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Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul

5 de dezembro de 2017

5ª Câmara Cível

Agravo de Instrumento - Nº 1411146-53.2017.8.12.0000 - Amambai


Relator : Exmo. Sr. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva
Agravante : M1 Urbanismo e Incorporação Ltda
Advogado : Eduardo Lanza Paes (OAB: 263859/SP)
Agravado : Douracom Dourados Comunicações Ltda - ME
Advogado : Marcelos Antônio Arisi (OAB: 6066/MS)
Interessado : Energisa Mato Grosso do Sul - Distribuidora de Energia S.A
Interessado : Flávio Antônio Castro

E M E N T A – AGRAVO DE INSTRUMENTO – TUTELA


PROVISÓRIA DE CARÁTER ANTECEDENTE – CONTRATO DE LOCAÇÃO
VIGENTE FIRMADO ENTRE A AUTORA E A ANTIGA PROPRIETÁRIA DO
IMÓVEL – ALIENAÇÃO DA ÁREA PARA TERCEIRO, PESSOA JURÍDICA –
ADQUIRENTE QUE VEM PRATICANDO ATOS DE AUTOTUTELA, VISANDO A
DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL PELA LOCATÁRIA – TUTELA DE URGÊNCIA DE
NATUREZA ANTECIPADA CONCEDIDA, PARA MANUTENÇÃO DA
LOCATÁRIA NA POSSE DO IMÓVEL – PERTINÊNCIA – PRESENÇA DA
PROBABILIDADE DO DIREITO INVOCADO E DO PERIGO DE DANO OU
RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO – PERMANÊNCIA DA AUTORA
NA ÁREA QUE SE EMBASA NO CONTRATO DE LOCAÇÃO, VIGENTE ATÉ
2020 – APARENTE INOBSERVÂNCIA DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS QUE
ESTABELECEM O PRAZO DE DURAÇÃO DO CONTRATO, SUA
CONTINUIDADE NA HIPÓTESE DE ALIENAÇÃO DO BEM E O DIREITO DE
PREFERÊNCIA DA LOCATÁRIA NA AQUISIÇÃO DA ÁREA – FRUSTRAÇÃO
DE EXPECTATIVA LEGÍTIMA QUE ENSEJA EVIDENTE PREJUÍZO
FINANCEIRO À LOCATÁRIA – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
Há de se manter a tutela de urgência de natureza antecipada, porque
a manutenção da autora agravada na área se dá por força de contrato de locação vigente
até 2020, firmado com a antiga proprietária do imóvel. Ademais, aparentemente não
foram observadas as cláusulas contratuais que estabelecem o prazo de duração do
contrato, o direito da locatária de conferir à avença continuidade, na hipótese de
alienação do bem para terceiros, bem como o direito de preferência da locatária na
aquisição da área. Desta forma, levando em consideração que os atos de autotutela da
adquirente do imóvel, visando a desocupação do imóvel pela locatária, geram a esta
evidente prejuízo financeiro, decorrente de frustração de expectativa legítima, a
manutenção da decisão agravada é providência que se impõe.
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os juízes da 5ª


Câmara Cível do Tribunal de Justiça, na conformidade da ata de julgamentos, por
unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

Campo Grande, 5 de dezembro de 2017.

Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva - Relator


Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
R E L A T Ó R I O
O Sr. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva.
M1 Urbanismo e Incorporação Ltda agrava da decisão interlocutória
(f. 104-109) proferida no pedido de tutela provisória de caráter antecedente (0800676-
97.2017.8.12.0004) ajuizada por Douracom Dourados Comunicações Ltda – ME, em
curso na 2ª vara de Amambai.
A ação foi ajuizada, alegando a pessoa jurídica autora (Douracom
Dourados Comunicações Ltda - ME) ser locatária de parte do imóvel descrito na
matrícula n. 4.112, do CRI de Amambai, no qual erigiu uma torre de transmissão de
sinal de internet, disponibilizado para seus clientes.
O contrato de locação teria sido firmado com a pessoa de Renilde de
Souza, tendo o imóvel objeto da avença passado por transmissões e desmembramentos,
o que gerou duas matrículas distintas, dentre as quais a de n. 17.979, que se refere a uma
gleba hoje mantida em condomínio pela agravante M1 Urbanismo e Incorporação Ltda,
assim como por Renilde e pelo Município de Amambai.
Expôs a autora nos autos originários que além do desrespeito ao seu
direito de preferência de aquisição do imóvel em caso de alienação, que inclusive estaria
previsto no contrato de locação, a agravante M1 Urbanismo e Incorporação Ltda,
através de seu representante, Flávio Antônio Castro, em janeiro de 2017 determinou à
autora agravada a retirada da torre do imóvel, e uma vez que esta se negou a fazê-lo,
passou a molestar sua posse, obtendo junto à Energisa Mato Grosso do Sul -
Distribuidora de Energia S.A a transferência da titularidade da unidade de consumo.
A autora agravada conseguiu nova transferência da unidade de
consumo para seu nome, momento no qual solicitou o desligamento da energia elétrica,
no que foi atendida. A ré agravante, então, comunicou que seu novo padrão de energia
elétrica foi instalado no local, sendo posteriormente de lá arrancado.
Diante deste contexto, o juízo a quo deferiu, liminarmente, a
manutenção da autora na posse do imóvel objeto da ação originária, determinando aos
réus que se abstenham da prática de qualquer ato que turbe a posse daquela, sob pena de
multa de R$ 1.000,00 (mil reais) para cada ato de turbação.
Afirma a ré agravante que tal decisão não pode subsistir, por
inexistência da probabilidade do direito invocado, o que consubstancia no fato da autora
agravada não mais exercer a posse direta como locatária, tendo em vista que teria
adquirido novo imóvel, no qual supostamente instalou a atena objeto da liminar.
Acrescenta que a autora agravada, inclusive, já teria desocupado a área litigiosa, na qual
se implantará loteamento.
Justamente com base em tal situação, considera a ré agravante
inexistir perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, já que na nova área, que
teria sido adquirida da pessoa de Renilde de Souza, teria sido instalada a antena em
comento, o que implicaria dizer, em seu sentir, que a tutela concedida pelo juízo a quo
já teria perdido sua finalidade.
Pondera existir, para o caso de manutenção do decisum, perigo de
dano inverso, pois a situação enseja à ré agravante atraso no registro e venda dos lotes,
causando-lhe prejuízos consideráveis, em razão do investimento em infraestrutura e
urbanização da área aprovada como loteamento pelo Município de Amambai.
Requer o recebimento do recurso no efeito suspensivo, com seu
posterior provimento, para cassar a decisão que deferiu em favor da autora agravada
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
liminar de manutenção na posse do imóvel objeto do litígio.
Instruiu o feito com os documentos de f. 9-130.
Às f. 133-135 o recurso foi recebido no efeito devolutivo; a
contraminuta foi ofertada às f. 137-144.

