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Curso de Renda Fixa e Tesouro v1.4 PDF
Curso de Renda Fixa e Tesouro v1.4 PDF
ESOURO D IRETO
DE NTIAL
F I
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N
FI
DENTIAL
C R
MÉTODO
ARTEIRA ICA
MÓDULO
I MÓVEIS
C ÂMBIO E OURO
A ÇÕES
INTRODUÇÃO
O mercado financeiro oferece dade e generalidade.
várias opções de investimentos Insistimos que o bom investidor
para quem, como você, formou é aquele que domina todos esses
poupança, ou seja, gastou menos mercados, porque ele:
do que recebeu em renda. diversifica os riscos a que
As principais são os mercados se expõe;
de ações, juros, câmbio e, mais investe de maneira eficien-
recentemente, imobiliário. te em cada mercado.
todavia, justificar a necessidade
É verdade que o mercado imo- Temos certeza de que a diver-
de diversificação.
biliário sempre foi uma alternati- sificação é uma necessidade. Os
Se você não tem certeza de
va de investimento, só não fazia diferentes mercados reagem de
que uma estratégia de diversifica-
parte do mercado financeiro. Com maneira distinta a fatores conjun-
ção seja obrigatória, recomendo
a entrada dos Fundos de Investi- turais sobre os quais o investidor
a leitura do excelente livro - para
mento Imobiliário no Brasil (FII), não tem, nem de longe, controle
iniciantes - Alocação de Ativos, do
o ramo imobiliário entrou para o (dinâmica econômica, crises polí-
Henrique Carvalho, educador finan-
mercado financeiro, ganhando ca- ticas, guerras, etc.).
ceiro bastante conhecido.
racterísticas de liquidez, publici- O objetivo desse curso não é,
O método Carteira RICA parte será sua rentabilidade; Para o especulador em juros, en-
do pressuposto de que você enten- Não sabe dizer se o câm- tão, o rendimento foi infinitamen-
de a necessidade de diversificar, bio está caro ou está barato, nem te maior.
mas encontra alguns dos seguintes acredita no dólar como forma de Mas especular com Tesouro é
problemas: investimento, pois o que viu é um arriscado como especular na Bolsa
Não tem tempo, nem von- dólar desvalorizando-se frente ao de Valores?
tade, de passar o dia inteiro ana- real na última década; Não. O investimento no Tesou-
lisando balanços de empresas em Imagina que os Fundos imo- ro tem ainda a válvula de escape:
busca da oportunidade da vez; biliários têm que ser avaliados se a pessoa compra no momento
Por outro lado não se sen- pelo lastro, mais do que pelo errado e seu título perde valor,
te confortável em adquirir ETF´s, rendimento, mas não tem ideia de ela pode guardá-lo para manter
pois há várias “laranjas podres no como fazer isso. a rentabildade contratada. Basta
saco”, e sabe que pode investir Com relação especificamente carregá-lo até o vencimento.
melhor do que isso; à renda fixa e ao Tesouro Direto, Em que hipótese isso acontece-
Já descobriu que a Bolsa objeto específico deste material, ria? Bom, aconteceu, por exemplo,
de Valores nem sempre é o inves- já ouvi de vários investidores que com o louco que comprou títulos
timento mais rentável; o rendimento lhes parece baixo se pré-fixados quando a Selic estava
Descobriu, por conta pró- comparado às ações. em 7,25% no início de 2013. Era ni-
pria, que a análise técnica de Estão enganados. O histórico, tidamente um piso da selic (como
ações toma todo o seu tempo os gráficos, mostram que o rendi- veremos adiante). Para esse “lou-
e, pior, é completamente inefi-
mento do Tesouro há muitos anos é co”, que fez tudo ao contrário, às
caz; superior ao IBOV. Isso eu falo para vezes a saída encontrada é baixar
Não sabe que o Tesouro Di- o Tesouro como investimento de a cabeça e ficar com o título até o
reto pode deixá-lo rico, e que a longo prazo (buy and hold – com- vencimento.
taxa de contratação raramente prar e permanecer com o título). Claro, isso se ele não conhe-
ce as técnicas que ensinare- sua estratégia e ser capaz de ob- cos (Lei da Oferta e Procura, Con-
mos aqui, com as quais ele pode ter um retorno seguramente ini- tas Nacionais, Balanço de Paga-
manobrar de maneira a recuperar maginável para aqueles que des- mentos e Modelo IS-LM) daremos
o valor perdido. denham as taxas de contratação uma explicação geral, pois esse é
Claro que certo feeling você anunciadas pelo BC. um curso de investimentos, não
aprenderá com o tempo e expe- Outra questão muito importan- uma faculdade de economia.
riência, mas aqui vai um consolo: te: essas análises tomarão todo o A internet possui bastante in-
com as noções práticas de especu- meu tempo? Claro que não. Após formação para aprofundar tais
lação, você já poderá de imediato ler e entender o material, o que conceitos. Além disso, apresenta-
fazer ótimos investimentos. você terá de fazer é traçar o seu mos no material alguma bibliogra-
Afinal, para facilitar um pouco roteiro e fazer a atualização tri- fia (o material do Paulo Viceconti
as coisas, a mídia irá ajudar-te, mestral (ou mensal, para quem e Silvério das Neves é muito didá-
embora não tenha a menor noção preferir) das planilhas até que elas tico, muito bom para o iniciante).
de especulação com juros. Ocor- apontem um novo movimento. Ao final, o objetivo é que você
re que os jornalistas dão um jeito O curso começará com o bási- esteja preparado para compreen-
de se informar com o mercado se co: a apresentação do mercado de der os gráficos, compreender a di-
a tendência dos juros é de subida títulos públicos. Em seguida, ire- nâmica da conjuntura econômica
ou de queda e acabam noticiando mos direto à parte prática e, por e elaborar suas próprias estraté-
isso a “torto e a direito”. último, à parte teórica. Isso para gias com base em nosso roteiro.
Tendo uma noção do movimen- agilizar o processo e te deixar logo Desejo a você bons estudos e
to de juros, ainda que “de segun- com as ferramentas em mãos. bons investimentos!
da mão” (no começo, depois você A parte teórica contém o sig-
será capaz de tirar suas próprias nificado real dos juros, as forças Eduardinho.
antecipações sobre o movimento que sobre ele atuam.
da curva), você poderá elaborar Quanto aos conceitos econômi-
Índice
Introdução 3 Estratégias por Título 24
Índice 6 Títulos Mistos 25
Parte Prática 8 NTN-B e NTN-C 25
Conhecendo os títulos do Tesouro 9 Totalmente Pré-fixados 28
Tributação 10 LTN e NTN-F 28
Por que o Tesouro não é renda fixa? 11 Mistos x Totalmente Pré-fixados 31
Simular Cenários 12 Títulos Privados: Renda Fixa 33
Juros Compostos 12
Estratégias de Curva de Juros 35
Isso eu já sei. Mas como saber o valor
Fontes de Informações 36
hoje de um título? 13
1 - Mídia 37
Ok. Mas e os títulos mistos? NTN-B e
2 - BACEN 37
NTN-C? 14
3 - FIPE 38
Princípio da Atualização Diária: Conse-
4 - IBGE 38
qüências 15
Indicadores a Acompanhar 39
Renda Fixa: Títulos Privados 17 1 - Meta Selic 40
2 - PIB 41
Estratégias em Tesouro Direto 20
3 - Desemprego 42
Básicas 20
4 - IPCA & IGPM 43
Intermediárias 21
Gráficos a Traçar 44
Avançadas 23
Índice
1 - PIB x SELIC 45 Contas Nacionais 77
2 - Selic X Inflação 47 Balanço de Pagamentos 80
Taxas x Meta Selic - Sempre Juntas? 48 Políticas Fiscal e Monetária e Modelo IS-
BÔNUS: contratos de juros futuros na -LM 83
BM&F indicam tendências? 50 Curva IS 85
Mercado Monetário e Curva LM 87
Juntando Tudo: A Estratégia na Prática 53
Mercado de Emprego e Trade-off Emprego
ROTEIRO 54
X Inflação 94
UMA CARTEIRA HIPOTÉTICA 58
Tábuas de Variáveis e Movimentos Macroeco-
PARTE TEÓRICA 59 nômicos 96
O que são juros? 60
Livros sobre Macroeconomia 100
Fator risco 61
Determinação da taxa de juros 61
Fator compensação pelo uso 62
Força de queda no longo prazo 63
Forças de alta 66
Dinâmica no curto/médio prazo: Conceitos
fundamentais 75
Preço e Lei da Ofert e Procura 76
PARTE PRÁTICA
Conhecendo
os títulos
do Tesouro
O Tesouro possui títulos pré-fi- Os títulos mistos são as NTN- Por último, há as LFT, que con-
xados, mistos e pós-fixados. -B e NTN-C. As NTN-B podem ser sideramos pós-fixadas, pois não
Os títulos totalmente pré-fixa- comuns, com pagamento de juros há, na data da contratação, qual-
dos são as LTN e as NTN-F. Ambos semestrais, ou NTN-B Principal, quer promessa ou garantia de ren-
possuem a taxa totalmente estipu- com resgate apenas no final, e são tabilidade, apenas um atrelamen-
lada na data da contratação, com compostas por parte pré-fixada + to à Selic.
a diferença que as NTN-F pagam IPCA. As NTN-C são compostas de Link para descrição dos títulos no
cupons de juros semestrais. parte pré-fixada + IGPM. site do Tesouro Direto
TRIBUTAÇÃO
Os impostos incidentes sobre operações no Tesouro Direto são os mesmos da Renda Fixa:
IR, também regressivo, para vendas ou recebimentos de cupons conforme prazos acima. Atentar para o
fato de que as alíquotas incidem somente sobre o lucro, não sobre o valor total da venda do título. Lembre-
se, também, que a alíquota de aplicações de 181 dias, por exemplo, é a de 20% (e assim por diante).
Por que o
Tesouro não é
renda fixa?
cenários
de trazer a valor presente um valor futuro.
Ensinaremos as fórmulas matemáticas
por meio de exemplos.
juros
compostos?
Você aplica hoje 1.000,00 reais sobre 1.000,00 inicial, mas sobre sas, carros, etc. A maioria das
a 10% ao ano. os 1.100,00 que será o que você fortunas está baseada nesses dez
No ano que vem, você tem terá ao início do novo período. reais da diferença, pois este valor
1.100,00. Assim, você terá após dois anos aumenta exponencialmente com o
No outro você terá 1.200,00? 1.210,00. tempo.
