circulação da obra.
composições musicais ou lítero-musicais e
fonogramas, em representações e execuções
Art. 61. O editor será obrigado a prestar contas
públicas.
mensais ao autor sempre que a retribuição deste
estiver condicionada à venda da obra, salvo se prazo
§ 1o Considera-se representação pública a
diferente houver sido convencionado.
utilização de obras teatrais no gênero drama,
tragédia, comédia, ópera, opereta, balé, pantomimas
Art. 62. A obra deverá ser editada em dois anos da
e assemelhadas, musicadas ou não, mediante a
celebração do contrato, salvo prazo diverso
participação de artistas, remunerados ou não, em
estipulado em convenção.
locais de freqüência coletiva ou pela radiodifusão,
transmissão e exibição cinematográfica.
Parágrafo único. Não havendo edição da obra
no prazo legal ou contratual, poderá ser rescindido o
§ 2o Considera-se execução pública a
contrato, respondendo o editor por danos causados.
utilização de composições musicais ou lítero-
musicais, mediante a participação de artistas,
Art. 63. Enquanto não se esgotarem as edições a que
remunerados ou não, ou a utilização de fonogramas e
tiver direito o editor, não poderá o autor dispor de sua
obras audiovisuais, em locais de freqüência coletiva,
obra, cabendo ao editor o ônus da prova.
por quaisquer processos, inclusive a radiodifusão ou

11
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

transmissão por qualquer modalidade, e a exibição representações ou execuções, no local onde se


cinematográfica. realizam.

§ 3o Consideram-se locais de freqüência Art. 71. O autor da obra não pode alterar-lhe a
coletiva os teatros, cinemas, salões de baile ou substância, sem acordo com o empresário que a faz
concertos, boates, bares, clubes ou associações de representar.
qualquer natureza, lojas, estabelecimentos comerciais
e industriais, estádios, circos, feiras, restaurantes, Art. 72. O empresário, sem licença do autor, não pode
hotéis, motéis, clínicas, hospitais, órgãos públicos da entregar a obra a pessoa estranha à representação
administração direta ou indireta, fundacionais e ou à execução.
estatais, meios de transporte de passageiros
terrestre, marítimo, fluvial ou aéreo, ou onde quer que Art. 73. Os principais intérpretes e os diretores de
se representem, executem ou transmitam obras orquestras ou coro, escolhidos de comum acordo pelo
literárias, artísticas ou científicas. autor e pelo produtor, não podem ser substituídos por
ordem deste, sem que aquele consinta.
§ 4o Previamente à realização da execução
pública, o empresário deverá apresentar ao escritório Art. 74. O autor de obra teatral, ao autorizar a sua
central, previsto no art. 99, a comprovação dos tradução ou adaptação, poderá fixar prazo para
recolhimentos relativos aos direitos autorais. utilização dela em representações públicas.

§ 5o Quando a remuneração depender da Parágrafo único. Após o decurso do prazo a


freqüência do público, poderá o empresário, por que se refere este artigo, não poderá opor-se o
convênio com o escritório central, pagar o preço após tradutor ou adaptador à utilização de outra tradução
a realização da execução pública. ou adaptação autorizada, salvo se for cópia da sua.
2
§ 6º O usuário entregará à entidade Art. 75. Autorizada a representação de obra teatral
responsável pela arrecadação dos direitos relativos à feita em co-autoria, não poderá qualquer dos co-
execução ou exibição pública, imediatamente após o autores revogar a autorização dada, provocando a
ato de comunicação ao público, relação completa das suspensão da temporada contratualmente ajustada.
obras e fonogramas utilizados, e a tornará pública e
de livre acesso, juntamente com os valores pagos, Art. 76. É impenhorável a parte do produto dos
em seu sítio eletrônico ou, em não havendo este, no espetáculos reservada ao autor e aos artistas.
local da comunicação e em sua sede.
Capítulo III
§ 7o As empresas cinematográficas e de
radiodifusão manterão à imediata disposição dos Da Utilização da Obra de Arte Plástica
interessados, cópia autêntica dos contratos, ajustes
ou acordos, individuais ou coletivos, autorizando e Art. 77. Salvo convenção em contrário, o autor de
disciplinando a remuneração por execução pública obra de arte plástica, ao alienar o objeto em que ela
das obras musicais e fonogramas contidas em seus se materializa, transmite o direito de expô-la, mas não
programas ou obras audiovisuais; transmite ao adquirente o direito de reproduzi-la.
3
§ 8º Para as empresas mencionadas no § 7º, Art. 78. A autorização para reproduzir obra de arte
o prazo para cumprimento do disposto no § 6o será plástica, por qualquer processo, deve se fazer por
até o décimo dia útil de cada mês, relativamente à escrito e se presume onerosa.
relação completa das obras e fonogramas utilizados
no mês anterior. Capítulo IV
Art. 69. O autor, observados os usos locais, notificará Da Utilização da Obra Fotográfica
o empresário do prazo para a representação ou
execução, salvo prévia estipulação convencional.
Art. 79. O autor de obra fotográfica tem direito a
reproduzi-la e colocá-la à venda, observadas as
Art. 70. Ao autor assiste o direito de opor-se à
restrições à exposição, reprodução e venda de
representação ou execução que não seja
retratos, e sem prejuízo dos direitos de autor sobre a
suficientemente ensaiada, bem como fiscalizá-la,
obra fotografada, se de artes plásticas protegidas.
tendo, para isso, livre acesso durante as
§ 1o A fotografia, quando utilizada por
2
Nova redação do inciso dada pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto terceiros, indicará de forma legível o nome do seu
de 2013. autor.
3
Novo inciso acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013.

12
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

§ 2o É vedada a reprodução de obra III – a responsabilidade do produtor para com


fotográfica que não esteja em absoluta consonância os co-autores, artistas intérpretes ou executantes, no
com o original, salvo prévia autorização do autor. caso de co-produção.

Capítulo V Art. 83. O participante da produção da obra


audiovisual que interromper, temporária ou
Da Utilização de Fonograma definitivamente, sua atuação, não poderá opor-se a
que esta seja utilizada na obra nem a que terceiro o
Art. 80. Ao publicar o fonograma, o produtor substitua, resguardados os direitos que adquiriu
mencionará em cada exemplar: quanto à parte já executada.

I – o título da obra incluída e seu autor; Art. 84. Caso a remuneração dos co-autores da obra
audiovisual dependa dos rendimentos de sua
II – o nome ou pseudônimo do intérprete; utilização econômica, o produtor lhes prestará contas
semestralmente, se outro prazo não houver sido
III – o ano de publicação; pactuado.

IV – o seu nome ou marca que o identifique. Art. 85. Não havendo disposição em contrário,
poderão os co-autores da obra audiovisual utilizar-se,
Capítulo VI em gênero diverso, da parte que constitua sua
contribuição pessoal.
Da Utilização da Obra Audiovisual
Parágrafo único. Se o produtor não concluir a
obra audiovisual no prazo ajustado ou não iniciar sua
Art. 81. A autorização do autor e do intérprete de obra
exploração dentro de dois anos, a contar de sua
literária, artística ou científica para produção
conclusão, a utilização a que se refere este artigo
audiovisual implica, salvo disposição em contrário,
será livre.
consentimento para sua utilização econômica.
Art. 86. Os direitos autorais de execução musical
§ 1o A exclusividade da autorização depende
relativos a obras musicais, lítero-musicais e
de cláusula expressa e cessa dez anos após a
fonogramas incluídos em obras audiovisuais serão
celebração do contrato.
devidos aos seus titulares pelos responsáveis dos
locais ou estabelecimentos a que alude o § 3o do art.
§ 2o Em cada cópia da obra audiovisual,
68 desta Lei, que as exibirem, ou pelas emissoras de
mencionará o produtor:
televisão que as transmitirem.
I – o título da obra audiovisual;
Capítulo VII
II – os nomes ou pseudônimos do diretor e Da Utilização de Bases de Dados
dos demais co-autores;

III – o título da obra adaptada e seu autor, se Art. 87. O titular do direito patrimonial sobre uma base
for o caso; de dados terá o direito exclusivo, a respeito da forma
de expressão da estrutura da referida base, de
IV – os artistas intérpretes; autorizar ou proibir:

V – o ano de publicação; I – sua reprodução total ou parcial, por


qualquer meio ou processo;
VI – o seu nome ou marca que o identifique.
II – sua tradução, adaptação, reordenação ou
Art. 82. O contrato de produção audiovisual deve qualquer outra modificação;
estabelecer:
III – a distribuição do original ou cópias da
I – a remuneração devida pelo produtor aos base de dados ou a sua comunicação ao público;
co-autores da obra e aos artistas intérpretes e
executantes, bem como o tempo, lugar e forma de IV – a reprodução, distribuição ou
pagamento; comunicação ao público dos resultados das
operações mencionadas no inciso II deste artigo.
II – o prazo de conclusão da obra;

13
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Capítulo VIII IV – a colocação à disposição do público de


suas interpretações ou execuções, de maneira que
Da Utilização da Obra Coletiva qualquer pessoa a elas possa ter acesso, no tempo e
no lugar que individualmente escolherem;
Art. 88. Ao publicar a obra coletiva, o organizador
mencionará em cada exemplar: V – qualquer outra modalidade de utilização
de suas interpretações ou execuções.
I – o título da obra;
§ 1o Quando na interpretação ou na execução
II – a relação de todos os participantes, em participarem vários artistas, seus direitos serão
ordem alfabética, se outra não houver sido exercidos pelo diretor do conjunto.
convencionada;
§ 2o A proteção aos artistas intérpretes ou
III – o ano de publicação; executantes estende-se à reprodução da voz e
imagem, quando associadas às suas atuações.
IV – o seu nome ou marca que o identifique.
Art. 91. As empresas de radiodifusão poderão realizar
Parágrafo único. Para valer-se do disposto no fixações de interpretação ou execução de artistas que
§ 1o do art. 17, deverá o participante notificar o as tenham permitido para utilização em determinado
organizador, por escrito, até a entrega de sua número de emissões, facultada sua conservação em
participação. arquivo público.

Título V Parágrafo único. A reutilização subseqüente


da fixação, no País ou no exterior, somente será lícita
Dos Direitos Conexos mediante autorização escrita dos titulares de bens
intelectuais incluídos no programa, devida uma
Capítulo I remuneração adicional aos titulares para cada nova
Disposições Preliminares utilização.

Art. 92. Aos intérpretes cabem os direitos morais de


Art. 89. As normas relativas aos direitos de autor integridade e paternidade de suas interpretações,
aplicam-se, no que couber, aos direitos dos artistas inclusive depois da cessão dos direitos patrimoniais,
intérpretes ou executantes, dos produtores sem prejuízo da redução, compactação, edição ou
fonográficos e das empresas de radiodifusão. dublagem da obra de que tenham participado, sob a
responsabilidade do produtor, que não poderá
Parágrafo único. A proteção desta Lei aos desfigurar a interpretação do artista.
direitos previstos neste artigo deixa intactas e não
afeta as garantias asseguradas aos autores das Parágrafo único. O falecimento de qualquer
obras literárias, artísticas ou científicas. participante de obra audiovisual, concluída ou não,
não obsta sua exibição e aproveitamento econômico,
Capítulo II nem exige autorização adicional, sendo a
remuneração prevista para o falecido, nos termos do
Dos Direitos dos Artistas Intérpretes ou
contrato e da lei, efetuada a favor do espólio ou dos
Executantes sucessores.

Art. 90. Tem o artista intérprete ou executante o Capítulo III


direito exclusivo de, a título oneroso ou gratuito,
autorizar ou proibir: Dos Direitos dos Produtores Fonográficos

I – a fixação de suas interpretações ou Art. 93. O produtor de fonogramas tem o direito


execuções; exclusivo de, a título oneroso ou gratuito, autorizar-
lhes ou proibir-lhes:
II – a reprodução, a execução pública e a
locação das suas interpretações ou execuções I – a reprodução direta ou indireta, total ou
fixadas; parcial;
III – a radiodifusão das suas interpretações ou II – a distribuição por meio da venda ou
execuções, fixadas ou não; locação de exemplares da reprodução;

14
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

7
III – a comunicação ao público por meio da § 3º Pode o titular transferir-se, a qualquer
execução pública, inclusive pela radiodifusão; momento, para outra associação, devendo comunicar
o fato, por escrito, à associação de origem.
IV – (VETADO)
8
§ 4º As associações com sede no exterior
V – quaisquer outras modalidades de far-se-ão representar, no País, por associações
utilização, existentes ou que venham a ser nacionais constituídas na forma prevista nesta Lei.
inventadas.
9
§ 5º Apenas os titulares originários de
4 direitos de autor ou de direitos conexos filiados
Art. 94. REVOGADO
diretamente às associações nacionais poderão votar
Capítulo IV ou ser votados nas associações reguladas por este
artigo.
Dos Direitos das Empresas de Radiodifusão
10
§ 6º Apenas os titulares originários de
direitos de autor ou de direitos conexos, nacionais ou
Art. 95. Cabe às empresas de radiodifusão o direito
estrangeiros domiciliados no Brasil, filiados
exclusivo de autorizar ou proibir a retransmissão,
diretamente às associações nacionais poderão
fixação e reprodução de suas emissões, bem como a
assumir cargos de direção nas associações reguladas
comunicação ao público, pela televisão, em locais de
por este artigo.
freqüência coletiva, sem prejuízo dos direitos dos
titulares de bens intelectuais incluídos na 11
Art. 98. Com o ato de filiação, as associações de
programação.
que trata o art. 97 tornam-se mandatárias de seus
associados para a prática de todos os atos
Capítulo V necessários à defesa judicial ou extrajudicial de seus
Da Duração dos Direitos Conexos direitos autorais, bem como para o exercício da
atividade de cobrança desses direitos.

Art. 96. É de setenta anos o prazo de proteção aos 12


§ 1º O exercício da atividade de cobrança
direitos conexos, contados a partir de 1o de janeiro do citada no caput somente será lícito para as
ano subseqüente à fixação, para os fonogramas; à associações que obtiverem habilitação em órgão da
transmissão, para as emissões das empresas de Administração Pública Federal, nos termos do art. 98-
radiodifusão; e à execução e representação pública, A.
para os demais casos.
13
§ 2º As associações deverão adotar os
Título VI princípios da isonomia, eficiência e transparência na
cobrança pela utilização de qualquer obra ou
Das Associações de Titulares de Direitos de fonograma.
Autor e dos que lhes são Conexos
14
§ 3º Caberá às associações, no interesse
Art. 97. Para o exercício e defesa de seus direitos, dos seus associados, estabelecer os preços pela
podem os autores e os titulares de direitos conexos utilização de seus repertórios, considerando a
associar-se sem intuito de lucro. razoabilidade, a boa-fé e os usos do local de
utilização das obras.
5
§ 1º As associações reguladas por este
artigo exercem atividade de interesse público, por
determinação desta Lei, devendo atender a sua
função social. 7
Reposicionamento do antigo §2º dada pela Lei nº 12.853, de 14
6 de agosto de 2013.
§ 2º É vedado pertencer, simultaneamente, a 8
Reposicionamento do antigo §3º dada pela Lei nº 12.853, de 14
mais de uma associação para a gestão coletiva de de agosto de 2013.
9
direitos da mesma natureza. Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013.
10
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013.
11
Nova redação do caput do artigo dada pela Lei nº 12.853, de 14
de agosto de 2013.
12
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
4
Revogado pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de 2013. 2013.
5 13
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.
6 14
Nova redação do antigo §1º dada pela Lei nº 12.853, de 14 de Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
agosto de 2013. 2013.

15
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

15 22
§ 4º A cobrança será sempre proporcional § 11. Findo o período de 5 (cinco) anos
ao grau de utilização das obras e fonogramas pelos previsto no § 10 sem que tenha ocorrido a
usuários, considerando a importância da execução identificação dos créditos e valores retidos, estes
pública no exercício de suas atividades, e as serão distribuídos aos titulares de direitos de autor e
particularidades de cada segmento, conforme de direitos conexos dentro da mesma rubrica em que
disposto no regulamento desta Lei. foram arrecadados e na proporção de suas
respectivas arrecadações durante o período da
16
§ 5º As associações deverão tratar seus retenção daqueles créditos e valores, sendo vedada a
associados de forma equitativa, sendo vedado o sua destinação para outro fim.
tratamento desigual.
23
§ 12. A taxa de administração praticada
17
§ 6º As associações deverão manter um pelas associações no exercício da cobrança e
cadastro centralizado de todos os contratos, distribuição de direitos autorais deverá ser
declarações ou documentos de qualquer natureza proporcional ao custo efetivo de suas operações,
que comprovem a autoria e a titularidade das obras e considerando as peculiaridades de cada uma delas.
dos fonogramas, bem como as participações
24
individuais em cada obra e em cada fonograma, § 13. Os dirigentes das associações serão
prevenindo o falseamento de dados e fraudes e eleitos para mandato de 3 (três) anos, permitida uma
promovendo a desambiguação de títulos similares de única recondução precedida de nova eleição.
obras.
25
§ 14. Os dirigentes das associações atuarão
18
§ 7º As informações mencionadas no § 6º diretamente em sua gestão, por meio de voto
são de interesse público e o acesso a elas deverá ser pessoal, sendo vedado que atuem representados por
disponibilizado por meio eletrônico a qualquer terceiros.
interessado, de forma gratuita, permitindo-se ainda ao
26
Ministério da Cultura o acesso contínuo e integral a § 15. Os titulares de direitos autorais
tais informações. poderão praticar pessoalmente os atos referidos no
caput e no § 3o deste artigo, mediante comunicação à
19
§ 8º Mediante comunicação do interessado associação a que estiverem filiados, com até 48
e preservada a ampla defesa e o direito ao (quarenta e oito) horas de antecedência da sua
contraditório, o Ministério da Cultura poderá, no caso prática.
de inconsistência nas informações mencionadas no §
27
6º deste artigo, determinar sua retificação e demais § 16. As associações, por decisão do seu
medidas necessárias à sua regularização, conforme órgão máximo de deliberação e conforme previsto em
disposto em regulamento. seus estatutos, poderão destinar até 20% (vinte por
cento) da totalidade ou de parte dos recursos
20
§ 9º As associações deverão disponibilizar oriundos de suas atividades para ações de natureza
sistema de informação para comunicação periódica, cultural e social que beneficiem seus associados de
pelo usuário, da totalidade das obras e fonogramas forma coletiva.
utilizados, bem como para acompanhamento, pelos
28
titulares de direitos, dos valores arrecadados e Art. 98-A. O exercício da atividade de cobrança de
distribuídos. que trata o art. 98 dependerá de habilitação prévia em
órgão da Administração Pública Federal, conforme
21
§ 10. Os créditos e valores não identificados disposto em regulamento, cujo processo
deverão permanecer retidos e à disposição dos administrativo observará:
titulares pelo período de 5 (cinco) anos, devendo ser
distribuídos à medida da sua identificação.

15 22
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.
16 23
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.
17 24
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.
18 25
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.
19 26
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Nova redação do antigo parágrafo único dada pela Lei nº 12.853,
2013. de 14 de agosto de 2013.
20 27
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.
21 28
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo artigo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.

16
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

I - o cumprimento, pelos estatutos da Estado Brasileiro no âmbito dos acordos


entidade solicitante, dos requisitos estabelecidos na internacionais dos quais é parte.
legislação para sua constituição;
§ 1º Os documentos e informações a que se
II - a demonstração de que a entidade referem os incisos II e III do caput deste artigo
solicitante reúne as condições necessárias para deverão ser apresentados anualmente ao Ministério
assegurar uma administração eficaz e transparente da Cultura.
dos direitos a ela confiados e significativa
representatividade de obras e titulares cadastrados, § 2º A habilitação de que trata o § 1º do art.
mediante comprovação dos seguintes documentos e 98 é um ato de qualificação vinculado ao
informações: cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei e
por seu regulamento e não precisará ser renovada
a) cadastros das obras e titulares que periodicamente, mas poderá ser anulada mediante
representam; decisão proferida em processo administrativo ou
judicial, quando verificado que a associação não
b) contratos e convênios mantidos com atende ao disposto nesta Lei, assegurados sempre o
usuários de obras de seus repertórios, quando contraditório e ampla defesa, bem como a
aplicável; comunicação do fato ao Ministério Público.

c) estatutos e respectivas alterações; § 3º A anulação da habilitação a que se refere


o § 1º do art. 98 levará em consideração a gravidade
d) atas das assembleias ordinárias ou e a relevância das irregularidades identificadas, a
extraordinárias; boa-fé do infrator e a reincidência nas irregularidades,
conforme disposto em regulamento, e somente se
e) acordos de representação recíproca com efetivará após a aplicação de advertência, quando se
entidades congêneres estrangeiras, quando concederá prazo razoável para atendimento das
existentes; exigências apontadas pela autoridade competente.

f) relatório anual de suas atividades, quando § 4º A ausência de uma associação que seja
aplicável; mandatária de determinada categoria de titulares em
função da aplicação do § 2º deste artigo não isenta os
g) demonstrações contábeis anuais, quando usuários das obrigações previstas no art. 68, que
aplicável; deverão ser quitadas em relação ao período
compreendido entre o indeferimento do pedido de
h) demonstração de que as taxas de habilitação, a anulação ou o cancelamento da
administração são proporcionais aos custos de habilitação e a obtenção de nova habilitação ou
cobrança e distribuição para cada tipo de utilização, constituição de entidade sucessora nos termos deste
quando aplicável; artigo, ficando a entidade sucessora responsável pela
fixação dos valores dos direitos autorais ou conexos
i) relatório anual de auditoria externa de suas em relação ao período compreendido entre o
contas, desde que a entidade funcione há mais de 1 indeferimento do pedido de habilitação ou sua
(um) ano e que a auditoria seja demandada pela anulação e a obtenção de nova habilitação pela
maioria de seus associados ou por sindicato ou entidade sucessora.
associação profissional, nos termos do art. 100;
§ 5º A associação cuja habilitação, nos
j) detalhamento do modelo de governança da termos deste artigo, seja anulada, inexistente ou
associação, incluindo estrutura de representação pendente de apreciação pela autoridade competente,
isonômica dos associados; ou apresente qualquer outra forma de irregularidade,
não poderá utilizar tais fatos como impedimento para
k) plano de cargos e salários, incluindo valor distribuição de eventuais valores já arrecadados, sob
das remunerações dos dirigentes, gratificações, pena de responsabilização direta de seus dirigentes
bonificações e outras modalidades de remuneração e nos termos do art. 100-A, sem prejuízo das sanções
premiação, com valores atualizados; penais cabíveis.

