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Data: 17 e 18/04/2007

Local: Sala de reuniões do 8º andar (17/04) e do 20º andar (18/04) do Edifício-Sede


do Banco Central do Brasil – Brasília – DF

Horário de início: 16h30 (17/04) e 17h (18/04)


Horário de término: 19h30 (17/04) e 19h (18/04)

Presentes:
Membros do Copom
Henrique de Campos Meirelles – Presidente
Alexandre Antonio Tombini
Antonio Gustavo Matos do Vale
Mário Magalhães Carvalho Mesquita
Paulo Sérgio Cavalheiro
Paulo Vieira da Cunha
Rodrigo Telles da Rocha Azevedo

Chefes de Departamento (presentes no dia 17)


Altamir Lopes – Departamento Econômico
Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo – Departamento de Estudos e Pesquisas (também
presente no dia 18)
Beatriz da Costa Lourenço Florido – Departamento de Operações do Mercado Aberto
José Antonio Marciano – Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de
Pagamentos
Márcio Barreira de Ayrosa Moreira – Departamento de Operações das Reservas
Internacionais
Renato Jansson Rosek – Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores

Demais participantes (presentes no dia 17)


Alexandre Pinheiro de Moraes Rego – Assessor Especial do Presidente
Adriana Soares Sales – Chefe-Adjunto do Departamento de Estudos e Pesquisas
Alexandre Pundek Rocha – Consultor da Diretoria
Flávio Pinheiro de Melo – Consultor da Diretoria
Jocimar Nastari – Assessor de Imprensa

Os membros do Copom analisaram a evolução recente e as perspectivas para a


economia brasileira e para a economia internacional, no contexto do regime de política
monetária, cujo objetivo é atingir as metas fixadas pelo governo para a inflação.

Evolução recente da economia

1. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação


desacelerou em março para 0,37%, ante 0,44% tanto em janeiro como em fevereiro.
Sendo assim, a inflação acumulada no primeiro trimestre de 2007 foi de 1,26%, acima
das expectativas vigentes ao final do quarto trimestre de 2006, mas abaixo da taxa de
1,44% observada no primeiro trimestre do ano passado. Para tanto, a principal
contribuição foi dos preços monitorados, que avançaram 0,59%, ante 1,69% no mesmo
período de 2006, uma vez que os preços livres tiveram elevação de 1,55% no trimestre,
acima da taxa de 1,31% observada no primeiro trimestre de 2006. No período de doze
meses até março, a inflação alcançou 2,96% (5,32% em março de 2006), sendo que os
preços livres subiram 2,82% (3,90%), e os monitorados, 3,15% (8,66%). O recuo da
inflação mensal em março deveu-se à redução da variação dos preços livres, 0,44%
ante 0,59% em fevereiro, em contraste com a aceleração da inflação dos preços
administrados, 0,21% ante 0,12% em fevereiro. Destaque-se, em março, a pressão
altista dos grupos alimentação e vestuário. Sob outra ótica, note-se que os preços dos
itens comercializáveis se elevaram 0,21% em março, ante deflação de 0,10% em
fevereiro; e que os preços dos bens não comercializáveis variaram 0,66% em março,
ante 1,23% em fevereiro. A inflação de preços de serviços foi de 0,38% no mês e de
5,09% em doze meses (o custo de cursos teve alta de 4,62%, e outros serviços
subiram 5,19%). Em que pese a aceleração inflacionária observada no final de 2006 e
no início de 2007, o cenário mais provável é que a inflação continue evoluindo segundo
a trajetória das metas.

2. O recuo da inflação plena em março foi acompanhado pelo movimento do núcleo por
exclusão de monitorados e de alimentos no domicílio, que se deslocou de 0,52% em
fevereiro para 0,23% em março. Já outras medidas de inflação subjacente calculadas
pelo Banco Central mostraram pequenas elevações: o núcleo por médias aparadas com
suavização de itens preestabelecidos elevou-se de 0,24% em fevereiro para 0,29% em
março e mostra maior rigidez entre as três medidas de núcleo, ao passo que o núcleo
por médias aparadas sem suavização de itens preestabelecidos deslocou-se de 0,22%
para 0,24%. No primeiro trimestre, o núcleo por exclusão registrou inflação de 1,16%,
a menor para o período desde 2002, enquanto os núcleos por médias aparadas com e
sem suavização registraram inflações de 0,92% e 0,81%, respectivamente, os menores
níveis desde o início das séries nos dois casos. Esse cenário se repete ao se analisar a
variação acumulada em doze meses até março, com taxas de 2,59%, 3,97% e 2,23%
para os três núcleos, respectivamente.

3. A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) se


manteve praticamente estável, 0,22% contra 0,23% em fevereiro. Indicadores
antecedentes, como o IGP-10, sinalizam que essa estabilidade tende a continuar. No
primeiro trimestre, o Índice registra variação de 0,88%, mostrando alta frente aos
0,21% observados no mesmo período do ano passado. Em doze meses, a variação se
elevou de 3,79% em fevereiro para 4,49% em março. Esse comportamento resulta,
entre outros fatores, da recuperação dos preços agrícolas, que apresentaram deflação
em vários meses ao longo do ano passado. Dentre os componentes do IGP-DI, o Índice
de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-Br) apresentou elevação de 0,34% em fevereiro
para 0,48% em março, e o Índice Nacional de Construção Civil (INCC), de 0,21% para
0,27%. Por outro lado, o Índice de Preços por Atacado – Disponibilidade Interna (IPA-
DI) recuou para 0,11% em março, ante 0,19% no mês anterior. O recuo do IPA-DI
deveu-se à deflação observada nos preços agrícolas, que diminuíram 0,18% em março,
após haverem aumentado 1,07% e 1,08%, respectivamente, em janeiro e fevereiro.
Conforme destacado nas Notas de reuniões anteriores do Copom, os efeitos do
comportamento dos preços no atacado sobre a inflação para os consumidores
dependerão das condições prospectivas da demanda e das expectativas dos formadores
de preços em relação à trajetória futura da inflação.

