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Evolução cientifica ou ao retrocesso

RA: 11201811573
Aline Nóbrega Rodrigues da Silva

Em 1953, o famoso químico Linus Pauling, ganhador de dois Prêmios Nobel,


propôs para a sociedade cientifica um modelo de estrutura do DNA, a tripla hélice. Por
seu enorme reconhecimento, seria fácil acatar sua descoberta e aceita-la como verdadeira,
contudo a ciência não é feita de conformidades. Dois meses após a publicação, James
Watson e Francis Crick, uma dupla pouco conhecida na época, apresentou o modelo da
dupla hélice, fazendo a teoria de Pauling cair por terra.

Este é apenas um dos inúmeros exemplos de como a ciência possui duas faces:
uma que se dá por satisfeita e sem perceber acaba se limitando, e outra que nunca deixa
de contestar e por fim se expande, podendo ser denominadas de ciência pronta e ciência
em ação, respectivamente.

A ciência é uma constante contradição entre o presente e o passado, o que já foi dito
e o que se há para dizer. Quando deixamos de investigar e perguntar o porquê das coisas,
estamos aceitando um retrocesso do conhecimento. É nessa estagnação do saber que o ser
humano se acomoda com o que é imposto pela sociedade e cai no limbo do
desenvolvimento. A vontade de compreender o mundo que nos cerca é o que fez o homem
evoluir e continuar evoluindo. A ciência passa a interferir diretamente na sociedade e a
sociedade a interferir na ciência como em um ciclo, uma supre a necessidade da outra.

Os opostos da ciência podem ser relacionados com o deus romano Jano que possuía
duas faces, uma representando o inicio e a outra o fim, o passado e o futuro, o dualismo
entre todas as coisas. Assim como o ele que aponta o dois lados, a ciência faz o mesmo.
A dualidade entre aceitar o que já existe e procurar novas respostas, se liga a outro conflito
cientifico: o do posicionamento dos cientistas escolhendo entre o empirismo e descrição
filosófica dos fenômenos.
O empirismo busca obter conhecimento unicamente por meio de experiencias, mas
as respostas que nos traz nem sempre são benéficas para o avanço da ciência. Assim como
no mito grego da caixa de pandora, empirismo é a ciência que pode liberar males que a
natureza antes escondia.

Pandora quando ganhou a caixa como presente de casamento de Zeus, foi advertida
de que nunca poderia abri-la, mas sua curiosidade para saber o que a aguardava, a fez
sucumbir ao desejo de abrir o presente liberando todo o mal da humanidade. O empirismo
ao se desenvolver por meio da experimentação também é como a caixa de Pandor; não se
sabe os segredos da natureza até se propor a desvenda-los, no entanto com estas
descobertas doenças em laboratórios, bombas atômicas e gases tóxicos foram criadas.

Já a fenomenologia não assume o risco de trazer o mal para a sociedade, no entanto,


ao estudar fenômenos na consciência, limita o conhecimento que em determinadas
situações precisa de experimentos.

Deste modo, uma hesitação se forma. Devemos tratar a ciência de forma empírica e
nos arriscar a abrir a caixa de pandora ou tratar a ciência como uma descrição dos
fenômenos e talvez estagnar o avanço? Para essa questão não existe uma resposta exata,
as consequências da ciência são apenas reflexos do modo que a utilizamos, podendo trazer
tanto benefícios quanto malefícios.

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