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Noblat
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No
ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Bebianno (José Cruz/Agência Brasil)
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Nem Jair Bolsonaro, com todo despreparo pessoal e politico, faria tanta confusão com seu ex-
ministro Gustavo Bebianno, se o caso fosse simples. Nem seu filho, com toda arrogância e
boçalidade, provocaria a primeira crise de governo, caso Bebianno não fosse uma possível
ameaça aos segredos de família.
O ex-ministro deve saber muito sobre o clã, talvez mais do que saiba sobre laranjais plantados
pelo PSL em falsas candidaturas femininas. Prática, aliás, essa das mulheres laranja, comum a
todos os partidos.
A crise se estendeu por dias. Bolsonaro pareceu receoso, ao adiar a exoneração que só chegou
no começo da noite dessa segunda-feira. O presidente chamou Bebianno de mentiroso pelas
redes sociais, endossando o filho Carlos, conhecido como “pitbull”. Mas teve dificuldade em
exonerar o ministro que mente. Nada justificaria a inércia. A não ser intensa negociação sobre o
futuro próximo da tramela de Bebianno.
A família fingiu que não viu crise de governo. Se fez de louca. Ou é, como teria dito Bebianno
numa das muitas declarações atribuídas a ele nesse final de semana. No Twitter, Carlos
Bolsonaro replicou comentário de um seguidor, dizendo que o céu é de brigadeiro no governo do
capitão. “Antes de tudo, não há crise alguma, ‘apenas’ centenas de jornalistas incompetentes,
pagos para dizer a mesma coisa e forjar um cenário fictício de desordem”.
Desde o inicio da confusão, Bebianno foi bombardeado pelas redes. Fala, Bebianno, grita a
torcida, louca para saber das futricas dos filhos, das estranhas operações financeiras de Flavio e
Queiroz, dos arroubos do pai. Nos bastidores, o ex-ministro foi cutucado com vara curta.
Espalharam aos quatro ventos o número de seu celular e dezenas de ameaças chegaram no fim-
de-semana. Ele jurou se vingar.
A crise não acabou. Fez fumaça a exoneração do ministro. Bolsonaro ficou com uma espada na
cabeça. Dizem que ofereceu uma embaixada a Bebianno. Mas nem todos que tem boca vão a
Roma, mandou dizer o ex-ministro. Dizem que recusou. Bebianno quer “esfriar a cabeça”. A
conferir.
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