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RESTROSPECTIVA 2018

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL


(DESARMAMENTO, DROGAS, TORTURA, ABUSO DE AUTORIDADE
E ESTATUTO CRANÇA E ADOLESCENTE)
PROF. MARCOS GIRÃO
Edital PRF 2018
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
(LEI N° 10.826 DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003)

Estatuto do Desarmamento
Prof. Marcos Girão
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] À luz do disposto no
Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —, julgue os
itens que se seguem.
01. É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente,
sendo o comando do Exército o responsável pelo registro de
armas de uso restrito.
Art. 4o Para ADQUIRIR arma de fogo de USO PERMITIDO o interessado deverá, ALÉM DE
DECLARAR A EFETIVA NECESSIDADE, atender aos seguintes requisitos:

I - COMPROVAÇÃO DE IDONEIDADE, com a apresentação de CERTIDÕES NEGATIVAS DE


ANTECEDENTES CRIMINAIS fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de
NÃO ESTAR RESPONDENDO A INQUÉRITO POLICIAL OU A PROCESSO CRIMINAL, que poderão
ser fornecidas por meios eletrônicos;

II – apresentação de documento comprobatório de OCUPAÇÃO LÍCITA e de RESIDÊNCIA


CERTA;

III – comprovação de CAPACIDADE TÉCNICA e de APTIDÃO PSICOLÓGICA para o manuseio de


arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
É OBRIGATÓRIO o REGISTRO de arma de fogo no órgão
competente.

As armas de fogo de uso RESTRITO serão registradas no COMANDO DO


EXÉRCITO, na forma do regulamento desta Lei.
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] À luz do disposto no
Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —, julgue os
itens que se seguem.
01. É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente,
sendo o comando do Exército o responsável pelo registro de
armas de uso restrito.
02. [DELEGADO DE POLÍCIA – DPF – 2018] O registro de
arma de fogo na PF, mesmo após prévia autorização do
SINARM, não assegura ao seu proprietário o direito de
portá-la.
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] À luz do disposto no
Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —, julgue os
itens que se seguem.
03. Comete crime o agente que deixa de observar as cautelas
necessárias para impedir que menor de dezoito anos de idade se
apodere de arma de fogo que esteja sob a sua posse, ainda que
não haja consequências graves.
POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO
PERMITIDO
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de
trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa.

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.


PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.


CRIMES – POSSE IRREGULAR DE ARMA DE USO PERMITIDO

Não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento apreendido sequer
pode ser enquadrado no conceito técnico de arma de fogo, por estar quebrado e, de acordo com laudo
pericial, totalmente inapto para realizar disparos. De fato, tem-se como típica a conduta de portar arma de
fogo sem autorização ou em desconformidade com determinação legal ou regulamentar, por se tratar de delito
de perigo abstrato, cujo bem jurídico protegido é a incolumidade pública, independentemente da existência de
qualquer resultado naturalístico. Nesse passo, a classificação do crime de porte ilegal de arma de fogo como de
perigo abstrato traz, em seu arcabouço teórico, a presunção, pelo próprio tipo penal, da probabilidade de vir a
ocorrer algum dano pelo mau uso da arma. Com isso, flagrado o agente portando um objeto eleito como arma
de fogo, temos um fato provado – o porte do instrumento – e o nascimento de duas presunções, quais sejam, de
que o objeto é de fato arma de fogo, bem como tem potencial lesivo. No entanto, verificado por perícia que o
estado atual do objeto apreendido não viabiliza sequer a sua inclusão no conceito técnico de arma de fogo,
pois quebrado e, consequentemente, inapto para realização de disparo, não há como caracterizar o fato
como crime de porte ilegal de arma de fogo. Nesse caso, tem-se, indubitavelmente, o rompimento da ligação
lógica entre o fato provado e as mencionadas presunções. AgRg no AREsp 397.473-DF, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 19/8/2014.
OMISSÃO DE CAUTELA
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora
de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja
sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.


Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou
outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que
estejam sob sua guarda, NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DEPOIS DE
OCORRIDO O FATo.
DISPARO DE ARMA DE FOGO
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

O crime previsto neste artigo é inafiançável.

ADI 3112 – INFORMATIVO 465 DO STF


➢ Para que esse delito esteja consumado, O DISPARO DEVE
OCORRER:
✓ em lugar habitado ou em suas adjacências; OU
✓ em via pública; OU
✓ em direção a ela (via pública).
➢A pena é aumentada DA METADE se forem praticados pelos seguintes agentes:
✓integrantes das Forças Armadas e dos órgãos de segurança pública;
✓integrantes das Guardas Municipais
✓integrantes da ABIN e do GSI/PR e das Policias Legislativas Federais;
✓integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, das escoltas
de presos e das guardas portuárias;
✓integrantes da carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de
Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário;
✓Técnicos Judiciários e do Ministério Público;
✓empregados autorizados das empresas de segurança privada e transporte de
valores;
✓o caçador para subsistência;
✓integrantes de entidades esportivas legalmente autorizados.
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar,
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar,
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar.

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.


Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste
artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência.

Este crime é próprio, pois somente pode ser cometido por quem
pratica atividade comercial ou industrial.

Para este crime, assim como para o TRÁFICO INTERNACIONAL DE


ARMA DE FOGO, haverá aumento de pena da metade se a arma de
fogo, acessório, ou munição for de uso proibido ou restrito.
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] À luz do disposto no
Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —, julgue os
itens que se seguem.
03. Comete crime o agente que deixa de observar as cautelas
necessárias para impedir que menor de dezoito anos de idade se
apodere de arma de fogo que esteja sob a sua posse, ainda que
não haja consequências graves.
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] À luz do disposto no
Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —, julgue os itens
que se seguem.
04. A falta de comunicação à Polícia Federal de perda ou furto de arma
de fogo que esteja sob a guarda de diretor responsável por empresa de
segurança configura apenas infração administrativa, que pode ser
punida com multa ou suspensão das atividades empresariais.
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] À luz do disposto no
Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —, julgue os
itens que se seguem.
05. O mero disparo de arma de fogo nas adjacências de lugar
habitado é crime punido com reclusão, estando seu autor sujeito a
um aumento de pena se for integrante dos órgãos elencados na
lei.
06. [PERITO CRIMINAL (TODOS) – DPF – 2018] Samuel disparou,
sem querer, sua arma de fogo em via pública. Nessa situação,
ainda que o disparo tenha sido de forma acidental, culposamente,
Samuel responderá pelo crime de disparo de arma de fogo,
previsto no Estatuto do Desarmamento.
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PE – 2018] De acordo
com o entendimento do STJ, julgue o item a seguir a
respeito dos crimes previstos na legislação extravagante.
07. O transporte de granadas de gás lacrimogêneo configura
crime de porte de artefato explosivo.
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO
RESTRITO
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.