Não, errado. Esses seriam o juros Para quê complicar a conta por Então, qual a fórmula para os
simples. causa de dez reais? juros compostos?
Nos juros compostos, no ano Esses dez reais, após muitos
que vem você receberá os 10% não anos são capazes de comprar ca-
(valor final) = (Valor inicial) x ( 1 + taxa) elevado ao número de períodos: meses, anos, etc.
M P O
rentabilidade até o seu vencimen-
to, toda vez que decide-se alterá-
O que ocorreu com o título des-
ta pessoa? Ele rendeu menos do I
-la. que os 9% contratados, pois houve
Quem já tem um conhecimen- um aumento dos juros (vide fór-
to de Tesouro, pode achar que é mula matemática acima). Se o au- GRANDE ERRO
bobagem, mas recomendo ler com mento tiver ocorrido logo após a “Por que manter um título pa-
atenção, pois já vi muita gente compra, pode até haver rentabili- gando 9% se há agora outras op-
que sabe calcular juros compostos dade negativa. ções pagando 11%, ou títulos pri-
cometendo equívocos por não en- O que algumas pessoas fazem? vados pagando até mais?”
tender exatamente a matemática Insatisfeitas com a rentabilidade Ocorre que, devido ao que cha-
por trás do “Princípio da atualiza- ruim, vendem o título e investem mamos de Princípio da Atualização
ção diária”. em outra coisa. Diária, em outras palavras, devido
à venda a mercado de um título BC e recomprasse a uma taxa de que o investidor deve se fazer é: a
com valor de face, o título que pa- 11%, o valor da sua venda e da sua taxa continuará subindo? Ou: con-
gava 9% a.a. quando contratado, compra não será o mesmo? (des- tinuará subindo consideravelmen-
agora paga 11% a.a.! contado o spread, claro). te?
Então, ao vendê-lo antecipada- Então, para aquele que com- Quando se diz que a pessoa
mente, você estará abrindo mão prou o título a 9% é melhor mantê- pode carregar o título até o ven-
de um título que está pagando -lo (não, vendê-lo!) quando a taxa cimento e terá a taxa contrata-
11% a.a., independente da taxa está 11%, pois ele já está renden- da, isso não comporta exceções.
que você contratou. do isso, automaticamente. Ele não A taxa contratada somente será a
E a diferença de 9 a 11%? Essa deveria tê-lo mantido enquanto a taxa efetiva se levado o título até
já ficou para trás e os reflexos fi- taxa estava subindo, mas, já que o o vencimento. Antes disso, esque-
nanceiros dessa diferença já estão fez, agora é tarde e mantê-lo pas- ça a taxa contratada, ela interfe-
embutidos no valor de hoje do tí- sou a ser um bom investimento, re no quanto você já ganhou, mas
tulo. dadas as circunstâncias. não no que você ainda ganhará.
Para ficar mais simples: se você Para saber se deve vender, ou
vendesse esse título hoje para o não, um título, a única pergunta
RENDA FIXA:
títulos privados
No mercado de títulos privados Investir em LCI ou CDB de ban- liquidação compulsória.
há Debêntures, CDB, RDB, CRI, cos como Indusval, Sofisa, Ficsa e Se, por um acaso, isso vier a
Notas Promissórias e diversos ou- Máxima (por ordem decrescente) acontecer enquanto você detém
tros títulos. A maioria deles (isso é mais seguro que investir no Itaú tais títulos dessas instituições, o
mesmo, a maioria, não todos!) ou Bradesco. ressarcimento pelo FGC é feito em
está sujeita ao risco de crédito Você deve estar pensando: co- 3 (três) dias após a decretação da
do emissor, o que os tornariam, a loquei fogo em meu dinheiro ao intervenção pelo Bacen.
princípio, menos atraentes ao in- comprar esse curso! O limite da garantia é de
250 mil reais por CPF por ins-
vestidor conservador. Não se desespere, deixe-me
tituição. Assim, caso você de-
Porém, vamos nos ater aos tí- explicar. O Fundo Garantidor de
tulos mais interessantes: o CDB Créditos (FGC) é uma instituição seje aplicar um volume maior de
(em poucos casos), a LCI (letra de formada por todos os bancos no dinheiro, recomendamos dividir a
crédito imobiliário) e LCA (agro- país (inclusive BB, Bradesco, Itaú, aplicação em mais de um banco.
pecuário) emitidos por bancos de etc.) e que se responsabiliza (para Diga-me: você acha mais fácil o
médio porte (mesmo aqueles de fins de manter a confiança no mer- FGC arcar com tal compromisso se
baixa solidez). cado financeiro) por GARANTIR os quebrar um banco pequeno (com
Como? Eu estou louco? Não, CDB e LCI de bancos que sofram a passivo relativamente pequeno),
não estou e vou mostrar o porquê: intervenção pelo Bacen ou mesmo ou se quebrar um banco gigante?
N T E
RTA
IMPO
Se um Itaú ou Bradesco quebrar, o este fim. Isso porque o FGC res- taxas (eu tenho conta nos quatro
FGC teria condições de “honrar” sarce em três dias os correntistas. bancos mencionados, embora atu-
sua promessa? Ou o governo fede- Já aqueles que têm alguma ques- almente só tenha recursos em um
ral teria que, se quisesse, salvar a tão cadastral envolvida (quando deles).
instituição? Nesse caso, será que o se compra por corretora, o título A garantia do fgc cobre to-
dos os juros até a data do pa-
pagamento seria em integral e em costuma sair em nome delas) têm
gamento?
3 dias, como no caso dos bancos que comprovar a titularidade dos
médios/pequenos? papéis, as corretoras são omissas Uma dúvida que aparece muito
Banco pequeno, rombo peque- e atrasam o processo, etc. Evite é quanto ao valor que o FGC deve
no (relativamente) e FGC resolve ter que passar por esse transtorno reembolsar, se inclui os juros con-
rápido. no caso extremo; tratados, ou apenas o valor origi-
Mas preste atenção às seguin- Dilua o dinheiro em quan- nal da aplicação. Não tenho expe-
tes dicas: tos bancos pequenos for necessá- riência pessoal no assunto, mas,
Não adquira a LCI ou o CDB rio para que a exposição a cada em tese, devem ser pagos os juros
de bancos pequenos por intermé- um seja pequena. Ainda que haja contratados. Isso porque o paga-
dio de sua corretora. Abra dire- diferença de taxas entre eles, é mento será realizado com base no
tamente a conta no banco para melhor fazer essa média entre as balanço atualizado da instituição
financeira em liquidação. Para es-
sas instituições, há obrigação de ordem de ativo (atualmente no percentual do CDI) ou descenden-
manutenção dos valores do ativo seguinte link: http://www.bcb.gov. te (opção: pré-fixada).
e do passivo atualizados a valor de br/?TOP50 dentro de http://www. As desvantagens (ou vantagens,
mercado (o que inclui a contabi- bcb.gov.br/?INFCONT). Comece a depende da estratégia) desses ins-
lização de variações no preço de procurar pelo meio da lista (não, trumentos são:
ações, por exemplo, e o cômputo de cima para baixo) e busque es- Em geral, são investimentos
frequente dos juros já incorridos sas instituições na internet para de longo prazo e com resgate so-
em depósitos e títulos emitidos). entrar e contato e saber quanto mente ao final do período;
Assim, caso o FGC não ressarça pagam pelo CDB e LCI. Não permitem especulação
também os juros contratados, a Em outubro/2013, havia ban- como os títulos do Tesouro.
nosso ver, caberia ação judicial cos pagando 12,5% a.a. pré-fixado Porém, em certos momentos
perante o Fundo. em CDB, ao passo que a selic era da curva de juros, como iremos
Voltando à questão da renta- de um dígito. Comece procurando demonstrar, são títulos atrativos
bilidade, quanto menor o banco, bancos como os que mencionei. A para compor a carteira de renda
ou pior o seu rating, maior o seu LCI de bancos pequenos estavam fixa em conjunto com o Tesouro.
custo de captação (as pessoas em pagando rendimentos líquidos
geral preferem aplicar em bancos próximos a 10,4 ou 10,5% (pois
grandes e os grandes investidores isentas de imposto de renda) pré-
não estarão cobertos pelo FGC), -fixados. Há também aquela LCI e
ou seja, melhor para o investidor, LCA em percentual do CDI.
pois maiores os juros pagos. Para escolher entre LCI, LCA
Enfim, para conhecer os bancos ou CDB totalmente pré-fixados e
médios, entre no site do Bacen e os que são em percentual do CDI,
emita a lista das 50 maiores ins- você deve analisar se a curva de
tituições financeiras do país por juros está ascendente (opção:
ESTRATÉGIAS EM
TESOURO DIRETO
BÁSICAS
Não vendA seu título no ganho, mas de evitar perdas. dente da curva de juros), vá para
primeiro mês, a menos que haja Não compre LFT. A LFT o mercado de títulos privados,
expectativa de forte alta de juros existe para grandes investidores, que paga bem mais e praticamen-
(houve erro de avaliação na hora não para mim ou você. te não tem risco, se bem utiliza-
da compra). Ela não está sujeita aos prin- do.
Nos primeiros 30 dias da apli- cípios de especulação aqui apre-
cação, há incidência de IOF re- sentados, apenas rende a selic
gressivo que, praticamente, toma diária. Sobre ela incide IR e você
todo o ganho do investidor. ainda terá que pagar as taxas da
Claro, vendas circunstanciais Bovespa e da Corretora. Toda vez
podem ser realizadas no primeiro que pensar em adquirir LFT (pro-
mês, mas não com o objetivo de vavelmente no momento ascen-
INTERMEDIÁRIAS
NTE
RTA
COMPRE NA ALTA, VENDA NA Muita gente compra os títulos M P O
I
BAIXA. na alta, mas se esquece ou não
Soa estranho, porque na Bolsa dá importância para vendê-los na
a estratégia é comprar a ação na baixa.
baixa e vender na alta. Pense bem: se no vencimento a Para o investidor não devolver
No Tesouro Direto, como se taxa de remuneração será a con- o sobre-ganho da queda da taxa
operam títulos, em geral, pré-fi- tratada, isso funciona para o bem de juros, é fundamental VENDER
xados, a regra é comprar o título (salvar-te de um prejuízo agora), os títulos na baixa da Selic, an-
na alta dos juros (pois o valor do mas também funciona para o mal, tes que esta comece a subir no-
título estará em baixa) e vendê- de maneira que, ao longo do tem- vamente. O momento exato de-
-los na baixa dos juros (pois o tí- po você devolverá seu ganho es- penderá de cada título, como se
tulo terá alto valor). peculativo caso não o realize. verá nas dicas avançadas.
