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SISTEMAS PNEUMÁTICOS E PRODUÇÃO DE AR COMPRIMIDO

Professor: Edilberto da Silva Souza

CONSELHEIRO LAFAIETE

2010
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. SISTEMA PNEUMÁTICO
3. HISTÓRICO
4. PRESSÃO
5. PRINCÍPIO DE GERAÇÃO DO AR COMPRIMIDO
6. TIPOS DE COMPRESSORES
7. PROPRIEDADES
8. VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE A HIDRÁULICA
9. COMPONENTES
10. INTERPRETAÇÃO DE SISTEMAS
11. CONCLUSÃO
12. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO

Na indústria, é possível utilizar-se de diversas formas de transformação de energia,


como a energia elétrica, a hidráulica e a pneumática.
O ar comprimido é uma importante forma de energia, resultado da compressão do ar
ambiente (atmosférico), cuja composição é uma mistura de oxigênio (aproximadamente
20,5%), nitrogênio (aproximadamente 79%) e alguns gases raros.
Para a geração de ar comprimido são usados compressores.
O ar comprimido permite que haja uma velocidade controlada, precisão de
posicionamento e uma portabilidade na utilização dos equipamentos. A sua associação
com outras fontes de energia permite que seja possível aumentar a versatilidade,
ampliando a sua utilização e a redução de custos.

É facilmente encontrado na natureza, mas não é uma fonte muito econômica. A sua
transformação e utilização requerem um maior esforço e investimento inicial em
equipamentos que permitam obter uma maior qualidade de ar. O homem moderno
NÃO quer mais usar sua força muscular para movimentar mais nada. Hoje em dia, ele
já é dependente do controle remoto e quer conforto total que vai desde mudar o canal
de uma tv a controlar uma máquina à distância. Trocar de canal é muito simples, pois
não necessita de uma força considerável no seletor da tv, entretanto nas máquinas a
coisa é mais séria, pois, às vezes, precisa-se de força de várias toneladas para
movimentar um equipamento.

Comandos Hidráulicos e Pneumáticos, que é o meio mais moderno e atual de


geração das FORÇAS que movimentam as máquinas. A Hidráulica e a Pneumática
sobressaem-se dos demais sistemas de geração de energia, pela sua SIMPLICIDADE,
FACILIDADE DE MANUTENÇÃO, CONFORTO E SEGURANÇA que proporciona ao
homem moderno.

A Direção Hidráulica e os freios nos automóveis e aviões, o Laboratório de


Manufaturas que usa a força pneumática/hidráulica para movimentar robôs e realizar
tarefas totalmente automáticas, de acordo com a programação dos computadores, as
Portas Automáticas dos ônibus, o motorzinho e o sugador dos dentistas, o Trem de
pouso e os Comandos de Voo dos aviões, a retroescavadeira, a Betoneira e o
caminhão do lixo que compacta os resíduos na carroceria dos caminhões, a Furadeira,
a Aparafusadeira, a Prensa e inúmeras outras máquinas portáteis são exemplos
práticos da utilização da força pneumática e hidráulica.

2. SISTEMA PNEUMÁTICO

É um mecanismo que funciona com ar comprimido. É composto de tubulações e


válvulas cuja função é transformar a pressão do fluido ali confinado, em força mecânica
com movimento controlado. Os circuitos pneumáticos normalmente são utilizados para
transmitir movimento em equipamentos que não necessitam de grande esforço de
operação, pois sua principal característica é trabalhar com baixa pressão e pouca força
de movimentação. Exemplos de atuação da força pneumática: máquinas de
manufaturas, abertura e fechamento da porta de ônibus, ferramentas pneumáticas
(brocas de dentista, martelo, furadeira, aparafusadeira, britadeira, dosadora, lixadeira,
soldadora, etc.), freio a ar, cilindros lineares e /ou rotativos, motores pneumáticos,
válvulas de controle, injetoras, prensas de impacto, sistemas de pintura, robótica e
outras infindáveis aplicações.