CRIMES HEDIONDOS – ROL TAXATIVO

Lei nº 13.497/2017

➢ Considera-se também HEDIONDO o crime de


POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE
USO RESTRITO, previsto no art. 16 da Lei no 10.826,
de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do
Desarmamento), tentado ou consumado (art. 1º,
parágrafo único).
Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir
a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo
ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar;
Nas mesmas penas incorre quem:
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de
fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
OS EXPLOSIVOS, O ESTATUTO DO DESARMAMENTO E O STJ

RECURSO ESPECIAL. PENAL. ESTATUTO DO DESARMAMENTO. DELITO TIPIFICADO NO ARTIGO 16, PARÁGRAFO ÚNICO, III, DA
LEI N. 10.826/2003. PORTE DE ARTEFATO EXPLOSIVO. GRANADA DE GÁS LACRIMOGÊNEO/PIMENTA. INADEQUAÇÃO TÍPICA.
RECURSO IMPROVIDO.

1. Explosivo é, em sentido amplo, um material extremamente instável, que pode se decompor rapidamente, formando produtos
estáveis. Esse processo é denominado de explosão e é acompanhado por uma intensa liberação de energia, que pode ser feita sob
diversas formas e gera uma considerável destruição decorrente da liberação dessa energia.

2. NÃO SERÁ CONSIDERADO EXPLOSIVO O artefato que, embora ativado por explosivo, não projete e nem disperse fragmentos
perigosos como metal, vidro ou plástico quebradiço, não possuindo, portanto, considerável potencial de destruição.

3. Para a adequação típica do delito em questão, exige-se que o objeto material do delito, qual seja, o artefato explosivo,
seja capaz de gerar alguma destruição, NÃO PODENDO SER TIPIFICADO NESTE CRIME A POSSE DE GRANADA DE GÁS
LACRIMOGÊNEO/PIMENTA, porém, não impedindo eventual tipificação em outro crime.

4. Recurso especial improvido.

(REsp 1627028/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 21/02/2017, DJe 03/03/2017)
Portar granada de gás
lacrimogêneo ou de pimenta
não configura crime do
Estatuto do Desarmamento.
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PE – 2018] De acordo
com o entendimento do STJ, julgue o item a seguir a
respeito dos crimes previstos na legislação extravagante.
07. O transporte de granadas de gás lacrimogêneo configura
crime de porte de artefato explosivo.
08. [DELEGADO DE POLICIA CIVIL – PC/MA – 2018] De acordo com o entendimento da doutrina e
dos tribunais superiores sobre o Estatuto do Desarmamento, especialmente quanto às armas de
fogo,
(A) o crime de tráfico internacional de arma de fogo é insuscetível de liberdade provisória.
(B) majora-se a pena em caso de crime de comércio ilegal de arma de fogo mesmo que se trate de
armamento de uso permitido.
(C) a arma de fogo desmuniciada afasta as figuras criminosas da posse ou do porte ilegal,
considerando-se que o objeto jurídico tutelado é a incolumidade física.
(D) o porte de arma de fogo de uso permitido com a numeração raspada equivale penalmente ao
porte de arma de fogo de uso restrito.
(E) o disparo de arma de fogo em via pública e o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
configuram situações de inafiançabilidade.
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] À luz do disposto no
Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —, julgue os
itens que se seguem.
09. As armas de fogo apreendidas e que não interessarem à
persecução penal devem ser encaminhadas à Polícia Federal para
destruição ou doação ao comando do Exército.
As armas de fogo APREENDIDAS, após a elaboração do laudo
pericial e sua juntada aos autos, QUANDO NÃO MAIS
INTERESSAREM À PERSECUÇÃO PENAL serão encaminhadas
pelo juiz competente ao COMANDO DO EXÉRCITO, no prazo
máximo de 48 HORAS, para DESTRUIÇÃO ou DOAÇÃO aos
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas.
JUIZ
• Encaminhará a
COMPETENTE • Será responsável
relação das armas pelo transporte das
a serem doadas • Determina o armas a ela doadas
perdimento em • Deve cadastrar as no
favor da SIGMA ou SINARM
instituição
COMANDO DO beneficiada INSTITUIÇÃO
EXÉRCITO BENEFICIADA
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] À luz do disposto no
Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —, julgue os
itens que se seguem.
09. As armas de fogo apreendidas e que não interessarem à
persecução penal devem ser encaminhadas à Polícia Federal para
destruição ou doação ao comando do Exército.
LEI ANTIDROGAS
(LEI Nº 11.343/2006)
10 . [POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL – PRF – 2013] Caso uma
pessoa injete em seu próprio organismo substância entorpecente
e, em seguida, seja encontrada por policiais, ainda que os agentes
não encontrem substâncias entorpecentes em poder dessa
pessoa, ela estará sujeita às penas de advertência, prestação de
serviço à comunidade ou medida educativa de comparecimento a
programa ou curso educativo.
LEI ANTIDROGAS – REGRA DE OURO

➢ Ficam PROIBIDAS, em TODO o território nacional, as drogas,


bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e
substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas,
ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem
como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas,
sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de
uso estritamente ritualístico-religioso.
CRIME DE POSSE DE DROGAS P/
CONSUMO PESSOAL
(art. 28)
POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL

Art. 28. Quem ADQUIRIR, GUARDAR, TIVER EM


DEPÓSITO, TRANSPORTAR ou TROUXER CONSIGO,
para consumo pessoal, DROGAS sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes PENAS:
POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL

I - advertência sobre os efeitos das drogas;


II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a


programa ou curso educativo.
POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL

RE 430105 QO/RJ:
(...)
6. Ocorrência, pois, de "despenalização", entendida como
exclusão, para o tipo, das penas privativas de liberdade. 7.
Questão de ordem resolvida no sentido de que a L. 11.343/06
não implicou abolitio criminis (C.Penal, art. 107). (...) III.
Recurso extraordinário julgado prejudicado.
Professor, já que não há penas restritivas de
liberdade, o que acontece se a pessoa que
cometeu esse crime recusar-se a cumprir
qualquer uma dessas penas previstas?
➢ Caso haja a recusa INJUSTIFICADA do agente em cumprir
tais penas, também chamadas de medidas educativas,
PODERÁ o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
➢ Não é reincidente réu condenado por
porte de drogas para uso próprio.
➢ Considerar um réu reincidente por causa de um crime cuja pena sequer é
prisão viola o princípio constitucional da PROPORCIONALIDADE.
“Se a contravenção penal, punível com pena de prisão simples, não configura
reincidência, resta inequivocamente DESPROPORCIONAL a consideração, para fins
de reincidência, da posse de droga para consumo próprio, que conquanto seja crime, é
punida apenas com ‘advertência sobre os efeitos das drogas’, ‘prestação de serviços à
comunidade’ e ‘medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo’,
mormente se se considerar que em casos tais não há qualquer possibilidade de conversão
em pena privativa de liberdade pelo descumprimento, como no caso das penas
substitutivas”
Ministra Maria Thereza- REsp 1.672.654
10 . [POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL – PRF – 2013] Caso uma
pessoa injete em seu próprio organismo substância entorpecente
e, em seguida, seja encontrada por policiais, ainda que os agentes
não encontrem substâncias entorpecentes em poder dessa
pessoa, ela estará sujeita às penas de advertência, prestação de
serviço à comunidade ou medida educativa de comparecimento a
programa ou curso educativo.
11. [ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/MA – 2018] Indivíduo não reincidente que
semeie, para consumo pessoal, plantas destinadas à preparação de pequena
quantidade de produto capaz de causar dependência psíquica se sujeita à
penalidade imediata de
a) perda de bens e valores.
b) medida educativa de internação em unidade de tratamento.
c) advertência sobre os efeitos das drogas.
d) admoestação verbal pelo juiz.
e) prestação pecuniária.
12. [DELEGADO DE POLÍCIA – DPF – 2013] Na Lei de Drogas, é
prevista como crime a conduta do agente que oferte drogas,
eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa do seu
relacionamento, para juntos a consumirem, não sendo estabelecida
distinção entre a oferta dirigida a pessoa imputável ou inimputável.
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
(art. 33)
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
– ART. 33

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,


fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 a 15 anos e pagamento de 500 a 1.500
dias-multa.
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS – ART. 33

➢ Estamos diante de um tipo penal misto alternativo, hipótese em que a


prática de mais de uma das condutas previstas não implica
concurso de crimes.

➢ A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também disponibilizar o


veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente configura o crime de tráfico de drogas
em sua forma consumada - e não tentada -, ainda que a polícia, com base em indícios obtidos por
interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do material entorpecente antes que o
investigado efetivamente o recebesse. (HC 212.528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 1º/9/2015,
DJe 23/9/2015).
CRIMES EQUIPARADOS E SUBJACENTES

art. 33, §1º,


incisos I a III
Crimes
EQUIPARADOS
art. 34 a 37

Tráfico Ilícito de
Drogas Art. 33, §§2º e

CRIMES
SUBJACENTES
Arts. 38 e 39
USO COMPARTILHADO
OU
TRÁFICO DE MENOR POTENCIAL
OFENSIVO
(art. 33, §3º)
CRIMES SUBJACENTES AO TRÁFICO – Art. 33, §3º

Art. 33. (...)


§3º OFERECER droga, eventualmente e sem objetivo de
lucro, a pessoa de seu relacionamento, PARA JUNTOS A
CONSUMIREM:
Pena - detenção, de 06 meses a 01 ano e pagamento de
700 a 1.500 dias-multa sem prejuízo das mesmas penas
previstas para quem comete o crime de posse de drogas para
consumo pessoal.
CRIMES SUBJACENTES AO TRÁFICO – Art. 33, §3º

➢ Para a consumação desse crime, é


necessária a concomitância de alguns
elementos:
CRIMES SUBJACENTES AO TRÁFICO – Art. 33, §3º

o oferecimento da droga de
forma eventual para pessoa
do seu relacionamento

a ausência do objetivo
de lucro

consumo conjunto
CRIMES SUBJACENTES AO TRÁFICO – Art. 33, §3º
12. [DELEGADO DE POLÍCIA – DPF – 2013] Na Lei de Drogas, é
prevista como crime a conduta do agente que oferte drogas,
eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa do seu
relacionamento, para juntos a consumirem, não sendo estabelecida
distinção entre a oferta dirigida a pessoa imputável ou inimputável.
13. [ESCRIVÃO DE POLÍCIA – DPF – 2018] Em caso de
prisão por tráfico de drogas ilícitas, o juiz não poderá
substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de
direito.
TRÁFICO PRIVILEGIADO
TRÁFICO
PRIVILEGIADO

❑ REDAÇÃO ORIGINAL (art. 33, §4º)

Art. 33 (...)
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo (Crimes
EQUIPARADOS), as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos,
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se
dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa.
TRÁFICO PRIVILEGIADO

➢ O STF declarou a vedação da substituição da pena


privativa de liberdade por pena restritiva de direitos
inconstitucional em sede de controle difuso de
constitucionalidade, em razão da ofensa ao princípio da
individualização da pena. (Habeas Corpus nº 97.256/RS)

✓Este julgado motivou a edição da Resolução nº 5/2012


do Senado Federal, suspendendo a eficácia desta parte
do dispositivo.
TRÁFICO
PRIVILEGIADO

❑ REDAÇÃO ORIGINAL (art. 33, §4º)

Art. 33 (...)
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo (Crimes
EQUIPARADOS), as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos,
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se
dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa.
TRÁFICO PRIVILEGIADO

➢ Em julgado de 2013, o STF também aplicou a minorante do


§4o à “mula”, que, no caso, era uma pessoa que engoliu
cápsulas de cocaína para transportá-las.

✓ Posteriormente o STF também entendeu que a atuação da pessoa


como “mula” não significa necessariamente que ela faça parte
de organização criminosa.
TRÁFICO PRIVILEGIADO

TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO ART.


33, § 4°, DA LEI N. 11.343/2006. AGENTE NA CONDIÇÃO DE “MULA”. AUSÊNCIA
DE PROVA DE QUE INTEGRA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.
É possível o reconhecimento do tráfico privilegiado ao agente transportador de
drogas, na qualidade de "mula", uma vez que a simples atuação nessa condição
não induz, automaticamente, à conclusão de que ele seja integrante de
organização criminosa.
HC 387.077-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, por unanimidade, julgado em 6/4/2017, DJe
17/4/2017. Informativo STJ 602.
TRÁFICO PRIVILEGIADO
TRÁFICO PRIVILEGIADO

TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS NA SUA FORMA PRIVILEGIADA. ART. 33, § 4º, DA LEI N.
11.343/2006. CRIME NÃO EQUIPARADO A HEDIONDO. ENTENDIMENTO RECENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, NO JULGAMENTO DO HC 118.533-MS. REVISÃO DO TEMA
ANALISADO PELA TERCEIRA SEÇÃO SOB O RITO DOS RECURSOS REPETITIVOS. TEMA 600.
O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006)
NÃO É CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO e, por conseguinte, deve ser cancelado o
Enunciado 512 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça.
Pet 11.796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em
23/11/2016, DJe 29/11/2016. Informativo STJ 595.
TRÁFICO PRIVILEGIADO

➢ O STJ confirmou a decisão de outro Tribunal no sentido de que a quantidade de


drogas que o agente portava era muito grande, e que daí se poderia concluir que
ele se dedicava a atividades criminosas, e por isso estaria AFASTADO o
benefício do TRÁFICO PRIVILEGIADO (HC 271.897/SP e HC 220.848/SP).