APROVEITE OCASIÕES CON- juros de contratação, os títulos Em junho/2013, durante as
TURBADAS. pré-fixados são temporariamente manifestações da Copa das Con-
Momentos de crise levam a desvalorizados. federações, foi possível comprar
um aumento temporário na taxa No momento conturbado, que NTN-F a 11,6% pré-fixada, em um
de juros de contratação pelo Te- irrompe imprevisível, não se deve ponto fora da curva (daquele mo-
souro, com aumentos de juros em vender os títulos antigos (que pro- mento). No meu caso, vendi após
pontos fora da curva de normali- vavelmente terão desvalorizado), um mês, quando a taxa estava
dade. Isso ocorre, dentre outros pelo contrário, deve-se aprovei- 0,7% mais baixa, gerando um lu-
fatores, porque o aumento de tar e comprar mais, pois, assim cro líquido (após tributação), su-
risco leva a uma necessidade de que afastada a situação crítica, perior a 3% (em um mês).
maior remuneração. Exemplos: os juros automaticamente retor- Como era um momento de cur-
Crise política: as manifesta- nam ao seu valor normal, gerando va ascendente de juros, a minha
ções durante a Copa das Confede- um ganho rápido, fácil, em ques- opção foi por não permanecer
rações/2013; tão de meses. com o título pré-fixado.
Crise econômica: crise de Quando os juros retornam ao
2008; normal, vendem-se os títulos ad-
A Copa de 2014, se tudo der er- quiridos durante o momento críti-
rado, também pode abrir espaço co e segue-se a estratégia normal
para uma compra especulativa. quanto aos títulos que já se deti-
Com o aumento repentino dos nha antes.
AVANÇADAS
De agora em diante passare- liberdade de realizar tais simpli-
ID ENTIAL
mos a abordar técnicas inéditas ficações. NF
O
T
do Método Carteira RICA. Do contrário, se tentássemos
E
C
Contudo, é importante lem- incluir todas as condicionantes
SEC R
TOP
brar que uma compreensão mais em nosso modelo, o intuito de for-
completa dos fatores que influen- necer um método “prático” seria
C
O
NF
ciam a curva de juros e outras va- sacrificado em favor de um méto- IDENTIAL
riáveis macroeconômicas depen- do “científico”. Isso está fora de
de da leitura da parte teórica cogitação.
deste curso. Recomendamos, àqueles que
O roteiro “passo a passo” que tiverem a paciência necessária, No final do material há in-
aqui expomos é simplificado em que leiam a parte teórica an- dicação dos sítios da internet
vários pontos, a fim de possibili- tes de continuar a leitura de onde se extraem os dados
tar a elaboração rápida de gráfi- das técnicas avançadas. econômicos atualizados. Basica-
cos que pautem a tomada de de- Porém, achamos que não há mente BACEN, IBGE e site do Te-
cisões pelo investidor. prejuízo significativo para os “an- souro.
Temos certeza que esse mode- siosos em colocar a mão na mas- Em anexo ao curso, seguem as
lo funciona na imensa maioria das sa” que leiam as dicas avançadas planilhas que criamos para que
situações, por isso nos demos a e posteriormente leiam com cal- você siga atualizando na elabo-
ma a parte teórica. ração de suas estratégias.
ESTRATÉGIAS
IDENTIAL
NF
O
RET
C
SEC
TOP
C
O
NF
IDENTIAL
POR TÍTULO
TÍTULOS
IDENTIAL
NF
O
RET
C
SEC
TOP
C
O
NF
IDENTIAL
MISTOS:
ntn-B E NTN-C
As NTN-B e NTN-C são títu- parte incide a idéia da fórmula Já as NTN-C (não mais disponí-
los que chamamos de mistos pois que apresentamos, de cálculo de veis) são indexadas pelo igpm.
possuem duas componentes: valor atual. Em geral, são títulos emitidos
Um valor que é atualizado As diferenças são que as NTN-B com vencimento muito longo, o
constantemente pela inflação. podem ser comuns (pagam cupons que é ótimo para fins especulati-
Refere-se ao passado e não está semestrais de juros) ou NTN-B vos, pois, quanto maior o período
sujeito a especulação. PRINCIPAL (pagamento somente até o vencimento, maior a volati-
Uma taxa estipulada no mo- ao final) e ambas são compostas lidade presente (vide fórmula de
mento da contratação. Sobre essa por parte pré + ipca. cálculo do valor atual do título).
ESTRATÉGIAS
50,00%
Selic O Gráfico 1 compara Selic com
Rend Ano NTNB rendimentos acumulados em 12
2024
40,00%
meses da NTNB-2024.
Como dissemos, em todo Pré-
30,00%
-fixado podemos ver que a queda
20,00%
da Selic (área amarela) impulsio-
na o rendimento do título, pois
10,00% aumenta seu valor de venda. Por
outro lado, um aumento na selic
0,00% produz o efeito contrário.
-11
-12
-13
1
3
1
t-1
t-1
i-1
i-1
i-1
jan
jan
jan
ma
ma
ma
se
se
se
-10,00%
prar NTN-B nos momentos de pré-
-20,00%
-queda ou queda da selic (azul) e
vendê-las nos momentos pré-alta
Gráfico 1 (Selic x NTNB)
(amarelo).
Gráfico 2 (Selic x NTNB x Inflação)
Para fins históricos e 40,00%
de conhecimento geral:
30,00%
ESTRATÉGIAS
Já o gráfico 2 (Selic x NTNB x 20,00%
inflação) inclui os índices de in-
flação IGPM e IPCA. 10,00%
Como diremos ainda várias ve-
zes nesse material, o IGPM é uma
0,00%
medida mais rápida da inflação
-10
-11
-12
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0
3
0
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t-1
t-1
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i-1
i-1
i-1
do que o IPCA e o cruzamento de
jan
jan
jan
jan
ma
ma
ma
ma
se
se
se
se
-10,00%
suas linhas funciona como o Cru-
igpm ipca Selic Rend Ano NTNB
zamento das Médias Móveis na
2024
-20,00%
Análise Técnica de Ações, apon-
tando tendências de alta ou baixa
da inflação.
Adiante veremos como esse Na época em NTN-C era ven- títulos nesse ponto), próximo ao
cruzamento influencia a Selic. dida, ou se voltar a ser (provável, momento Azul, trocar as NTN-B
Porém, no momento, vamos nos se alterado o partido na presidên- por NTN-C, já que parte do valor
ater à estratégia por títulos. cia), nossa recomendação era de desses títulos é atrelada a difer-
As áreas em azul apresentam que, considerando que o investi- entes índices inflacionários.
os momentos em que o IGPM cor- dor decidisse manter sua posição Nos momentos amarelos, fa-
ta o IPCA de baixo para cima. As em pré-fixados no momento (o zia-se a troca inversa.
áreas em amarelo, o contrário. mais aconselhável era vender tais
totalmente
IDENTIAL
NF
O
RET
C
SEC
TOP
C
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NF
IDENTIAL
pré-fixados:
LTN e ntn-f
As LTN e as NTN-F são títulos Já vi pessoas respeitáveis dizer ESTRATÉGIAS
com taxa totalmente estipulada que preferem as LFT às NTN-F pois O gráfico 3 (Selic x NTNF) com-
no momento da contratação. o pagamento dos cupons semes- para a Selic com os rendimentos
As diferenças são que as NTN-F trais das NTN-F ao incidirem na mensais da NTN-F 2017.
pagam cupons semestrais de ju- tabela regressiva do IR em alíquo- Como já vimos, em todo Pré-
ros e costumam ser emitidas com tas maiores rebaixariam o rendi- -fixado a queda da Selic (área
vencimento mais longo (o que é mento do investidor. Eu, particu- amarela) impulsiona o rendimen-
bom para fins de especulação, larmente, prefiro nas NTN-F, pois to do título, pois aumenta seu va-
pois quanto maior o prazo para o costumam possuir vencimento lor de venda. Por outro lado, um
vencimento, maior a volatilidade mais longo e, portanto, são mais aumento na selic produz o efeito
no presente). susceptíveis a especulação. contrário.
Às vezes vemos pequenas va-
14,00% riações nos gráficos que fogem
a essas explicações. Tais pontos
12,00%
fora da curva se devem a vários
10,00%
fatores, como instabilidades po-
8,00% líticas, etc. Não alteram a lógica
6,00% geral dos títulos.
Assim, a recomendação é
4,00%
de comprar LTN ou NTN-F nos mo-
2,00%
mentos de queda da selic (amare-
0,00% lo) e vendê-las nos momento pré-
-alta (alta em azul). É importante
11
12
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1
3
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01
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01
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/20
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-2,00%
1/2
4/2
7/2
1/2
4/2
7/2
1/2
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10
10
10
Rend. Mês NTN-F Meta Selic que seja antes da alta para evitar
-4,00% 2017
rentabilidades negativas.
Gráfico 3 (Selic x NTNF)
16,00%
Lembre-se:
igpm Selic Taxa
14,00% Aumento na taxa de con-
contratação
12,00% NTNF 2017 tratação leva a uma diminuição
10,00% do valor de mercado do título
8,00%
e, por conseqüência, perda de
rendimento. O interessante para
6,00%
o detentor do título é a queda
4,00%
na taxa de contratação!
2,00%
0,00%
-10
-11
-12
-13
0
3
0
3
-2,00%
t-1
t-1
t-1
t-1
i-1
i-1
i-1
i-1
jan
jan
jan
jan
ma
ma
ma
ma
se
se
se
se
Gráfico 4 (Selic x NTNF X Inflação)
11
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9
-10
-11
-12
-13
-9
-2,00%
jul-
jan
jul-
jul-
jul-
jul-
jan
jan
jan
jan
NTNF NTNF COPOM tome uma atitude.
-4,00% LTN LTN
NTNB NTNB POSFIX NTNB NTNB POSFIX Logo, nossa dica é: O
NF
IDENTIAL
RET
C
EC
a taxa de contratação da NTN-F TOP S
Lembre-se: Com o Princípio
C
O
NF
IDENTIAL
-12
-13
1
3
1
3
de aperto monetário, para evi-
t-1
t-1
t-1
i-1
i-1
i-1
jan
jan
jan
ma
ma
ma
se
se
se
-10,00%
tar os rendimentos negativos
que esses títulos chegam a ter
-20,00%
e adquirir títulos privados em
Gráfico 1 (Selic x NTNB) percentual do CDI.