4. Após a última reunião do Copom, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


(IBGE) divulgou novos números do PIB, resultantes da implementação de ampla revisão
metodológica. Os novos dados mostraram alterações relevantes no nível do PIB
(incremento de aproximadamente 11%) e nas taxas de crescimento, com a média dos
últimos cinco anos subindo de 2,5% para 3,2% e, no caso específico de 2006, de 2,9%
para 3,7%. Dentre outras modificações importantes, destaca-se o substancial recuo da
taxa de investimento. O novo conjunto de dados também sugere que a economia, pelo
menos nos períodos mais recentes, poderia estar utilizando seus fatores de produção de
forma mais eficiente. Outra mudança importante foi a ampliação da participação do
setor de serviços na composição do PIB, o que aproxima o perfil da economia brasileira
do observado em outras importantes economias. Sob a ótica da oferta, os novos
números do PIB de 2006 mostram maior crescimento da agropecuária (4,1% ante
3,2%) e dos serviços (3,7% ante 2,4%) e redução do crescimento industrial (2,8% ante
3,0%). Pela ótica da demanda, houve aumento na Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF) (8,7% ante 6,3%), no consumo das famílias (4,3% ante 3,8%) e no consumo do
governo (3,6% ante 2,1%), menor crescimento das exportações (4,6% ante 5,0%), ao
passo que a expansão das importações manteve-se inalterada (18,1%). Além disso, o
crescimento da economia no último trimestre de 2006 ante o trimestre anterior, de
acordo com dados dessazonalizados pelo IBGE, reduziu-se ligeiramente, de 1,1% para
0,9%, enquanto o crescimento no terceiro trimestre aumentou substancialmente, de
0,8% para 2,6%, uma trajetória consistente com a análise desenvolvida em Notas de
reuniões anteriores do Copom.
5. Após expansão nos três últimos meses de 2006 e recuo em janeiro de 2007, a
produção industrial, segundo dados dessazonalizados pelo IBGE, voltou crescer em
fevereiro, com incremento de 0,3% frente ao mês anterior, com a indústria de
transformação e a extrativa mineral crescendo 0,6% e 0,3%, respectivamente. Em
comparação com fevereiro de 2006, houve incremento de 3,0%, configurando o oitavo
mês consecutivo de expansão da produção industrial agregada. No acumulado em doze
meses, a produção industrial geral registra expansão de 2,8%, com 2,6% para a
indústria de transformação e 6,2% para a extrativa mineral. Pelo critério das médias
móveis trimestrais, a produção industrial cresceu pelo décimo-primeiro mês consecutivo
em fevereiro. Nesse mês, a expansão da atividade manufatureira alcançou 14 das 23
atividades pesquisadas, que têm séries sazonalmente ajustadas. Para março, os
indicadores antecedentes e coincidentes da produção industrial sinalizam a continuidade
da expansão. Os diversos fatores de estímulo à atividade econômica, inclusive a
flexibilização monetária já realizada, sugerem que a tendência de expansão da indústria
deve continuar nos próximos meses.

6. Dentre as categorias de uso, os dados dessazonalizados de fevereiro destacam o


crescimento mensal de 1,2% na produção de bens de consumo duráveis. Quando se
compara com igual mês do ano passado, houve um forte incremento, de 14,3%, na
produção de bens de capital, ao passo que a produção de bens intermediários aumentou
3,5%. Na mesma base de comparação, a produção de bens de consumo duráveis
mostra retração de 2,9%. No primeiro bimestre de 2007, chama atenção o desempenho
da produção de bens de capital (com expansão de 16,0%) e a aceleração do ritmo de
produção de bens intermediários (com expansão de 3,3%). O dinamismo da produção
de bens de capital decorre da consolidação das perspectivas favoráveis de continuidade
do crescimento da demanda interna, bem como da influência de preços internacionais
favoráveis a alguns setores. É plausível supor, ainda, que o aumento na produção de
bens intermediários sugere aceleração mais generalizada na atividade industrial.

7. Após recuar de agosto a dezembro do ano passado, quando alcançou 8,4%, a taxa
de desemprego elevou-se para 9,3% em janeiro e para 9,9% em fevereiro, seguindo
comportamento sazonal típico de início de ano. Não obstante, ao se comparar com o
mesmo mês de 2006, houve estabilidade. O número de ocupados cresceu 2,5%, em
doze meses até fevereiro, indicando ritmo forte de geração de empregos. Por sua vez, o
poder de compra dos trabalhadores subiu 2,5% em fevereiro ante o mês anterior, e
6,1% frente ao mesmo mês de 2006. Esse dinamismo se reflete também na massa
salarial real, que apresentou elevação de 8,8% em fevereiro de 2007 (8,1% no ano),
em comparação a fevereiro de 2006, mantendo a tendência de alta e constituindo
suporte importante ao crescimento da demanda agregada. O nível de emprego na
indústria de transformação, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), dessazonalizados pelo Banco Central, cresceu 0,2% em fevereiro, na comparação
mês a mês, a décima quinta expansão consecutiva. No confronto com fevereiro de
2006, o emprego na indústria se elevou 3,3%. Dados divulgados pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) indicam que o emprego formal celetista continuou se
expandindo em fevereiro, com a criação de 148 mil novos postos, um incremento de
0,4% em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. No primeiro bimestre, a
expansão alcançou 4,7%, enquanto em doze meses atingiu 4,8%.

8. Após o pequeno recuo de 0,1% observado em dezembro, que interrompeu uma série
de quatro meses seguidos de significativa expansão, as vendas no comércio varejista
aumentaram fortemente no primeiro bimestre do ano, segundo dados dessazonalizados
pelo IBGE. De fato, em janeiro e fevereiro houve, respectivamente, expansão de 1,9%
e de 0,4%, na comparação mês a mês. Quando a comparação é feita com o mesmo
mês do ano anterior, verificam-se expansões bastante robustas: de 8,5% em janeiro e
de 9,4% em fevereiro. Nessa base de comparação, em ambos os períodos as expansões
foram as maiores, para o respectivo mês, da série histórica com início em janeiro de
2000. Em termos acumulados, as vendas no varejo expandiram significativos 8,9% no
primeiro bimestre de 2007, ante o mesmo período de 2006, a maior expansão para
esses meses desde o início da série histórica. Nota-se, além da forte expansão nas
vendas de itens ligados ao crédito, o desempenho favorável dos itens mais sensíveis à
renda e ao emprego. Por exemplo, as vendas nos hiper e supermercados avançaram
6,8% no primeiro bimestre. O indicador ampliado de comércio, que incorpora também
as vendas de automóveis, motocicletas, partes e peças, bem como de material de
construção, apresentou elevação de 11,0% no primeiro bimestre, em comparação ao
mesmo período de 2006. Espera-se, para o resto do ano, a continuidade do
fortalecimento do comércio varejista, que deverá ser impulsionado pela expansão dos
níveis de emprego e da renda, pelo crescimento do crédito e pelo processo de
flexibilização da política monetária, aliados à própria recuperação da confiança do
consumidor.

9. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) na indústria de transformação situou-se


em 81,8% em fevereiro, 1,3 p.p. acima do verificado no mesmo mês de 2006, de
acordo com a nova série divulgada pela CNI, dessazonalizada pelo Banco Central. Na
comparação com o mesmo mês do ano anterior, fevereiro registrou a sétima expansão
consecutiva. De fato, em fevereiro a taxa de utilização encontrava-se 0,56 p.p. abaixo
do máximo da nova série, observado em julho de 2004 (essa diferença era de 0,62 p.p.
em janeiro). Indicadores desagregados calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV)
para março apontavam para nível recorde de utilização da capacidade no setor de bens
de capital. O maior nível médio de utilização da capacidade que recentemente vem se
verificando reflete a intensificação da atividade econômica. Não obstante, dados
relativos ao investimento, como o aumento de 21,2% da absorção de bens de capital no
primeiro bimestre, sugerem que a expansão da capacidade permanece robusta,
sustentada tanto pela importação quanto pela produção de bens de capital. A produção
de insumos para a construção civil também aumentou, embora de maneira mais
comedida, e se expandiu 1,8% no primeiro bimestre. Dessa forma, ainda não se
antecipam descompassos relevantes no que se refere à evolução da oferta e da
demanda agregada. Como ressaltado em Notas das reuniões do Copom, entretanto, a
trajetória da inflação mantém estreita relação com os desenvolvimentos correntes e
prospectivos no tocante à ampliação da oferta de bens e serviços para o adequado
atendimento à demanda.

