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1 Constitucional – dos poderes - João Padoan

Do Poder Legislativo
Na sociedade contemporânea, o poder legislativo exerce diversas funções,
como a constituinte, a legislativa, a fiscalizadora, a investigativa e a
julgadora.
► Funções:
● Função constituinte: quando atua investido de poderes
constituintes, Art.60, o poder legislativo produz normas constitucionais.
O projeto de emenda constitucional deve ser aprovado por três quintos dos
votos duas vezes na câmara dos deputados e duas no senado federal.
● Função legislativa: o poder legislativo cria o direito
infraconstitucional, elaborando e aprovando projetos de lei complementares
e de leis ordinárias. Nesse sentido, atua junto com com o chefe do poder
executivo, que participa com a sanção, a promulgação e a publicação da
lei.
● Função fiscalizadora: Fiscaliza a atividade do Poder executivo,
judiciário e do próprio legislativo. Conta com o auxílio do tribunal das
contas da União, Art.70. No exercício da função fiscalizadora o parlamento
tem independência e são protegidos pela inviolabilidade, por suas
opiniões, palavras e votos, Art.53.
● Função investigativa: Investiga o poder executivo, atos do
judiciário e do legislativo. O principal instrumento de investigação são
as comissões parlamentares de inquérito (CPI).
● Função julgadora: é no poder legislativo onde se desenvolve o
processo de impeachment. O senado federal, após a autorização da câmara
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dos deputados, processa e julga o presidente e o vice, nos crimes de


responsabilidade. Art.51, inciso I, e 52, incisos I e II.
► Estrutura e organização: o poder legislativo é estruturado e organizado
pela Constituição Federal. Ele é exercido pelo Congresso Nacional, o qual
é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, Art.44. Cada
casa legislativa tem uma diretoria própria, bem como a previsão de
comissões parlamentares. O tribunal de contas da União é órgão auxiliar
do Congresso Nacional.
● Congresso nacional: o poder legislativo brasileiro é exercido pele
congresso nacional, tendo atribuição constitucional para legislar sobre
todas as matérias de competência da União, Art.48. Compondo-se de câmara
dos deputados e senado federal (Sistema bicameral). É de competência do
congresso nacional, a pratica dos atos elencados no Art.49.
● Câmara dos deputados: é composta por representantes do povo, eleitos
pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada território e no DF,
Art.45. O número total é fixado por lei complementar, levando-se em
consideração a população de cada Estado, território e DF. Nesse sentido a
câmara dos deputados, compostas por 513, terá o mínimo de 8 e máximo de
70 representantes de cada Estado. O DF tem 8, e a constituição prevê 4
para os territórios. É de competência da câmara dos deputados, os atos
elencados no Art.51.
● Senado federal: os senadores representam os Estados e o DF. Em face
do princípio da igualdade jurídica entre os membros do pacto federativo,
cada Estado e o DF tem igual representação no Senado: são três senadores,
com dois suplentes cada, eleitos pelo sistema majoritário, para exercerem
mandatos de 8 anos. É de competência do Senado Federal os atos elencados
no Art.52.
● mesas diretorias: cada casa legislativa tem administração própria.
Assim, há mesas diretoras da Câmara dos deputados, do senado federal e do
congresso nacional, com os respectivos cargos e as atribuições prevista
nos regimentos internos de cada casa.
● Comissões parlamentares: são órgãos representativos do poder
legislativo, exercem funções prevista na Constituição e nos respectivos
regimentos internos. Suas matérias estão elencadas no Art.58, §2º. Segundo
o Art.58, é previsto a existência de comissões permanentes e temporárias.
> Comissões permanentes: são as que subsistem através da
legislatura, são organizadas em função da matéria, geralmente coincidente
como campo funcional dos ministérios. No senado federal há oito comissões
permanentes (RISF, art.12), e na câmara dos deputados tem, atualmente
vinte (RICD, art.32). As atribuições das comissões permanentes estão
elencadas no Art.58, §2º
> Comissões temporárias: podem ser formadas na câmara dos
deputados, no senado federal ou no congresso nacional. Por serem
temporárias, extinguem-se nas seguintes hipóteses: termino da legislatura,
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conclusão de sua tarefa, término do prazo fixado para sua duração. Há dois
tipos de comissões temporárias:
>> Comissão representativa, Art.58, §4º
>> Comissão parlamentar de inquérito (CPI), Art.58, §3º
► Tribunal de contas da União: é um órgão auxiliar do Congresso nacional,
suas atribuições estão previstas no Art.71.

