JULIANA LEITE PENTEADO GOMES

NERVOS CRANIANOS E ESPINHAIS

Rio Claro
2018
1.Nervos Cranianos

Os nervos cranianos tem funções motoras, parassimpáticas e

sensitivas. Os músculos extra-oculares são supridos pelos nervos Oculomotor,
Troclear e Abducente. O nervo Oculomotor contém fibras pré-ganglionares que
terminam no gânglio ciliar, o qual supre os músculos lisos esfíncter da pupila e
ciliar.
Os músculos da mastigação e alguns outros são supridos pelo nervo
Trigêmio. O nervo facial supre os músculos da face e o estapédio. Os músculos
da laringe e faringe são supridos principalmente pelo nervo Vago.
O nervo Acessório consiste principalmente em fibras motoras para os
músculos trapézio e esternocleidomastóideo.
Os nervos Faciais e Glossofaringeo inervam os gânglios parassimpáticos, que
suprem as glândulas salivares e lacrimais. Os axônios pré-ganglionares do
nervo Vago provém de dois núcleos na medula oblonga.
Todas as fibras somatossensitivas gerais dos glânglios dos nervos
cranianos Trigêmio e Glossofaríngeo, algumas do Facial e do Vago terminam
nos núcleos do nervo Trigêmio. A sensibilidade tátil é retrotransmitida pelo
núcleo principal do nervo trigêmio e parte rostral do núcleo espinal do nervo
Trigêmio. Além das funções motoras e de sensibilidade em geral, vários nervos
cranianos conduzem os cinco sentidos especiais.

I – NERVO OLFATÓRIO
Tipo de Inervação: Sensorial, Aferente ou Sensitivo
Origem: Telencéfalo
Função: Percepção do olfato
Território de Inervação: mucosa olfatória

II – NERVO ÓPTICO
Tipo de Inervação: Sensorial, Aferente ou Sensitivo
Origem: Diencéfalo (retina)
Função: Percepção visual
Território de Inervação: Retina

III – NERVO OCULOMOTOR

Tipo de Inervação: Motor ou Eferente
Origem: Mesencéfalo
Função: Movimentação do globo ocular,
Território de Inervação: Músculos que movimentam os olhos
IV – NERVO TROCLEAR
Tipo de Inervação: Motora ou Eferente
Origem: Mesencéfalo
Função: Controle da movimentação do globo ocular
Território de Inervação: Músculos que movimentam os olhos

V – NERVO TRIGÊMIO
Ramificado em Nervo Oftálmico, Maxilar e Mandibular
Tipo de Inervação: Mista (Sensorial e Motor)
Origem: Ponte
Função: Controle dos movimentos da mastigação e percepções sensoriais da
face
Território de Inervação: Musculatura mastigadora (mandíbula)

VI – NERVO ABDUCENTE
Tipo de Inervação: Motor ou Eferente
Origem: Ponte
Função: Controle da movimentação do globo ocular
Território de Inervação: Músculos que movimentam os olhos, músculo esfíncter
da pupilae músculo ciliar

VII – NERVO FACIAL

Tipo de Inervação: Mista (Sensorial e Motor)
Origem: Ponte
Função: Sensibilidade gustativa e das vísceras
Território de Inervação:glândulas, musculatura lisa e esquelética

VIII – NERVO VESTIBULOCOCLEAR

Tipo de Inervação:Sensorial, Aferente ou Sensitivo
Origem: Ponte
Função: Porção coclear relacionada a audição e vestibular relacionada ao
equilíbrio
Território de Inervação: Labirinto e cóclea

IX – NERVO GLOSSOFARINGEO
Tipo de Inervação: Mista (Sensorial e Motor)
Origem: Bulbo
Função: Sensibilidade gustativa e das vísceras
Território de Inervação: glândulas, musculatura lisa e esquelética

X – NERVO VAGO
Tipo de Inervação: Mista (Sensorial e Motor)
Origem: Bulbo
Função: Sensibilidade gustativa e das vísceras
Território de Inervação: glândulas, musculatura lisa e esquelética, vísceras
torácicas e grande parte das vísceras abdominais
XI – NERVO ACESSÓRIO
Tipo de Inervação: Motor ou Eferente
Origem: Bulbo
Função: Controle da laringe, faringe e palato e músculo esternoclidomastóideo
e trapézio
Território de Inervação: Músculos esqueléticos com parte de suas fibras
ligando-se ao Vago

XII – NERVO HIPOGLOSSO

Tipo de Inervação: Motor ou Eferente
Origem: Bulbo
Função: Controle da musculatura que movimenta a língua, faringe e laringe
Território de Inervação: Músculos da língua, faringe e laringe

Nervos Cranianos

Fonte: NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 6ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
2.Nervos Espinhais