III - outras informações estipuladas em § 6º As associações de gestão coletiva de


regulamento por órgão da Administração Pública direitos autorais deverão manter atualizados e
Federal, como as que demonstrem o cumprimento disponíveis aos associados os documentos e as
das obrigações internacionais contratuais da entidade informações previstos nos incisos II e III deste artigo.
solicitante que possam ensejar questionamento ao

17
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

29
Art. 98-B. As associações de gestão coletiva de devidos, em caráter regular e de modo direto, aos
direitos autorais, no desempenho de suas funções, seus associados.
deverão:
§ 1º O direito à prestação de contas poderá
I - dar publicidade e transparência, por meio ser exercido diretamente pelo associado.
de sítios eletrônicos próprios, às formas de cálculo e
critérios de cobrança, discriminando, dentre outras § 2º Se as contas não forem prestadas na
informações, o tipo de usuário, tempo e lugar de forma do § 1º, o pedido do associado poderá ser
utilização, bem como os critérios de distribuição dos encaminhado ao Ministério da Cultura que, após sua
valores dos direitos autorais arrecadados, incluídas apreciação, poderá determinar a prestação de contas
as planilhas e demais registros de utilização das pela associação, na forma do regulamento.
obras e fonogramas fornecidas pelos usuários,
31
excetuando os valores distribuídos aos titulares Art. 99. A arrecadação e distribuição dos direitos
individualmente; relativos à execução pública de obras musicais e
literomusicais e de fonogramas será feita por meio
II - dar publicidade e transparência, por meio das associações de gestão coletiva criadas para este
de sítios eletrônicos próprios, aos estatutos, aos fim por seus titulares, as quais deverão unificar a
regulamentos de arrecadação e distribuição, às atas cobrança em um único escritório central para
de suas reuniões deliberativas e aos cadastros das arrecadação e distribuição, que funcionará como ente
obras e titulares que representam, bem como ao arrecadador com personalidade jurídica própria e
montante arrecadado e distribuído e aos créditos observará os §§ 1º a 12 do art. 98 e os arts. 98-A, 98-
eventualmente arrecadados e não distribuídos, sua B, 98-C, 99-B, 100, 100-A e 100-B.
origem e o motivo da sua retenção;
32
§ 1º O ente arrecadador organizado na
III - buscar eficiência operacional, dentre forma prevista no caput não terá finalidade de lucro e
outros meios, pela redução de seus custos será dirigido e administrado por meio do voto unitário
administrativos e dos prazos de distribuição dos de cada associação que o integra.
valores aos titulares de direitos;
33
§ 2º O ente arrecadador e as associações a
IV - oferecer aos titulares de direitos os meios que se refere este Título atuarão em juízo e fora dele
técnicos para que possam acessar o balanço dos em seus próprios nomes como substitutos
seus créditos da forma mais eficiente dentro do processuais dos titulares a eles vinculados.
estado da técnica;
34
§ 3º O recolhimento de quaisquer valores
V - aperfeiçoar seus sistemas para apuração pelo ente arrecadador somente se fará por depósito
cada vez mais acurada das execuções públicas bancário.
realizadas e publicar anualmente seus métodos de
35
verificação, amostragem e aferição; § 4º A parcela destinada à distribuição aos
autores e demais titulares de direitos não poderá, em
VI - garantir aos associados o acesso às um ano da data de publicação desta Lei, ser inferior a
informações referentes às obras sobre as quais sejam 77,5% (setenta e sete inteiros e cinco décimos por
titulares de direitos e às execuções aferidas para cento) dos valores arrecadados, aumentando-se tal
cada uma delas, abstendo-se de firmar contratos, parcela à razão de 2,5% a.a. (dois inteiros e cinco
convênios ou pactos com cláusula de décimos por cento ao ano), até que, em 4 (quatro)
confidencialidade; anos da data de publicação desta Lei, ela não seja
inferior a 85% (oitenta e cinco por cento) dos valores
VII - garantir ao usuário o acesso às arrecadados.
informações referentes às utilizações por ele
realizadas.

Parágrafo único. As informações contidas nos


incisos I e II devem ser atualizadas periodicamente, 30
Novo artigo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
em intervalo nunca superior a 6 (seis) meses. 2013.
31
Nova redação do caput do artigo dada pela Lei nº 12.853, de 14
30 de agosto de 2013.
Art. 98-C. As associações de gestão coletiva de 32
Nova redação do parágrafo dada pela Lei nº 12.853, de 14 de
direitos autorais deverão prestar contas dos valores agosto de 2013.
33
Nova redação do parágrafo dada pela Lei nº 12.853, de 14 de
agosto de 2013.
34
Nova redação do parágrafo dada pela Lei nº 12.853, de 14 de
29
Novo artigo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de agosto de 2013.
35
2013. Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013.

18
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

36 43
§ 5º O ente arrecadador poderá manter Art. 100. O sindicato ou associação profissional que
fiscais, aos quais é vedado receber do usuário congregue filiados de uma associação de gestão
numerário a qualquer título. coletiva de direitos autorais poderá, 1 (uma) vez por
ano, às suas expensas, após notificação, com 8 (oito)
37
§ 6º A inobservância da norma do § 5o dias de antecedência, fiscalizar, por intermédio de
tornará o faltoso inabilitado à função de fiscal, sem auditor independente, a exatidão das contas
prejuízo da comunicação do fato ao Ministério Público prestadas por essa associação autoral a seus
e da aplicação das sanções civis e penais cabíveis. representados.
38 44
§ 7º Cabe ao ente arrecadador e às Art. 100-A. Os dirigentes das associações de gestão
associações de gestão coletiva zelar pela coletiva de direitos autorais respondem
continuidade da arrecadação e, no caso de perda da solidariamente, com seus bens particulares, por
habilitação por alguma associação, cabe a ela desvio de finalidade ou quanto ao inadimplemento
cooperar para que a transição entre associações seja das obrigações para com os associados, por dolo ou
realizada sem qualquer prejuízo aos titulares, culpa.
transferindo-se todas as informações necessárias ao
45
processo de arrecadação e distribuição de direitos. Art. 100-B. Os litígios entre usuários e titulares de
direitos autorais ou seus mandatários, em relação à
39
§ 8º Sem prejuízo do disposto no § 3º do falta de pagamento, aos critérios de cobrança, às
art. 98, as associações devem estabelecer e unificar formas de oferecimento de repertório e aos valores de
o preço de seus repertórios junto ao ente arrecadador arrecadação, e entre titulares e suas associações, em
para a sua cobrança, atuando este como mandatário relação aos valores e critérios de distribuição,
das associações que o integram. poderão ser objeto da atuação de órgão da
Administração Pública Federal para a resolução de
40
§ 9º O ente arrecadador cobrará do usuário conflitos por meio de mediação ou arbitragem, na
de forma unificada, e se encarregará da devida forma do regulamento, sem prejuízo da apreciação
distribuição da arrecadação às associações, pelo Poder Judiciário e pelos órgãos do Sistema
observado o disposto nesta Lei, especialmente os Brasileiro de Defesa da Concorrência, quando
critérios estabelecidos nos §§ 3º e 4º do art. 98. cabível.
41
Art. 99-A. O ente arrecadador de que trata o caput Título VII
do art. 99 deverá admitir em seus quadros, além das
associações que o constituíram, as associações de Das Sanções às Violações dos Direitos
titulares de direitos autorais que tenham pertinência Autorais
com sua área de atuação e estejam habilitadas em Capítulo I
órgão da Administração Pública Federal na forma do
art. 98-A. Disposição Preliminar

Parágrafo único. As deliberações quanto aos


Art. 101. As sanções civis de que trata este Capítulo
critérios de distribuição dos recursos arrecadados
aplicam-se sem prejuízo das penas cabíveis.
serão tomadas por meio do voto unitário de cada
associação que integre o ente arrecadador.
Capítulo II
42
Art. 99-B. As associações referidas neste Título Das Sanções Civis
estão sujeitas às regras concorrenciais definidas em
legislação específica que trate da prevenção e
repressão às infrações contra a ordem econômica. Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente
reproduzida, divulgada ou de qualquer forma
utilizada, poderá requerer a apreensão dos
36 exemplares reproduzidos ou a suspensão da
Nova redação do antigo §4º dada pela Lei nº 12.853, de 14 de
agosto de 2013. divulgação, sem prejuízo da indenização cabível.
37
Nova redação do antigo§5º dada pela Lei nº 12.853, de 14 de
agosto de 2013.
38
Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de científica, sem autorização do titular, perderá para
2013.
39
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto
de 2013. 43
40
Novo parágrafo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Nova redação do artigo dada pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto
2013. de 2013.
44
41
Novo artigo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo artigo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.
42 45
Novo artigo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de Novo artigo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013. 2013.

19
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe- IV – distribuir, importar para distribuição,


á o preço dos que tiver vendido. emitir, comunicar ou puser à disposição do público,
sem autorização, obras, interpretações ou execuções,
Parágrafo único. Não se conhecendo o exemplares de interpretações fixadas em fonogramas
número de exemplares que constituem a edição e emissões, sabendo que a informação sobre a
fraudulenta, pagará o transgressor o valor de três mil gestão de direitos, sinais codificados e dispositivos
exemplares, além dos apreendidos. técnicos foram suprimidos ou alterados sem
autorização.
Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar,
adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra ou Art. 108. Quem, na utilização, por qualquer
fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade modalidade, de obra intelectual, deixar de indicar ou
de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro de anunciar, como tal, o nome, pseudônimo ou sinal
direto ou indireto, para si ou para outrem, será convencional do autor e do intérprete, além de
solidariamente responsável com o contrafator, nos responder por danos morais, está obrigado a divulgar-
termos dos artigos precedentes, respondendo como lhes a identidade da seguinte forma:
contrafatores o importador e o distribuidor em caso de
reprodução no exterior. I – tratando-se de empresa de radiodifusão,
no mesmo horário em que tiver ocorrido a infração,
Art. 105. A transmissão e a retransmissão, por por três dias consecutivos;
qualquer meio ou processo, e a comunicação ao
público de obras artísticas, literárias e científicas, de II – tratando-se de publicação gráfica ou
interpretações e de fonogramas, realizadas mediante fonográfica, mediante inclusão de errata nos
violação aos direitos de seus titulares, deverão ser exemplares ainda não distribuídos, sem prejuízo de
imediatamente suspensas ou interrompidas pela comunicação, com destaque, por três vezes
autoridade judicial competente, sem prejuízo da multa consecutivas em jornal de grande circulação, dos
diária pelo descumprimento e das demais domicílios do autor, do intérprete e do editor ou
indenizações cabíveis, independentemente das produtor;
sanções penais aplicáveis; caso se comprove que o
infrator é reincidente na violação aos direitos dos III – tratando-se de outra forma de utilização,
titulares de direitos de autor e conexos, o valor da por intermédio da imprensa, na forma a que se refere
multa poderá ser aumentado até o dobro. o inciso anterior.

Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar Art. 109. A execução pública feita em desacordo com
a destruição de todos os exemplares ilícitos, bem os arts. 68, 97, 98 e 99 desta Lei sujeitará os
como as matrizes, moldes, negativos e demais responsáveis a multa de vinte vezes o valor que
elementos utilizados para praticar o ilícito civil, assim deveria ser originariamente pago.
como a perda de máquinas, equipamentos e insumos
46
destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente Art. 109-A. A falta de prestação ou a prestação de
para o fim ilícito, sua destruição. informações falsas no cumprimento do disposto no §
6º do art. 68 e no § 9º do art. 98 sujeitará os
Art. 107. Independentemente da perda dos responsáveis, por determinação da autoridade
equipamentos utilizados, responderá por perdas e competente e nos termos do regulamento desta Lei, a
danos, nunca inferiores ao valor que resultaria da multa de 10 (dez) a 30% (trinta por cento) do valor
aplicação do disposto no art. 103 e seu parágrafo que deveria ser originariamente pago, sem prejuízo
único, quem: das perdas e danos.

I – alterar, suprimir, modificar ou inutilizar, de Parágrafo único. Aplicam-se as regras da


qualquer maneira, dispositivos técnicos introduzidos legislação civil quanto ao inadimplemento das
nos exemplares das obras e produções protegidas obrigações no caso de descumprimento, pelos
para evitar ou restringir sua cópia; usuários, dos seus deveres legais e contratuais junto
às associações referidas neste Título.
II – alterar, suprimir ou inutilizar, de qualquer
maneira, os sinais codificados destinados a restringir Art. 110. Pela violação de direitos autorais nos
a comunicação ao público de obras, produções ou espetáculos e audições públicas, realizados nos
emissões protegidas ou a evitar a sua cópia; locais ou estabelecimentos a que alude o art. 68,
seus proprietários, diretores, gerentes, empresários e
III – suprimir ou alterar, sem autorização,
qualquer informação sobre a gestão de direitos;
46
Novo artigo acrescido pela Lei nº 12.853, de 14 de agosto de
2013.

20
Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

arrendatários respondem solidariamente com os


organizadores dos espetáculos.
ADVERTÊNCIA: Este texto não substitui o texto
Capítulo III oficial publicado no Diário Oficial da União no 36, de
20 de fevereiro de 1998, seção 1, páginas 3 a 9.
Da Prescrição da Ação

Art. 111. (VETADO)

Título VIII
Disposições Finais e Transitórias

Art. 112. Se uma obra, em conseqüência de ter


expirado o prazo de proteção que lhe era
anteriormente reconhecido pelo § 2o do art. 42 da Lei
no 5.988, de 14 de dezembro de 1973, caiu no
domínio público, não terá o prazo de proteção dos
direitos patrimoniais ampliado por força do art. 41
desta Lei.

Art. 113. Os fonogramas, os livros e as obras


audiovisuais sujeitar-se-ão a selos ou sinais de
identificação sob a responsabilidade do produtor,
distribuidor ou importador, sem ônus para o
consumidor, com o fim de atestar o cumprimento das
normas legais vigentes, conforme dispuser o
regulamento.

Art. 114. Esta Lei entra em vigor cento e vinte dias


após sua publicação.
(47)
Art. 115. Ficam revogados os arts. 649 a 673 e
1.346 a 1.362 do Código Civil e as Leis nos 4.944, de
6 de abril de 1966; 5.988, de 14 de dezembro de
1973, excetuando-se o art. 17 e seus §§ 1o e 2o;
6.800, de 25 de junho de 1980; 7.123, de 12 de
setembro de 1983; 9.045, de 18 de maio de 1995, e
demais disposições em contrário, mantidos em vigor
as Leis nos 6.533, de 24 de maio de 1978 e 6.615, de
16 de dezembro de 1978.

Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177o da


Independência e 110o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Francisco Weffort
47 o o o
O art. 17, caput e §§ 1 e 2 , da Lei n 5.988, de 14 de dezembro
de 1973, estabelece que:
”Art 17. Para segurança de seus direitos, o autor da obra
intelectual poderá registrá-Ia, conforme sua natureza, na Biblioteca
Nacional, na Escola de Música, na Escola de Belas Artes da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto Nacional do
Cinema, ou no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia.
o
§ 1 Se a obra for de natureza que comporte registro em mais
de um desses órgãos, deverá ser registrada naquele com que tiver
maior afinidade.
o
§ 2 O Poder Executivo, mediante Decreto, poderá, a qualquer
tempo, reorganizar os serviços de registro, conferindo a outros
órgãos as atribuições a que se refere este artigo.”

21
Lei sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

LEI No 12.853, DE 14 DE AGOSTO DE art. 4º desta Lei poderão requerer ao Ministério da


2013 Cultura, no prazo estabelecido em regulamento, que
reconheça a pessoa jurídica já constituída como ente
Altera os arts. 5º, 68, 97, 98, 99 e 100, arrecadador.
acrescenta arts. 98-A, 98-B, 98-C, 99-A, 99-
B, 100-A, 100-B e 109-A, e revoga o art. 94 Art. 7º O Ministério da Cultura constituirá, no prazo e
da Lei nº 9.640, de 19 de fevereiro de 1998, nos termos dispostos em regulamento, comissão
para dispor sobre a gestão coletiva de permanente para aperfeiçoamento da gestão coletiva,
direitos autorais, e dá outras providências. que promoverá o aprimoramento contínuo da gestão
coletiva de direitos autorais no Brasil por meio da
análise da atuação e dos resultados obtidos pelas
entidades brasileiras, bem como do exame das
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA melhores práticas internacionais.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei: Art. 8º Admite-se a delegação, pelo Ministério da
Cultura, das competências a ele atribuídas por esta
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a gestão coletiva de Lei a outro órgão.
direitos autorais, altera, revoga e acrescenta
dispositivos à Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de Art. 9º Revoga-se o art. 94 da Lei nº 9.610, de 19 de
1998. fevereiro de 1998.

Art. 2º Os arts. 5º, 68, 97, 98, 99 e 100 da Lei nº Art. 10. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120
9.610, de 19 de fevereiro de 1998, passam a vigorar (cento e vinte) dias de sua publicação oficial.
com as seguintes alterações:
48
(.......) Brasília, 14 de agosto de 2013; 192º da
Independência e 125º da República.
Art. 3º A Lei nº 9.610, de 1998, passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 98-A, 98-B, 98-C, 99-A,
DILMA ROUSSEFF
99-B, 100-A, 100-B e 109-A:
Marta Suplicy
49
(.......)

Art. 4º As associações de gestão coletiva de direitos


autorais que, antes da vigência da presente Lei, Este texto não substitui o publicado no DOU de
estejam legalmente constituídas e arrecadando e 15.8.2013
distribuindo os direitos autorais de obras e
fonogramas considerar-se-ão habilitadas para
exercerem a atividade econômica de cobrança pelo
prazo definido em regulamento, devendo obedecer às
disposições constantes do art. 98-A da Lei nº 9.610,
de 1998.

Art. 5º As associações a que se refere o art. 4º desta


Lei terão 60 (sessenta) dias para adaptar seus
estatutos ao § 13 do art. 98 da Lei nº 9.610, de 1998,
permitindo-se que seus dirigentes concluam os
mandatos em curso quando do início da vigência
desta Lei até o prazo originalmente previsto, após o
qual poderão candidatar-se para mandato de 3 (três)
anos, com possibilidade de 1 (uma) recondução, nos
termos desta Lei.

Art. 6º Desde que se comprove a observância de


todas as exigências para a constituição do novo ente
arrecadador unificado, constantes do caput do art. 99
da Lei nº 9.610, de 1998, as associações referidas no

48
Alterações incorporadas à Lei de Direitos Autorais.
49
Acréscimos incorporados à Lei de Direitos Autorais.

22
Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

DECRETO Nº 8.469, DE 22 DE JUNHO DE § 3o No âmbito do procedimento de que trata


o
2015. o § 1 , o Ministério da Cultura poderá conceder
habilitação provisória para a atividade de cobrança,
Regulamenta a Lei nº 9.610, de 19 de com condicionantes, pelo prazo de um ano,
fevereiro de 1998, e a Lei nº 12.853, de 14 prorrogável uma única vez por igual período.
de agosto de 2013, para dispor sobre a
gestão coletiva de direitos autorais. § 4o O não cumprimento das condicionantes
estabelecidas na decisão que conceder a habilitação
provisória implicará sua revogação.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das § 5o As associações habilitadas


atribuições que lhe conferem o art. 84, caput, inciso provisoriamente pelo Ministério da Cultura, nos
IV e inciso VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em termos do § 3o, não terão direito ao voto unitário
vista o disposto na Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de previsto no § 1º do art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998.
1998, e na Lei no 12.853, de 14 de agosto de 2013,
Art. 4o O pedido de habilitação de associação que
desejar realizar atividade de cobrança da mesma
DECRETA: natureza que a já executada por outras associações
só será concedido se o número de seus associados
ou de suas obras administradas corresponder a
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 9.610, de 19 percentual mínimo do total relativo às associações já
de fevereiro de 1998, e a Lei no 12.853, de 14 de habilitadas, na forma definida em ato do Ministério da
agosto de 2013, para dispor sobre a gestão coletiva Cultura, consideradas as diferentes categorias e
de direitos autorais. modalidades de utilização das obras intelectuais
administradas, conforme os art. 7º e art. 29 da Lei nº
9.610, de 1998.
Capítulo I
Parágrafo único. No caso das associações
Da Habilitação previstas no art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998, que
desejarem realizar a atividade de cobrança, o pedido
de habilitação só será concedido àquela que possuir
Art. 2o O exercício da atividade de cobrança de
titulares de direitos e repertório de obras, de
direitos autorais a que se refere o art. 98 da Lei nº
interpretações ou execuções e de fonogramas que
9.610, de 1998, somente será lícito para as
gerem distribuição equivalente a percentual mínimo
associações que obtiverem habilitação no Ministério
da distribuição do Escritório Central, na forma definida
da Cultura, nos termos do art. 98-A da referida Lei,
em ato do Ministério da Cultura, observado o disposto
observadas as disposições deste Decreto.
no § 4º do art. 99 da referida Lei.
Art. 3o O requerimento para a habilitação das
Art. 5o As associações de gestão coletiva de direitos
associações de gestão coletiva que desejarem
autorais que, na data da entrada em vigor da Lei nº
realizar a atividade de cobrança a que se refere o art.
12.853, de 2013, estavam legalmente constituídas e
2o deverá ser protocolado junto ao Ministério da
arrecadando e distribuindo os direitos autorais de
Cultura.
obras, interpretações ou execuções e fonogramas
são consideradas habilitadas para exercerem a
§ 1o O Ministério da Cultura disporá sobre o
atividade econômica de cobrança por até dois anos
procedimento administrativo e a documentação de
após a data da entrada em vigor deste Decreto, com
habilitação para a realização da atividade de
a condição de que apresentem a documentação a
cobrança, na forma da legislação, observado o direito
que se refere o § 1o do art. 3o ao Ministério da Cultura
ao contraditório e à ampla defesa.
no prazo de cento e oitenta dias, contado da data da
entrada em vigor deste Decreto.
§ 2o Caso a associação deseje realizar
atividade de cobrança relativa a obras intelectuais
Parágrafo único. A obrigação prevista no
protegidas de diferentes categorias, na forma do art.
parágrafo único do art. 4o deverá ser cumprida no
7º da Lei nº 9.610, de 1998, ou a várias modalidades
prazo de dois anos, contado da data da entrada em
de utilização descritas no art. 29 da referida Lei,
vigor deste Decreto.
deverá requerer habilitação para cada uma das
atividades de cobrança separadamente, que serão
consideradas independentes entre si para os efeitos
deste Decreto.