10. A balança comercial continua apresentando desempenho robusto, corroborando


avaliações expressas em Notas de reuniões anteriores do Copom sobre mudanças
estruturais importantes no comércio exterior brasileiro. No primeiro trimestre, o saldo
situou-se em US$8,7 bilhões, 6,0% abaixo do verificado no mesmo período do ano
anterior. Esse arrefecimento era esperado, e se deveu a exportações de US$33,9
bilhões e a importações de US$25,2 bilhões, valores respectivamente 15,4% e 25,3%
maiores do que os registrados no primeiro trimestre de 2006. A despeito de
permanecerem vultosos, os menores saldos comerciais são uma conseqüência natural
tanto do maior nível de atividade quanto do fortalecimento da moeda nacional e
mostram um processo saudável de ajustamento das contas externas. O saldo em
transações correntes registrou superávit de US$1,7 bilhão no primeiro trimestre e de
US$13,3 bilhões em doze meses até março, equivalentes a 1,2% do PIB.

11. Com relação ao cenário externo, persistem as dúvidas quanto aos próximos passos
da política monetária norte-americana. Não se podem descartar por completo novas
elevações de taxas de juros nos Estados Unidos (EUA), ainda que a avaliação dominante
nos mercados seja a de que um ciclo de flexibilização monetária poderia ter início ainda
neste ano. Similarmente, não se pode descartar a possibilidade de desaceleração mais
forte do que o esperado da economia dos EUA, e tampouco os potenciais
desdobramentos sobre a economia global. Por outro lado, a economia e os preços de
ativos brasileiros têm mostrado notável resistência frente às oscilações de sentimento
nos mercados financeiros internacionais, graças à melhora de fundamentos observada
nos últimos anos, e ao comportamento bastante benigno dos preços de exportações.
Nesse sentido, além de se apresentar mais resistente a mudanças de sentimento nos
mercados internacionais, a economia brasileira encontra-se em um ciclo de crescimento
com estabilidade de preços. Dessa forma, o Copom continua avaliando que o cenário
internacional é favorável.
12. O preço do petróleo, outra fonte sistemática de incerteza advinda do cenário
internacional, segue mostrando alta volatilidade, e apresentou ligeira elevação desde a
última reunião do Comitê. Essa tendência altista no curto prazo está ligada, sobretudo,
a novos episódios de incerteza geopolítica. A despeito da considerável incerteza inerente
às previsões sobre a trajetória futura dos preços do petróleo, permanece plausível o
cenário central de trabalho adotado pelo Copom, que prevê preços domésticos da
gasolina inalterados em 2007.

Avaliação prospectiva das tendências da inflação

13. Os choques identificados e seus impactos foram reavaliados de acordo com as


novas informações disponíveis. O cenário considerado nas simulações contempla as
seguintes hipóteses:

a) Comparadas com os valores considerados na reunião do Copom de março, as


projeções de reajustes nos preços da gasolina e do gás de bujão foram mantidas em
0%, para o acumulado de 2007;

b) As projeções de reajustes das tarifas de eletricidade e telefonia fixa para o


acumulado de 2007 foram modificadas, ante as previstas para a reunião de março, com
os reajustes projetados agora se situando em 2,2% e 3,4%, respectivamente;

c) A projeção de reajuste para o conjunto de preços administrados, para o acumulado


de 2007, foi alterada para 4,2%, ante os 4,5% considerados na reunião do Copom de
março. Esse conjunto de preços, de acordo com os dados publicados pelo IBGE,
correspondeu a 30,99% do total do IPCA de março;

d) A projeção de reajustes dos itens administrados por contrato e monitorados para


2008 foi redimensionada, para 5,2%, com base em modelos de determinação endógena
de preços administrados, que consideram componentes sazonais, variações cambiais,
inflação de preços livres e inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP);

e) O modelo VAR, baseado nos níveis da taxa Selic e do swap de 180 dias, estima um
spread, no cenário de referência, de 38 p.b. no quarto trimestre de 2007. A trajetória
do swap indica, ainda, que o spread atinge 71 p.b. no último trimestre de 2008.

14. Em relação à política fiscal, as projeções levam em conta o cumprimento da meta


de superávit primário de 3,8% do PIB em 2007 e em 2008, ajustada pela possibilidade
de que esse percentual seja reduzido em até 0,45 p.p., em virtude da implementação
do Programa Piloto de Investimentos. As demais hipóteses consideradas na reunião
anterior foram mantidas.

15. Desde a reunião de março do Copom, houve redução na mediana das expectativas
coletadas pela Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin) para a
variação do IPCA em 2007, que passou de 3,88% para 3,80%. Essa redução deve-se,
basicamente, à diminuição das expectativas de inflação para o segundo e terceiro
trimestres de 2007. As expectativas para doze meses à frente diminuíram de 3,80%
para 3,64%. Para 2008, as expectativas de inflação permaneceram em 4%. Como
mencionado em Notas de reuniões anteriores do Copom, esses desenvolvimentos
continuam sugerindo a consolidação de um ambiente macroeconômico cada vez mais
favorável, para horizontes mais longos.

16. Considerando-se as hipóteses do cenário de referência, que leva em conta a


manutenção da taxa de câmbio em R$2,05 e da taxa Selic em 12,75%, em todo o
horizonte de previsão, a projeção para o IPCA em 2007 sofreu ligeira elevação em
relação ao valor considerado na reunião do Copom de março, permanecendo abaixo do
valor de 4,50% estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o centro da
meta deste ano. No cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e
de juros apuradas pela Gerin, junto a analistas, no período imediatamente anterior à
reunião do Copom, a projeção de inflação para 2007 sofreu pequena redução em
relação ao valor considerado na reunião do Copom de março, permanecendo, portanto,
abaixo do valor central de 4,5% para a meta de inflação. Por sua vez, as projeções de
inflação para 2008 apresentaram redução em ambos os cenários, quando comparadas
às projeções obtidas em março, permanecendo os valores abaixo do valor central de
4,5% no cenário de referência e acima de 4,5% no cenário de mercado.

Implementação da política monetária

17. O Copom reafirma o diagnóstico, expresso nas Notas das últimas reuniões, de que,
além de conter as pressões inflacionárias de curto prazo, a política monetária tem
contribuído de maneira importante para a consolidação de um ambiente
macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Os dados referentes à atividade
econômica ainda não sugerem uma probabilidade elevada de que observemos pressões
significativas sobre a inflação no curto prazo. A expansão das importações tem
contribuído de forma relevante para esse processo, complementando a produção
doméstica e assim permitindo que os efeitos inflacionários do crescimento sustentado
da demanda agregada continuem sendo limitados. Além disso, a despeito da
perspectiva de consolidação de um ambiente de menor liquidez global, em virtude dos
efeitos dos processos de elevação das taxas de juros nas economias industrializadas, e
de certo aumento de volatilidade nos mercados globais, o cenário externo continua
favorável. Particularmente no que diz respeito às perspectivas de financiamento externo
para a economia brasileira, o Copom continua atribuindo baixa probabilidade a um
cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais. Assim, as
perspectivas para a trajetória da inflação permanecem benignas. Tal como nas reuniões
recentes, o Copom enfatiza que o principal desafio da política monetária nesse contexto
é garantir a consolidação dos desenvolvimentos favoráveis que se antecipam para o
futuro.

