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Tudona
,
língua
e poracaso
Egonde OliveiraRangel

começarpelotítulo,queinvertepropositadamente o do livro,este
prefáciopodeser entendidocomo uma provocação.No entanto,
querodeixarclarodesdejá: nãoestouquestionandoa verdadeou
a validadedastesesaqui defendidas,maspropondoum jogo de
bservação.Há,sem dúvida,umaposiçãoque permiteao obser-
vadordizer,diantedosfatosde linguagem,que"nadana línguaé por acaso".
Quemobservaa línguanessaperspectiva"vê", e com muita nitidez,as leis,
as regularidades,a lógica,enfim, que explicacomo e por que os fatos de
línguasãocomo são.Portanto,não há como negar:tal comodiziaSaussure,
"é o pontodevistaquecriao objeto".Assim,o jogoqueproponhoé,antesde
maisnada,um exercíciodo olhar.

Ao fazera afirmaçãoque acabode citar,o pai da Lingüísticacontemporânea


queriaexplicitaralgode extremaimportância,que comfreqüênciaesquece-
mos: aquilo que se "vê" e se toma como objeto de estudo,numa ciência
qualquer,depende,em boamedida,dQlugarde ondese olhaa realidadeque
nos cercae, em especial,a paisagemque nos interessa.

Esse"Iugar"de ondeolhamosnãoé, evidentemente,um espaçofísico,mas


um ponto precisode nossascrenças,determinadopor coordenadascomo:

. osobjetivosdetodotipocomquenoslançamos à aventuradoconheci-
mento;
. os muitose variadospressupostosque assumimoscomopontode
partida;
Tudo na língua é por acaso
. as estratégias que criamos para explorar os territórios que nos inte-
ressam;
. os instrumentos que utilizamos nas mais diversas empreitadas.

Há, portanto, um ponto de vista que nos permite enxergar, no funcionamento


da língua,não o acaso, mas o seu oposto, os fatos que se explicam pela ação
de diferentes leis ou regras. O preço a pagar por essa perspectiva, chamada
imanente, é o de uma abstração radical, que isola a forma lingüísticade tudo
aquilo que, na vida real, está associado a ela: os interlocutores, a situação
imediata de comunicação, o contexto histórico-socialem que se dá o discur-
so, o próprio texto.

É esse ponto de vista que nos permite entender e descrever a lógica


subjacente tanto às constantes quanto às variações nas formas lingüísticas.
Nessa perspectiva, as diferenças observadas na pronúncia, na forma de no-
mear as coisasdo mundo,nos modosde dizer,e que muitasvezesdeixamos
usuáriosde uma línguaentre perplexose curiosos- afinal,até que ponto
umalínguapodevariare permanecer a mesma?- realmentenãosãoca-
suais.Decertaforma,todas essas variantessão previsíveis,pois se definem
com base em parâmetrosestabelecidospela estruturada próprialíngua.E é
exatamentea percepçãoe o estudo cuidadosoda variaçãolingüísticaque
nos revelamesses padrões, evidenciando,assim,a gramáticaprofunda da
língua,em suasconstantese em suasvariaçõespossíveis.É nessaperspec-
tiva, também, que a mudança lingüísticase mostra, não como fruto do acaso
ou mesmo dos movimentos,necessidadese percalçosvividospelacomuni-
dade em questão, mas como o desdobramentoregulare previsívelde uma
potencialidade da própria língua.

Esseponto de vista está solidamenteestabelecido nas ciências da lingua-


gem,e gozade bastante prestígiointelectual.Afinal,foi com elequeSaussure
fundou a Lingüísticacontemporânea como ciência,delimitandoclaramente,
no conjunto heterogêneo dos fatos de linguagem, um objetoao mesmotem-
po passívelde análisee capaz de explicara natureza,o funcionamento,a
variaçãoe a mudançade uma língua.Comosabemos,esse objetoé o que
Saussure chamou de língua,entendendo por issoo sistemade relaçõesque,
num idioma, se manifesta na organizaçãode seus diferentesníveis, da
fonologiaà semântica.Essesistema abstrato,mas compartilhadopor toda
uma comunidade lingüística,se opõe à fala,ou seja, ao uso concreto e indivi-
dual que dá vidaao idioma.

