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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 000.

276/2010-3

GRUPO I – CLASSE V – Plenário

TC-000.276/2010-3
Natureza: Relatório de Auditoria.
Órgãos e Entidades: Secretaria Executiva do Ministério das
Cidades – Mici, Caixa Econômica Federal – Caixa e Governo do
Estado do Paraná.

SUMÁRIO: AUDITORIA DECORRENTE DO ACÓRDÃO N.


2.490/2009 – PLENÁRIO. FISCALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO
CENTRALIZADA – FOC/HABITAÇÃO E SANEAMENTO.
SERVIÇOS EXECUTADOS SEM COBERTURA
CONTRATUAL. EXIGÊNCIA RESTRITIVA DE
COMPETITIVIDADE EM EDITAL DE LICITAÇÃO.
INCLUSÃO INDEVIDA DE ITENS DE DESPESAS DIRETAS
EM BDI. PRECEDENTES DESTA CORTE. OUTRAS FALHAS
COM INOBSERVÂNCIA A ALGUNS DISPOSITIVOS DA LEI
DE LICITAÇÕES. REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIAS E
DETERMINAÇÕES.
1. As alterações contratuais efetuadas dentro dos limites do art. 65,
§ 1º, da Lei n. 8.666/1993 devem ser objeto de termo aditivo, em
respeito ao que estabelecem os arts. 3º e 60, parágrafo único, e 61,
parágrafo único, do mesmo diploma legal.
2. Os critérios para habilitação de interessados em participar de
torneios licitatórios deflagrados pela Administração Pública devem-
se pautar nos limites consagrados no art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal e nos arts. 27 a 33 da Lei n. 8.666/1993, não
podendo as exigências contidas nos instrumentos convocatórios
superar tais demarcações legais ou ainda se revelar desnecessárias
ao objeto pretendido, sob pena de se comprometer o princípio da
isonomia, basilar e norteador dos procedimentos dessa natureza.
3. Os itens de instalação/manutenção de canteiros e
mobilização/desmobilização, por se tratar de custos diretos, devem
ser inseridos na planilha orçamentária, e não no BDI.

RELATÓRIO

Trata-se da Auditoria de Conformidade efetivada no período de 18/01 a 05/03/2010 por


equipe da 3ª Secretaria de Fiscalização de Obras – 3ª Secob, em cumprimento ao Acórdão n.
2.490/2009 – Plenário (Fiscalização de Orientação Centralizada – FOC, Registro Fiscalis n. 19/2010),
com o escopo de avaliar a execução das obras de construção de unidades habitacionais no Município
de Colombo/PR, executadas pelo Governo do Estado do Paraná, vinculadas ao Contrato de Repasse
CR n. 226007-49/2007, as quais estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.
2. Referido contrato de repasse tem como objeto a construção de 484 unidades habitacionais
nas áreas denominadas Jardim Liberdade, Jardim Contorno e Jardim Marambaia naquela
municipalidade.
3. Tal objeto foi parcelado em três Lotes: Lote 01, com 250 casas e 1.211m de galerias de
águas pluviais no Jardim Liberdade, referente ao Contrato n. 5774/CONT/2009; Lote 02, com 46

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casas, 379m de galerias de águas pluviais no Jardim Contorno (área 1), 226m de galerias de águas
pluviais no Jardim Contorno (área 2), um parque com recuperação de mata ciliar e obras de dissipador
de energia, relativo ao Contrato n. 5772/CONT/2009; e o Lote 03, com 188 casas no Jardim
Marambaia, concernente ao Contrato n. 5771/CONT/2009.
4. Dos três Lotes, apenas o Lote 03 teve suas obras iniciadas. Os outros dois aguardam a
imissão provisória na posse para a expedição das Ordens de Serviços.
5. O objeto da presente auditoria se insere no programa de trabalho Urbanização,
Regularização Fundiária e Integração de assentamentos precários (PT 15.451.1128.10S3.0053) – e,
mais especificamente, na ação Apoio à Urbanização de Assentamentos Precários no Estado do Paraná.
6. Anota a unidade especializada que o volume de recursos fiscalizados alcançou o montante
de R$ 13.475.506,00, correspondente ao valor total empenhado para o Contrato de Repasse n.
0226007-49, que inclui outras ações além dos três contratos de obra objeto desta auditoria (Contratos
ns. 5771/CONT/2009, 5772/CONT/2009 e 5774/CONT/2009).
7. A importância socioeconômica do empreendimento consiste em beneficiar famílias de
baixa renda que vivem em assentamentos precários na região de Colombo/PR, por meio de ações
integradas de habitação, saneamento e inclusão social.
8. Trago, a seguir, os principais registros do relatório produzido pela 3ª Secob, atinentes a
cada achado de auditoria, reproduzindo, em parte e com os ajustes de forma pertinentes, o texto
elaborado pela equipe de fiscalização, as medidas corretivas e o encaminhamento sugerido para cada
item (fls. 27/56):
“3.1 - Ausência de termo aditivo formalizando alterações das condições inicialmente
pactuadas.
3.1.1 - Tipificação do achado:
Classificação - grave com recomendação de continuidade
Justificativa de enquadramento (ou não) no conceito de irregularidade grave da LDO - Os
valores envolvidos na alteração contratual não são materialmente relevantes frente ao valor total
do contrato. Sendo assim, o achado não se enquadra nos requisitos do art. 94, § 1º, inc. IV, da Lei
12.017/2009 – LDO 2010.
3.1.2 - Situação encontrada:
O contrato original do Lote 03, Contrato nº 5771/CONT/2009, previa a execução de
fundação utilizando-se estacas-broca para 28 casas do tipo R CF 40 (geminadas 2 unidades), 56
casas do tipo R CF 40 (geminadas 4 unidades) e 6 casas do tipo R3/R3A; e estacas pré-moldadas
para 26 casas do tipo R CF 40 (geminadas 2 unidades) e 72 casas do tipo R CF 40 (geminadas 4
unidades). A Doria Construções Civis Ltda. requereu à COHAPAR a alteração de método
construtivo para radier em substituição aos dois tipos de fundação inicialmente previstos.
Em vistoria in loco, constatou-se a execução das fundações em radier na área do terreno
em que eram previstas fundações do tipo estaca-broca (Vide foto anexa). Isso importa alteração
do objeto contratual, entretanto, tal alteração do método construtivo não foi formalizada por
meio de termo aditivo ao Contrato. Tanto o engenheiro residente da obra, quanto o gestor do
contrato da COHAPAR informaram à equipe de auditoria que a substituição do tipo de fundação
na área em execução já havia sido aprovada, com base em estudos de obra similar anteriormente
executada pela mesma contratada. Diferentemente, a substituição do tipo de fundação na área de
estacas pré-moldadas ainda estava sob análise da administração. Todavia não foi apresentado
nenhum documento que atestasse a aprovação da administração.
Vale ressaltar que a substituição por fundação radier só se mostrará financeiramente
vantajosa em relação à solução original do Contrato nº 5771/CONT/2009 se for tecnicamente
viável tanto na área onde estavam previstas estacas brocas, quanto na área de estacas pré-
moldadas, o que não foi comprovado até o momento da auditoria.
Nesse sentido, a Decisão 965/2002-TCU-Plenário sintetiza esse entendimento:
‘[RELATÓRIO]