18. O Copom avalia que as taxas mensais relativamente elevadas que vêm persistindo
desde o final de 2006 ainda não apresentam riscos para a trajetória de médio prazo da
inflação. Parte da elevação da inflação no início deste ano pode ser atribuída a fatores
pontuais, como a elevação dos preços de alimentos, e sazonais, como a temporada de
reajustes de mensalidades escolares, aos quais se somam certas pressões sobre preços
de serviços. Dada a natureza de tais desenvolvimentos, espera-se que sofram
arrefecimento ao longo do tempo, sem que necessariamente observemos contaminação
para horizontes mais longos. Entretanto, o Copom continuará conduzindo suas ações de
forma a assegurar que os ganhos obtidos no combate à inflação em anos recentes
sejam permanentes. Para tanto, continuará acompanhando atentamente a evolução da
inflação e das diferentes medidas do seu núcleo, discriminando entre reajustes pontuais
e reajustes persistentes ou generalizados de preços e adequando prontamente a
postura de política monetária às circunstâncias.

19. A manutenção de taxas de inflação consistentes com a trajetória de metas e a


resultante consolidação de um cenário de estabilidade macroeconômica duradoura
contribuirão para a continuidade do processo de redução progressiva da percepção de
risco macroeconômico que vem ocorrendo nos últimos anos. O espaço para que
observemos juros reais menores no futuro continuará se consolidando de forma natural,
como conseqüência dessa melhora de percepção. O Copom considera que a persistência
de uma atuação cautelosa da política monetária tem sido fundamental para aumentar a
probabilidade de que a inflação siga evoluindo segundo a trajetória de metas. Para que
essa maior probabilidade continue se traduzindo em resultados efetivos, entretanto, é
preciso que os indicadores prospectivos de inflação sigam apresentando elementos
compatíveis com o cenário benigno que tem se configurado nos últimos trimestres.

20. O Copom considera relevante ressaltar, mais uma vez, que há defasagens
importantes entre a implementação da política monetária e seus efeitos sobre o nível de
atividade e sobre a inflação. Desde o início do ciclo de flexibilização da política
monetária, em setembro de 2005, a taxa de juros básica já foi reduzida em 700 p.b.,
sendo que parcela substancial da redução ocorreu nos últimos nove meses. Assim, parte
importante dos efeitos dos cortes de juros ainda não se refletiu no nível de atividade, e
tampouco os efeitos da atividade sobre a inflação tiveram tempo de se materializar.
Dessa forma, a avaliação de decisões alternativas de política monetária deve
concentrar-se necessariamente na análise do cenário prospectivo para a inflação e nos
riscos a ele associados, em vez de privilegiar os valores correntes observados para essa
variável.

21. Ao longo dos próximos meses, a expansão do nível de emprego e da renda e o


crescimento do crédito continuarão impulsionando a atividade econômica. Como
mencionado em Notas de reuniões recentes do Copom, a esses fatores devem ser
acrescidos os efeitos da expansão das transferências governamentais e de outros
impulsos fiscais ocorridos em 2006 e esperados para os próximos trimestres deste ano.
Dessa forma, os efeitos defasados dos cortes de juros sobre uma demanda agregada
que já cresce a taxas robustas se somarão a outros fatores que continuarão
contribuindo de maneira importante para a sua expansão. Essas considerações se
tornam ainda mais relevantes quando se levam em conta os nítidos sinais de demanda
aquecida, as pressões sobre a inflação no curto prazo, e o fato de que as decisões de
política monetária passarão a ter impactos concentrados nos últimos meses de 2007 e
crescentemente em 2008.

22. Tendo em vista os estímulos já existentes para a expansão da demanda agregada,


as incertezas que cercam os mecanismos de transmissão da política monetária, a menor
distância entre a taxa básica de juros corrente e as taxas de juros que deverão vigorar
em equilíbrio no médio prazo e os cortes já implementados desde setembro de 2005, os
membros do Copom entendem que a preservação das importantes conquistas obtidas
no combate à inflação e na manutenção do crescimento econômico, com geração de
empregos e aumento da renda real, demanda que a flexibilização monetária seja
conduzida com parcimônia.

23. Mesmo nesse contexto, participantes do Copom argumentaram que se acumulam


sinais de que a contribuição das importações, por meio da disciplina exercida sobre os
preços de bens transacionáveis em ambiente de demanda robusta, para a consolidação
de um cenário benigno para a inflação no horizonte de projeção, poderá ser maior do
que a inicialmente contemplada. Com isso, no processo de discussão sobre o ritmo de
flexibilização monetária, três membros do comitê entenderam que o balanço de riscos
para a evolução da trajetória futura da inflação, levando em conta as perspectivas tanto
para preços livres quanto para administrados, justificaria reduzir a taxa básica de juros
em 50 p.b.

24. A maioria do Comitê, entretanto, manteve a avaliação de que, tendo em vista a


extensão do processo de flexibilização já implementado, as incertezas remanescentes
quanto aos impactos defasados do estímulo monetário já injetado na economia, o
comportamento esperado dos outros fatores de sustentação do dispêndio, como o
crescimento da renda, em um quadro de sólida expansão da demanda doméstica por
bens e serviços transacionáveis e não transacionáveis, e de fortalecimento da atividade
econômica, continuavam a recomendar a manutenção do ritmo de redução da taxa
básica de juros em 25 p.b.

25. Diante disso, dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política


monetária, iniciado na reunião de setembro de 2005, o Copom decidiu, por quatro votos
a três, reduzir a taxa Selic para 12,50% ao ano, sem viés.

26. No regime de metas para a inflação, a Autoridade Monetária orienta suas decisões
de acordo com os valores futuros projetados para a inflação, e analisa diversos cenários
alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica dos
preços, e o balanço dos riscos associado às suas projeções. Ainda que persistam
incertezas quanto ao desempenho da economia norte-americana, a conjuntura
internacional permanece positiva, favorecendo a contribuição do setor externo para um
cenário inflacionário benigno. Por outro lado, pressões de preços, a princípio isoladas e
transitórias, atingem a economia em um momento em que a demanda doméstica se
expande a taxas robustas, sustentando a recuperação da atividade econômica, inclusive
em setores pouco expostos à competição externa, quando os efeitos de importantes
fatores de estímulo, como a flexibilização monetária já implementada, ainda estão por
se fazer sentir em sua plenitude. Nesse ambiente, cabe à política monetária manter-se
especialmente vigilante para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais
curtos se propague para horizontes mais longos.

27. Ao final da reunião, foi registrado que o Comitê voltaria a se reunir em 05 de junho
de 2007, para as apresentações técnicas, e no dia seguinte, para deliberar sobre a
política monetária, conforme estabelecido pelo Comunicado 15.011, de 31/10/2006.