3. HISTÓRICO

No século III a.C., na Alexandria, o grego KTESÍBIOS fundou a Escola de


Mecânicos, tornando-se o precursor da técnica de comprimir o ar para realizar um
trabalho mecânico. Tem-se registros de sua invenção, uma catapulta pneumática, que
tinha a finalidade de pressurizar o ar para tocar um órgão musical. Foi reconstituída em
1960 para comprovar a sua eficiência. Tal invento por falta de recursos na época e por
não existirem materiais adequados à sua construção (metalurgia), tornaram-se
esquecidos ao longo do tempo, até que na primeira Revolução Industrial JAMES WATT
inventou a máquina a vapor, dando início a produção industrial de inúmeros
equipamentos pneumáticos que aumentam a cada dia por força dos benéficos da
automação.
Há pouco mais de duas décadas atrás, um torneiro mecânico sempre corria o
risco de se machucar. Hoje, tudo que ele tem a fazer é apertar botões no computador
que comanda a máquina (CNC – máquinas de controle numérico). Todas as operações
da máquina são realizadas automaticamente. A escolaridade dos operários melhorou.
As grandes indústrias do Vale do Paraíba, exigem pelo menos o 2º grau completo ao
seu quadro de funcionários. Em contraste, na linha de montagem, basta procurar que é
possível encontrar até engenheiros e economistas apertando parafusos. Eles não se
atualizaram nas áreas da moderna tecnologia de automação pneumática, elétrica,
eletrônica, hidráulica, mecatrônica e/ou robótica e, não conseguiram empregos
melhores com seus diplomas. As fábricas se modernizaram e cortaram empregos
daqueles que não acompanharam a evolução tecnológica.

4. PRESSÃO

Pressão é o termo que define quanta força é aplicada numa certa área. A
definição técnica de pressão é força por unidade de área. P = F / A. Pressão Absoluta é
a pressão medida a partir de um ponto de referência zero ou completo vácuo. É usada
para medir pressão atmosférica. Pressão Manométrica é a pressão contida em um
circuito, não levando em conta a pressão atmosférica. Pressão diferencial é a diferença
entre duas pressões agindo em lados opostos a uma superfície.
Unidades de medida de pressão pneumática encontrada nas máquinas
industriais: Quilograma-força por centímetro quadrado (kgf/cm2), Libra por polegada
quadrada (Lb/ pol2) que é igual à Pounds per Square Inch (PSI) no sistema Inglês,
Pascal (pa), Bar (bar) , Polegada de mercúrio (“Hg), Polegada de água (“H2O),
Atmosfera (atm.) .

Tabela de conversão de unidades:


1 Kgf/cm2 = 14,22 PSI ;
1 bar = 14,5 PSI ;
1PSI = 6894,76 pa ;
1 atm. = 14,73 PSI = 29,92 “Hg = 100 Kpa .
5. PRINCÍPIO DE GERAÇÃO DO AR COMPRIMIDO

Compressores são máquinas cuja principal função é fornecer uma determinada


vazão de ar para o reservatório e a rede de distribuição que, em função da alta
compressibilidade do ar, acumula o ar aumentando a pressão.
Nas tomadas de consumo há ar comprimido a uma pressão constante (7 a 10
bar) com flutuações de +/- 1bar.
Para a obtenção dos diferentes níveis de pureza do ar comprimido (classes de
qualidade), a ISO-8573 recomenda a seguinte sequencia padrão de equipamentos:

O esquema mostra as etapas que o ar comprimido passa desde a sua geração e


tratamento até ser distribuído nas máquinas. Em geral, o ar comprimido é produzido de
forma centralizada e distribuído na fábrica.
Para atender às exigências de qualidade, o ar após ser comprimido sofre um
tratamento que envolve:
 Filtração
 Resfriamento
 Secagem
 Separação de impurezas sólida e líquidas inclusive vapor d'água

No esquema acima, cada equipamento por onde o ar passa é representado por


um símbolo.
O ar é aspirado pelo compressor, que é a máquina responsável por comprimir o
ar. O ar atmosférico a 1 bar é comprimido para 7 bar. Na entrada do compressor existe
um filtro para reter partículas sólidas do ar do meio ambiente. Ao ser comprimido, o ar
aquece aumentando a temperatura em sete vezes. Assim, é necessário resfriá-lo, pois
a alta temperatura pode danificar a tubulação. Após o resfriamento o ar passa por um
processo de secagem na tentativa de remover a água do ar que está sob a forma de
vapor, e sofre uma filtração para, por exemplo, eliminar partículas sólidas introduzidas
pelo compressor. O ar é armazenado num reservatório para garantir que a pressão da
linha se mantenha constante, evitando que o compressor tenha que ser ligado e
desligado várias vezes.
O consumo de ar na fábrica é variável ao longo do expediente.
Alguns compressores, como o compressor de êmbolo, geram pulsos de pressão
na compressão do ar. O reservatório evita que esses pulsos de pressão sejam
transmitidos para linha pneumática da fábrica.
Do reservatório, o ar é distribuído na fábrica e em cada máquina existe uma
unidade de tratamento de ar que irá ajustar as características do ar comprimido de
acordo com as necessidades específicas da máquina.
O ar comprimido é, então, convertido em trabalho mecânico pelos atuadores
pneumáticos.
6. TIPOS DE COMPRESSORES

