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República do Paraguai
República del Paraguay (espanhol)
Tetã Paraguái (guarani)
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Gentílico: paraguaio(a);
paraguaiano(a)[1]
Capital Assunção
Independência da Espanha
- Declarada 15 de maio de 1811
Área
- Total 406 752 km² (58.º)
- Água (%) 2,3
Fronteira Argentina, Bolívia e Brasil
População
- Estimativa para 2018 7 052 983 hab[2]hab. (106.º)
- Densidade 17,93 hab./km² (192.º)
Websitegovernamental www.presidencia.gov.py
Paraguai (pronunciado em português europeu: [pɐɾɐˈgwaj]; pronunciado em português brasileiro: [paɾaˈgwaj];
em espanhol: Paraguay, pronunciado: [paɾaˈɣwaj]; em guarani: Paraguái),
oficialmente República do Paraguai (em castelhano: República del Paraguay; em
guarani: Tetã Paraguái), é um país do centro da América do Sul, limitado a norte e oeste
pela Bolívia, a nordeste e leste pelo Brasil e a sul e oeste pela Argentina.[6] O Paraguai é
um dos dois países da América do Sul que não possuem uma saída para o mar,
juntamente com a Bolívia. Possui uma área de 406 752 quilômetros quadrados,[7] um
pouco maior que o estado brasileiro de Mato Grosso do Sul.[8] A população paraguaia foi
estimada em cerca de 6,5 milhões de habitantes em 2009, a maioria dos quais estão
concentrados na região sudeste do país.
A capital e maior cidade é Assunção,[9] cuja região metropolitana é o lar de cerca de um
terço da população do país. Em contraste com a maioria das nações latino-americanas, a
cultura e a língua nativa do país — o guarani — permaneceram altamente influentes na
sociedade. Em cada censo, os residentes predominantemente identificam-se como
mestiços, refletindo anos de miscigenação entre os diferentes grupos étnicos do país.
O guarani é reconhecido como língua oficial, junto com o espanhol, e ambos os idiomas
são falados pela população.
O Paraguai está localizado no centro-sul da América do Sul. A topografia da área
do leste do país é extensamente plana.[10] O principal produto de exportação cultivado
nessa região é a soja.[11] No oeste, a principal atividade econômicado cerrado do Grande
Chaco é a pecuária.[12] O rio Paraguai divide o país entre o norte e o sul. O próprio rio é a
mais importante rota comercial de transporte num país que não tem saída para o mar. São
parte integrante da população do Paraguai uma grande quantidade de brasileiros,
os brasiguaios. Os brasiguaios abrangem uma área muito grande próximo à fronteira com
o Brasil.[13] Essa área ocupada pelos brasiguaios é uma fonte de preocupação para os
demais habitantesda região.[14]
Os nativos guaranis viviam no atual território paraguaio por pelo menos um milênio antes
dos espanhóis conquistarem o território no século XVI. Os colonizadores espanhóis
e missões jesuíticas introduziram o cristianismo e a cultura espanholapara a colônia. O
Paraguai estava na periferia do Império Espanhol, com poucos centros urbanos e uma
população escassa.
Após a independência da Espanha em 1811, o país foi governado por uma série de
ditadores que implementaram políticas isolacionistas e protecionistas. Este
desenvolvimento foi truncado pela desastrosa Guerra do Paraguai (1864–1870), no qual o
país perdeu entre 60 e 70 por cento da sua população, por conta da guerra e de doenças,
e perdeu cerca de 140 000 quilômetros quadrados do seu território para a Argentina e
o Brasil. No século XX, o Paraguai sofreu uma sucessão de governos autoritários,
culminando no regime de Alfredo Stroessner, que liderou a mais longa ditadura militarda
América do Sul, de 1954 a 1989. Ele foi derrubado durante um golpe militar interno e
eleições multipartidárias livres foram organizadas e realizadas pela primeira vez em 1993.
Um ano depois, o Paraguai se juntou a Argentina, Brasil e Uruguai para fundar o Mercosul,
uma colaboração econômica e política regional.
