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Aula 20 - 16/06/2005
Objetivos:
dWE q b
= F~ · ~v = (q E
~ + q ~v × B)
~ ·~v = q ~v · E
~ (1)
dt | {z }
Força de Lorentz
~
B
que é a potência do campo elétrico, uma vez que a força
exercida pelo campo de indução B ~ não realiza trabalho.
~
Lembrar: q (~v × B) ⊥ ~v . ~ x, t)
E(~
~ x, t) ~ x, t)
J(~
Considerar, agora, uma densidade de corrente J(~
~
sob ação de campo externo E(~x, t). Neste caso, a
potência é dada por: b
Z ~x
dWE ~ x, t) · E(~
~ x, t)d3 x
= J(~ (2)
dt V ~ x, t)
B(~
Z Z " ~
#
dWE ∂ D
= J~ · Ed
~ 3x = ~ · (∇
E ~ × H)
~ −E~· d3 x =
dt V V ∂t
Z " ~
#
~ ·∇
~ ×E ~ −∇~ · (E
~ × H)
~ −E~· ∂ D
= H d3 x =
V ∂t
R h ~ ~
i
= − ~ · (E
∇ ~ × H)
~ +H
~ · ∂B ~·
+E ∂D
d3 x (3)
V ∂t ∂t
Supor:
• Meio linear (elétrico e magnético).
• Perdas e dispersão desprezı́veis (resistência).
Considerar a densidade de energia eletromagnética:
1 ~ ~ ~ · H)
~
u = (E ·D+B (4)
2
R R
onde WE = 12 E· ~ Dd
~ 3 x e W ~ = 1 B· ~ Hd
~ 3 x são as energias eletrostática e magnetostática
B 2
estocadas nos respectivos campos, em princı́pio, dependentes do tempo.
O decréscimo de energia dos campos (E, ~ B)
~ para fornecer o trabalho à densidade de
corrente na potência dWE /dt é, por conservação da energia, igual a
Z Z
dWE ~ · J~ d x =
3 ~ · (E
~ × H)
~ + ∂u
− =− E ∇ d3 x (5)
dt V V ∂t
~ = ǫE,
onde, para meios lineares (D ~ B~ = µH)~ e usando (4) podemos verificar:
" #
∂u 1 ~ ∂D ~ ∂ ~
E ∂ ~
B ∂ ~
H
= E· +D~ · +H~ · ~·
+ +B =
∂t 2 ∂t ∂t ∂t ∂t
~ ~
~ · ∂D + H
= E ~ · ∂B
∂t ∂t
Comparando os integrandos em (5):
∂u ~ ~ ×H ~ ) = −J~ · E
~
+ ∇ · (E (6)
∂t | {z }
~
S
ou
∂u ~ ~
+ ∇ · S = −J~ · E
~ (7)
∂t
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~=E
onde S ~ ×H
~ é o vetor de Poynting.
Obs:
• ∂u/∂t é taxa de variação da densidade de energia.
• ∇~ ·S~ é o fluxo de energia.
• J~ · E
~ é taxa de fornecimento de energia para unidade de volume.
• Se S ~→S ~ +∇ ~ × F~ → ∇ ~ · (S
~ +∇~ × F~ ) = ∇
~ · S,
~ a equação de continuidade para a
energia não se altera.
