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CINESIOLOGIA
Caderno de Referência de Conteúdo
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2009 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
612.76 Z32c
ISBN: 978-85-67425-26-9
CDD 612.76
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Rita Cristina Bartolomeu Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Unidade 2 – ARTROLOGIA
1 OBJETIVOS........................................................................................................... 85
2 CONTEÚDOS........................................................................................................ 85
3 SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE......................................................... 86
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................... 86
5 SISTEMA ARTICULAR........................................................................................... 87
6 ARTICULAÇÕES E SEUS MOVIMENTOS................................................................ 93
7 ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR............................................................. 156
8 COLUNA VERTEBRAL .......................................................................................... 208
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................... 222
10 CONSIDERAÇÕES................................................................................................. 223
11 E-REFERÊNCIAS................................................................................................... 224
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 227
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Aquisição de noções básicas a respeito do aparelho locomotor. Conceitos e apli-
cações da Cinesiologia e da biomecânica relacionados à complexa análise do
movimento humano tanto nas atividades da vida diária como nas atividades es-
portivas.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo!
Neste Caderno de Referência de Conteúdo, você encontrará
tópicos que o ajudarão a compreender a importância dos conhe-
cimentos fundamentais da Cinesiologia como pré-requisitos para
o aprendizado de outras disciplinas e para a formação de um pro-
fissional voltado à promoção e à manutenção da saúde tanto em
nossa sociedade, de maneira geral, como no contexto escolar de
forma mais específica, dando subsídios para o planejamento e a
implementação de programas de prevenção, orientação e treina-
mento esportivo apropriados.
A cinesiologia faz parte do currículo básico de alguns cursos
voltados à área da saúde, uma vez que um de seus objetos de es-
tudo é o movimento do corpo humano.
Vamos juntos estudar os conceitos mecânicos e suas influên-
cias no corpo humano durante as atividades cotidianas e despor-
8 © Cinesiologia
Abordagem Geral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse
modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento
básico necessário a partir do qual você possa construir um refe-
rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência
cognitiva, ética e responsabilidade social.
A seguir, apresentaremos uma breve síntese do conteúdo da
Cinesiologia.
Na primeira parte faremos a introdução ao estudo da cinesio-
logia, iniciando com um relato histórico sobre esta área. Também
estudaremos os conceitos mecânicos, suas influências no corpo
humano, nas atividades cotidianas e desportivas, e a importância
desses conceitos na atuação do educador físico. Estudaremos os
principais termos utilizados na cinesiologia, importantes para a pa-
dronização e compreensão.
A partir da segunda parte estudaremos, segmentarmente, o
corpo humano, abordando as estruturas anatômicas e todas as inte-
rações importantes para função. Assim abordaremos a cinesiologia
do tronco, dos membros superiores e dos membros inferiores.
Na terceira e última parte estudaremos os aspectos de Fisio-
logia Muscular e Neurofisiologia, e toda atividade que envolve as
ações do sistema neuro-musculoesquelético. Faremos uma revi-
são da estrutura do músculo esquelético, e abordaremos todas as
considerações importantes a respeito do controle motor.
Esses estudos são fundamentais para compreensão dos mo-
vimentos humanos, portanto, não fica difícil entender porque a
cinesiologia é importante para o profissional da Educação Física e
para a formação de um profissional diferenciado e comprometido
© Caderno de Referência de Conteúdo 11
Glossário de Conceitos
O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa
das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio
dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento
dos temas tratados em Cinesiologia. Veja a seguir a definição dos
principais conceitos:
1) Alavanca: uma haste relativamente rígida, que pode gi-
rar ao redor de um eixo por meio da aplicação de uma
força.
2) Agonista: função desempenhada por um músculo que
atua para produzir o movimento.
3) Antagonista: função desempenhada por um músculo
que atua para controlar o movimento agonista ou para
interrompê-lo realiza controle da ação agonista, e opõe
a ação agonista.
4) Axônio: processo tubular que se origina do soma de um
neurônio e funciona como um cabo para transmitir si-
nais elétricos gerados pelo neurônio.
5) Biomecânica: aplicação dos princípios mecânicos no es-
tudo dos organismos vivos.
6) Braço de Alavanca: menor distância perpendicular entre
a linha de ação de uma força e um eixo de rotação.
7) Cinesiologia: estudo do movimento humano
8) Cinética: estudo da ação das forças
© Caderno de Referência de Conteúdo 25
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino da cinesiologia pode ser uma
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará
se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além
disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe-
cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis-
sional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada,
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto,
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno na modalidade EaD, necessita de uma for-
mação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas,
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
© Caderno de Referência de Conteúdo 31
1
1. Objetivos
• Conhecer a breve história da cinesiologia.
• Definir cinesiologia.
• Identificar os principais conceitos cinésiológicos para a
compreensão do seu estudo.
• Compreender os planos e eixos utilizados no estudo ana-
tômico.
• Compreender os movimentos em cada plano e eixos des-
critos.
2. Conteúdos
• Breve histórico sobre a Cinesiologia.
• Posição de descrição cinesiológica.
• Planos de delimitação, planos de secção e eixos de movi-
mentos do corpo humano.
34 © Cinesiologia
Aristóteles
Aristóteles nasceu em Estágira, uma colônia jônica loca-
lizada no reino da Macedônia, no norte da Grécia. Seu
pai, Nicômaco, era médico do rei Amintas, e deu ao filho
estrutura para construir e solidificar seus estudos.
Jovem, ainda aos 17 anos, Aristóteles ingressou na Aca-
demia de Platão, em Atenas. Foi por lá que fez despertou
a atenção de seu mestre, Platão, a ponto de substituí-lo
após sua morte.
Sua primeira esposa foi Pítias, irmã de Hérmias, que foi
morto pelos persas. Após a morte de Hérmias, Aristóteles
foi para Mitilene.
Depois que sua primeira esposa faleceu, o filósofo casou-se novamente com
Hérpilis, com quem teve um filho chamado Nicômaco, a quem Aristóteles dedicou
o livro "Ética a Nicômaco".
© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 35
Arquimedes
Arquimedes foi um matemático e físico grego. Nascido
em Siracusa-Sicília, por volta do ano 287 a.C, o seu nome
é originário do grego Arkhimedes. Quando jovem muda-
-se para Alexandria, centro da atividade matemática,
onde continua as aulas de Euclides. De volta à sua pátria,
entrega-se por completo aos estudos científicos.
Segundo narração de Plutarco, general romano, refere as
passagens relativas à luta travada pelos romanos para a
posse da Sicília, especialmente para a conquista da cida-
de de Siracusa. Quando os Romanos atacaram Siracusa,
Arquimedes dirige a defesa da sua cidade, para o que se
serve de máquinas de guerra (catapultas, etc.). Após um
longo assédio, as tropas de Marcelo entram na cidade. Segundo Plutarco, apesar
das ordens de Marcelo para respeitar a vida do sábio, um soldado romano, irrita-
do porque Arquimedes, absorto na resolução de um problema, não responde às
suas intimações, mata-o. Cícero, questor da Sicília, encontra o seu túmulo, onde
figura uma esfera inscrita num cilindro.
São bastantes as obras de Arquimedes que chegaram até aos nossos dias. Na
matemática, destacam-se Da Esfera e do Cilindro, A Medida do Círculo, Dos
Esferóides e dos Conóides e Das Linhas Espirais. Nas obras de mecânica há
que citar, Do Equilíbrio dos Planos e Dos Corpos Flutuantes. Outros achados
importantes são: A Quadratura da Parábola e O Método.
Dedicou-se a aritmética, mecânica e hidrostática. Atribuem-se a Arquimedes a
invenção do parafuso sem fim, da espiral ou parafuso de Arquimedes (aparelho
para elevar água por meio de um tubo enrolado em hélice à volta de um cilindro
giratório sobre o seu eixo), de diversas combinações de roldanas para levantar
pesos, da roda dentada, relação da circunferência com o diâmetro (o número pi),
a quadratura da parábola, as propriedades das espirais, etc.
