Lecionar História requer do professor a habilidade de buscar sentido e

significado para o conhecimento que ministra, logo, em História Regional é

necessário enfatizar a necessidade de pesquisar espaços e contextos que
ficam esquecidos por uma macro-análise, mais comum em estudos
historiográficos, estudando o contexto histórico de determinado espaço,
tomando-o como delimitação par ao objeto de estudo, ou seja, é a
interpretação de uma região específica que abrange um recorte antropológico,
administrativo/geográfico e cultural, expandindo as possibilidades dos trabalhos
regionais que lidam com as diferenças/multiplicidade, enquanto os trabalhos
nacionais com as semelhanças.
O estudo regional permite estabelecer comparações, uma vez que, ao
estabelecermos uma relação do regional com o nacional, a visão de
compreensão de determinado fato se amplia, possibilitando romper
estereótipos histórico-analíticos podendo apresentar questões fundamentais da
história como os movimentos sociais de determinado local, ações do Estado
em alguma região, atividades econômicas de pequenos grupos locais,
identidade cultural de qualquer classe.
A História local no ensino não deve ser tratada apenas como um conteúdo a
ser ensinado, mas constituir-se em uma estratégia pedagógica que trate
metodologicamente os conteúdos a partir da realidade local “valorizando o
ensino de um senso crítico para os alunos” (PCN, 1997). Ela deve ser escrita a
partir das novas fontes: a identificação das edificações antigas, do traçado das
ruas, da memória dos mais antigos, das mudanças do cotidiano urbano.

Com o crescimento de estudos relacionados a história local e a autenticidade das pesquisas

relativas ao assunto, observa-se que nas últimas três décadas, o ser humano deparou-se com
inúmeras historias notáveis de assuntos que anteriormente não se havia pensado possuir,
como por exemplo, a infância, a morte, a loucura, o clima, os odores, a sujeira, os gestos, o
corpo. O que era previamente considerado imutável é encarado como uma construção
cultural, sujeita a variações, tanto no tempo quanto no espaço. O estudo da História Regional
surgiu precisamente como a possibilidade de oferecer uma iluminação em detalhe de grandes
questões econômicas, políticas, sociais e culturais que até então haviam sido examinadas.

Com o aprofundamento das questões sobre ensino de história local percebeu-se resistências a
mudanças, o apego a tradições, assuntos esses que debatidos em sala de aula, assistindo o real
local de onde habita o aluno, cria-se um ambiente propício a discussões sobre questões de
vivencia de alunos de todas as idades e ensinos. Corrupção, religião, costumes regionais que se
vistos e estudados de maneira histórica podem ser inseridos em sala de aula, ampliando a
compreensão dos educandos e estimulando o aprendizado, pois dispõe da realidade dos
alunos em sala de aula.

História, Região e Poder: A busca de interfaces metodológicas – Claudia Maria Ribeiro Viscardi