23
Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Capítulo II I - importância ou relevância da utilização das


obras e fonogramas para a atividade fim do usuário;
Do Exercício da Atividade de Cobrança
II - limitação do poder de escolha do usuário,
o
Art. 6 Os preços pela utilização de obras e no todo ou em parte, sobre o repertório a ser
fonogramas devem ser estabelecidos pelas utilizado;
associações em assembleia geral, convocada em
conformidade com as normas estatutárias e III - região da utilização das obras e
amplamente divulgada entre os associados, fonogramas;
considerados a razoabilidade, a boa-fé e os usos do
local de utilização das obras. IV - utilização feita por entidades beneficentes
de assistência social certificadas nos termos da Lei no
§ 1o No caso das associações referidas no 12.101, de 27 de novembro de 2009; e
art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998, os preços serão
estabelecidos e unificados em assembleia geral do V - utilização feita por emissoras de televisão
Escritório Central, nos termos de seu estatuto, ou rádio públicas, estatais, comunitárias, educativas
considerados os parâmetros e as diretrizes aprovados ou universitárias.
anualmente pelas assembleias gerais das
associações que o compõem. § 1o Na hipótese prevista no inciso V do
caput, os critérios de cobrança deverão considerar se
§ 2o Os preços mencionados no caput e no § a emissora explora comercialmente em sua grade de
o
1 servem como referência para a cobrança dos programação a publicidade de produtos ou serviços,
usuários, observada a possibilidade de negociação sendo vedada a utilização de critérios de cobrança
quanto aos valores e de contratação de licenças de que tenham como parâmetro um percentual de
utilização de acordo com suas particularidades, orçamento público.
obedecido o disposto nos arts. 7o a 9o.
§ 2o O Escritório Central de que trata o art. 99
§ 3o Os critérios de cobrança para cada tipo da Lei nº 9.610, de 1998, e as associações que o
de usuário serão levados em consideração no integram observarão os critérios dispostos neste
estabelecimento dos critérios de distribuição dos Capítulo e deverão classificar os usuários por
valores cobrados do mesmo tipo de usuário, e deverá segmentos, segundo suas particularidades, de forma
haver correlação entre ambos. objetiva e fundamentada.

Art. 7o A cobrança terá como princípios a eficiência e Capítulo III


a isonomia, e não deverá haver discriminação entre
usuários que apresentem as mesmas características. Do Cadastro

Art. 8o Será considerada proporcional ao grau de Art. 10. As associações de gestão coletiva de direitos
utilização das obras e fonogramas pelos usuários a de autor e dos que lhes são conexos deverão manter
cobrança que observe critérios como: um cadastro centralizado de todos os contratos,
declarações ou documentos de qualquer natureza
I - tempo de utilização de obras ou que comprovem a autoria e a titularidade das obras,
fonogramas protegidos; das interpretações ou execuções e dos fonogramas,
bem como as participações individuais em cada obra,
II - número de utilizações das obras ou interpretação ou execução e em cada fonograma.
fonogramas protegidos; e
§ 1o As associações a que se refere o art. 99
III - a proporção de obras e fonogramas da Lei nº 9.610, de 1998, além do cadastro
utilizados que não estão em domínio público ou que mencionado no caput, deverão centralizar no
não se encontram licenciados mediante gestão Escritório Central uma base de dados que contenha
individual de direitos ou sob outro regime de licenças todas as informações referentes à autoria e à
que não o da gestão coletiva da associação titularidade das obras, das interpretações ou
licenciante. execuções e dos fonogramas, bem como às
participações individuais em cada obra, interpretação
Art. 9o A cobrança considerará a importância da ou execução e em cada fonograma, contidas nos
utilização das obras e fonogramas no exercício das contratos, declarações ou outros documentos de
atividades dos usuários e as particularidades de cada qualquer natureza, observado o disposto em ato do
segmento de usuários, observados critérios como: Ministério da Cultura.

24
Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

§ 2o As associações deverão se prevenir deverá ser feita por todos os titulares às suas
contra o falseamento de dados e fraudes, assumindo, respectivas associações.
para todos os efeitos, a responsabilidade pelos dados
que cadastrarem. § 2o Cabe às associações de gestão coletiva
de que trata o art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998,
§ 3o As associações que mantiverem acordos repassar imediatamente ao Escritório Central a
de representação recíproca ou unilateral com decisão do seu associado relativa ao exercício dos
entidades congêneres com sede no exterior deverão direitos previstos no caput.
obter e transferir para o cadastro de que trata o caput
as informações relativas à autoria, à titularidade e a Capítulo V
participações individuais das obras, interpretações ou
execuções e fonogramas produzidos em seus países Da Transparência
de origem, bem como as fichas cadastrais que
registrem a presença de interpretações ou execuções Art. 14. As associações e os entes arrecadadores
ou a inserção das obras musicais e fonogramas em habilitados para exercer a atividade de cobrança
obras audiovisuais ou em programas de televisão, deverão dar publicidade e transparência às suas
assumindo, para todos os efeitos, a responsabilidade atividades, entre outros, pelos seguintes meios:
por tais informações.
I - apresentação anual, ao Ministério da
Art. 11. As associações deverão, na forma definida Cultura, de documentos que permitam a verificação
em ato do Ministério da Cultura, tornar disponíveis da correta e continuada observância das disposições
gratuitamente: legais;
I - ao público e aos seus associados II - divulgação, por meio de sítios eletrônicos
informações sobre autoria e titularidade das obras, próprios, das formas de cálculo e critérios de
das interpretações ou execuções e dos fonogramas; e cobrança e distribuição; e
II - ao Ministério da Cultura, para fins de III - disponibilização de sistema de informação
consulta, informações adicionais sobre os titulares para acompanhamento, pelos titulares de direitos, das
das obras, interpretações ou execuções e informações sobre os valores arrecadados e
fonogramas. distribuídos referentes a obras, interpretações ou
execuções ou fonogramas de sua titularidade.
Parágrafo único. No caso das associações a
que se refere o art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998, o Parágrafo único. Ato do Ministério da Cultura
cumprimento das obrigações previstas neste artigo disciplinará a forma de cumprimento do disposto
poderá ser realizado pela disponibilização das neste artigo.
informações pelo Escritório Central.
Art. 15. Observado o disposto nos §§ 10 e 11 do art.
Art. 12. A retificação de informações e as medidas 98 da Lei nº 9.610, de 1998, as associações deverão
necessárias à regularização do cadastro de que disponibilizar aos seus associados, semestralmente,
tratam os §§ 6º e 8º do art. 98 da Lei nº 9.610, de relação consolidada dos títulos das obras,
1998, serão objeto de ato do Ministério da Cultura. interpretações ou execuções e fonogramas que
tiveram seu uso captado, mas cuja identificação não
Capítulo IV tenha sido possível em virtude de:
Da Gestão Individual de Direitos
I - não existirem dados correspondentes no
cadastro;
Art. 13. Os titulares de direitos de autor ou direitos
conexos poderão praticar pessoalmente os atos II - insuficiência das informações recebidas de
necessários à defesa judicial ou extrajudicial de seus usuários; ou
direitos, cobrar e estabelecer o preço pela utilização
de suas obras ou fonogramas, mediante comunicação III - outras inconsistências.
prévia à associação de gestão coletiva a que
estiverem filiados, enviada com até quarenta e oito § 1o No caso das obras musicais,
horas de antecedência da prática dos atos, literomusicais e fonogramas que tiveram seu uso
suspendendo-se o prazo nos dias não úteis. captado, mas cuja identificação não foi possível nos
termos do caput, o Escritório Central deverá
§ 1o No caso das obras e dos fonogramas disponibilizar às associações de titulares que o
com titularidade compartilhada, a comunicação prévia integram sistema de consulta permanente e em
tempo real para a identificação dos créditos retidos e

25
Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

fornecer às referidas associações, semestralmente, descritas no art. 29 da referida Lei deverão gerir e
relação consolidada contendo os títulos das obras, contabilizar separadamente os respectivos recursos.
interpretações ou execuções e fonogramas.
Art. 19. Sem prejuízo do disposto nos §§ 5º e 6º do
§ 2o Ato do Ministério da Cultura determinará art. 97 da Lei nº 9.610, de 1998, a associação poderá
as informações que deverão constar na relação a que contratar administradores ou manter conselho de
se referem o caput e o § 1o. administração formado por quaisquer dos seus
associados para a gestão de seus negócios.
§ 3o As associações deverão estabelecer
regras para a solução célere e eficiente de casos de § 1o Para efeitos do caput, os
conflitos de informações cadastrais que resultem em administradores contratados ou o conselho de
retenção da distribuição de valores aos titulares de administração não exercerão qualquer poder
obras, interpretações ou execuções e fonogramas. deliberativo.

Art. 16. Cabe às associações disponibilizar sistema § 2o Toda forma e qualquer valor de
de informação para comunicação periódica, pelo remuneração ou ajuda de custo dos dirigentes das
usuário, da totalidade de obras, interpretações ou associações e do Escritório Central, dos
execuções e fonogramas utilizados. administradores e de membros do conselho de
administração deverão ser homologadas em
§ 1o As associações a que se refere o art. 5o assembleia geral, convocada em conformidade com
terão prazo de três anos, contado da data da entrada as normas estatutárias e amplamente divulgada entre
em vigor deste Decreto, para disponibilizar o sistema os associados.
de informação previsto no caput.
Art. 20. As associações, por decisão do seu órgão
§ 2o No caso da gestão coletiva da execução máximo de deliberação e conforme previsto em seus
pública musical, a obrigação prevista no caput deverá estatutos, poderão destinar até vinte por cento da
ser cumprida pelo Escritório Central no prazo de três totalidade ou de parte dos recursos oriundos de suas
meses, contado da data da entrada em vigor deste atividades para ações de natureza cultural ou social
Decreto. que beneficiem seus associados de forma coletiva e
com base em critérios não discriminatórios, tais como:
§ 3o Cabe à associação responsável pela
cobrança ou ao Escritório Central a aferição da I - assistência social;
veracidade das informações prestadas pelos
usuários. II - fomento à criação e divulgação de obras;
e
§ 4o Nas hipóteses em que determinado tipo
de utilização tornar inviável ou impraticável a III - capacitação ou qualificação de
apuração exata das utilizações de obras, associados.
interpretações ou execuções e fonogramas, as
associações responsáveis pela cobrança poderão Art. 21. As associações de gestão coletiva de direitos
adotar critérios de amostragem baseados em autorais relativos à execução pública de obras
informações estatísticas, inquéritos, pesquisas ou musicais, literomusicais e de fonogramas legalmente
outros métodos de aferimento que permitam o constituídas nos termos do art. 5o, após decisão em
conhecimento mais aproximado da realidade. assembleia geral, poderão requerer ao Ministério da
Cultura, em até trinta dias, contados da data da
Art. 17. As associações de gestão coletiva de direitos entrada em vigor deste Decreto, o reconhecimento da
autorais deverão prestar contas dos valores devidos pessoa jurídica já constituída como ente arrecadador
aos seus associados na forma de ato do Ministério da unificado dos direitos de execução pública de obras
Cultura, observado o disposto na Lei nº 9.610, de musicais, literomusicais e fonogramas.
1998.
§ 1o A pessoa jurídica constituída como ente
Capítulo VI arrecadador de direitos de execução pública de obras
musicais, literomusicais e fonogramas que desejar
Das Associações e do Escritório Central realizar a atividade de cobrança, nos termos do art.
99 da Lei no 9.610, de 1998, deverá requerer
Art. 18. As associações que realizem atividade de habilitação e encaminhar ao Ministério da Cultura a
cobrança relativa a obras intelectuais protegidas de documentação pertinente, no prazo máximo de trinta
diferentes categorias, na forma do art. 7º da Lei nº dias contado da data do protocolo de entrega do
9.610, de 1998, ou a várias modalidades de utilização requerimento de reconhecimento, observado o
disposto no art. 3o, no que couber.

26
Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

ao período em que não havia entidade habilitada para


§ 2o O ente arrecadador cuja habilitação seja cobrança.
indeferida, revogada, anulada, inexistente, pendente Capítulo VIII
de apreciação pela autoridade competente ou
apresente qualquer outra forma de irregularidade não Da Mediação e Arbitragem
poderá utilizar tais fatos como impedimento para
distribuição de eventuais valores já arrecadados, sob Art. 25. Sem prejuízo da apreciação pelo Poder
pena de responsabilização de seus dirigentes nos Judiciário e, quando cabível, pelos órgãos do Sistema
termos do art. 100-A da Lei nº 9.610, de 1998, sem Brasileiro de Defesa da Concorrência, o Ministério da
prejuízo das sanções penais cabíveis. Cultura poderá:

Capítulo VII I - promover a mediação e a conciliação entre


usuários e titulares de direitos autorais ou seus
Das Obrigações dos Usuários
mandatários, em relação à falta de pagamento, aos
critérios de cobrança, às formas de oferecimento de
Art. 22. O usuário entregará à entidade responsável repertório e aos valores de arrecadação, e entre
pela arrecadação dos direitos autorais relativos à titulares e suas associações, em relação aos valores
execução ou exibição pública, imediatamente após o e critérios de distribuição, de acordo com o
ato de comunicação ao público, relação completa das Regulamento de Mediação, Conciliação e Arbitragem;
obras, seus autores e fonogramas utilizados, e a e
tornará pública e de livre acesso, juntamente com os
valores pagos, em seu sítio eletrônico ou, não II - dirimir os litígios entre usuários e titulares
havendo este, no local de comunicação e em sua de direitos autorais ou seus mandatários e entre
sede. titulares e suas associações que lhe forem
§ 1o Ato do Ministério da Cultura estabelecerá submetidos na forma da Lei no 9.307, de 23 de
a forma de cumprimento do disposto no caput setembro de 1996, e de acordo com o Regulamento
sempre que o usuário final fizer uso de obras e de Mediação, Conciliação e Arbitragem.
fonogramas a partir de ato de comunicação ao
público realizado por terceiros. § 1o Ato do Ministério da Cultura aprovará o
Regulamento de Mediação, Conciliação e Arbitragem
§ 2o Findo o prazo estabelecido no § 2o do a que se referem os incisos I e II do caput.
art. 16 e mediante acordo entre as partes, o usuário
poderá cumprir o disposto no caput por meio da § 2o O Ministério da Cultura poderá, ainda,
indicação do endereço eletrônico do Escritório com o objetivo de estimular a resolução de
Central, onde deverá estar disponível a relação controvérsias por meio de mediação e arbitragem,
completa de obras musicais e fonogramas utilizados. publicar edital para credenciamento de mediadores e
árbitros com comprovada experiência e notório saber
§ 3o Ato do Ministério da Cultura disporá na área de direito autoral, que poderão ser escolhidos
sobre as obrigações dos usuários no que se refere à pelas partes na forma da Lei nº 9.307, de 1996.
execução pública de obras e fonogramas inseridos
em obras e outras produções audiovisuais, § 3o É facultada a utilização de outros
especialmente no que concerne ao fornecimento de serviços de mediação e arbitragem que não os
informações que identifiquem essas obras e mencionados no caput e no § 2o.
fonogramas e seus titulares.
Capítulo IX
Art. 23. Quando o usuário deixar de prestar as
informações devidas, ou prestá-las de forma Da Comissão Permanente
incompleta ou falsa, a entidade responsável pela
cobrança poderá encaminhar representação ao Art. 26. O Ministério da Cultura constituirá, no prazo
Ministério da Cultura, a fim de que se aplique a multa de sessenta dias, contado da data da entrada em
prevista no art. 33. vigor deste Decreto, a Comissão Permanente para o
Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva, de caráter
Art. 24. No caso de anulação, revogação ou consultivo, que terá como objetivo promover o
indeferimento da habilitação, de ausência ou de aprimoramento contínuo da gestão coletiva de direitos
dissolução de associação ou ente arrecadador, fica autorais no Brasil por meio da análise da atuação e
mantida a responsabilidade de o usuário quitar as dos resultados obtidos pelas entidades brasileiras e
suas obrigações até a habilitação de entidade do exame das melhores práticas internacionais.
sucessora que ficará responsável pela fixação dos
valores dos direitos de autor ou conexos em relação Parágrafo único. O ato de constituição da
Comissão Permanente deverá dispor sobre os prazos

27
Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

para designação de seus membros e estabelecerá o


seu regimento interno. IV - um representante do Ministério do
Art. 27. A Comissão Permanente terá as seguintes Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
atribuições:
V - um representante do CADE;
I - monitorar o cumprimento dos princípios e
regras estabelecidos na Lei nº 9.610, de 1998, e VI - um representante da Agência Nacional do
neste Decreto por associações de gestão coletiva, Cinema - Ancine;
Escritório Central e usuários, podendo solicitar ao
Ministério da Cultura as informações e documentos VII - quatro representantes de associações
que se fizerem necessários; representativas de titulares de direitos autorais; e

II - recomendar ao Ministério da Cultura a VIII - quatro representantes de associações


adoção das providências cabíveis, como representativas de usuários.
representação ao Ministério Público ou ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica - CADE, quando § 1o A coordenação da Comissão
verificada irregularidade cometida por associações de Permanente será exercida por um dos representantes
gestão coletiva, Escritório Central ou usuários; do Ministério da Cultura referidos no inciso I do
caput.
III - pronunciar-se, mediante demanda do
Ministério da Cultura, sobre os processos § 2o Os representantes titulares e suplentes
administrativos referentes a sanções às associações da Comissão Permanente serão indicados pelos
de gestão coletiva, ao Escritório Central ou aos órgãos e entidades referidos nos incisos I a VI do
usuários; caput e designados mediante ato do Ministro de
Estado da Cultura.
IV - pronunciar-se, mediante demanda do
Ministério da Cultura, sobre os regulamentos de § 3o O regimento interno da Comissão
cobrança e distribuição das associações de gestão Permanente disporá sobre a indicação e designação
coletiva e do Escritório Central; dos representantes titulares e suplentes a que se
referem os incisos VII e VIII do caput, que deverão
V - subsidiar o Ministério da Cultura, quando ser pessoas de notório saber na área de direitos de
demandado, na elaboração de normas autor e direitos conexos.
complementares voltadas à correta execução da Lei
nº 9.610, de 1998, e deste Decreto; § 4o Os representantes a que se referem os
VI - sugerir ao Ministério da Cultura a realização de incisos VII e VIII do caput serão designados para
estudos, pareceres, relatórios ou notas técnicas; mandato de dois anos, permitida uma recondução.

VI – Sugerir ao Ministro da Cultura a § 5o A secretaria-executiva da Comissão


realização de estudos, pareceres, relatórios ou notas Permanente será exercida pelo Ministério da Cultura,
técnicas; que fornecerá o apoio técnico e administrativo
necessário.
VII - monitorar os resultados da mediação e
arbitragem promovida nos termos do art. 25; § 6o A participação na Comissão Permanente
será considerada prestação de serviço público
VIII - pronunciar-se sobre outros assuntos relevante, não remunerada.
relativos à gestão coletiva de direitos autorais,
quando demandado pelo Ministério da Cultura; e Capítulo X
IX - propor alterações ao seu regimento Das Sanções
interno.
Art. 29. O não cumprimento das normas do Título VI
Art. 28. A Comissão Permanente será composta por: da Lei no 9.610, de 1998, sujeitará as associações e
o Escritório Central às sanções previstas nos §§ 2º e
I - três representantes do Ministério da 3º do art. 98-A da referida Lei, sem prejuízo das
Cultura; sanções civis e penais cabíveis e da comunicação do
fato ao Ministério Público.
II - um representante do Ministério da Justiça;
Art. 30. Consideram-se infrações administrativas,
III - um representante do Ministério das para os efeitos da Lei nº 9.610, de 1998, e deste
Relações Exteriores; Decreto:

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Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

I - descumprir, no processo de eleição ou no habilitação por parte de associação, nos termos do §


mandato dos dirigentes das associações, o disposto 7º do art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998;
nos §§ 5º e 6º do art. 97 e nos §§ 13 e 14 do art. 98,
da Lei nº 9.610, de 1998; XIII - impedir ou dificultar que sindicato ou
associação profissional fiscalize, por intermédio de
II - exercer a atividade de cobrança em auditor independente, as contas prestadas pela
desacordo com o disposto no Capítulo II; associação de gestão coletiva a seus associados, nos
termos do art. 100 da Lei nº 9.610, de 1998;
III - tratar os associados de forma desigual ou
discriminatória ou oferecer valores, proveitos ou XIV - deixar de apresentar ou apresentar de
vantagens de forma individualizada, não estendidos forma incompleta ou fraudulenta os documentos e
ao conjunto de titulares de mesma categoria; informações previstos neste Decreto ou em seus atos
normativos complementares ao Ministério da Cultura
IV - distribuir valores de forma arbitrária e ou aos seus associados, bem como impedir ou
sem correlação com o que é cobrado do usuário; dificultar o seu acesso;

V - inserir dados, informações ou documentos XV - não dar acesso ou publicidade, conforme


que saiba, ou tenha razões para saber, serem falsos o caso, aos relatórios, informações e documentos
no cadastro centralizado previsto no art. 10; atualizados previstos no art. 98-B da Lei no 9.610, de
1998; e
VI - dificultar ou impedir o acesso contínuo,
para fins de consulta, do Ministério da Cultura ou dos XVI - firmar contratos, convênios ou acordos
interessados às informações e aos documentos sobre com cláusula de confidencialidade.
autoria e titularidade das obras, das interpretações ou
execuções e dos fonogramas, incluindo participações Parágrafo único. São responsáveis pela
individuais, nos termos dos arts. 10 a 12; prática das infrações administrativas previstas neste
artigo as associações de gestão coletiva e, no que
VII - deixar de prestar contas dos valores couber, o Escritório Central.
devidos aos associados ou prestá-las de forma
incompleta ou fraudulenta, ou não disponibilizar Art. 31. Consideram-se infrações administrativas,
sistema atualizado de informação para para efeitos da Lei nº 9.610, de 1998, e deste
acompanhamento pelos titulares dos valores Decreto, relativas à atuação do Escritório Central:
arrecadados e distribuídos e dos créditos retidos;
I - descumprir o disposto no § 1º do art. 99 da
VIII - reter, retardar ou distribuir Lei nº 9.610, de 1998, no § 2º do art. 19 e no § 2o do
indevidamente valores arrecadados ou não distribuir art. 21;
créditos retidos que não tenham sido identificados
após o período de cinco anos; II - não disponibilizar sistema de informação
para comunicação periódica, pelo usuário, da
IX - cobrar taxa de administração abusiva ou totalidade das obras, interpretações ou execuções e
desproporcional ao custo efetivo das atividades fonogramas utilizados, observado o disposto no § 2o
relacionadas à cobrança e distribuição de direitos do art. 16;
autorais, consideradas as peculiaridades de cada tipo
de usuário e os limites estabelecidos no § 4º do art. III - deixar de prestar contas dos valores
99 da Lei no 9.610, de 1998, quando aplicáveis; devidos às associações, ou prestá-las de forma
incompleta ou fraudulenta, ou não disponibilizar às
X - impedir, obstruir ou dificultar, de qualquer associações a relação e a procedência dos créditos
forma, a gestão individual de direitos autorais, nos retidos;
termos do art. 13;
IV - reter, retardar ou distribuir indevidamente
XI - utilizar recursos destinados a ações de às associações valores arrecadados ou não distribuir
natureza cultural ou social para outros fins, para créditos retidos que não tenham sido identificados
ações que não beneficiem a coletividade dos após o período de cinco anos;
associados ou em desconformidade com o estatuto
da associação; V - permitir ou tolerar o recebimento por
fiscais de valores de usuários, ou recolher ou permitir
XII - impedir ou dificultar a transferência de o recolhimento de quaisquer valores por outros meios
informações necessárias ao processo de arrecadação que não o depósito bancário;
e distribuição de direitos, no caso da perda da

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Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

VI - deixar de inabilitar fiscal que tenha previstas nos incisos III, IV, V, VII, VIII, IX e XI do
recebido valores de usuário, ou contratar ou permitir a caput do art. 30 e nos incisos III, IV, V, VII e X do
atuação de fiscal que tenha sido inabilitado; caput do art. 31.