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Nestes autos, o que se verifica é uma sucessão de ajustes informais e paralelos ao disposto
no instrumento contratual, que, embora não tenham dado causa a prejuízo, contrariam
frontalmente o ordenamento em vigor e as cláusulas pactuadas, além de retirar dos órgãos de
controle, quase que por completo, a possibilidade de se certificarem da efetiva regularidade dos
procedimentos adotados.
[VOTO]
Observo que não há dúvidas quanto à ocorrência efetiva de infração à norma legal, vez que
a conduta adequada sob o prisma da legalidade seria a realização de termo aditivo prorrogando a
data aprazada para a entrega dos equipamentos.
[ACÓRDÃO]
8.3. determinar ao Superior Tribunal de Justiça que:
8.3.1. somente efetue alterações contratuais devidamente formalizadas por meio de termos
aditivos, com vistas a salvaguardar o interesse da administração e em respeito ao artigo 60 e seu
parágrafo único da Lei nº 8.666/93.’
Desse modo, a execução da fundação em radier antes da celebração do correspondente
termo aditivo caracteriza afronta aos dispositivos legais vigentes e deve ser considerada irregular.
Ressalte-se que o ajuste informal oferece riscos à Administração, pois não se tem a comprovação
de que a alteração pretendida é técnica e economicamente viável ou de que se enquadra em um
dos casos admitidos no art. 65 da Lei nº 8.666/93.
Além disso, a análise dos documentos referentes ao estudo econômico feito pela
contratante para quantificar as alterações revelou o emprego de metodologia inadequada. Nesse
estudo, os preços dos serviços a serem glosados foram retirados do orçamento da contratada. No
entanto, os preços dos serviços a serem incluídos foram baseados no orçamento-base da
Administração, não considerando o desconto obtido após a licitação. Ademais, as composições
dos novos serviços também foram elaboradas pela COHAPAR. A adoção dessa metodologia,
com comparações em bases diferentes, tende a superavaliar os preços dos serviços a serem
incluídos em detrimento dos preços dos serviços retirados, podendo resultar em desequilíbrio
desfavorável à Administração.
Assim, caberia à COHAPAR formalizar o termo aditivo do Contrato nº 5771/CONT/2009
previamente à execução dos serviços.
3.1.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Contrato 5771/CONT/2009, 24/08/2009, Contratação de empresa para execução de obras
de construção de 188 unidades habitacionais, na Área de Realocação, situada na Rua das Olarias,
s/n, incluindo: fundações, estrutura, alvenaria, cobertura, pisos, esquadrias, acabamentos,
conforme os projetos padrões de habitação da COHAPAR, Doria Construções Civis Ltda.
3.1.6 - Conclusão da equipe:
Em visita à obra referente ao Lote 03 da Concorrência 04/2009, único dos três em
execução, constatou-se a execução de tipo de fundação diverso do previsto em contrato sem
qualquer termo aditivo formalizado.
Dessa forma, propõe-se determinação à contratante para que, apresente o termo aditivo do
Contrato nº 5771/CONT/2009 devidamente formalizado, comprovando que não houve redução
da vantagem inicialmente obtida pela Administração, bem como efetue audiência dos
responsáveis, a fim de justificarem a execução de serviços sem cobertura contratual, em afronta
ao art. 60 da Lei 8.666/93, sem a devida comprovação de que a nova solução de projeto seria
técnica e economicamente viável e que resultaria em alterações contratuais dentro dos limites
legais, nos termos do art. 65 da Lei 8.666/93, sem implicar redução do desconto inicial do
contrato, em conformidade com o art. 112, §6º, da Lei 12.071/2009 (LDO 2010).
3.1.7 - Responsáveis:
Nome: Telésforo Lis de Oliveira - CPF: 246.200.339-87 - Cargo: Gestor e fiscal titular do
contrato (desde 24/08/2009)

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Nome: Waldemiro de Toledo Piza - CPF: 010.149.789-04 - Cargo: Engenheiro fiscal


substituto (de 04/01/2010 até 15/01/2010)
3.2 - Ausência de cadastramento de contrato no SIASG.
3.2.1 - Tipificação do achado:
Classificação - grave com recomendação de continuidade.
Justificativa de enquadramento (ou não) no conceito de irregularidade grave da LDO - A
irregularidade representa falha formal, que não acarreta prejuízo à regular execução do objeto.
3.2.2 - Situação encontrada:
O contrato de execução da obra, Contrato nº 5771/CONT/2009, de 12/05/2009, não se
encontra cadastrado no SIASG. Trata-se de responsabilidade da Caixa, objeto de reiteradas
decisões do TCU, e que não vêm sendo cumpridas (...)
Em relação ao presente indício, deixa-se de propor encaminhamento nesta ocasião. Como
diz respeito a assunto pertinente à Caixa Econômica Federal, a matéria será tratada, de maneira
consolidada, no relatório de auditoria Fiscalis nº 776/2009.
3.2.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Contrato 5771/CONT/2009.
(...)
3.2.6 - Conclusão da equipe:
Verificou-se ausência de cadastramento do Contrato nº 5771/CONT/2009 no SIASG.
Trata-se de responsabilidade da Caixa Econômica Federal, objeto de reiteradas decisões do TCU,
e que não vem sendo cumprida. Em relação ao presente indício, deixa-se de propor
encaminhamento nesta ocasião, pois a matéria será tratada, de maneira consolidada, no relatório
de auditoria Fiscalis nº 776/2009.
3.3 - Restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados de
habilitação e julgamento.
3.3.1 - Tipificação do achado:
Classificação - outras irregularidades.
3.3.2 - Situação encontrada:
A exigência de comprovação da qualificação técnica deve ser pertinente e compatível com
o objeto da licitação ou da contratação direta e indispensável ao cumprimento do objeto. No
entanto, a análise do Edital da Concorrência nº 04/2009 evidenciou adoção de critérios de
habilitação potencialmente restritivos à competitividade do certame.
O quesito com indícios de irregularidade refere-se à exigência de comprovação de acervo
técnico somente em ‘construção em habitação unifamiliar ou multifamiliar, em obras isoladas ou
não’, e está inserido no subitem 8.4 do edital.
O art. 30, §3º, da Lei nº 8666/93, dispõe que ‘será sempre admitida a comprovação de
aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade
tecnológica e operacional equivalente ou superior’. Porém, da forma como foi escrito, o quesito
dá maior importância à finalidade da construção (habitação) do que às suas características
técnicas, que seriam os reais indicadores da complexidade de execução dos serviços. Sem
especificar os aspectos técnicos relevantes para fins de qualificação da empresa, há ainda a
dificuldade da inexistência de parâmetros objetivos para se avaliar se uma determinada certidão
ou atestado é referente a obra de complexidade equivalente ou até superior.
Ante o exposto, considera-se que a Administração estabeleceu no edital requisito mais
restritivo que o permitido no comando legal e ainda falho, sob o ponto de vista da objetividade.
A própria conduta da Comissão de Licitação denota a inadequação da exigência imposta ao
admitir que a empresa C. N. Menezes apresentasse Atestado de Capacidade Técnica referente a
obras em estabelecimento de ensino no julgamento da habilitação técnica relativa ao Lote 02.
A Comissão de Licitação aceitou o Atestado, julgando que uma empresa que tivesse
executado obras mais complexas, como a atestada pela construtora C. N. Menezes, poderia

