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1) INTRODUÇÃO
Definimos “Queimadura” como uma lesão tecidual decorrente de trauma térmico,
elétrico, químico ou radioativo. Nos EUA, aproximadamente 1 milhão de vítimas de
queimaduras procuram atendimento médico, com 40.000 a 60.000 casos necessitando
de internação em hospitais ou em centros de tratamento especializados.
Os números em nosso país são muito semelhantes, com a queimadura figurando entre
as principais causas externas de morte, só perdendo para homicídios e acidentes
automobilísticos.
Sabemos que o prognóstico de uma vítima de queimadura vai depender da extensão da
superfície corporal queimada (SCQ), da profundidade e da localização da lesão, da
presença de lesões e/ou doenças crônicas associadas e da idade do paciente (mais grave
em crianças e idosos).
A mortalidade em pacientes queimados apresenta distribuição bimodal, ocorrendo
imediatamente após a lesão (principal causa) ou semanas mais tarde, neste caso tendo
como etiologia mais frequente a falência multiorgânica, geralmente associada à sepse
ou ao choque séptico.
As principais ações que devem ser empreendidas nos casos de queimaduras incluem:
a) VIAS AÉREAS: A IOT deve ser realizada de imediato em pacientes com rebaixamento
do nível de consciência (intoxicação por CO é a causa mais provável) e na presença de
estridor laríngeo. Alguns autores recomendam intubação precoce em pacientes com
queimaduras circunferenciais de pescoço e em vítimas que desenvolvem rouquidão.
b) INTERROMPER A QUEIMADURA: Após o controle das vias aéreas, o próximo passo é
interromper o processo de queimadura. Toda a roupa do doente deve ser removida,
além de joias e anéis, e a área queimada deve ser copiosamente irrigada com água a
temperatura ambiente. Por fim, devemos envolver o paciente em lençóis secos e limpos
para evitarmos a hipotermia.
c) ACESSOS VENOSOS: Deve ser obtido com cateter calibroso em veia periférica, de
preferência em MMSS. Na inviabilidade de se obter uma veia adequada em membros
superiores, o acesso venoso em MMII (safena) deve ser empreendido, através de
dissecção. Exceto nas queimaduras de primeiro grau, todas as vítimas com lesões mais
traves, com mais de 20% da SCQ, devem receber volume o mais rápido possível, através
da infusão de cristaloides (Ringer Lactato).
d) CATETER VESICAL: Se possível, um cateter vesical deve ser instalado para aferição da
diurese.
3) ATENDIMENTO EM UM CETQ
Caso um CETQ localize-se a mais de 30 minutos de carro do local do acidente, é
recomendável que o atendimento intra-hospitalar inicial seja realizado em serviço de
emergência próximo e, depois, quando possível, seja transferido.
Na chegada ao CETQ ou a uma emergência, os médicos responsáveis devem reavaliar a
via aérea e a hemodinâmica do paciente, tendo conhecimento do volume de líquidos
infundido até o momento. Após essas etapas, a atenção deve ser voltada para a área
queimadura.
Em relação às principais indicações de admissão em um CETQ, temos:
3) OUTRAS MEDIDAS: Incluem: uma dose de reforço do toxoide tetânico deve ser
aplicado em todo paciente com SCQ > 10% e o controle da dor (com morfina, sedativos,
etc).