VII - interromper a continuidade da cobrança, § 4o A sanção de anulação da habilitação


ou impedir ou dificultar a transição entre associações, para a atividade de cobrança apenas poderá se dar
no caso da perda da habilitação por parte de após a aplicação de pena de advertência e o não
associação; atendimento, no prazo a que se refere o inciso I do
caput, das exigências estabelecidas pelo Ministério
VIII - deixar de apresentar ou apresentar de da Cultura.
forma incompleta ou fraudulenta documentos e
informações previstos neste Decreto ou em seus atos § 5o A associação que não cumprir os
normativos complementares ao Ministério da Cultura requisitos mínimos de representatividade
ou às associações que o integram, ou impedir ou estabelecidos no art. 4o poderá ter sua habilitação
dificultar o seu acesso, observado o disposto no § 1o anulada, exceto enquanto não esgotado o prazo para
do art. 10 e no parágrafo único do art. 11; seu cumprimento, nos termos do parágrafo único do
art. 5o.
IX - impedir ou dificultar o acesso dos
usuários às informações referentes às utilizações por Art. 33. Para os efeitos da aplicação da multa
eles realizadas; e prevista no caput do art. 109-A da Lei no 9.610, de
1998, consideram-se infrações administrativas os
X - impedir ou dificultar a admissão em seus seguintes atos praticados por usuários de direitos
quadros de associação de titulares de direitos autorais:
autorais que tenha pertinência com sua área de
atuação e esteja habilitada pelo Ministério da Cultura. I - deixar de entregar ou entregar de forma
incompleta à entidade responsável pela cobrança dos
Art. 32. A prática de infração administrativa sujeitará direitos relativos à execução ou à exibição pública,
as associações e o Escritório Central às penas de: imediatamente após o ato de comunicação ao
público, relação completa das obras e fonogramas
I - advertência, para fins de atendimento das utilizados, ressalvado o disposto no inciso II e no § 1o;
exigências do Ministério da Cultura no prazo máximo
de cento e vinte dias; ou II - para as empresas cinematográficas e de
radiodifusão, deixar de entregar ou entregar de forma
II - anulação da habilitação para a atividade incompleta à entidade responsável pela cobrança dos
de cobrança. direitos relativos à execução ou à exibição pública,
até o décimo dia útil de cada mês, relação completa
§ 1o Para a imposição e gradação das das obras e fonogramas utilizados no mês anterior,
sanções, serão observados: ressalvado o disposto no § 1o;

I - a gravidade e a relevância do fato, III - não disponibilizar ou disponibilizar de


considerados os motivos da infração e suas forma incompleta ao público, em sítio eletrônico de
consequências para usuários ou titulares de direitos livre acesso ou, em não havendo este, no local da
autorais; comunicação ao público e em sua sede, a relação
completa das obras e fonogramas utilizados,
II - a reincidência; juntamente com os valores pagos, ressalvado o
disposto no § 1o; e
III - os antecedentes e a boa-fé do infrator; e
IV - prestar informações falsas à entidade
IV - o descumprimento de condição imposta responsável pela cobrança dos direitos relativos à
na decisão que conceder a habilitação provisória. execução ou à exibição pública ou disponibilizar
informações falsas ao público sobre a utilização de
§ 2o Considera-se reincidente o infrator que obras e fonogramas e sobre os valores pagos.
cometer nova infração administrativa depois de
transitar em julgado a decisão que o tenha § 1o A aplicação do disposto nos incisos I a III
condenado por qualquer infração administrativa nos do caput estará sujeita ao disposto nos §§ 1º e 3º do
cinco anos anteriores. art. 22, na forma disciplinada em ato do Ministério da
Cultura.
§ 3o Considera-se infração grave a que
implique desvio de finalidade ou inadimplemento de § 2o Os valores das multas estarão sujeitos à
obrigações para com os associados, como as atualização monetária desde a ciência pelo autuado

30
Decreto de Regulamentação da Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

da decisão que aplicou a penalidade até o seu efetivo Art. 37. Este Decreto entra em vigor na data de sua
pagamento, sem prejuízo da aplicação de juros de publicação.
mora e demais encargos, conforme previsto em lei.

§ 3o Para a aplicação da multa, respeitados Brasília, 22 de junho de 2015; 194º da


os limites impostos no caput do art. 109-A da Lei no Independência e 127º da República.
9.610, de 1998, serão observados:

I - a gravidade do fato, considerados os DILMA ROUSSEFF


valores envolvidos, os motivos da infração e suas João Luiz Silva Ferreira
consequências;
Este texto não substitui o publicado no DOU de
II - os antecedentes do infrator, em especial 23.6.2015 e retificado em 24.6.2015
eventual reincidência ou boa-fé;

III - a existência de dolo;

IV - a possibilidade ou o grau de acesso e


controle pelo usuário das obras por ele utilizadas; e

V - a situação econômica do infrator.

§ 4o A autoridade competente poderá isentar


o usuário da aplicação da multa na hipótese de mero
erro material e que não venha a causar prejuízo
considerável a terceiros, observada a razoabilidade e
a existência de reincidências.

§ 5o Considera-se reincidente o usuário que


cometer nova infração administrativa, depois de
transitar em julgado a decisão que o tenha
condenado pela prática de qualquer infração
administrativa nos dois anos anteriores.

§ 6o Os valores das multas aplicadas serão


recolhidos ao Tesouro Nacional, na forma da
legislação.

Capítulo XI
Disposições Finais e Transitórias

Art. 34. O Ministério da Cultura editará atos


complementares para a execução deste Decreto,
notadamente quanto às ações de fiscalização e aos
procedimentos e processos de habilitação, retificação
e regularização do cadastro, prestação de contas aos
associados, apuração e correção de irregularidades e
aplicação de sanções.

Art. 35. As informações pessoais repassadas ao


Ministério da Cultura terão seu acesso restrito na
forma do art. 31 da Lei no 12.527, de 18 de novembro
de 2011.

Art. 36. As associações a que se refere o art. 5o e o


Escritório Central terão o prazo de noventa dias,
contado da data da entrada em vigor deste Decreto,
para adaptar os seus regulamentos de cobrança aos
critérios previstos no Capítulo II.

31
MinC - Instrução Normativa nº 3 sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

originário de direitos de autor ou de direitos conexos


INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, DE 7 DE geridos pela associação;
JULHO DE 2015
V - previsão orçamentária anual da
Estabelece os procedimentos de associação, com a indicação das fontes de recursos
habilitação, organização do cadastro, para sua manutenção e das taxas de administração
supervisão e aplicação de sanções para a previstas e a descrição do patrimônio associativo;
atividade de cobrança de direitos autorais
por associações de gestão coletiva e pelo VI - plano de cargos e salários da associação
ente arrecadador de que trata a Lei nº e eventuais alterações posteriores, incluindo valor de
9.610, de 19 de fevereiro de 1998. remunerações, gratificações, bonificações e outras
modalidades de remuneração e premiação relativas
ao último exercício;

MINISTRO DE ESTADO DA CULTURA, INTERINO, VII - relação dos titulares que a associação
no uso da atribuição prevista no inciso II do parágrafo representa, indicando, para cada um, quais as
único do art. 87 da Constituição, com base no categorias de titularidade de direitos de autor ou de
disposto no artigo 34 do Decreto nº 8.469, de 22 de direitos conexos a que pertencem e se possuem
junho de 2015, e em conformidade com o inciso I do titularidade original ou derivada;
art. 1º do Decreto nº 6.532, de 5 de agosto de 2008,
resolve: VIII - informações necessárias ao acesso,
para fins de consulta, de servidores designados pela
Art.1º Esta Instrução Normativa estabelece os Diretoria de Direitos Intelectuais às bases de dados
procedimentos de habilitação, organização do relativos aos titulares de direitos filiados à associação
cadastro, supervisão e aplicação de sanções para a e a obras, interpretações ou execuções e fonogramas
atividade de cobrança de direitos autorais por administrados pela associação;
associações de gestão coletiva e pelo ente
arrecadador de que trata a Lei nº 9.610, de 19 de IX - cópia dos contratos e convênios mantidos
fevereiro de 1998. com usuários dos repertórios da associação, quando
for o caso;
Capítulo I
X - cópia dos acordos de representação
Da Habilitação recíproca ou unilateral em vigor com cada entidade
congênere estrangeira, acompanhada de tradução
Art. 2º O requerimento para a habilitação das juramentada na hipótese de acordo redigido em outro
associações de gestão coletiva e do ente arrecadador idioma que não a língua portuguesa;
que desejarem realizar a atividade de cobrança a que
se refere o art. 98, da Lei nº 9.610, de 1998, deverá XI - relatório anual de suas atividades no
ser protocolado junto à Diretoria de Direitos exercício anterior, caso a associação tenha mais de
Intelectuais e acompanhado dos seguintes um ano de funcionamento;
documentos e informações:
XII - demonstrações contábeis anuais
I - cópia do estatuto da associação e de suas relativas ao exercício anterior, caso a associação
alterações; tenha mais de um ano de funcionamento;

II - cópia das atas das assembleias ordinárias XIII - relatório dos recursos destinados a
e extraordinárias da associação ocorridas nos últimos ações de natureza social ou cultural realizadas
cinco anos e da ata da assembleia constitutiva; durante o exercício anterior, informando a origem e a
destinação específicas de cada recurso, o tipo de
III - detalhamento do modelo de governança atividade realizada e seu propósito;
da associação, incluindo estrutura de representação
dos associados, relação de votantes, diretores, tempo XIV - relação de obras, interpretações ou
de duração dos mandatos e regras da eleição; execuções e fonogramas administrados pela
associação que presumivelmente entraram em
IV - nome e qualificação dos dirigentes da domínio público no último exercício;
associação, incluindo número de identidade, número
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF XV - comprovação de que a associação
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, mantém, atualizados e disponíveis, aos associados,
domicílio e comprovação da qualidade de titular os documentos e as informações previstos neste
artigo;

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MinC - Instrução Normativa nº 3 sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

c) data de cadastro da obra;


XVI - comprovação de que somente os
titulares originários de direitos de autor ou de direitos d) responsável pelo cadastro da obra;
conexos, nacionais ou estrangeiros domiciliados no
Brasil, estão habilitados a votar e assumir cargos de e) no caso de obra derivada, seu título e o
direção; título da obra original da qual deriva;

XVII - comprovação de que os mandatos dos f) nome dos titulares da obra original, se for o
dirigentes têm duração de três anos, sendo permitida caso;
uma única recondução precedida de nova eleição;
g) nome do tradutor, versionista, adaptador e
XVIII - comprovação de que somente os demais titulares da obra derivada, se for o caso; e
dirigentes podem atuar na gestão da associação por
meio de voto pessoal, vedada sua representação por h) nome do editor, subeditor, agente ou
terceiros; representante, conforme o caso, com a data de início
do contrato; e
XIX - comprovação de que a associação
disponibiliza sistema de informação para III - dados relativos aos fonogramas
acompanhamento, pelos titulares de direitos, dos administrados pela associação, quando for o caso:
valores arrecadados e distribuídos; e
a) identificação dos titulares de direitos sobre
XX - comprovação de que a associação o fonograma, com a porcentagem de participação de
disponibiliza sistema de informação para cada um;
comunicação periódica, pelo usuário, da totalidade
das obras e fonogramas utilizados. b) código identificador do fonograma, como o
International Standard Recording Code - ISRC ou a
§ 1º - As bases de dados a que se refere o anterior Guia de Recolhimento Autoral - GRA;
inciso VIII do caput devem conter, no mínimo, as
seguintes informações: c) país de origem do fonograma;

I - dados relativos aos titulares de direitos d) país ou países da primeira publicação;


filiados à associação:
e) data de finalização do processo de fixação;
a) nome do titular e nome artístico, se houver;
f) data da primeira publicação, ainda que
b) número de inscrição do titular no CPF ou estimada;
no CNPJ;
g) identificação dos fonogramas por
c) categoria do titular, como autor, publicação simultânea, conforme definido na
compositor, intérprete, executante ou produtor de Convenção Internacional para proteção aos artistas
fonograma; e intérpretes ou executantes, aos produtores de
fonogramas e aos organismos de radiodifusão,
d) relação das obras, interpretações ou promulgada pelo Decreto nº 57.125, de 19 de outubro
execuções ou fonogramas sobre os quais o titular de 1965, se for o caso;
detém direitos, com indicação da porcentagem de
participação do titular sobre cada obra, interpretação h) título das obras fixadas; e
ou execução ou fonograma e dos códigos de
identificação de obra ou fonograma; i) nomes ou pseudônimos dos intérpretes ou
executantes, qualificados como conjunto, quando for
II - dados relativos às obras administradas o caso.
pela associação:
§ 2º - Caso possua acordos de representação
a) identificação dos titulares de direitos sobre recíproca ou unilateral com entidades estrangeiras, a
a obra, com a porcentagem de participação de cada associação deve informar se o país sede de cada
um, discriminando se a titularidade é original ou uma dessas entidades assegura aos brasileiros ou a
derivada e se recai sobre direito de autor ou direito pessoas domiciliadas no Brasil a reciprocidade na
conexo; proteção dos direitos autorais por elas administrados,
indicando os fundamentos legais que a comprovem.
b) identificadores cadastrados da obra;

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MinC - Instrução Normativa nº 3 sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

§ 3º - Se o acesso às bases de dados a que § 2º - A decisão competirá ao titular da


se referem o inciso VIII do caput e o § 1º ainda não Coordenação-Geral de Licenciamento Administrativo
puder ser feito remotamente pela internet, a e Monitoramento, cabendo recurso em segunda e
associação deverá permitir, mediante solicitação última instância ao Diretor de Direitos Intelectuais no
prévia da Diretoria de Direitos Intelectuais, o acesso prazo de dez dias, contado a partir da publicação da
interno às referidas bases de dados informatizadas, decisão no Diário Oficial da União.
quando houver, e a consulta aos documentos físicos.
§ 3º - O exercício da atividade de cobrança
§ 4º - O requerimento de habilitação deverá por parte de associação ou ente arrecadador poderá
especificar a categoria da obra intelectual protegida, ser realizado a partir da data de publicação da
na forma do art. 7º da Lei nº 9.610, de 1998, e a habilitação no Diário Oficial da União.
modalidade de utilização, de acordo com o art. 29 da
referida Lei, a serem abrangidas pela atividade de Art. 4º - No âmbito do processo de que trata o art. 3º,
cobrança que a associação deseja realizar. a Diretoria de Direitos Intelectuais poderá conceder
habilitação provisória para a atividade de cobrança,
Art. 3º - A Diretoria de Direitos Intelectuais analisará o com condicionantes, no caso de a associação ou o
requerimento para habilitação conforme o ente arrecadador não cumprir o disposto nos incisos
procedimento abaixo: V, VIII, XIII, XIV e XX do caput do art. 2º.

I - recebido o requerimento para habilitação, a § 1º - A habilitação provisória poderá ser


Diretoria de Direitos Intelectuais instaurará processo concedida pelo prazo de um ano, prorrogável uma
administrativo e fará uma análise preliminar da única vez por igual período.
documentação recebida;
§ 2º - O não cumprimento das condicionantes
II - constatada a necessidade de saneamento estabelecidas na decisão que conceder a habilitação
de faltas, erros ou omissões nos documentos, a provisória implicará sua revogação.
associação ou o ente arrecadador será informado da
necessidade de complementação da documentação Art. 5º - O pedido de habilitação de associação que
no prazo de trinta dias, a contar do recebimento da desejar realizar atividade de cobrança da mesma
notificação exarada pela Diretoria de Direitos natureza que a já executada por outras associações
Intelectuais, prorrogável uma única vez por igual só será concedido se o número de seus associados
período, mediante justificativa fundamentada; ou de suas obras administradas corresponder a no
mínimo dez por cento do total relativo às associações
III - recebida toda a documentação, o já habilitadas, consideradas as diferentes categorias e
Ministério da Cultura publicará extrato do pedido de modalidades de utilização das obras intelectuais
habilitação no Diário Oficial da União, para vista da administradas, nos termos dos arts. 7º e 29 da Lei nº
sociedade civil, que terá o prazo de 30 dias para 9.610, de 1998.
manifestar-se;
Parágrafo único - No caso das associações
IV - finalizado o prazo de manifestação da previstas no art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998, que
sociedade civil, a Diretoria de Direitos Intelectuais desejarem realizar a atividade de cobrança, o pedido
analisará o pedido de habilitação, examinando o de habilitação só será concedido àquela que possuir
cumprimento das exigências legais e regulamentares titulares de direitos e repertório de obras, de
e a viabilidade do exercício da atividade de cobrança interpretações ou execuções e de fonogramas que
pela associação ou pelo ente arrecadador, e decidirá, gerem distribuição equivalente a no mínimo dez por
no prazo de trinta dias, sobre a sua concessão; cento da arrecadação do Escritório Central.

V - a decisão será publicada no Diário Oficial Capítulo II


da União.
Do Cadastro
§ 1º - Na falta de resposta a qualquer
notificação da Diretoria de Direitos Intelectuais, ou
Art. 6º - As associações deverão tornar disponíveis
persistindo omissão ou erro na documentação
gratuitamente ao público e aos seus associados
apresentada após o envio de documentação
informações sobre autoria e titularidade das obras,
complementar, o processo a que se refere este artigo
das interpretações ou execuções e dos fonogramas,
será extinto, ficando a requerente impedida de
tais como:
apresentar novo pedido de habilitação no mesmo
exercício.
I - no caso de obra musical:

a) título da obra original;

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MinC - Instrução Normativa nº 3 sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

b) título da obra derivada, com referência à d) ano de criação, publicação ou divulgação;


obra da qual deriva, se for o caso; e

c) nome dos autores da obra original; e) código identificador, quando existente.

d) nome dos autores da obra derivada, se for § 1º - Além das informações dispostas no
o caso; e caput, as associações disponibilizarão, gratuitamente,
à Diretoria de Direitos Intelectuais, para fins de
e) para cada autor, a identificação de seu consulta, e aos seus associados, todas as
editor ou subeditor, se for o caso; informações necessárias para a correta identificação
das obras, interpretações ou execuções e
II - no caso de fonograma: fonogramas de titularidade ou autoria de seus
associados, administrados pela associação, tais
a) título original da obra e título da versão, como:
quando aplicável;
I - no caso de obra musical:
b) data de lançamento ou de publicação,
ainda que estimada; a) códigos identificadores;

c) nome do grupo ou banda, se houver; b) data de cadastro da obra;

d) nome ou pseudônimo dos intérpretes; c) identificação da associação que cadastrou


a informação;
e) nome ou pseudônimo dos arranjadores,
coralistas, regentes e músicos acompanhantes, os d) porcentagens de cada participação na
respectivos instrumentos ou tipo de participação, se titularidade da obra; e
houver;
e) contratos, declarações e documentos de
f) nome do produtor fonográfico; e qualquer natureza, quando for titular ou tiver
participação na obra;
g) país de origem;
II - no caso de fonograma:
III - no caso de obras literárias:
a) país ou países da primeira publicação; e
a) título original da obra e título da obra
derivada, quando for o caso; b) caso não tenha sido publicado
originalmente em Estado contratante da Convenção
b) nome dos autores da obra original e da Internacional para proteção aos artistas intérpretes ou
obra derivada, quando for o caso; executantes, aos produtores de fonogramas e aos
organismos de radiodifusão, promulgada pelo Decreto
c) nome dos editores, se for o caso; nº 57.125, de 1965, se, dentro dos trinta dias
seguintes à primeira publicação, foi também
d) nome dos ilustradores, se for o caso; publicado em Estado contratante, com comprovação;

e) ano de lançamento; III - no caso de obras literárias:

f) ano das edições; e a) porcentagens de cada participação na


titularidade da obra; e
g) número de inscrição no International
Standard Book Number - ISBN e outros códigos b) data de cadastro da obra;
identificadores, se for o caso; e
IV - no caso de outros tipos de obras:
IV - no caso de outros tipos de obras:
a) porcentagens de cada participação na
a) título da obra; titularidade da obra; e

b) nome dos autores; b) data de cadastro da obra.

c) nome dos artistas intérpretes, se for o § 2º - As associações tornarão disponíveis


caso; gratuitamente à Diretoria de Direitos Intelectuais, para

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fins de consulta, informações adicionais sobre os deverá repassá-la, no prazo de até três dias úteis, à
titulares das obras, interpretações ou execuções e associação responsável pelo dado cadastral
fonogramas, inclusive: questionado e informar ao Escritório Central sobre
eventual conflito de informações cadastrais.
I - número de inscrição no CPF, exceto
quando os titulares não possuírem tal inscrição; § 4º - As associações deverão prestar os
esclarecimentos e informações necessários no prazo
II - razão social, endereço da sede e o código máximo de trinta dias, contado do recebimento da
de inscrição no CNPJ, no caso de pessoas jurídicas; demanda referida nos §§ 2º e 3º.