2 - BACEN
Tudo que falta de transparência Achou pouco? Quer dados de
nas obras públicas e no Congresso, http://www.bcb.gov.br/pec/sdds/ desemprego, inflação, PIB e ou-
sobra nos dados econômicos. port/sddsp.htm tros tabelados para você baixar
Desde os acordos com o FMI o e usar em planilhas? Quer mon-
governo brasileiro se obrigou a pu- tar gráficos comparativos online?
blicar indicadores no padrão FMI.
NT E Quer tudo isso de graça? Acesse:
Aproveite-se disso. A página do RTA
M P O https://www3.bcb.gov.br/sgspub/
Bacen para o PEDD é atualizada I localizarseries/localizarSeries.do?meth
diariamente: od=prepararTelaLocalizarSeries
Ainda no site do Bacen, leia: http://www.bcb.gov.br/?SERIEBALPAG
3 - FIPE
Nem só de veículos vive a Fipe. Quer uma dica? Troque a leitu- ções relevantes. Você vai ganhar
O site da fundação tem boletins ra diária de cadernos econômicos tempo, qualidade de vida e infor-
econômicos mensais e muita in- de jornais mal escritos pela leitura mações mais importantes.
formação. mensal ou trimestral de publica- http://www.fipe.org.br/web/index.
asp
4 - IBGE
Facilidade na navegação não é Exemplo de série importante
o forte do IBGE. O Instituto tem http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/ para o câmbio, por exemplo:
muita informação e até quer pas- http://seriesestatisticas.
sá-las a nós. Porém, cria sites mal ibge.gov.br/series.
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/
feitos, sem mapas. É necessário aspx?vcodigo=SCN50&t=capacidade-
default.asp
paciência para encontrar alguma necessidade-liquida-debr-
financiamento-valores
coisa lá.
INDICADORES A
ACOMPANHAR
1 - META SELIC
Trata-se da variável mais im-
30,00
portante para o investidor em Te-
souro Direto. Porém, obviamente,
25,00
o gráfico da Selic, por si só, não
será capaz de indicar a estratégia
20,00
a seguir.
15,00
Adiante ensinaremos a enri-
quecer esse gráfico com outros in-
10,00
dicadores.
O gráfico, porém, é capaz de
5,00
demonstrar tendências de prazos
mais longos (como as que serão
- discutidas na Parte Teórica).
No gráfico ao lado, podemos
0
3
2
5
t-0
t-0
n-0
n-0
v -0
v -1
r-1
r-1
r-1
v -0
v -0
z -0
z -0
Ou
Ma
Ma
Ab
Ja
Ja
Fe
Fe
No
No
De
De
E
A Meta Selic Mensal para atualização de nossas tabelas,
ANT
IMP
ORT http://portaldefinancas.com/selic1415.htm
você encontra no Portal de Finanças: (usar Anual Overnight)
2 - PIB
No site do IBGE você pode aces-
10,0
sar trimestralmente as Contas Na-
cionais.
8,0 Baixe as tabelas completas no
formato .zip e abra. Há várias in-
6,0
formações, de vários setores em
4,0
bases acumuladas ou com diver-
sas referências.
2,0 O dado que mais nos interessa
é a seqüência do PIB no “Acumu-
0,0
lado em 4 trimestres” (12 meses).
.IV
.IV
.IV
.IV
.IV
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.IV
.IV
.IV
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.IV
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.IV
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Elaborado o gráfico com apenas
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19
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20
20
20
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20
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20
20
-2,0
% Desemprego
14 O que tem a ver desemprego
com tudo o que aqui se fala?
12
Acredite, desemprego e infla-
10 ção estão diretamente relaciona-
dos.
8
Na parte teórica vamos ex-
6
por os motivos pelos quais quando
o desemprego atinge níveis muito
4 baixos (nível de pleno emprego)
2
(lembre-se que desemprego zero
é impossível), há pressão inflacio-
0 nária muito forte.
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Embora o nível de desem-
ta
Da
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05
prego não seja uma variável
em nosso método, tenha em
https://www3.bcb.gov.br/sgspub/ mente que ele influencia a infla-
localizarseries/localizarSeries.do?method= ção e, por conseqüência, a curva
prepararTelaLocalizarSeries de juros.
4 - IPCA & IGPM
% Anual
30
Junto com as informações do
PIB, os indicadores de inflação
são as variáveis mais importantes
25
a influenciar a curva de juros.
Partimos do pressuposto, cla-
20
ro, que os governantes brasileiros,
atuais e futuros, não têm ou terão
15
condições políticas de governar
IGPM com hiper-inflação, como ocorreu
10
IPCA no passado brasileiro.
Dessa maneira, pressupomos
5
que o governo agirá para comba-
ter a inflação. A tempo, ou mesmo
0
a destempo, mas agirá.
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Além disso, consideramos que
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06
-5
a política monetária é um dos ins-
trumentos (em conjunto com a
https://www3.bcb.gov.br/sgspub/ política fiscal) para atuar perante
http://www.sidra.ibge.gov.br/snipc/
localizarseries/localizarSeries.do?meth
tabelaIPCA.asp?o=3&i=P a inflação.
od=prepararTelaLocalizarSeries
GRÁFICOs
A TRAÇAR
1 - PIB x SELIC
Falar para comprar os pré-
fixados antes da queda da Selic é
ID ENTIAL
NF fácil, difícil é saber quando se dá
O
C
SEC
Então veja o sensacional
P
INFORMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA.
O
gráfico ao lado, pois você está
T
raros traçam esse gráfico!
prestes a conhecer a mais poten-
C
O
16,00% NF
te arma na elaboração de uma
IDE
NTIAL
14,00%
estratégia de Tesouro Direto.
12,00% A curva da Selic é uma curva
similar à do PIB, mas defasada!
10,00%
O que isso significa? Significa
8,00% que, ao traçar a curva do PIB,
6,00%
você saberá de antemão o des-
tino da Selic!
4,00%
Se a curva do PIB fizer uma in-
2,00% versão (estava subindo e passou a
0,00%
descer, ou o contrário), você es-
tará um passo à frente do merca-
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-2,00%
do para saber que a Selic também
Selic PIB
-4,00% inverterá a sua tendência.
Como traçar o gráfico PIB x selic
IDE
NTIAL Se a melhor medida pré-queda
NF
da Selic é o PIB, a melhor medida
O
RE T
C
S E C
TOP
C pré subida é a inflação.
O governo não vai elevar Selic
O
NF
IDE
NTIAL
16,00%
porque o país voltou a crescer.
14,00%
Vai elevar quando necessário para
12,00% conter a inflação.
10,00% As duas medidas de inflação
funcionam como médias móveis,
8,00%
uma vez que o IGPM é uma me-
6,00%
dida mais rápida, que é posterior-
4,00% mente seguida pelo IPCA.
2,00% Quando a linha do IGPM corta
o IPCA de baixo para cima, isso
0,00%
significa uma tendência de alta
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08
-2,00%
inflacionária (que provavelmente
IPCA Selic IGPM
-4,00% será combatida pelo Bacen quan-
do chegar a níveis que incomo-
dem ao governo).
TAXAS X META SELIC - sempre juntas?
Selic.
12,00% Às vezes dá a impressão de que
o Bacen passa na frente do CMN e
10,00%
já adequa a taxa de contratação.
8,00%
No caso ao lado, vemos que a
taxa de contratação (NTN-F 2017)
6,00% passa a largo da inflação ou selic.
Ocorre que, como a taxa já esta-
4,00%
va bastante alta (motivos de ins-
2,00%
tabilidade política internacional
- quando um aumento da Selic é
0,00% usado para conter a fuga de dó-
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lares do país), ela não subiu mais
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-2,00%
por conta de aumento da inflação.
Taxa Venda 9:00 Ipca 12 meses Igpm 12 meses Meta Selic
13,00%
12,50%
12,00%
11,50%
11,00%
10,50%
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Taxa Venda Meta Selic
Nesse caso, podemos ver que que a queda da taxa de contrata- você aproveite boa parte do movi-
a taxa de contratação começou a ção reflete um início de tendência mento de queda.
cair quase um mês antes do anún- de queda dos juros, não somente É possível a utilização, com-
cio da queda da Selic. uma ondulação. O segredo, vamos plementar, do índice DI futuro na
Porém, como há uma ondula- deixar claro no roteiro prático Bovespa. Porém, lembramos que
ção mesmo dentro da normalida- logo a seguir, é acompanhar os nú- qualquer análise somente com
de (quando a taxa de contratação meros do PIB e, começando a ha- base no DI Futuro é grafista e,
“anda de lado”), somente cerca ver queda, passar a acompanhar o não, econômica. Por isso lembra-
de uns 10 a 15 dias antes do anún- IACE/FGV. Esses dados apontarão mos que é apenas uma estratégia
cio da queda da Selic percebe-se a queda com tempo hábil para que complementar.
BÔNUS: contratos de juros futuros
na BM&F indicam tendências?
Vimos uma entrevista indican-
do compra de títulos pré-fixados,
pois os “juros futuros” haviam
“embicado” para baixo.
Não negamos que o gráfico de
DI Futuro dê uma visão clara de
movimentos PASSADOS, porém,
temos que discutir com cautela
sua utilidde para prever condi-
ções futuras.
Comparada a rentabilidade
ofertada na NTNF 2017 com o
contrato de DI futuro para janei-
ro/2015 (DI1F15, da BMF), vimos
que a curva de juros futuro não
é adiantada, nem retardada, em
Gráfico Taxa de contratação NTNF 2017 x DI Futuro na BMF&Bovespa
relação à taxa de contratação re-
alizada pelo Tesouro.
A questão que fica, e para a
qual ainda não obtive resposta, é acessar DI futuro é o Dotstock: Dessa maneira, NÃO UTILIZE A
a seguinte: o DI futuro reflete as TAXA prevista para o futuro como
http://dotstock.com.br/futuros/
taxas oferecidas de determinado uma real expectativa de taxa.
dia, ou as taxas refletem o DI fu-
Não use a prevista para o futu-
turo? Enfim, o Tesouro acompanha http://dotstock.com.br/futuros/
ro como uma real expectativa de
o Mercado, ou o inverso? historico.php?c=DI1&v=F18
taxa!