✓ O questionamento surgiu porque a quantidade de drogas já tinha sido considerada na


fixação da pena base, e agora era considerada mais uma vez para afastar o benefício.
O STJ decidiu que nesse caso não há bis in idem, e a decisão está
adequada.
TRÁFICO PRIVILEGIADO

PARTICIPAÇÃO EM ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E QUANTIDADE DE DROGAS.


A Segunda Turma, por unanimidade, deu parcial provimento a recurso ordinário em “habeas
corpus” para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, §
4º, da Lei 11.343/2006 (1) e determinar que o juízo “a quo”, após definir o patamar de
redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da
sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos,
se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal (2).
RHC 138715/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 23.5.2017. Informativo STF 866.
13. [ESCRIVÃO DE POLÍCIA – DPF – 2018] Em caso de
prisão por tráfico de drogas ilícitas, o juiz não poderá
substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de
direito.
[OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – 2018] Maria, esposa de Carlos, que cumpre pena de
reclusão, era obrigada por ele, de forma reiterada, a levar drogas para dentro do sistema
penitenciário, para distribuição. Carlos a ameaçava dizendo que, se ela não realizasse a missão, seu
filho, enteado de Carlos, seria assassinado pelos comparsas soltos. Durante a revista de rotina em
uma das visitas a Carlos, Maria foi flagrada carregando a encomenda. Por considerar que estava
sob proteção policial, ela revelou o que a motivava a praticar tal conduta, tendo provado as
ameaças sofridas a partir de gravações por ela realizadas. Em sua defesa, Carlos alegou que o crime
não fora consumado.
No que se refere a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
14. Carlos não será punido, pois, de fato, o crime não se consumou.
15. Maria será punida, mas terá direito ao benefício de atenuante por ter colaborado com a polícia no
desbaratamento do tráfico dentro do sistema prisional.
16. [DELEGADO DE POLÍCIA – DPF – 2018] Em viagem pela Europa, Ronaldo,
primário, de bons antecedentes e não integrante de organização criminosa,
adquiriu quinze cápsulas do entorpecente LSD com o objetivo de obter lucro
capaz de custear as despesas com a viagem. De volta ao Brasil, Ronaldo foi
preso em flagrante quando tentava vender a droga. Nessa situação, caso seja
condenado pelo crime tráfico de entorpecentes, Ronaldo poderá obter a
redução da pena de um sexto a dois terços.
CAUSAS AUMENTATIVAS
DE
PENAS
(art. 40)
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS

➢ Tais crimes terão suas penas aumentadas de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
terços) se:

Nessa hipótese (tráfico internacional), basta que o agente tenha a intenção


de praticar o delito com CARÁTER TRANSNACIONAL, não sendo
necessário que ele efetivamente consiga entrar no país ou dele
sair com a droga.
CAUSAS AUMENTATIVAS
DE PENAS
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS

➢ Tais crimes terão suas penas aumentadas de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
terços) se:

Neste caso também não é necessário que as fronteiras


estaduais sejam efetivamente transpostas, conforme a
jurisprudência do STF.
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS

➢ Tais crimes terão suas penas aumentadas de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
terços) se:

A função pública se refere aos servidores públicos (autoridade policial,


membro do Poder Judiciário, Ministério Público, etc.), enquanto a função
social deve ser entendida como aquela relacionada à educação, saúde,
assistência social, e guarda ou vigilância.
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS

➢ Tais crimes terão suas penas aumentadas de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços) se:
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS

➢ O mero transporte de droga em transporte coletivo


não implica o aumento de pena. O aumento aplica-
se apenas quando a comercialização da droga é feita
dentro do próprio transporte público” (HC 120624).
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS

TRÁFICO DE DROGAS E IMEDIAÇÕES DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL.


A Segunda Turma denegou a ordem de “habeas corpus” em que se
pretendia afastar a aplicação da causa de aumento prevista no art. 40, III,
da Lei 11.343/2006 em condenação por tráfico de drogas realizado nas
imediações de estabelecimento prisional.
STF. 2ª Turma. HC 138944/SC, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 21.3.2017.
Informativo STF 858.
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS

➢ Tais crimes terão suas penas aumentadas de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
terços) se:

O emprego de violência ou grave ameaça, a utilização de arma de


fogo ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva não se
aplica a coisa, mas apenas contra pessoa.
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENAS

➢ Tais crimes terão suas penas aumentadas de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
terços) se:

A lei anterior (Lei nº 6.368) previa também o aumento de pena


quando o crime envolvesse idosos, mas não há mais essa previsão.
AUMENTATIVA DE PENA

TRÁFICO DE DROGAS USANDO MENORES NÃO SERIA


CONCURSO DE CRIMES??

Estatuto da Criança e do Adolescente


Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18
(dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-
o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
AUMENTATIVA DE PENA

TRÁFICO DE DROGAS E CORRUPÇÃO DE MENORES. CAUSA DE AUMENTO DE


PENA DO ART. 40, VI, DA LEI DE DROGAS E CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES.
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE.
Na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não estar
previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser condenado pelo
crime de corrupção de menores, porém, se a conduta estiver tipificada em um
desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por aquele delito, mas
apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei n. 11.343/2006.
REsp 1.622.781-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, por unanimidade, julgado em
22/11/2016, DJe 12/12/2016. Informativo STJ 595.
OUTROS ASPECTOS PROCESSUAIS

➢ A competência para processar e julgar os crimes de tráfico de


drogas, inclusive quando ultrapassarem os limites dos estados, é da
Justiça Comum Estadual.

COMPETÊNCIA PENAL NO CASO DE IMPORTAÇÃO DE DROGAS VIA POSTAL.

Na hipótese em que DROGAS ENVIADAS VIA POSTAL DO EXTERIOR TENHAM SIDO APREENDIDAS NA
ALFÂNDEGA, competirá
ao juízo federal do local da apreensão da substância
processar e julgar o crime de tráfico de drogas, ainda que a
correspondência seja endereçada a pessoa não identificada residente em
outra localidade.
16. [DELEGADO DE POLÍCIA – DPF – 2018] Em viagem pela Europa, Ronaldo,
primário, de bons antecedentes e não integrante de organização criminosa,
adquiriu quinze cápsulas do entorpecente LSD com o objetivo de obter lucro
capaz de custear as despesas com a viagem. De volta ao Brasil, Ronaldo foi
preso em flagrante quando tentava vender a droga. Nessa situação, caso seja
condenado pelo crime tráfico de entorpecentes, Ronaldo poderá obter a
redução da pena de um sexto a dois terços.
[DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL – DPU – 2017] Tendo como referência as disposições da Lei de Drogas (Lei n.º
11.343/2006) e a jurisprudência pertinente, julgue o item subsecutivo.