Estatuto dos Congressistas


A constituição assegura aos deputados e senadores imunidade material e
imunidade formal ou processual, ambas tratam de garantias pertinentes aos
cargos e não a pessoa que o exerce. A imunidade formal não veda a ação
penal.
► Imunidade Material: torna o parlamentar imune no exercício do mandato
por quaisquer de suas opiniões (também no âmbito civil), palavras ou votos,
Art.53.
► Imunidade Formal ou Processual, Art.53, §2º: A imunidade formal protege
o parlamentar contra a prisão, tendo os crimes sido praticados antes ou
após a diplomação.
► Prerrogativa de foro, Art.53, §1º: deputados e senadores a partir do
momento da expedição do diploma só poderão ser processados e julgados pelo
STF.
► Limitações ao dever de testemunhar, Art.53, §6º: se possuírem informações
recorrentes ao exercício do mandato ou quando envolver pessoas que lhes
confiarão ou deles receberam informações, os parlamentares estão
dispensados de testemunhar.
► Isenção do serviço militar, Art.53, §7º: Deve o parlamentar, mesmo em
tempo de guerra, renunciar ao mandato.
► Estado de Sitio, Art.53, §8º: o estado de sitio não suspende a imunidade
parlamentar, desde que os integrantes não pratiquem atos fora do congresso
incompatível com o estado de sitio.
► Incompatibilidades: a Constituição proíbes os parlamentares de
praticarem vários atos incompatíveis como mandato que exercem:
● Funcionais, Art.54, incisos I ‘a’ e II ‘b’: os deputados e senadores
não podem exercer função ou emprego remunerado.
● Negociais, Art.54, incisos I ‘a’: não poderão manter contratos.
● Incompatibilidade Profissionais, Art.54, inciso II ‘a’ e ‘c’: os
congressistas não poderão desde a posse, ser proprietários controladores
ou diretores de empresa, ou patrocinar causas de interesse próprio.
● Politicas, Art.54, inciso II, ‘d’: não podem desde a posse, ser
titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
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► Perda de mandato, Art.15 e 55 (deputado e senador): pode ocorrer por


procedimento incompatível com o decoro parlamentar, o não comparecimento
a um terço das seções ordinárias, perda ou suspensão dos direitos
políticos, decisão da justiça eleitora ou condenação criminal transitada
em julgado.
► Poderão investir em outro cargo nas condições elencada pelos Art.56,
inciso I e 56, §3º.

Processo legislativo
Por processo legislativo entende-se o conjunto de atos praticados por
agentes políticos competentes, com o propósito de elaborar a lei. A
finalidade do processo legislativo é inovar no ordenamento jurídico.
► Princípios:
● Da publicidade: os atos praticados durante o processo de elaboração
da lei são públicos, salvo exceções prevista na constituição;
● Da oralidade: a forma de debate é oral prevalecendo a palavra falada
sobre a forma escrita.
● Da separação da discussão e da votação: consiste no fato de a
votação só começar depois de encerrada a discussão. Finda está, não se
pode mais discutir a matéria no ato da votação. Esta é sua utilidade,
impedir nova deliberação ao emitir-se o voto.
● Da unidade da legislatura, Art.44 parágrafos único: as discussões
devem ser encerradas ao término da legislatura;
● Do exame prévio dos projetos por comissões parlamentares: funcionam
tanto na câmara dos deputados e no senado federal quando no congresso
nacional. Tem por objetivo estudar as propostas legislativas e sobre elas
emitir parecer.
► Lei ordinária: Complementa as normas constitucionais que não forem
regulamentadas por lei complementar, decretos legislativos e resoluções.
Deve ser aprovada por maioria simples, ou seja, pela maioria dos presentes
à reunião ou sessão da Casa Legislativa respectiva no dia da votação.
Possui as seguintes fases:
● Iniciativa: é o ato que desencadeia a marcha do processo de
elaboração da lei. A iniciativa pode ser comum, quando exercida por vários
legitimados, Art.61. Reservada, se atribuída a apenas um órgão individual,
Art61, §1º. Vinculada se, exercida dentro do prazo estabelecido.
● Discussão: é a fase destinada a discussão, é a mais longa do
processo legislativo. Ela comporta debates parlamentares, pareceres e
emendas ao projeto de lei.
● Deliberação: é a fase em que o projeto de lei é aprovado ou
rejeitado. Após aprovado o projeto de lei pela casa Iniciadora, deve ser
remetido a casa Revisora, de onde seguira um dos três caminhos:
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> Rejeitado: será arquivado, se aprovado apenas pela casa