O Paraguai era um dos países mais pobres e isolados da região, embora desde a virada
do século XXI tenha experimentado um rápido crescimento econômico. Em 2010, sua
economia cresceu 14,5 por cento, a maior expansão econômica da América Latina e a
terceira mais rápido do mundo (depois de Qatar e Singapura).[15] Em 2011, o crescimento
econômico desacelerou para 6,4%, mas manteve-se superior à média global.[16] No
entanto, a desigualdade de renda e o subdesenvolvimento permanecem generalizados. A
dependência econômica do setor primário torna o país dependente do clima como, por
exemplo, em 2009 e 2012, quando a economia registrou um crescimento negativo devido
a condições climáticas adversas, mesmo assim o país depende cada vez menos do setor
primário graças à industrialização e ao boom imobiliário que Assunção esta tendo como
Panamá teve na sua época. O índice de desenvolvimento humano (IDH) do país é 0,702
(alto), deixando a Bolívia como o único país com desenvolvimento humano médio da
América do Sul.
Índice
1Etimologia
2História
o 2.1Era pré-colombiana e colonização
o 2.2Independência e conflitos (1811-1870)
o 2.3Século XX
o 2.4Era contemporânea
3Geografia
o 3.1Clima
o 3.2Biodiversidade
4Demografia
o 4.1Cidades mais populosas
o 4.2Idiomas
o 4.3Religião
o 4.4Composição étnica
5Governo e política
o 5.1Eleições e partidos políticos
o 5.2Forças armadas
o 5.3Relações exteriores
6Subdivisões
o 6.1Departamentos
o 6.2Distritos
7Economia
o 7.1Setor primário
o 7.2Turismo
8Infraestrutura
o 8.1Energia
o 8.2Saúde
o 8.3Transportes e comunicações
o 8.4Educação
9Cultura
o 9.1Música
o 9.2Artesanato
o 9.3Literatura
o 9.4Teatro
o 9.5Esportes
o 9.6Feriados
10Ver também
11Referências
o 11.1Bibliografia
12Ligações externas
Etimologia
O topônimo Paraguay tem origem relativamente incerta; sabe-se que provém do guarani e
que teria sido dado inicialmente ao rio, porém não há uma etimologia fidedigna de seu
significado no idioma.[17] As alternativas prováveis são "águas do mar" (de pará,
"mar", guá, que denota origem, e ý, "água", significando "água que vem do mar",[18] onde
"mar" provavelmente se refere ao Pantanal) ou uma modificação de payagua-í ("água" ou
"rio dos paiaguás").[18]
Em guarani, costuma-se escrever o nome como Paraguái, e usa-se, ocasionalmente, a
forma Paragua-y para se referir à cidade de Assunção.[18] Em tupi, o vocábulo teria origem
no termo Paragoáy (de paragoá, "papagaio" e ý, "rio"), com o significado de "rio do
papagaio".[19] Eduardo de Almeida Navarro defende que o nome do país e do rio provém
da língua guarani antiga, significando "rio dos paraguás" pela junção de paragûá (paraguá,
uma variedade de psitacídeo) e 'y (rio).[20]
História
Ver artigo principal: História do Paraguai
Era pré-colombiana e colonização
Quando da chegada dos espanhóis ao território do Paraguai Oriental, ou seja, a área entre
o rio Paraná a leste e o rio Paraguai a oeste, o território era habitado por diversas
etnias indígenas que se encontravam em estado de guerra entre si. Estas etnias
pertenciam a três grupos diferentes: os pampas, os lágidos e os amazônicos. Ainda não se
sabe qual destes grupos chegou primeiro ao território. O que se sabe é que até o século
XV os guaranis conseguiram avançar desde o norte, isto graças à sua superioridade
numérica e posse de uma cultura material mais desenvolvida, onde praticavam o cultivo
da mandioca, milho e amendoim. A prática de uma agricultura de roça permitia que
obtivessem excedentes necessários para manter uma população em contínuo crescimento
demográfico, e que necessitava de novos territórios.
Os primeiros colonos espanhóis chegaram ao Paraguai no início do século XVI.[21] A
cidade de Assunção, fundada em 15 de agosto de 1537,[22] logo se tornou o centro de uma
província nas colônias espanholas na América do Sul, conhecida como "Província Gigante
de Indias".