SUMÁRIO DOS DADOS ANALISADOS PELO COPOM

Inflação

28. O IPCA variou 0,37% em março, ante 0,44% em fevereiro. A pequena queda da
taxa deveu-se, principalmente, ao esgotamento do impacto dos reajustes no item
educação, após a alta sazonal que influenciou a variação do IPCA em fevereiro. Os
preços do grupo alimentação e bebidas mostraram aceleração, com alta de 0,98%, ante
0,78% no mês anterior, e respondem por 0,2 p.p. do resultado mensal do IPCA,
sobretudo pela maior elevação dos preços dos produtos in natura. Com o resultado, o
IPCA manteve a trajetória de desaceleração, acumulando variações de 2,96% em doze
meses e de 1,26% no primeiro trimestre do ano.

29. A variação dos preços livres passou de 0,59% em fevereiro para 0,44% em março,
enquanto a dos preços monitorados aumentou de 0,12% para 0,21%, no mesmo
período. Em doze meses, os preços livres acumularam crescimento de 2,82%, e os
preços monitorados, de 3,15%. Entre os livres, os preços dos produtos não
comercializáveis subiram 4,51%, principalmente pela elevação de 5,09% nos serviços,
enquanto os preços dos produtos comercializáveis evoluíram 1,1%.

30. As medidas de núcleo do IPCA pelo critério de médias aparadas aumentaram


ligeiramente em março, comparativamente às do mês anterior, enquanto a medida de
núcleo pela exclusão de preços de alimentação no domicílio e monitorados registrou
recuo expressivo. Considerando a variação em doze meses, os indicadores mantiveram
trajetória declinante. Pelo método das médias aparadas sem suavização de itens
preestabelecidos, a variação do núcleo atingiu 0,24% no mês, ante 0,22% em fevereiro,
acumulando 2,23% em doze meses. De acordo com o critério de médias aparadas com
suavização, o núcleo aumentou de 0,24%, em fevereiro, para 0,29% em março,
totalizando 3,97% em doze meses. A variação do núcleo calculada pela exclusão dos
preços de alimentação no domicílio e monitorados situou-se em 0,23% em março,
comparativamente a 0,52% no mês anterior, e acumulou variação de 2,59% em doze
meses.

31. O IGP-DI variou 0,22% em março, ante 0,23% em fevereiro, acumulando


crescimentos de 0,88% no ano e de 4,49% em doze meses. Dos componentes do índice
geral, apenas o IPA-DI, de maior peso, acusou desaceleração em março, com alta de
0,11% ante 0,19% no mês anterior. O IPC-Br variou 0,48%, ante 0,34% em fevereiro,
influenciado pelas maiores taxas em 5 dos 7 grandes grupos que o compõem,
sobretudo, produtos alimentícios. O núcleo de inflação para o IPC-Br, calculado pela
FGV pelo método das médias aparadas com suavização, variou 0,27% em março, ante
0,16% em fevereiro, acumulando 0,69% no trimestre e 2,52% em doze meses. O
INCC-DI variou 0,27% em março, comparativamente a 0,21% em fevereiro, refletindo
o acréscimo na taxa de variação da mão-de-obra, conseqüência do impacto do reajuste
salarial em Salvador e no Rio de Janeiro. O grupo materiais e serviços registrou
aumento de 0,19% em março, ante 0,4% em fevereiro. O INCC-DI acumulou
expansões de 0,94% no ano e de 5,25% em doze meses.

32. A menor variação do IPA em março refletiu a queda dos preços agrícolas, cujo efeito
se sobrepôs ao impacto da aceleração dos preços industriais. O IPA-agrícola recuou
0,18% no período, ante a elevação de 1,08% em fevereiro, enquanto o IPA-industrial
cresceu 0,2%, após variação negativa de 0,1% no mês anterior. Considerando o IPA
segundo os três estágios de processamento, apenas as matérias-primas brutas
registraram variação negativa de preços em março, -0,8%, após elevação de 0,42% no
mês anterior. Os preços dos bens finais subiram 0,55%, acelerando ante a alta de
0,42% em fevereiro, e a variação dos preços dos bens intermediários passou de -0,08%
para 0,31%, no mesmo período. Em doze meses, os preços das matérias-primas brutas
aumentaram 15,28%, exercendo a maior pressão sobre o resultado do IPA no período.
Os preços dos bens intermediários cresceram 3,21% e dos bens finais, 0,69%.

Atividade econômica

33. O PIB cresceu 3,7% em 2006, segundo a nova metodologia divulgada pelo IBGE,
ante 2,9% na versão anterior. A expansão do produto foi generalizada entre todos os
seus componentes. Pela ótica da produção, a agropecuária expandiu 4,1%, a indústria
2,8% e os serviços 3,7%. Considerando a ótica da demanda, houve crescimento de
8,7% na FBCF, de 4,3% no consumo das famílias, de 3,6% no consumo do governo, de
4,6% nas exportações e de 18,1% nas importações. A contribuição do setor externo
para o crescimento do PIB foi negativa em 1,4 p.p., enquanto a demanda interna
(consumo mais FBCF) respondeu com 4,8 p.p. para a expansão do produto, o que
resultou em 0,3 p.p. para o ajuste de estoque.

34. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o volume de vendas
no segmento varejista do País registrou alta de 0,4% em fevereiro, em relação ao do
mês anterior, considerados dados dessazonalizados. Entre as atividades que compõem o
indicador geral, apresentaram crescimento, na comparação mensal, combustíveis e
lubrificantes, 1,3%, e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e
fumo 0,1%. Entre os segmentos que apresentaram retração no período estão tecidos,
vestuário e calçados, -2,5%, e móveis e eletrodomésticos, -4,2%. O item veículos e
motos partes e peças, que integra o indicador de comércio varejista ampliado, registrou
crescimento de 5,3% no mês. Regionalmente, 26 das 27 unidades da Federação
obtiveram resultados positivos em fevereiro deste ano, comparativamente a fevereiro
de 2006 – a exceção foi o Piauí (-0,1%).

35. Ainda em relação ao volume de vendas de fevereiro de 2006, observou-se


crescimento de 9,4% no comércio varejista. Esse resultado é decorrente dos
crescimentos observados em todos os segmentos nessa base de comparação,
principalmente em móveis e eletrodomésticos (19,1%) e hipermercados (6,9%). No
indicador de comércio varejista ampliado, destaca-se ainda o segmento de automóveis
(19,5%). O desempenho das vendas no varejo reflete a continuidade do crescimento da
massa salarial e das melhores condições de crédito. No primeiro bimestre de 2007, a
expansão do volume de vendas do comércio varejista atingiu 8,9%, em relação a igual
período de 2006.

36. As vendas do comércio varejista ampliado, que incluem as atividades material de


construção e veículos, motos, partes e peças, cresceram 11,9% em fevereiro, em
relação às de igual mês de 2006. No primeiro bimestre, o crescimento alcançou 11%,
resultado obtido principalmente pelo crescimento de 16,7% em veículos e de 6,1% em
material de construção.

37. Segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), referentes à capital
paulista e dessazonalizados pelo Banco Central, as consultas ao Serviço Central de
Proteção ao Crédito (SCPC) e ao Usecheque aumentaram, respectivamente, 1,8% e
2,2% em março, em relação às do mês anterior. Comparativamente às consultas
realizadas em março de 2006, registraram-se acréscimos de 4,5% e 5,5%, na mesma
ordem.

38. Em relação aos indicadores de investimento, a produção doméstica de bens de


capital e a fabricação de insumos da construção civil cresceram 0,1% e 0,3%,
respectivamente, em fevereiro de 2007, ante as observadas no mês anterior, segundo
dados dessazonalizados. A importação de bens de capital diminuiu em 6%, na mesma
base de comparação, após dois meses seguidos de expansão acelerada. Nos últimos
doze meses encerrados em fevereiro, esses indicadores cresceram 6,9%, 3,6% e
24,4%, respectivamente. Por setores de destinação, nessa mesma base de comparação,
a produção de bens de capital para energia aumentou 18,3%; para uso misto, 12,4%;
tipicamente industrializados, 7,7%; e para a construção, 6,6%. A produção de bens de
capital para a agricultura diminuiu 11,2% em doze meses até fevereiro, ante queda de
14,6% acumulada até o mês anterior, sinalizando reversão de tendência, na margem.

39. Os financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico


e Social (BNDES) para investimentos de médio e longo prazos alcançaram R$11,3
bilhões no primeiro trimestre de 2007, superando em 66,5% aqueles desembolsados no
mesmo período de 2006. A expansão dos desembolsos atingiu 26% no acumulado em
doze meses até março, realçando a aceleração recente desse indicador de
investimentos. O aumento da demanda por financiamento de médio e longo prazos
também é evidenciado pelo volume total de recursos envolvido nas consultas de
financiamento recebidas pelo BNDES em março de 2007, de R$15 bilhões, cerca de
190% superior ao observado em igual mês de 2006.

40. A produção mensal da indústria brasileira cresceu 0,3% em fevereiro, após ajuste
sazonal. Com esse resultado, o patamar de produção retornou ao nível recorde histórico
registrado em dezembro de 2006. Em relação a fevereiro de 2006, a produção industrial
expandiu 3%, acumulando altas de 3,7% no primeiro bimestre do ano e de 2,8% em
doze meses.

41. Considerando dados dessazonalizados, o resultado da indústria geral em fevereiro


refletiu crescimentos mensais de 0,3% na produção extrativa e de 0,6% na
transformação. Todas as categorias de uso registraram, no período, acréscimos na
produção, destacando-se as altas de 1,2% em bens de consumo durável, de 0,7% em
bens de consumo não duráveis e de 0,5% em bens intermediários. A produção de bens
de capital manteve-se praticamente estável no mês (+0,1%), após três resultados
positivos consecutivos. Na comparação interanual, a categoria registrou expansão de
14,3%, acumulando elevação de 16% no primeiro bimestre do ano.

42. A análise desagregada da atividade industrial mostrou que, em fevereiro, das 23


atividades pesquisadas passíveis de ajuste sazonal, catorze apresentaram crescimento,
destacando-se, pela ordem de contribuição no resultado, “refino de petróleo e produção
de álcool”, 4,1%; “material eletrônico e equipamentos de comunicações”, 7,4%; e
“alimentos”, 1,8%. As principais influências negativas decorreram dos desempenhos de
“máquinas, aparelhos e materiais elétricos”, -5,7%; “máquinas e equipamentos”,
-2,6%; e “metalurgia básica”, -2,9%.

43. Ainda no setor industrial, conforme estatísticas da CNI, dessazonalizadas pelo Banco
Central, observaram-se acréscimo de 2,2% nas horas trabalhadas na produção e
estabilidade nas vendas industriais reais em fevereiro, comparativamente ao mês
anterior. No bimestre, esses indicadores registraram respectivamente elevações de 3%
e 4,9%, comparativamente aos correspondentes no mesmo período de 2006. O nível de
UCI atingiu 81,8% em fevereiro, ante 81,7% em janeiro, após ajuste sazonal.
Considerando os dados observados, o nível de utilização atingiu 80,3% no mês, 1,3 p.p.
acima do patamar de fevereiro de 2006.

44. A produção de autoveículos alcançou recorde mensal em março de 2007: 246,5 mil
unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea). O total produzido representa aumento de 7,4% em relação ao mesmo mês
de 2006 e de 5,5% sobre a produção do mês anterior, conforme dados
dessazonalizados pelo Banco Central. Ainda considerando a série com ajuste sazonal, as
vendas internas cresceram 6,7%, enquanto as externas diminuíram 2,5%.
Comparativamente às estatísticas do primeiro trimestre de 2006, a produção de
autoveículos cresceu 4%, e as vendas internas, 11,4%, enquanto as exportações
recuaram 9,5%. Ainda segundo a Anfavea, a produção de máquinas agrícolas cresceu
8,3% no primeiro trimestre do ano, ante a do mesmo período do ano anterior,
refletindo a recuperação do setor agrícola na atual safra.

45. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, realizado pelo


IBGE em março, a estimativa para a safra do ano agrícola 2006/2007 apontou
acréscimo de 11,8% em relação à safra anterior. A produção nacional de grãos (cereais,
leguminosas e oleaginosas) deverá atingir 130,7 milhões de toneladas, em decorrência
das boas condições climáticas e do incentivo à produção, advindo com a elevação dos
preços dos produtos agrícolas no mercado internacional. A soja e o milho da segunda
safra são os principais responsáveis pela expansão da produção de grãos neste ano.
Destaque-se, ainda, a tendência de aumento da área para futuras safras de cana-de-
açúcar, motivada pelo interesse crescente na produção do álcool combustível. Em 2007,
a área plantada de cana aumentou 7%, e a produção estimada deve ser 7,9% maior
que a da safra anterior.

Expectativas e sondagens

46. A pesquisa mensal da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio


SP) registrou estabilidade no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em abril, após
queda expressiva observada em março. O Índice das Condições Econômicas Atuais
(Icea) cresceu 2,5%, e o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) recuou 1,8%,
sinalizando que os consumidores estão cautelosos com as expectativas econômicas
futuras. De fato, em abril, pelo quarto mês consecutivo, o Icea manteve-se acima do
IEC.

47. De acordo com a Sondagem de Expectativas do Consumidor da FGV, que abrange


cerca de dois mil domicílios em sete das principais capitais do País, o ICC diminuiu 2,8%
em março, em relação ao mês anterior, resultado que decorreu da deterioração tanto
nas avaliações sobre a situação presente como das expectativas em relação aos
próximos seis meses.

48. Ainda segundo a FGV, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), composto por seis
quesitos contidos na Sondagem da Indústria de Transformação, cresceu 4,7% em
março, comparativamente ao observado em fevereiro, acumulando expansão de 8,1%
no primeiro trimestre de 2007, relativamente a igual trimestre de 2006. Na comparação
mensal, registraram-se acréscimos de 2,4% nas avaliações sobre a situação presente e
de 7,4% no índice que mede as expectativas em relação aos próximos meses.

