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dos autores. Código da Publicação: 4826.2017. Distribuição exclusiva à classe médica.
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Tratamento da
epilepsia na
presença de
comorbidades clínicas
Dr. Pedro André Kowacs
CRM-PR 11941
Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia. Epileptologista-Sênior do Setor de Atendimento
e Cirurgia de Epilepsia do Instituto de Neurologia de Curitiba e Eletroencefalografista Sênior do Setor de
Eletroencefalografia e Videoeletroencefalografia do Instituto de Neurologia de Curitiba. Chefe do Serviço de
Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba.
introdução
Tratar a epilepsia na presença de comorbida- Feinstein conceituou comorbidade como
des nada mais é do que tratar o indivíduo como “uma associação mais que fortuita entre duas
um todo, e não apenas tratar os sintomas de condições em um mesmo indivíduo”2. Ainda
uma doença ou uma doença. Essa menção ao que não tenha havido estudos para todas as
indivíduo é conceitualmente essencial para condições médicas, tem-se evidência de que,
que se tenha um enfoque abrangente. Os em crianças com epilepsia, as comorbidades
múltiplos conceitos que existem para o termo mais prevalentes incluem transtorno de dé-
comorbidade dependem do contexto no qual ficit de atenção e hiperatividade (TDAH),
são usados. Na prática médica, o foco é expli- distúrbios de humor e ansiedade, distúrbios
citamente tratar o paciente como um todo, do espectro autista e problemas comporta-
sem privilegiar uma única condição1. mentais3. Adultos com epilepsia são mais fre-
quentemente diagnosticados com distúrbios
Nesta revisão, os enfoques dados para comor- de humor, ansiedade e dificuldades sociais3.
bidade serão os de: Assim sendo, as condições neuropsicológicas
mais prevalentes em portadores de epilepsia
a) condição estatisticamente associada à são os déficits neuropsicológicos específicos, a
epilepsia; deficiência mental, o transtorno do déficit de
atenção com ou sem hiperatividade, os trans-
b) condição que, quando presente, exige tornos do humor, os transtornos ansiosos, as
uma abordagem terapêutica diferenciada. psicoses e a migrânea.
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Já os tão propalados efeitos deletérios do fe- síndrome de Dravet, pelo risco de induzir
nobarbital sobre a cognição não foram de- aumento na frequência de crises15, fenôme-
monstrados em estudos comparativos com no que também pode ocorrer, ainda que em
outros antiepilépticos, achado que eventual- menor proporção, naqueles com a síndrome
mente pode ser atribuído à pequena amostra de Lennox-Gastaut14. No entanto, esse pos-
desses estudos10. Outro ponto a ser discutido sível efeito não contraindica seu uso nessa
é a prescrição de benzodiazepínicos, como o condição, especialmente quando associado
clobazam, cujo uso como medicação adjuvan- a divalproato e a benzodiazepínico16. Aspec-
te e/ou de resgate é bastante popular. Apesar tos positivos sobre o desempenho intelectual
de faltarem estudos que definam a real preva- também foram descritos para levetiracetam e
lência do desenvolvimento de tolerância, agi- vigabatrina, ainda que para essa última a lite-
tação paradoxal e/ou sialorreia, estes são pos- ratura seja conflitante.
síveis efeitos colaterais a serem monitorados6.
Por outro lado, é importante mencionar que
A pouca literatura sobre o impacto da feni- existem evidências de que metilfenidato
toína sobre a função cognitiva dificulta sua possa melhorar não apenas a atenção, mas
análise, porém há evidências na literatura de também a função cognitiva de portadores de
que esse medicamento possa, além de com- epilepsia associada a comprometimento inte-
prometer o equilíbrio, diminuir as habilida- lectual, sem haver risco de aumento da fre-
des visomotoras, possivelmente também por quência de crises17.
seus efeitos sobre o cerebelo11.
