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Fig 1
A primeira coisa de devemos saber é que as unidades motoras não são
todas iguais. Elas controlam tipos de fibra muscular diferentes, em quantidades
diferentes e são ativadas em momentos diferentes.
Quanto ao tipo de fibra, lembremos que existem dois extremos que
diferem essencialmente no seu aparato bioquímico, estrutura interna e aptidão
para um tipo de atividade física: as fibras lentas oxidativas e as fibras rápidas
glicolíticas.
As fibras Lentas Oxidativas são menores, contém menos miofibrilas,
fazem parte de unidades motoras que contém poucas fibras musculares, e por
isso desenvolvem menos força. Porém, são ricas em mitocôndrias e
mioglobina, portanto aptas a fazer metabolismo aeróbico, produzir muita
energia e agüentar longos períodos de exercício.
As fibras Rápidas Glicolíticas são maiores, contém muitas miofibrilas,
fazem parte de unidades motoras que contém muitas fibras musculares, e
portanto podem desenvolver muita força de tração. Porém, o seu metabolismo
essencialmente anaeróbico limita a produção de energia, além da produção de
metabólitos ácidos que limitam o funcionamento do aparelho contrátil pela
alteração do pH, isso faz com que tenham aptidão para exercícios de curta
duração.
Entre esses extremos, temos as fibras Rápidas Oxidativas e
Glicolíticas, ou Resistentes à Fadiga Rápida, que possuem ambos os tipos de
metabolismo e desenvolvem força intermediária.
Cada unidade motora contém apenas um tipo de fibra muscular, que é
inervada por um tipo diferente de Neurônio Motor, no que diz respeito ao
diâmetro de seu corpo celular e de seu axônio, e também no número de fibras
que inerva (Razão de Inervação). Unidades motoras Oxidativas são
controladas por neurônios pequenos, e contém poucas fibras musculares; por
sua vez, unidades glicolíticas são controladas por neurônios grandes, e contém
muitas fibras musculares.
E como isso tudo influi no Recrutamento ordenado?
Simples: os neurônios que inervam um determinado músculo estão
agrupados na substância cinzenta anterior, nos Núcleos Motores (Fig 2).
Quando o músculo for iniciar uma atividade leve, o núcleo motor vai receber
impulsos de baixa intensidade (Fig 3). Esses impulsos irão despolarizar
somente os neurônios menores, que inervam as unidades oxidativas, e estas
irão gerar pouca força. À medida que o músculo for chamado a desenvolver
mais força, os impulsos aferentes no núcleo vão aumentar, neurônios maiores
vão despolarizar e vão ativar unidades glicolíticas e maiores, e a força
desenvolvida é cada vez maior. È claro que a adição de mais unidades motora
ao movimento é gradativa e precisa, o que confere graça e harmonia aos
movimentos que fazemos.
É preciso lembrar que à medida que a intensidade dos estímulos
cresce, todos os neurônios que estão abaixo daquele limiar estão sendo
ativados. Ou seja, para que as unidades glicolíticas sejam recrutadas, as
oxidativas também devem ser. É errado pensar, por exemplo, que numa
atividade de força só estão sendo usadas fibras glicolíticas.
Fig 2
Fig 3
Outro detalhe é o diâmetro axonal. Quando um núcleo motor está
sendo estimulado levemente, somente os neurônios menores disparam, e seu
axônio fino e de alta resistência elétrica conduz o impulso mais lentamente. À
medida que a intensidade do estímulo aumenta, o neurônio pequeno dispara
em freqüências mais altas, e outros neurônios maiores são ativados. Estes
possuem axônios mais calibrosos que conduzem o impulso de forma mais
rápida.
Realizando o Exame
Fig 4
Fig 5
EMG de esforço mínimo
1 – Configuração
- Amplitude (até 10mV)
- Duração (3 ou 4 ms)
- Polifasia (até 3 ou 4 fases)
2 – Padrão de Recrutamento
- Normal
- Reduzido
- Aumentado
Patologias
Fig 6
– Configuração
- Amplitude: aumentada; possíveis potenciais gigantes(reinervação)
- Duração: aumentada
- Polifasia : sim
– Padrão de Recrutamento
- Reduzido
- Miopatias
–Configuração
- Amplitude: diminuída
- Duração: diminuída
- Polifasia : sim
– Padrão de Recrutamento
- Aumentado
Fig 8
Referências Bibliográficas
2 – Kandel ER, Schwartz JH, Jessell TM. Princípios da Neurociência. 4ª. ed.
Barueri, Manole, 2003