• Caso haja dispersão (e sempre há), mesmo em meios lineares, rigorosamente não se
poderia ir além da relação dada pela equação (3):
Z Z " ~ ~
#
∂ D ∂ B
− J~ · Ed
~ 3x = ∇~ ·S~ +E~ +H~ · d3 x (8)
V V ∂t ∂t
∆V
ou seja
dE d
= (Emecânica + Ecampos ) ,
dt dt Z Z
d ~ ~ 3 d ∂u 3
Emecânica = E · Jd x, Ecampos = dx
dt V dt V ∂t
Z Z Z I
dE ~ ~ 3 ∂u 3 ~ ~ 3 ~
= J · Ed x + d x=− ∇·S d x=− n̂ · Sda
dt ∂t V
| S {z }
Fluxo total em S
ou
I
d ~
(Emecânica + Ecampos ) = − n̂ · Sda (9)
dt S
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~ + J~ × B
ρE ~ = ǫ0 [E(
~ ∇~ E)
~ − c2 B
~ × (∇
~ × B)~ − ∂ (E
~ × B)
~ +
∂t
~
+E ~ × ∂ B +c2 B( ~ ∇~ · B)]
~ (13)
∂t
|{z}
~ E)
−(∇× ~
~ mecânico Z Z n
dP d ~ × B)
~ +ǫ0 ~ ∇~ · E)
~ −E
~ × (∇
~ × E)]
~ +
= − ǫ0 (E [E(
dt dt V V
| {z }
~ campos
P
o
~ ∇
+ c2 [B( ~ · B)
~ −B
~ × (∇
~ × B)]
~ d3 x (14)
onde identificamos
Z Z
~ campos = ǫ0 µ0
P ~ × H)d
(E ~ 3
x = ǫ0 µ 0 ~ d3 x
S (15)
V V
1~ 1 ~ ~
~g = 2
S = 2 (E × H) (16)
c c
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Conservação do Momentum:
Substituindo (19) na expressão (14) resulta:
" #
~ mec dP
dP ~ campos XZ ∂
+ = Tαβ d3 x (20)
dt dt β V ∂x β
α
onde usando o teorema divergente, temos
I X
d h~ ~
i
Pmec + Pcampos = Tαβ nβ da (21)
dt α S β
X
Tαβ nβ é a componente α do fluxo de momentum para unidade de área sobre S.
β
X
• De outro modo, Tαβ nβ é força para unidade de área transmitida ao longo de S
β
ao sistema combinado de partı́culas e campos encapsulados por S.
• Esta expressão (21) pode ser usada para calcular a força atuando sobre objetos
materiais em um campo eletromagnético, usando o artifı́cio de encapsular o objeto
com uma superfı́cie hipotética S e considerar a força eletromagnética total segundo
a expressão (21).
Conservação do Momentum Angular:
• A conservação do momentum angular total do sistema pode ser obtida de forma
análoga2 :
∂
(Lmec + Lcampo ) = −∇ ~ ·←→
M (22)
∂t
ou
Z I
d 3 ←
→
(Lmecânico + Lcampo )d x = − n̂ · M da (23)
dt V S
onde
~ × H)
Lcampo = ~x × ~g = µǫ ~x(E ~ (24)
←
→ ← →
M = T × ~x (25)
~ x, ω) = ǫ(ω)E(~
D(~ ~ x, ω)
~ x, ω) = µ(ω)H(~
B(~ ~ x, ω)
de sorte que
ǫ∗ (ω) = ǫ(−ω) µ∗ (ω) = µ(−ω) (26)
Comentário4 :
~ x, t) e E(~
A dispersão acarreta uma conexão não-local temporal entre D(~ ~ x, t)
Z ∞
~ 1 ~ x, ω)e−iωt dω =
D(~x, t) = √ ǫ(ω)E(~
2π −∞
Z ∞ Z
1 −iωt ~ x, t′ )eiωt′
= dω ǫ(ω) ǫ dt′ E(~
2π −∞
Z ∞ Z ∞
1 ′ ~ ′
= ′
dt E(~x, t ) dω ǫ(ω)e−iω(t−t ) (27)
2π −∞ −∞
Z ∞
~ x, t) = ǫ(0) E(~
D(~ ~ x, t) + ~ x, t − τ ) G(τ )
dτ E(~ (29)
−∞
onde
Z ∞
1 ǫ(ω)
G(τ ) = dω − 1 e−iωτ (30)
2π −∞ ǫ0
Obs:
4
Vide §7.10 do Jackson, 3a edição.
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~ x, t) em (29) depende de E
• D(~ ~ em outros instantes (t − τ )!