III - endereço informado de domicílio dos § 5º - Na hipótese de os esclarecimentos e


titulares ou, se falecidos, data de falecimento e dados informações envolverem inconsistências com dados
dos seus herdeiros e sucessores e do responsável cadastrais referentes a associações de gestão
pelo seu espólio; coletiva ou titulares estrangeiros, o prazo para prestar
os esclarecimentos e informações será de sessenta
IV - categoria de filiação do associado junto à dias.
entidade;
§ 6º - Esgotado o prazo dos §§ 4º e 5º sem a
V - nome, data de nascimento, nacionalidade prestação de esclarecimentos suficientes por escrito
e categoria de filiação junto à associação, no caso de pela associação, a parte interessada poderá
estrangeiros não residentes no Brasil e que venham a formalizar a comunicação junto à Diretoria de Direitos
se filiar diretamente à associação nacional; e Intelectuais, encaminhando a documentação
esclarecedora dos fatos questionados, de sua
VI - na existência de editor ou subeditor, a demanda e da eventual resposta da associação,
data de celebração e a duração dos contratos de observado o disposto no § 1º.
edição, subedição, representação ou cessão de
direitos, quando for o caso. § 7º - Ao receber a comunicação, a Diretoria
de Direitos Intelectuais analisará a observância do
§ 3º - No caso das associações a que se disposto nos §§ 1º a 6º e poderá solicitar
refere o art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998, as documentação adicional que se encontre em posse
informações previstas neste artigo poderão ser da associação, como contratos, declarações ou
disponibilizadas pelo Escritório Central. documentos de qualquer natureza que possam
comprovar a autoria e a titularidade das obras,
Art. 7º - No caso de inconsistência no cadastro, a interpretações ou execuções e fonogramas e as
Diretoria de Direitos Intelectuais poderá, mediante participações individuais em cada obra, interpretação
comunicação de quaisquer titulares de direitos ou execução e fonograma.
autorais ou entidades de gestão coletiva interessados
e observada a ampla defesa e o direito ao § 8º - A associação deverá atender à
contraditório, determinar sua retificação e demais solicitação de que trata o § 7º no prazo máximo de
medidas necessárias à sua regularização. trinta dias.

§ 1º - A Diretoria de Direitos Intelectuais § 9º - A decisão sobre a inconsistência no


atuará após comunicação fundamentada de cadastro competirá ao titular da Coordenação-Geral
inconsistência no cadastro, desde que acompanhada de Informação e deverá ser informada à parte
de documentação comprobatória e demonstrado o interessada e à associação, que poderão interpor
legítimo interesse do comunicante. recurso, no prazo de dez dias, a ser dirigido à
autoridade recorrida, que, se não a reconsiderar no
§ 2º - Antes de formalizar a comunicação prazo de cinco dias, o encaminhará ao Diretor de
junto a Diretoria de Direitos Intelectuais, a parte Direitos Intelectuais.
interessada deverá submeter a demanda referente à
inconsistência cadastral diretamente à associação § 10 - Caso a decisão final seja pela
responsável pelo dado questionado. procedência da comunicação, a Diretoria de Direitos
Intelectuais notificará a associação, com cópia à parte
§ 3º - No caso das associações mencionadas interessada, para que retifique as informações
no art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998, se o demandante cadastrais inconsistentes no prazo máximo de quinze
for titular de direito de autor ou direitos conexos e o dias.
dado cadastral questionado não for de
responsabilidade da associação à qual ele esteja § 11 - Após a retificação do cadastro, a
filiado, a demanda mencionada no § 2º deverá ser associação comunicará à Diretoria de Direitos
submetida à associação à qual esteja filiado, que

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MinC - Instrução Normativa nº 3 sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Intelectuais e à parte interessada a correção da § 2º - As associações de gestão coletiva de


informação. direitos autorais deverão manter atualizados e
disponíveis aos seus associados os documentos e
Capítulo III informações previstos neste artigo.
Da Transparência Art. 9º - As associações de gestão coletiva de direitos
autorais deverão dar publicidade e transparência, por
Art. 8º - As associações e o ente arrecadador meio de sítios eletrônicos próprios, às formas de
habilitados para o exercício da atividade de cobrança cálculo e aos critérios de cobrança e distribuição,
de direitos autorais deverão apresentar à Diretoria de mediante a divulgação, no mínimo, das seguintes
Direitos Intelectuais, até o dia 1º de junho de cada informações:
ano, além dos documentos previstos no art. 2º:
I - regulamento de cobrança;
I - relatório sobre as taxas de administração
praticadas nos diferentes campos de atuação da II - preços praticados, com menção aos
associação, que devem ser proporcionais aos custos valores cobrados por tipo de usuário e às formas de
de suas atividades de cobrança e distribuição, por cálculo e critérios de cobrança;
tipo de usuário;
III - montante arrecadado e distribuído;
II - relatório anual de auditoria externa de
suas contas, nos termos da lei; IV - critérios de distribuição dos valores
arrecadados e distribuídos, incluindo a metodologia
III - os preços pela utilização, por tipo de utilizada para a distribuição; e
usuário, com os critérios de cobrança praticados;
V - relação de associados falecidos cujos
IV - relatório detalhado dos recursos herdeiros ou sucessores tenham créditos a receber,
financeiros destinados pela associação às ações de quando essa informação estiver disponível para a
natureza cultural e social que beneficiem seus associação;
associados de forma coletiva, contendo comparação
com as receitas da associação; § 1º - No caso das associações de gestão
coletiva de direitos autorais relativos à execução
V - relatório anual de distribuição de créditos pública de obras musicais, literomusicais e
retidos, com informação da data de identificação de fonogramas, as informações relativas aos incisos I, II,
cada obra, interpretação ou execução ou fonograma e III e V do caput serão prestadas pelo Escritório
dos titulares das obras, interpretações ou execuções Central, observados os demais dispositivos deste
ou fonogramas identificados; artigo.

VI - relatório anual de distribuição de valores § 2º - Cabe ao Escritório Central tornar


referentes a utilizações de obras, interpretações ou pública, em sua página eletrônica na Internet, a lista
execuções ou fonogramas que não puderam ter seus de fiscais atuantes e a lista dos que foram inabilitados
titulares identificados após cinco anos, com a para exercer a função.
descrição das rubricas em que foram distribuídos, a
proporção dessa distribuição comparativamente às § 3º - As associações e o Escritório Central
rubricas em que foram arrecadados e a proporção devem atualizar as informações mencionadas no
dessa arrecadação durante o período da retenção caput e no § 2º em prazo nunca superior a seis
dos créditos; e meses.

VII - relatório detalhado dos repasses Art. 10 - As associações deverão disponibilizar


enviados para associações estrangeiras e delas sistema de informação para acompanhamento, pelos
recebidos, com informações sobre a origem dos titulares de direitos, das informações sobre os valores
recursos, as formas de repasse, os critérios utilizados arrecadados e distribuídos referentes a obras,
para a distribuição e as taxas de administração interpretações ou execuções ou fonogramas de sua
cobradas sobre esses recursos. titularidade.

§ 1º - No caso das associações previstas no § 1º - O sistema a que se refere o caput


art. 99 da Lei nº 9.610, de 1998, cabe ao Escritório deverá incluir, no mínimo:
Central apresentar as informações relativas aos
incisos III e VI do caput. I - planilhas e demais registros de utilização
das obras, interpretações ou execuções e
fonogramas fornecidos pelos usuários;

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MinC - Instrução Normativa nº 3 sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

II - informações sobre a titularidade das § 3º - Deverá ser criada relação específica


obras, das interpretações ou execuções e dos referente aos créditos retidos oriundos de repasse de
fonogramas e as execuções aferidas para cada um associação estrangeira, contendo informações
deles; e fornecidas pela associação estrangeira a respeito dos
títulos das obras ou outros dados e da procedência
III - relatório individual detalhado, para cada do crédito retido.
associado, dos valores que lhe foram distribuídos,
contendo as seguintes informações: Art. 12 - O titular de direitos de autor ou de direitos
conexos poderá requerer à associação a que esteja
a) identificação da obra, interpretação ou filiado a prestação de contas dos valores que lhe
execução ou fonograma e de seus titulares; foram distribuídos e dos que lhe são devidos.

b) identificação da origem do pagamento, § 1º - O direito à prestação de contas poderá


incluindo a utilização que o originou e o local da ser exercido diretamente pelo associado ou por seu
utilização, no caso de distribuição direta; e representante legal.

c) no caso de distribuição indireta por § 2º - As associações deverão prestar os


amostragem, a metodologia e os critérios esclarecimentos e informações solicitados pelos seus
empregados na sua realização. associados no prazo máximo de quinze dias, contado
a partir do recebimento da solicitação.
§ 2º - Cabe às associações atualizar as
informações disponibilizadas no sistema em prazo § 3º - Esgotado o prazo previsto no § 2º sem
nunca superior a seis meses. prestação de esclarecimentos e informações por
escrito pela associação ou com prestação
§ 3º - No caso das associações de gestão insuficiente, o associado poderá peticionar a Diretoria
coletiva de direitos autorais relativos à execução de Direitos Intelectuais, com cópia da documentação
pública de obras musicais, literomusicais e esclarecedora dos fatos questionados.
fonogramas, o Escritório Central deverá enviar as
informações previstas no § 1º às associações que o § 4º - Recebido o pedido, a Diretoria de
integram, que as disponibilizarão aos seus Direitos Intelectuais analisará a solicitação e a
associados na forma deste artigo. documentação enviada e, caso constate a omissão
na prestação de contas ou verifique a ocorrência de
Art. 11 - As associações deverão disponibilizar aos alguma irregularidade na documentação ou nas
seus associados, semestralmente, relação informações apresentadas, poderá determinar à
consolidada dos títulos das obras, interpretações ou associação que realize ou retifique a prestação de
execuções e fonogramas que tiveram seu uso contas.
captado, mas cuja identificação não foi possível em
virtude de: § 5º - A associação terá o prazo de quinze
dias, contado a partir do recebimento da
I - não existirem dados correspondentes no determinação de que trata o § 4º, para realizar ou
cadastro; retificar a prestações de contas, que deverá ser
encaminhada ao associado, com cópia para a
II - insuficiência das informações recebidas de Diretoria de Direitos Intelectuais.
usuários; ou
§ 6º - Caso o associado julgue a prestação de
III - outras inconsistências. contas a que se refere o § 5º inadequada ou
insuficiente, poderá comunicar o fato à Diretoria de
§ 1º - No caso das associações de gestão Direitos Intelectuais, que analisará a documentação
coletiva de direitos autorais relativos à execução enviada e, se verificar alguma irregularidade na
pública de obras musicais, literomusicais e documentação ou informações suplementares,
fonogramas, as informações a que se refere o caput instaurará processo administrativo para aplicação de
serão fornecidas pelo Escritório Central às sanções à associação, assegurado o direito ao
associações que o integram. contraditório e à ampla defesa, sem prejuízo do envio
do processo para conhecimento do Ministério Público.
§ 2º - Constará da relação a que se refere o
caput a procedência dos créditos retidos, a fim de § 7º - A Diretoria de Direitos Intelectuais
permitir aos associados a identificação de suas obras, poderá, a qualquer momento, arquivar o processo na
interpretações ou execuções e fonogramas e a hipótese de julgar suficientes as informações
subsequente distribuição dos valores retidos.

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MinC - Instrução Normativa nº 3 sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

prestadas pela associação ou de desistência do coletiva, de usuários de direitos autorais e do


interessado. Escritório Central serão realizadas pela Diretoria de
Direitos Intelectuais.
Art. 13 - Sem prejuízo do disposto no art. 12, as
associações deverão prestar contas anualmente em § 1º - Qualquer pessoa ou associação,
assembleia geral, mediante a divulgação aos seus constatando alguma infração administrativa prevista
associados de, no mínimo, as seguintes informações: no Decreto nº 8.469, de 22 de junho de 2015, poderá
dirigir representação fundamentada à Diretoria de
I - balanço anual do exercício, com Direitos Intelectuais.
explicações que facilitem o seu entendimento;
§ 2º - A representação anônima não será
II - dados relativos aos montantes totais dos admitida.
repasses enviados e recebidos de cada associação
estrangeira, quando for o caso; § 3º - A Diretoria de Direitos Intelectuais
poderá conferir tratamento sigiloso à representação
III - laudo da auditoria externa, quando for o cujo autor apresente fatos e fundamentos que
caso; possam o expor a situação de vulnerabilidade em
face de terceiros.
IV - relatório detalhado das atividades
desenvolvidas pela associação, com todas as Art. 16 - O processo administrativo para
informações que mantenham os associados apuração e correção de irregularidades será
atualizados com relação à gestão de seus direitos; e instaurado pela Diretoria de Direitos Intelectuais, por
requerimento fundamentado de qualquer interessado
V - relatório específico com os valores ou de ofício, e terá o seguinte procedimento:
destinados a ações de natureza social ou cultural
durante o ano, quando for o caso, informando a I - recomendação técnica de ofício da
origem e a destinação específica de cada valor, com Diretoria de Direitos Intelectuais ou representação
o tipo de atividade realizada e seu propósito. fundamentada protocolada no Ministério da Cultura;

Capítulo IV II - notificação da associação, do usuário ou


do Escritório Central, para que se manifeste, no prazo
Das Obrigações dos Usuários de dez dias, e apresente esclarecimentos e provas
sobre os fatos alegados;
Art. 14 - O usuário final que se qualificar como
III - emissão de parecer pela Diretoria de
microempresa, empresa de pequeno porte ou
Direitos Intelectuais, no prazo de quinze dias,
microempreendedor individual e que utilizar obras e
admitida a sua prorrogação por igual prazo, ante
fonogramas por meio da captação de transmissão de
justificativa fundamentada;
radiodifusão em locais de frequência coletiva poderá
cumprir o disposto no § 6º do art. 68 da Lei nº 9.610,
IV - advertência, quando o parecer concluir
de 1998, pela entrega à entidade responsável pela
pela ocorrência de irregularidades, em que serão
arrecadação dos direitos autorais relativos à
determinadas as exigências necessárias e o prazo
execução ou exibição pública da relação completa
para sua correção, que não poderá exceder trinta
das empresas de radiodifusão captadas com os
dias;
respectivos tempos de utilização até o décimo dia útil
de cada mês, relativamente às utilizações no mês
V - conversão da advertência em auto de
anterior.
infração, quando não cumpridas as exigências
necessárias, ou quando cumpridas de forma parcial
Parágrafo único - O usuário de que trata o
ou insatisfatória;
caput tornará pública e de livre acesso a relação
entregue à entidade responsável pela arrecadação,
Parágrafo Único - Será arquivada a
juntamente com os valores pagos, em seu sítio
representação que não contiver indícios e
eletrônico ou, em não havendo este, no local da
fundamentos suficientes de infrações a serem
comunicação e em sua sede.
apuradas.
Capítulo V Art. 17 - O auto de infração deverá conter:
Da Aplicação de Sanções
I - identificação da associação, do usuário ou
do ente arrecadador a ser notificado;
Art. 15 - A fiscalização e a aplicação de penalidades
referentes às atividades das associações de gestão
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MinC - Instrução Normativa nº 3 sobre a Gestão Coletiva de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

II - indicação do local e data da sua lavratura; § 1º - O julgamento competirá ao titular da


Coordenação- Geral incumbida de lavrar o auto de
III - indicação da irregularidade constatada e infração.
seu fundamento legal; e
§ 2º - Da decisão caberá recurso, que deverá
IV - indicação do prazo de quinze dias para ser interposto no prazo de dez dias, contado a partir
apresentação de defesa. da intimação da decisão recorrida, e será dirigido à
autoridade julgadora recorrida, que, se não a
Art. 18 - O processo administrativo para aplicação de reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará
sanções será iniciado pela lavratura de auto de ao julgador de segunda instância.
infração e terá o seguinte procedimento:
§ 3º - O recurso será julgado em segunda e
I - citação, em que o autuado será citado para última instância pelo Diretor de Direitos Intelectuais.
apresentar defesa escrita no prazo de quinze dias,
contado a partir do recebimento da contrafé do auto § 4º - A citação ou a intimação será
de infração; considerada efetuada mediante comprovação do seu
recebimento ou ciência, que deverá ser atestado no
II - defesa, a ser feita diretamente pelo processo, conforme o § 3º art. 26 da Lei nº 9.784, de
autuado ou por intermédio de representante legal, 1999.
devidamente constituído, formulada por escrito e que
conterá os fatos e os fundamentos jurídicos que § 5º - As diligências e as perícias técnicas
contrariem o disposto no auto de infração e os termos requeridas pelo autuado serão custeadas por ele e
que o acompanham, e a especificação das provas deverão ser realizadas nos prazos estabelecidos pela
que o autuado pretende produzir a seu favor, autoridade julgadora.
justificadas; § 6º - A defesa e o recurso não serão
conhecidos quando apresentados fora do prazo ou
III - produção de provas, em que a autoridade por quem não seja legitimado.
julgadora poderá requisitar a produção de provas
necessárias à sua convicção e parecer técnico, § 7º - O erro no enquadramento legal da
especificando o objeto a ser esclarecido; infração é irregularidade formal que não acarreta a
nulidade do instrumento de fiscalização e pode ser
IV - alegações finais, em que, concluída a corrigido de ofício pela autoridade julgadora, devendo
instrução, o autuado será intimado para apresentar ser comunicada a correção ao autuado.
alegações finais no prazo de dez dias;
§ 8º - O erro ou a omissão que implique a
V - emissão de parecer pela Consultoria nulidade do auto de infração será declarado no
Jurídica do Ministério da Cultura, mediante demanda julgamento.
da Diretoria de Direitos Intelectuais, quando houver
controvérsia jurídica justificada; Art. 19 - Esta Instrução Normativa entra em vigor na
data de sua publicação.
VI - análise e pronunciamento da Comissão
Permanente para o Aperfeiçoamento da Gestão
Coletiva, quando demandada pela Diretoria de JOÃO CALDEIRA BRANT MONTEIRO DE CASTRO
Direitos Intelectuais, ou, obrigatoriamente, no caso de
processos referentes à anulação da habilitação para a Este texto não substitui o publicado no DOU de
atividade de cobrança; 8.7.2015.

VII - julgamento, em que, oferecidas as


alegações finais ou decorrido o prazo sem a
manifestação do autuado, a autoridade julgadora
decidirá, no prazo de trinta dias, relatando o
andamento do processo, e indicando os fatos e
fundamentos jurídicos em que se baseia sua decisão,
e, se for o caso, a penalidade aplicável;

VIII - intimação da decisão, em que o autuado


será intimado para tomar ciência e, se for o caso,
cumprir a decisão, no prazo de dez dias;

40
MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

Art. 4º - Os procedimentos de mediação e de


INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 7 DE arbitragem serão realizados em língua portuguesa e
JULHO DE 2015 regidos pelas leis brasileiras, obedecendo aos termos
da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, alterada
Aprova o Regulamento de Mediação e pela Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015.
Arbitragem no Âmbito do Ministério da
Cultura, nos termos da Lei nº 9.610, de 19 Art. 5º - Será fornecida ao público uma lista de
de fevereiro de 1998, e do Decreto nº 8.469, mediadores e árbitros credenciados pelo Ministério da
de 22 de junho de 2015. Cultura para atuarem na resolução de conflitos
relativos a direitos autorais.

Art. 6º - É direito das partes a assistência de


O MINISTRO DE ESTADO DA CULTURA, advogado, bem como a escolha de árbitros que não
INTERINO, no exercício das atribuições conferidas se incluam na lista de que trata o art. 5º.
pelo art. 87, parágrafo único, incisos I e II, da
Constituição, em conformidade com o inciso I do art. Art. 7º - Objetivando a solução de controvérsias, a
1º do Decreto nº 6.532, de 5 de agosto de 2008, com Diretoria de Direitos Intelectuais oferecerá:
base no disposto no art. 100-B da Lei nº 9.610, de 19
de fevereiro de 1998, e no § 1º do art. 25 do Decreto I - orientação às partes sobre os
nº 8.469, de 22 de junho de 2015, resolve: procedimentos de mediação e arbitragem oferecidos;

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento de Mediação e II - interlocução entre as partes e os


Arbitragem no âmbito do Ministério da Cultura, na mediadores ou árbitros, assegurando um canal de
forma do Anexo desta Portaria. comunicação ágil e eficiente;

Art. 2º - A solução de controvérsias, no âmbito da III - instalações físicas necessárias à


Diretoria de Direitos Intelectuais do Ministério da condução de reuniões ou audiências; e
Cultura, somente será possível mediante acordo
expresso entre as partes. IV - outros serviços e funções necessários
para a realização da mediação ou da arbitragem.
Art. 3º - A Diretoria de Direitos Intelectuais poderá,
quando demandada, mediante acordo expresso entre Art. 8º - A Diretoria de Direitos Intelectuais publicará
as partes, atuar de modo a: edital para credenciamento de mediadores e árbitros
com comprovada experiência e notório saber na área
I - promover a mediação entre usuários e de direitos autorais, que poderão ser escolhidos pelas
titulares de direitos autorais ou seus mandatários, em partes na forma da Lei nº 9.307, de 1996.
relação à falta de pagamento, aos critérios de
cobrança, às formas de oferecimento de repertório e Art. 9º - É facultada a utilização de outros serviços de
aos valores de arrecadação, e entre titulares e suas mediação e arbitragem que não o oferecido pelo
associações, em relação aos valores e critérios de Ministério da Cultura.
distribuição, de acordo com o regulamento em anexo;
e Art. 10 - A mediação e arbitragem oferecidas pelo
Ministério da Cultura por meio da Diretoria de Direitos
II - dirimir os litígios, por meio de arbitragem, Intelectuais ocorrerá sem prejuízo da apreciação pelo
entre usuários e titulares de direitos autorais ou seus Poder Judiciário e pelos órgãos do Sistema Brasileiro
mandatários e entre titulares e suas associações que de Defesa da Concorrência, na forma da lei.
forem submetidos na forma da Lei nº 9.307, de 23 de
setembro de 1996, e de acordo com o regulamento Art. 11 - Esta Instrução Normativa entra em vigor na
em anexo. data de sua publicação.

§ 1º - A Diretoria de Direitos Intelectuais


atuará como mediadora, aproximando as partes e JOÃO CALDEIRA BRANT MONTEIRO DE CASTRO
intervindo de modo a facilitar um acordo para a
solução do litígio.

§ 2º - Quando não for possível alcançar um


acordo por mediação da Diretoria de Direitos
Intelectuais, esta sugerirá às partes a solução do
litígio pela escolha de um árbitro, nos termos do art.
5º.