Egon de Oliveira Rangel


Assim, o queo lingüista(etambémo falante)"vê"diantede si é a fala,ou
seja,o idiomaem uso,envolvendotodo tipo de falante,nas mais diversas
situações,com modosde dizer bastantedistintos,em textos os maisvaria-
dos.Maso queele tomacomoseuobjetode estudoé, apenase tão-somen-
te,o sistemade relaçõesquesubjaza todose a cadaumdosatosdefalaque
observa.Maisou menoscomo um antropólogoque,diantede fatos sociais
comoo casamentoou o funeral,na culturaqueestáestudando,procuraen-
tender,pelaobservaçãodiretadessesrituais,nãocadaeventoqueele teste-
munha,mas as regularidadesque definemtodos e cada um dessesatos
sociaisconcretoscomo um mesmo tipo de ritual.

Desdeentão,essepontode vistaabstratoe formaltem sidoo principalres-


ponsávelpelaidentidadepúblicada Lingüística,aindaqueo campodasciên-
ciasda linguagemtambémabrigue,hoje,pontosdevistadiferentese mesmo
conflitantesentresi. Poroutro lado,é essepontode vistaque MarcosBagno,
já no título de seu livro,reivindicaparao tratamentoda variaçãolingüística:
(...)a Lingüísticademonstraque todasasformas de expressãoverbaltêm organiza-
ção gramatical, seguem regras e têm uma lógica lingüística perfeitamente
demonstrável.Ou seja:nada na línguaé por acaso.

De fato, se encararmoscada dialeto de uma línguacomo um conjuntode


formasde expressãoverbaldotadasde umalógicalingüísticaperfeitamente
demonstrável
- ou seja,de umagramáticaprópria- nenhumargumento
poderádesqualificar,por supostamentenão ter gramática(e, portanto,ser
inferiore condenável),sejaqual for o dialeto.Nessepasso,o pontode vista
imanentede fato nosforneceinstrumentosadequadosparadenunciaro pre-
conceitoe combatera discriminação,umavezquedá a qualquerdialeto- o
falar populare o falarculto,por exemplo- o mesmoestatuto.

No entanto,podemosexaminara línguatambém nos situandoem outros


lugares.Umdelesé o da história,o pontode vistaque nospermiteenxergar
os acontecimentose a suasingularidade. No sentidoem que empregoo ter-
mo aqui, um acontecimentonão é, nunca,a pura e simplesrealizaçãode
uma lei ou um caso entre outros de uma regularidade,mas um fato que
interessaexatamenteporserparticular,único,aindaqueexplicávelaposteriori.
A títulode exemplo,a maçãquecaide umaárvorenãoé umacontecimento:
explica-setotalmentepor leisnaturais,é previsívele se repeteinfinitamente,
em qualquerlugardo mundo,sempreque as condiçõesnecessáriasse reú-

Tudonalínguaé por acaso


nem. Noentanto, a queda daquela maçã que, de acordo com a lenda, caiu na
cabeça de Newton e provocou a descoberta e a formulação da leida gravida-
de é, sim, um acontecimento:

.. não se deu como um caso entre outros de uma regra Uáque não há
qualquerlei,naturalou humana,capazde prevercomo e quandose dará
esta ou aquela descoberta);
.. se insere em um contexto cultural (no caso, o da física clássica) que lhe
dá sentido e identidade;
.. é singulare, como tal, jamais se repete; a ponto, neste caso, de poder
constituir-senum marco da históriada humanidade.

Ora, como todo fato humano, e a despeito da abordagem imanente, a língua


só existe em uso - e, portanto, na história.Cada uso da língua,cada uma de
suas variações e até mesmo cada ato individualde fala, é, nesse sentido, um
acontecimento, exatamente como aqueles outros que, por sua importância
cultural, viram notícia ou se tornam marcos históricos.