Bom, essa é a velha pergunta
sobre o que vem antes: o ovo, ou a O que você pode usar (caso
QUAL A IMPORTÂNCIA DO DI
galinha? Enfim, a resposta não im- queira complementar as informa-
FUTURO? COMO ELE SE ENCAIXA
porta, mas saber que ambas taxas ções indicadas pelos dados eco-
EM NOSSA ESTRATÉGIA?
andam juntas é, sim, importante. nômicos concretos) é a DIREÇÃO
Na primeira versão desse Em primeiro lugar, como se do movimento da taxa, conforme
ebook, dissemos que tanto fazia pode ver no gráfico da página an- os gráficos de DI Futuro. Ou seja,
acompanhar o DI futuro ou a taxa terior, o DI Futuro é, tradicional- acompanhe a tendência o movi-
presente divulgada no site do Te- mente, acima do CDI da data pre- mento, não o valor em si.
souro. sente, tanto se a expectativa for
Porém, a prática mostrou que COMO DITO ATRÁS, É verdade
de alta, quanto de baixa da selic. que a taxa contratada dos tí-
é muito mais fácil acessar gráficos Enfim, mesmo em um cenário tulos do tesouro pode mudar
de DI Futuro, disponíveis prontos de queda da selic, se você ler o antes mesmo que a Selic seja
em vários sites da internet, do que Relatório Focus, por exemplo, po- alterada.
baixar tabelas e montar gráficos derá ver expectativas futuras de
de taxas de contratação (todos os Selic mais altas do que a atual. Ocorre que, supondo que as ta-
dias, pois as taxas são diárias) do xas de contratação sigam o mer-
Tesouro. https://www.bcb.gov. cado (e não, o contrário, como
Um site bastante prático para br/?FOCUSRELMERC
discutido acima), pode ocorrer de
o mercado algumas vezes “ante- ada em um grau de especulação juros com a ressalva de que qual-
ver” (talvez por ter contato dire- extremamente alto e que não re- quer atitude tomada antes de ter-
to com quem decide sobre a taxa) comendamos, em princípio. -se os dados econômicos em mãos
uma mudança no rumo da Selic A notícia boa é que é possível, é uma atitude baseada em opinião
(lembrando: caso as taxas sigam sim, obter alto retorno, mesmo dos outros (mesmo que “os ou-
o mercado) e, assim, as taxas de que o “pico” das taxas tenha pas- tros” seja o mercado).
contratação podem começar a su- sado. Analise a seguinte situação: Além disso, por se tratar de
bir ou cair antes mesmo da divul- Você obtém um retorno de 45% análise puramente grafista (ou
gação de nova selic. em um ano, com ampla seguran- técnica), a interpretação pura do
De quê isso importa? Isso im- ça. Por outro lado, alguém que gráfico de DI Futuro pode enganar
porta porque, quando divulgados correu maiores riscos obteve um o investidor.
dados negativos de PIB, por exem- retorno de 55% no mesmo perío- Por exemplo, é comum inter-
plo, pode ocorrer de o “pico” das do. Pergunta-se: o seu retorno foi pretar-se uma tendência de cur-
taxas de contratação já ter passa- ruim? to prazo de queda dentro de uma
do. Partimos do pressuposto que o longa tendência de alta, como
Porém, isso não altera nosso seu retorno foi excepcional, e que uma reversão de tendência.
“gatilho” de compras, que será o fato de alguém ter tido um re- Enfim, você acha que os juros
exposto mais à frente, com base torno ainda maior (correndo mais vão começar a cair (pois estão
nos dados econômicos divulgados riscos, às vezes desnecessários!) caindo em determinado ponto do
(PIB, Inflação, etc.). Pois somen- não invalida o excelente ganho gráfico) e, todavia, é surpreendido
te com os dados econômicos em que você obteve. com uma retomada forte de alta.
mãos, você tem um grau razoável Assim, recomendamos o acom- Por isso, recomendamos que
de certeza do movimento das ta- panhamento das taxas de DI Futu- seja feito, mas com a máxima
xas de juros. Qualquer antecipa- ro para complemento da percep- cautela, o acompanhamento do
ção aos dados econômicos é base- ção de movimento das taxas de chamado DI Futuro.
Juntando tudo:
A Estratégia
na Prática
ROTEIRO
ATUALIZE OS GRÁFICOS. e política, a matemática só dá indicação). 80% x 20%).
Trimestralmente, quando o IBGE pu- Você perceberá o fundo quando a situ-
blicar os dados do PIB, atualize suas pla- ação for oposta: PIB retomando caminho Defina sua alocação den-
nilhas contendo: PIB, Selic, IGPM e IPCA. ascendente, após longa baixa e IGPM co- tro dOS TÍTULOS PRIVADOS.
meçando a subir rapidamente. Avaliamos os ciclos econômicos brasi-
Avalie em qual ponto da Outro indício, complementar à análi- leiros a partir de 2000 até o presente e
Curva de juros você está. se, é o fato de o gráfico de DI Futuro estar constatamos que esses ciclos tiveram du-
Suponhamos que o momento inicial também em queda. ração média de 2,78 anos, ou seja, 2 anos
em que você passará a adotar a estratégia e nove meses (menor ciclo com duração
seja um momento de Selic em seu pico (ou Defina seus percentuais de 2,25 e maior com 3,34).
próximo dele. de alocação em tesouro e
renda fixa.
NTIAL
IDE
NTIAL NF
IDE O
RET
NF
C
O
ECRE
T No Método Carteira Rica, orientare- SEC
C
P S TOP
TO
C
mos qual percentual você deverá alocar a
O
NF
IDE
C
NF
O NTIAL
IDE
NTIAL
Guinada no PIB:
16,00%
14,00%
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
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04
08
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04
08
12
04
08
-2,00%
IACE é a sigla para “Indicador Antecedente de Ciclo Econômico”, o qual, segundo a FGV, previu todas as
últimas recessões do país. Basicamente, trata-se de um índice bastante rápido da atividade econômica no
país. Não é necessário traçar gráficos do IACE em tempos normais, ou mesmo acompanhá-lo. Porém, após
resultados decepcionantes do PIB, deve-se acessar o site da FGV e ver o relatório do IACE que é mensal, para
buscar saber se a queda foi isolada, ou se é uma tendência. O IACE não tem página própria, é necessário
acessar o site: http://portalibre.fgv.br/ e pesquisar pelo termo “IACE” por data de publicação.
UMA CARTEIRA HIPOTÉTICA:
CICLO (em geral, 2 a 3 anos, mas não necessariamente)
Atenção: Nossa área de debates tem várias sugestões de carteiras, conforme o perfil do investidor.
PARTE TEÓRICA
O que são juros?
Juros representam a remuner- Retirando a variável tempo (de- zero, a taxa de juros se aproxima
ação pelo uso de um bem de ter- rivada da função montante de ju- da compensação pela cessão do
ceiro (moeda) por um período. ros), temos a taxa de juros, que, uso imediato da moeda. Sendo
Sua existência parte do pressu- basicamente, é composta por duas maior o risco, acresce-se um valor
posto de que é mais vantajoso de- parcelas: a título de “seguro” contra a que-
ter dinheiro agora do que no fu- A compensação acima men- bra do tomador.
turo e que abrir mão da moeda no cionada;
presente gera um aborrecimento, Um acréscimo referente ao
uma limitação à liberdade do pro- risco do inadimplemento do toma-
prietário da moeda, que deve ser dor.
compensada. Quando o risco é próximo de
D eter m inaçã o
da taxa de juros
Fator risco
A variável “risco” é medida por estoque de dívida daquele país e o pagamento do serviço da dívida
fatores como a capacidade finan- seu PIB, ou melhor, e a receita to- (serviço da dívida é o montante de
ceira do tomador e sua disposição tal do governo (que é percentual juros a ser pago em determinado
a pagar suas dívidas, voluntária ou do PIB). O nível de gastos do go- ano).
compulsoriamente. verno influencia esse risco, pois
No caso de Estados Nacionais, a haverá superávit capaz de servir à * A explicação de superavit e
disposição em pagar dívidas é re- dívida se as receitas menos os gas- deficit foi simplificada, porém, a
presentada pelo histórico do país tos governamentais forem bastan- fórmula completa para esse cálcu-
(moratórias, v.g., contam nega- te positivos, ou haverá déficit se lo consta das Contas Nacionais pu-
tivamente) e a capacidade finan- as receitas menos os gastos forem blicadas pelo IBGE, como se verá
ceira é dada pela relação entre o pouco positivos, insuficientes para no devido momento.
Fator compensação pelo uso
A variável “compensação pelo ceber, de antemão, emerge da ça, que pode se concretizar, ou
uso imediato da moeda” quase comparação da taxa de juros pra- não, no crescimento de um país
nunca é abordada em livros de ticada em países de alto PIB/per (se a expectativa de crescimen-
economia, pelo menos nos tradi- capita (PIB dividido por número to de um país é grande, os atores
cionais, pois é considerada auto- de habitantes) com a taxa de juros econômicos preferirão alocar seu
-explicativa. em países menos integrados: em dinheiro em ativos de risco atre-
Pois bem, não é auto-explica- geral, as taxas de juros de países lados ao nível econômico (ações
tiva e uma boa compreensão des- como EUA, Alemanha, são muito de companhias, por exemplo) a
se fator tanto matemática quan- inferiores às taxas de países como alocá-lo em títulos públicos.
to financeiramente pode ajudar Brasil, Peru, China. Porém, e isso não é dito nos li-
na identificação de tendências de Erra quem atribui essa diferen- vros, o pressuposto de expansão
longo prazo da economia, sejam ça somente à componente risco da econômicas a taxas constantes é
elas visíveis no curto/médio pra- taxa de juros. bastante irracional, como vere-
zo, ou não. A compensação pelo uso ime- mos agora.
Uma correlação fácil de per- diato da moeda embute uma cren-
FORÇA DE QUEDA NO LONGO PRAZO
+25
+25 150%
200% 50
25
Você já parou para pensar por 100%, ao passo que se um país que mento percentual da economia
que a Índia, a China, o Peru conse- possui renda per capita de 20.000 que se pode esperar dos EUA é in-
guem crescer a 10% a.a.? tiver o mesmo aumento, este será finitamente inferior.
Isso se dá porque a base com- de 5%. Quanto maior for o estoque de
parativa anterior é baixa, ou seja, Assim, a base comparativa an- capital de um país (estoque de ca-
se um país tem renda per capi- terior do PIB dos EUA, em termos pital é o capital que esse país acu-
ta de 1.000 e cresce para 2.000, per capita, é muito superior à da mulou ao longo de sua história,
houve um aumento percentual de Índia, de maneira que o cresci- está expresso em infra-estrutura
em geral, rodovias, pontes, bem das (adiante veremos o Balanço que a remuneração do capital em-
como prédios, etc.), maior a di- de Pagamentos de um país), por pregado na produção seja cada
ficuldade física (limitações de vo- meio da qual os países onde se lo- vez menor em termos percentu-
lume de matérias-prima, de mão- calizam as filiais remetem o lucro ais (ROI - return on investment).