Há uma célebre anedota da Antiguidade relacionada com os estudos hidrostáticos de
Isaac Newton
Isaac Newton nasceu em Londres, no ano de 1643, e vi-
veu até o ano de 1727.
Cientista, químico, físico, é considerado o fundador do
Cálculo Infinitesimal, a par de Leibniz, mas independente-
mente dele, ao contrário do que até então se fazia, deter-
mina primeiro a taxa de variação de uma área e depois,
a partir dela, a área propriamente dita. Ou seja, a função
derivada de f é tomada como ideia básica e f (o integral) é
definida a partir desta.
Newton foi o primeiro a estabelecer um procedimento ge-
ral, aplicável para determinar a taxa de variação instantâ-
nea de uma função e, depois, em certos problemas, chegar à função. É com este
passo dado por Newton que se considera que nasceu o Cálculo Infinitesimal.
O seu trabalho mais importante foi em mecânica celeste, que culminou com a
Teoria da Gravitação Universal.
Formulou ainda as leis de Newton, que descrevem o comportamento de corpos
em movimento, cujos enunciados originais são os seguintes:
Lei da Inércia: Todo corpo continua em estado de repouso ou de movimento
uniforme numa linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por
forças imprimidas sobre ele.
Lei da quantidade de movimento: A mudança de movimento é proporcional à
força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela
força é imprimida.
Lei da ação-reação: A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as
ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a
partes opostas (Texto e imagem disponíveis em: <http://clubedematematica.esc-
joseregio.pt/isaacnewton.html>. Acesso em: 12 maio 2010).
© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 37
4. INTRODUÇÃO à unidade
Prezado aluno, iniciaremos nosso estudo de Cinesiologia fa-
zendo a sua conceituação e, também, uma breve apresentação de
alguns aspectos históricos interessantes sobre essa área de estu-
do e seus principais pesquisadores, os quais foram fundamentais
para o desenvolvimento dessa ciência. Em seguida, faremos o es-
tudo dos conceitos cinesiológicos importantes não apenas para a
compreensão do caderno, mas também para nosso campo práti-
co, buscando compreender cada item e possibilidade de análise
cinesiológica. Para isso, faremos uma revisão da Anatomia, o que
favorecerá a delimitação do corpo humano para o estudo da Cine-
siologia.
Esperamos que, ao final desta unidade, você possa reconhe-
cer, compreender e analisar os principais conceitos utilizados na
Cinesiologia e a importância dessa ciência para o Educador Físico.
Que o estudo seja agradável e estimulante. Bom trabalho!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
ANATOMIA + FISIOLOGIA = CINESIOLOGIA
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
6. CONCEITOS MECÂNICOS
Agora que você já sabe que a Cinesiologia é a ciência do mo-
vimento e já conhece um pouco de sua história, vamos entender
por que você a utilizará em sua vida profissional.
O movimento é essencial para a vida. Perceba como o orga-
nismo procura, conscientemente ou não, movimentar-se. Ao sen-
tar-se em uma cadeira, por exemplo, será que você permanecerá
imóvel? Dificilmente. Normalmente, cruzamos e descruzamos as
pernas, espreguiçamo-nos, contorcemo-nos, deslizamo-nos etc.
As crianças constituem, talvez, a melhor evidência da natureza hu-
mana de se movimentar, pois elas nunca param. Imagine-se em
uma aula com crianças muito ativas movimentando-se o tempo
todo sob o seu comando, e que uma delas apresente alguma alte-
ração nos movimentos básicos, como correr ou saltar (WHITING;
ZERNICKE, 2001).
Embora possamos ver e sentir os movimentos e as posturas
adotadas em atividades cotidianas ou desportivas, não podemos ver
as forças que os afetam. Conhecer onde e como essas forças atuam
é fundamental para orientar e modificar atividades prescritas.
Cinemática e Cinética
O primeiro momento é o estudo da Cinemática, que analisa
o movimento sem analisar as forças que o causam.
Vamos a um exemplo:
Plano mediano
Um plano
Plano sagital
mediano
da mão Plano
(3º dedo) mediano
da mão
Plano mediano
do pé (3º dedo)
Figura 14 Movimento de extensão e de Figura 15 Flexão e extensão dos dedos
flexão de punho. da mão.
Claretiano - Centro Universitário
50 © Cinesiologia
DISCIPLINA: CINESIOLOGIA
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Osteocinemática e Artrocinemática
A Cinemática realiza duas análises distintas quando são
considerados os segmentos anatômicos, os quais são a osteoci-
nemática, que analisa o movimento dos seguimentos ósseos, e a
artrocinemática, que analisa os movimentos que ocorrem nas su-
perfícies articulares.
Veja um exemplo na Figura 24: na movimentação do ombro,
temos que,CENTRO
no plano frontal, DE
DE FORMAÇÃO ocorre a abdução
PROFESSORES do úmero
E DISCIPLINAS (movimen-
INSTITUCIONAIS
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
to osteocinemático), que é o afastamento deste da linha média, e
COORDENADOR (A): PROF. MS. ENGELS CÂMARA
temos, também, movimentos intra-articulares
DISCIPLINA: CINESIOLOGIA entre a cabeça do
AUTORES: PROF. DR. CESAR
úmero e a cavidade glenoide, que, nesse AUGUSTO
caso,BUENO ZANELLA
se trata de um desli-
E PROF. MS. EDSON ALVES DE BARROS JUNIOR
zamento inferior da cabeça umeral (movimento
UNIDADE 1 artrocinemático).
PREPARADOR (A): SIMONE RODRIGUES
Figura 24 Osteocinemática e artrocinemática no ombro.
Figura 24 Osteocinemática e artrocinemática no ombro.
© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 53
onte: SOBOTTA (2006).
Fonte: SOBOTTA (2006).
igura 25 Movimento
Figura 25 linear e angular
Movimento da coxa.
linear e angular da coxa.
1 – Eixo Lateral
2 – Eixo Anteroposterior
3 – Eixo Longitudinal
Fonte: KAPANDJI, 1990, p. 11. Fonte: DRAKE, VOGL; MITCHELL, 2005, p. 611.
Figura 26 Eixos da articulação do ombro. Figura 27 Circundução do ombro.
Cadeia Cinemática
A sucessão de segmentos da qual falávamos permite maior
mobilidade, como, por exemplo, no membro superior. Consideran-
do desde a parede torácica até os dedos da mão temos mais de
19º de liberdade, e do tronco aos pés, mais de 25º. Essa sucessão
de articulações permite uma liberdade de movimentos planares,
que constituem a base mecânica para o desempenho de ativida-
des diárias tanto para o membro superior como para o membro
inferior.
É importante ressaltar que a cadeia cinemática articular cor-
responde a uma cadeia muscular, ou seja, um grupo de músculos
mono ou biarticulares motores da cadeia articular. Assim, pode-
mos definir dois termos: Cadeia Cinemática Articular e Cadeia Ci-
nemática Muscular (DUFOUR, M. et al., 1989).
A partir da definição de Cadeia Cinemática, apresentamos, a
seguir, dois termos muito importantes para a descrição e a prescri-
ção de atividades: Cadeia Cinemática Aberta e Cadeia Cinemática
Fechada.
Em uma Cadeia Cinemática Aberta, o segmento distal move-
se no espaço, enquanto, em uma Cadeia Cinemática Fechada, o
segmento distal está fixo e as partes proximais se movem.
Antes de detalharmos os trabalhos nas diferentes cadeias,
vamos a elas nos referir, apenas, como cadeia aberta e cadeia fe-
chada. Esse conceito é muito importante, pois há consideráveis
diferenças nas ações realizadas em cada uma.
© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 57
Bíceps
Braquial
Redondo maior
Grande dorsal
Cinética
A Cinética estuda tanto as forças envolvidas no movimento
quanto as forças que produzem, param ou modificam o movimen-
to dos corpos ou de segmentos. Ao estudarmos a Cinética, priori-
zaremos as forças exercidas pela gravidade, pelos músculos, pelas
resistências externas e outras que promovem algum efeito sobre o
corpo (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).
Segundo Miranda (2008), a Cinética estuda as forças que
causam o movimento e, também, as que surgem em função do
movimento. Por muitos anos, algumas teorias foram usadas para
explicar como os objetos se moviam. O termo "força" pode ser de-
finido como todo agente capaz de produzir ou modificar um movi-
mento e de deformar um corpo.
A força é uma grandeza vetorial, logo, é representada por
um vetor de força que, por sua vez, representa a intensidade, a
direção e o sentido da força e que tem um ponto de aplicação.
Assim, temos:
1) Ponto de aplicação: é o ponto do corpo no qual se aplica
força.
2) Direção: é a trajetória do corpo ou parte dele sob a qual
a força foi aplicada.
3) Sentido: é a orientação que segue a força aplicada (para
cima, para baixo, para esquerda, para direita).
4) Intensidade: também conhecida como magnitude, é a capa-
cidade da força de produzir maiores ou menores efeitos.
A intensidade da força é representada pelo comprimento do
vetor, assim, forças maiores são representadas por vetores maio-
1,35 kg 4,5 kg
INFORMAÇÃO:
Primeira Lei de Newton: todo corpo persiste em seu estado de re-
pouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a não ser que
seja obrigado a alterar esse estado por forças atuando sobre ele.
Segunda Lei de Newton: a aceleração de um corpo é proporcio-
nal à magnitude das forças resultantes sobre ele e inversamente
proporcional à massa do corpo.
Terceira Lei de Newton: para toda força de ação há uma força de
reação igual e oposta.
CDM
CDM
Fonte: WHITING (20p. 251). Fonte: WHITING (2001, p. 47).
Figura 33 Centro de gravidade para Figura 34 Centro de gravidade localizado
um corpo
nte: WHITING regular.
(2001, p. 47). fora do corpo.
1). 34 Centro de gravidade localizado fora do corpo.
gura
Essa alteração no centro de massa gera uma necessidade de
ade para um corpo regular.
forças diferentes ou maiores (Segunda Lei de Newton), carecendo
de cuidados para evitar a sobrecarga, modificando a ação da mas-
sa em estruturas importantes, como a coluna vertebral, e, conse-
quentemente, minimizando os efeitos sobre estas. Um exemplo
importante é quando orientamos nossos alunos para elevarem um
peso do solo de maneira correta.
Ao orientarmos a aproximação do peso a ser levantado para
perto do tronco, estamos aproximando o tronco da pessoa à mas-
sa do peso, fazendo com que a massa fique mais próxima do cen-
tro de gravidade, o que resultará na diminuição do esforço gerado
pelos músculos paravertebrais, como mostram as Figuras 35 A e
35 B.
© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 67
CENTRO30 cmDE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 20 cm
E DI
INSTITUCIONAIS
CURSO: LICENCIATURAF m
EM EDUCAÇÃO FÍ
COORDENADOR (A): PROF.5 cmMS. FENGELS CÂ
5 cm m
DISCIPLINA: CINESIOLOGIA
AUTORES:
500 N PROF. DR. CESAR 500 N AUGUSTO BUENO
a) E PROF. MS. EDSONb) ALVES DE BARROS JU
1986, p. 65). Fonte: WIRHED
Fonte: (1986,
WIRHED (1986, p. 65).
p. 65).
Figurado35tronco.
o elevado longe Figura 35A Peso –
A Peso elevado
Figura
elevado longelonge
35 B do
Peso
do tronco. tronco. 35–BFigura
UNIDADE
elevado
– Figura 35 Bpróximo
próximo
Peso elevado Peso
ao elevado
ao tronco.próximo
1 tronco.
Muito se pode PREPARADOR
dizer a respeito das (A): SIMONE
forças, RODRIGUE
e de suas consequ-
ências benéficas ou não, no corpo. Há cinco formas de forças, que
são categorizadas em: compressão, tração, cisalhamento, torção
e flexão. Todas estas ocorrem no corpo humano a cada atividade
realizada. Observe a Figura 36.
Fonte: HAMILL (1999, p. 47).
Figura 36 Forças de compressão, tração, cisalhamento, torção e flexão aplicada ao osso.
Placa
epifisária
fraturada
FORÇA
EM VALGO
Torque
Como vimos, as forças são aplicadas em um ponto, e, no
caso da força muscular, esse ponto pode ser a origem ou a inser-
ção muscular com o objetivo de movimentar o segmento ósseo
(osteocinemática), o que gera, também, movimento na articulação
(artrocinemática).
Para os movimentos lineares, a força é o agente mecânico
que cria e controla o movimento. Para o movimento angular ocor-
rido nas articulações, o agente é conhecido como torque (T), de-
finido como o efeito de uma força que tende a causar rotação ao
redor de um eixo, e momento de força ou momento (M), sendo
que a definição matemática desses dois agentes é a mesma, mas
com a existência de uma diferença técnica.
Alavanca
Na Biomecânica, os princípios da alavanca são utilizados
para visualizar o sistema mais complexo das forças que produzem
o movimento rotatório no corpo. Se considerarmos os três compo-
nentes de uma alavanca, conforme já visto no item sobre torque,
podemos determinar os deslocamentos dos segmentos e as forças
resultantes, sendo estas uma base importante para a prescrição de
exercícios para a prevenção, uma vez que todos os movimentos do
corpo ocorrem por um sistema de alavancas.
Uma alavanca mecânica possui três forças: o eixo ou apoio E, o
peso ou resistência P e a força F, que move ou mantém o sistema. A
distância perpendicular desde o ponto de apoio (ou centro de rota-
ção) até a linha de ação do peso é chamada de braço de peso, e a dis-
tância perpendicular da força ao eixo é chamada de braço de força.
As alavancas podem ser avaliadas quanto à sua efetividade me-
cânica, ou seja, quando a força empregada é capaz de vencer o peso
ou resistência, dizemos que há a vantagem mecânica da alavanca.
A vantagem mecânica (VM) designa a razão entre o compri-
mento do braço de força e o comprimento do braço de peso. A
equação será:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
VM = Comprimento do braço de força
Comprimento do braço de peso
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 75
ATENÇÃO!
Se necessário, veja novamente o item sobre torque e os cálculos
demonstrados.
apoiamos na ponta dos pés (Figura 48), sendo que o apoio no solo
é o eixo, o peso corporal é o peso e a ação do tríceps sural é a força.
Como existem poucos exemplos no corpo desse tipo de alavanca, é
seguro afirmar que os humanos não foram projetados para aplicar
grandes forças através de sistemas de alavancas de segunda classe.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
F = força – E = eixo – R = resistência
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Velocidade e
Terceira classe Interpotente <1 amplitude de E–F–R
movimento
Fonte: arquivo pessoal do autor.
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Vamos aproveitar este momento para verificar, por meio de
uma autoavaliação, como está a sua aprendizagem. Tente respon-
der às seguintes questões:
1) Qual é a definição de Cinesiologia?
2) Qual é a origem da palavra "cinesiologia"?
3) Quais são os planos e eixos de movimentos?
4) Quais movimentos ocorrem em cada plano em eixo?
5) Qual é a diferença entre Cinemática e Cinética?
6) O que é uma Cadeia Cinemática Articular?
7) O que é uma Cadeia Cinemática Muscular?
8) O que é um movimento realizado em cadeia aberta?
9) O que é um movimento realizado em cadeia fechada?
10) Como definir força?
11) O que é o torque?
12) Quais são as três alavancas que existem?
13) Qual é a principal alavanca encontrada no sistema mus-
culoesquelético?