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facilmente construir tais casas, que requerem procedimentos construtivos primários. Em


princípio, reputa-se plausível a argumentação da comissão, evidenciando a desnecessária
restritividade do dispositivo do Edital.
A jurisprudência uniforme desta Corte de Contas é de que a exigência de comprovação da
qualificação técnica deve ser pertinente e compatível com o objeto da licitação ou da contratação
direta, indispensável ao cumprimento do objeto, e devidamente motivada.
A inclusão de exigências abusivas ou desnecessárias em editais de licitação viola o
disposto no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, pois somente são permitidas aquelas
relativas à qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. Viola, ainda, o princípio da isonomia, sendo, ademais, vedado aos agentes públicos
inserir nos atos de convocação cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
o caráter competitivo dos certames licitatórios, nos termos do art. 3°, § 1°, inciso I, da Lei n°
8.666/93.
Ante o exposto, constata-se que, ao inserir no edital da Concorrência nº 04/2009 requisito
de comprovação de capacidade técnica de que trata o art. 30 da Lei nº 8.666/1993, caberia à
COHAPAR ter consignado no processo os motivos das exigências impostas, demonstrando
tecnicamente que os parâmetros fixados eram necessários, suficientes e pertinentes ao objeto
licitado e assegurando-se de que a exigência não implicaria restrição ao caráter competitivo do
certame, tampouco em subjetividade ao ato convocatório.
3.3.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
(OI) - Contrato 5771/CONT/2009 (...);
(OI) - Contrato 5772/CONT/2009, Contratação de empresa para execução de obras de
construção de 46 unidades habitacionais, no Jardim do Contorno 2, situado na Rua José Brito
Jucá, s/n, incluindo: a) fundações, estrutura, alvenaria, cobertura, pisos, esquadrias, acabamentos,
conforme os projetos padrões de habitação da COHAPAR; b) 379m de galerias pluviais na área 1
do Jardim Contorno; c) 226m de galerias pluviais na área 2 do Jardim Contorno; d) recuperação
de 12.830,41m² de mata ciliar do Rio Arruda e obras de dissipador de energia, C. N. Menezes
Ltda.
(OI) - Contrato 5774/CONT/2009, Contratação da empresa para execução de obras de
construção de 250 unidades habitacionais, na Área de Realocação, situada na Rua Alfredo Puppi,
s/n, incluindo: a) fundações, estrutura, alvenaria, cobertura, pisos, esquadrias acabamentos,
conforme os projetos padrões de habitação da COHAPAR; b) 1.211m de galerias pluviais no
Jardim Liberdade, Construtora Antunes Ltda.
3.3.6 - Conclusão da equipe:
Foram inseridos no Edital da Concorrência nº 04/2009 requisitos de comprovação de
qualificação técnica restritivos e, portanto, contrários à Lei nº 8.666/93 e à jurisprudência deste
Tribunal. Tais exigências podem ter impedido a participação de outras empresas no certame. No
entanto, como não houve questionamentos sobre quaisquer critérios estabelecidos no referido
Edital, tal suspeita não se reforça.
Dessa forma, frente aos indícios de irregularidade, deve-se propor alertar à COHAPAR
sobre a impropriedade constatada, a fim de evitar sua reincidência em futuras licitações
realizadas com recursos públicos federais.
3.4 - O orçamento não é acompanhado das composições de todos os custos unitários
de seus serviços no Edital/Contrato/Aditivo.
3.4.1 - Tipificação do achado:
Classificação - outras irregularidades.
3.4.2 - Situação encontrada:
EDITAL
Em análise ao processo da Concorrência nº 04/2009, observou-se que a planilha analítica
com a composição de todos os custos unitários estimados pela administração para execução dos

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serviços, não se encontrava disponível nos autos, tampouco constava entre os anexos do edital. A
planilha disponibilizada apresentava os custos unitários de forma sintética.
Em entrevista com os gestores do contrato e de orçamento da COHAPAR, constatou-se
que as composições analíticas, apresentadas no curso da auditoria, haviam sido consideradas
quando da elaboração das planilhas de custos sintéticos.
No entanto, o julgamento das propostas foi realizado com base em planilhas sintéticas, que
possuíam inclusive itens orçados como verba, prejudicando o critério de aceitabilidade de preço
unitário.
Visando a garantir maior transparência ao orçamento-base que serviu de parâmetro para a
elaboração das propostas das concorrentes e em observância à jurisprudência do TCU, caberia à
COHAPAR ter incluído no edital o orçamento-base detalhado em planilhas que constassem da
composição de todos os seus custos unitários, inclusive do BDI.
CONTRATO
No edital da Concorrência nº 04/2009, em seu anexo X-a, consta exigência para que apenas
a proponente vencedora apresente suas composições de custos unitários após a celebração do
contrato, 5 dias após a emissão da ordem de serviço.
Por ocasião da auditoria, em função de pendências com desapropriações/titularidade das
áreas, apenas o Lote 03, contratado junto à empresa Doria Construções Civis Ltda., encontrava-
se com Ordem de Serviço emitida, desde 24/08/2009.
Apesar de decorridos cerca de 5 meses desde a emissão da Ordem de Serviço, por ocasião
da auditoria, verificou-se que as composições de custos da Contratada não se encontravam no
processo, só sendo disponibilizadas mediante solicitação da equipe.
Em análise detida a essa documentação, foram identificadas as seguintes inconsistências na
planilha orçamentária da proposta vencedora do Lote 03:
a) a planilha contratada apresenta preços unitários correspondentes aos do orçamento-base,
com desconto linear de 1%;
b) as composições foram elaboradas posteriormente à apresentação da proposta,
evidenciando que não houve apropriação de custos segundo preços de mercado;
c) para ajustar os preços obtidos a partir das composições aos preços propostos, foram
adotados BDIs variáveis por serviço e não detalhados, assumindo valores desde 2,10% (vidros
comuns) até 17,69% (cinta de amarração de 20 MPa; verga de 20 MPa), evidenciando a prática
de ‘conta de chegada’;
d) o BDI detalhado totaliza 10,55%, valor não coincidente com quaisquer dos BDIs
anteriormente relacionados aos serviços;
e) contrariando a jurisprudência do Tribunal de Contas da União, a composição do BDI
apresenta parcelas de IRPJ e CSLL, tributos personalíssimos que não devem ser repassados ao
contratante;
f) não constam composições de custos unitários para todos os serviços contratados.
A prática da construtora não reflete a boa técnica orçamentária, prejudicando a
transparência da apropriação de seus custos. Com isso, a celebração de um eventual termo
aditivo ao Contrato n. 5771/CONT/2009 (Lote 03) oferece risco para a administração, pois não é
clara a formação dos preços, especialmente no caso de contratação de serviços novos. Entende-se
que tais falhas foram possíveis porque as composições foram exigidas em momento posterior à
contratação, e não na fase de análise das propostas.
Ressalta-se que apenas o menor preço global não assegura a proposta mais vantajosa. A
análise de preços unitários é muito importante a fim de evitar problemas futuros, seja por
antecipação de pagamentos, seja por pagamentos de aditivos superfaturados. A preocupação
básica é evitar a contratação de preços acima dos parâmetros de mercado ou, então, a de preços
inicialmente vantajosos mas que, pela distribuição de seus valores unitários, se convertam em
prejuízo da Administração no decorrer de eventuais aditivos.