-de-obra, etc.) em se manter um por elas auferido aos países das Lembramos que a guerra ou os
incremento percentual no pata- matrizes das corporações multi- fatores acima não são benéficos,
mar anterior. nacionais. Em outras palavras, o pois causam primeiro o prejuízo, a
Muitos podem alegar que um crescimento de países como EUA destruição, para depois causarem
incremento no PIB de países como e Alemanha é totalmente depen- o crescimento.
os EUA ainda é possível de ser vis- dente de suas relações com o ex- E o que o juros tem a ver com
to. Correto, em parte. Primeiro, terior, e não mais de produção lo- o crescimento de uma economia?
é impossível ver os EUA crescendo cal. Explicamos: quanto menor o ROI
a taxas de países em desenvolvi- Enfim, a menos que haja uma potencial em uma economia, me-
mento. guerra interna, ou que as máqui- nor a compensação a ser paga ao
Ocorre que um dos fatores que nas, rodovias e prédios sejam con- detentor de riquezas para que ele
sustenta um incremento no PIB siderados obsoletos e necessitem a empreste a alguém no presen-
dos EUA é a transferência de ren- ser reconstruídos, a tendência é te. Se a pessoa não tem como in-
vestir o seu dinheiro e multiplicar se bem que a história recente do No longo prazo, porém, a taxa
seu capital, ela terá de aceitar um Brasil a tem comprovado. de juros brasileira deve, compul-
juro menor para abrir mão desse No caso brasileiro, tal tendên- soriamente, cair, tanto pela falta
capital no presente. cia de queda da taxa será ainda em geral de motivo, quanto pelo
Assim, há uma tendência de mais forte do que nos demais pa- aumento crônico do estoque de dí-
queda da taxa de juros no longo íses, uma vez que nossa taxa de vida, o que tornaria impraticável
prazo, o que torna interessantes juros real sempre figura entre as ao governo, dentro do orçamento
os títulos pré-fixados, total ou maiores do mundo. (ou seja, sem deficit e, por con-
parcialmente. Embora, como ve- A alta taxa de juros relativa no seqüência, novos financiamentos)
remos adiante, haja tendências Brasil não tem suporte em falta de continuar pagando taxas exorbi-
em sentido contrário. estoque de capital, mas antes em tantes.
Títulos totalmente pré-fixados um histórico de inflação, levan-
são as LTN e as NTN-F e títulos do a inflação inercial, e em uma
mistos são as NTN-B e as NTN-C, incrível propensão à inflação por
por exemplo. questões de demanda (incluindo
A base desta teoria é antes físi- maus hábitos de consumidores e
ca e matemática do que histórica, governantes).
FORÇAs de alta
Apesar do que já falamos até Aumento de risco Para monitorar o risco, deve-se
agora, lembramos que existem Além disso, não podemos incor- acompanhar a evolução da dívida
outras forças atuantes em sentido rer no mesmo erro que a maioria bruta e da dívida líquida em re-
contrário ao acima mencionado. (aqueles que consideram a taxa lação ao PIB do país ao longo do
de juros apenas em função do ris- tempo. O mercado também costu-
Oscilações co) e ver apenas uma componente ma basear-se nas agências de ra-
Em primeiro lugar, a taxa de da taxa. Como dissemos acima, a tings (ainda que as classificações
juros oscila, ou seja, ela não se taxa de juros é a soma do risco de destas empresas sejam totalmen-
movimenta na forma de uma reta, inadimplemento mais a remunera- te enviesadas).
mas na forma de uma senoide. ção da compensação. Se o percentual dívida/PIB es-
Dessa maneira, é importante pro- Logo, temos que analisar a ten- tiver aumentando, estará havendo
curar adquirir os títulos nos pon- dência do risco Brasil, pois esse um aumento de risco; se estiver
tos superiores da curva, e não, em também influenciará a remunera- diminuindo, o risco estará dimi-
seus fundos. ção dos juros reais.
nuindo. Se o próprio PIB cair, como camente interna, ou seja, mensu- panha, Itália, Portugal, têm dívida
ocorreu na Grécia, isso também rada em reais, o que praticamente externa e correm risco de default,
eleva o risco, já que a receita dos torna impossível a moratória, mas, pois podem não ser capazes de an-
governos é um percentual do PIB. por outro lado, torna possível uma gariar Euros suficientes para o pa-
Esse risco de crédito de que tra- inflação galopante diante de im- gamento de suas obrigações.
tamos leva a um consequente ris- pressão de moeda pelo Tesouro Por outro lado, países como EUA
co para os títulos pré-fixados, to- para pagar as dívidas. e Brasil têm débitos em moeda lo-
tal ou parcialmente, uma vez que Essa é uma diferença funda- cal, podendo ordenar a impressão
a tendência dos juros é aumentar mental entre os países com dívi- de moeda para pagar a dívida, de
quando o tomador tem sua capa- da interna e os países com dívida maneira que o risco de calote é
cidade financeira comprometida. externa (há também, claro, países praticamente zero (no caso dos
Esse risco aos títulos pré-fixa- credores internacionais, como a EUA, como o teto da dívida tem
dos também pode ser expresso em China): o fato de o país deter, ou que ser aprovado pelo Congresso,
termos de inflação possível acima não, o controle sobre a emissão da há um certo risco político de mo-
da imaginável agora. moeda em que está expressa sua ratória).
Isso se explica porque, atual- dívida. Por isso a celeuma de calote
mente, a dívida brasileira é basi- Assim, nações como Grécia, Es- pelos EUA não tem fundo financei-
ro, é questão meramente política rido por um mercado com maior mente pré-fixados (NTN-B e C)
(só darão o calote se quiserem). quantidade de moeda em circula- correm um risco pequeno, muito
Os EUA tem aumentado a quan- ção, o que apenas fará os preços difícil de seu rendimento se tor-
tidade de moeda em circulação, se equilibrarem para um patamar nar negativo, embora, quanto
imprimindo novos dólares para superior). maior a inflação, maior o percen-
pagar suas dívidas e levando uma Assim, os títulos pré-fixados tual de incidência do imposto de
enxurrada de dinheiro barato com correm maior risco que os pós- renda sobre a remuneração extra
o QE3 (Quantitative Easing 3) ao -fixados se o ambiente tender a pré-fixada e, conseqüentemente,
redor do mundo. Tal fato tem le- super-inflação. menor a rentabilidade real.
vado um impulso inflacionário ou- Os títulos totalmente pré-fixa-
tros países, inclusive ao Brasil. dos (LTN, NTN-F) correm o grande Exemplificando:
A impressão de moeda, toda- risco, obviamente, podendo ter Inflação zero + 6% de remune-
via, tem seu efeito colateral, a rendimento real negativo pois a ração pré-fixada = 6%.
saber, a inflação (pois o produto, inflação pode, em tese ser, inclu- Menos 15% de I.R. longo prazo
medido pela quantidade de bens sive, superior ao rendimento no- leva a rentabilidade real e nomi-
e serviços produzidos pelo país, é minal. nal de 5,1%.
o mesmo, mas passa a ser adqui- Ao passo que os títulos parcial- Inflação 14% + 6% de remunera-
ção pré-fixada = 20%. anterior a respeito de serem van- Não vemos, todavia, o risco
Menos 15% de I.R. longo prazo tajosos títulos pré-fixados devem como algo ruim. Pelo contrário, o
leva a rentabilidade nominal de ser reavaliadas diante do cenário objetivo deste curso é justamente
17%, mas rentabilidade real de econômico e da disposição políti- preparar o investidor para detec-
apenas 3% (metade da rentabili- ca dos diversos governos. tar movimentos esperados no cur-
dade nominal pré-fixada). Logo, ainda que tendamos a to/médio prazo na curva de juros
Cenário de rendimento real ne- crer que os títulos parcialmente de maneira a obter retornos no
gativo em NTN-B: pré-fixados sejam, no longo pra- longo prazo muito superiores.
6% remuneração pré-fixada + zo, a melhor alternativa de inves-
inflação de 50% = 56% timento (para quem não desejar
Menos 15% de I.R. longo pra- operar a volatilidade dos juros no
zo leva a rentabilidade nominal a curto/médio prazo), por concilia-
47,6%, de maneira que a rentabi- rem baixo risco e retorno acima da
lidade real seria negativa em 2,4% média da economia, ainda assim,
(se deduzida a inflação). temos que ressalvar a existência
Assim, as inferências do tópico de risco.
Força dos serviços inúteis boa parte de seus ganhos com- entre todos os países.
A economia moderna gira em prando sabão, água e canudos ex- Porém, se tal país existisse
torno de algumas premissas bási- clusivamente para fazer bolhas de com fronteiras abertas, toda essa
cas. sabão. Suponhamos que houvesse inutilidade teria valores expressos
Uma delas é a de que a moeda campeonatos de bolhas de sabão, em moeda intercambiável.
é o meio universal de troca e men- locutores, mídia enviando repór- Nesse segundo contexto, a
suração de valor. Ou seja, pratica- teres para todos os lados a cobrir obsessão por bolhas de sabão in-
mente qualquer bem pode ter seu as novidades da bolha de sabão. fluenciará diretamente o câmbio
valor expresso em moeda (e todo Possivelmente, como boa par- deste país, tornando-o mais des-
bem no mercado o tem) e consi- te dos esforços (energia consumi- valorizado.
dera-se que, uma vez expresso o da) deste país são voltados para Porém, suponhamos que os de-
valor em moeda, o valor de tal algo em que não vemos utilidade, mais países do mundo descubram
bem é imediatamente comparável se um de nós fizesse uma viagem a alegria de fazer bolhas de sa-
a todos os demais bens disponíveis a tal país, certamente acharia o bão e, por todo o lado, as pessoas
no mercado). povo atrasado em áreas que julga- saiam lançando suas borbolhas ao
Assim, suponhamos um país de mos essenciais, considerando que ar. E mais, para aprender a fazer
fronteiras fechadas em que oiten- o estado da técnica fosse o mesmo a bolha perfeita, os demais paí-
ta porcento da população gaste
ses do mundo pagam consultorias economia mundial, sua produção Em resumo, queremos demons-
milionárias aos experts do país e consumo interferem diretamen- trar que a invenção de serviços
inventor da moda, além de pagar te tanto no PIB dos países, quanto inúteis, quaisquer que sejam,
mais caro pelo sabão vindo daque- nos saldos do balanço comercial e principalmente se passíveis de im-
le país, por suas qualidades ex- de serviços (diferença entre o que portação/exportação, é capaz de
cepcionais na produção de bolha. o país exporta e o que importa). influenciar as variáveis agregadas
Nesse último caso, tudo inverte Assim, novas escolas de bolhas das economias nacionais, poden-
de figura. de sabão, consultorias e demais do, inclusive, interferir na taxa de
Na economia capitalista, o va- serviços movimentam a economia crescimento e, por conseqüência,
lor de qualquer bem ou serviço é e geram riqueza, financeiramente na taxa de juros de equilíbrio em
dado pela disposição do mercado falando. um país.