8. CONSIDERAÇÕES
Nesta primeira unidade, pudemos verificar que a Cinesio-
logia é uma ciência muito importante para todos os profissionais
que trabalham com o corpo, com a prevenção e a orientação de
atividades diárias e esportivas.
Pudemos, também, verificar pela história que a Cinesiologia
não surgiu ao acaso e que muitos pensadores foram fundamentais
para o surgimento de conceitos ainda atuais, ou de conceitos que
© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 81
9. E-REFERÊNCIAS
Lista de Figuras
Figura 1 – Gravura de alavanca: disponível em: <http://www.coladaweb.com/fisica/
mecanica/alavancas-e-outras-maquinas>. Acesso em: 13 maio 2010.
Figura 4 – Corrida humana e músculos envolvidos nos movimentos: disponível em:
<http://www.medicinageriatrica.com.br/category/gerontologia/page/8/>. Acesso em:
13 maio 2010.
Figura 5 – Laboratório de marcha: disponível em: <http://www.scml.pt/default.asp?site
=cmra&sub=&id=18&mnu=9>. Acesso em: 13 maio 2010.
Figura 6 – Posição anatômica do corpo humano: disponível em: <http://
radiologiaonline-radiologia.blogspot.com/2009/11/posicao-anatomica.html> e <http://
turmaderadiologia51.blogspot.com/2009/09/anatomia-planos-de-seccao.html>. Acesso
em: 13 maio 2010.
Figura 7 – Plano frontal ou coronal: disponível em: <http://www.auladeanatomia.com>.
Acesso em: 13 maio 2010.
Figura 8 – Plano mediano: disponível em: <http://www.auladeanatomia.com>. Acesso
em: 13 maio 2010.
Figura 9 – Plano transverso: disponível em: <http://www.auladeanatomia.com>. Acesso
em: 13 maio 2010.
Figura 12 – Movimentos de flexão e extensão dos membros superior e inferior: disponível
em: <http://www.auladeanatomia.com/generalidades/termos.htm> e <http://www.
auladeanatomia.com/sistemamuscular/flexao3.jpg>. Acesso em: 13 maio 2010.
Figura 13 – Flexão do tronco: disponível em: <www.projetohomemvirtual.org.br>.
Acesso em: 13 maio 2010.
2
1. Objetivos
• Conhecer e identificar os tipos de articulações.
• Conhecer e definir as formas de trabalho muscular.
• Compreender as articulações, os músculos e as funções
do tronco e dos membros.
• Analisar cada possibilidade de movimento em cada arti-
culação.
2. Conteúdos
• Articulações fibrosas, cartilaginosas e sinoviais.
• Contração muscular isotônica.
• Contração muscular isométrica.
• Articulações, músculos e movimentos das articulações do
membro superior.
86 © Cinesiologia
4. INTRODUÇÃO à unidade
Na primeira unidade, estudamos os conceitos cinesiológicos,
ou seja, os conceitos mecânicos que regem os movimentos. Tive-
mos a oportunidade de rever os planos anatômicos e os eixos de
movimentos estudando cada movimento que ocorre nesses pla-
nos e eixos.
Agora que já conhecemos alguns conceitos da Cinesiologia,
segmentarmente estudaremos, nesta unidade, o corpo humano,
abordando as estruturas importantes para a função. Inicialmente,
veremos os conceitos de Artrologia já estudados em Anatomia; fare-
mos uma explanação suficiente para entendermos este estudo. Não
temos, aqui, o objetivo de fazer um estudo anatômico como o reali-
© U2 - Artrologia 87
5. SISTEMA ARTICULAR
A Artrologia (do grego artron, que significa "juntura") ou
Sindesmologia é a parte da Anatomia que estuda as articulações
(MIRANDA, 2008). Os ossos, em conjunto, formam o esqueleto,
mantido em conexão pelos elementos estruturais que, por sua
vez, compõem as articulações.
O sistema articular integra, junto aos sistemas esquelético e
muscular, o aparelho locomotor. As articulações são classificadas
pelos tipos, baseados nos tecidos que as compõem e na liberdade
de movimento, e sua mobilidade depende do tipo de elemento
que está interposto entre os ossos, que pode ser tecido fibroso,
cartilagem ou líquido sinovial. Recordando a Anatomia, temos as
articulações fibrosas, cartilaginosas e sinoviais (Quadro 1).
As articulações fibrosas, conhecidas no ponto de vista fun-
cional como sinartroses, têm como característica a mobilidade
reduzida, e sua conexão é realizada por um tecido conjuntivo fi-
broso. Existem dois tipos de sinartroses, que são as sindesmoses,
como a articulação tibiofibular, e as suturas, como as dos ossos do
crânio, ilustrada na Figura 1.
Medial
Lateral
}
clavícula
Ombro = cintura
escapular (raiz)
escápula
úmero Braço
}
rádio
Antebraço
ulna
}
carpo
metacarpos Mão
falanges
2
5
90º
50º
a b
30º
a b
60º
180º
a b
120º
c d
0 30º
RI
80º
95º
b c
140º
0º
30º
60
40 - 45
70
37
15
38
10 12
10 12
39
40
60º
EC
AC
1ª Cavidade
costela articular
Cartilagens Sincondrose
costais esternocostal
Manúbrio
2ª costela
Articulação sinovial
esternocostal
Ligamento esternocostal radiado Sincondrose esternal
Acrômio
Coracóide
Tendões
Rotadores
Ombro E
ponto de compressão
Músculos do grupo A
1) Supraespinhoso: abduz a articulação do ombro e estabiliza
a cabeça do úmero na cavidade glenoide. Esse músculo tem
sua ação principal controlando a força resultante do deltoide
médio, que tende a tracionar o úmero para cima no início da
Músculos do grupo B
Para que haja uma movimentação correta na articulação
glenoumeral, é importante que a escápula esteja bem estabiliza-
da para realizar os movimentos necessários à complementação
da mobilidade da cintura escapular. Assim, quando necessário, a
escápula se move, e, também quando necessário, ela será estabi-
lizada pelas ações agonista e antagonista dos músculos que agem
Músculos do grupo C
1) Peitoral maior: quando suas fibras superiores e inferio-
res atuam em conjunto, são capazes de realizar a adu-
ção medial e horizontal do úmero e a rotação medial do
úmero; as fibras superiores isoladas rodam medialmente
e flexionam o úmero, e as inferiores deprimem a cintura
escapular e aduzem, obliquamente, o úmero na direção
do ilíaco oposto.
2) Músculo deltoide: abduz (fibras médias), estende (fibras
posteriores) e flexiona (fibras anteriores) a articulação gle-
© U2 - Artrologia 113
MÚSCULOS DO GRUPO A
Músculo bíceps braquial: flexiona o úmero.
Origem da cabeça curta: ápice do processo coracoide da escápula.
Origem da cabeça longa: tubérculo supraglenoideo da escápula.
Inserção: tuberosidade do rádio, e aponeurose do bíceps braquial.
Músculo coracobraquial: flexiona e roda medialmente o úmero.
Origem: ápice do processo coracóide da escápula.
Inserção: superfície medial do meio da diáfise do úmero em oposição à tuberosidade
do deltoide.
Fonte: arquivo pessoal do autor.
MÚSCULOS DO GRUPO B
Origem: processo espinhoso da sexta até a 12ª vértebra torácica.
Inserção: tubérculo no ápice da espinha da escápula.
Músculo peitoral menor: inclina a escápula anteriormente.
Origem: margens superiores, superfícies externas da terceira, da quarta e da quinta costela
próximo às cartilagens e a partir da fáscia sobre os músculos intercostais correspondentes.
Inserção: borda medial, superfície superior do processo coracoide da escápula.
O levantador da escápula, atuando em conjunto com o trapézio superior, realiza a
elevação da escápula sem rotação.