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MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

Anexo I Art. 4º - Os atos dos procedimentos de mediação e


arbitragem poderão ser digitalizados e realizados por
Regulamento de Mediação e Arbitragem em meios tecnológicos, inclusive por teleconferências,
Direitos Autorais no Âmbito do Ministério da mensagens eletrônicas ou outros meios de
Cultura comunicação remota, que atendam aos princípios da
celeridade, economia processual e eficiência.
Título I Art. 5º - As dúvidas suscitadas na aplicação do
Das Disposições Preliminares presente regulamento e os casos omissos serão
decididos no âmbito da DDI, ouvida a Consultoria
Jurídica do MinC.
Art. 1º - Este Regulamento institui os procedimentos
de mediação e arbitragem em direitos autorais no Art. 6º - Salvo acordo em contrário das partes, será
âmbito da Diretoria de Direitos Intelectuais do aplicado o direito brasileiro, observando-se o
Ministério da Cultura (DDI/MinC). estabelecido na Lei de Direitos Autorais - Lei nº
9.610, de 19 de fevereiro de 1998, na Lei de
Art. 2º - Para efeitos do presente regulamento Arbitragem - Lei nº 9.307, de 1996, e nas demais
entende-se por: normas vigentes no país.

I - compromisso de mediação todo Título II


instrumento celebrado pelas partes para submeter à
mediação todas ou determinadas controvérsias que Do Procedimento de Mediação
tenham ocorrido ou que possam ocorrer entre elas;
um compromisso de mediação pode adotar a forma
Capítulo I
de uma cláusula de mediação em um contrato ou a Do Início da Mediação
de um contrato separado;

II - Requerente, a parte que apresenta o Art. 7º - A parte interessada em iniciar um


pedido de instauração da mediação, da conciliação procedimento de mediação notificará o Ministério da
ou da arbitragem; Cultura, por escrito, através de requerimento de
mediação, e enviará uma cópia do requerimento à
III - Requerido, a parte contra a qual se outra parte.
solicita o pedido de instauração da mediação, da
conciliação ou da arbitragem; § 1º - Na hipótese de não haver compromisso
prévio de mediação, a parte requerida deverá
IV - MinC, o Ministério da Cultura; manifestar, por escrito, a aceitação da mediação
relativa à controvérsia descrita no requerimento
V - DDI, a Diretoria de Direitos Intelectuais do inicial.
Ministério da Cultura;
§ 2º - Não havendo resposta no prazo de
VI - regulamento, o Regulamento de trinta dias da data de recebimento da notificação, será
Mediação, Conciliação e Arbitragem em Direitos considerado rejeitado o convite para participar da
Autorais do Ministério da Cultura. mediação.

Parágrafo Único - O termo "mediador" inclui § 3º - O Requerimento de mediação indicará:


um único mediador ou todos os mediadores quando
se nomeiem mais de um. I - os nomes, endereços e números de
telefone, fax, correio eletrônico, ou qualquer outra
Art. 3º - Quando o compromisso de mediação ou a referência, para fins de comunicação das partes em
cláusula compromissória de arbitragem previr a controvérsia e de seus representantes legais;
utilização do serviço de solução de conflitos do
Ministério da Cultura, o presente regulamento será II - cópia do compromisso de mediação,
considerado parte desse compromisso ou dessa quando houver; e
cláusula.
III - uma breve descrição da natureza da
Parágrafo único - Salvo disposição em controvérsia.
contrário das partes, o presente regulamento será
aplicado tal como vigente na data de início da § 4º - O Ministério da Cultura informará às
mediação ou da arbitragem. partes, por escrito e de imediato, acerca do
requerimento de mediação.

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MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

Art. 8º - As partes devem firmar um termo inicial de Art. 11 - Ao aceitar sua nomeação, o mediador se
mediação, por escrito, após o surgimento do conflito, compromete a dedicar o tempo suficiente para
ainda que a mediação tenha sido prevista em permitir que a mediação seja conduzida de maneira
cláusula contratual ou em instrumento prévio. célere e eficaz.

§ 1º - Constará, obrigatoriamente, do termo Art. 12 - O mediador deve ser devidamente


inicial de mediação: capacitado, imparcial, independente, diligente e
confidencial.
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio
das partes; Parágrafo único - Aplicam-se aos mediadores
as mesmas hipóteses legais de impedimento e
II - o local onde ocorrerá a mediação; suspeição dos juízes.

III - o nome, profissão e domicílio do Art. 13 - É vedado ao mediador possuir vínculo


mediador, ou dos mediadores, ou, se for o caso, a contratual de qualquer natureza com qualquer das
delegação ao Ministério da Cultura da indicação de partes interessadas, obrigando-se a revelar, antes da
mediadores; aceitação da função, qualquer fato que comprometa
sua imparcialidade ou independência em relação às
IV - a declaração da responsabilidade pelo partes e ao conflito.
pagamento das despesas com a mediação e fixação
dos honorários do mediador, ou dos mediadores; Art. 14 - As partes poderão estar representadas ou
assistidas nas reuniões que celebrem com o
V - a matéria objeto da mediação. mediador.

Art. 9º - Será considerada como data de início da Parágrafo único - Imediatamente depois da
mediação aquela em que for assinado o termo inicial nomeação do mediador, cada uma das partes
de mediação apresentado em conformidade com este comunicará à outra, ao mediador e ao Ministério da
regulamento. Cultura, os nomes e os endereços das pessoas
autorizadas a representá-las, se for o caso, bem
Capítulo II como os nomes e os cargos das pessoas que
assistirão as reuniões com o mediador em nome da
Da Nomeação e Competência do Mediador respectiva parte.

Art. 15 - As partes acordarão a maneira de ser


Art. 10 - Salvo acordo entre as partes quanto à
conduzida a mediação.
escolha do mediador, ou outro método desejado de
nomeação do mediador, esta ocorrerá de acordo com
Parágrafo único - Na hipótese de demora ou
o procedimento a seguir:
ociosidade das partes, o mediador determinará, em
conformidade com este regulamento, a maneira pela
I - o Ministério da Cultura transmitirá, a cada
qual a mediação será conduzida.
uma das partes, a lista de mediadores para
controvérsias relativas a direitos autorais;
Art. 16 - As partes deverão cooperar de boa-fé com o
mediador para que os objetivos da mediação sejam
II - as partes deverão informar a indicação do
alcançados de maneira célere e transparente.
mediador ao Ministério da Cultura, no prazo máximo
de trinta dias após a data do recebimento da lista de
Art. 17 - O mediador terá liberdade para se reunir e se
mediadores.
comunicar separadamente com uma parte, ficando
entendido que as informações fornecidas em tais
§ 1º - O Ministério da Cultura nomeará o
situações não serão divulgadas à outra parte sem a
mediador, quando as partes tenham chegado a um
autorização expressa da parte que forneceu a
acordo sobre a pessoa que atuará como mediador de
informação.
livre escolha.
Art. 18 - Após sua nomeação, o mediador fixará, em
§ 2º - Caso seja de interesse das partes, a
consulta às partes, as datas em que cada parte
Diretoria de Direitos Intelectuais atuará diretamente
apresentará documentação na qual figure:
como mediadora na solução do conflito.
I - um resumo dos antecedentes da
§ 3º - Caso as partes não cheguem a um
controvérsia;
acordo sobre a escolha do mediador, o Ministério da
Cultura comunicará que não efetuará a mediação.
II - as demandas e os argumentos da parte;

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Conexos)

mediação ou obtidas durante o curso do


III - o estado atual da controvérsia; e procedimento.
§ 1º - Antes de participar da mediação, cada
IV - outras informações pertinentes à pessoa assinará um documento com o compromisso
controvérsia. de confidencialidade apropriado ao caso.

§ 1º - A parte apresentará a documentação § 2º - Salvo acordo em contrário entre as


disposta no caput ao mediador e à outra parte. partes, os participantes da mediação devolverão, ao
seu final, todos os documentos ou materiais à parte
§ 2º - O mediador poderá propor, a qualquer que lhes forneceu, sem conservar nenhuma cópia dos
momento da mediação, que uma das partes mesmos.
providencie informações ou materiais adicionais
considerados oportunos. § 3º - Ao término da mediação, os registros
que eventualmente tenham sido realizados por uma
§ 3º - Até a assinatura de qualquer acordo de pessoa nas reuniões entre partes e o mediador serão
solução da controvérsia, qualquer das partes poderá inutilizados.
submeter ao mediador, somente para sua
consideração, qualquer informação ou material que Art. 24 - Salvo acordo em contrário entre as partes, o
considere confidencial, não podendo o mediador mediador e as partes não apresentarão como prova
divulgar tais informações ou materiais à outra parte, nem invocarão por nenhum outro conceito, em um
sem a autorização por escrito. procedimento judicial ou de arbitragem:

Art. 19 - O mediador promoverá a solução das I - as opiniões reveladas ou as sugestões


questões em controvérsia do modo que considere elaboradas por uma das partes a respeito de uma
apropriado, sendo vedada a imposição de acordo às possível solução da controvérsia;
partes.
II - qualquer declaração formulada por uma
Art. 20 - É facultado ao mediador, com autorização das partes durante a mediação;
das partes, solicitar consulta técnica preliminar ao
setor competente do Ministério da Cultura. III - qualquer proposta formulada ou opinião
emitida pelo mediador; ou
Art. 21 - Quando o mediador entender que quaisquer
das questões em controvérsia não possam ser IV - o fato de que uma parte tenha indicado
resolvidas através da mediação, poderá propor às ou não sua vontade de aceitar uma proposta de
partes o uso de outros procedimentos que considere solução formulada pelo mediador ou pela outra parte.
apropriados para a solução do conflito de maneira
eficaz, inclusive: Capítulo IV
I - laudo pericial de uma ou mais questões Da Conclusão da Mediação
controvertidas;
Art. 25 - A mediação será encerrada:
II - conversão da mediação em arbitragem,
conduzida com base nas últimas propostas de acordo I - quando as partes assinarem um acordo
ou nas informações extraídas da mediação, na qual o total ou parcial sobre as questões em controvérsia;
mediador, com o expresso consentimento das partes,
atue como árbitro único; II - por decisão do mediador se, a seu juízo,
considerar improvável que o prosseguimento da
III - arbitragem, em termos acordados pelas mediação resultará na resolução da controvérsia; ou
partes.
III - por declaração escrita de uma das partes,
Capítulo III a qualquer momento após ter havido a primeira
reunião das partes com o mediador e antes de
Da Confidencialidade da Mediação
realizada a assinatura de qualquer acordo.

Art. 22 - As reuniões das partes com o mediador terão Art. 26 - Após o encerramento da mediação, o
caráter confidencial. mediador notificará ao Ministério da Cultura, por
escrito e de imediato, a data de conclusão da
Art. 23 - Salvo acordo em contrário entre as partes, é mediação, se o conflito foi resolvido e, em tal caso, se
vedado a qualquer pessoa que participe da mediação a resolução foi total ou parcial.
divulgar, por qualquer meio, informações relativas à

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MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

§ 1º - O mediador enviará às partes uma honorários do mediador e outras despesas da


cópia da notificação enviada ao Ministério da Cultura. mediação.

§ 2º - O Ministério da Cultura poderá incluir a Parágrafo único - O Ministério da Cultura


informação relativa à mediação nas estatísticas poderá solicitar às partes que procedam a depósitos
globais que publicar acerca de suas atividades, desde complementares.
que tal informação não permita que se revele a
identidade das partes, nem as circunstâncias Art. 31 - Se transcorridos quinze dias a contar do
particulares da controvérsia. segundo aviso por escrito do Ministério da Cultura,
uma das partes não efetuar o depósito solicitado, a
§ 3º - Ressalvado o teor do § 2º, o Ministério mediação será considerada encerrada.
da Cultura manterá a confidencialidade da notificação
do mediador e não divulgará, sem a autorização Parágrafo único - Na hipótese prevista no
escrita das partes, a existência nem o resultado da caput, o Ministério da Cultura notificará o fato por
mediação. escrito às partes e ao mediador e indicará a data de
encerramento da mediação.
Art. 27 - A menos que um tribunal judicial o exija ou
que as partes o autorizem por escrito, o mediador não Art. 32 - Após o encerramento da mediação, o
atuará diferentemente da qualidade de mediador em Ministério da Cultura deverá transmitir às partes o
procedimentos existentes ou futuros, tanto judiciais, extrato contábil relativo aos depósitos efetuados e
arbitrais como de outra natureza, em relação ao reembolsar saldo eventualmente existente, ou
objeto da controvérsia. solicitar às partes quantias pendentes relativas à
mediação.
Capítulo V
Dos Honorários do Mediador Título III
Do Procedimento de Arbitragem
Art. 28 - O Ministério da Cultura estabelecerá o valor
Capítulo I
dos honorários do mediador, assim como as
modalidades e calendário de pagamento, após Disposições Gerais
consulta com o mediador e as partes.

§ 1º - Salvo acordo em contrário das partes Art. 33 - O Ministério da Cultura não será responsável
com o mediador, o valor dos honorários será pela resolução dos conflitos submetidos a seu serviço
calculado com base nas taxas indicativas por hora, de arbitragem, devendo apenas zelar pelo
ou, se aplicável ao caso, por dia, publicadas na tabela desenvolvimento correto, célere e eficaz do
de honorários do mediador, estabelecida pelo procedimento arbitral.
Ministério da Cultura, vigente na data do
requerimento da mediação, tendo em conta o Art. 34 - As partes podem ser representadas e
montante em disputa, a complexidade do objeto da assistidas por pessoas de sua escolha.
controvérsia, os costumes e os preços médios
praticados em procedimentos semelhantes e qualquer Parágrafo único - Os nomes, endereços,
outra circunstância pertinente ao caso. números de telefone, fax, correio eletrônico ou outras
referências de comunicação dos representantes e
§ 2º - Não serão devidos honorários nos assistentes deverão ser comunicados ao Ministério da
casos em que a Diretoria de Direitos Intelectuais atuar Cultura, para a outra parte e, depois de sua
diretamente como mediadora na solução do conflito, nomeação, ao árbitro.
nos termos do § 2º do art. 10.
Capítulo II
Art. 29 - Salvo disposição em contrário entre as
partes, os honorários do mediador e todos os demais Do Início da Arbitragem
gastos da mediação, incluídos os gastos de viagem
do mediador e os necessários para obter-se laudo Art. 35 - A parte interessada em iniciar um
técnico, competem às partes em igual proporção. procedimento de arbitragem notificará o Ministério da
Cultura, por escrito, através de requerimento de
Art. 30 - O Ministério da Cultura poderá, no momento arbitragem, e enviará uma cópia do requerimento à
de nomeação do mediador, solicitar às partes que outra parte.
procedam ao depósito, em igual proporção, como
forma de antecipação de custas da mediação, Art. 36 - O requerimento de arbitragem indicará:
incluindo, em particular, o valor estimado dos

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MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

I - nomes, endereços e números de telefone, entre as partes, o requerente indicará um árbitro no


fax, correio eletrônico ou qualquer outra referência requerimento de arbitragem e o requerido indicará
das partes em controvérsia e de seus representantes; outro árbitro no prazo de quinze dias, contado do
recebimento do requerimento de arbitragem.
II - cópia da cláusula compromissória de
arbitragem; § 3º - Nas hipóteses do § 2º, os árbitros
indicados escolherão em conjunto, no prazo de dez
III - declaração completa dos fatos e dias, contado da indicação do segundo árbitro, um
argumentos jurídicos relacionados à demanda do terceiro árbitro, que presidirá o Tribunal Arbitral.
requerente;
§ 4º - Se as partes não indicarem os árbitros
IV - pedido para que o conflito seja submetido nos prazos estabelecidos nos parágrafos anteriores,
à arbitragem de acordo com este regulamento; e um árbitro único será nomeado pela Diretoria de
Direitos Intelectuais, após consulta com as partes
V - observações que o requerente considerar sobre as suas preferências.
úteis referentes ao número ou qualidades dos
árbitros. Art. 40 - Nenhuma das partes ou qualquer pessoa
agindo em seu nome pode comunicar-se
Parágrafo único - O Ministério da Cultura separadamente com qualquer um dos candidatos a
informará às partes, por escrito e de imediato, acerca árbitro, exceto para discutir a qualificação, a
do requerimento de arbitragem. disponibilidade ou a independência do candidato em
relação às partes.
Art. 37 - Será considerada como data de início da
arbitragem a data em que o Ministério da Cultura Art. 41 - Os árbitros devem ser devidamente
receber o requerimento de arbitragem. capacitados, imparciais, independentes, diligentes e
confidenciais.
Art. 38 - O requerido deverá responder ao
requerimento de arbitragem em um prazo de quinze § 1º - Aplicam-se aos árbitros as mesmas
dias, contados a partir da data de recebimento do hipóteses legais de impedimento e suspeição dos
requerimento. juízes.

§ 1º - A resposta do requerido deverá conter § 2º - O árbitro deverá revelar às partes e ao


declaração completa dos fatos e argumentos jurídicos Ministério da Cultura, antes de aceitar a nomeação,
apresentados pelo requerido e, na medida do quaisquer circunstâncias que podem dar origem a
possível, provas documentais relacionadas ao dúvidas quanto à sua imparcialidade ou
conflito. independência, ou confirmar por escrito a ausência de
tais circunstâncias.
§ 2º - Eventual pedido de reconvenção ou
compensação deverá conter os mesmos requisitos do § 3º - Se, em qualquer fase da arbitragem,
requerimento de arbitragem e deverá ser feito em surgirem novas circunstâncias que possam suscitar
resposta à demanda ou, em circunstâncias dúvidas quanto à imparcialidade ou à independência
excepcionais e a critério do árbitro, em momento do árbitro, o árbitro deverá revelar de imediato tais
posterior do processo arbitral. circunstâncias às partes e ao Ministério da Cultura.

Capítulo III § 4º - O árbitro pode ser recusado por uma


parte se existirem circunstâncias que possam levantar
Da Nomeação e Competência dos Árbitros dúvidas justificadas sobre a sua imparcialidade ou
independência.
Art. 39 - Iniciado o procedimento de arbitragem,
Art. 42 - O árbitro deverá aceitar a nomeação por
caberá às partes a indicação do Tribunal Arbitral,
escrito e comunicá-la ao Ministério da Cultura.
composto por três árbitros, ou a indicação de árbitro
único para a solução da controvérsia.
Parágrafo único - Ao aceitar a sua nomeação,
o árbitro se compromete em dedicar tempo suficiente
§ 1º - Quando as partes optarem por um
para conduzir a arbitragem de forma célere e eficaz.
único árbitro, a indicação será feita em comum acordo
entre as partes no prazo de trinta dias a contar da
Art. 43 - O Ministério da Cultura notificará as partes
data de início da arbitragem.
da criação do Tribunal Arbitral ou da nomeação do
árbitro único.
§ 2º - Quando o Tribunal Arbitral for composto
por três árbitros, salvo outro procedimento acordado

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MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

Art. 44 - As partes podem recusar um árbitro Art. 51 - Sempre que necessário, um árbitro substituto
nomeado apenas por razões de que tenham tido será nomeado de acordo com o procedimento
conhecimento após a nomeação. aplicável à nomeação do árbitro a ser substituído.

§ 1º - A parte que recusar o árbitro deverá Parágrafo único - Salvo acordo em contrário
notificar o Ministério da Cultura, o árbitro e a outra das partes, o processo será suspenso enquanto a
parte, expondo os motivos para a recusa, no prazo de substituição estiver pendente.
sete dias após o recebimento da notificação de
nomeação do árbitro ou após tomar conhecimento Art. 52 - Ao nomear um árbitro substituto, a instância
das circunstâncias que deram origem às dúvidas arbitral, considerando quaisquer declarações das
quanto à imparcialidade ou independência do árbitro. partes, determinará, a seu exclusivo critério, se
audiências já realizadas ou outros atos do processo
§ 2º - Quando o árbitro for recusado por uma deverão ser repetidos, considerando os eventuais
parte, a outra parte terá o direito de responder à prejuízos para as partes, nos moldes do artigo 77.
recusa no prazo de sete dias após o recebimento da
notificação com os motivos para a recusa, devendo Capítulo IV
enviar uma cópia de sua resposta para o Ministério da
Cultura, para o árbitro e para a parte que recusou o Do Compromisso Arbitral
árbitro.
Art. 53 - Após a nomeação do árbitro, as partes
Art. 45 - A instância arbitral suspenderá o processo
firmarão o compromisso arbitral por escrito, assinado
arbitral pendente a resolução da recusa ao árbitro.
por duas testemunhas ou por instrumento público.
Art. 46 - A outra parte pode aceitar a recusa ou o
§ 1º - O compromisso arbitral deverá conter:
árbitro poderá retirar-se voluntariamente.
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio
Parágrafo único - Nas hipóteses previstas no
das partes;
caput, o árbitro será substituído sem que isso
implique a validade dos motivos para a recusa.
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro;
Art. 47 - Se a outra parte não aceitar a recusa e o
III - a matéria que será objeto da arbitragem;
árbitro recusado não se afastar voluntariamente, a
decisão sobre a recusa será tomada pela Diretoria de
IV - o lugar em que será proferida a sentença
Direitos Intelectuais.
arbitral;
Art. 48 - O árbitro poderá renunciar à nomeação, por
V - local, ou locais, onde se desenvolverá a
pedido motivado, com o consentimento das partes ou
arbitragem;
do Ministério da Cultura.
VI - a autorização para que os árbitros
Art. 49 - Independentemente de qualquer pedido do
julguem por equidade, se assim for convencionado
árbitro, as partes podem revogar em comum acordo a
pelas partes;
nomeação de um árbitro.
VII - o prazo para apresentação da sentença
Parágrafo único - As partes devem notificar
arbitral;
imediatamente o Ministério da Cultura do acordo de
revogação da nomeação do árbitro.
VIII - a declaração da responsabilidade pelo
pagamento dos honorários e das despesas com a
Art. 50 - O Ministério da Cultura poderá revogar a
arbitragem; e
nomeação do árbitro de ofício ou a pedido de uma
das partes, no caso de impossibilidade, de fato ou de
IX - a fixação dos honorários dos árbitros.
direito, do árbitro exercer suas funções, ou na
hipótese de descumprimento de suas funções.
§ 2º - O compromisso arbitral poderá assumir
forma simplificada se os elementos descritos no caput
Parágrafo único - Na hipótese prevista no
já estiverem previstos em cláusula compromissória
caput, as partes terão a oportunidade de expressar
previamente convencionada entre as partes, com
suas opiniões acerca da revogação da nomeação,
remissão expressa ao procedimento de arbitragem
aplicando-se, no que couber, o procedimento para a
deste regulamento, hipótese em que o compromisso
recusa unilateral do árbitro.
arbitral reportar-se-á ao acordo prévio.