de absorvê-lo, ou seja, pela de- Lembrando que, mesmo no pri- Dessa forma, o fator inovação
manda. Assim, deixa de existir meiro exemplo, da economia fe- inútil (cada um que substitua a
qualquer valor intrínseco às coi- chada, a produção de bolhas de expressão pelo que bem enten-
sas. sabão já interferia no PIB do país, der: vídeo-games, campeonatos
Se a produção de bolhas de sa- já que era trocada por moeda no desportivos, mídias sociais, etc.)
bão está totalmente integrada à mercado local. pode e é capaz de manter um ní-
vel crescente de demanda agrega- manter a taxa de crescimento e, persistentes do ponto de vista das
da (demanda agregada é o conjun- portanto, a taxa de juros (arti- famílias, tais setores tendem a ser
to de toda a procura por bens em ficialmente?) a níveis elevados, comprimidos ou até eliminados
uma economia, trataremos disso contrariando a tendência que em alguns casos.
melhor no capítulo sobre Contas mencionamos, de queda. Porém, a tendência dos serviços
Nacionais), o que pressiona a taxa Há que se pesar todas as forças inúteis (ou, em outras palavras,
de juros de equilíbrio a níveis su- e ver quais as mais fortes em de- de necessidades artificialmente
periores (deslocando a chamada terminado momento. Ressaltamos criadas) segue forte e “seguran-
curva IS para a direita, conforme que, por se tratarem de setores do” o nível de crescimento de
também veremos adiante). econômicos que “giram no ar”, economias e o nível das taxas de
Concluindo, a capacidade de em um ambiente de crise crôni- juros.
“inovar” é um fator capaz de ca, com restrições orçamentárias
p e n s o u e m in v e stir na Áfri-
Já
A s g ra n d e s m u lt is brasilei-
ca?
e s tã o lá . M a rc opolo no
ras já
empreiteiras
Egito e várias
nente.
por todo o conti
Integração de novos mer- manda por novos bens e serviços, da se poderá buscar a integração
cados o que levou a economias expor- das populações amazônicas (quan-
A tendência à redução da ren- tadoras de commodities (como o to aos grandes bolsões de miséria
tabilidade percentual do capital Brasil) a crescerem a reboque de do sul e sudeste, isso não ocorre
também é reversível momentane- tais países. Esse tipo de expansão na mesma proporção), buscando-
amente com a integração econô- por descobertas de novas frontei- -se manter a taxa de crescimento
mica de novos mercados à econo- ras é capaz de inverter (enquanto (e, por conseguinte, a taxa de ju-
mia globalizada mundial. durarem) a tendência de queda da ros).
Recentemente foram integra- rentabilidade. No nível mundial, os países cen-
dos à economia capitalista mun- Porém, à medida que essas trais, inclusive os Brics já voltam
dial os países do leste europeu, grandes economias vão se tor- seus olhos para o mercado africa-
Rússia e China. nando cada vez mais niveladas ao no, a última grande fronteira do
Com o processo de integração conjunto do sistema, diminui a ca- mundo para a globalização total.
dessas enormes populações ao sis- pacidade marginal de expansão. Esse fenômeno da integração
tema, foi gerada uma enorme de- No caso interno brasileiro, ain- leva, necessariamente a uma alta
do produto por diversos fatores. mesmos bens e serviços passam a a dica àqueles que têm interesse
Entre eles, destaca-se o fator de integrar o PIB. de investimento em imóveis: in-
que, em economias tradicionais e Esse processo de substituição, vestir em imóveis de menor valor
fechadas, as famílias produzem, ainda que não leve imediatamente e em locais mais remotos é inves-
em casa, grande percentual dos a um patamar superior de qualida- timento mais seguro que nos gran-
bens e serviços que são necessá- de de vida, gera, por si, uma ex- des centros.
rios à manutenção da vida. pansão econômica, trazendo tais Lembramos que, assim como no
As famílias têm suas hortas, bens e serviços a serem geridos nível internacional, no nível inter-
lavam roupas em casa, produzem pelas leis do mercado. Inclusive, no também ocorrem transferên-
móveis artesanalmente, reparam gera-se oportunidade de agentes cias de renda, de maneira que as
as roupas danificadas. econômicos (inclusive estrangei- empresas que lucram nas regiões
À medida que ocorre a integra- ros) de se inserirem nessas esferas mais remotas possuem sede, mui-
ção capitalista da economia, tais da manutenção da vida antes con- tas vezes, nas regiões centrais,
serviços passam a ser oferecidos e troladas de maneira familiar e no ocasionando um envio de recursos
demandados no mercado. Assim, a círculo local. que pode sustentar a expansão
comida é comprada no supermer- Somando essa apropriação pelo econômica (mais frágil) dos gran-
cado, os móveis são comprados e mercado de novas esferas da vida des centros por um determinado
são contratadas faxineiras e cos- à mencionada pequena base de tempo.
tureiras. comparação (pois o estoque de De qualquer forma, reiteramos
Enquanto fora do mercado (en- capital é baixo em tais comunida- que as melhores oportunidades de
tre família e vizinhos), tais bens e des), temos altas taxas de cresci- investimento estarão sempre em
produtos não são levados em conta mento nessas regiões. regiões ainda em processo de in-
no cálculo do PIB, são irrelevantes De maneira que, embora esse tegração.
para a economia. Já no segundo material seja dedicado a uma
caso, há circulação de moeda e os análise do mercado de juros, fica
dinâmica no
curto/médio
prazo:
Conceitos
fundamentais
Na primeira parte do curso, A partir desse ponto, passa- der movimentar-se com a flexibi-
abordamos os grandes fatores que remos a abordar os instrumentos lidade necessária para garantir os
influenciam as taxas de juros. Co- necessários à compreensão de retornos mais elevados do que o
meçamos pela grande tendência curso prazo dos movimentos nas simples comprador de títulos pú-
econômica de longo prazo, segui- taxas de juros. Serão abordados blicos.
da pelas outras fortes tendências conceitos e relações que o inves-
contrárias. tidor deve compreender para po-
PREÇO E LEI DA OFERTA E PROCURA
1 996.IV
1 997.IV
1 998.IV
1 999.IV
2000.IV
2001 .IV
2002.IV
2003.IV
2004.IV
2005.IV
2006.IV
2007.IV
2008.IV
2009.IV
201 0.IV
201 1 .IV
201 2.IV
sua evolução no tempo, o inves-
tidor deve ser capaz de perceber
as relações entre as diversas vari- Gráfico Variação de volume % em relação ao trimestre do ano anterior:
áveis, estimando como alterações 50
PIB
pontuais causam impacto nos de- 40
mais agregados. Consumo das Famílias
30
Os agentes capazes de alterar
Consumo da APU
os agregados são as famílias e as 20
-20
balanço de pagamentos
O balanço de pagamentos
aponta as relações do país com o CÁLCULO: 2.1 - CONTA CAPITAL
1.1- BALANÇA COMERCIAL { INVESTIMENTOS DIRETOS LÍQUI-
exterior. É formado por:
{ EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES DE DOS (OS QUE ENTRAM - OS QUE
BENS } SAEM) }
1 - Transações correntes
1.1- BALANÇA COMERCIAL
1.2 - BALANÇO DE SERVIÇOS e 2.2 - CONTA FINANCEIRA
1.2 - BALANÇO DE SERVIÇOS E RENDAS
rendas { CRÉDITOS EXTERNOS LÍQUIDOS
1.3 - TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS
{ (EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES RECEBIDOS }
BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES =
DE SERVIÇOS) + (SALDO DO TURIS-
(1.1+1.2+1.3)
MO) + (RENDAS DE CAPITAL RECE- 2.3 - DERIVATIVOS
BIDAS - ENVIADAS. EX.: LUCROS) + {ATIVOS X PASSIVOS}
2 - Conta Capital e Financeira
SERV. GOV. + DIVERSOS }
2.1 - CONTA CAPITAL
2.4 - OUTROS INVESTIMENTOS
2.2 - CONTA FINANCEIRA
1.3 - TRANSFERÊNCIAS UNILATE-
2.3 - DERIVATIVOS
RAIS 3 - ERROS E OMISSÕES
2.4 - OUTROS INVESTIMENTOS
{ DONATIVOS SEM CONTRAPRES-
BALANÇO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS (2)
TAÇÃO } 4 - SALDO BALANÇO DE PAGA-
MENTOS
3 - ERROS E OMISSÕES
BALANÇO DE TRANSAÇÕES COR- { SOMA DOS ANTERIORES } = SE PO-
4 - RESULTADO DA BALANÇA = (SOMA
RENTES = { 1.1+1.2+1.3 } = SOMA DOS SITIVO AS ENTRADAS DE DIVISAS
DOS ANTERIORES)
ANTERIORES, SE POSITIVO, O PAÍS FORAM MAIORES QUE AS SAÍDAS
5 - CONTA DE CAPITAIS COMPENSATÓ-
VENDEU MAIS DO QUE COMPROU NO MERCADO OFICIAL DE CÂMBIO
RIOS
fluenciando o nosso assunto aqui O Balanço de Pagamentos (BP)
5 - BALANÇO CAPITAIS COM- abordado. deve ser usado em complemento
PENSATÓRIOS
Considerando que a soma final às informações das Contas Nacio-
{ EMPRÉSTIMOS DE REGULARIZA-
ÇÃO PELO FMI + VARIAÇÃO DAS RE-
do BP sempre será zero (em um nais (CN). O item (5), balanço de
SERVAS INTERNACIONAIS. } regime de câmbio flutuante), se capitais autônomos, inclui a pou-
um país vive em deficit na balan- pança estrangeira que está com-
O balanço de capitais compen- ça das transações correntes (4) ou plementando a poupança insufi-
satórios anularão o saldo do Ba- se o superavit está diminuindo em ciente nacional para financiar os
lanço de Pagamentos. Se o saldo tendência firme, uma das situa- investimentos que são feitos (pelo
do balanço de pagamentos for po- ções abaixo estará ocorrendo: governo e pelo setor privado).
sitivo, haverá pagamento de em- Desta maneira, como o PIB é
préstimos ou aumento das reser- Primeira opção: Ou está re- uma função de diversos agregados
vas. cebendo muito investimento es- que levam em conta as transações
trangeiro (5), com o exterior, as CN devem ser
Por que o Balanço de Paga- analisadas em conjunto com o BP.
mentos é importante?