• A equação (30) é um caso particular de convolução do Teorema de Fourier, ou seja,
se c(ω) = a(ω)b(ω) e
Z Z Z
1 iωt 1 iωt 1
a(ω) = A(t)e dt, b(ω) = B(t)e dt e c(ω) = C(t)eiωt dt
2π 2π 2π
então Z ∞
1
C(t) = √ A(t′ )B(t − t′ )dt′ (31)
2π −∞
Lembrar o caso geral da potência do campo eletromagnético dada pela equação (3):
Z Z " ~ ~
#
dWE ∂ D ∂ B
= J~ · Ed
~ x=−
3
∇~ · (E
~ × H)
~ +E~· +H~ · d3 x (32)
dt V V ∂t ∂t
~ · ∂ D/∂t
Vamos analisar a decomposição Fourier dos termos E ~ ~ · ∂ B/∂t:
eH ~
~ Z Z
~ · ∂D =
E ′~
dω E(~x, ω )e ′
·
∂
−iω ′ t ~ x, ω)e−iωt
dω D(~
∂t ∂t
Z Z
′ ~∗ ′ iω ′ t ∂ ~ x, ω)e−iωt
= dω E (~x, ω )e · dωǫ(ω)E(~
∂t
Z Z
= dω ~ ∗ (~x, ω ′ ) [−iω ǫ(ω)] · E(~
dω ′ E ~ x, ω) e−i(ω−ω′ )t =
Z Z
1 ~ x, ω)e−i(ω−ω′ )t
~ ∗ (~x, ω ′ ) −iω ǫ(ω) + iω ′ ǫ∗ (ω ′ ) · E(~
= dω dω ′ E
2 | {z }
ω→ω ′ e ω ′ →−ω
onde a segunda integral foi subdividida em duas com a troca de variáveis indicada.
EHΩL EHtL
campo EHx,tL
ΕHΩL
Ö × Ö×
DΩ
frequência Ω tempo t
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d ′ ∗ ′
[−iω ǫ(ω) + iω ′ ǫ∗ (ω ′ )] ≃ 2ω ℑ[ǫ(ω)] − i(ω − ω ′ ) [ω ǫ (ω )]ω′ =ω + · · ·
dω ′
~ · ∂ B/∂t
Assim, substituindo e escrevendo também a expressão análoga para H ~ temos:
~ Z
~ · ∂D ≃
E dω dω ′ E~ ∗ (ω ′ ) · E(ω)
~ ′
ω ℑ [ǫ(ω)] e−i(ω−ω )t +
∂t
Z Z
1∂ ′ ~∗ ′ ~ d ′ ∗ ′ −i(ω−ω ′ )t
+ dω dω E (ω ) · E(ω) ′ [ω ǫ (ω )]ω′ =ω e + . . . (33)
2 ∂t dω
~ Z
~ ∂B ~ ∗ (ω ′ ) · H(ω)ω
~ ′
H· ≃ dωdω ′ H ℑ [µ(ω)] e−(ω−ω )t +
∂t
Z Z
1∂ ′ ~∗ ′ ~ d ′ ∗ ′ −i(ω−ω ′ )t
+ dω dω H (ω ) · H(ω) [ω µ (ω )] e + ... (34)
2 ∂t dω ′
Obs:
onde Ẽ ~ e H̃
~ variam suavemente no intervalo ∆t ∼ 1/ω e no intervalo ∆t ∼ 1/ω onde
0 0
ǫ(ω) varia significativamente. Neste exemplo, as componentes de Fourier dominantes têm
freqüências em torno de ω0 .
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D E
Calcular o valor médio de E~ · (∂ D/∂t)
~ ~ · (∂ B/∂t)
+H ~ sobre um ciclo, isto é,
ciclo
Z T0
1 2π
h. . . iciclo = (. . . )dt T0 =
T0 0 ω0
ou seja, * + ( )
~ ~ Z T0 ~ ~
E ~ · ∂B
~ · ∂D + H =
ω0
dt′ ~ · ∂D + H
E ~ · ∂D (37)
∂t ∂t 2π 0 ∂t ∂t
ciclo
Calculando
Z Z
~ 1 ~ iω t 1 ~ e(iω0 t+α) + e−(iω0 t+α) eiω t dt
E(ω) = Ẽ(t) cos(ω0 t + α)e dt = Ẽ(t)
2π 4π
1 h i
iα −iα
≃ Ẽ0 e δ(ω − ω0 ) + Ẽ0 e δ(ω + ω0 ) (termo lı́der)
Z2 Z
~ 1 ~ 1 ~ (iω0 t+α)
H(ω) = H̃(t) cos(ω0 t + α)eiω t dt = H̃(t) e + e−(iω0 t+α) eiω t dt
2π 4π
1h i
≃ H̃0 eiα δ(ω − ω0 ) + H̃0 e−iα δ(ω + ω0 ) (termo lı́der)
2
onde os dois últimos termos representam a dissipação por absorção de energia eletro-
magnética pelo meio.