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Diante do exposto, caberia à COHAPAR ter incluído no edital exigência para que os
proponentes disponibilizassem a composições de todos os seus custos unitários por ocasião da
apresentação das propostas, inclusive do BDI, observando que o IRPJ e o CSLL são tributos
personalíssimos que não deveriam compor essa taxa.
3.4.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Contrato 5771/CONT/2009, Contrato 5772/CONT/2009 e Contrato 5774/CONT/2009.
(...)
3.4.6 - Conclusão da equipe:
A planilha analítica com a composição dos custos unitários estimados pela Administração
não se encontrava disponível nos autos do processo da Concorrência nº 04/2009. Tal ausência
prejudica o processo de elaboração das propostas das concorrentes, visto que o orçamento da
Administração deve servir de base para cálculos constantes nas propostas apresentadas. Além
disso, dessa maneira, a comparação de preços das propostas dos licitantes com os do orçamento-
base pode passar a ser feita em parâmetros diferenciados, pois não se sabe exatamente a
composição dos serviços confrontados. Visando a garantir maior transparência ao orçamento-
base e melhoria no processo de seleção da proposta mais vantajosa, propõe-se alertar a
COHAPAR sobre a impropriedade constatada, a fim de evitar sua reincidência em futuras
licitações realizadas com recursos públicos federais.
Nos autos do mesmo processo também não foram encontradas as planilhas analíticas das
contratadas, embora um dos Lotes já se encontrasse em execução. Em eventuais aditivos, tal
situação gera insegurança à Administração, visto que o processo de apropriação dos custos da
contratada não é transparente. Assim, propõe-se, também, determinação à COHAPAR para que
inclua no Contrato nº 5771/CONT/2009 cláusula estabelecendo que, no caso de aditamentos com
acréscimos, nos termos do art. 65 da Lei 8.666/93, sejam adotados os preços unitários contratuais
para os serviços preexistentes e os custos unitários do SINAPI acrescidos do BDI de referência
do orçamento-base da Administração e com o desconto da proposta original para os serviços
novos, visando ao atendimento do disposto no art. 112, §6º, da Lei 12.017/2009 (LDO 2010). Na
ausência de referência de custo unitário para determinado serviço no SINAPI, poderão ser
adotados aqueles disponíveis em tabela de referência formalmente aprovada por órgão ou
entidade da administração pública federal, incorporando-se às composições de custos dessas
tabelas, sempre que possível, os custos de insumos constantes do SINAPI.
3.5 - Itens instalação/manutenção de canteiros e mobilização/desmobilização não se
encontram detalhados no custo direto da obra.
3.5.1 - Tipificação do achado:
Classificação - outras irregularidades.
3.5.2 - Situação encontrada:
No item 12 do edital da Concorrência nº 04/2009, tem-se que as despesas de
instalação/manutenção de canteiros e mobilização/desmobilização não previstas nas planilhas
orçamentárias devem compor o BDI, com percentual informado em observação separada.
Esse comando do edital contraria a jurisprudência do Tribunal de Contas da União que
recomenda que despesas desse tipo devam ser detalhadas no custo direto da obra.
No caso em análise, essas despesas não constavam das planilhas de custos diretos e não se
teve acesso ao percentual a elas referente no BDI dos proponentes no momento de apreciação
das propostas dos Lotes 01, 02 e 03. Logo, além de contrariar o entendimento do Tribunal de
Contas da União, as propostas também não foram elaboradas de acordo com o estabelecido no
Edital, prejudicando a transparência do processo licitatório e o julgamento objetivo das
propostas.
Ante o exposto, caberia à COHAPAR exigir que os itens instalação/manutenção de
canteiros e mobilização/desmobilização constassem na planilha orçamentária como custo direto,
e não no BDI.

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3.5.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:


Contrato 5771/CONT/2009, Contrato 5772/CONT/2009 e Contrato 5774/CONT/2009.
Classificação alterada de IG-C para OI.
3.5.6 - Conclusão da equipe:
Nas planilhas do orçamento-base da Administração e das contratadas não se identificam os
itens instalação/manutenção de canteiros e mobilização/desmobilização nos custos diretos, que
também não se apresentam detalhados na composição do BDI. Tal prática contraria não só o
próprio Edital da licitação, como também, o entendimento deste Tribunal.
Logo, propõe-se alerta à COHAPAR sobre a impropriedade constada, a fim de evitar sua
reincidência em futuras licitações realizadas com recursos públicos federais.
3.6 - Fiscalização ou supervisão deficiente ou omissa.
3.6.1 - Tipificação do achado:
Classificação - outras irregularidades.
3.6.2 - Situação encontrada:
O Contrato nº 5771/CONT/2009, relativo as obras do Lote 03, Jardim Marambaia,
estabeleceu em sua cláusula 7ª que a Contratada deve manter no escritório da obra um livro
Diário de Obra, sendo ademais, condição necessária à liberação do pagamento a apresentação,
pela contratada, de cópia deste livro, devidamente assinado.
Entretanto, observou-se na obra a existência de Diário de Obras somente em meio
eletrônico, desatualizado e sem a assinatura por parte da Contratada e da Fiscalização. A equipe
de auditoria solicitou cópia dos diários atualizados e devidamente assinados. No entanto,
inicialmente só foi enviado um relatório de fiscalização referente ao período de 4 a 15 de janeiro
de 2010. Posteriormente, foram enviados Diários de Obras referentes ao período de 23/12/2009 a
09/02/2010, assinados somente pelo Engenheiro da obra. Observa-se, portanto, ausência de
registro sistemático das ocorrências da obra, e a falta de cobrança pelo fiscal da obra. Todavia,
no caso em análise, a presença diária de um engenheiro residente no canteiro e a visita constante
do fiscal à obra atenuam o grau de deficiência da fiscalização, sinalizado pela ausência dos
diários.
O referido contrato também estabelece que a Contratada deve apresentar Plano de Trabalho
acompanhado das planilhas de composição de todos os preços unitários no prazo de 05 (cinco)
dias úteis, contados da emissão da Ordem de Serviço (Edital de Concorrência nº 04/2009, Anexo
X-a). No entanto, somente após solicitação da equipe de auditoria o gestor da COHAPAR
requisitou à Contratada suas planilhas de custos unitários, configurando um atraso superior a 5
meses. Além disso, as planilhas entregues estavam incompletas, indicando que não houve
qualquer análise pela COHAPAR, sugerindo mero cumprimento da solicitação da equipe. O
acompanhamento da execução de contrato sem o conhecimento detalhado da composição dos
serviços prejudica a fiscalização da obra, principalmente nesse caso em que a planilha sintética
apresenta serviços orçados em verba. Além disso, a celebração de um eventual aditivo oferece
risco para a Administração, pois não é clara a formação dos preços dos serviços, especialmente
no caso de contratação de serviços novos.
No que diz respeito à fiscalização do Contrato nº 5771/CONT/2009, caberia à COHAPAR:
(i) atentar ao disposto no art. 67 da Lei nº 8.666/1993, passando a garantir que a atividade de
fiscalização das obras ocorra simultaneamente, bem como exigindo o registro detalhado, no
diário de obras, de suas principais ocorrências e das providências adotadas para a correção das
falhas identificadas; (ii) realizar tempestivamente as atividades de fiscalização previstas no
edital; (iii) solicitar e analisar as planilhas de composição de custos unitários completas, sempre
conferindo sua aderência com os serviços em execução.
3.6.3 - Objeto nos quais o achado foi constatado:
Contrato 5771/CONT/2009.
(...)

