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CALDAS DE PULVERIZAÇÃO
INTRODUÇÃO
A qualidade da água pode influenciar, de forma negativa, a eficiência biológica dos
herbicidas, reduzindo sua meia-vida, como do glifosate, pois são adsorvidos aos colóides
orgânicos e inorgânicos, devido à presença do ácido fosfônico na molécula (SPRANKLE et
al., 1975; DUKE, 1988; BELTRAN et al., 1998).
As moléculas herbicidas possuem características químicas que lhes conferem
capacidade de reação com íons presentes na água de aspersão, os quais podem imobilizá-
las, reduzindo sua atividade nas plantas (Vargas e Roman 2006).
XXVIII CBCPD, 3 a 6 de setembro de 2012, Campo Grande, MS / Área 1 - Biologia das plantas daninhas 78
Segundo (McCornick, 1990), as propriedades físicas – químicas dos herbicidas
podem ser alteradas coma a redução do pH da calda e com o tipo de íon presente na
solução.
O pH da água, segundo Kissmann (1997), pode influir no resultado da aplicação,
pelas seguintes razões: quando o pH da água está alto, pode acelerar a degradação do
herbicida por hidrólise alcalina; sendo que a constante de dissociação de muitas moléculas
de herbicidas depende do pH, e a sua absorção pelos tecidos vegetais varia, dependendo
da molécula ser íntegra ou dissociada em cátions e ânions.
Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivo estudar a influência do
tempo de preparo e adição de adjuvante na qualidade da calda de pulverização em
diferentes tipos de água.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado no laboratório de Bioquímica da Faculdade Assis
Gurgacz – FAG, Cascavel – PR. No dia anterior à montagem dos tratamentos, foram
coletados quatro tipos de água (destilada, deionizada, de açude e de poço artesiano), e
armazenadas em condições adequadas. Foram utilizados o herbicida glyphosate na dose de
1680 g e.a. ha-1 e, um adjuvante composto por 305 g/l de P2O5 solúvel em água, na dose de
0,025% v/v, este adjuvante age como redutor de pH e surfactante.
As propriedades das soluções aquosas avaliadas foram a condutividade elétrica
(ce) e o potencial hidrogeniônico (pH), através de pHmetro e condutivímetro,
respectivamente. A leitura foi realizada após 24 horas do preparo da calda.
Os tratamentos foram constituídos por 4 fontes de água (destilada, deionizada, de
açude e de poço artesiano), e quatro situações de misturas: 1) água pura; 2) água com
glyphosate; 3) água com adjuvante e; 4) água com glyphosate e adjuvante. Essas
combinações foram propostas paraverificar o efeito da adição glyphosate e adjuvante nas
diferentes águas.
Os tratamentos foram instalados em delineamento experimental inteiramente
casualizados com cinco repetições dispostos em um esquema fatorial 4 x 4 (quatro fontes
de água, 4 situações misturas). Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo
Teste “F” e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1, estão apresentados os valores médios de pH para os tipos de água e
misturas em uso, 24 horas após a preparo da calda.
Observa-se que a água de poço artesiano foi a que se mostrou mais alcalina (8,1) em
relação as demais fontes de água. Independente da fonte de água analisada, quando se
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adicionou o adjuvante, o glyphosate ou ambos em mistura, ocorreu significativo efeito
acidificante dos produtos sobre a água.
Segundo McCormick (1990), produtos que tem como característica a diminuição do pH
são bastante desejáveis quando se trata de aplicação de herbicidas e que alguns herbicidas
têm sua eficiência elevada na planta com a redução do pH. Wolf (2000) relata que a adição
de redutores à calda de pulverização pode aumentar o diâmetro das gotas pulverizadas e
reduzir o risco potencial de deriva, melhorando o controle de plantas daninhas mesmo em
doses reduzidas.
Tipos de misturas
Tipos de água
Água pura Água + gly. Água + adj. Água + gly. + adj.
Poço artesiano 8,10 aA 4,77 bC 3,38 aD 5,00 aB
Açude 7,01 bcA 4,94 aB 3,00 bC 5,00 aB
Destilada 7,10 bA 5,00 aB 2,84 cD 4,42 cC
Deionizada 6,96 cA 4,78 bB 2,93 cD 4,57 bC
Fágua 323,93**
Fmistura 18734,13**
Fágua x Fmistura 121,490**
C. V. 1,15
d.m.s. 0,0477
** significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de tukey (P>0,05).
Tipos de misturas
Tipos de água
Água pura Água + gly. Água + adj. Água + gly. + adj.
Poço artesiano 0,112 aC 1,783 aA 0,017 dD 1,752 aB
Açude 0,029 bD 1,701 bA 0,279 cC 1,590 dB
Destilada 0,007 cD 1,636 cB 0,565 aC 1,696 bA
Deionizada 0,005 dD 1,598 dB 0,353 bC 1,653 cA
Fágua 450,908**
Fmistura 271405,338**
Fágua x Fmistura 1765,289,75**
C.V. 0,81
d.m.s. 0,0063
** significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de tukey (P>0,05).
CONCLUSÕES
Independente da água coletada e a utilização de adjuvante, quando se adiciona
glyphosate promove acidificação e elevação da condutividade elétrica da calda de
pulverização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELTRAN, J., GERRITSE, R.G., HERNANDEZ, F. Effect to flow rate on the adsorption and
desorption of ghyphosate, simazine and atrazine in columns of sandy soils. Eur J Soil Sci,
Oxford, v.49, n.1, p.149-156, 1998.
CARLSON, K. L.; BURNSIDE, O. C. Comparative phytotoxicity of ghyphosate, SC-0224, SC-
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DUKE, S.O. Glyphosate. In: KAUFMAN, D.D., KEARNEY, P.C. Herbicides: chemistry,
degradation, and mode of action. New York: Marcel Dekker, 1988. Cap. 1. p.1-59.
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KISSMANN, K. G. Adjuvantes para caldas de produtos agrotóxicos. In: CONGRESSO
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