Evidentemente, um acontecimento lingüístico- como o discurso do minis-


tro Guido Mantega anunciando em janeiro de 2007 o Programa de Acelera-
ção do Crescimento (PAC)- não é indiferente à forma lingüística.Se está
formulado num idioma como o português brasileiro,se diz o que diz valendo-
se dos recursos próprios dessa língua, certamente deve um tributo ao siste-
ma lingüísticocorrespondente; mas não se explica pelas leis da gramática do
português, e sim pelas imprevisíveisdemandas de comunicação e expressão
que a vida em sociedade implica.Nesse sentido, todo discurso, todo uso que
fazemos da língua vale-se de um sistema lingüístico;mas não é o sistema,
nem se esgota nas formas lingüísticasque mobiliza.Assim, conhecer o siste-
ma dos tempos verbais do português é fundamental para entender a oposi-
ção que, em seu discurso, o ministro estabelece entre o passado recente de
estagnação econômica, o presente das iniciativasgovernamentais anuncia-
das e o crescimento pretendido. Mas não explica a crítica aos governos ante-
riores, a afirmação do atual governo e a promessa de prosperidade que, res-
pectivamente, os tempos do passado, do presente e do futuro assumem nes-
se mesmo discurso.

Como todo acontecimento, qualquer uso da língua se individualizapor


idiossincrasiasdo locutore/ou de seu interlocutor,da situação em que se
encontram,da culturade que participam,da época em que vivem.Eassim,

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cadausoda línguaenvolveum conteúdoe umaforma próprios,produzindo
efeitosde formae de sentido(comoos efeitosestilísticos,por exemplo)que,
'llesmo particulares,pOdemafetar a própria língua.Assim como o uso do
cachimbodeixa a boca torta, segundoo ditado popular,os usosda língua
agemsobreela:

. criamformasde expressãonovasparanovassituações;
. ativampossibilidadesnuncadantesexploradase até entãoconsideradas
agramaticais- comoo "imexível"do ex-ministroMagriou as criaçõesde
GuimarãesRosae de outros escritores;
. dão a certasexpressõeso estatutode modelos,criandofórmulaspron-
tas, expressõesidiomáticas,clichês;
. elegem,entre um certo númerode realizaçõespossíveis,umaque,mes-
mo não sendo exclusiva,será preferencial(como dizer "Joãoe Maria",
evitando"Mariae João");
. e assimpordiante.
Nessesentido,a mudançalingüística,por exemplo,nãose explicaapenaspor-
queestavaprevistanosistema,mastambémporqueo usofez suasescolhas
entreas variantesexistentes,estabeleceuvalores,"forçoua barra"numade-
terminadadireção,tornougramaticaisrecursosqueerampuraexpressãoindi-
vidual,transformouem agramaticaisusosaté há poucocanônicos.Assim,é
possíveldizerquea históriada língua,entendidacomoa trajetóriados usosda
línguanumdeterminadocontextocultural,se opõeà purae simplesdiacronia,
ou seja,à sucessãocronológicadas formas que configuramo sistemaem
diferentesmomentos.Masé possíveldizeraindamais:cadasucessãodiacrônica
supõe- mas,ao mesmotempo,esconde- umahistóriada língua.Issopor-
quecadamudançalingüísticase estabelecepelousoe se dáem meioa inten-
sose muitasvezesconflituososmovimentossociais,queno entantovêmapa-
gadospelasériediacrônicade formasquese sucedem.