Mercado de trabalho

49. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do


MTE, foram gerados 148.019 postos de trabalho em fevereiro, o segundo melhor
resultado para o mês desde o início do levantamento em 1985, situando-se abaixo
apenas do apurado em fevereiro de 2006, quando foram criados 176.632 empregos. No
primeiro bimestre de 2007 foram gerados 253 mil novos empregos, comparativamente
a 263 mil no mesmo período de 2006. Após a dessazonalização da série, o índice de
emprego apresentou elevação mensal de 0,4%, registrando acréscimos em todos os
setores. Em doze meses a expansão atingiu 4,8%, com destaque para a ampliação de
7,8% do emprego na construção civil.

50. De acordo com a PME, realizada pelo IBGE nas seis principais regiões
metropolitanas, a taxa de desemprego aberto atingiu 9,9% da População
Economicamente Ativa (PEA) em fevereiro de 2007, ante 9,3% no mês anterior e
10,1% em fevereiro de 2006. A variação da taxa de desemprego entre fevereiro e
janeiro refletiu, principalmente, o aumento de 6,5% da população desocupada, tendo
em vista que a PEA se manteve praticamente estável (aumento de 0,2%) no período. O
número de trabalhadores ocupados recuou 0,4% em fevereiro, cerca de 91 mil pessoas.
Destaque-se, todavia, que o número de empregados com carteira assinada no setor
privado cresceu 0,2%, enquanto o de empregados sem carteira diminuiu 2,8%,
evidenciando a continuidade do aumento da formalidade no mercado de trabalho, com
resultados positivos sobre a produtividade e as condições de trabalho. No primeiro
bimestre de 2007, observou-se queda de 3% no número de empregados sem carteira
de trabalho assinada e aumento de 4,1% no número de empregados com carteira.

51. De acordo com a mesma pesquisa, o rendimento médio real habitual das pessoas
ocupadas alcançou R$1.096,30 em fevereiro, com elevações de 2,5% em relação ao de
janeiro e de 6,1% ante o observado em fevereiro de 2006. A massa salarial real cresceu
2% em fevereiro, comparativamente à observada em janeiro, mantendo a tendência de
alta na comparação anual, com aumento de 8,8% em relação à de fevereiro de 2006.

52. Segundo estatísticas da CNI, dessazonalizadas pelo Banco Central, o contingente de


pessoal empregado na indústria aumentou 0,2% em fevereiro, em relação ao do mês
anterior. No bimestre, a expansão acumulada totalizou 3,4%. A massa salarial real na
indústria cresceu 6,4% em fevereiro comparativamente à do mesmo mês de 2006,
acumulando elevação de 7% no bimestre.

Crédito e inadimplência

53. O saldo dos empréstimos do sistema financeiro registrou aumento de 1,3% em


março, acumulando crescimento de 21% em doze meses. As operações com recursos
livres registraram acréscimos de 1,9% no mês e de 23,5% em doze meses, enquanto
as realizadas com recursos direcionados apresentaram estabilidade e expansão de
15,9%, na mesma ordem. Nas operações de crédito com recursos livres, continuam em
destaque os acréscimos em doze meses nos saldos das operações de leasing, sendo de
54,1% nas contratadas com pessoas físicas e de 62,6% relativamente às pessoas
jurídicas. Entre as operações com recursos direcionados, as maiores expansões em doze
meses estão registradas nos créditos destinados à habitação, 22,8%, e ao setor rural,
21,3%.

54. As operações de crédito referencial para taxas de juros com recursos livres
aumentaram 2,1% em março e 20,1% em doze meses. O saldo das operações com
pessoas físicas cresceu 2% no mês, acumulando expansão de 21,7% em doze meses.
Em relação às carteiras de pessoas jurídicas, as operações com recursos domésticos
evoluíram 2% em março e 20,8% em doze meses, enquanto naquelas referenciadas em
moeda estrangeira, os acréscimos atingiram 3,1% e 12,3%, na mesma ordem.

55. A taxa média ativa de juros incidente sobre as operações de crédito referencial
atingiu 38,5% a.a. em março, a menor da série histórica, 1,2 p.p. abaixo da praticada
em fevereiro e 7,2 p.p. inferior ao patamar verificado em março de 2006. Nas
operações com pessoas físicas, a taxa média de juros atingiu 49,9% a.a., ante 59% a.a.
no mesmo mês de 2006. Nos empréstimos contratados com as pessoas jurídicas, a taxa
média de juros registrou redução de 5,3 p.p. em doze meses, ao atingir 25,4% a.a.

56. O prazo médio das operações de crédito referencial realizadas com pessoas físicas,
excetuando-se cheque especial, atingiu, em março, 410 dias corridos, ante 347 no
mesmo mês de 2006. Na carteira de crédito pessoal, o prazo médio situou-se em 402
dias, com alongamento de 76 dias na comparação interanual, refletindo o crescente
aumento do peso do crédito consignado nessa carteira. Adicionalmente, ressalte-se a
ampliação dos prazos negociados nos contratos de aquisição de veículos, elevando-se
de 500 dias para 549 dias nos últimos doze meses.

57. A taxa de inadimplência das operações de crédito referencial com atraso superior a
noventa dias alcançou 4,9% em fevereiro, registrando queda de 0,1 p.p. no mês e
aumento de 0,3 p.p. em doze meses. Por segmentos, a taxa relativa às pessoas
jurídicas manteve-se estável no mês e subiu 0,6 p.p. em relação à de fevereiro de
2006, atingindo 2,8%. Nas operações com pessoas físicas, a taxa de inadimplência
situou-se em 7,1%, com decréscimo de 0,2 p.p. em termos mensais e em doze meses.

58. A taxa líquida de inadimplência no comércio, calculada pela ACSP, atingiu 7,1% em
março, ante 7,3% no mesmo mês do ano anterior e 5,3% na média de 2006.
Ambiente externo

59. Superada a turbulência ocorrida nos mercados acionários no final de fevereiro, as


atenções voltaram-se novamente para o grau de intensidade da desaceleração da
economia norte-americana - principalmente em função do setor imobiliário residencial -
e a evolução da inflação naquele país, preocupação que se refletiu na última ata do
Federal Open Market Committee (FOMC). Na Área do Euro, o Banco Central Europeu
(BCE) manteve na última reunião a taxa de juros em 3,75% a.a., mas ressaltou que os
riscos em relação à evolução da inflação persistem e que a autoridade monetária
permanecerá atenta a qualquer movimento dos preços. Os demais bancos centrais
emissores de moeda internacional reafirmaram sua disposição para conter as pressões
inflacionárias.

60. Em termos de desempenho da atividade econômica global, o Fundo Monetário


Internacional (FMI) divulgou novas projeções de crescimento mundial, prevendo mais
dois anos de crescimento econômico vigoroso – taxa de 4,9% de crescimento mundial
tanto para 2007 como para 2008 – com os países emergentes apresentando
crescimento maior do que nos países desenvolvidos – de 7,5% e 2,5%,
respectivamente. Segundo o FMI, os riscos ao crescimento global declinaram e são
moderados. Os principais riscos concentram-se no desempenho da economia norte-
americana, em especial do seu mercado imobiliário, e na possibilidade de um ajuste
desordenado dos desequilíbrios globais. Assim, ao mesmo tempo em que o Fundo
reconhece que as condições econômicas globais têm dado suporte a um ambiente
financeiro benigno, admite que os riscos subjacentes têm potencial para enfraquecer a
estabilidade financeira. No geral, o FMI observa que houve redução dos riscos macro e
uma modesta ampliação dos riscos financeiros.