iniciadora e rejeitado pela revisora, deve o projeto ser arquivado.
> Aprovado integralmente: será remetido ao presidente da
república para a sanção, a promulgação e a publicação.
> Aprovado parcialmente: ? (Duvida)
● Sanção: é o ato pelo qual o chefe do poder executivo manifesta sua
aquiescência como projeto de lei aprovado pelo poder legislativo. É o
momento de nascimento da lei. A sanção poder ser tácita ou expressa tendo
o prazo de 15 dias, Art.66, §3º. E ao invés de sancionar, poder o chefe
do poder executivo vetar, total ou parcialmente, o projeto de lei.
O veto pode ser político, quando há entendimento que o projeto de lei é
contrário ao interesse público. E também pode ser JURIDICO, quando há
entendimento de inconstitucionalidade no projeto de lei.
Após o veto total ou parcial, o chefe do governo deve comunicar o
presidente do senado federal sobre os motivos do veto, que consequentemente
ira convocar o congresso nacional para deliberar sobre o veto presidencial.
Se o congresso decidir, por maioria absoluta dos deputados e senadores,
contrariamente ao veto, este será derrubado, e a lei deverá ser promulgada
e publicada, Art.66, §§4º e 5º.
● Promulgação: após a sanção presidência ou a derrubada do veto, a
lei deve ser promulgada. Por promulgação entende-se o ato praticado pelo
chefe do poder executivo, atestando a existência da lei. Ler Art.66, §7º.
● Promulgação: ato por meio do qual o presidente da república
determina se a lei levada a conhecimento de todos. Com a publicação nasce
o princípio obrigatório da lei, onde ninguém pode atestar o desconhecimento
desta.
► Lei complementar: os processos legislativos da lei complementar é
semelhante à da lei ordinária. E também, se aprovadas, passarão elas a
residir no mesmo plano normativo, possuindo igual hierarquia.
Entretanto há algumas distinções em relação a lei ordinária, sendo que
para ser aprovada ele complementar exige-se a maioria absoluta, Art.69,
dos votos da casa legislativa. E também a matérias vinculadas por lei
complementar já estão previamente definidas na Constituição.
► Emenda constitucional: Uma emenda constitucional é uma modificação da
constituição de um Estado, resultando em mudanças pontuais do
texto constitucional, as quais são restritas a determinadas matérias, não
podendo, apenas, ter como objeto a abolição das chamadas cláusulas pétreas.
● Iniciativa: a proposta pode ser apresentada pelo presidente da
república, por um terço no mínimo de deputados federais ou senadores, por
mais da metade das assembleias legislativas das unidades da federação,
cuja vontade deve ser manifestada por maioria dos membros. Art.60.
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● Discussão: será analisada em ambas as casas do congresso nacional.