Recentemente, um comitê canadense estu-
Ainda que não seja mencionado como um dou as normas de transição entre a epilepsia
dos sintomas tóxicos maiores, o autor já pre- da infância e a do adulto, as quais incluem
senciou casos em que a fenitoína, em níveis uma série de medidas, algumas delas relacio-
terapêuticos, determinou importante embo- nadas às comorbidades e outras, ao tratamen-
tamento cognitivo, o qual não fora percebido to. Basicamente, os autores defendem que a
durante muitos anos de tratamento, em razão etiologia das epilepsias associadas a compro-
da baixa demanda intelectual da paciente. metimento intelectual deve ser estudada à
luz das novas tecnologias e tanto a adesão
Dentre os antiepilépticos, demonstrou-se que ao tratamento como a presença de possíveis
a oxcarbazepina e a eslicarbazepina (não co- comorbidades psiquiátricas devem ser ativa-
mercializada no Brasil) não causam impacto mente rastreadas tanto pelo neuropediatra
significativo sobre a função cognitiva12 e a quanto pelo neurologista.
lamotrigina e gabapentina são bem toleradas
e determinam baixo impacto na função cog- A presença de déficits neuropsicológicos es-
nitiva de indivíduos com comprometimento pecíficos pode ser limitante para portadores
intelectual13,14. Além disso, a lamotrigina foi de epilepsia. São bem conhecidos os déficits
descrita como tendo um impacto positivo no nas memórias verbal e visoespacial em porta-
estado de alerta e no nível de atividade. No dores de epilepsia dos lobos temporal esquer-
entanto, deve-se evitá-la em pacientes com do e direito, respectivamente. Outros padrões
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de déficits específicos mais sutis podem ocor- nhar o paciente para reabilitação cognitiva é
rer, sempre que houver alguma lesão cere- fundamental.
bral e/ou zona disfuncional cujo papel não foi
compensado pela neuroplasticidade. Em pa- Ji e Findling elaboraram diretrizes clínicas a
cientes já estigmatizados pela epilepsia, esses serem prescritas a portadores de limitações
déficits podem levar a dificuldades escolares, intelectuais, as quais podem ser apreciadas a
laborativas e sociais. Identificá-los e encami- seguir, com modificações (Tabela 1)17.
3. Deve-se sempre tratar os sintomas cuja relevância justifique os riscos de eventos adversos
6. Comece com uma dose baixa e titule-a devagar (start low, go slow), para minimizar os
eventos adversos e aumentar a tolerabilidade
7. Monitore possíveis eventos adversos de forma ativa e regular e, sempre que possível,
utilize questionários e/ou escalas
9. Lembre-se do seguinte aforisma: "Use a mínima dose efetiva ou a máxima dose tolera-
da" na consecução do efeito terapêutico. Conforme o papel do fármaco em questão, ava-
lie a possibilidade de retirar algum(ns) medicamento(s), sendo individualizada para cada
paciente
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A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de
duas semanas e representam uma alteração do funcionamento anterior. Pelo menos um
dos sintomas é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer
1. Humor deprimido a maior parte do dia, quase todos os dias (em crianças e adolescentes,
pode ser humor irritável)
2. Interesse ou prazer marcadamente diminuído para todas ou quase todas as atividades,
quase todos os dias
3. Perda de peso significativa sem dieta, aumento de peso ou oscilações de peso (em crianças,
considere a falta de obter ganho de peso esperado)
4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias
5. Agitação ou alentecimento psicomotor quase diário
6. Fadiga ou perda de energia constantes
7. Sentimentos de desvalia ou culpa excessiva ou inapropriada
8. Diminuição do raciocínio ou concentração
9. Pensamentos recorrentes de morte (não apenas medo de morrer), ideação suicida recor-
rente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer
suicídio
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epilepsia do lobo temporal, os transtornos de nos mentais, quinta edição (DSM-5), o diag-
ansiedade estão associados a início precoce nóstico de TAB é realizado ao se detectar um
das crises e à maior frequência destas, assim episódio de mania (TAB tipo I) ou hipomania
como à história familiar de epilepsia32. (TAB tipo II), seguindo os critérios apresenta-
dos no tabela 4.
Para identificar a existência de um trans-
torno depressivo, os clínicos devem indagar Além do critério de tempo, outra diferença
sobre a presença e duração de uma série de entre a mania e a hipomania é a intensidade,
sintomas descritos no tabela 3. pois esta mostra sintomatologia mais branda,
com menos impacto funcional, sem a necessi-
Entre os transtornos de humor, é importante dade de internamento ou sintomas psicóticos
também detectar o transtorno afetivo bipolar associados. No entanto, na vigência de epilep-
(TAB), bem como diferenciar o episódio de- sia, frequentemente TAB se manifesta de for-
pressivo do TAB de depressão maior. Segundo ma pleomórfica com sintomas atípicos, além
o Manual diagnóstico e estatístico de transtor- de ciclagem mais rápida entre os episódios34.