V O T O
O Sr. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva. (Relator)
M1 Urbanismo e Incorporação Ltda agrava da decisão interlocutória
(f. 104-109) proferida no pedido de tutela provisória de caráter antecedente (0800676-
97.2017.8.12.0004) ajuizado por Douracom Dourados Comunicações Ltda - ME, em
curso na 2ª vara de Amambai.
A ação foi ajuizada, alegando a pessoa jurídica autora (Douracom
Dourados Comunicações Ltda - ME) ser locatária de parte do imóvel descrito na
matrícula n. 4.112, do SRI de Amambai, no qual erigiu uma torre de transmissão de
sinal de internet, disponibilizado para seus clientes.
O contrato de locação teria sido firmado com a pessoa de Renilde de
Souza, tendo o imóvel objeto da avença passado por transmissões e desmembramentos,
o que gerou duas matrículas distintas, dentre as quais a de n. 17.979, que se refere a uma
gleba hoje mantida em condomínio pela agravante M1 Urbanismo e Incorporação Ltda,
assim como por Renilde e pelo Município de Amambai.
Expôs a autora nos autos originários que além do desrespeito ao seu
direito de preferência de aquisição do imóvel em caso de alienação, que inclusive estaria
previsto no contrato de locação, a agravante M1 Urbanismo e Incorporação Ltda,
através de seu representante, Flávio Antônio Castro, em janeiro de 2017 determinou à
autora agravada a retirada da torre do imóvel, e uma vez que esta se negou a fazê-lo,
passou a molestar sua posse, obtendo junto à Energisa Mato Grosso do Sul -
Distribuidora de Energia S.A a transferência da titularidade da unidade de consumo.
A autora agravada conseguiu nova transferência da unidade de
consumo para seu nome, momento no qual solicitou o desligamento da energia elétrica,
no que foi atendida. A ré agravante, então, comunicou que seu novo padrão de energia
elétrica foi instalado no local, sendo posteriormente de lá arrancado.
Diante deste contexto, o juízo a quo deferiu, liminarmente, a
manutenção da autora na posse do imóvel objeto da ação originária, determinando aos
réus que se abstenham da prática de qualquer ato que turbe a posse daquela, sob pena de
multa de R$ 1.000,00 (mil reais) para cada ato de turbação.
Afirma a ré agravante que tal decisão não pode subsistir, por
inexistência da probabilidade do direito invocado, o que consubstancia no fato da autora
agravada não mais exercer a posse direta como locatária, tendo em vista que teria
adquirido novo imóvel, no qual supostamente instalou a antena objeto da liminar.
Acrescenta que a autora agravada, inclusive, já teria desocupado a área litigiosa, na qual
se implantará loteamento.
Justamente com base em tal situação, considera a ré agravante
inexistir perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, já que na nova área, que
teria sido adquirida da pessoa de Renilde de Souza, teria sido instalada a antena em
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
comento, o que implicaria dizer, em seu sentir, que a tutela concedida pelo juízo a quo
já teria perdido sua finalidade.
Pondera existir, para o caso de manutenção do decisum, perigo de
dano inverso, pois a situação enseja à ré agravante atraso no registro e venda dos lotes,
causando-lhe prejuízos consideráveis, em razão do investimento em infraestrutura e
urbanização da área aprovada como loteamento pelo Município de Amambai.
Requer o recebimento do recurso no efeito suspensivo, com seu
posterior provimento, para cassar a decisão que deferiu em favor da autora agravada
liminar de manutenção na posse do imóvel objeto do litígio.
Instruiu o feito com os documentos de f. 9-130.
Às f. 133-135 o recurso foi recebido no efeito devolutivo; a
contraminuta foi ofertada às f. 137-144.
O art. 300, caput, do CPC estabelece que A tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Para a concessão da tutela provisória antecipada, o juízo deve estar
convencido da probabilidade e não da certeza do direito da parte, cujos efeitos
definitivos pretende obter com a concessão da antecipação.
Veja-se a lição de Daniel Amorim Assumpção Neves1 sobre a
probabilidade do direito, imprescindível para a concessão de tutela provisória:

"(...) A concessão de tutela provisória é fundada em juízo de


probabilidade, ou seja, não há certeza da existência do direito da parte,
mas uma aparência de que esse direito exista. É consequência natural da
cognição sumária realizada pelo juiz na concessão dessa espécie de
tutela. Se ainda não teve acesso a todos os elementos de convicção, sua
decisão não será fundada na certeza, mas na mera aparência – ou
probabilidade – de o direito existir. (...)".

No hipótese em comento compreendo presente a probabilidade do


direito invocado, em razão da autora agravada ter demonstrado através dos documentos
que instruem a inicial, conforme registrado no decisum agravado: 1) a celebração do
contrato de locação com a anterior proprietária do imóvel (f. 53-57); 2) que a pessoa
jurídica agravante sucedeu a locadora originária na propriedade do imóvel (f. 66-71); 3)
o esbulho, sua data e a posse contínua da coisa, embora turbada (f. 73-89).
Aliás, através da análise do contrato de locação (f. 53-57), infere-se
que tal instrumento foi firmado com a antiga proprietária, Lenilde de Souza e a pessoa
jurídica agravada, Douracom Dourados Comunicações Ltda - ME, estando o contrato
ainda vigente, já que se término está previsto tão somente para o ano de 2020, com
previsão, também, de sua continuidade nas hipóteses de cessão ou alienação do imóvel.
Confira-se o inteiro teor da cláusula segunda do instrumento
contratual, bem como de seu parágrafo único, que estabelecem tais direitos em favor da
ré agravada:

"CLÁUSULA SEGUNDA – PRAZO


A presente locação vigorará por 07 (sete) anos, com início em 25
de março de 2013 e término em 25 de março de 2020, podendo ser
1
Manual de direito processual civil, 8. ed. Salvador: Jus Podivm, 2016, p. 411.
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
prorrogado por iguais períodos, bastando para tanto manifestação escrita
da LOCATÁRIA, com antecedência mínima de 90 (noventa) dias antes do
término de cada período.

Parágrafo único. A locação permanecerá válida por todo prazo


contratado e prorrogado, ainda que o imóvel venha a ser cedido a
qualquer título ou alienado, ficando a LOCATÁRIA desde já autorizada
pelo locador a fazer constar na respectiva matrícula a existência deste
contrato, para os devidos fins."