Sempre que alguma fibra do trapézio atua, as outras fibras agem para estabilizar
a escápula, como, por exemplo, na rotação lateral da escápula, temos a ação do
trapézio superior e inferior, e estabilização pelo trapézio médio; quando o trapézio
médio aduz a escápula, as fibras superiores e inferiores estabilizam-se. Imagine os
romboides agindo em conjunto com o trapézio médio: a ação estabilizadora das
fibras superiores e inferiores do trapézio impedirão a rotação medial da escápula.
O músculo trapézio inferior é um antagonista do peitoral menor e vice - versa, nas
ações de rotação anterior e posterior da escápula.
Fonte: arquivo pessoal do autor.
MÚSCULOS DO GRUPO C
Inserção: tuberosidade deltoidea do úmero.
Músculo grande dorsal: roda medialmente, aduz e estende a articulação do ombro.
Origem: processo espinhoso das últimas seis vértebras torácicas, das ultimas três ou quatro
costelas, através da fáscia toracolombar, a partir das vértebras lombares e sacras; terço
posterior do lábio externo da crista ilíaca e uma tira a partir do ângulo inferior da escápula.
Inserção: sulco intertubecular do úmero.
Músculo serrátil anterior: abduz e roda, lateralmente, a escápula; responsável pela
manutenção da escápula contra o gradio - costal.
Origem: superfícies externas e bordas superiores das oito ou nove costelas superiores.
Inserção: superfície costal da borda medial da escápula.
Fonte: Arquivo pessoal do autor.
Peito
Maior
Elevador
da escápula
Rombóide menor
Rombóide maior
Grande
dorsal
Redondo Maior
Grande dorsal
Vista
ântero-lateral
TS DTA
TS DTM
TM
DTP
TI RM
GD
TS
DTA
DTM PTM
Clavícula
Escápula
Úmero
Ulna
Antebraço
Rádio
BBC
BBL
PR
BR
arco de movimento
do cotovelo
Figura 69 Arco de movimento do Figura 70 Ângulo mais eficaz para flexores é em
cotovelo – flexão e extensão. 90º.
TB
BB
Palmar
curto
Palmar
longo
Longo
Curto
Quadril
Rasch (1991) menciona que a articulação do quadril, tam-
bém denominada "articulação coxofemoral", é sinovial esferoide e
que, diferente da articulação glenoumeral, possui estabilidade de-
vido à sua estrutura arquitetônica. É formada pelo encaixe da ca-
beça do fêmur na fossa do acetábulo do osso quadril. O acetábulo
é formado pela união dos três ossos da pelve – o ilíaco, o ísquio e o
púbis – os quais constituem, cada um deles, cerca de um terço do
acetábulo. A fossa do acetábulo é posicionada de tal modo que se
direciona, lateralmente, para baixo e para frente, quando recebe a
cabeça do fêmur, como podemos observar na Figura 1
Vale lembrar que os ossos da pelve não estão completamen-
te ossificados até meados da segunda década de vida.
© U2 - Artrologia 157
Lig. pubofemoral
M. reto da coxa, Tendão Canal obturatório
Parte descendente
Lig. iliofemoral
Parte transversal
Membrana obturatória
Trocante maior
Trocante menor
Lig. sacroespinhal
Lig. iliofemoral
Lig. sacrotuberal
Colo do fêmur
Lig. isquio-
femoral Trocante maior
Trocante menor
Tuberosidade glútea
Figura 121 Vista posterior do membro inferior com destaque para os músculos
abdutores do quadril, glúteos médio e mínimo.
Figura 122 Vista anterior do membro inferior com destaque para os músculos
abdutores do quadril, sartório e tensor da fáscia lata.
Joelho
O joelho engloba três articulações, sendo duas femorotibiais
e uma femoropatelar.
Os côndilos femorais medial e lateral fazem contato por meio
dos meniscos interpostos à face articular superior da tíbia, consti-
tuindo, portanto, uma articulação sinovial e bicondilar enquanto
que a articulação femoropatelar ocorre entre a face articular da
patela e a tróclea femoral, sendo sinovial plana.
O joelho é estabilizado pela cápsula articular fibrosa e pelos
ligamentos patelar, colateral tibial (LCM), colateral fibular (LCL), cru-
zado anterior (LCA), cruzado posterior (LCP), transverso do joelho,
menisco femoral anterior e menisco femoral posterior, poplíteo obli-
quo e poplíteo arqueado. Observe os ligamentos na Figura 123.
Os meniscos são estruturas fibrocartilaginosas que repou-
sam sobre as superfícies articulares da tíbia. Cada joelho possui
dois meniscos, sendo um medial e o outro lateral, cujas finalidades
são: aumentar a estabilidade do joelho, favorecer o deslizamento
articular e diminuir o impacto e o cisalhamento articular. Os me-
© U2 - Artrologia 175
Tendão co
do reto fe rtado
moral
Reto fem
oral
Vasto
lateral
Vasto med
ia l
Vasto
intermédio
Tendão co
do reto fe rtado
moral
Túber
isquiático
Músculo
semimembranáceo
Músculo
semitendíneo
Músculo bíceps
da coxa
Cabeça da fíbula
Côdilo medial
Vista lateral
Vista posterior
Tornozelo e pé
Adaptado à posição bípede, o pé humano desempenha fun-
ções importantes, como receber o peso do corpo e permitir o de-
senvolvimento progressivo dinâmico do passo durante a marcha.
No entanto, por ser uma estrutura tridimensional variável, o pé se
encontra deformado, uma vez que está sujeito às solicitações mecâ-
Articulação talocrural
Essa articulação compreende as extremidades inferiores da
tíbia e da fíbula com a porção superior do tálus. A articulação do
tornozelo é formada por três faces articuladas ao tálus, sendo elas:
a face superior, que se articula com a face inferior da tíbia; a face
lateral, que se articula com a face articular do maléolo fibular; e a
face medial, que se articula com a face articular do maléolo tibial.
A articulação talocrural é do tipo gínglimo, estabilizada pela
cápsula articular e pelos ligamentos colateral medial (deltoide) e
colateral lateral. Realiza os movimentos de dorsiflexão e de flexão
plantar (MIRANDA, 2000).
Articulações intertarsais
Miranda (2000) acrescenta que essas articulações envolvem
os sete ossos do tarso, representados pelas articulações talocalcâ-
nea, talocalcânea-navicular, calcaneocuboide, cuneonavicular, inter-
cuneiformes, cuneocuboide e cuboidenavicular. Os movimentos das
articulações intertársicas são, basicamente, de deslizamento e de
rotação, auxiliando e complementando os movimentos de inversão
© U2 - Artrologia 193
Articulações tarsometatarsais
São a união entre os três ossos cuneiformes, o cuboide e
a base dos cinco metatarsianos. Esse conjunto de articulações é
também denominado "articulação de Lisfranc”. São articulações
sinoviais planas, estabilizadas pelos ligamentos tarsometatarsais
dorsais e plantares e pelos cuneometatarsais interósseos. Essas
articulações realizam discretos movimentos de deslizamento, ex-
ceto entre o primeiro cuneiforme e o primeiro osso metatarsal,
nos quais pode ocorrer, também, uma ligeira flexão e extensão
(MIRANDA, 2000).
Articulações metatarsofalângicas
Miranda (2000) ainda cita que essas articulações resultam
da união entre as cabeças dos metatársicos e as bases das falanges
proximais dos dedos. São articulações estabilizadas pelas cápsulas
fibrosas, pelos ligamentos plantares, colaterais e metatarsal trans-
verso profundo. Apresentam 2º de liberdade de movimento, reali-
zando flexão, extensão, abdução e adução.
Articulações interfalângicas do pé
Miranda (2000) conclui que essas articulações são em dobra-
diça, resultantes da união das cabeças das falanges com as bases
das falanges adjacentes. Possuem, como elementos de estabiliza-
ção, a cápsula articular, os ligamentos plantares e os colaterais ex-
terno e interno. Realizam, em alto grau, os movimentos de flexão
e de extensão, embora limitados pela ação dos músculos flexores
dos dedos. Observe as Figuras 144, 145 e 146.