Segunda opção: Ou suas re- Um rápido olhar sobre o BP bra-
Em primeiro lugar, para se de- servas internacionais estão se sileiro demonstra que a balança
tectar movimentos insustentáveis exaurindo (8). comercial, que era muito positi-
na economia que terão de ser re- va e com resultado crescente até
Terceira opção: Está todos os 2006, inverteu de sinal e tem de-
gularizados no futuro mediante,
dias no FMI pedindo recursos e ca- caído desde então, demonstrando
dentre outras coisas, variações no
minhará para a quebra se não to- uma possível sobrevalorização do
câmbio e/ou na taxa de juros, in-
mar atitudes. câmbio brasileiro.
As linhas de “Importações” e
“Serviços e Rendas” são negati-
vas porque representam saídas de
divisas. A Balança comercial é a
soma das exportações com as im- 50000
portações (que têm sinal negati-
40000
vo).
Percebe-se que os serviços e 30000
*_I
*_I
*_I
*_I
*_I
*_I
*_I
_I
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20
20
20
20
cros de filiais para matrizes, sen-
do que há mais filiais no Brasil do -20000
Agora veremos a importân- Assim, as tendências dos agre- natural), inflação e outros custos
cia das Contas Nacionais e outros gados, em conjunto com outras sociais que, embora afirmem os
conceitos para a compreensão dos informações, são boas referências economistas clássicos serem tais
movimentos da taxa de juros. para o investidor desse ponto em distúrbios rapidamente equacio-
Basicamente, a variação na diante. nados pelo mercado (retornando-
taxa de juros influenciará diversos Basicamente, há o chamado -se ao equilíbrio), a prática de-
agregados da economia (e vice- PIB potencial de um país para um monstra o contrário, com pesados
-versa), e, por consequência, o determinado momento, e um cha- períodos de recessão e longo e pe-
chamado Produto (PIB ou PNB, de- mado PIB real, um pouco diferen- noso desemprego durante as cor-
pendendo do movimento das ren- te do primeiro. Essas diferenças reções. De maneira que os gover-
das líquidas com o exterior). levam a desemprego (superior ao nos se utilizam de políticas fiscais
e políticas monetárias para tentar o eixo das ordenadas (eixo a curva LM os pontos de equi-
aproximar o PIB real do potencial vertical) representa a taxa de ju- líbrio entre taxa de juros e Produ-
e manter o nível de atividade eco- ros; to no mercado monetário.
nômica em constante aumento (ou o eixo das abscissas o Pro- O cruzamento entre as curvas IS
com arrefecimentos mais suaves duto (eixo horizontal), ou Deman- e LM dá o ponto de equilíbrio
nos períodos de ajuste). da Agregada (procura total por entre a taxa de juros e o Produto
O modelo mais aceito e utili- bens em um país); de uma determinada economia.
zado para o equacionamento de a curva IS representa os pon- Vamos explicar melhor cada
toda a complexidade envolvida tos de equilíbrio entre taxa de ju- curva.
nessas questões é o chamado IS- ros e Produto (=Demanda) no mer-
-LM, no qual: cado de produtos; e
CURVA IS
m on st ra çõ es m at em át ic as da Curva IS no Youtube:
De
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A chamada curva IS (investi- tiva os poupadores e refreia o mo- o governo pode, por exemplo, au-
mento-poupança) demonstra a re- vimento de expansão econômica. mentar ou retrair seus gastos e in-
lação, já intuitiva para os inves- Fazendo uma relação com as vestimentos. Como Produto = Con-
tidores, de que uma redução na Contas Nacionais, e adiantando sumo + Investimentos, haverá um
taxa de juros corresponde a um o tópico de Política Fiscal, temos impulso para o aumento do produ-
aumento na Demanda Agregada que um aumento nos gastos do to (mesmo que isso gere endivida-
de um país (por via de maiores in- governo será capaz de deslocar a mento do governo, no caso de ele
vestimentos e consumo). Ao passo curva IS para a direita. ser deficitário).
que o movimento contrário incen- Com a chamada política fiscal, Diz-se que esse tipo de política
“desloca” a curva IS para a direi- ção de gastos, etc. têm o efei-
ta (repare que, portanto, a nova to inverso, reduzindo a demanda
taxa de juros de equilíbrio será agregada e movendo a curva IS
em um ponto mais alto tanto de para a esquerda.
juros, quanto de Produto).
Fatores capazes de deslocar a
curva IS para a direita:
• Aumento dos gastos do go-
verno; 6
• Redução de tributos;
• Aumento da renda disponí- 5
vel futura;
4 LM
• Aumento da produtividade
Marginal esperada do Capi- 3
tal;
2 IS´
O aumento de tributos, redu-
Taxa de Juros
1 IS
0
Demanda Agregada _ Produto
. .
MERCADO MONETÁRIO E CURVA LM
Os atores econômicos têm in- despesa) exige uma quantidade do ativo monetário. Diz-se que um
teresse em deter moeda, basica- maior de moeda disponível para agente do sistema financeiro está
mente, por três motivos: transações correntes (ocorrem “criando” ou “destruindo” moeda
• Para uso em suas transações mais pagamentos na economia, há quando a recolhe do mercado, ou
cotidianas (como pagamen- mais “giro”). Assim, a demanda a injeta em circulação.
tos de obrigações); por moeda aumenta conforme o A moeda em circulação e os
• Por precaução; aumento do PIB. depósitos à vista são denominados
• Por especulação (ou seja, Ressaltamos que, em econo- comumente como M1, também
preferem a liquidez para mia, considerando a existência de chamado de “oferta monetária”.
aplicarem no investimento agentes bancários e não bancários, A “oferta monetária” se dife-
mais rentável quando surgir há vários conceitos de moeda, rencia da “base monetária”, uma
uma oportunidade). normalmente denominadas M1, vez que esta inclui as reservas ban-
Um maior nível econômico M2, M3, etc., de acordo com seu cárias. Já M2, M3 são ativos menos
(maior PIB = maior renda = maior grau de disponibilidade/liquidez líquidos, como depósitos a prazo,
títulos com vencimento diferido. que os recursos tomados prova- BC quando quer aumentar a oferta
Também é conceito importante velmente serão depositados no- monetária (diminui o compulsório)
o chamado multiplicador mone- vamente (por quem os tomou ou ou reduzi-la (aumenta o compul-
tário. Muitas pessoas não sabem, por outrem), o mesmo dinheiro sório). Isso é política monetária.
mas se todos os correntistas se di- (lastro) existirá, na forma virtu-
rigirem ao mesmo tempo aos ban- al, multiplicado diversas vezes em POLÍTICA MONETÁRIA
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Como o mercado funciona sob pela falta de novos trabalhadores. de), uma vez que o trabalhador
a lei da oferta e da procura, à me- Enfim, os empregadores entram com mais moeda gastará mais di-
dida que os fatores conjunturais em um sistema de leilão pela for- nheiro, mas para comprar os mes-
(crescimento econômico) levam ça de trabalho, o que leva ao au- mos produtos, já que o aumento
ao pleno emprego da força de tra- mento da renda apenas em termos na oferta de produtos não conse-
balho (população economicamen- nominais (não real, pois a produ- gue acompanhar o ritmo.
te ativa), devido à escassez crô- ção não pode aumentar por falta É algo parecido com o que acon-
nica de trabalhadores, começa a de mais trabalhadores, a menos tece quando a capacidade produ-
haver inflação gerada justamente que haja ganhos de produtivida- tiva da indústria está em 100%.
Não há como produzir mais, logo, a brasileira). cos, estabelecimento de limites
mais demanda levaria somente Em 2013, com taxa de desem- mais curtos para os prazos de fi-
a aumento de preço. Da mesma prego perto de seu mínimo históri- nanciamentos).
forma, mais demanda por traba- co, o Brasil viveu uma situação de Assim, no médio prazo, isso
lhadores em situação de pleno pleno emprego, o que leva a infla- impulsiona a taxa básica de juros
emprego não tem como empregar ção estrutural do setor de servi- para cima, reduzindo a atrativida-
mais, levando somente a inflação. ços e a uma inflação menos do que de dos títulos pré-fixados.
Lembramos que o chamado proporcional no setor de bens, Há que se considerar, também,
pleno emprego corresponde a uma uma vez que há a concorrência de o cenário oposto, a possibilidade
taxa de desemprego diferente de produtos estrangeiros (substitui- de um reajustamento brusco das
zero e que varia conforme a situa- ção do produto nacional pelo im- forças produtivas (recessão), ge-
ção econômica de cada país. portado) e, conseqüentemente, rando desemprego, o que levaria
A taxa de desemprego será um achatamento nas margens das a uma redução da taxa básica (au-
sempre diferente de zero por empresas do setor de produção de mentando a atratividade dos pré-
causa de fatores como a chama- bens em geral (de consumo, de -fixados) com o intuito de reaque-
da fricção (empresas fecham em capital, etc.). cer a economia em um primeiro
algum lugar, empresas abrem em Essa pressão inflacionária cau- momento, e depois um movimen-
outro, levando tempo para os tra- sada pelo pleno emprego pode ser to progressivo de aumento.
balhadores se realocarem) e por reduzida tanto mediante política Essa é a chamada teoria do Tra-
causa do nível cada vez maior de fiscal (redução de gastos ou inves- de-off entre inflação e desempre-
instrução requerido para os novos timentos públicos, redução das go, que significa que um país não
postos de trabalho (e a educação desonerações tributárias), quanto consegue se livrar dos dois males
em nenhum país do mundo conse- por política monetária (aumento ao mesmo tempo (tem que con-
gue acompanhar o ritmo desse au- na taxa básica de juros, aumento viver com uma dessas duas situa-
mento de exigência, muito menos do depósito compulsório dos ban- ções).
Tábuas de variáveis e movimentos
macroeconômicos:
VICECONTI, Paulo E. V; NEVES, Silverio das. Introdução à economia. 8.ed. São Paulo: Frase, 2007. 622 p.
(mais didático).
SACHS, Jeffrey; LARRAIN B., Felipe. Macroeconomia. Sao Paulo: Makron, c2000 904p.
ABEL, Andrew B.; BERNANKE, Ben S; CROUSHORE, Dean. Macroeconomia. 6.ed. São Paulo: Pearson, 2008.
457 p. (livro do ex-pres. do FED. Mas realidade americana diferente da nossa).