47
MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

Capítulo V Parágrafo único - O prazo para apresentar a


contestação é de quinze dias, contados do
Do Procedimento Arbitral recebimento pelo requerido de cópia da petição
inicial.
Art. 54 - O Ministério da Cultura enviará o processo
arbitral ao Tribunal Arbitral ou ao árbitro único, após Art. 64 - Eventual pedido de reconvenção ou
sua nomeação. compensação deverá ser feito na própria
contestação, ou, em circunstâncias excepcionais e a
Art. 55 - Cabe à instância arbitral disciplinar o critério da instância arbitral, em momento posterior do
procedimento da arbitragem do modo que considere processo arbitral.
apropriado, devendo observar este regulamento e as
leis aplicáveis. Parágrafo único - Na hipótese de haver
pedido de reconvenção ou compensação formulado
Parágrafo único - A instância arbitral zelará pelo requerido, o requerente deverá responder a
para que o procedimento se desenvolva com a devida todos os elementos desse pedido em um prazo de
celeridade e eficácia. dez dias, contados do recebimento da cópia do
pedido.
Art. 56 - Serão sempre respeitados os princípios do
contraditório, da igualdade das partes, da Art. 65 - A instância arbitral poderá requerer, a
imparcialidade do árbitro e de seu livre qualquer momento, outras manifestações escritas,
convencimento. observando sempre o princípio do contraditório.

Art. 57 - A pedido de uma das partes ou por iniciativa Art. 66 - Salvo acordo em contrário entre as partes,
própria, a instância arbitral poderá, em casos uma parte poderá emendar sua petição inicial,
excepcionais, estender um prazo fixado neste contestação ou pedido de reconvenção ou
regulamento ou acordado entre as partes. compensação durante o procedimento arbitral, exceto
quando a instância arbitral considerar que a emenda
Art. 58 - A instância arbitral terá competência para atrase demasiadamente o procedimento, viole o
conhecer objeções relativas à sua própria princípio do contraditório ou de outra forma prejudique
competência, suspeição ou impedimento dos árbitros, injustificadamente o andamento da arbitragem.
bem como nulidade, invalidade ou ineficácia da
cláusula compromissória de arbitragem ou do Art. 67 - Salvo acordo em contrário entre as partes,
compromisso arbitral. quando permitido pela instância arbitral, ou quando
disposto neste regulamento, nenhuma das partes ou
Art. 59 - Salvo acordo em contrário entre as partes, o seus representantes se comunicarão separadamente
local, ou os locais, onde se desenvolverá a com os árbitros a respeito do mérito da arbitragem.
arbitragem será determinado pelo Ministério da
Cultura, considerando as observações formuladas Parágrafo único - O disposto no caput não
pelas partes e as circunstâncias da arbitragem. interfere na possibilidade das partes de se
comunicarem com os árbitros sobre questões de
Art. 60 - A instância arbitral poderá determinar que organização, tais como locais, datas e horários das
documentos que não estejam na língua portuguesa audiências.
sejam acompanhados de sua tradução juramentada.
Art. 68 - A pedido de qualquer das partes, a instância
Art. 61 - A petição inicial deverá conter uma relação arbitral poderá determinar medidas cautelares que
completa dos fatos e fundamentos de direito em que julgue necessárias para conservar o objeto da tutela
se baseia a demanda, além de uma indicação clara pretendida.
dos pedidos.
§ 1º - A concessão de medida cautelar pode
Art. 62 - Sempre que possível, deverão acompanhar a se sujeitar a uma garantia apropriada da parte que a
petição inicial provas documentais em que o requereu, a critério da instância arbitral.
reclamante fundamenta sua demanda, com uma lista
dos referidos documentos. § 2º - Uma parte poderá requerer, em
circunstâncias excepcionais, uma garantia provisória
Art. 63 - A contestação deverá responder aos fatos e relativa a seu pedido, que será concedida a critério da
fundamentos de direito indicados na petição inicial e instância arbitral, quando julgar estarem presentes
será acompanhada, sempre que possível, de provas indícios de fato e de direito que fundamentem o
documentais a ela relacionadas. pedido e um perigo na demora para a obtenção da
tutela pretendida.

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MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

§ 3º - Eventual pedido de medida cautelar ou testemunhais, de peritos, ou para a argumentação


de caráter provisório, ou de sua execução, feito por oral.
uma das partes ao Poder Judiciário não será
considerado incompatível com o compromisso de § 1º - A audiência mencionada no caput
arbitragem e não significará renúncia a este acordo. deverá ser convocada em um prazo máximo de trinta
dias, contados a partir do recebimento da contestação
Art. 69 - Após o recebimento da contestação, pela instância arbitral.
a instância arbitral organizará uma audiência em que
será realizada uma tentativa de conciliação entre as § 2º - A instância arbitral notificará as partes
partes. com suficiente antecedência da data, hora e local da
audiência.
Parágrafo único - Não sendo possível chegar § 3º - Salvo acordo em contrário entre as
a um acordo por meio da conciliação, as ações partes, as audiências serão privadas.
subsequentes, os prazos e o procedimento a serem
seguidos serão determinados na audiência a que se § 4º - A instância arbitral determinará se as
refere o caput. audiências serão registradas e a forma do eventual
registro.
Capítulo VI
§ 5º - As partes poderão se manifestar por
Das Provas escrito acerca das provas ou argumentos
apresentados na audiência em um prazo de cinco
Art. 70 - A instância arbitral determinará a dias após seu término, salvo se outro prazo for
admissibilidade, pertinência e importância das provas acordado durante a audiência.
apresentadas.
Capítulo VIII
Parágrafo Único - A instância arbitral poderá
Das Testemunhas
requerer, a qualquer momento, por iniciativa própria
ou a pedido de uma parte, que se apresentem
documentos ou outras provas que considere Art. 73 - Antes de realizar qualquer audiência, a
necessárias ou apropriadas para o esclarecimento de instância arbitral poderá exigir a cada uma das partes
alguma questão da arbitragem. que notifique a identidade e as qualificações das
testemunhas que deseja convocar, bem como o
Art. 71 - A instância arbitral poderá, com autorização objeto do testemunho e sua importância para dirimir o
das partes, solicitar consulta técnica ao setor conflito.
competente do Ministério da Cultura ou a perito
independente escolhido pela instância arbitral, após § 1º - A instância arbitral poderá limitar ou
prévia consulta com as partes. rejeitar o comparecimento de qualquer testemunha se
considerá-lo desnecessário ou impertinente.
§ 1º - O perito consultado ou o responsável
pela consulta do Ministério da Cultura deverá firmar § 2º - As partes poderão interrogar, sob o
um compromisso de confidencialidade, quando assim controle da instância arbitral, as testemunhas que
desejarem as partes. apresentem provas orais.

§ 2º - Às partes será concedido o prazo de § 3º - A instância arbitral poderá formular


cinco dias, contados a partir da ciência do laudo perguntas às testemunhas em qualquer momento da
técnico, para se manifestarem sobre seu conteúdo. audiência em que estejam presentes.

§ 3º - A pedido de qualquer uma das partes, o § 4º - As partes poderão apresentar


perito poderá ser convocado para audiência na qual depoimentos por escrito, com a assinatura da
as apartes poderão formular perguntas e requerer testemunha ou em documento público, podendo a
esclarecimentos sobre pontos omissos ou instância arbitral condicionar a admissibilidade desses
controvertidos do laudo técnico. testemunhos à disponibilidade da testemunha para
apresentá-lo oralmente.
Capítulo VII
§ 5º - Cada parte será responsável pelos
Das Audiências arranjos práticos, custos e disponibilidade dos
testemunhos que queira convocar.
Art. 72 - A pedido de qualquer uma das partes ou por
§ 6º - A instância arbitral determinará se uma
iniciativa própria, a instância arbitral designará uma
testemunha deverá ou não se retirar da audiência em
audiência para a apresentação de provas
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Conexos)

qualquer momento, em especial durante o será tomada por maioria, podendo o árbitro vencido
depoimento de outras testemunhas. registrar os motivos de seu dissenso.

Capítulo IX Art. 78 - A sentença arbitral será proferida no prazo


estipulado pelas partes.
Da Revelia
§ 1º - Nada tendo sido convencionado, o
prazo para a apresentação da sentença é de trinta
Art. 74 - A revelia da parte não impedirá que seja
dias, contados da data de encerramento do
proferida a sentença arbitral.
procedimento.
Capítulo X § 2º - A sentença arbitral conterá:
Do Encerramento do Procedimento Arbitral
I - o relatório resumido do conflito e do
procedimento, com os nomes das partes envolvidas;
Art. 75 - A instância arbitral declarará encerrado o
procedimento quando estiver satisfeita de que as II - os fundamentos da decisão, expondo as
partes tenham tido a oportunidade para apresentar questões de fato e de direito analisadas e
seus argumentos e provas. mencionando expressamente se o árbitro julgou por
equidade;
Parágrafo único - Em casos excepcionais e
se a instância arbitral julgar necessário, o III - o dispositivo, em que o Tribunal Arbitral
procedimento já encerrado poderá ser reaberto, por resolverá as questões que lhe foram submetidas e
iniciativa própria ou a pedido de uma parte, em estabelecerá prazo para o cumprimento da decisão,
qualquer momento anterior à divulgação da sentença se for o caso;
arbitral.
IV - a data e o lugar em que foi proferida; e
Capítulo XI
V - a assinatura dos árbitros.
Das Nulidades
Art. 79 - Ao aceitarem o procedimento de arbitragem
Art. 76 - Eventual erro no cumprimento deste conforme este regulamento, as partes se
regulamento ou nas determinações da instância comprometem a cumprir a sentença arbitral sem
arbitral deverá ser alegado na primeira oportunidade atrasos.
em que couber à parte se manifestar no
procedimento, sob pena de preclusão. Art. 80 - Se, no decurso da arbitragem, as partes
chegarem a acordo quanto ao conflito, a instância
§ 1º - A parte que descumpriu alguma arbitral, a pedido das partes, declarará tal fato
determinação deste regulamento ou da instância mediante sentença arbitral.
arbitral não poderá invocar a nulidade desse mesmo
ato. Art. 81 - No prazo de cinco dias, a contar do
recebimento da notificação ou da ciência pessoal da
§ 2º - Nenhum ato será declarado nulo, se da sentença arbitral, a parte interessada, mediante
nulidade não resultar prejuízo para as partes. comunicação à outra parte, poderá solicitar à
instância arbitral que:
Capítulo XII
I - corrija qualquer erro material da sentença
Da Sentença Arbitral e Outras Decisões arbitral;

II - esclareça alguma obscuridade, dúvida ou


Art. 77 - A instância arbitral poderá proferir decisões contradição da sentença arbitral, ou se pronuncie
preliminares, provisórias, interlocutórias, parciais ou sobre ponto omitido a respeito do qual devia
definitivas. manifestar-se a decisão.

§ 1º - Toda decisão será feita por escrito e Art. 82 - A instância arbitral decidirá, no prazo de dez
indicará a sua motivação e a data em que foi dias, aditando a sentença arbitral, se for o caso, e
proferida. notificando as partes.

§ 2º - Salvo acordo em contrário entre as


partes ou na hipótese de árbitro único, toda decisão

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MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

Capítulo XIII
Art. 86 - A sentença arbitral será confidencial e só
Da Confidencialidade poderá ser divulgada a terceiros quando:

Art. 83 - Salvo acordo em contrário das partes, são I - as partes assim autorizarem;
consideradas confidenciais as informações, em
qualquer meio, que: II - tenha sido disponibilizada ao público em
um processo judicial ou administrativo; ou
I - estejam na posse de uma das partes;
III - deva ser divulgada para cumprir uma
II - não sejam de caráter público ou de livre obrigação legal imposta a uma parte ou para proteger
acesso ao público; direitos de uma parte frente a terceiros.

III - tenham importância comercial, financeira Art. 87 - Salvo acordo em contrário entre as partes ou
ou industrial; e determinação judicial, o Ministério da Cultura e a
instância arbitral manterão o caráter confidencial da
IV - sejam consideradas confidenciais pela arbitragem, da sentença arbitral e de qualquer prova
parte que a possua; documental ou de outras provas utilizadas durante a
arbitragem.
§ 1º - A parte que queira invocar o caráter
confidencial de qualquer informação que deseja Parágrafo único - Sem prejuízo do disposto
submeter à instância arbitral ou a terceiro indicado no caput, o Ministério da Cultura poderá incluir
pela instância arbitral deverá solicitar que essa informações relativas à arbitragem em estatísticas
informação seja classificada como confidencial globais de suas atividades que vierem a ser
mediante notificação à instância arbitral, com cópia publicadas, desde que essas informações não
para a outra parte, indicando as razões pelas quais permitam a identificação das partes ou as
considera a informação confidencial. circunstâncias particulares da controvérsia.

§ 2º - A instância arbitral deverá decidir se a Capítulo XIV


informação deve ser classificada como confidencial,
Das Taxas, das Custas e dos Honorários do
determinando, caso julgue necessário, em quais
condições e a quem a informação poderá ser Árbitro
revelada, em todo ou em parte, e requerendo que a
pessoa a quem a informação for revelada assine um Art. 88 - O Ministério da Cultura estabelecerá o valor
compromisso de confidencialidade. dos honorários do árbitro, assim como as
modalidades e calendário de pagamento, tendo em
§ 3º - Além das informações classificadas conta o montante em disputa, a complexidade do
como confidenciais a pedido de uma parte, serão objeto da controvérsia, os costumes e os preços
consideradas confidenciais qualquer prova médios praticados em procedimentos semelhantes e
documental ou testemunhal apresentada por uma qualquer outra circunstância pertinente ao caso, em
parte. conformidade com a tabela de taxas em vigor e após
consulta com os árbitros e as partes.
Art. 84 - As partes não poderão divulgar
unilateralmente a terceiros qualquer informação Art. 89 - Após a nomeação da instância arbitral, o
relativa à existência da arbitragem, salvo quando seja Ministério da Cultura determinará o depósito pelas
necessário: partes, em igual proporção, relativo à antecipação de
custas da arbitragem, incluindo, em particular, o valor
I - devido a uma ação judicial relativa à estimado dos honorários dos árbitros e outras
arbitragem; despesas da arbitragem.

II - para a execução da sentença arbitral; ou Parágrafo único - O Ministério da Cultura


poderá solicitar às partes que procedam a depósitos
III - por obrigação legal ou determinação de complementares.
uma autoridade competente.
Art. 90 - Se, após transcorridos quinze dias a contar
Art. 85 - Sempre que uma testemunha for autorizada do segundo aviso por escrito do Ministério da Cultura,
a acessar provas ou outras informações confidenciais uma das partes não efetuar o depósito solicitado, o
da arbitragem, a parte que a convocou se requerimento de arbitragem ou o pedido de
responsabilizará pelo cumprimento das regras de reconvenção será considerado abandonado.
confidencialidade pela testemunha.

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MinC - Instrução Normativa nº 4 – Regulamento de Mediação e Arbitragem em Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos
Conexos)

Parágrafo único - Na hipótese prevista no § 1º - As partes deverão fornecer e manter


caput, o Ministério da Cultura notificará o fato por atualizadas as informações sobre o local e os meios
escrito às partes. para recebimento de notificações e de outras
comunicações.
Art. 91 - Após o encerramento da arbitragem, o
Ministério da Cultura deverá transmitir às partes o § 2º - Os prazos começam a correr a partir da
extrato contábil relativo aos depósitos efetuados e data da notificação ou comunicação ou, no caso das
reembolsar saldo eventualmente existente, ou telecomunicações, da data em que foi realizada a
solicitar às partes quantias pendentes relativas à transmissão, excluindo-se da contagem o dia do
arbitragem. começo e incluindo-se o do vencimento.

Art. 92 - A instância arbitral determinará na sentença § 3º - Considera-se prorrogado o prazo até o


arbitral as custas da arbitragem, as quais deverão primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado oficial
incluir, entre outros: ou em dia não útil no domicílio ou local de trabalho do
destinatário.
I - os honorários dos árbitros;
Capítulo II
II - os gastos com viagens, comunicações e
outros gastos dos árbitros relativos à arbitragem; Da Isenção de Responsabilidade

III - os custos de peritos ou qualquer outra


Art. 95 - Salvo em caso de infração intencional ou de
forma de assistência requerida pelos árbitros com
comprovada má-fé, o ministério da cultura e o
base neste regulamento; e
mediador ou árbitro não serão responsáveis ante
nenhuma parte por nenhum ato ou omissão em
IV - qualquer outro gasto necessário para a
relação a qualquer mediação ou arbitragem realizada
realização do procedimento arbitral.
em conformidade com o presente regulamento.
§ 1º - Sempre que possível, as custas serão
debitadas dos depósitos adiantados pelas partes.
JOÃO CALDEIRA BRANT MONTEIRO DE CASTRO
§ 2º - Salvo acordo em contrário entre as
partes, a instância arbitral determinará a divisão das
Este texto não substitui o publicado no DOU de
custas da arbitragem e das taxas administrativas
8.7.2015.
entre as partes, levando em consideração as
circunstâncias da arbitragem e seu resultado.

Art. 93 - Considerando as circunstâncias da


arbitragem e seu resultado, salvo acordo em contrário
entre as partes, a instância arbitral poderá determinar
na sentença arbitral que uma parte efetue pagamento
total ou parcial correspondente aos gastos
razoavelmente despendidos pela outra parte para
apresentar sua demanda, inclusive com
representantes, advogados e testemunhas.

Título IV
Disposições Finais
Capítulo I
Das Notificações e Prazos

Art. 94 - Qualquer notificação ou comunicação que


possa ou deva ser realizada em virtude deste
regulamento será feita por escrito e transmitida por
correio, fax, correio eletrônico ou qualquer outro meio
de comunicação que forneça um registro de seu
envio.

52
MinC - Portaria nº 53 – Constitui a Comissão Permanente para o Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva - CPAGC

Art. 4º A Presidência da Comissão será exercida pelo


PORTARIA Nº 53, DE 7 DE JULHO DE 2015 Diretor de Direitos Intelectuais.
Constitui a Comissão Permanente para o § 1º A Secretaria-Executiva ficará a cargo do
Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva – Coordenador-Geral de Licenciamento Administrativo
CPAGC, com a finalidade de promover o e Monitoramento da Diretoria de Direitos Intelectuais.
aprimoramento da gestão coletiva de
direitos autorais no Brasil. § 2º O Presidente da Comissão designará,
dentre os servidores da Diretoria de Direitos
Intelectuais, no máximo cinco pessoas que
fornecerão o apoio técnico e administrativo para o
O MINISTRO DE ESTADO DA CULTURA, exercício das atribuições da Comissão definidas no
INTERINO, no uso das atribuições que lhe são Regimento Interno, em anexo.
conferidas pelo inciso II do parágrafo único do art. 87
da Constituição, em conformidade com o inciso I do Art. 5º A participação na Comissão Permanente para
art. 1º do Decreto nº 6.532, de 5 de agosto de 2008, e o Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva será
tendo em vista o disposto no artigo 7º da Lei nº considerada prestação de serviço público relevante e
12.853, de 14 de agosto de 2013, e nos artigos 26 a não será remunerada.
28 do Decreto nº 8.469, de 22 de junho de 2015,
resolve: Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 1º Constituir a Comissão Permanente para o
Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva - CPAGC, e JOÃO CALDEIRA BRANT MONTEIRO DE CASTRO
aprovar e publicar o Regimento Interno, na forma do
anexo I da presente Portaria.
Anexo I
Art. 2º A Comissão Permanente para o
Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva será composta Regimento Interno
por:
Comissão Permanente para o
I - três representantes do Ministério da Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva –
Cultura; CPAGC

II - um representante do Ministério da Justiça;


Capítulo I
III - um representante do Ministério das
Relações Exteriores; Finalidade e Estrutura

IV - um representante do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Art. 1º A Comissão Permanente para o
Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva - CPAGC é
V - um representante do Conselho órgão colegiado de assessoramento e tem por
Administrativo de Defesa Econômica - CADE; finalidade promover o aprimoramento contínuo da
gestão coletiva de direitos autorais no Brasil, por meio
VI - um representante da Agência Nacional do da análise da atuação e dos resultados obtidos pelas
Cinema - Ancine; entidades brasileiras, bem como do exame das
melhores práticas internacionais, nos termos do art.
VII - quatro representantes de associações 7º da Lei nº 12.853, de 14 de agosto de 2013, e do
representativas de titulares de direitos autorais Decreto nº 8.469, de 22 de junho de 2015.
;e
Art. 2º A CPAGC possui a seguinte estrutura
VIII - quatro representantes de associações organizacional:
representativas de usuários.
I - Plenário;
Art. 3º A designação dos membros, titulares e
suplentes, da Comissão Permanente para o II - Grupos Setoriais;
Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva deverá ocorrer
em até sessenta dias após a publicação desta III - Grupos de Trabalho; e
Portaria.
IV - Secretaria-Executiva.

53
MinC - Portaria nº 53 – Constitui a Comissão Permanente para o Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva - CPAGC

Art. 3º A CPAGC e seu Plenário serão presididos pela complementares voltadas à correta execução da Lei
Presidência da Comissão, que será exercida pelo nº 9.610, de 1998, e do Decreto nº 8.469, de 2015;
Diretor de Direitos Intelectuais e, em sua ausência,
pelo Secretário-Executivo. VI - sugerir ao Ministério da Cultura a
realização de estudos, pareceres, relatórios ou notas
§ 1º Nas ausências do Presidente e de seu técnicas;
substituto, a presidência do Plenário e da CPAGC
será exercida pelo terceiro representante do VII - monitorar os resultados da mediação e
Ministério da Cultura na Comissão. arbitragem promovida nos termos do artigo 25 do
Decreto nº 8.469, de 22 de junho de 2015;
§ 2º O Presidente da Comissão designará,
dentre os servidores do Ministério da Cultura, no VIII - pronunciar sobre outros assuntos
máximo cinco pessoas que fornecerão o apoio relativos à gestão coletiva de direitos autorais,
técnico e administrativo para o exercício das quando demandado pelo Ministério da Cultura; e
atribuições da Comissão definidas no presente
Regimento Interno. IX - propor alterações ao seu regimento
interno.
§ 3º A participação na Comissão Permanente
para o Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva será Seção II
considerada prestação de serviço público relevante e
não será remunerada. Plenário

Capítulo II Art. 5º Compete ao Plenário da CPAGC:


Competência e Composição
I - estabelecer orientações e diretrizes
Seção I pertinentes aos objetivos e ao funcionamento das
associações de gestão coletiva de direitos autorais e
Competência do ente arrecadador;

Art. 4º Compete à CPAGC: II - acompanhar e avaliar o funcionamento


das associações de gestão coletiva de direitos
I - monitorar o cumprimento dos princípios e autorais e do ente arrecadador;
regras estabelecidos na Lei nº 9.610, de 1998, e no
Decreto nº 8.469, de 22 de junho de 2015, por III - fiscalizar, acompanhar e avaliar as
associações de gestão coletiva, Escritório Central e prestações de contas, os relatórios anuais de
usuários, podendo solicitar ao Ministério da Cultura as atividades e os resultados das associações de gestão
informações e documentos que se fizerem coletiva de direitos autorais e do ente arrecadador;
necessários;
IV - estabelecer cooperação com
II - recomendar ao Ministério da Cultura a organizações não governamentais e o setor
adoção das providências cabíveis, como empresarial;
representação ao Ministério Público ou ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica - CADE, quando V - incentivar a participação democrática na
verificada irregularidade cometida por associações de gestão coletiva dos direitos autorais;
gestão coletiva, Escritório Central ou usuários;
VI - delegar às diferentes instâncias
III - pronunciar-se, mediante demanda do componentes da CPAGC a deliberação e
Ministério da Cultura, sobre os processos acompanhamento de matérias;
administrativos referentes a sanções às associações
de gestão coletiva, ao Escritório Central ou aos VII - manifestar-se sobre os processos
usuários; administrativos referentes a sanções às associações
de gestão coletiva, ao ente arrecadador e a usuários,
IV - pronunciar-se, mediante demanda do quando demandado; e
Ministério da Cultura, sobre os regulamentos de
cobrança e distribuição das associações de gestão VIII - propor alterações ao regimento interno
coletiva e do Escritório Central; da CPGAC.