Um eficiente sistema de ar comprimido começa pela escolha do compressor


mais adequado para cada atividade. Existem vários tipos de compressores e serão
exemplificados alguns a seguir:

Compressor de pistões

- Ele desloca um pistão no interior de um cilindro através de uma biela e uma cambota.
Comprime tanto ar como gases, com alterações muito pequenas. O compressor de
pistões é o único modelo com capacidade para comprimir ar e gases a altas pressões,
tal como em aplicações de ar de respiração. A configuração de um compressor de
pistões pode ir de um único cilindro de baixa pressão/baixo volume a uma configuração
de fases múltiplas com capacidade de comprimir a uma pressão muito alta. Nestes
compressores, a ar é comprimido por fases, aumentando a pressão antes de passar
para a fase seguinte, para comprimir o ar a uma pressão ainda mais alta.

Compressor de Êmbolo - Baseia-se no princípio de redução de volume.


Consiste num mecanismo biela-manivela (igual ao motor de um automóvel)
acionado por um motor elétrico ou de combustão. O pistão aspira o ar através da
válvula de aspiração e o comprime até atingir a pressão desejada quando abre a
válvula de pressão. São os mais usados, pois tem uma larga faixa de operação.
São econômicos na faixa de pressão de 8 a 10 bar. Quando a razão de
compressão necessária é muito alta, ocorrem perdas térmicas muito altas, e
nesse caso deve-se usar a versão multiestágio.

Compressor de êmbolo monoestágio e multi-estágio. Fonte: sites.poli.usp.br

Parafuso Rotativo - Compressor de deslocamento com pistões com a forma de


parafuso; este é o tipo predominante de compressor utilizado atualmente. As peças
principais do elemento de compressão de parafuso são os rotores macho e fêmea, que
se deslocam na direção um do outro enquanto o volume entre eles e a armação da
caixa diminui. Pode funcionar com uma alta velocidade e combinar uma elevada taxa
de fluxo com reduzidas dimensões exteriores.
Compressor rotativo multicelular (palhetas) - Dotado de um compartimento
cilíndrico, com aberturas de entrada e saída, onde gira um rotor fora de centro.

Compressor de palhetas - O rotor, a única peça em movimento contínuo, possui


várias ranhuras ao longo do seu comprimento, nas quais se encaixam as palhetas que
deslizam numa película de óleo. O rotor roda dentro do estator cilíndrico. Durante a
rotação, a força centrífuga prolonga as palhetas a partir das ranhuras, formando células
de compressão individuais. A rotação reduz o volume das células, aumentando a
pressão do ar. O calor gerado pela compressão é controlado por injeção de óleo
pressurizado. O ar comprimido a alta pressão é libertado pela porta de saída, sendo os
resíduos restantes de óleo removidos pelo separador final do óleo.

Compressor de membrana - Mediante a uma membrana, o êmbolo fica separado


da câmara de sucção e compressão, no qual o ar não tem contato com as partes
deslizantes. Utilizado em indústrias farmacêuticas, alimentícias e químicas;
Fonte: sites.poli.usp.br