E não é só. A alínea "g" da cláusula quarta do contrato de locação


dispõe que caso o locador venha a rescindir o presente contrato, fica garantido à
locatária o prazo de 12 (doze) meses, após o recebimento por escrito da notificação da
rescisão, para retirada de seus equipamentos, antenas e demais itens de infra
estrutura para uma estação de rádio base, bem como outros bens que sejam de sua
propriedade (f. 54), estabelecendo a alínea "h", ainda, como obrigação do locador o
dever de comunicar à locatária, com antecedência mínima de 90 (noventa) dias,
quando desejar alienar o imóvel cuja área dada em locação está inserida, dando a
mesma o direito de opção da compra da referida área. (f. 54).
Com base em tais informações, é possível concluir que a pretensão
da autora agravada, ao menos a princípio, fundamenta-se no contrato de locação firmado
com a anterior proprietária do imóvel, que alienou o imóvel à ré agravante,
aparentemente sem informar à locatária que o faria, praticando a adquirente atos, agora,
ao arrepio dos direitos aos quais faz jus a locatária, expressamente previstos no
instrumento contratual.
Como visto acima, o art. 300, caput, do CPC, impõe o
preenchimento de dois requisitos para que a tutela de urgência de natureza antecipada
seja pertinente, sendo também necessário que exista o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo, que é definido pelo doutrinador2 acima referido como:

"(...) a impossibilidade de espera da concessão da tutela definitiva


sob pena de grave prejuízo ao direito a ser tutelado e de tornar-se o
resultado final inútil em razão do tempo.(...)
(...) caberá à parte convencer o juiz de que, não sendo protegida
imediatamente, de nada adiantará uma proteção futura, em razão do
perecimento de seu direito. (...)".

Verifica-se igualmente a presente o perigo de dano ou risco ao


resultado útil do processo, pois levando em consideração a plena vigência do contrato de
locação, a pretensão de desalojar a autora agravada antes do tempo inicialmente previsto
para tanto implica em prejuízos a esta, já que uma vez firmado o contrato, tanto o
locador como o locatário contam com esse bem de vida dentro de seu patrimônio: o
locador para auferir renda, o locatário para usar e gozar da coisa locada.3 O proceder
da ré agravante inviabiliza a atividade econômica da agravada, que utiliza a área, através
da instalação de torre, para fornecer serviços de internet a seus clientes.
Ab initio, a pretensão da pessoa jurídica ré de que a autora agravada
2Ob. cit., p. 431.
3
VENOSA, Sílvio de Salvo. Lei do inquilinato comentada: doutrina e prática: Lei nº 8.245, de
18-10-1991. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 38-39.
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
desocupe o imóvel objeto da locação frustra expectativa legítima desta, que possui em
seu favor contrato de locação, repise-se, vigente, no qual ampara seu intento de proteger
sua posse, demonstrando satisfatoriamente o esbulho praticado pela adquirente, sua data
e a posse contínua da coisa, ainda que importunada.
É importante registrar que a alegação da ré agravante no sentido de
que a autora agravada teria adquirido outro imóvel e transferido a torre de transmissão
de sinal de internet para tal propriedade não se presta a caracterizar a perda do objeto da
ação originária, tampouco da liminar concedida pelo juízo a quo, já que busca a autora,
em última análise, manter o cumprimento de contrato de locação que permanece
vigente, o que não se esgota apenas com a mudança da antena para outra área.
Não bastasse isso, conforme salientado pelo juízo a quo na decisão
recorrida, ainda que com a aquisição do terreno o novo proprietário não tenha
interesse no prosseguimento do vínculo locatício, o meio para o seu desfazimento, em
princípio, é a ação de despejo, conforme previsão do art. 5º da Lei n. 82.45/91, e não a
autotutela (...).
Assim, presentes tanto a probabilidade do direito invocado, quanto o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, tenho que a tutela de urgência de
natureza antecipada concedida em favor da agravada deve ser mantida.
Posto isso, conheço do recurso e nego-lhe provimento.

D E C I S Ã O
Como consta na ata, a decisão foi a seguinte:
POR UNANIMIDADE, NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.
Presidência do Exmo. Sr. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva
Relator, o Exmo. Sr. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva.
Tomaram parte no julgamento os Exmos. Srs. Des. Luiz Tadeu
Barbosa Silva, Des. Sideni Soncini Pimentel e Des. Vladimir Abreu da Silva.

Campo Grande, 05 de dezembro de 2017.

ac

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