Movimentos do tornozelo
O tornozelo normal realiza 40º de flexão plantar e 30º de fle-
xão dorsal. Os movimentos da articulação talocrural e do pé ainda
necessitam ser definidos, porque há diferença de valores entre os
autores. “Flexão plantar” é o movimento em direção à face plan-
tar do pé, cuja amplitude é, em média, de 50°, sendo efetivado,
sobretudo pelos músculos gastrocnêmios e sóleo. A dorsiflexão é
o movimento em direção à face dorsal do pé, cuja amplitude é em
torno de 20°, nas quais os músculos atuantes são: o tibial anterior,
o extensor longo dos dedos e o fibular terceiro. Podemos observar
esses movimentos na figura a seguir.
Esses movimentos ocorrem no plano sagital. Os termos "fle-
xão" e "extensão", aqui, devem ser evitados devido aos conflitos
de definição. Funcionalmente, flexão plantar é o mesmo que ex-
tensão, partindo do movimento de extensão geral do quadril, do
joelho e do tornozelo. Contudo, anatomicamente falando, dorsi-
flexão é o mesmo que extensão, significando movimento em dire-
ção ao lado extensor do pé, como ilustra a Figura 1
Dorsiflexão
Posição
Neutra
Plantiflexão
Inversão
Eversão
Posição
Neutra
Músculos
Segundo Miranda (2000), os movimentos do tornozelo e do
pé são realizados pelos músculos extrínsecos e intrínsecos. Os mús-
culos extrínsecos inserem-se abaixo do joelho até o pé e realizam
movimentos como a plantiflexão, a dorsiflexão, a eversão e a inver-
são, além de atuarem na movimentação dos dedos. Os músculos in-
trínsecos são os que se originam abaixo da articulação do tornozelo,
podendo posicionar-se na planta ou no dorso do pé. Esses músculos
desempenham a movimentação dos dedos e são subdivididos em
três compartimentos: anterior, posterior e lateral.
Os músculos do compartimento anterior, que veremos no Qua-
dro 17, também podem ser denominados “músculos pré-tibiais”; são
eles: tibial anterior, demonstrado nas Figuras 149 e 150, extensor lon-
go do hálux, extensor longo dos dedos e fibular terceiro, os quais são
inervados pelo nervo fibular profundo e pela artéria tibial anterior,
sendo esta responsável pelo suprimento sanguíneo dessa região. A
ação primária desses músculos é realizar a extensão do tornozelo e
controlar a redução da flexão plantar do tornozelo excentricamente.
Para maior compreensão, observe ainda as Figuras 151, 152 e 153.
Metatársico I Cuneiforme
medial
Extensor
longo dos
dedos
Fibular
terceiro
Galcâneo
Figura 155 Músculo flexor longo do hálux. Figura 156 Músculo flexor longo dos dedos.
© U2 - Artrologia 203
Figura 158 Músculo fibular longo. Figura 159 Músculo fibular curto.
© U2 - Artrologia 205
8. COLUNA VERTEBRAL
O movimento dos membros superiores e dos membros in-
feriores, em qualquer atividade, provoca a transmissão de forças
à coluna vertebral que, por sua vez, fornece sustentação para a
postura ereta, protege a medula espinhal e é local para a fixação
de músculos, além de transferir e atenuar cargas da cabeça e do
tronco para os membros inferiores e vice-versa.
Na Figura 165, veremos que a coluna vertebral é composta
por 33 vértebras, das quais 24 se unem para formar uma coluna
flexível. Possui três curvaturas fisiológicas: torácica ou curvatura
primária (presente já ao nascimento), lombar ou curvatura secun-
dária, que se desenvolve em resposta às forças exercidas sobre os
corpos dos lactentes quando estes começam a sustentar a cabeça
e a se sentar, e a cervical, ilustradas também na Figura 1
© U2 - Artrologia 209
Figura 168 As divisões funcionais do disco intervertebral (1 – anel fibroso; 2 – núcleo pulposo).
INFORMAÇÃO:
As rotações promovem aumento na pressão intradiscal, estreitam o
espaço articular e criam uma força de atrito no plano horizontal de ro-
tação. Isto faz com que o disco seja mais susceptível à lesão quando
ocorre a transição da rotação de um sentido para o sentido oposto.
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Vamos verificar como você aproveitou esta unidade. Tente
responder as seguintes questões para si mesmo.
1) Considerando os graus de movimentos, qual é a classi-
ficação funcional das articulações? Dê um exemplo de
cada.
2) Considerando o grau de mobilidade, como podem ser
classificadas as articulações do ombro, do cotovelo, do
punho, do quadril, do joelho e do tornozelo? Qual são os
tipos de cada uma dessas articulações?
3) Quais são as articulações que compõem o complexo ar-
ticular da cintura escapular?
4) Quais são os motores principais dos movimentos do om-
bro considerando as articulações da cintura escapular?
© U2 - Artrologia 223
10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, estudamos, segmentarmente, o corpo hu-
mano, abordando as estruturas importantes para a função mo-
tora. Abordamos os conceitos de Artrologia com uma explanação
suficiente para o entendimento da Cinesiologia.
11. E-REFERÊNCIAS
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Figura 158 – Músculo fibular longo: disponível em: <http://www.auladeanatomia.com/
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Figura 159 – Músculo fibular curto: disponível em: <http://www.auladeanatomia.com/
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Figura 160 – Músculos da região dorsal do pé: disponível em: <http://www.
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Figura 161 – Músculos da região plantar do pé (camada I): disponível em: <http://www.
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Figura 162 – Músculos da região plantar do pé (camada II): disponível em: <http://www.
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Figura 163 – Músculos da região plantar do pé (camada III): disponível em: <http://
www.anatomiaonline.com/miologia/inferior14.jpg>. Acesso em: 24 maio 2010.
Figura 164 – Músculos da região plantar do pé (camada IV): disponível em: <http://
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Figura 165 – Coluna vertebral: disponível em: <http://adoratual.files.wordpress.
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Figura 166 – Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral: disponível em: <http://www.
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Figura 167 – O disco fibrocartilaginoso intervertebral: disponível em: <http://www.
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Figura 168 – As divisões funcionais do disco intervertebral (1 – anel fibroso; 2 – Núcleo
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Acesso em: 24 maio 2010.
Figura 169 – Hérnia de disco: disponível em: <http://www.monografias.com/trabajos16/
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Figura 170 – Ligamentos da coluna vertebral: disponível em: <http://www.
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Figura 171 – Articulação atlantoaxial: disponível em: <http://www.auladeanatomia.
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Figura 172 – Articulações entre os corpos vertebrais: disponível em: <http://www.
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Fisiologia Muscular e
Neurofisiologia
3
do Controle
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1. Objetivos
• Conhecer e identificar as estruturas macroscópica e mi-
croscópica do músculo estriado esquelético.
• Entender o mecanismo molecular da contração muscular.
• Entender os mecanismos neurais que desencadeiam a
contração muscular.
• Identificar as fontes de energia para a contração muscular.
• Conhecer e analisar os tipos de fibras musculares e de
unidades motoras.
• Definir os receptores sensoriais.
• Entender como ocorre o controle motor e quais são os
problemas associados à deficiência no controle motor.
230 © Cinesiologia
2. Conteúdos
• Estrutura do músculo esquelético.
• Excitação dos nervos e das fibras musculares esqueléticas.
• Fontes de energia para a contração muscular.
• Tipos de fibras musculares.
• Unidade motora.
• Receptores articulares, musculares e tendinosos.
• Controle motor.
• Considerações clínicas a respeito do controle motor.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na Unidade 1, foram abordados os conceitos cinesiológicos
e mecânicos que regem os movimentos. Também foram revistos
os planos anatômicos e os eixos de movimentos, sendo estudado
cada movimento que ocorre nesses planos e eixos.