~ 1 h~ −iωt ~∗ iωt
i
J(x) = J(~x)e + J (~x)e (43)
2
~ x) e J(x)
onde E(~x), H(~ ~ são complexos, isto é o módulo e a fase dependem de ~x:
~ x) = |F(~
F(~ ~ x)| eiθ(~x) (44)
| {z }
F̃ (~
x) é real!
Para calcular a média por ciclo 6 da potência dos campos dWE /dt, vamos usar uma pro-
priedade válida para grandezas harmônicas:
h i h i
F(~ ~ x, t) = 1 F(~
~ x, t) · G(~ ~ x)e−iωt + F ~ ∗ (~x)eiωt · G(~ ~ x)e−iωt + G~ ∗ (~x)eiωt =
4
1 h~ ~ x)e−2iωt + F ~ ∗ (~x) · G(~
~ x) + F(~
i
~ x) · G~∗ (~x) + F~ ∗ · G~ ∗ (~x)e2iωt =
= F(~x) · G(~
4
1 h~ ~ x)e−2iωt + F ~ ∗ (~x) · G(~
~ x)
i
= ℜ F(~x) · G(~
2
Tomando a média por ciclo:
D E 1 D ~ E D E
~ x) · G(~
F(~ ~ x) = ℜ F(~ ~ x)e−2iωt
x) · G(~ + F~ ∗ (~x) · G(~
~ x)
ciclo 2 | {z ciclo
} ciclo
0
6
Média por ciclo:
Z T0
1 2π
h. . . iciclo = (. . . )dt T0 =
T0 0 ω0
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resulta:
D E 1 h ~∗ i
~ x) · G(~
F(~ ~ x) = ℜ F ~ x)
(~x) · G(~ (46)
ciclo 2
Z Z
dWE ~ x~′ ) · E(~
~ x)d3 x 1 ~∗ ~ 3
= J( =ℜ J (~x) · E(~x)d x (47)
dt ciclo ciclo 2 V
R R
Portanto, devemos calcular 21 V J~∗ · E
~ d3 x (ao invés de
V
J~ · Ed
~ 3 x) e ao final tomar a
parte real, o resultado sendo a média por ciclo da taxa de variação do trabalho doado
pelos campos ao volume V .
Fazendo um cálculo análogo ao das equação (5)-(7) obtemos para meios lineares:
Z Z
1 ~∗ ~ 3 1 ~ · (∇
~ ×H ~ ∗ − iω D~ ∗ ); d3 x
J ·E d x = E
2 V 2 V
Z
1 ~ ~ ×H ~ ∗ ) −iω(E ~ ·D ~∗ −B
~ ·H
~ ∗ ) 3
= −∇ · (E d x (48)
2 V | {z }
~
S
onde identificando
~ = 1 (E
S ~ ×H ~ ∗) Vetor de Poynting complexo (49)
2
1 ~ ~∗
we = (E · D ) Densidade de energia elétrica harmônica (50)
4
1 ~ ~∗
wm = (B · H ) Densidade de energia magnética harmônica (51)
4
podemos escrever a equação complexa (48) como
Z Z I
1
(J~∗ · E)d
~ 3 x + 2iω (wE − wM )d x + 3 ~ · n̂da = 0
S (52)
2 V V S
Análise:
1. A parte real de (52) fornece a conservação da energia para grandezas médias (tem-
porais) em um ciclo!
2. A parte imaginária relaciona a energia armazenada e a energia reativa e os seus
fluxos alternantes.
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3. Se as integrais de volume de wE e wM são reais (como ocorre para sistemas com con-
dutores perfeitos e dielétricos sem perdas) → a parte real da equação (52), resulta:
Z I
1 ~∗ ~ 3 ~ · n̂)da = 0
ℜe(J · E)d x + ℜe(S (53)
2
ou seja: