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● Roteiro
1 – Introdução
2 – Principais compostos do cimento Portland
3 – Evolução da sua composição ao longo do tempo
4 – Principais problemas decorrentes de sua composição
5 – Possíveis soluções para os problemas atuais
6 – Conclusão
1 – Introdução
O concreto pode ser definido basicamente como o resultado da mistura de
água, aglomerante, e agregados graúdos e miúdos, e em casos excepcionais aditivos
e adições. Sendo o aglomerante o cimento, ao ser hidratado este forma uma pasta
resistente e aderente aos fragmentos de agregados graúdos e miúdos
(respectivamente pedra e areia), formando um bloco monolítico.
Fonte:
Equipe de obra, 2012.
A seguinte imagem obtida por meio de micrografia ótica com luz refletida
mostra o clínquer do cimento Portland não hidratado. Por meio dela é possível
visualizar cada um dos quatro compostos que o compõe. É perceptível que os
silicatos, C3S e C2S, se apresentam na composição com maior percentual, e são
ainda considerados os compostos mais importantes uma vez que são os
responsáveis pela resistência da pasta de cimento hidratada.
Os cristais em formato hexagonal e de coloração amarela são o C3S,
chamada de alita. Já os cristais arredondados e de coloração mais escura são C2S,
conhecidos também como belita. Já a massa existente entre os grãos de alita e
belita, é composta por C3A e C4AF (aluminato tricálcico e ferroaluminato
tetracálcico).
Como os grãos dos cimentos atuais são cada vez mais finos, a hidratação é
mais rápida e a resistência inicial é maior. Com foco nos silicatos que são a maioria
da composição, o C3S se hidrata muito mais rápido que o C2S. Eles se comportam
durante o processo de maneira semelhante, diferindo-se na quantidade de calor e de
hidróxido de cálcio liberados (cal hidratada), e também na velocidade da reação.
A primeira é mais rápida, libera mais calor e mais cal, quando comparada à
segunda.
Fonte: Prof. Eduardo C. S. Thomaz.
Desde que foi desenvolvido, o cimento passou ao longo dos anos por
processo de evolução e alteração de sua composição inicial. Até por volta do ano de
1930, a matéria prima e os grãos de cimento Portland tinham granulometria maior,
portanto área superficial menor, o que fazia com que a hidratação e o ganho de
resistência se acontecessem de forma mais lenta, aumentando nas idades mais
avançadas.
Além disso, na mesma época, o percentual de C3S (silicato tricálcico) girava
em torno de 30%. Já na década de 70, esse percentual subiu para 50%, além do
índice de finura ter aumentado.
Nos dias de hoje se tem no mercado cimentos com uma finura cada vez
menor, e a quantidade de C3S está entre 60% e 70%, em contrapartida a quantidade
de C2S, está cada vez menor.
Essas novas características permitiram que o cimento desenvolvesse altas
resistências já nas primeiras idades. Como alguns exemplos comparativos, temos a
construção de obras importantes no Rio de Janeiro na década de 50, com fck aos 28
dias de 15 MPa. A evolução pode ser percebida, pois também no Rio de Janeiro, na
década de 60, pontes e viadutos já foram construídos, com fck de 24 Mpa também
aos 28 dias.
Para ilustrar o que foi dito vamos mostrar dois gráficos que mostram como
os percentuais dos silicatos foram se alterando com o passar dos anos.
Primeiramente em relação ao C2S que é o composto que contribui para um
endurecimento lento com baixo valor de hidratação e baixa resistência inicial, nota-
se que com o passar dos anos o seu teor vem diminuindo.
Fonte: Prof. Eduardo C. S. Thomaz.
É importante ressaltar, que como impacto direto dos novos tipos de cimento
no mercado, se tem concretos mais resistentes já nas primeiras idades. A taxa de
crescimento da resistência do cimento até os 7 dias é maior hoje, e a relação entre a
resistência de 7 a 28 dias muda minimamente, isso levando em conta a proporção
entre C3S e C2S e o maior teor de álcalis nos cimentos atuais, além da finura do
cimento.
Um concreto atual que possui a mesma resistência de um concreto antigo
aos 28 dias pode ser fabricado com um fator água/ cimento maior e um teor de
cimento menor. Essas mudanças resultaram em um concreto mais poroso e
permeável, o que o deixa mais sensível à carbonatação, e mais propício ao ataque
de agentes agressivos, se tornando um concreto menos durável.
O ganho de resistência inicial mais rápido dos novos concretos proporciona
uma desforma mais rápida, ocasionando que a cura úmida efetiva seja interrompida
em uma idade inicial muito baixa do concreto, levando a consequências que podem
ser graves na estrutura.
Tratando-se sobre a temperatura, a maior presença de C3S e de C3A
impactam diretamente na liberação total do calor de hidratação do cimento. A
liberação de calor pelos cimentos é muito rápida, o que faz com que o concreto
fique aquecido, e quando é resfriado rapidamente, este vem a fissurar. Portanto em
ordem de prevenir a fissuração o concreto deve ser resfriado antes e depois de seu
lançamento, o que raramente acontece.
A composição do cimento com maior teor de C3S e de C3A gerando um
concreto mais poroso, deixa esse concreto suscetível a retirada do Ca(OH) 2 por
dissolução, além do ataque de águas acidas aos silicatos hidratados e o ataque de
aguas sulfatadas ao aluminato formando a etringita expansiva (Sal de Candlot).
As seguintes imagens mostram a retirada do Ca(OH)2 por dissolução,
fenômeno conhecido por Lixiviação, formando assim eflorescência.
Dentre alguns dos problemas consequentes dos novos tipos de cimento estão
a despassivação e seguinte corrosão da armadura e desplacamento do concreto,
devido à carbonatação ou atmosferas marinhas.
As próximas imagens mostram o caso de uma estrutura de concreto armado
em meio urbano que sofreu com as ações da carbonatação, se encontrando com o
concreto deteriorado e as armaduras oxidadas.
Já no seguinte caso é apresentada a Corrosão das armaduras por íons de
cloreto.
Há também a infiltração de água pelas fissuras, criando um ambiente
favorável ao desenvolvimento de microorganismos.
7 - Conclusão
8 - Referências