8
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 000.276/2010-3

3.6.6 - Conclusão da equipe:


Em visita à obra relativa ao Lote 03 da Concorrência nº 04/2009, único dos três já em
execução, não foram encontrados os diários de obra devidamente preenchidos e assinados,
prejudicando o registro sistemático das ocorrências do empreendimento. Observou-se também
que, para esse Lote, já deveriam ter sido entregues as planilhas com a composição dos custos
unitários, conforme previsto em contrato, e não consta registro de qualquer solicitação do
contratante. Fato esse que também prejudica o acompanhamento da execução da obra, bem como
a aferição da adequada composição dos serviços executados.
Dessa forma, propõe-se alerta à COHAPAR sobre as impropriedades constatadas, a fim de
evitar sua reincidência em futuras licitações realizadas como recursos públicos federais.
4 - ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS
Aspecto importante a ser analisado nesse trabalho compreende a avaliação da atuação da
Caixa Econômica Federal - CAIXA na operacionalização dos projetos apoiados pelo Programa
de Aceleração do Crescimento - PAC. No contexto específico da obra auditada, verificou-se que,
particularmente, as atividades relacionadas à análise técnica de engenharia foram realizadas de
maneira criteriosa. No entanto, cabe registro quanto ao momento de apreciação dos documentos
afetos ao processo licitatório. No caso em questão, apenas a documentação do processo referente
ao Lote 03 havia sido analisada, pois somente para esse Lote havia sido emitida Ordem de
Serviço. Desde já, observa-se um lapso temporal de quase um ano da homologação da licitação
não havendo, até o momento, por parte da CAIXA, conferência da documentação apresentada
pelas empresas contratadas para execução dos Lotes 01 e 02, nos termos previstos no item a.5 da
cláusula V do Contrato de Prestação de Serviço nº 44/2007 (Caixa x Ministério das Cidades).
Observa-se a possibilidade de ocorrência de irregularidades graves na fase de licitação que,
quanto mais cedo forem identificadas, menor os efeitos danosos a serem propagados. Assim,
como o procedimento adotado não se refere a conduta de um agente individualizado, mas sim, à
atuação da CAIXA, optou-se por fazer esse registro para melhor construção de uma visão
sistêmica da atuação desta entidade no âmbito da Fiscalização de Orientação Centralizada -
FOC.”

9. Ao final do trabalho, a 3ª Secob sugere encaminhamento no sentido de (fls. 51/56):


9.1. com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 250, inciso IV, do
Regimento Interno/TCU, promover a audiência do Sr. Telésforo Lis de Oliveira, gestor e fiscal titular
do Contrato n. 5771/CONT/2009, e do Sr. Waldemiro de Toledo Piza, engenheiro e fiscal substituto
desse ajuste, para que, no prazo de quinze dias, a contar da ciência desta Deliberação, encaminhem ao
Tribunal razões de justificativa, por terem permitido a execução de serviços sem cobertura contratual,
em afronta ao art. 60 da Lei n. 8666/1993, sem a devida comprovação de que a nova solução de projeto
seria técnica e economicamente viável e que resultaria em alterações contratuais dentro dos limites
legais, nos termos do art. 65 da Lei n. 8.666/1993, sem implicar redução do desconto inicial do
contrato, em conformidade com o art. 112, §6º, da Lei 12.071/2009 (Lei de Diretrizes Orçamentárias –
2010);
9.2. determinar, com fundamento nos art. 45 da Lei n. 8.443/1992, à Companhia de
Habitação do Paraná – COHAPAR que, em cumprimento aos arts. 3º e 65 da Lei n. 8.666/1993,
apresente ao TCU, no prazo de 15 dias, termo aditivo que contemple:
9.2.1. formalização de todas as alterações de planilha decorrentes de modificações
implementadas pelo novo projeto da obra, em especial, àquelas já verificadas pela equipe de auditoria
na visita in loco, ou seja, a troca de fundações de estacas brocas e pré-moldadas para radier,
juntamente com:
a) as respectivas justificativas técnicas, memórias de cálculo, atos e pareceres
autorizativos;
b) planilha orçamentária atualizada, com a identificação dos itens suprimidos e acrescidos

9
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 000.276/2010-3

em função da alteração contratual (impressa e planilha eletrônica em meio magnético);