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (exs.: droga de abuso,
medicamento, outro tratamento) nem a outra condição médica
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Antiepilépticos Antiepilépticos
gabaérgicos/ansiolíticos antiglutamatérgicos/antidepressivos
Fenobarbital Lamotrigina
Benzodiazepínicos Carbamazepina
Gabapentina Eslicarbazepina*
Pregabalina
Vigabatrina
Topiramato
Fluoxetina Tricíclicos
Paroxetina Bupropiona
Citalopram Trazodona
Escitalopram Sertralina
Mirtazapina Venlafaxina
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Pacientes sem risco de suicídio podem ser ma- A exemplo de alguns antiepilépticos, nota-
nejados com antidepressivos pelo neurologis- damente a carbamazepina e a oxcarbazepi-
ta, desde que este esteja familiarizado com as na, o uso de ISR-5HT também pode levar à
indicações dos diferentes compostos, assim hiponatremia. Apesar de habitualmente ser
como a respeito de suas características far- assintomática, a hiponatremia pode ocasio-
macocinéticas, farmacodinâmicas e demais nar sintomas variados, como tonturas, edema
aspectos necessários a uma boa prescrição. periférico, sonolência, convulsões e encefa-
De maneira geral, os benefícios do tratamen- lopatia. As hiponatremias sintomáticas são
to antidepressivo superam qualquer possibili- mais comuns em pacientes idosos, mulheres,
dade de incremento nas crises (Tabela 6). indivíduos fragilizados e naqueles sujeitos a
aporte hídrico endovenoso. Os medicamen-
Ainda que haja poucas informações sobre os tos antiepilépticos mais envolvidos na hipo-
efeitos do carbonato de lítio sobre crises epi- natremia são a carbamazepina e a oxcarba-
lépticas, há descrições tanto de melhora do zepina, porém sua ocorrência também foi
humor e das crises como de agravamento das relatada em indivíduos que utilizavam esli-
crises e das anormalidades eletroencefalográ- carbazepina, valproato e divalproato, lamo-
ficas41. O autor observou mais de um caso de trigina, levetiracetam e gabapentina.
indivíduos com epilepsias generalizadas ge-
néticas (idiopáticas) e crises controladas, nos Contribui para a ocorrência de hiponatremia a
quais o lítio desencadeou convulsões genera- combinação de antiepilépticos entre si (incluin-
lizadas imediatas. do a vigabatrina) e com outros fármacos, como
diuréticos, sulfonilureias, lítio, ISR-5HT, inibi-
A prescrição de antidepressivos em portado- dores da monoamino-oxidase, fenotiazínicos,
res de epilepsia deve ser acompanhada por haloperidol, alfainterferon e claritromicina
algumas preocupações, entre elas: para a carbamazepina e inibidores da enzima
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2. História de epilepsia
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antipsicóticos e antiepilépticos no controle das Ainda que o neurologista possa fazer o aten-
crises. Esse sinergismo parece ser mais mar- dimento inicial de um portador de epilepsia
cado para os antipsicóticos de terceira geração com sintomas psicóticos, o ideal é que esse
e menor para os antipsicóticos de primeira ge- atendimento seja compartilhado com um co-
ração. No entanto, existem alguns fatores de lega psiquiatra, haja vista as sutilezas existen-
risco que predispõem à ocorrência de crises tes no tratamento.
desencadeadas por antipsicóticos. Tais fatores
estão dispostos no tabela 7. Neste artigo, tentei abordar temas que julguei
importantes para a prática neurológica clíni-
Ainda que os antipsicóticos sejam essenciais ca e de cujo conhecimento acredito que todo
no controle dos sintomas psiquiátricos e pos- o profissional se beneficiaria. É desnecessário
sam ter um efeito sinérgico com os medica- dizer que a quantidade de informações dispo-
mentos antiepilépticos no controle das crises, níveis é muito maior do que aquela aqui dis-
deve-se sempre lembrar que essa coterapia posta e que traz um viés pessoal. Espero que
traz implícita a possibilidade de interações, esta modesta contribuição sirva para atiçar a
de efeitos adversos supra- aditivos e também curiosidade dos leitores e que os estimule a
uma maior carga para o sistema enzimático aprofundar seus conhecimentos no tema.
hepático, uma vez que alguns antipsicóticos
dividem rotas metabólicas comuns com os
antiepilépticos.
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