17. Situação hipotética: Com o intuito de vender maconha em bairro nobre da cidade onde mora, Mário utilizou o
transporte público para transportar 3 kg dessa droga. Antes de chegar ao destino, Mário foi abordado por policiais
militares, que o prenderam em flagrante. Assertiva: Nessa situação, Mário responderá por tentativa de tráfico, já
que não chegou a comercializar a droga.

17. Segundo o entendimento do STJ, em eventual condenação, o juiz sentenciante não poderá aplicar ao réu a causa
de aumento de pena relativa ao tráfico de entorpecentes em transporte público, se o acusado tiver feito uso desse
transporte apenas para conduzir, de forma oculta, droga para comercialização em outro ambiente, diverso do
transporte público.

18. Situação hipotética: José, ao comercializar cocaína em espaço público, foi preso em flagrante. Apesar de ele ser
primário, o juiz sentenciante não aplicou a causa de diminuição de pena referente ao denominado tráfico
privilegiado, sob o argumento de que o réu se dedicava a atividades criminosas, conforme evidenciado por
inquéritos e ações penais em curso nos quais José figurava como indiciado ou réu. Assertiva: Nessa situação, de
acordo com a jurisprudência do STJ, o juiz feriu o princípio constitucional da presunção de inocência.
[DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PE – 2018] Julgue o item a seguir de
acordo com a jurisprudência sumulada do Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
19. A demonstração inequívoca da intenção do agente de realizar
tráfico entre estados da Federação é suficiente para a incidência do
aumento de um sexto a dois terços da pena para o crime de tráfico
de drogas, sendo desnecessária a efetiva transposição da fronteira
entre os estados.
20. [AGENTE DE POLÍCIA – DPF – 2018] Durante uma vistoria, no
estado do Paraná, em passageiros que viajavam de ônibus de Foz
do Iguaçu – PR para Florianópolis – SC, policiais rodoviários
federais encontraram seis quilos de maconha na mochila de Lucas,
que foi preso em flagrante delito. Nessa situação, no cálculo da
pena de Lucas, não se considerará a majorante do tráfico
interestadual de drogas, pois a transposição da fronteira entre os
estados ainda não tinha ocorrido.
21. [DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO – PJC/MT – 2017] Com referência aos parâmetros legais
da dosimetria da pena para os crimes elencados na Lei n.°11.343/2006 — Lei Antidrogas — e ao
entendimento dos tribunais superiores sobre essa matéria, assinale a opção correta.
a) A personalidade e a conduta social do agente não preponderam sobre outras circunstâncias
judiciais da parte geral do CP quando da dosimetria da pena.
b) A natureza e a quantidade da droga são circunstâncias judiciais previstas na parte geral do CP.
c) A natureza e a quantidade da droga não preponderam sobre outras circunstâncias judiciais da
parte geral do CP quando da dosimetria da pena.
d) A natureza e a quantidade da droga apreendida não podem ser utilizadas, concomitantemente, na
primeira e na terceira fase da dosimetria da pena, sob pena de bis in idem.
e) As circunstâncias judiciais previstas na parte geral do CP podem ser utilizadas para aumentar a
pena base, mas a natureza e a quantidade da droga não podem ser utilizadas na primeira fase da
dosimetria da pena.
DOSIMETRIA DA PENA

“A valoração da natureza e da quantidade da droga deverá ser


realizada na primeira ou na terceira fase de aplicação da
pena, vedada a aplicação conjunta sob pena de bis in idem.”
STF. Plenário. HC 112776/MS e HC 109193/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em
19/12/2013 (Info 733).
STF. 2ª Turma. RHC 122684/MG, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/9/2014 (Info 759).
DOSIMETRIA DA PENA

Em consonância com entendimento firmado pelo Supremo Tribunal


Federal em sede de repercussão geral (ARE 666.334/MG, Rel. Ministro
GILMAR MENDES, DJ 6/5/2014), o Superior Tribunal de Justiça pacificou o
entendimento de que configura bis in idem a utilização da natureza e da
quantidade de entorpecente, concomitantemente na 1ª e na 3ª fases da
dosimetria da pena.
STJ. 5ª Turma. HC 329.744/MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
19/11/2015.
21. [DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO – PJC/MT – 2017] Com referência aos parâmetros legais da
dosimetria da pena para os crimes elencados na Lei n.°11.343/2006 — Lei Antidrogas — e ao
entendimento dos tribunais superiores sobre essa matéria, assinale a opção correta.
a) A personalidade e a conduta social do agente não preponderam sobre outras circunstâncias
judiciais da parte geral do CP quando da dosimetria da pena.
b) A natureza e a quantidade da droga são circunstâncias judiciais previstas na parte geral do CP.
c) A natureza e a quantidade da droga não preponderam sobre outras circunstâncias judiciais da parte
geral do CP quando da dosimetria da pena.
d) A natureza e a quantidade da droga apreendida não podem ser utilizadas, concomitantemente, na
primeira e na terceira fase da dosimetria da pena, sob pena de bis in idem.
e) As circunstâncias judiciais previstas na parte geral do CP podem ser utilizadas para aumentar a
pena base, mas a natureza e a quantidade da droga não podem ser utilizadas na primeira fase da
dosimetria da pena.
22. [JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF/5ª – 2017] Ricardo, pai de família e esposo dedicado,
trabalhador empregado como serventuário da justiça à época dos fatos, primário e de bons
antecedentes, não integrante de qualquer organização criminosa, foi surpreendido portando
cinquenta pinos de cocaína. Tendo Ricardo sido denunciado pela prática de tráfico de drogas, a
defesa requereu que fosse aplicado o benefício da redução da pena previsto na legislação especial,
mas o juízo competente negou o pedido sob o argumento de que o réu responde a outros
inquéritos policiais e ações penais, de forma que isso demonstraria que ele se dedica a atividades
criminosas. Durante o cumprimento da pena por tráfico de drogas, Ricardo convenceu sua esposa,
Adriana, menor de idade, mãe dedicada, atendente de telemarketing, primária e de bons
antecedentes, não integrante de qualquer organização criminosa, a receber, transportar e negociar
trinta quilos de maconha, a fim de saldar dívida do marido contraída na prisão. Quando foi visitar o
marido no presídio, Adriana levou, ainda, alguns pinos de cocaína a um conhecido dele que mora
bem ao lado do estabelecimento prisional. Adriana foi flagrada.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da Lei Antidrogas.
a) A atuação de Adriana, por si só, induz à conclusão de que ela integra a mesma organização
criminosa que seu marido, sendo prescindível a prova de seu envolvimento, estável e permanente,
com o grupo criminoso, sendo suficiente para afastar a aplicação da minorante prevista na legislação
especial.
b) Como Adriana é adolescente, Ricardo responderá pelo crime de tráfico de drogas em concurso
com a corrupção de menores por tê-la utilizado na prática do crime.
c) No que se refere à entrega da cocaína ao amigo de Ricardo residente perto do presídio, não incide
a causa de aumento prevista na legislação especial, a qual só poderia ser aplicada se o comprador do
entorpecente fosse um dos detentos do estabelecimento.
d) A aplicação da causa de diminuição de pena prevista na legislação especial não é capaz de afastar a
hediondez do crime de tráfico de drogas praticado por Ricardo.
e) Agiu corretamente o juízo ao negar o benefício de redução de pena previsto na legislação especial,
uma vez que é possível a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para a formação
da convicção do juiz, de modo a afastar o benefício legal.
LEI ANTITORTURA
(LEI N° 9.45/1997)

1001 Questões PRF


Prof. Marcos Girão
[AGENTE DE POLÍCIA – PC/PE - 2016] Rui e Jair são policiais militares e realizam constantemente
abordagens de adolescentes e homens jovens nos espaços públicos, para verificação de
ocorrências de situações de uso e tráfico de drogas e de porte de armas. Em uma das abordagens
realizadas, eles encontraram José, conhecido por efetuar pequenos furtos, e, durante a
abordagem, verificaram que José portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem
pertencia o celular e, à medida que José negava que o celular lhe pertencia, alegando não saber
como havia ido parar em sua mochila, começou a receber empurrões do policial e, persistindo na
negativa, foi derrubado no chão e começou a ser pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada
para si. Como não respondeu de forma alguma a quem pertencia o celular, José foi colocado na
viatura depois de apanhar bastante, e os policiais ficaram rodando por horas com ele, com o
intuito de descobrirem a origem do celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite,
somente levando-o para a delegacia no dia seguinte.
23. Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de
autoridade e dos crimes hediondos, os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-
castigo.
➢ Essa tipificação do crime de tortura fica condicionada ao
preenchimento cumulativo de três elementos:

o meio empregado
+
as consequências sofridas pela vítima
+
a finalidade pretendida (dolo específico)
ou o motivo.
➢Nesse caso,o sujeito passivo não pode
ser qualquer um. Só aquelas pessoas que se
encontrem presas ou sujeitas à medida de
segurança.
[AGENTE DE POLÍCIA – PC/PE - 2016] Rui e Jair são policiais militares e realizam constantemente
abordagens de adolescentes e homens jovens nos espaços públicos, para verificação de
ocorrências de situações de uso e tráfico de drogas e de porte de armas. Em uma das abordagens
realizadas, eles encontraram José, conhecido por efetuar pequenos furtos, e, durante a
abordagem, verificaram que José portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem
pertencia o celular e, à medida que José negava que o celular lhe pertencia, alegando não saber
como havia ido parar em sua mochila, começou a receber empurrões do policial e, persistindo na
negativa, foi derrubado no chão e começou a ser pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada
para si. Como não respondeu de forma alguma a quem pertencia o celular, José foi colocado na
viatura depois de apanhar bastante, e os policiais ficaram rodando por horas com ele, com o
intuito de descobrirem a origem do celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite,
somente levando-o para a delegacia no dia seguinte.
23. Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de
autoridade e dos crimes hediondos, os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-
castigo.
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/SE – 2017] No que
concerne ao crime de tortura, julgue os itens a seguir.
24. A submissão de pessoa presa a sofrimento físico ou
mental por funcionário público que pratique atos não
previstos em lei exige o dolo específico.
➢ Na conduta omissiva de apuração, o responsável será
sempre uma autoridade que seja competente para tanto.

➢ Já no caso de se evitar a tortura, o sujeito ativo poderá ser não


só essa autoridade, bem como qualquer outro indivíduo que,
de alguma maneira, teria condições de impedir a consumação do
delito e que se enquadra em uma das hipóteses do art. 13,§ 2º, do
CP o qual estabelece:

"O dever de agir incube a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção e


vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de


impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da


ocorrência do resultado".
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/SE – 2017] No que
concerne ao crime de tortura, julgue os itens a seguir.
24. A submissão de pessoa presa a sofrimento físico ou
mental por funcionário público que pratique atos não
previstos em lei exige o dolo específico.
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/SE – 2017] No que
concerne ao crime de tortura, julgue os itens a seguir.
25. No crime de tortura, a prática contra adolescente é
causa de aumento de pena de um sexto até um terço.
Código Penal:
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública.
➢ O STF e o STJ já decidiram que esse
efeito decorre automaticamente da
condenação.
Código Penal:
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou
cárcere privado:
(...)
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da
detenção, grave sofrimento físico ou moral:
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/SE – 2017] No que
concerne ao crime de tortura, julgue os itens a seguir.
25. No crime de tortura, a prática contra adolescente é
causa de aumento de pena de um sexto até um terço.
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/SE – 2017] No que concerne
ao crime de tortura, julgue os itens a seguir.
26. A condenação de funcionário público por esse crime gera a
perda do cargo, desde que a sentença assim determine e que a
pena aplicada seja superior a quatro anos.
[ANALISTA JUDICIÁRIO – STJ – 2018] Tendo como referência a legislação penal
extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, julgue o item
que se segue.
27. A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função
ou emprego público e a interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena
aplicada.
[DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PE – 2018] De acordo com a legislação penal especial,
julgue o item a seguir.
28. Comete o crime de tortura aquele que, tendo o dever de evitar a conduta, se
mantém omisso ao tomar ciência ou presenciar pessoa presa ser submetida a
sofrimento físico ou mental, por meio da prática de ato não previsto legalmente.
29. [INVESTIGADOR DE POLÍCIA – PC/MA – 2018] Se, com o objetivo de obter
confissão, determinado agente de polícia, por meio de grave ameaça, constranger
pessoa presa, causando-lhe sofrimento psicológico,
(A) e a vítima for adolescente, o crime será qualificado.
(B) estará configurada uma causa de aumento de pena.
(C) a critério do juiz, a condenação poderá acarretar a perda do cargo.
(D) provado o fato, a pena será de detenção.
(E) quem presenciar o crime e se omitir, incorrerá na mesma pena do agente.
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/SE – 2017] No que concerne
ao crime de tortura, julgue os itens a seguir.
30. A legislação especial brasileira concernente à tortura aplica-se
somente aos crimes ocorridos em território nacional.
[PROCURADOR DO ESTADO – PGE/SE – 2017] No que concerne
ao crime de tortura, julgue os itens a seguir.
31. A legislação especial brasileira concernente à tortura aplica-se
somente aos crimes ocorridos em território nacional.
31-A. [DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – PF - 2018] Cinco guardas municipais
em serviço foram desacatados por dois menores. Após breve perseguição, um
dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas
conduziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no,
espancaram-no e ameaçaram-no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os
outros três guardas deram cobertura. Nessa situação, os cinco guardas
municipais responderão pelo crime de tortura, incorrendo todos nas mesmas
penas.
ABUSO DE AUTORIDADE
(LEI N° 4.898/1965)

1001 Questões PRF


Prof. Marcos Girão
32. [DELEGADO DE POLÍCIA – DPF – 2018] Eventual ato
de delegado da PF de impedir advogado de assistir seu
cliente em interrogatório configuraria crime de abuso
de autoridade.
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
Art. 3º. Constitui ABUSO DE AUTORIDADE qualquer atentado:
E pensa que parou por aí??

NÃO, NÃO!!!!
Art. 4º. Constitui TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
Art. 4º. Constitui TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
Art. 4º. Constitui TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
Art. 4º. Constitui TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
Art. 4º. Constitui TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
Art. 4º. Constitui TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
Art. 4º. Constitui TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
Art. 4º. Constitui TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
33. [DELEGADO DE POLÍCIA – DPF – 2018] Eventual ato
de delegado da PF de impedir advogado de assistir seu
cliente em interrogatório configuraria crime de abuso de
autoridade.
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN - 2018] Com base no disposto na Lei n.º
4.898/1965, que trata do abuso de autoridade, julgue os itens a seguir.
34. As sanções administrativas previstas para o crime de abuso de autoridade aplicam-
se de acordo com a gravidade da conduta praticada e incluem a perda do cargo e a
inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública pelo prazo legal.
35. As sanções penais previstas para o delito de abuso de autoridade incluem multa e
detenção e podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
36. Nos termos da lei, é possível a responsabilização civil, hipótese em que a sanção
consistirá no pagamento do valor do dano cumulado com quantia indenizatória
arbitrada pelo juiz.
AS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Legislação Penal Especial


Prof. Marcos Girão
AS SANÇÕES CIVIS

Legislação Penal Especial


Prof. Marcos Girão
AS SANÇÕES PENAIS

Legislação Penal Especial


Prof. Marcos Girão
➢ A SANÇÃO PENAL será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do
Código Penal e consistirá em:
➢ Artigos 42 a 56 do Código Penal :
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN - 2018] Com base no disposto na Lei n.º
4.898/1965, que trata do abuso de autoridade, julgue os itens a seguir.
34. As sanções administrativas previstas para o crime de abuso de autoridade aplicam-
se de acordo com a gravidade da conduta praticada e incluem a perda do cargo e a
inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública pelo prazo legal.
35. As sanções penais previstas para o delito de abuso de autoridade incluem multa e
detenção e podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
36. Nos termos da lei, é possível a responsabilização civil, hipótese em que a sanção
consistirá no pagamento do valor do dano cumulado com quantia indenizatória
arbitrada pelo juiz.
[DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PE - 2018] De acordo com a
legislação penal especial, julgue o item a seguir.
37. Sendo o servidor público condenado por crime de abuso de
autoridade, será decretada a perda do cargo e a sua inabilitação
para o exercício de qualquer outra função pública pelo prazo de
até cinco anos.
[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN - 2018] Com base no disposto na Lei n.º
4.898/1965, que trata do abuso de autoridade, julgue o itens a seguir.
38. Havendo dúvidas quanto à possibilidade de condenação na esfera criminal,
o processo administrativo deve ser suspenso até o fim da ação penal, no intuito
de se evitarem decisões conflitantes.
39. A representação da vítima do abuso, mesmo que desacompanhada de
inquérito policial, é documento hábil para subsidiar a denúncia do Ministério
Público e iniciar a ação penal.
➢ A ação penal será iniciada, independentemente
de inquérito policial ou justificação por
denúncia do Ministério Público, INSTRUÍDA COM A
REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA DO ABUSO (art. 12).
➢ Apresentada ao Ministério Público a REPRESENTAÇÃO da vítima, aquele,
no prazo de 48 horas, DENUNCIARÁ O RÉU, desde que o fato narrado
constitua abuso de autoridade, e REQUERERÁ AO JUIZ A SUA CITAÇÃO, e,
bem assim, a designação de AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
(art. 13).

➢ A denúncia do Ministério Público será apresentada em 02 vias


[AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN - 2018] Com base no disposto
na Lei n.º 4.898/1965, que trata do abuso de autoridade, julgue o
itens a seguir.
39. A representação da vítima do abuso, mesmo que
desacompanhada de inquérito policial, é documento hábil para
subsidiar a denúncia do Ministério Público e iniciar a ação penal.
40. [INVESTIGADOR DE POLÍCIA – PC/MA - 2018] Se uma pessoa presa em flagrante pela prática
de estupro for submetida a ato vexatório por agente policial,
(A) poderá, no âmbito criminal, ser aplicada ao agente policial a penalidade de reclusão.
(B) poderá, no âmbito administrativo, ser aplicada a penalidade de repreensão ao agente,
cumulada com a perda de vencimentos por determinado período.
(C) sem instauração e conclusão de inquérito policial, não poderá ser iniciada a ação penal contra o
agente policial, sob pena de violação da independência entre os poderes.
(D) a aplicação de penalidade administrativa ao agente dependerá de condenação criminal.
(E) além de penalidade administrativa, poderá ser cominada ao agente a pena autônoma de
proibição do exercício de funções de natureza policial.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(LEI Nº 8.069/1990)
[JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PI – 2012] Julgue os itens acerca da prevenção
especial.
41. Tratando-se de casais separados judicialmente ou divorciados, a lei
permite que o menor viaje ao exterior em companhia de quem lhe detenha a
guarda, sem necessidade da autorização do outro responsável.
42. A lei proíbe que criança ou adolescente viaje desacompanhado dos pais ou
do responsável, ou sem autorização judicial, para fora da comarca onde reside.
DA AUTORIZAÇÃO
PARA VIAJAR
Autorização para Viajar

Art. 83 VIAGEM NACIONAL:

I – É necessária autorização judicial apenas para


criança que viaje para fora da comarca onde reside,
desacompanhada dos pais ou responsável.
II – O juiz pode conceder autorização válida por DOIS
ANOS.
III – Adolescente pode viajar sem necessidade de
autorização judicial.
Autorização para Viajar

Art. 83 VIAGEM NACIONAL:


IV – A autorização não será exigida quando:
✓ Tratar-se de comarca contígua à da residência da
criança, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana;
✓ A criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o
terceiro grau;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada
pelo pai, mãe ou responsável.
Autorização para Viajar

Art. 84 VIAGEM INTERNACIONAL:

I – É necessária a autorização para criança ou


adolescente que não esteja:
✓ acompanhado de ambos os pais ou responsável;
✓ acompanhado de um dos pais, com autorização
expressa do outro através de documento com
firma reconhecida.
Autorização para Viajar

Art. 84 VIAGEM INTERNACIONAL:

II – Sem prévia e expressa autorização judicial,


nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em companhia
de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Autorização para Viajar

Art. 251

Transportar criança ou adolescente, por qualquer


meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84
e 85 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,


aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
[JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PI – 2012] Julgue os itens acerca da prevenção
especial.
41. Tratando-se de casais separados judicialmente ou divorciados, a lei
permite que o menor viaje ao exterior em companhia de quem lhe detenha a
guarda, sem necessidade da autorização do outro responsável.
42. A lei proíbe que criança ou adolescente viaje desacompanhado dos pais ou
do responsável, ou sem autorização judicial, para fora da comarca onde reside.
43. [DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – PF – 2018] Valdo recebeu por
email um vídeo gravado por seu amigo Lucas com pornografia
envolvendo uma adolescente e uma outra pessoa, maior de idade.
Após assistir ao vídeo, Valdo arquivou as imagens no HD do seu
computador. Nessa situação, a conduta de Lucas configurou crime de
divulgação de vídeos com pornografia envolvendo adolescente, e a de
Valdo foi atípica.
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CRIMES CONTRA A
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ECA
Pedofilia

Art. 240

Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou


registrar, por qualquer meio, CENA DE SEXO
EXPLÍCITO OU PORNOGRÁFICA, envolvendo criança ou
adolescente:

PENA - reclusão de 4 a 8 anos, e multa.


Pedofilia

Art. 240

Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,


recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
participação de criança ou adolescente nas cenas
referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com
esses contracena.
Pedofilia

Art. 241

Vender ou expor à venda FOTOGRAFIA, VÍDEO OU


OUTRO REGISTRO que contenha cena de sexo explícito
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

PENA - reclusão de 4 a 8 anos, e multa.


Pedofilia

Art. 241-A

Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir,


publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por
meio de sistema de informática ou telemático,
FOTOGRAFIA, VÍDEO OU OUTRO REGISTRO que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:

PENA - reclusão de 3 a 6 anos, e multa.


Pedofilia

Art. 241-B
Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio,
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:

PENA - reclusão de 1 a 4 anos, e multa.

A pena é DIMINUÍDA DE 1 A 2/3 se de pequena


quantidade o material a que se refere o caput deste
artigo.
Pedofilia

Art. 241-C

Simular a participação de criança ou adolescente em


cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de
ADULTERAÇÃO, MONTAGEM OU MODIFICAÇÃO DE
FOTOGRAFIA, VÍDEO OU QUALQUER OUTRA FORMA
DE REPRESENTAÇÃO VISUAL:

PENA - reclusão de 1 a 3 anos, e multa.


Pedofilia

Art. 241-C

Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à


venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
qualquer meio, adquire, possui ou armazena o
material produzido na forma do caput deste artigo.
Pedofilia

Art. 241-D

Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer


meio de comunicação, criança, COM O FIM DE COM
ELA PRATICAR ATO LIBIDINOSO:

PENA - reclusão de 1 a 3 anos, e multa.


43. [DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – PF – 2018] Valdo recebeu por
email um vídeo gravado por seu amigo Lucas com pornografia
envolvendo uma adolescente e uma outra pessoa, maior de idade.
Após assistir ao vídeo, Valdo arquivou as imagens no HD do seu
computador. Nessa situação, a conduta de Lucas configurou crime de
divulgação de vídeos com pornografia envolvendo adolescente, e a de
Valdo foi atípica.
44. [PAPILOSCOPISTA – DPF - 2018] Godofredo, maior e capaz,
recorrentemente fingia ser adolescente, entrava em jogos online e tentava
aliciar menores para a venda de drogas a colegas de suas escolas. Em uma
de suas tentativas, em uma sala de bate-papo, enquanto conversava com um
menor de dezesseis anos, ele foi preso em flagrante delito. Nessa situação,
Godofredo responderá por crime previsto no Estatuto da Criança e do
Adolescente, independentemente da prova da efetiva corrupção do menor.
Lei nº 8.069/90 (ECA)
e o crime de
CORRUPÇÃO DE MENORES
(art. 244-B)
Crime MATERIAL vs CRIME FORMAL

➢ O crime MATERIAL só se consuma com a produção do


resultado naturalístico, como a morte no homicídio (art.
121, CP).
➢ O crime FORMAL, por sua vez, não exige a produção do
resultado para a consumação do crime, ainda que
possível que ele ocorra. Ex: crime de ameaça (art. 147,
CP).
Corrupção de Menores (ECA)

Art. 244-B

CORROMPER OU FACILITAR A CORRUPÇÃO


de menor de 18 anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:

PENA - reclusão, de 1 a 4 anos.


Corrupção de Menores (ECA)

Art. 244-B

Incorre nas penas previstas no caput deste


artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
utilizando-se de QUAISQUER MEIOS
ELETRÔNICOS, INCLUSIVE SALAS DE BATE-
PAPO DA INTERNET.
Corrupção de Menores (ECA)

Art. 244-B

As penas previstas no caput deste artigo são


AUMENTADAS DE UM TERÇO (1/3) no caso
de a infração cometida ou induzida estar
incluída no rol do art. 1º da Lei no 8.072, de
25 de julho de 1990.
Corrupção de Menores (ECA)

Súmula nº 500/STJ

A configuração do crime previsto no artigo 244-B


(corrupção de menores) do Estatuto da Criança e
do Adolescente INDEPENDE da prova da efetiva
corrupção do menor, por se tratar de delito
FORMAL.
Súmula 500, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, DJe 28/10/2013
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Cabe destacar o seguinte e importante entendimento dos
Tribunais Superiores:

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ART. 244-B. CORRUPÇÃO DE MENORES.


PARTICIPAÇÃO DE DOIS ADOLESCENTES NA EMPREITADA CRIMINOSA. PRÁTICA DE
DOIS DELITOS DE CORRUPÇÃO DE MENORES. CONCURSO FORMAL.
A prática de crimes em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação por
dois crimes de corrupção de menores.
REsp 1.680.114-GO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, por unanimidade, julgado em
10/10/2017, DJe 16/10/2017. Informativo STJ 613.
44. [PAPILOSCOPISTA – DPF - 2018] Godofredo, maior e capaz,
recorrentemente fingia ser adolescente, entrava em jogos online e tentava
aliciar menores para a venda de drogas a colegas de suas escolas. Em uma
de suas tentativas, em uma sala de bate-papo, enquanto conversava com um
menor de dezesseis anos, ele foi preso em flagrante delito. Nessa situação,
Godofredo responderá por crime previsto no Estatuto da Criança e do
Adolescente, independentemente da prova da efetiva corrupção do menor.
OBRIGADO
PROF. MARCOS GIRÃO
“ENTREGA TEUS CAMINHOS AO SENHOR, CONFIA NELE, E O
MAIS ELE FARÁ” SALMOS 37:5

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