c) demonstrativo de que o ajuste não implicou redução do desconto inicial do contrato
(0,9%), em relação aos custos referenciais estabelecidos na Lei n. 12.017/2009 (art. 112, caput, §§ 2º e
3º), acrescidos do BDI de referência adotado no orçamento-base da Administração (20%), de forma a
garantir o cumprimento do art. 112, § 6º, da referida Lei (Lei de Diretrizes Orçamentárias – 2010),
acompanhado das justificativas, análises técnicas e documentos de aprovação dos preços unitários
adotados para os serviços novos, não previstos no contrato original;
9.2.2. cláusula prevendo que, caso seja necessária no futuro a celebração de novos aditivos,
além daquele determinado nessa proposta, os preços unitários de serviços novos ou com quantidades
aumentadas, com vistas a garantir o cumprimento do art. 112, § 6º, Lei 12.017/2009, devem:
a) no caso de serviços novos, estar limitados aos custos referenciais estabelecidos na
referida Lei (art. 112, caput, §§ 2º e 3º), acrescidos de BDI de referência adotado no orçamento-base
da Administração (20%), aplicando-se o desconto inicialmente obtido (0,9%);
b) no caso de serviços preexistentes, utilizar os preços unitários contratuais, observando o
desconto da proposta inicial;
9.3. alertar à Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR, quanto às seguintes
impropriedades constatadas:
9.3.1. exigência de comprovação de acervo técnico especificamente em construção
habitacional inserida no subitem 8.4 do edital da Concorrência n. 04/2009 – COHAPAR, a qual impôs
indevida/injustificada restrição e subjetividade à competitividade do certame, em descumprimento ao
disposto nos arts. 3º, 30 e 44 da Lei n. 8.666/1993 e no art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal;
9.3.2. ausência, no edital de licitação, do orçamento-base detalhado em planilhas que
expressassem a composição de todos os seus custos unitários, inclusive a do BDI, bem como a falta da
exigência da apresentação dessas pelos licitantes quando da entrega de suas propostas, trazendo
prejuízo à transparência, às condições de controle e à gestão contratual, contrariando o art. 7º, § 2°,
inciso II, da Lei n. 8.666/1993;
9.3.3. inclusão indevida dos itens instalação/manutenção de canteiros e
mobilização/desmobilização no BDI, e não na planilha orçamentária como custo direto, contrariando o
subitem 9.1.2 do Acórdão n. 325/2007 – Plenário e o princípio da transparência do processo licitatório;
9.3.4. falhas na fiscalização com relação à falta de adequado registro das ocorrências no
Diário de Obras e à omissão dos fiscais quanto à exigência prevista em edital de apresentação do plano
de trabalho e das composições de custos unitários pela contratada no prazo de 05 (cinco dias úteis)
após a emissão da ordem de serviço, inobservando o art. 67 da Lei n. 8.666/1993;
9.4. determinar à 3ª Secretaria de Fiscalização de Obras que comunique à Companhia
Paranaense de Habitação – COHAPAR que, caso seja verificada, em futuras fiscalizações do TCU, a
reincidência das ocorrências informadas sob a forma de alerta, os responsáveis pelos atos a serem
praticados poderão se sujeitar à aplicação de sanções, inclusive com apenação de multa, nos termos do
art. 58, inciso II, da Lei n. 8.443/92;
9.5. comunicar à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do
Congresso Nacional, informando-a que não foram detectados indícios de irregularidades que se
enquadram no disposto no inciso IV do § 1º do art. 94 da Lei n. 12.017/2009 (Lei de Diretrizes
Orçamentárias – 2010) nos Contratos ns. 5771/CONT/2009, 5772/CONT/2009 e 5774/CONT/2009, a
serem realizados com recursos provenientes do Contrato de Repasse n. 226007-49, relativo à execução
das obras de construção de 484 unidades habitacionais nas áreas denominadas Jardim Liberdade,
Jardim Contorno e Jardim Marambaia em Colombo-PR (Melhoria da habitabilidade – formadores do
Rio Iguaçu).
É o Relatório.

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PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO

A presente Auditoria de Conformidade foi realizada pela 3ª Secretaria de Fiscalização de


Obras – 3ª Secob e faz parte da Fiscalização de Orientação Centralizada – FOC de que trata o Acórdão
n. 2.490/2009 – Plenário, com o objetivo de avaliar a execução das obras de construção de unidades
habitacionais no Município de Colombo/PR, executadas pelo Governo do Estado do Paraná,
vinculadas ao Contrato de Repasse CR n. 226007-49/2007, previstas no Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC.
2. O referido Contrato de Repasse tem como objeto a construção de 484 unidades
habitacionais nas áreas denominadas Jardim Liberdade, Jardim Contorno e Jardim Marambaia naquela
municipalidade, sendo tal objeto parcelado em três Lotes, a saber: Lote 01, com 250 casas e 1.211m de
galerias de águas pluviais no Jardim Liberdade (Contrato n. 5774/CONT/2009); Lote 02, com 46
casas, 379 m de galerias de águas pluviais no Jardim Contorno (área 1), 226m de galerias de águas
pluviais no Jardim Contorno (área 2), um parque com recuperação de mata ciliar e obras de dissipador
de energia (Contrato n. 5772/CONT/2009); e o Lote 03, com 188 casas no Jardim Marambaia
(Contrato n. 5771/CONT/2009). Apenas o Lote 03 teve suas obras iniciadas, pois os demais aguardam
a imissão provisória na posse para a expedição das Ordens de Serviços.
3. Destaca a 3ª Secob que o volume de recursos fiscalizados neste trabalho é de
R$ 13.475.506,00, correspondente ao valor total empenhado para o Contrato de Repasse n. 0226007-
49, que inclui outras ações além dos três contratos de obra objeto desta auditoria (Contratos ns.
5771/CONT/2009, 5772/CONT/2009 e 5774/CONT/2009).
4. A respeito da importância socioeconômica do empreendimento, tem-se que as obras em
foco beneficiarão famílias de baixa renda que vivem em assentamentos precários na região de
Colombo/PR, por meio de ações integradas de habitação, saneamento e inclusão social.
5. Sobressaem dos trabalhos fiscalizatórios engendrados pela equipe da 3ª Secob algumas
falhas em edital de licitação e avenças analisadas, sendo que a ausência de registro de contrato no
SIASG será tratada de forma conjunta no processo central da Fiscalização de Orientação Centralizada
– FOC (TC-025.536/2009-4).
6. As demais ocorrências encontradas, embora não justifiquem a paralisação das obras,
ensejaram por parte da unidade técnica especializada a proposta de encaminhamento de audiências dos
responsáveis, determinações e alertas à Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR, razão pela
qual passo a examinar alguns dos achados de auditoria especificados no Relatório precedente que
serviram de suporte fático para adoção das medidas sugeridas pela Secretaria instrutiva.
7. A equipe de auditoria constatou ausência de termo aditivo para formalizar alterações das
condições inicialmente pactuadas no Contrato n. 5771/CONT/2009.
8. Preliminarmente, cumpre ressaltar que a regra geral é a de que os contratos administrativos
devem ser formalizados por escrito, com exceção dos casos de pequenas compras, com pagamento à
vista, que poderão ser feitos de modo verbal. Por sua vez, as avenças pactuadas podem ser modificadas
nos casos especificados em lei, mas, seguindo igualmente a regra geral, tais modificações devem ser
formalizadas mediante termo de aditamento, comando esse que faz deferência aos princípios da
publicidade, da transparência e da eficácia desses contratos, além de possibilitar o desenvolvimento de
de fiscalizações mais precisas.
9. A inobservância das regras de formalização dos ajustes e suas posteriores alterações pode
caracterizar ofensa a vários dispositivos correlacionados da Lei n. 8.666/1993, a saber: art. 60
(formalização de contratos e seus aditamentos), art. 60, parágrafo único (nulidade de contrato verbal
com a Administração), art. 61, parágrafo único, c/c art. 3º (publicação resumida do instrumento de
contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial como condição para sua eficácia), art. 62

