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Escola Básica e Secundária Dr.

Ângelo Augusto da Silva



Projeto “Eu Consigo!”

Relatório de final do 1º período

Khan Academy

Profª Sónia Silva


2018/2019
Apresentação do projeto

Os alunos integrantes do projeto “Eu Consigo!” beneficiam na sua aprendizagem


ao utilizar a plataforma de ensino “Khan Academy” que permite uma nova forma de
aprender e cujo objetivo visa um trabalho na área da matemática mais direcionado para a
especificidade de cada aluno, visando o desenvolvimento de cada um a partir do nível em
que se encontra, de forma a reforçar as bases e os conhecimentos lecionados nas aulas.

Este projeto visa ainda contribuir para o desenvolvimento de competências


(disponibilidade e motivação para a aprendizagem da matemática, autonomia na
resolução de exercícios matemáticos, desenvolvimento de cálculo mental,
colaboração/trabalho de equipa, autoestima, entreajuda e partilha, concentração,
resiliência, espírito crítico, leitura e interpretação, comunicação oral, utilização das TIC)
que levam ao aumento do sucesso escolar dos alunos e é uma mais-valia para os alunos
com Necessidades Educativas Especiais e de Português Língua Não Materna.

Este projeto engloba três vertentes: utilização da plataforma nas aulas práticas e
na avaliação dos alunos das turmas que leciono, dinamização de apoio aos alunos
(inscritos no projeto, propostos para apoio ou ocasionais) na sala de aula 5.2, divulgação
e apoio aos colegas docentes interessados na utilização da plataforma e no método
pedagógico associado.

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Vertente sala de aula

Na turma 6º5 tem sido utilizada a plataforma para reforço das atividades na aula,
com recomendações para que os alunos façam determinado grupo de exercícios ou
visualizem determinados vídeos em casa e nas aulas tirem dúvidas, e ainda nas aulas dos
Domínios de Autonomia Curricular em parceria com TIC.

Nas turmas 7º6 e 7º8 devido a ter sido disponibilizada uma sala de informática nas
aulas de bloco de 90 minutos a utilização da plataforma tem sido feita por estações
rotativas nas quais os grupos de alunos alternam entre a realização das atividades
propostas na plataforma de forma praticamente autónomos, seguindo um guia de estudo,
beneficiando de tutoria e a realização de atividades do manual (ou fichas de trabalho) com
esclarecimento de dúvidas. A recolha da avaliação das tarefas realizadas em cada aula
através das ferramentas de estatística disponibilizadas pela plataforma contribuem para a
avaliação de cada aluno, tendo estes a oportunidade de melhorarem os seus resultados
fora da sala de aula, caso pretendam, com prazo de realização alargado, estimulando desta
forma o estudo e responsabilizando cada aluno pela sua aprendizagem.

No início do ano letivo foi realizada uma explanação aos alunos de como utilizar
a plataforma, sendo-lhes fornecidos os códigos de registo. No 6º5 a plataforma foi
utilizada em 4 aulas de 45 minutos, na turma 7º6 em 12 aulas de 90 minutos e na turma
7º8 em 13 aulas de 90 minutos.
Como na turma 7º8 estão integrados 7 alunos de Português Língua Não Materna,
foi vantajoso sugerir aos alunos que utilizassem a plataforma na sua língua materna
(espanhol e chinês), tanto para a realização das atividades como dos vídeos com
explicações e aos poucos foram migrando para a realização das atividades em português.
Fui gradualmente integrando a KA na avaliação dos alunos:
- Quer na parte de atitudes e valores;
- Quer no que se refere os conhecimentos, integrando mesmo exercícios em fichas
de avaliação.

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Vertente divulgação

Alguns docentes do grupo disciplinar de matemática e de informática de 5º e 6º


anos mostraram-se igualmente interessados em dinamizar atividades com os seus alunos,
sendo-lhes explicado o funcionamento básico das ferramentas do professor tutor, tendo
realizado várias sessões de esclarecimento individuais e em pequeno grupo, de forma a
poderem autonomamente dinamizar aulas utilizando esta ferramenta e método de trabalho
implícito, nomeadamente nas aulas conjuntas de matemática e informática a nível dos
Domínios de Autonomia Curricular (DAC).

No início do ano letivo foi realizada uma atividade de divulgação dos objetivos e
horário do apoio aos alunos de 5º ano, aquando da sua primeira visita à escola,
acompanhados pelos respetivos Encarregados de Educação. Foi montada uma exposição
e entregues panfletos, sendo projetadas vídeos de divulgação da plataforma e realizadas
várias demonstrações da sua utilização. Posteriormente o projeto foi divulgado aos
diretores de turma como uma hipótese para os alunos de 7º ano, com necessidades
educativas especiais ou com Plano de Acompanhamento, serem apoiados na disciplina de
matemática. Na página de internet da escola foi feita a divulgação do projeto e colocado
um link para facilitar o acesso dos alunos à página da versão portuguesa da plataforma.

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Foi ainda utilizado um placard para expor informações relativas ao projeto,
divulgar o horário (decorre às segundas e terças, das 14h às 14h45 e das 15 às 15h45),
explicar o método de inscrição na plataforma gratuita e motivar a inscrição na mesma.

Aos alunos que estiveram presentes ao longo dos momentos de dinamização do


projeto “Eu Consigo!” foi facultada a inscrição na plataforma “Khan Academy”, sendo-
lhes entregue ainda um marcador de página com os dados que publicitam a plataforma
(fornecido pelos elementos da Fundação PT, dinamizadores da versão portuguesa com a
qual estou em constante contacto).

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Vertente apoio

Cada aluno foi integrado numa turma virtual, que eu criei por ano de escolaridade,
tendo acesso à monotorização da sua evolução por parte da plataforma através de uma
interface de fácil compreensão e motivador, baseado no método de “gamificação”. Eu,
como professora tutora, tenho acesso a esses dados e a muitos outros que mostram a
evolução de cada aluno, com diversas ferramentas de estudo estatístico, que me ajudam
a delinear e encaminhar cada aluno no seu trajeto de aprendizagem.

A cada aluno foi explicado o funcionamento da plataforma, como aceder às


propostas de trabalho (atribuições) que eu, como tutora, recomendava, sendo os alunos
completamente autónomos no seu trabalho e interpelados à utilização em horário pós
letivo, referindo os benefícios que daí podiam advir. Aos alunos oficialmente inscritos no
projeto foi entregue um “livro de medalhas”, onde consta a descrição de como obtê-las,
funcionando como uma motivação extra. Quando alcançam um objetivo e são agraciados
com uma “medalha” virtual, faço questão que mo digam para que seja colocada no seu
livro um autocolante na categoria respetiva. Já no final do período muitos se mostraram
responsáveis em colocar os seus autocolantes à medida que necessitavam ou de os colocar
nos “livros de medalhas” dos colegas, havendo um salutar envolvimento e interajuda no
grupo de trabalho.

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Semanalmente, por mim foi realizada a planificação das atividades e realizadas
novas atribuições de exercícios para praticar a matéria, ajustada ao nível de cada aluno e
ao que tem sido explanado nas aulas pelos diversos docentes das turmas dos alunos
integrantes, alguns deles que por sua vez também enviavam tarefas através da plataforma
e que os alunos, nos momentos da minha dinamização, realizavam esclarecendo dúvidas.

Os alunos foram sempre acompanhados nas suas dúvidas e incitados a realizar


mais atividades, explorar mais conteúdos, além dos que estavam a abordar,
nomeadamente pré-requisitos e tópicos para além do ano de frequência, além de haver
interajuda na realização dos exercícios. Por vezes (devido à lotação da sala ser atingida)
houve necessidade de juntar os alunos a pares, mas na maioria das vezes eram estes que
por sua própria iniciativa abordavam os colegas para colaborar na realização de
atividades, para comparar níveis de realização de tarefas, conquistas.

Em todos os momentos de dinamização do projeto foi realizada a estatística das


presenças e da utilização da plataforma (com os dados fornecidos pela mesma), com
feedback aos alunos, estando estes muito motivados em conseguir mais “pontos” e
“medalhas”.

No final do período letivo foram apresentados, no placar correspondente ao


projeto, cartazes motivadores com a indicação dos alunos no auge de habilidades
dominadas, medalhas ganhas, tempo aplicado e “pontos” ganhos, sendo os alunos do top,
por ano de escolaridade, agraciados com diplomas de mérito e prémios.

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Assiduidade

Todos trabalharam com afinco, inclusive em horário pós letivo, tendo alguns
alunos de 5º ano surpreendido pelo número de horas de trabalho acima do expectado,
mesmo tendo conhecimento que tal atividade não vinha a beneficiar diretamente a sua
avaliação da disciplina. Foi-me dito por alguns alunos que os seus encarregados de
educação os apoiavam nesta atividade, chegando mesmo a registar-se na plataforma para
monitorizarem as realizações dos seus educandos (funcionalidade encorajada pela própria
plataforma, que ainda fornece a possibilidade de envio por e-mail de relatórios semanais
da evolução do educando).

Na hora de frequência do projeto foram disponibilizados auriculares para que os


alunos pudessem, de forma individual, ouvir as explicações dos vídeos de apoio à matéria
que estavam a dedicar-se, no entanto a maioria preferia recorrer à minha ajuda do que
recorrer às dicas e aos vídeos de apoio.

Pude constatar que alguns alunos, mesmo não estando presentes de forma regular
nos momentos de dinamização do projeto continuaram a beneficiar do mesmo, realizando
as atividades propostas com regularidade noutros locais (em casa ou noutro qualquer local
ou momento em que pudessem aceder à internet, nem que fosse apenas com o telemóvel).

Estiveram presentes ao longo do período 56 alunos 33 de 5º ano, 6 alunos de 6º


ano e 17 alunos de 7º (9 destes inscritos como alunos de apoio com NEE, 2 de apoio com
plano de acompanhamento e uma aluna de PLNM), com uma média de 10 alunos
presentes em cada um dos 26 tempos de segunda-feira e com uma média de 7 alunos
presentes em cada um dos 23 tempos de terça-feira.

Na plataforma, apenas foi contabilizado o tempo de trabalho efetivo, visto que a


contagem de tempo não é realizada quando os alunos estão com algum tempo de
inatividade na interação (aquando a realização do exercício no caderno ou se
inadvertidamente não saíram da sua conta no intervalo), observando-se os valores
seguintes:

7
v os alunos do 5º ano trabalharam em média 176 minutos, tendo um aluno
chegado aos 849 minutos de trabalho;

8
v os alunos do 6º ano trabalharam em média 319 minutos, tendo um aluno
chegado aos 829 minutos de trabalho;

v os alunos do 7º trabalharam em média 87 minutos, tendo um aluno chegado


aos 170 minutos de trabalho;

v os alunos da turma 6º5 trabalharam em média 141 minutos, tendo um aluno


chegado aos 790 minutos de trabalho;

9
v os alunos da turma 7º6 trabalharam em média 311 minutos, tendo um aluno
chegado aos 513 minutos de trabalho;

v os alunos da turma 7º8 trabalharam em média 381 minutos, tendo um aluno


chegado aos 762 minutos de trabalho;

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Conclusão

Concluo que a o projeto, com a utilização da Khan Academy e a sua vertente de


jogo, tem tido uma boa aderência e aceitação pelos alunos e colegas docentes, trazendo
inúmeros benefícios.

Além da prática de estudo organizado da disciplina de matemática, fomenta a


responsabilização pela aprendizagem por parte de cada interveniente e a aquisição de
métodos de estudo autorreguláveis, havendo uma expansão para além dos momentos de
presença no horário definido semanalmente e uma crescente autonomia.

Tem igualmente contribuído de forma nítida para a motivação dos alunos no


estudo da disciplina de matemática, pelo que pretendo continuar nos mesmos moldes que
tenho vindo a desenvolver e a acompanhar os intervenientes.

Funchal, 20 de janeiro de 2019.

(Sónia Luísa Pestana de Sousa Silva)

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