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5 de dezembro de 2017
5ª Câmara Cível
V O T O
O Sr. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva. (Relator)
M1 Urbanismo e Incorporação Ltda agrava da decisão interlocutória
(f. 104-109) proferida no pedido de tutela provisória de caráter antecedente (0800676-
97.2017.8.12.0004) ajuizado por Douracom Dourados Comunicações Ltda - ME, em
curso na 2ª vara de Amambai.
A ação foi ajuizada, alegando a pessoa jurídica autora (Douracom
Dourados Comunicações Ltda - ME) ser locatária de parte do imóvel descrito na
matrícula n. 4.112, do SRI de Amambai, no qual erigiu uma torre de transmissão de
sinal de internet, disponibilizado para seus clientes.
O contrato de locação teria sido firmado com a pessoa de Renilde de
Souza, tendo o imóvel objeto da avença passado por transmissões e desmembramentos,
o que gerou duas matrículas distintas, dentre as quais a de n. 17.979, que se refere a uma
gleba hoje mantida em condomínio pela agravante M1 Urbanismo e Incorporação Ltda,
assim como por Renilde e pelo Município de Amambai.
Expôs a autora nos autos originários que além do desrespeito ao seu
direito de preferência de aquisição do imóvel em caso de alienação, que inclusive estaria
previsto no contrato de locação, a agravante M1 Urbanismo e Incorporação Ltda,
através de seu representante, Flávio Antônio Castro, em janeiro de 2017 determinou à
autora agravada a retirada da torre do imóvel, e uma vez que esta se negou a fazê-lo,
passou a molestar sua posse, obtendo junto à Energisa Mato Grosso do Sul -
Distribuidora de Energia S.A a transferência da titularidade da unidade de consumo.
A autora agravada conseguiu nova transferência da unidade de
consumo para seu nome, momento no qual solicitou o desligamento da energia elétrica,
no que foi atendida. A ré agravante, então, comunicou que seu novo padrão de energia
elétrica foi instalado no local, sendo posteriormente de lá arrancado.
Diante deste contexto, o juízo a quo deferiu, liminarmente, a
manutenção da autora na posse do imóvel objeto da ação originária, determinando aos
réus que se abstenham da prática de qualquer ato que turbe a posse daquela, sob pena de
multa de R$ 1.000,00 (mil reais) para cada ato de turbação.
Afirma a ré agravante que tal decisão não pode subsistir, por
inexistência da probabilidade do direito invocado, o que consubstancia no fato da autora
agravada não mais exercer a posse direta como locatária, tendo em vista que teria
adquirido novo imóvel, no qual supostamente instalou a antena objeto da liminar.
Acrescenta que a autora agravada, inclusive, já teria desocupado a área litigiosa, na qual
se implantará loteamento.
Justamente com base em tal situação, considera a ré agravante
inexistir perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, já que na nova área, que
teria sido adquirida da pessoa de Renilde de Souza, teria sido instalada a antena em
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
comento, o que implicaria dizer, em seu sentir, que a tutela concedida pelo juízo a quo
já teria perdido sua finalidade.
Pondera existir, para o caso de manutenção do decisum, perigo de
dano inverso, pois a situação enseja à ré agravante atraso no registro e venda dos lotes,
causando-lhe prejuízos consideráveis, em razão do investimento em infraestrutura e
urbanização da área aprovada como loteamento pelo Município de Amambai.
Requer o recebimento do recurso no efeito suspensivo, com seu
posterior provimento, para cassar a decisão que deferiu em favor da autora agravada
liminar de manutenção na posse do imóvel objeto do litígio.
Instruiu o feito com os documentos de f. 9-130.
Às f. 133-135 o recurso foi recebido no efeito devolutivo; a
contraminuta foi ofertada às f. 137-144.
O art. 300, caput, do CPC estabelece que A tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Para a concessão da tutela provisória antecipada, o juízo deve estar
convencido da probabilidade e não da certeza do direito da parte, cujos efeitos
definitivos pretende obter com a concessão da antecipação.
Veja-se a lição de Daniel Amorim Assumpção Neves1 sobre a
probabilidade do direito, imprescindível para a concessão de tutela provisória:
D E C I S Ã O
Como consta na ata, a decisão foi a seguinte:
POR UNANIMIDADE, NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.
Presidência do Exmo. Sr. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva
Relator, o Exmo. Sr. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva.
Tomaram parte no julgamento os Exmos. Srs. Des. Luiz Tadeu
Barbosa Silva, Des. Sideni Soncini Pimentel e Des. Vladimir Abreu da Silva.
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