REGULAGEM E ACIONAMENTO DOS COMPRESSORES


O acionamento dos compressores, é conforme as necessidade do usuário,
podendo ser por motor elétrico ou motor a explosão. Em instalações industriais,
aciona-se na maioria dos casos, com motor elétrico. Tratando-se de uma estação
móvel, emprega-se para o acionamento um motor a explosão (gasolina ou óleo diesel).
Para combinar o volume de fornecimento com o consumo de ar, é necessária
uma regulagem dos compressores. Dois valores limites são pré-estabelecidos: pressão
Máxima e pressão Mínima, as quais influenciam no volume fornecido. Encontramos,
teoricamente, diversas formas de regulagens que vão desde fechamento da sucção do
ar até o fechamento do fornecimento de pressão, entretanto a maneira que é mais
encontrada na prática é a regulagem intermitente que permite ao compressor funcionar
em dois campos: fornecimento em carga e parada total.
Na regulagem intermitente, o ar produzido pelo compressor ao atingir a pressão
máxima regulada, tem seu motor elétrico desligado por um pressostato (interruptor
elétrico sensível à pressão) e ele para então de fornecer pressão, mantendo a carga já
produzida no seu reservatório. À medida que a pressão do ar vai sendo consumida e
baixa até um valor mínimo também pré-estabelecido, o pressostato liga novamente o
motor elétrico e o compressor começa a trabalhar outra vez, fornecendo a pressão
necessária para encher novamente o reservatório.
REFRIGERAÇÃO DOS COMPRESSORES
O ar quente resultante da compressão aquece por demasia as paredes do
cilindro que alojam o pistão de compressão. Torna-se necessário então, a refrigeração
do cilindro para que ele permita o perfeito funcionamento do pistão. Em compressores
de pequeno porte, serão suficientes aletas de aeração para que o calor seja dissipado.
Compressores maiores, estão equipados, ainda mais, com um ventilador para dissipar
o calor nas aletas. Tratando-se de uma estação de compressores com uma elevada
potência de acionamento, uma refrigeração a ar seria insuficiente, os compressores
devem então ser equipados com refrigeração à água .
LUGAR DE MONTAGEM DOS COMPRESSORES
A estação de compressores deve ser montada dentro de um ambiente fechado,
com proteção acústica devido ao grande barulho por ele produzido. O mantenedor de
funcionamento do compressor deve utilizar sempre um abafador nos ouvidos. O
ambiente deve ter boa aeração e o ar sugado para o compressor deve ser fresco, seco
e livre de poeira. Nas indústrias de grande porte, alarmes sonoros avisam os
mantenedores, a falha de produção de um compressor. Compressor reserva é
automaticamente acionado não parando a linha de produção.
MANUTENÇÃO DO COMPRESSOR
Esta é uma tarefa importante dentro do setor industrial. É imprescindível seguir
as instruções recomendadas pelo fabricante, que conhece os pontos vitais de
manutenção. Um plano semanal de manutenção será previsto, e nele será programada
uma verificação no nível de lubrificação, nos lugares apropriados e, particularmente nos
mancais do compressor, motor e cárter. Neste mesmo prazo será prevista a limpeza do
filtro de ar e a verificação experimental da válvula de segurança, para comprovação de
seu real funcionamento. Será prevista, também, a verificação da tensão das correias.
Periodicamente será verificada a fixação do volante sobre o eixo de manivelas. Drenar
semanalmente a água acumulada no tanque do compressor e, quando seu uso é muito
constante, drenar diariamente.
RESERVATÓRIO DE AR COMPRIMIDO
O reservatório serve para a estabilização da distribuição do ar comprimido. Ele
elimina as oscilações de pressão na rede distribuidora e, quando há
momentaneamente alto consumo de ar, é uma garantia de reserva. A grande superfície
do reservatório refrigera o ar suplementar, por isso se separa diretamente no
reservatório, uma parte da umidade do ar com água. A água encontrada nos
reservatórios de ar comprimido é resultante da condensação do ar quente de
compressão(aspirado e comprimido com a umidade encontrada na atmosfera),
resfriado pelo contato com o grande volume de ar fresco do reservatório. A água, mais
pesada, repousa no fundo do tanque e deve ser, diariamente, eliminada por
intervenção manual.
Figura 19 - Reservatório de ar comprimido

REDE DE DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO

Provocada pela sempre crescente racionalização e automatização das


instalações industriais, a necessidade de ar nas fábricas está crescendo. Cada
máquina e cada dispositivo requer sua quantidade de ar que está sendo fornecido pelo
compressor, através da rede distribuidora. O diâmetro das tubulações deve ser capaz
de alimentar cada ponto de distribuição e manter uma carga de ar necessária para
manter em operação, cada ponto de utilização.
A escolha do diâmetro da tubulação não é realizada por quaisquer fórmulas
empíricas ou para aproveitar tubos por acaso existentes em depósito, mas sim
considerando-se :
- volume corrente (vazão)
- comprimento da rede
- queda de pressão admissível
- pressão de trabalho
- número de pontos de estrangulamento da rede
PREPARAÇÃO DO AR COMPRIMIDO
Somente na prática é que encontramos exemplos onde se deve dar muito valor
à qualidade do ar comprimido. Impurezas em forma de partículas de sujeira ou
ferrugem, restos de óleo e umidade levam, em muitos casos à falha em instalações e
avarias nos elementos pneumáticos. devido a isso, todo sistema pneumático deve
possuir elementos que provoquem a filtragem e a devida limpeza do ar a ser utilizado.
Na preparação do ar comprimido a ser utilizado no sistema, encontramos três
elementos básicos: Filtro, Regulador de Pressão e Lubrificador.