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 000.276/2010-3

(obrigatoriedade de instrumento de contrato), art. 65 (alteração do contrato com as devidas


justificativas), art. 66 (execução fiel do contrato de acordo com as cláusulas avençadas), art. 67
(acompanhamento e fiscalização do contrato por representante da Administração).
10. No caso em foco, o ajuste original (Contrato n. 5771/CONT/2009) previa a execução de
fundação por meio de estacas-broca e estacas pré-moldadas. No entanto, a Administração alterou o
método construtivo para radier sem a celebração do correspondente termo aditivo, o que vai de
encontro ao art. 60 e seu parágrafo único c/c art. 3º todos da Lei n. 8.666/1993, além de configurar
infração a princípios básicos como os da legalidade e da publicidade que devem nortear os atos
contratuais da Administração.
11. Ademais, essa informalidade, consoante registrou a unidade técnica, oferece riscos à
Administração, pois não se tem a comprovação de que a alteração empreendida se revela técnica e
economicamente viável ou ainda de que se enquadra nas hipóteses legais admitidas pelo art. 65 da Lei
n. 8.666/1993.
12. Resta configurada infração à norma de regência, razão pela qual entendo adequado o
encaminhamento sugerido pela unidade técnica de promover a audiência dos responsáveis por
permitirem a execução de serviços sem cobertura contratual.
13. Outra falha detectada pela unidade técnica foi a exigência veiculada no Edital da
Concorrência n. 04/2009 (subitem 8.4 do edital) versada na comprovação de acervo técnico somente
em “construção em habitação unifamiliar ou multifamiliar, em obras isoladas ou não”.
14. O art. 30 da Lei de Licitações e Contratos estabelece que a documentação relativa à
qualificação técnica de capacitação técnico-profissional refere-se à execução de obra ou serviço de
características semelhantes. No parágrafo 3° desse dispositivo, sobressai a orientação de que será
sempre admitida a comprovação de aptidão mediante certidões ou atestados de obras ou serviços
similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior. Assim, a teor dos
preceitos legais retro, bastaria exigir qualificação técnica em construção de edificações em geral, sem
restringir o escopo à habitação unifamiliar ou multifamiliar, o que demonstra a adoção de critérios
potencialmente restritivos à competitividade do certame.
15. De ressaltar que os critérios para habilitação de interessados em participar de torneios
licitatórios deflagrados pela Administração Pública devem-se pautar nos limites consagrados no art.
37, inciso XXI, da Constituição Federal e nos arts. 27 a 33 da Lei n. 8.666/1993, não podendo as
exigências contidas nos instrumentos convocatórios superar tais demarcações legais ou ainda se revelar
desnecessárias ao objeto pretendido, sob pena de se comprometer o principio da isonomia, basilar e
norteador dos procedimentos dessa natureza.
16. Outro quesito detectado pela equipe de fiscalização consiste na inobservância do disposto
no inciso II do § 2º do art. 7º da Lei Geral de Licitações e Contratos, no que estabelece como um dos
requisitos para licitação de obras e serviços a existência de “orçamento detalhado em planilhas que
expressem a composição de todos os seus custos unitários.”
17. A regra contida no preceito legal traz basicamente duas implicações. A primeira contempla
o dever de a Administração estimar seus custos, pois os valores a desembolsar devem ser previstos
antes mesmo de se iniciar a licitação. A segunda guarda consonância com o princípio da transparência
na gestão dos recursos públicos de forma que se possa verificar a conformidade de cada proposta
ofertada à Administração com os preços correntes no mercado, o que se coaduna com a busca da
proposta mais vantajosa e da isonomia e ainda conduz a um aumento de efetividade no controle dos
recursos.
18. Registre-se que a necessidade de observância ao dispositivo em comento é matéria
assentada neste Tribunal. A esse respeito ver, entre outros, os Acórdãos ns. 2.567/2010 – Primeira
Câmara e 1.463/2010 – Plenário, de minha relatoria.
19. A 3ª Secob apontou ainda a inclusão inadequada de itens no BDI que deveriam constar dos
custos diretos da obra, como os itens instalação/manutenção de canteiros e
mobilização/desmobilização. No ponto, a Secretaria especializada destacou que, no caso concreto, essa

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 000.276/2010-3

impropriedade não apresenta risco de dano ao erário.


20. Sobre o quesito composição de BDI, vale à pena conferir a ementa do Acórdão n.
2.099/2009 – Plenário, que bem retrata o magistério jurisprudencial desta Corte no tocante a esse tema:
“FISCOBRAS/2009. PROJETO DE IRRIGAÇÃO EM FLORES DE GOIÁS.
EMPREENDIMENTO JÁ AUDITADO NOS EXERCÍCIOS ANTERIORES. OBRA
INCLUSA NO ANEXO VI DA LOA DE 2009 EM RELAÇÃO À SUA 3ª ETAPA.
LICITAÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DAS OBRAS DO VERTEDOURO
COMPLEMENTAR. CONTRATAÇÃO NÃO FORMALIZADA NO MOMENTO DA
AUDITORIA. IRREGULARIDADES DETECTADAS NO PROCEDIMENTO
LICITATÓRIO. DILIGÊNCIA. AUDIÊNCIA. OITIVA DA EMPRESA CONTRATADA.
DETERMINAÇÕES.
1. Os tributos IRPJ e CSLL não devem integrar o cálculo do LDI, nem tampouco a planilha
de custo direto, por se constituírem em tributos de natureza direta e personalística, que
oneram pessoalmente o contratado, não devendo ser repassado à contratante.
2. Os itens administração local, instalação de canteiro e acampamento e mobilização e
desmobilização, por se tratarem de custos diretos, devem ser inseridos na planilha
orçamentária, e não no BDI.
(...)”
21. Como se vê, a inclusão de gastos com instalação/manutenção de canteiros e
mobilização/desmobilização no BDI não encontra guarida na jurisprudência desta Corte, a qual sufraga
a tese de que tais itens devem constar da planilha orçamentária como custos diretos, e não indiretos.
22. Assim, acerca das ocorrências mencionadas – exigências relativas à qualificação técnica,
orçamento detalhado em planilhas e composição de BDI – afigura-se adequado expedir determinações
à Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR para fins de evitar que em futuras licitações, com
aporte de recursos públicos federais, haja reincidência em falhas desse jaez.
23. Por fim, relativamente aos demais achados de auditoria, adoto como razões de decidir o
exame empreendido pela 3ª Secob, bem como as propostas de encaminhamento sugeridas pela
Secretaria especializada.
Nessas condições, acolho, com alguns ajustes, a proposta da unidade técnica e manifesto-
me por que seja adotada a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

T.C.U., Sala das Sessões, em 25 de agosto de 2010.

MARCOS BEMQUERER COSTA


Relator

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ACÓRDÃO Nº 2152/2010 – TCU – Plenário