Na Unidade 2, estudamos, segmentarmente, o corpo huma-
no, abordando as estruturas importantes para as funções. Abor-
damos os conceitos de Artrologia com uma explanação suficiente
para o entendimento da Cinesiologia.
Nesta unidade, estudaremos os aspectos da fisiologia mus-
cular abordando a estrutura do músculo esquelético, os tipos de
fibras musculares, os eventos que caracterizam a contração mus-
cular e a unidade motora. Na sequência, trataremos da neurofi-
siologia do controle motor identificando as estruturas do sistema
nervoso responsáveis pelo controle motor e as implicações clínicas
de problemas sobre o controle motor.
músculo do
esqueleto
feixe de fibras
fibra muscular
faixa faixa
A l
miofibrila
sarcômero
Z
disco Z
miofilamentos
filamento
de actina
moléculas de actina
filamento
de miosina
moléculas de
miosina
INFORMAÇÃO:
A identificação de uma contração excêntrica é um problema persis-
tente e crucial na análise do desempenho. Durante a realização de
flexões de braço no solo, ocorre a extensão do cotovelo e a abdução
do membro superior. Durante a parada momentânea que ocorre entre
as fases de elevação e de estática, acontece a contração concêntrica
dos extensores do cotovelo e dos abdutores do ombro. Já na fase de
descida, ocorre a contração excêntrica desses músculos.
Potencial de membrana
Para Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), existem diferenças
de potencial elétrico nas membranas das células vivas. Os líqui-
dos que banham o lado de dentro e o lado de fora de cada célula
contêm partículas carregadas (íons) dissolvidas em solução. O po-
tencial do interior de uma célula é medido na comparação com o
líquido existente fora da membrana. Sob condições de repouso,
o potencial de membrana ou potencial de repouso é negativo. As
células musculares e nervosas e os receptores sensitivos mantêm
um potencial de membrana mais negativo (-60mv a --80mv) que
em outros tipos de células.
Potencial de ação
Se um estímulo suficiente de força for aplicado a uma célula
excitável, esse estímulo será capaz de fazer com que a membrana
celular se torne mais permeável a certos íons, o que resultará em
uma troca rápida de íons positivos e negativos. Os sinais neurais
são transmitidos por meio dos potenciais de ação, que são varia-
ções muito rápidas do potencial de membrana. Cada potencial de
ação começa pela modificação abrupta do potencial de repouso
negativo normal para um potencial positivo (despolarização) e
termina com a modificação quase tão rápida para o potencial ne-
gativo (repolarização). A onda de despolarização, avançando con-
jugada com a repolarização, é denominada um potencial de ação,
como podemos observar na Figura Para conduzir um sinal neural,
o potencial de ação se desloca ao longo da fibra nervosa até atingir
seu término (GUYTON; HALL, 2006).
Já em músculos de mamíferos, a velocidade de condução é
de, aproximadamente, 5m/s. A duração dos potenciais de ação não
mostra uma diferença significativa entre os indivíduos de ambos
os sexos de 20 a 40 anos de idade, mas torna-se prolongada com
a idade ou a temperatura muscular baixa, levando a um tempo de
resposta reflexa mais longa.
Neurotransmissão
Como vimos anteriormente, o homem move-se pela ação de
seus músculos, e, para que isso aconteça, é preciso que as contra-
ções musculares sejam controladas com precisão. A parte motora
do sistema nervoso central é responsável por esse controle, que,
pela excitação dos nervos motores, provoca potenciais na placa
motora (junção mioneural).
Para Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), esses potenciais de
placa motora causam a liberação do neurotransmissor acetilcoli-
na, que se difunde rapidamente e interage com os receptores da
membrana da fibra muscular. Essa interação aumenta a permea-
bilidade da membrana muscular para íons sódio e outros íons. O
movimento de íons para o interior da célula muscular despolariza
a membrana da fibra muscular e deflagra, nas fibras musculares,
potenciais de ação que por elas se propagam.
Segundo Guyton e Hall (2006), a fibra muscular esqueléti-
ca é tão grossa que os potenciais de ação que se propagam por
sua membrana superficial produzem um fluxo de corrente quase
nulo na profundidade dessas fibras. Contudo, para que ocorra a
contração, essas correntes elétricas devem penetrar a vizinhança
imediata de todas as miofibrilas. Isto é conseguido na transmissão
dos potenciais de ação pelos túbulos transversos (túbulos T), que
atravessam toda a espessura da fibra muscular de um lado a outro.
Os potenciais de ação nos túbulos T, por sua vez, fazem com que
o retículo sarcoplasmático libere íons cálcio na vizinhança imedia-
ta de todas as miofibrilas, e esses íons cálcio, então, induzem à
contração. Esse processo global é chamado "acoplamento excita-
ção-contração". À excitação da membrana muscular, segue-se a
contração da fibra. Portanto, uma alteração no potencial da mem-
brana muscular desencadeia a reação das proteínas contráteis do
músculo – actina e miosina. Observe esse processo na Figura 7 a
seguir.
Metabolismo anaeróbio
Para Guyton e Hall (2006), a mais importante fonte de ener-
gia usada para reconstituir tanto o ATP quanto a fosfocreatina é
o glicogênio previamente armazenado nas células musculares. A
rápida degradação enzimática do glicogênio (glicólise) para áci-
do pirúvico e ácido lático libera uma energia que é utilizada para
converter o ADP em ATP, que pode ser usado, diretamente, para
energizar a contração muscular ou para reconstituir a fosfocreati-
na, como mostrado nas Figuras 8 e As reações glicolíticas podem
ocorrer, até mesmo, na ausência do oxigênio, de modo que a con-
tração muscular possa ser mantida por um breve período. A velo-
cidade com que é formado o ATP pelo processo glicolítico é duas
vezes e meia maior que a da formação de ATP pela reação entre
os nutrientes celulares e o oxigênio. Todavia, infelizmente, ocorre
o acúmulo de muitos produtos finais da glicólise nas células mus-
culares, de modo que, isoladamente, a glicólise só pode manter a
contração muscular máxima por cerca de um minuto, como mos-
tra as Figuras 8 e
Metabolismo aeróbio
A última fonte de energia é o processo do metabolismo oxi-
dativo, ou seja, a combinação de oxigênio com os diversos nutrien-
tes celulares para formar o ATP. É importante sabermos que mais
de 95% de toda a energia utilizada pelos músculos em contrações
continuadas de longa duração derivam dessa fonte. Os nutrientes
consumidos são os carboidratos, as gorduras e as proteínas. Para a
atividade muscular de longa duração, a maior proporção de ener-
gia consumida deriva, em sua maior parte, das gorduras (GUYTON;
HALL, 2006). Segundo Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), as molé-
culas de carboidrato, de gordura e de proteína são mobilizadas a
partir dos locais de armazenamento no corpo; já as enzimas que-
bram as grandes moléculas em unidades menores, que podem ser
oxidadas em uma série de reações químicas chamadas "ciclo do
ácido cítrico" ou "Ciclo de Krebs". Observe a Figura
CURIOSIDADE:
Quando ocorre a morte de um indivíduo, cessa, subitamente, o
fornecimento de energia para a contração muscular. Congelam-se
as pontes transversas, e o resultado é a rigidez do cadáver, conhe-
cida, na comunidade médica, como "rigor mortis".
Eficiência muscular
A eficiência muscular é calculada de acordo com a porcen-
tagem de energia consumida transformada em trabalho, não em
calor. O percentual da energia química dos nutrientes consumida
pelo músculo que pode ser convertida em trabalho é de 20% a 25%,
sendo o restante transformado em calor. Mas levantar uma carga,
por exemplo, exige de quatro a cinco vezes mais energia química,
o que só poderia ser realizado se toda a energia fosse direcionada
à movimentação da carga (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).
A razão para essa baixa eficiência é de que cerca da metade
da energia dos nutrientes é perdida na formação do ATP, e apenas
cerca de 40% a 45% da energia do próprio ATP pode ser, posterior-
mente, transformada em trabalho.