V - subsidiar o Ministério da Cultura, quando Art. 6º O Plenário será integrado por representante
demandada, na elaboração de normas titular e suplente dos seguintes órgãos e entidades:

54
MinC - Portaria nº 53 – Constitui a Comissão Permanente para o Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva - CPAGC

I - três representantes do Ministério da II - promover o diálogo entre poder público,


Cultura; sociedade civil e os agentes culturais, com vistas a
fortalecer a difusão da cultura e a circulação de
II - um representante do Ministério da Justiça; ideias;

III - um representante do Ministério das III - propor e acompanhar estudos que


Relações Exteriores; permitam identificação e diagnósticos precisos de
questões ligadas à gestão coletiva de direitos autorais
IV - um representante do Ministério do em seus setores;
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
IV - promover pactos setoriais que visem ao
V - um representante do Conselho aperfeiçoamento da gestão coletiva, pela diminuição
Administrativo de Defesa Econômica - CADE; de custos, aumento de eficiência, maior transparência
e boa governança;
VI - um representante da Agência Nacional do
Cinema - Ancine; V - incentivar a criação de redes sociais que
subsidiem a formulação, a implantação e a
VII - quatro representantes de associações continuidade de projetos de aperfeiçoamento da
representativas de titulares de direitos autorais; e gestão coletiva;

VIII - quatro representantes de associações VI - subsidiar a CPAGC na avaliação dos


representativas de usuários. resultados anuais das atividades das associações de
gestão coletiva e do ente arrecadador;
§ 1º Os representantes referidos nos incisos
VII e VIII do caput e respectivos suplentes serão VII - receber as informações necessárias para
escolhidos pelo Ministro de Estado da Cultura, após a avaliação e o aprimoramento da gestão coletiva em
indicação de entidades, organizações ou associações seus setores;
civis reconhecidas de pessoas de notório saber na
área de direito de autor e direitos conexos, para VIII- auxiliar a CPAGC em matérias relativas
mandato de dois anos, permitida uma recondução. aos setores concernentes, respondendo às
demandas do Plenário;
§ 2º Os membros titulares e suplentes serão
designados em ato do Ministro de Estado da Cultura. IX - incentivar a promoção de atividades de
estudo e pesquisa;
§ 3º No caso de impossibilidade de
participação nas reuniões, ordinárias ou X - subsidiar o Plenário na elaboração de
extraordinárias, os membros da CPAGC, titulares ou proposições e recomendações no âmbito da CPAGC;
suplentes, poderão indicar representantes, sem e
direito a voto, por meio de prévio comunicado à
Secretaria-Executiva da Comissão. XI - debater e emitir parecer sobre consulta
que lhe for encaminhada pela CPAGC.
§ 4º O Presidente da CPAGC poderá convidar
para participar das discussões outros órgãos, Art. 8º Os Grupos Setoriais serão compostos por até
instituições, entidades do poder público ou da seis membros titulares e suplentes da CPAGC,
sociedade civil, e especialistas, cuja contribuição se representantes do poder público e da sociedade civil,
mostrar necessária e oportuna para os objetivos considerada a natureza técnica da matéria de sua
almejados. competência e a finalidade dos órgãos ou entidades
representados.
Seção III
§ 1º As indicações e escolhas dos
Grupos Setoriais e Grupos de Trabalho representantes titulares e suplentes de cada Grupo
Setorial serão feitas pelo Presidente da CPAGC.
Art. 7º Compete aos Grupos Setoriais:
§ 2º Para dirimir eventuais conflitos de
interesses, o Ministro de Estado da Cultura poderá
I - debater, analisar, acompanhar, solicitar
indicar até três membros suplementares de
informações e fornecer subsídios à CPAGC para a
reconhecida atuação nos setores atinentes.
definição de orientações e diretrizes pertinentes aos
objetivos e ao funcionamento das associações de
Art. 9º O Plenário, o Presidente e o Secretário-
gestão coletiva e ente arrecadador de seus setores;
Executivo da CPAGC poderão, para esclarecimento

55
MinC - Portaria nº 53 – Constitui a Comissão Permanente para o Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva - CPAGC

de uma determinada matéria, criar Grupos de § 1º As reuniões extraordinárias serão


Trabalho ad hoc. convocadas com antecedência mínima de quinze
dias, quando serão enviados pauta e documentos.
Parágrafo único. Os Grupos de Trabalho
terão caráter temporário e estabelecerão, em sua § 2º As reuniões extraordinárias poderão ser
primeira reunião, o cronograma e a data de realizadas fora do Distrito Federal, por meio de
encerramento dos seus trabalhos, que obedecerão ao decisão devidamente motivada.
prazo máximo de cento e oitenta dias, prorrogáveis
por igual período, a critério do Presidente da CPAGC, Art. 12. A matéria a ser submetida à apreciação da
mediante justificativa de seu coordenador e Comissão pode ser apresentada por qualquer
apresentação dos avanços obtidos. membro e constituir-se-á de:

Capítulo III I - recomendação, quando se tratar de


manifestação sobre implementação de diretrizes,
Funcionamento programas e normas com repercussão na área de
Seção I gestão coletiva de direitos autorais; e

Funcionamento e Atribuições dos Membros II - proposição, quando se tratar de matéria a


do Plenário ser encaminhada às comissões do Senado Federal e
da Câmara dos Deputados;

Subseção I § 1º A matéria de que trata este artigo será


encaminhada ao Secretário-Executivo da Comissão,
Do Funcionamento que a colocará na pauta da instância apropriada da
Comissão para análise e tramitação conforme ordem
cronológica de apresentação ou atendendo às
Art. 10. O Plenário da CPAGC reunir-se-á, prioridades fixadas pela própria Comissão.
ordinariamente e extraordinariamente, por
convocação do seu Presidente ou em decorrência de § 2º As proposições e as recomendações
requerimento de um terço dos Membros. serão datadas e numeradas em ordem distinta.
§ 1º O Plenário deliberará com a presença de, § 3º As propostas que implicarem despesas
no mínimo, dois terços de seus Membros. deverão indicar a fonte da respectiva receita.
§ 2º As deliberações do Plenário serão § 4º A responsabilidade pela apresentação na
tomadas pela maioria simples dos presentes, tendo o reunião de matéria oriunda de Grupos de Trabalho
Presidente direito a voto nominal e, em caso de será de seu representante na CPAGC.
empate, a voto de qualidade.
§ 5º O representante do Grupo de Trabalho
§ 3º O exercício do voto é privativo dos na CPAGC poderá delegar a apresentação de
membros, titulares ou suplentes, não sendo permitido matéria a qualquer outro integrante da Comissão, ou
seu exercício por representantes. ainda ao relator do Grupo de Trabalho que o
preparou.
§ 4º A substituição do membro titular na
reunião poderá ser feita somente por suplente Art. 13. As reuniões ordinárias terão suas atas
formalmente indicado junto à Comissão, que terá assinadas pelo Secretário-Executivo da CPAGC,
direito a voz e voto na ausência do titular. delas constando:
§ 5º As deliberações do Plenário serão I - abertura da sessão;
registradas em atas. § 6º As atas serão aprovadas
em reunião seguinte e assinadas pelo Presidente do II - apresentação de novos membros;
Conselho.
III - votação da ata da reunião anterior;
§ 7º A Secretaria-Executiva providenciará a
publicação do resumo da ata, após a sua aprovação. IV - apresentação da ordem do dia e
encaminhamentos à mesa, de pedido de inversão de
Art. 11. As reuniões extraordinárias tratarão pauta, retirada de matérias e, por escrito, de
exclusivamente das matérias objeto de sua requerimentos de urgência e propostas de
convocação, somente podendo ser deliberados os recomendação, dando conhecimento imediato ao
assuntos que constem da pauta da reunião. Plenário;

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§ 2º Serão permitidos apartes durante as


V - discussão e votação das matérias da discussões, desde que concedidos pelo orador,
ordem do dia; descontados de seu tempo e vedadas as discussões
paralelas.
VI - apresentação de informes; e
§ 3º Encerrados os debates, não será
VII - encerramento. permitido o uso da palavra, exceto para
encaminhamento da votação.
Parágrafo único. A inversão de pauta e
retirada de matéria poderão ser sugeridas por § 4º A abstenção ou voto em branco não
qualquer dos membros da Comissão e dependerão altera o quórum. § 5º A votação será nominal quando
de aprovação, por maioria simples, dos membros solicitada por, no mínimo, dez membros, com o
presentes. representante declarando apenas seu nome completo
e seu voto.
Art. 14. O Plenário poderá apreciar matéria não
constante da pauta, mediante justificativa e § 6º Realizada a votação, qualquer membro
requerimento de regime de urgência. poderá apresentar declaração de voto cujo teor será
registrado em ata.
§ 1º O requerimento de urgência poderá ser
apresentado pelo Presidente ou ser subscrito por um § 7º O membro poderá declarar-se impedido
mínimo de oito membros e encaminhado ao de participar da discussão e votação sendo, neste
Secretário-Executivo, a qualquer tempo. caso, computada sua presença para efeito de
quórum.
§ 2º O requerimento de urgência poderá ser
acolhido, a critério do Plenário, por maioria simples. Art. 16. É facultado a qualquer membro, com direito a
voto, requerer vista, devidamente justificada, de
§ 3º A matéria cujo regime de urgência não matéria não julgada, ou ainda, solicitar a retirada de
tenha sido aprovado deverá ser incluída, pauta de matéria de sua autoria.
obrigatoriamente, na pauta da reunião subsequente,
seja ordinária ou extraordinária, observados os § 1º A matéria objeto de pedido de vista
prazos regimentais. deverá constar da pauta da reunião subsequente,
ordinária ou extraordinária, quando deverá ser
§ 4º Na hipótese de o requerimento de exposto o parecer do respectivo membro.
urgência ser encaminhado com antecedência mínima
de cinco dias, o Secretário-Executivo dará ciência aos § 2º O parecer relativo à matéria objeto de
demais conselheiros em até dois dias de pedido de vista deverá ser encaminhado ao
antecedência da realização da reunião ordinária Secretário-Executivo no prazo estabelecido pelo
subsequente. Presidente.

Art. 15. A deliberação das matérias em Plenário § 3º Quando mais de um membro pedir vista,
deverá obedecer à seguinte ordem: o prazo para apresentação dos pareceres correrá
simultaneamente.
I - o Presidente apresentará o item incluído na
ordem do dia e dará a palavra ao relator da matéria, § 4º É intempestivo o pedido de vista ou de
que apresentará seu parecer oral ou escrito; retirada de pauta após iniciada a votação da matéria.

II - terminada a exposição, a matéria será § 5º As matérias que estiverem sendo


colocada em discussão, podendo qualquer membro discutidas em regime de urgência somente poderão
manifestar-se a respeito, escrita ou oralmente; e ser objeto de concessão de pedidos de vista se o
Plenário assim o decidir, por maioria simples.
III - encerrada a discussão, verificar-se-á a
solicitação de pedidos de vista e, não havendo, o § 6º A matéria poderá ser retirada de pauta
Plenário votará a matéria. por pedido de vista somente uma vez.

§ 1º A manifestação de que trata o inciso II § 7º O membro que requerer vista e não


deste artigo deverá limitar-se a um máximo de cinco apresentar o respectivo parecer no prazo estipulado
minutos por membro, prorrogáveis por igual período, receberá advertência por escrito do Presidente.
ressalvados casos de alta relevância, a critério do
Presidente. § 8º A matéria objeto de pedido de vista
constará da pauta da reunião subsequente,

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independentemente da apresentação do respectivo § 1º Ao Presidente da CPAGC caberá o voto


parecer no prazo estipulado. de qualidade somente nas decisões que resultarem
empate.
Art. 17. As reuniões poderão ser gravadas e as atas § 2º O Presidente não assinará deliberação
deverão ser redigidas de forma a retratar as ou qualquer ato que diga, diretamente, respeito a si
discussões relevantes e todas as decisões tomadas próprio ou à qualidade de sua gestão, sendo para tal
pelo Plenário e, depois de aprovadas pela CPAGC, escolhido, em Plenário, o membro que o fará, no ato
assinadas pelo Presidente e pelo Secretário- de aprovação dos mesmos.
Executivo.
Art. 19. Ao Secretário-Executivo da Comissão
Parágrafo único. As gravações serão incumbe:
mantidas até a aprovação da respectiva ata.
I - presidir a CPAGC na ausência do
Subseção II Presidente;

Das Atribuições II - criar Grupos de Trabalho ad hoc, para


esclarecimento de uma determinada matéria;
Art. 18. Ao Presidente incumbe:
III - aprovar as pautas das reuniões ordinárias
e extraordinárias;
I - convocar e presidir as reuniões do
Plenário, cabendo-lhe, além do voto pessoal, o de
IV - assinar, em conjunto com o Presidente,
qualidade;
todas as decisões tomadas pelo Plenário, depois de
aprovadas pela CPAGC;
II - ordenar o uso da palavra;
V - assinar, em conjunto com o Presidente, as
III - submeter à votação as matérias a serem
proposições e as recomendações aprovadas pelo
decididas pelo Plenário, intervindo na ordem dos
Plenário;
trabalhos ou suspendendo-os, sempre que
necessário;
VI - desempenhar as competências
delegadas pelo Presidente, no estrito âmbito da
IV - assinar:
delegação;
a) atas aprovadas nas reuniões;
VII - presidir o Plenário, na ausência do
Presidente;
b) portaria de designação dos membros da
Comissão;
VIII - zelar pelo cumprimento das disposições
deste Regimento Interno, adotando as providências
c) deliberações da Comissão e atos relativos
que se fizerem necessárias.
ao seu cumprimento.
Art. 20. Aos membros incumbe:
V - submeter à apreciação do Plenário o
relatório anual da Comissão;
I - comparecer às reuniões para as quais
forem convocados;
VI - coordenar os trabalhos no âmbito da
CPAGC;
II - participar das atividades da CPAGC, com
direito a voz e voto;
VII - delegar competências ao Secretário-
Executivo, quando necessário;
III - debater e deliberar sobre as matérias em
discussão;
VIII - designar, os servidores da Diretoria de
Direitos Intelectuais que fornecerão o apoio técnico e
IV - requerer informações, providências e
administrativo para o exercício das atribuições da
esclarecimentos junto ao Presidente ou ao Secretário-
Comissão; e,
Executivo da CPAGC;
IX - zelar pelo cumprimento das disposições
V - participar dos Grupos de Trabalho para os
deste Regimento Interno, adotando as providências
quais for indicado;
que se fizerem necessárias.
VI - presidir, quando eleito, os trabalhos do
Grupo de Trabalho;

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VII - pedir vista de matéria, na forma plenário, submetido à aprovação do Presidente da


regimental; CPAGC.

VIII - apresentar relatórios e pareceres, nos Parágrafo único. Até a aprovação de


prazos fixados; regimento próprio, as regras de funcionamento dos
Grupos Setoriais não previstas nesta Seção
IX - propor temas e assuntos para a observarão, no que couber, as regras de
deliberação e ação do Plenário sob forma de funcionamento estabelecidas para o Plenário no art.
propostas de recomendação e proposição; 10 e seguintes deste Regimento Interno.

X - propor questões de ordem nas reuniões Seção III


plenárias;
Grupos de Trabalho
XI - solicitar a verificação de quórum; e
Art. 25. Os Grupos de Trabalho serão presididos por
XII - observar em suas manifestações as um dos membros, titular ou suplente, e, na ausência
regras básicas da convivência e do decoro. deste, por um vicepresidente, ambos eleitos na
primeira reunião ordinária da respectiva instância, por
Seção II maioria simples de votos.
Grupos Setoriais
§ 1º Os trabalhos serão conduzidos, na
primeira reunião ordinária do Grupo de Trabalho, pelo
Art. 21. As reuniões dos Grupos Setoriais serão Secretário-Executivo da Comissão,até a eleição do
semestrais, podendo ter sua periodicidade elevada, seu Presidente.
excepcionalmente, em razão de plano de trabalho
apresentado e aprovado pelo Plenário. § 2º Em caso de vacância do Presidente, será
realizada nova eleição, em conformidade com o
Parágrafo único. O Presidente da CPAGC disposto no caput deste artigo.
poderá convocar extraordinariamente qualquer dos
Grupos Setoriais. Art. 28. As reuniões dos Grupos de Trabalho serão
convocadas por seu Presidente, de comum acordo
Art. 22. As reuniões dos Grupos Setoriais serão com o Secretário-Executivo da Comissão, com a
instaladas com a presença da maioria simples de antecipação mínima de dez dias úteis.
seus membros.
§ 1º As reuniões serão reservadas, podendo
§ 1º As reuniões dos Grupos Setoriais serão transformar-se em públicas por deliberação do
realizadas, preferencialmente, em Brasília. Presidente, ouvido o Secretário-Geral da Comissão.

§ 2º Além das reuniões presenciais, serão § 2º As reuniões deverão ser realizadas,


utilizados recursos tecnológicos como meio de preferencialmente, em datas não coincidentes com as
intensificar os debates, especialmente do Plenário da CPAGC.
videoconferências, fóruns de discussão na internet e
mecanismos públicos de consulta não presenciais, a § 3º As reuniões poderão ser realizadas, a
serem viabilizados pela Diretoria de Direitos critério do Secretário-Executivo da Comissão e em
Intelectuais. caráter excepcional, fora do Distrito Federal, em
território nacional, mediante justificada solicitação
Art. 23. As decisões dos Grupos Setoriais serão formal do Presidente.
tomadas por maioria simples de votos, à exceção das
situações que exijam quórum qualificado, de acordo § 4º As reuniões serão registradas de forma
com seu Regimento Interno. sumária, em ata própria e assinadas pelo relator da
reunião e pelo respectivo Presidente.
Parágrafo único. Todos os documentos,
relatórios e atas de reuniões - presenciais ou remotas Art. 29. As regras de funcionamento dos Grupos de
- produzidos pelos Grupos Setoriais deverão ser Trabalho não previstas nesta seção observarão, no
colocados à disposição em sítio eletrônico, remetidos que couber, as regras de funcionamento
aos membros do colegiado e arquivados pela estabelecidas para o Plenário no art. 10 e seguintes
Diretoria de Direitos Intelectuais. deste Regimento Interno.

Art. 24. O funcionamento dos Grupos Setoriais será


estabelecido em regimento próprio, proposto por seu

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MinC - Portaria nº 53 – Constitui a Comissão Permanente para o Aperfeiçoamento da Gestão Coletiva - CPAGC

Capítulo IV XV - comunicar, encaminhar e fazer publicar


as deliberações emanadas do Plenário;
Organização Administrativa
XVI - promover a integração de temas da
Art. 30. A Secretaria-Executiva da CPAGC será CPAGC e das demais Comissões e Conselhos,
dirigida pelo Secretário-Executivo da Comissão, que quando for o caso;
terá sua nomeação e substituição designadas
conforme a legislação vigente. XVII - responder pela comunicação interna e
externa da CPAGC;
Art. 31. À Secretaria-Executiva da CPAGC compete:
XVIII - adotar ou propor medidas que
I - assessorar o Presidente da Comissão na objetivem o aperfeiçoamento dos serviços afetos à
fixação de diretrizes e nos assuntos de sua Comissão;
competência;
XIX - baixar atos administrativos necessários
II - planejar, organizar e coordenar as à execução dos trabalhos da Comissão; e
atividades técnicas e administrativas da CPAGC;
XX - executar as atribuições correlatas
III - organizar e manter o arquivo de determinadas pelo Presidente;
documentação relativo às atividades de todas as
instâncias da CPAGC; Capítulo V
Disposições Gerais e Transitórias
IV - propor e acompanhar o calendário e a
agenda das reuniões das instâncias da CPAGC;
Art. 32. O Plenário poderá propor alterações no
V - sistematizar e preparar a pauta das presente regimento mediante a aprovação de dois
reuniões do Plenário; terços de seus membros.

VI - articular as reuniões preparatórias, Art. 33. Os casos omissos e as dúvidas surgidas na


conjuntas e plenárias; aplicação do presente Regimento Interno serão
solucionados pelo Presidente da CPAGC, ouvido o
VII - convocar as reuniões da CPAGC, por Plenário.
determinação de seu Presidente;
Art. 34. Este Regimento Interno entra em vigor a partir
VIII - prover os trabalhos de secretaria técnica de sua aprovação pelo Ministro de Estado da Cultura.
e administrativa necessários ao funcionamento da
Comissão que lhe forem encaminhadas;

IX - coordenar, orientar e supervisionar as JOÃO CALDEIRA BRANT MONTEIRO DE CASTRO


atividades de apoio operacional, técnico, e
editoração, de comunicação e de documentação. Este texto não substitui o publicado no DOU de
8.7.2015.
X - promover a divulgação e garantir a
transparência dos atos da CPAGC;

XI - submeter à apreciação dos órgãos da


CPAGC propostas de matérias de competência da
CPAGC que lhes forem encaminhadas, após obter as
justificativas necessárias;

XII - elaborar relatório anual de atividades,


submetendo-o ao Presidente e ao Secretário-
Executivo da CPAGC;

XIII - cumprir e fazer cumprir as atribuições


constantes deste Regimento Interno e os encargos
que lhe forem atribuídos pela C PA G C;

XIV- prestar esclarecimentos solicitados pelos


membros;

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