Da mesmaforma, a variaçãosincrônicada línguase explicatambém pela


vida da comunidadelingüística:sua distribuiçãogeográficapeculiar,os gru-
pos,camadasou classessociaisquea conformam,as atividadesquegeram
demandasdiversasde expressãoe comunicação.Nessesentido,a línguaé
servidorade muitos patrões,e certamentenão prestaos mesmosserviços
paracadaum deles,nemaparececomo iguala si mesmaparaa comunida-
de lingüísticacomo um todo. No entanto,numaabordagempuramentefor-
mal da variação,a geografia,a sociologiae as atividadeshumanasque moti-

1iJdo nalínguaé por acaso


vam e sustentamas variantesde umalínguatendema desaparecer,reduzi-
das a "tipos"de variação.

Convém,portanto,repetir:o que caracterizao uso lingüísticocomoaconteci-


mento é o fato de ele nãose reduzirà simplesocorrênciade uma lei geral.
Por isso mesmo,se fixamosa devidaatençãono uso efetivoda línguapor
seusfalantes,no interiorda comunidade(sema qual nãohá línguanem lin-
guagem),o sistemaabstratode regrasque torna possívelcada ato de fala
não desaparece.Mas certamentedeixa o centro da cena. E o que então
podemosver com clarezaé o discurso;e o discurso,em sua radicalsingula-
ridade,constitui-senão como unidadeparticularde um sistema,mas como
um documentoirredutível:

.. de um determinadoestágioda língua;
.. de condiçõesdeproduçãoespecíficas,ou seja:daconjunturasituacional,
histórica,sociale mesmopSicológicaem que essediscursotem lugar;
.. dossujeitosdiretae indiretamenteenvolvidos - e manifestosno corpo
do discursopelassuasdiferentesvozes;
.. dasestratégiase recursosmobilizados,tanto paraa produçãodo discur-
so comotexto quantoparaa obtençãodos efeitosde formae de sentido
pretendidos;
.. de umestilo,sejade época,sejaindividual.

É nessaoutra perspectivaque somostentadosa dizer:tudo na línguaé por


acaso.Nãoporqueo usosejaarbitrárioe/ouinexplicável, masporqueo sentido,
o modoe a razãode serde cadadiscursosó se revelamse integradosemseu
heterogêneocontextoculturalde origem.Os usosda línguaintegramesse
contexto;são,de algumaforma,constitutivosdele.Atravessadopor conflitos
de todaordem(econômicos, políticos,étnicosetc.)- o queé própriodetoda
e qualquercultura-, essecontextopodee deveserestudadoe entendidoem
suadimensãolingüística,namedidaem queé exatamenteessecontextoque
dá aodiscursoseucaráterdocumental.Masjamaisse reduziráao desenvolvi-
mentoregulardo quejá estavaem germena próprialíngua,e aparecerá,an-
tes,comoumacomplexaredede relaçõesentrefatosheterogêneos quecom-
põemumaconjunturadiscursivaimpossívelde prever.

Duasperspectivasopostasde estudoda línguaestão,portanto,em jogo.De


um lado,a que privilegiaa formalingüística:a gramática,em seusdiferentes
níveis,e o léxico,em seusmuitoscampossemânticos.Deoutro lado,a que

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tem o uso como mira:a interaçãolingüística,as condiçõesde produçãodo
discurso,os objetivose asestratégiasdos usuários,os efeitosde sentido- e
de forma- que incidemsobrea culturae sobrea próprialíngua.

Sequisermosnossituarno terrenodasdisputascientíficas,seráprecisoesco-
lhera perspectivaque nospareçamaisverdadeira,ou capazde fornecermaio-
rese melhoresexplicações dosfatosde linguagemque nosinteressam. Assim,
se o enunciadoquedá títuloa este livrofor entendidocomoretomadapurae
simplesde umatese científicasobrea língua,teremosde assumir,também,o
outro enunciadoque,logicamente,ele implica:''Tudona línguase explicapor
regularidades".
Masse nãoquisermosfecharosolhosparaa perspectiva do uso
e a seusmuitoscontra-exemplos à tese de que"nadana línguaé por acaso",
seremostentadosa defendera teseoposta:''Tudonalínguaé poracaso".O que
implicariaacreditarque"nadanalínguaseexplicaporregularidades",emvolun-
táriacegueiraparaas demonstrações da Lingüística
imanentista.