Os nervos espinhais são compostos por 31 pares de nervos, sendo: 8

pares cervicais, 12 pares de torácicos, 5 pares lombares, 5 pares sacrais e 1
par coccígeo.
Eles se conectam com a medula espinhal e saem do canal vertebral pelo
forame intervertebral. Alguns deles participam da formação dos plexos
nervosos e ganham nomes diferentes após os plexos.
Os nervos da região torácica não formam plexos nervosos, com exceção
de T1 que participa do Plexo Braquial. À medida que eles saem do forame
intervertebral, vão se distribuir pelos espaços intercostais e irão enervar a pele
e músculos da estrutura do tronco.
Os nervos C1, C2, C3, C4 e C5 formam o Plexo Cervical que inerva
principalmente estruturas do pescoço, diafragma, áreas da pele na cabeça,
pescoço e tórax.
O Plexo Braquial é formado pelos ramos C5, C6, C7 e C8 e T1. Os
principais nervos que surgem desse plexo:
- Nervo Axilar (C5 e C6) inerva os músculos Deltóide e Redondo Menor
e o nervo cutâneo lateral superior do braço.
- Nervo Radial (C5, C6, C7, C8 e T1) inerva os músculos extensores do
punho e dos dedos e o ramo superficial forma os nervos digitais dorsais. Ele
inerva todos os músculos da região posterior do braço (Músculo tríceps
braquial e acôneo) e antebraço (Músculo Braquirradial, Extensor Radial Longo
do Carpo, Extensor Radial Curto do Carpo, Supinador, Extensor Ulnar do
Carpo, Extensor dos dedos. A parte sensitiva do Nervo Radial é composta pelo
nervo cutâneo lateral inferior do braço, nervo cutâneo posterior do braço, nervo
cutâneo posterior do antebraço e ramo superficial do nervo radial e nervos
digitais dorsais.
- Nervo Mediano (C5, C6, C7, C8 e T1) inerva a região anterior do
antebraço e nervo interósseo anterior inerva a musculatura mais profunda. O
Nervo Mediano inerva praticamente todos os músculos flexores da região
anterior do antebraço, com excessão do flexor ulnar do carpo e da porção
medial do flexor profundo dos dedos. Ápós o túnel do carpo ele forma seus
ramos digitais, fazendo a inervação sensitiva da parte posterior da mão e
músculos da região do polegar, além do 1º e 2º músculos lumbricais. A região
sensitiva é a região anterior da face palmar da mão, região anterior do polegar,
do indicador, do dedo médio e metade do dedo anelar. Do dorso da mão ele vai
enervar a região distal do segundo, terceiro, metade do quarto dedo e uma
porção do polegar.
- Nervo Ulnar (C7, C8 e T1) inerva o Músculo Flexor Ulnar do Carpo,
porção medial do flexor profundo dos dedos e mão, todos os músculos que
movimentam o dedo mínimo, os músculos interósseos dorsais e palmares dos
outros 3 dedos e do polegar. Sua porção sensitiva é o quinto dedo e a metade
do quarto dedo (tanto dorsal quanto palmar).
O Plexo Lombar é formado pelos ramos L1, L2, L3 e L4.
- Nervo Femural (L2, L3 e L4) inerva o Músculo Psoas Maior, Ilíaco,
Pectíneo, Quadriceps femoral e Sartório, sendo importante para a flexão do
quadril e extensão de joelho. Seus ramos cutâneos inervam a região anterior
da coxa (ramos cutâneos anteriores do nervo femural), ramo safeno que inerva
a pele da região medial da perna e da porção medial do pé.
- Nervo Cutâneo Lateral da Coxa (L2 e L3) é apenas sensitivo.
- Nervo Obturatório (L2, L3 e L4) distribuindo-se pela porção medial da
coxa, inervando todos os músculos adutores do quadril (adutor curto, longo,
adutor magno, grácil e pectíneo) musculo rotador externo do quadril (obturador
externo. Sua inervação cutânea é a parte medial da coxa.
O Plexo Sacral formado pelos ramos L4 a S4.
- Nervo Ciático ou Squiático (L4, L5, S1, S2 e S3). De grosso calibre
representa a união do Nervo Tibial (que inerva todos os músculos da região
posterior da perna (semitendinoso, semimembranoso, bíceps femural, adutor
magno) e seu ramo cutâneo que inerva a parte posterior da perna – Nervo
Sural).
Na planta do pé o Nervo Tibial se divide em Nervo Plantar Medial e
Plantar Lateral e Nervo Fibular Comum (dividido em Fibular Profundo e Fibular
Superficial).
Fonte: NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 6ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014..
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. Anatomia humana sistêmica e segmentar.

3ed. São Paulo: Atheneu, 2011.

KIERNAN, J. A. Neuroanatomia Humana de Barr. São Paulo: Manole, 2003.

NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 6ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2014.

SOBOTTA, Johannes. Atlas de anatomia humana. 21ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2000.