Comércio exterior e reservas internacionais

61. No primeiro trimestre de 2007, o comércio exterior brasileiro continuou em


expansão. O superávit comercial atingiu US$8,7 bilhões e acumulou US$45,5 bilhões
em doze meses, enquanto a corrente de comércio totalizou US$59,1 bilhões e US$238,5
bilhões, respectivamente, nos mesmos períodos. Em abril, decorridos nove dias úteis, o
superávit somou US$1.763 milhões, resultado de exportações de US$5.449 milhões e
de importações de US$3.686 milhões.

62. Em março as exportações alcançaram US$12,9 bilhões, cifra recorde para esse
período do ano, registrando valor médio diário de US$584,3 milhões, 18,2% superior ao
observado no mês corresponde de 2006. As exportações de produtos manufaturados
atingiram US$7,3 bilhões, com aumento anual de 18,3%, considerada a média diária.
As vendas de produtos básicos totalizaram US$3,7 bilhões, e as de semimanufaturados,
US$1,6 bilhões, com acréscimos respectivos de 23,6% e 10,6%, na mesma base de
comparação. Além do aumento das quantidades embarcadas, importantes produtos da
pauta de exportação continuaram apresentando elevação de preços na comparação
interanual, destacando-se: suco de laranja, 75,5%; laminados planos, 40,3%; óleo de
soja em bruto, 35,7%; álcool, 29,5%; e semimanufaturados de ferro/aço, 28,9%.
Mantiveram-se, ainda, ao longo do trimestre, o processo em curso de diversificação da
pauta, particularmente de itens manufaturados com pequena participação, e a
ampliação de mercados de destino para as vendas de produtos brasileiros.

63. As importações totalizaram US$9,5 bilhões em março, valor recorde histórico


mensal, com acréscimo de 28,9% em relação ao mesmo mês de 2006, considerando-se
as médias diárias. Todas as categorias de produtos apresentaram expansão - em
especial a de bens de consumo, 44,6% -, refletindo, principalmente, o aumento de
79,2% nas importações de automóveis. As compras externas de matérias-primas, de
bens de capital e de combustíveis e lubrificantes cresceram 33,1%, 23,3% e 13%,
respectivamente, na mesma base de comparação, considerando-se as médias diárias.
64. Em março, as reservas internacionais totalizaram US$109,5 bilhões, representando
aumento de US$8,5 bilhões no mês, de US$23,7 bilhões no ano e de US$49,7 bilhões
em relação ao saldo de março de 2006.

Mercado monetário e operações de mercado aberto

65. No período que se seguiu à reunião do Copom de março, até meados do mês, a
curva de juros se manteve estável, devido à cautela com o cenário externo em parte
associada aos problemas enfrentados pelas empresas norte-americanas do setor de
hipotecas de alto risco. A partir de então, as taxas futuras decaíram continuamente,
reduzidas as preocupações com o desempenho da economia dos Estados Unidos diante
de resultados positivos referentes ao mercado de trabalho e ao nível de atividade. O
comunicado do FOMC de 21 de março de 2007, por seus reflexos positivos nas bolsas
internacionais e no fluxo de recursos para países emergentes, ajudou a disparar esse
movimento de queda. A melhora de diversos indicadores macroeconômicos – inclusive
das taxas recentes de crescimento e da relação dívida/PIB - resultante da nova
metodologia do IBGE de aferição do produto interno bruto aumentou o otimismo dos
investidores e contribuiu para o recuo do risco-país, que atingiu mínimos históricos, e
das taxas de juros, especialmente as de mais longo prazo. Entre 5 de março e 16 de
abril, as taxas de 1, de 2 e de 3 anos recuaram, respectivamente, 0,41 p.p., 0,73 p.p. e
0,92 p.p. Influenciadas pela trajetória favorável dos índices de inflação corrente e das
expectativas inflacionárias, as taxas de 1, de 3 e de 6 meses caíram 0,27 p.p., 0,29 p.p.
e 0,26 p.p., respectivamente. A taxa real de juros medida pelo quociente entre a taxa
nominal de um ano e a expectativa de inflação (suavizada) para os próximos doze
meses deslocou-se de 8,00%, em 5 de março de 2007, para 7,79%, em 16 de abril de
2007.

66. Em 22 de março e 11 de abril, o Banco Central realizou leilões de swap cambial


reverso destinados, respectivamente, à rolagem dos vencimentos de 2 de abril e de 2
de maio. Essas operações somaram US$2,9 bilhões.

67. Na administração da liquidez do mercado de reservas bancárias, o Banco Central


realizou, semanalmente, no período de 6 de março a 16 de abril, operações
compromissadas longas, de rentabilidade prefixada e prazo de 5 e de 7 meses. O saldo
diário médio do estoque dessas operações alcançou R$64,1 bilhões, dos quais R$48,3
bilhões em operações de sete meses. No mesmo período, o Banco atuou em 24
oportunidades por meio de operações compromissadas de curtíssimo prazo, 23 das
quais destinadas a retirar recursos excedentes do sistema bancário. Realizou, ainda,
operações de nivelamento ao final do dia, com prazo de dois dias úteis. As operações de
curtíssimo prazo, incluídas as de nivelamento, tiveram saldo diário médio tomador de
R$53,5 bilhões.

68. Entre 6 de março e 16 de abril, as emissões do Tesouro Nacional referentes aos


seus leilões tradicionais somaram R$61,7 bilhões. A colocação de títulos de
remuneração prefixada alcançou R$34,2 bilhões, sendo R$22,3 bilhões em Letras do
Tesouro Nacional (LTN) de vencimento em 2007, 2008 e 2009, e R$11,9 bilhões em
Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F) de vencimento em 2010, 2012 e 2017. As
vendas de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), de títulos de vencimento em 2010 e
2012, totalizaram R$14,5 bilhões. Nos leilões de Notas do Tesouro Nacional, Série B
(NTN-B), foram vendidos R$13,0 bilhões em títulos de vencimento em 2009, 2011,
2015, 2024, 2035 e 2045.

69. No mesmo período, o Tesouro promoveu leilões de venda de LTN de vencimento em


outubro de 2007 e abril e julho de 2008 conjugada à compra de LTN de prazos mais
curtos, perfazendo um total de R$9,1 bilhões. Realizou também leilões de venda de LFT
de vencimento em 2010 e 2012, no montante de R$2,7 bilhões, aceitando como
pagamento LFT de vencimento em 2007, e efetuou, ainda, leilões de compra de LTN de
vencimento em abril de 2007, cujo montante alcançou R$1,2 bilhão, e de NTN-B de
vencimentos em 2024 e 2045, no valor total de R$85 milhões.

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