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“O símbolo”
“Estado da arte” e Planeamento
POR
Leonor Neves da Costa Luís dos Reis
PORTO
2012
ÍNDICE
Introdução ......................................................................................................................... 2
1. “Estado da Arte”
2. Planeamento do projecto
2.1 Intenção............................................................................................................. 9
Conclusão ....................................................................................................................... 10
Bibliografia ..................................................................................................................... 11
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INTRODUÇÃO
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“ESTADO DA ARTE”
1.1 Definição
Lévi-Strauss diz, “Há algo muito curioso na semântica: que a palavra “significado”
é, provavelmente, em toda a linguagem, a palavra cujo significado é o mais difícil de
definir”; ora, se considerarmos a proximidade entre a palavra “significado” e aquela que
aqui nos interessa, “símbolo”, deduzimos que esta última é quase, senão tão difícil de
definir como a primeira. Não foi preciso indagar muito sobre o assunto para me aperceber
da dificuldade de, precisamente, definir este conceito que é muitas vezes confundido com
outros (“signo”, “código”), por vezes intencionalmente (há autores que equiparam
“símbolo” a “signo”), mas também inconscientemente, pela maioria de nós. Será o
“símbolo”, no seu sentido mais lado, um “signo”? Será o “símbolo”, um “signo” com
significado? Ou ainda, será o símbolo o significado do signo? Haverá, na verdade, alguma
diferença entre “símbolo” e “signo”? E quanto à própria natureza do simbolismo, o que o
constitui? Qual a sua origem? O que podemos considerar simbólico?
O que quero, com isto, fazer ver é, em primeiro lugar, a abrangência deste termo
que é usado (e estudado) em campos tão diversos como a lógica, a epistemologia, a
matemática, a religião, a psicologia, a semiótica ou a linguística; em segundo lugar, a
própria terminologia varia de autor para autor e de teoria para teoria, o que torna
extremamente difícil chegar a um entendimento sobre o que é realmente o “símbolo”; e
ainda, que o próprio “símbolo” é, em si mesmo, algo paradoxal, como nota, aliás
Radcliffe-Brown, “tudo o que tem significado é um símbolo, e o significado é o que quer
que seja expresso pelo símbolo”.
Não podemos, no entanto, deixar que todo este dissenso, esta pluralidade de
terminologias e significados, nos distraia daquilo que realmente interessa, e que interessa a
mim, particularmente no âmbito deste trabalho – o poder do símbolo; não aquilo que é ou
representa, mas a sua existência e presença no mundo e em especial na comunicação, e a
força que tem enquanto meio comunicacional.
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Passo agora à apresentação de algumas teorias de, essencialmente, duas áreas que
estudam este fenómeno, nomeadamente da semiótica com Pierre Guiraud, Peirce, Saussure
e Tzvetan Todorov (trata o simbólico, a “coisa em si”, e não o termo) e da psicanálise com
Freud, Jung e Jacques Lacan.
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“símbolo”. O “símbolo” para Todorov é baseado no significado indirecto, abundante, por
exemplo, na literatura.
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século seguinte, como o Abstraccionismo e o Surrealismo, sendo este último baseado,
precisamente, nas teorias psicanalistas de Freud.
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Joseph Kosuth, por sua vez, explorou o conceito de que a linguagem detém
significado apenas em relação a si própria, algo que demonstra com a sua série "One and
Eight - a Description", na qual oito letras em néon simbolizam apenas os elementos que
compõe a obra. É também relevante o seu envolvimento com a comunicação social que,
aliás, esteve na base de um seu outro conceito que demonstra a relação da arte e da
linguagem no seu contexto sócio-cultural.
Finalmente, Lawrence Weiner viu a linguagem como o instrumento fundamental do
seu trabalho, procurando a exploração das suas potencialidades e seguindo as máximas: "(1)
O artista pode construir a peça. (2) A peça pode ser fabricada. (3) A peça pode não ser
construída. (Sendo, cada um, igual e consistente com a intenção do artista, a decisão
quanto à condição, cabe ao receptor no momento da recepção", rejeitando desta forma a
visão mais tradicionalista que postula a necessidade da existência física, objectual da obra.
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exterior; é ainda uma forma simplificada de comunicação, sem os artifícios da linguagem
falada, da palavra e das suas ambiguidades, fundada no princípio do puramente sensorial,
do intuitivo – é particularmente esta segunda característica que me parece extremamente
pertinente e reveladora quanto às potencialidades da linguagem simbólica e do seu enorme
poder (e beleza) enquanto ferramenta comunicacional.
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2. PLANEAMENTO DO PROJECTO
2.1 Intenção
Fruto da minha enorme paixão por Cinema e em especial, como creio ter ficado
patente no final do capítulo anterior, pelo tal “Cinema simbólico”, a minha proposta para,
“provar” a efectividade da aplicação prática do “símbolo” na comunicação, tal como tenho
vindo a postular ao longo deste trabalho, é a realização de uma breve curta-metragem de
ficção que, precisamente explore as potencialidades da linguagem simbólica.
Ainda sem uma ideia definida, pretendo escrever um pequeno argumento baseado
nessa ideia do “símbolo” como chave-comunicacional, como “subordinante” da palavra e
como elemento ao mesmo tempo subliminar e transcendente – potencialidades que, através
da sua materialização em imagem e das dimensões que tal implica, serão, assim o espero,
ampliadas e definitivamente provadas.
Sem quaisquer dados ou informações concretas quanto ao conteúdo propriamente
dito da curta-metragem, resta-me deixar aqui alguns referentes cinematográficos que
possam porventura ser relevantes e, quicá, sugestivos quanto, senão à temática, pelo menos
à atitude e à postura que tenho perante o Cinema e assim perante a comunicação, e que,
invariavelmente, adoptarei na concepção e consequente materialização deste trabalho: Kim
Ki-Duk, David Lynch, Andrei Tarkovsky, Wong Kar-Wai, Takeshi Kitano, entre outros.
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CONCLUSÃO
Concluo esta breve investigação sobre o “símbolo” sem, na prática, ter chegado a
grandes conclusões; não creio, na verdade, que fosse essa a intenção, mas antes, a de
potenciar uma possível conclusão, através da abertura a várias perspectivas distintas,
muitas delas opostas, e estudadas em campos, como disse anteriormente, tão diversos
como a semiótica e a psicanálise; e talvez até, mais do que chegar a uma conclusão, que,
neste conceito em particular, me parece extremamente improvável, dada a ambiguidade
que o rodeia e sempre rodeou e que, de certa forma, o transformou numa espécie de “mito”,
interessa o assumir de uma posição – daquela que nos parece, não só mais aceitável e
coerente mas mais do que isso, da que nos parece mais “verdadeira” consoante a nossa
atitude comunicacional.
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BIBLIOGRAFIA
Monografias
Webgrafia
http://www.partes.com.br/ed39/teoriasignosreflexaoed39.htm (da autoria de
Antônio Carlos da Silva sob o título “As teorias linguísticas e as significações do signo”.
Consultado a 4 de Março de 2012)
http://www.signosemio.com/peirce/semiotics.asp (da autoria de Nicole Everaert-
Desmedt sob o título “Peirce’s Semiotics”. Consultado a 6 de Março de 2012)
http://www.minutesemeiotic.org/?p=38&lang=br (da autoria de Vinicius Romanini
sob o título “Semiótica de Peirce. Consultado a 6 de Março de 2012)
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