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RESENHA

2 – LEITURA DIRIGIDA EM TEORIA ECONÔMICA II



DANIEL GALDINO NETTO – 2016010686

Brundtland et al (1987) – Towards Sustainable Development

O texto trata da definição conceitual de desenvolvimento sustentável,


levando em consideração a abrangência teórica a qual lhe é implicada. Traduz
de forma coesa (em linhas gerais) como sendo a relação de cumprimento de
necessidades individuais (que se estendem ao social) com articulações
organizacionais efetivas para tais.

Com isso, traz de maneira focada a ideia de que a satisfação das


necessidades e anseios humanos é o principal objetivo do desenvolvimento
sustentável em si. A completude de sua abrangência também faz parte do
conceito: enquanto houver pobreza e desigualdade haverá crises. O
desenvolvimento sustentável prega uma necessidade de promoção de valores
culturais que encorajem padrões de consumo ecologicamente aceitáveis
(estando de acordo com o ponto previamente citado). Portanto, assim como no
consumo, na produção há essa noção de oportunidades equitativas para todos,
atreladas ao aumento do produto potencial. Contudo, para que isso seja
alcançável, a distribuição dos recursos é também vital para um desenvolvimento
sustentável efetivo, ou seja, tem de haver uma harmonia entre o
desenvolvimento demográfico e as mudanças de capacidade produtiva do
ecossistema.

Além disso, deve haver a consciência das necessidades futuras de


próximas gerações, orientando o viés de desenvolvimento tecnológico para tal,
não somente para resoluções instantâneas (as quais podem causar
consequências de difícil remediação). O termo “endanger”, usado no texto,
consegue traduzir muito bem os desequilíbrios causados por ações humanas em
biomas e ecossistemas. O desenvolvimento sustentável só ocorre quando tais
ações de exploração e uso da terra não “põe em perigo” a vida que nos envolve.

Tal afirmação é sinérgica à compreensão de que o uso de recursos


escassos e não-renováveis deve ser esquadrinhado pela busca de outras
opções possíveis para substituí-los, além da preservação de bens livres (ar e
água) perante a utilização exacerbada de matérias primas (de diversas fontes)
para produção de energia.

O parágrafo a seguir descreve substancialmente o conceito descrito: “In


essence, sustainable development is a process of change in which the
exploitation of resources, the direction of investments, the orientation of
technological development; and institutional change are all in harmony and
enhance both current and future potential to meet human needs and aspirations.”

Logo após a conceituação mais aprofundada, há um questionamento


sobre a conquista de um pensamento unânime em torno do desenvolvimento
sustentável (e toda sua abrangência). Para tal, o autor considera que três pilares
são preponderantes para se atingir tal unanimidade: educação, desenvolvimento
institucional e aplicação (efetiva) da lei. Para tanto, considera que as relações
ecológicas não necessariamente respeitam os limites de propriedade individual
ou jurisdição política, as quais têm aumentado muito com adventos tecnológicos
que reforçam a interdependência local (e global). O autor discorre sobre a
conectividade no mundo globalizado, e que tal interdependência (comercial no
caso) deva satisfazer a justiça de distribuição de recursos sobre os lucros de
transações. Discorre, portanto, a respeito de que a busca por interesse comum
perpassa o aspecto de não cumprir um papel de apaziguar todos os agentes
envolvidos: haverão pessoas preteridas às outras em acesso a recursos, o que
faz parte da busca pelo desenvolvimento sustentável.

Para balizar, então, em nível lógico e factível, o autor discorre sobre


alguns imperativos estratégicos (é a forma de definição usada por ele) que
conseguem trazer consequências mais benéficas para o alcance de um
desenvolvimento sustentável. São eles: reviver o crescimento; mudar a
qualidade de crescimento; encontrar necessidades essenciais para trabalho,
comida, energia, água e saneamento; garantir um nível sustentável de
população; conservar e aflorar as bases de recursos; reorientar o
enveredamento da tecnologia e gerenciar o risco; e, para finalizar, agregar
economia e meio ambiente em tomadas de decisão.
Ao tratar a fundo, porém brevemente, afirma que a busca pelo
desenvolvimento sustentável requer: um sistema político que assegura a
participação efetiva de cidadãos; um ambiente econômico que gere excedentes
e conhecimento técnico tendo em vista uma base autossuficiente e sustentável;
um sistema social que provê soluções para findar os desenvolvimentos
desarmoniosos; quaisquer agentes devem sempre respeitar a obrigação de
preservação ecológica; um sistema tecnológico que está sempre em busca de
novas resoluções; um sistema internacional que adote padrões sustentáveis de
trocas e finança; e, por fim, um sistema administrativo que permite flexibilidade
e consegue se auto disciplinar.

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