Entretanto,o contextoemqueeste livrodeclaradamentese situanãoé o das


disputascientíficas,maso da educaçãolingüísticae de suapedagogia.Nes-
se âmbito,não se trata de apostarnumatese científica,para levar ao seu
limite uma determinadaperspectivateóricae, assim,fazer avançaras fron-
teirasdo conhecimento.O compromissodo educadoré, antes,com a forma-
ção do aluno,com o desenvolvimentode suascapacidadestanto de reflexão
sobrea linguagemquantode uso críticoda língua.E na medidaem que lín-
guae linguagemsãoparte indissociávelde nossaformade ser e de viver,da
históriaindividuale coletivade todos nós, a educaçãolingüísticanão pode
deixarde ocupar-sedo maiornúmeropossívelde suasfacetas,em especial
aquelasmaisenvolvidasna vida social.

Mas se não precisanem deve escolheruma única perspectivateórica, no


trabalho de formaçãodo aluno,a educaçãolingüísticanão pode tratar as
diferentesabordagensda línguae da linguagemfora de seuscontextosteó-
ricos.Trata-se,portanto,de não misturaralhoscom bugalhosnem comprar
gatopor lebre.Afinal,seé verdadequeo pontodevistacriao objeto,a melhor
formade levaralguéma ver e assimilarum determinadoobjetode estudo-
talveza únicaforma pedagogicamente legítima- é conduzi-Ioao adequado
postode observação,ao própriopontode vista,portanto.O quesignificaque
uma das principaistarefas da educaçãolingüísticaé exercitar o olhar do
alunoe a suacapacidadede refletira respeito,levando-oa percebero quan-
to o lugaremqueelesesitua(muitasvezessemsaber)lhepermitedescortinar

TUdona língua é por acaso


uma determinadapaisagem,mas o cega para outras. Como diria José
Saramago,numdepoimentoao filmeJanelasda alma, se quisermoster uma
idéia mais complexa e global de um objeto, "há que se lhe dar a volta". Até,
acrescentoeu, parapodermosescolherconscientementeo que nos pareça
o melhor pontode vista.Nessesentido,acreditoqueos doisenunciadosque
exploreineste prefáciopodem- e a meuver devem- ser entendidosnão
como teses, mascomopalavrasde ordem:dois lembretes paraaspectosda
línguaqueconvémnãoesquecer,pelaimportânciaqueassumemem nossos
compromissoscotidianoscom a próprialínguae com a linguagem,pelacon-
tribuiçãoúnicaque podemdar ao nossonecessárioexercíciodo olhar.Será,
sim, precisoque o educandopercebaas regularidadesdos fatos de lingua-
gem, seja para entender algo fundamentaldo modo de ser próprio da(s)
língua(s),sejaparaafastaros julgamentosequivocadose discriminatóriosda
diversidadelingüística.Masseráigualmentenecessárioestaratentoa fenô-
menosque,tambémpertencendode fato e de direitoà línguae à linguagem,
extrapolama regrae a formaabstrata,inscrevendo-seno âmbitoda política,
da cultura e da história.Talcomo o "semprealerta" dos escoteiros,essas
palavrasde ordemapontamparadimensõesda línguaque o educandopre-
cisa nãosó percebermasrefletira respeito,até paradesenvolver-semelhor
como usuáriocrítico.

Entreo acasodos usose as regularidadesda gramática,o espaçoda lingua-


gem revela-se, então, tanto um desdobramentoprevisívelde formasda lín-
gua quantoa realizaçãoimprevisívelda expressãoe da comunicaçãoque a
vida em sociedadedemanda.Talvezseja prudente,assim,que o educador,
em nomede seuscompromissospedagógicos,aposte,semprejuízodo rigor
e do vigordasboasdisputascientíficas,quenemtudona línguaé por acaso.
Ouque nemtudo na línguaé regularidade.

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Egon de Oliveira Rangel

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