Guyton e Hall (2006) citam que a eficiência máxima só pode
ser conseguida quando o músculo se contrai com velocidade mo-
derada, ou seja, se ele se contrair muito lentamente, ou sem que
ocorra algum movimento, serão liberadas grandes quantidades
de calor mesmo se estiver sendo realizado pouco ou nenhum tra-
balho, o que diminui a eficiência. Entretanto, se a contração for
muito rápida, grande parte da energia será consumida para vencer
o atrito viscoso no interior do próprio músculo, e isto também re-
duzirá a eficiência da contração. Comumente, a eficiência máxima
será obtida quando a velocidade da contração for de cerca de 30%
da velocidade máxima.
9. A UNIDADE MOTORA
Retratada na Figura 11, a unidade motora, que representa a
unidade funcional básica do sistema neuromuscular, consiste em
um motoneurônio, proveniente do corno anterior da medula espi-
nhal, com seu axônio e com as fibras musculares por ele inervadas
(ENOKA, 2000).
Fibra
muscular
Corpúsculos
pacinianos
(tipo 2)
Aferente lb Terminações de
Ruffini (tipo 1) Terminações
nervosas livres
(tipo 4)
Receptores dos
ligamentos
(tipo 3)
Cápsula
Tendão
Aferente
mecanoreceptor
IA ou II
Fibras musculares
intrafusais
Fibras musculares
extrafusais
Cápsula
Neurônio Neurônio
motor α fusiomotor γ
Receptores articulares
Para Hamil e Knutzen (1999), limitadas informações sobre os
impulsos dos neurônios sensoriais são provenientes de receptores
localizados no interior e ao redor das articulações sinoviais (Figura
12). As terminações de Ruffini, localizadas na cápsula articular, res-
pondem às mudanças na posição articular e na velocidade de mo-
vimento da articulação. O corpúsculo de Pacini é outro receptor,
também localizado na cápsula articular e, ainda, no tecido conecti-
vo, que responde à pressão criada pelos músculos, como a dor in-
tra-articular. Os receptores articulares, assim como os receptores
tendinosos e os musculares, continuamente informam o sistema
nervoso sobre as condições no interior e ao redor da articulação.
Receptor tendinoso
Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997) afirmam que os órgãos ten-
dinosos de Golgi (OTG) estão localizados no interior dos tendões
musculares próximos ao ponto de inserção da fibra muscular no
tendão (Figura 13). O OTG é estimulado pela tensão produzida pe-
las fibras musculares, e os impulsos nervosos são transmitidos por
grandes axônios aferentes de condução rápida à medula espinhal
e ao cerebelo. Esses impulsos provenientes dos OTGs excitam os
interneurônios inibidores, que inibem os neurônios do músculo
em contração limitando a força àquela tensão que pode ser tolera-
da pelos tecidos que estão sendo tensionados.
Assim, os OTGs são responsáveis por detectar as variações de
força (tensão) muscular. Quando ocorre aumento de tensão, como
quando tentamos levantar um objeto muito pesado, por exemplo,
as fibras colágenas dos OTGs são estiradas; quanto maior é a ten-
são, maior é o potencial do receptor e, consequentemente, maior
é a frequência dos potenciais de ação conduzidos ao sistema ner-
voso central (LENT, 2004).
Receptor muscular
Os fusos musculares são pequenos e sofisticados órgãos re-
ceptores que possuem a função de detectar as variações do com-
primento muscular (Figura 14). Cada um deles é formado de cinco
a dez fibras musculares modificadas, muito finas e agrupadas em
forma de fuso, envoltas por uma cápsula conjuntiva que as separa
das fibras musculares comuns; a fibra intrafusal, sendo uma fibra
muscular, também se contrai sob comando neural.
Quando um músculo se contrai ou relaxa, seu comprimento, e
também o dos fusos musculares em seu interior, varia. Da mesma for-
ma pode variar quando o músculo é estirado pelo próprio indivíduo ou
por outra pessoa, como, por exemplo, durante o alongamento muscu-
lar. É isto que faz o médico quando percute o joelho do paciente para
pesquisar o reflexo patelar, conforme observado na Figura 15, em que
o tendão do músculo quadríceps da coxa é atingido, indiretamente,
provocando um estiramento brusco do músculo. Esse estiramento é o
estímulo para o movimento reflexo resultante (LENT, 2004).
Integração sensório-motora
Os neurônios sensitivos conduzem os impulsos dos múscu-
los esqueléticos aos neurônios motores da medula espinhal, que
transmitem impulsos de volta a esse músculo, formando uma alça
de retroalimentação, que regula a atividade de cada unidade mo-
tora do músculo. O circuito é o componente segmentar básico para
o controle do sistema motor.
© U3 - Aspectos da Fisiologia Muscular e Neurofisiologia do Controle Motor 259
Cinestesia e propriocepção
Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997) mencionam, ainda, que, em
condições normais, uma pessoa é capaz de saber, conscientemen-
te, a posição dos diversos segmentos do corpo no espaço e na rela-
ção com os outros segmentos, bem como se estes estão estáticos
ou se movimentando. Essa capacidade define o sentido de posição,
o conhecimento da posição estática de um determinado segmento
corporal e a cinestesia, ou seja, o conhecimento do movimento
dinâmico articular. Os sinais cinestésicos são gerados a partir dos
receptores sensoriais musculares, tendinosos e articulares em res-
posta aos movimentos do corpo e à tensão nos tendões.
A propriocepção refere-se ao impulso sensorial que parte dos
receptores musculares, tendinosos e articulares para discriminar a
posição articular e o movimento articular, o que inclui a direção,
13. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, foi possível notar a importância de certos
conceitos de Anatomia e de Fisiologia para o entendimento da Ci-
nesiologia. Inicialmente, fizemos uma explanação sobre as estru-
turas macroscópica e microscópica do músculo estriado esquelé-
tico e sobre os mecanismos moleculares envolvidos na contração
© U3 - Aspectos da Fisiologia Muscular e Neurofisiologia do Controle Motor 263
15. E-REFERÊNCIAS
Lista de Figuras
Figura 5 – Os estados relaxado e contraído de unia miofibrila, mostrando o deslizamento
dos filamentos de actina sobre os filamentos de miosina: disponível em:
<http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/biologia/imagens/
sarcomero_est_contr.gif>. Acesso em: 5 jan. 2010.
Figura 10 – Ciclo de Krebs. Metabolismo aeróbio gerador de energia para a contração
muscular: disponível em: <http://www.fisiologia.kit.net/bioquimica/ck/ciclokrebs.gif>.
Acesso em: 5 jan. 2010.
Figura 12 – Receptores articulares: disponível em: <http://br.monografias.com/
trabalhos3/concepcoes-bale-recurso-terapeutico-fiosioterapia/image022.jpg>. Acesso
em: 5 jan. 2010.
Figura 13 – Receptor tendinoso: órgão tendinoso de Golgi: disponível em: http://www.
ibb.unesp.br/nadi/Museu2_qualidade/Museu2_como_funciona/Museu_homem_
nervoso/Museu2_homem_nervoso_somestesia/Imagens/proprioceptores_2.jpg>.
Acesso em: 12 jan. 2010.
Figura 15 – Pesquisa do reflexo patelar: disponível em: <http://media.photobucket.
com/image/reflexo%20patelar/maxaug/nervoso9.gif>. Acesso em: 5 jan. 2010.
Figura 17 – Hipotonia muscular (flacidez): Disponível em: <http://2.bp.blogspot.
c o m / _ j 0 o A A p Q n l h E / S s d O _ s J 6 I e I /A A A A A A A A A A 4 / W B y P l _ S E q E g / s 3 2 0 /
Inform%C3%A1tica+Eucativa.jpg>. Acesso em: 5 jan. 2010.
Figura 18 – Atrofia muscular: disponível em: <http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/
spanish/ency/images/ency/fullsize/19477.jpg>. Acesso em: 05 jan. 2010.