7. PROPRIEDADES

COMPRESSIBILIDADE

Um volume de ar , quando submetido por uma força exterior, como por exemplo
um pistão pneumático (cilindro), seu volume inicial será reduzido, o ar fica preso no seu
interior com maior pressão, retraindo o pistão, revelando uma de suas propriedades
básicas: a compressibilidade, mostrado na figura a seguir :
Força Aplicada e Pistão Comprimido

FORÇA

Figura - Pistão comprimido

ELASTICIDADE

A propriedade da elasticidade faz com que uma vez desfeita a força da


compressibilidade, a pressão do ar faz com que ele se expanda novamente e o pistão
volta ao seu ponto inicial distendido, agora sem pressão nenhuma ou zero de pressão.
Força Solta e Pistão Distendido

Figura - Pistão distendido

EXPANSIBILIDADE

O ar ocupa o lugar onde ele é colocado. Por sua qualidade expansiva, seu volume é
variável e ele facilmente se adapta a qualquer recipiente onde é colocado. Sua forma é
adaptada de acordo com a pressão que nele é aplicada.
Figuras- Expansibilidade do gás
8. VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE A HIDRÁULICA

Existem vantagens e desvantagens do uso da Pneumática, como exemplo, um


compressor Rotativo Multicelular tem grande velocidade do ar na linha, mas pequena
pressão em torno de 1 bar; e tem barulho e aquecimento do ar na saída.

VANTAGENS

O ar faz parte de nosso ambiente e se encontra em grande quantidade,


praticamente em todos os lugares. Em uma troca normal de processo, como é o caso
de sistemas hidráulicos, ele não é necessário. Isso reduz as despesas e a necessidade
de manutenção e ainda otimiza o tempo de trabalho. Ar comprimido não deixa para trás
impurezas como, por exemplo, as provenientes de defeito na tubulação; ele as carrega
consigo.
O ar comprimido necessita de tratamento adequado para realizar o trabalho
proposto: remoção de impurezas, eliminação de umidade.
Ar comprimido pode ser transportado em tubulações (rede) por longas distâncias.
Isso favorece a instalação de uma central de geração de ar comprimido, a qual fornece
o ar necessário para os pontos de consumo, com pressão de trabalho constante
(sistema fechado). Dessa forma, a energia proveniente do ar comprimido pode ser
distribuída por longas distâncias.
Nenhuma linha de retorno de ar é necessária, já que a exaustão de ar é feita pela
abertura de descarga.
Como o ar comprimido é condicionado em reservatórios, seu transporte ou
distribuição é muito fácil, (mesmo para distâncias consideravelmente grandes), o que
permite que o ar possa ser utilizado a qualquer momento que se queira.
Quanto à segurança, o trabalho realizado com ar comprimido, que não é sensível às
mudanças de temperatura ambiental, garante um funcionamento perfeito, mesmo em
situações térmicas extremas. Consequentemente, não exige que se instalem custosas
proteções contra explosão.
O sistema de filtragem torna o ar comprimido limpo e se eventualmente ocorrer
vazamento nas tubulações, ou em outros elementos mal vedados, o ambiente não
ficará poluído.
Entre as inúmeras vantagens em seu uso, o ar comprimido permite alcançar altas
velocidades de trabalho. Outra vantagem é que os elementos e ferramentas podem ser
carregados até o momento da parada final, sendo, portanto, seguros contra
sobrecarga.
Com a pneumática há redução dos custos operacionais, há rapidez nos
movimentos pneumáticos e a libertação do operário de operações repetitivas
possibilitam o aumento do ritmo de trabalho, aumento de produtividade e, portanto, um
menor custo operacional.
A robustez inerente aos controles pneumáticos torna-os relativamente
insensíveis a vibrações e golpes, permitindo que ações mecânicas do próprio processo
sirvam de sinal para as diversas sequências de operação e são de fácil manutenção.
Há facilidade de implantação, pois pequenas modificações nas máquinas
convencionais, aliadas à disponibilidade de ar comprimido, são os requisitos
necessários para implantação dos controles pneumáticos.
Poeira, atmosfera corrosiva, oscilações de temperatura, umidade, submersão
em líquidos, raramente prejudicam os componentes pneumáticos, quando projetados
para essa finalidade;
Os controles pneumáticos não necessitam de operários especializados para sua
manipulação, tendo simples a manipulação.
Como os equipamentos pneumáticos tem-se mais segurança, pois eles
envolvem sempre pressões moderadas, tornando-se seguros contra possíveis
acidentes, tanto nos trabalhadores, no equipamento, além de evitarem problemas de
explosão.
Ocasiona, também, redução do número de acidentes. A fadiga é um dos
principais fatores que favorecem acidentes; a implantação de controles pneumáticos
reduz sua incidência (liberação de operações repetitivas).
- Volume: o ar a ser comprimido se encontra em quantidades ilimitadas.
- Transporte: é facilmente transportável por tubulações.
- Armazenagem: pode ser armazenado em reservatórios.
- Temperatura: é insensível às oscilações de temperatura.
- Segurança: não existe o perigo de explosão ou incêndio.
- Construção: os elementos de trabalho são de construção simples.
- Velocidade: permite alcançar altas velocidades de trabalho.
- Regulagem: as velocidades e forças são reguláveis sem escala.
- Segurança contra sobre carga: os elementos de trabalho são carregáveis até a
parada final, sem prejuízo para o equipamento.