1. Processo TC-000.276/2010-3.
2. Grupo: I – Classe de Assunto: V – Relatório de Auditoria.
3. Interessado: Congresso Nacional.
4. Órgãos e Entidades: Secretaria Executiva do Ministério das Cidades – Mici, Caixa Econômica
Federal – Caixa e Governo do Estado do Paraná.
5. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: 3ª Secob.
8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos do Relatório de Auditoria realizada pela 3ª Secretaria
de Fiscalização de Obras – 3ª Secob, que faz parte da Fiscalização de Orientação Centralizada – FOC
de que trata o Acórdão n. 2.490/2009 – Plenário, com o objetivo de avaliar a execução das obras de
construção de unidades habitacionais no Município de Colombo/PR, executadas pelo Governo do
Estado do Paraná, vinculadas ao Contrato de Repasse CR n. 226007-49/2007, previstas no Programa
de Aceleração do Crescimento – PAC.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as
razões expostas pelo Relator, em:
9.1. com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 250, inciso IV, do
Regimento Interno/TCU, promover a audiência do Sr. Telésforo Lis de Oliveira, gestor e fiscal titular
do Contrato n. 5771/CONT/2009, e do Sr. Waldemiro de Toledo Piza, engenheiro e fiscal substituto
desse ajuste, para que, no prazo de quinze dias, a contar da ciência desta Deliberação, encaminhem ao
Tribunal razões de justificativa, por terem permitido a execução de serviços sem cobertura contratual,
em afronta ao art. 60 da Lei n. 8.666/1993, sem a devida comprovação de que a nova solução de
projeto seria técnica e economicamente viável e que resultaria em alterações contratuais dentro dos
limites legais, nos termos do art. 65 da Lei n. 8.666/1993, sem implicar redução do desconto inicial do
contrato, em conformidade com o art. 112, § 6º, da Lei n. 12.071/2009 (Lei de Diretrizes
Orçamentárias – 2010);
9.2. determinar, com fundamento no art. 45 da Lei n. 8.443/1992, à Companhia de Habitação do
Paraná – COHAPAR que, em cumprimento aos arts. 3º e 65 da Lei n. 8.666/1993, apresente ao TCU,
no prazo de 30 dias, termo aditivo que contemple:
9.2.1. formalização de todas as alterações de planilha decorrentes de modificações
implementadas pelo novo projeto da obra, em especial, àquelas já verificadas pela equipe de auditoria
na visita in loco, ou seja, a troca de fundações de estacas brocas e pré-moldadas para radier,
juntamente com:
9.2.1.1. as respectivas justificativas técnicas, memórias de cálculo, atos e pareceres autorizativos;
9.2.1.2. planilha orçamentária atualizada, com a identificação dos itens suprimidos e acrescidos
em função da alteração contratual (impressa e planilha eletrônica em meio magnético);
9.2.1.3. demonstrativo de que o ajuste não implicou redução do desconto inicial do contrato
(0,9%), em relação aos custos referenciais estabelecidos na Lei n. 12.017/2009 (art. 112, caput, §§ 2º e
3º), acrescidos do BDI de referência adotado no orçamento-base da Administração (20%), de forma a
garantir o cumprimento do art. 112, § 6º, da referida Lei (Lei de Diretrizes Orçamentárias – 2010),
acompanhado das justificativas, análises técnicas e documentos de aprovação dos preços unitários
adotados para os serviços novos, não previstos no contrato original;
9.2.1.4. cláusula prevendo que, caso seja necessária no futuro a celebração de novos aditivos,

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além daquele determinado nessa proposta, os preços unitários de serviços novos ou com quantidades
aumentadas, com vistas a garantir o cumprimento do art. 112, § 6º, Lei n. 12.017/2009, devem:
9.2.1.4.1. no caso de serviços novos, estar limitados aos custos referenciais estabelecidos na
referida Lei (art. 112, caput, §§ 2º e 3º), acrescidos de BDI de referência adotado no orçamento-base
da Administração (20%), aplicando-se o desconto inicialmente obtido (0,9%);
9.2.1.4.2. no caso de serviços preexistentes, utilizar os preços unitários contratuais, observando o
desconto da proposta inicial;
9.3. promover a oitiva da empresa Doria Construções Civis Ltda., signatária do Contrato n.
5771/CONT/2009, para que, se for do seu interesse, encaminhe a este Tribunal, no prazo de 15
(quinze) dias, a contar da ciência deste Acórdão, manifestação quanto às ocorrências apontadas nos
subitens 9.1 e 9.2 deste Acórdão, haja vista que podem ocorrer eventuais reflexos no aludido Contrato;
9.4. determinar à Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR que, em futuros
procedimentos licitatórios para contratações custeadas com recursos públicos federais, especialmente
naqueles que envolvam obras, adote providências no sentido de não mais incorrer nas seguintes
irregularidades:
9.4.1. exigência de comprovação de acervo técnico especificamente em construção habitacional,
como a que foi inserida no subitem 8.4 do edital da Concorrência n. 04/2009 – COHAPAR, a qual
impôs indevida restrição à competitividade do certame, em descumprimento ao disposto nos arts. 3º,
30 e 44 da Lei n. 8.666/1993 e no art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal;
9.4.2. ausência, no edital de licitação, do orçamento-base detalhado em planilhas que
expressassem a composição de todos os seus custos unitários, inclusive a do BDI, bem como a falta da
exigência da apresentação dessas planilhas pelos licitantes quando da entrega de suas propostas,
trazendo prejuízo à transparência, às condições de controle e à gestão contratual, contrariando o art. 7º,
§ 2°, inciso II, da Lei n. 8.666/1993;
9.4.3. inclusão indevida dos itens instalação/manutenção de canteiros e
mobilização/desmobilização no BDI, e não na planilha orçamentária como custo direto, o que vai de
encontro ao subitem 9.1.2 do Acórdão n. 325/2007 – Plenário e ao princípio da transparência do
processo licitatório;
9.4.4. falta de adequado registro das ocorrências no Diário de Obras e omissão dos fiscais quanto
à exigência prevista em edital de apresentação do plano de trabalho e das composições de custos
unitários pela contratada no prazo de 05 (cinco dias úteis) após a emissão da ordem de serviço,
inobservando o art. 67 da Lei n. 8.666/1993;
9.5. esclarecer que a reincidência nas falhas acima registradas poderá ensejar aplicação de
sanções aos responsáveis pelos atos praticados, inclusive de multa, nos termos do art. 58, inciso II, da
Lei n. 8.443/1992;
9.6. comunicar à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso
Nacional, informando-a de que não foram detectados indícios de irregularidades que se enquadram no
disposto no inciso IV do § 1º do art. 94 da Lei n. 12.017/2009 (Lei de Diretrizes Orçamentárias –
2010) nos Contratos ns. 5771/CONT/2009, 5772/CONT/2009 e 5774/CONT/2009, a serem realizados
com recursos provenientes do Contrato de Repasse n. 226007-49/2007, relativo à execução das obras
de construção de 484 unidades habitacionais nas áreas denominadas Jardim Liberdade, Jardim
Contorno e Jardim Marambaia em Colombo-PR (Melhoria da habitabilidade – formadores do Rio
Iguaçu).
9.7. encaminhar da cópia deste Acórdão, do Relatório e da Proposta de Deliberação que o
fundamentam, ao Ministério das Cidades e à Caixa Econômica Federal;
9.8. arquivar o presente processo.

10. Ata n° 31/2010 – Plenário.


11. Data da Sessão: 25/8/2010 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-2152-31/10-P.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 000.276/2010-3

13. Especificação do quorum:


13.1. Ministros presentes: Ubiratan Aguiar (Presidente), Valmir Campelo, Walton Alencar Rodrigues,
Augusto Nardes, Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, José Jorge e José Múcio Monteiro.
13.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa (Relator), André
Luís de Carvalho e Weder de Oliveira.

(Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente)


UBIRATAN AGUIAR MARCOS BEMQUERER COSTA
Presidente Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)
LUCAS ROCHA FURTADO
Procurador-Geral

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