“
As imensas terras dos jesuítas, que após sua expulsão, em meados do século XVIII,
haviam passado para as mãos do Estado espanhol, foram arrendadas por baixo preço
a camponeses livres. (…) "El Supremo" apoiou-se exclusivamente nos camponeses
mestiços e índios. (…) preocupou-se muito com a educação primária dos mestiços:
defensor do ensino obrigatório e gratuito, atacou o analfabetismo; ao morrer, em
1840, não existia um só analfabeto no Paraguai, caso único em toda a América
Latina.[24] ”
Francia foi sucedido por Carlos Antonio López (1840-1862), que abandonou
o isolacionismo, expandiu o comércio externo e a educação e abriu as portas do país para
técnicos estrangeiros. Aumentava, contudo, a fricção entre o Paraguai e seus dois
poderosos vizinhos, Brasil e Argentina. O ditador argentino Juan Manuel Rosas ergueu
obstáculos ao comércio exterior paraguaio, mediante bloqueio econômico, enquanto
reavivavam-se disputas fronteiriças. Consciente do perigo, Antonio López, tratou de
fortalecer o exército, que seu filho Francisco Solano López (1862-1870) teria amplas
oportunidades de usar. Treinado por oficiais alemães e equipado com armas europeias
modernas, o exército paraguaio tornou-se uma força formidável empregada numa aventura
expansionista.
Muito se diz que o Paraguai dessa época era uma potência regional e um país
autossuficiente, com um exército poderoso, procurando uma saída para o mar. Tal
narrativa, segundo alguns historiadores, não passaria de um mito. O Paraguai de Francia
e Solano López, segundo esses historiadores, nada mais seria que um país que buscava
se fortalecer militarmente com medo de possíveis tentativas de anexação da Argentina.
Outro fato importante ressaltado por alguns historiadores é que o Paraguai tinha, sim, uma
receita de exportações baseada na madeira e na erva-mate. Ainda em oposição ao mito
de um país industrializado e autossuficiente, alguns historiadores argumentam que o país,
naquela época, não era industrializado nem tampouco era uma potência regional.
As perdas territoriais paraguaias para seus vizinhos começaram quando a província
de Misiones foi cedida à Argentina em 1852 por Carlos Antonio López, pai de Francisco
Solano López, em troca do reconhecimento argentino da independência paraguaia. [25] A
província de Formosa foi perdida após a Guerra do Paraguai, chamada pelos paraguaios
de guerra de La Triple Alianza.
“
Para a Argentina, a guerra do Paraguai havia representado um passo decisivo para
completar o processo de formação de seu estado nacional, pela eliminação ou incorporação
da maioria das oposições provinciais ao governo de Buenos Aires. A oligarquia portenha
sentia-se à vontade para aspirar à efetiva aplicação do tratado da Tríplice Aliança, que lhe
daria de presente todo o chaco paraguaio. O governo argentino, chefiado então por
Sarmiento (que sucedera a Mitre) e tendo como ministro das relações exteriores Tejedor,
empenhou-se em pôr em prática sua política anexionista. (…) As discussões e disputas se
arrastaram por dois anos, tornando-se mais graves a partir de janeiro de 1872, quando o
barão de Cotegipe assinou um tratado em separado com o governo títere de Assunção. Os
protestos de Buenos Aires levaram a um clima em que a possibilidade de guerra contra o
império não era descartada. Principalmente porque o governo do Rio de Janeiro,
apresentando-se como "benévolo", perante os paraguaios, contentou-se com a fixação de
fronteiras nos limites reivindicados antes da guerra e contestados por Solano López. (…)
Finalmente, a 3 de fevereiro de 1876, o tratado de Irigoyen-Machain entre Buenos Aires e
Assunção, aceito pelo Rio de Janeiro, encerrou a questão. Segundo ele, a Argentina teria
uma parte do território do Chaco até o rio Pilcomayo e as tropas brasileiras se retiravam do
Paraguai, respeitando as cláusulas brasileiro-paraguaias de 1872.[26]