DESVANTAGENS

Embora vantajoso, o ar comprimido é um elemento energético relativamente caro,


pois a produção, a armazenagem, bem como a distribuição das máquinas e
dispositivos, tem um alto custo.
Outras condições tornam o ar comprimido menos vantajoso, por exemplo, não é
possível manter uniforme e constante a velocidade dos pistões e o escape de ar é
ruidoso, o que obriga ao uso de silenciadores.
O ar comprimido necessita de uma boa preparação para realizar o trabalho
proposto: remoção de impurezas, eliminação de umidade para evitar corrosão nos
equipamentos, engates ou travamentos e maiores desgastes nas partes móveis do
sistema.
Os componentes pneumáticos são normalmente projetados e utilizados a uma
pressão máxima de 1723,6kPa. Portanto, as forças envolvidas são pequenas se
comparadas a outros sistemas. Assim, não é conveniente o uso de controles
pneumáticos em operação de extrusão de metais. Provavelmente, o seu uso é
vantajoso para recolher ou transportar as barras extrudadas.
Velocidades muito baixas são difíceis de ser obtidas com o ar comprimido devido às
suas propriedades físicas. Neste caso, recorre-se a sistemas mistos (hidráulicos e
pneumáticos).
O ar é um fluido altamente compressível, portanto, é impossível se obterem paradas
intermediárias e velocidades uniformes.
O ar comprimido é um poluidor sonoro quando são efetuadas exaustões para a
atmosfera.
Impurezas e umidades devem ser evitadas, pois provocam desgastes nos elementos
pneumáticos.
O ar é econômico até uma determinada força, cujo limite é 3000 Kgf.
O escape de ar é ruidoso.
Custos: a produção do ar comprido é onerosa, pois depende de outra forma de
energia. O custo do ar comprimido torna-se elevado se na rede de distribuição e
nos equipamentos, se houverem vazamentos consideráveis.

9. COMPONENTES

9.1 UNIDADE DE CONDICIONAMENTO - LUBRIFIL

Após passar por todo o processo de produção, tratamento e distribuição, o ar


comprimido deve sofrer um último condicionamento, antes de ser colocado para
trabalhar, a fim de produzir melhores desempenhos. Neste caso, o beneficiamento do
ar comprimido consiste na filtragem, na regulagem da pressão e na introdução de certa
quantidade de óleo para a lubrificação de todas as partes mecânicas dos componentes
pneumáticos. A utilização desta unidade de serviço é indispensável em qualquer tipo
de sistema pneumático, do mais simples ao mais complexo. Ao mesmo tempo em que
permite aos componentes trabalharem em condições favoráveis, prolonga a sua vida
útil.
Uma duração prolongada e funcionamento regular de qualquer componente em
um circuito dependem do grau de filtragem, da isenção de umidade, da estabilidade da
pressão de alimentação do equipamento e da lubrificação das partes móveis. Isso tudo
é literalmente superado quando se aplicam nas instalações dos dispositivos, máquinas,
etc., os componentes de tratamento preliminar do ar comprimido após a tomada de ar:
Filtro, Válvula Reguladora de Pressão (Regulador) e Lubrificador, que reunidos formam
a Unidade de Condicionamento ou Lubrifil.
Filtragem de Ar

O equipamento normalmente utilizado para este fim é o Filtro de Ar, que atua de duas
formas distintas: pela ação da força centrífuga ou pela passagem do ar através de um
elemento filtrante, de bronze sinterizado ou malha de nylon.

Eficiência do filtro

A eficiência do filtro é medida pelo percentual de contaminantes de um tamanho de


partículas específico capturado pelo filtro.
Regulagem de pressão

Os atuadores pneumáticos necessitam uma pressão de trabalho uniforme para


realizarem seu papel. O nível de pressão que os equipamentos pneumáticos funcionam
depende das suas especificações, portanto é fundamental a regulagem da pressão na
utilização. A válvula reguladora de pressão cumpre este papel, estabelecendo o valor
desejado para cada tipo de equipamento, e evitando que a pressão na utilização
aumente com o aumento da carga ou mesmo quando o atuador chegar ao fim de
curso.

Lubrificação

Os atuadores e válvulas possuem movimentos relativos de seus elementos móveis, e


os elementos de vedação devem ser lubrificados para reduzir o atrito e
consequentemente aumentar a durabilidade e vida útil dos mesmos.
O tipo de óleo utilizado deve ser compatível com o material do elemento vedante,
seguindo a risca as recomendações dos fabricantes, sob pena de ataque e danificação
do mesmo.
É muito importante manter o ar limpo, sem umidade e impurezas, com a pressão
correta e as palhetas lubrificadas, para obter o máximo desempenho da ferramenta.
Após ser realizada a compressão e retirada a maior parte da umidade presente no ar
comprimido, o ar está em condições de ser utilizado para as suas aplicações em
equipamentos e instalações pneumáticas.

9.2 DISPOSITIVO DE MEDIÇÃO DE PRESSÃO

O valor da pressão é normalmente indicado com um manômetro, do qual existem


diferentes dispositivos internos de comando, sendo mais usado o tipo “tubo de bourdon” que
consiste de um tubo oco de forma elíptica que tende a se esticar quando lhe é aplicado
pressão e, quando cessa esta pressão o tubo volta a sua posição inicial de repouso. Neste
tubo é preso um ponteiro que ao se movimentar passa por uma escala graduada de
indicação de pressão.
Para evitar que os manômetros não sejam danificados por oscilações e choques
abruptos de pressão, a pressão até ele é conduzida através de um estrangulamento na sua
conexão de entrada. Também um amortecimento através de um fluido (glicerina), é muito
usado.
Figura 6 - Manômetro (símbolo)

9.3 ATUADORES PNEUMÁTICOS


São dispositivos que convertem a energia (pressão) contida no ar comprimido, em
trabalho. Nos circuitos pneumáticos, os atuadores são ligados mecanicamente à carga a ser
movimentada e assim, ao ser influenciado pelo ar comprimido, sua energia é convertida em
força ou torque, que é transmitida à carga.

São os cilindros, os motores pneumáticos. A energia pneumática será transformada, por


cilindros pneumáticos, em movimentos retilíneos e pelos motores pneumáticos em movimentos
rotativos.

Na atuação linear encontramos na pneumática os seguintes tipos de cilindros: cilindro


de ação simples (retorno por mola), cilindro de ação dupla com haste simples, cilindro de ação
dupla com haste dupla e eventualmente algum outro tipo de cilindro semelhante a um destes
citados, porém com alguma variação interna, como veremos mais adiante.

9.3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ATUADORES PNEUMÁTICOS

Estão divididos em três grupos:

-Os que produzem movimentos lineares: são constituídos de componentes que


convertem a energia pneumática em movimento linear ou angular. São representados pelos
Cilindros Pneumáticos. Dependendo da natureza dos movimentos, velocidade, força ou tipo,
haverá um tipo adequado para cada função.

-Os que produzem movimentos rotativos: convertem a energia pneumática em energia


mecânica, através de momento torsor (torque) contínuo. São representados pelos Motores
Pneumáticos e as Turbinas Pneumáticas.

-Os que produzem movimentos oscilantes: convertem energia pneumática em energia


mecânica, através do movimento torsor (torque) limitado por um número de graus ou
movimentos. São representados pelos Osciladores Pneumáticos ou Atuadores Giratórios.
CRITÉRIOS ESSENCIAIS PARA SELEÇÃO DE ATUADOR PNEUMÁTICO

- Tipo de movimento a executar: rotativo ou linear


- Sentido de rotação e inversão
- Número de rotações e velocidade
- Torque e Força a executar
- Potência a desenvolver
- Uniformidade da força e velocidade
- Características em relação às influências ambientais internas e externas
- Aspectos ergométricos

APARELHOS DA TÉCNICA PNEUMÁTICA

ACIONAMENTOS FERRAMENTAS MANUAIS UNIDADE CONSTRUTIVA

Movimento rotativo Movimento rotativo Unidade de avanço


Motor Pneumático Furadeira Unidade de fixação
Unidirecional
Rosqueadeira Esteira transportadora
Lixadeira Mesa giratória
posicionadora
Aparafusadeira
Motor Pneumático Unidade furadora
Serra
Bidirecional
Unidade rosqueadora
Tesoura para chapa
Aparafusadeira múltipla

Movimento de percussão
Oscilador Pneumático ou
Martelo
Atuador Giratório
Britadeira
Rebitadeira
Estampo para gravação

Movimento linear Pregador

Cilindro de simples ação


recuo

Movimento Linear
Macaco Pneumático
Cilindro de simples ação
avanço Morsa Pneumática
Prensa Pneumática
Tesoura de Corte
Cilindro de simples ação
sem mola

Cilindro de membrana

Cilindro tipo fole

Cilindro de dupla ação

Cilindro de dupla ação com haste


passante

Cilindro de dupla ação sem


haste

Cilindro de pressão
diferencial

Cilindro com trava

Figura 7 - Tabela aparelhos da Técnica Pneumática


10. INTERPRETAÇÃO DE SISTEMAS
11. CONCLUSÃO

Nos diversos processos industriais, os sistemas de ar comprimido desempenham


papel fundamental na produção e representam parcela expressiva do consumo
energético da instalação. O ar comprimido tornou-se indispensável, e nos mais
diferentes ramos industriais instalam-se equipamentos pneumáticos.
Percebe-se que o sistema de produção de ar comprimido tem suas vantagens, como
facilidade de implantação, resistência a ambientes hostis e simplicidade de
manipulação; porém, existem suas limitações, como o ar comprimido necessita a
remoção de impurezas, eliminação de umidade, são utilizados para trabalhar com
forças de intensidade pequena se comparados a outros sistemas e é um poluidor
sonoro quando são efetuadas exaustões para a atmosfera. Portanto, é necessário
verificar se o ar comprimido é realmente necessário para aquela tarefa particular ou se
pode ser substituído pela eletricidade.
É importante manter a integridade física de pessoas e ativos e o respeito ao meio-
ambiente e ter em mente que o consumo racional do ar comprimido deve ser uma
preocupação constante entre os usuários.

12. REFERÊNCIAS

AR COMPRIMIDO. Disponível em: < www2.pelotas.ifsul.edu.br>. Acesso em 24/09/12.

AR COMPRIMIDO. Disponível em:< pt.scribd.com/doc>. Acesso em 24/09/12.

Disponível em:< http://pt.wikipedia.org>. Acesso em 24/09/12.

Disponível em:< http://tobiasmugge.files.wordpress.com>. Acesso em 24/09/12.

Disponível em:< http://www.reocities.com>. Acesso em 24/09/12.

ESCOLA POLITÉCNICA DA USP - Apostila de Pneumática. Disponível em: <


sites.poli.usp.br >. Acesso em: 21/09/2012

FERRAMENTAS PNEUMATICAS. Disponível em: < http://www.bosch.com.br >.


Acesso em 24/09/12.

FESTO DIDATIC - INTRODUÇÃO À PNEUMÁTICA; 2 ed. – 1994.

GERAÇÃO DO AR COMPRIMIDO. Disponível em: < www.consuar.com.br>

MANUAL DE AR COMPRIMIDO. Disponível em: < www.zenoar.com.br/downloads>.


Acesso em 24/09/12.

MANUAL PNEUMÁTICA – Ar comprimido. Disponível em: www.bosch.com.br. .


Acesso em 24/09/12.

PARKER Training – Tecnologia Eletro pneumática Industrial – Apostila M1002-2BR –


2001.

PNEUMÁTICA.

PRODUÇÃO AR COMPRIMIDO. Disponível em: < www.webartigos.com/artigos >

PRODUÇÃO DO AR COMPRIMIDO. Disponível em: < www.webartigos.com/artigos>.


Acesso em 24/09/12.

SISTEMAS HIDRAULICOS PNEUMATICOS. Disponível em: < www.ebah.com.br>.


Acesso em 24/09/12.

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