Não exige, no entanto, sanção, visto que o presidente da república não
participa do processo de elaboração de emenda constitucional, salvo com a
possibilidade de iniciativa.
● Deliberação: precisa da aprovação de 3 quintos dos votos dos
deputados federais, em 2 turnos, e de 3 quintos dos votos dos senadores,
também em dois turnos. Art.60, §2º.
● Promulgação: será promulgada pelas mesas da câmara dos deputados e
do senado federal, Art.60, §3º.
● Publicação: será publicada pelas mesas da câmara dos deputados e
do senado federal.
● Limitações ao poder de emendabilidade:
> Limitações procedimentais: referem-se a iniciativa, já
elencadas a cima. Art.60, caput, e §2º.
> Limitações circunstanciais: não poderá ser apresentada
proposta de emenda se, em estado de sitio ou intervenção federal. Art.60,
§1º.
> Limitações temporais: não poderá ser emendada matéria já
tratada na mesma seção legislativa, Art.60, §5º.
> Limitações materiais: não pode se abolir cláusulas pétreas,
Art.60, §4º.
● CLAUSULAS PETREAS: não se pode abolir matérias sobre:
1 – Forma federativa de Estado
2 – O voto direto, secreto, universal e periódico
3 – A separação dos poderes
4 – Os direito e deveres individuais.

► Lei delegada: É uma lei equiparada a lei ordinária. A competência para


a sua elaboração é do Presidente da República, desde que haja pedido e
delegação expressa do Congresso Nacional. A delegação é efetivada por
resolução, na qual conste o conteúdo juntamente com os termos do exercício
desta atribuição. A lei delegada tem restrições e não pode ter como seu
objeto, por exemplo, as seguintes matérias: a) atos de competência
exclusiva do Congresso Nacional; b) matéria reservada a lei complementar;
c) legislação sobre planos plurianuais; d) diretrizes orçamentárias e
orçamentos.

A delegação pode ser plena, que é quando o congresso nacional delega


determinados temas ao presidente da república. Ou pode ser condicionada,
é semelhante a plena, mas após a elaboração da lei o presidente deve
submete-la a apreciação do próprio congresso nacional.
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► Medidas provisórias, Art.62: é um dispositivo que integra o ordenamento


jurídico brasileiro, que é reservada ao presidente da República e se
destina a matérias que sejam consideradas de relevância ou urgência
pelo Poder Executivo. A medida provisória não é lei, mas possui força de
lei. Precisa ser apreciada por ambas as casas do congresso nacional. A
medida provisória tem vigência de 60 dias, prorrogável uma única vez por
mais 60. A medida provisória pode ser emendada até 6 dias após sua
publicação no Diário Oficial. A medida provisória rejeitada ou que tenha
perdido eficácias por decurso do prazo, não poder ser editada, na mesma
sessão legislativa.

As matérias que são vedadas para a Medida provisória, são encontradas no,
Art.62, §1º.

► Decreto legislativo, Art.59, inciso VI: Consiste em ato normativo que


tem por finalidade veicular as matérias de competência exclusiva do
Congresso Nacional, elencadas, em sua maioria, no artigo 49 da Constituição
Federal. O decreto legislativo deve necessariamente ser instruído,
discutido e votado em ambas as casas legislativas, no sistema bicameral.
Em suma, ele constitui ato normativo primário veiculador da competência
exclusiva do Congresso Nacional, cujo procedimento é disciplinado pelo
próprio Congresso, já que não está previsto na Constituição.

Poder Executivo

O presidencialismo é um sistema de governo onde, o presidente exerce duas


funções básicas: chefia do Estado e chefia do governo. A constituição
prevê que o poder executivo é exercido pelo presidente, com auxílio dos
ministros do estado, Art.76. Os ministros são convidados pelo presidente,
para ocupar suas respectivas pastas, podendo ser demitidos a qualquer
momento.

► Atribuições do presidente da república: são, chefia de governo, chefia


de estado, chefia da administração federal, todos elencado no Art.84.

► Atividade legislativa do presidente da república: o presidente da


república elabora medidas provisórias e lei delegadas, exercendo atividade
legislativa primaria, Art.68, publica decretos, exercendo atividade
legislativa secundaria, Art.84, inciso IV, participa processo legislativo
com a iniciativa, a sanção ou veto, a promulgação e a publicação da lei.

► Processo eletivo

● O presidente é eleito simultaneamente com seu vice, dentre os


brasileiros natos que preencham as condições do Art.14, §3º.
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● A Constituição consolidou o direito do povo de eleger o presidente


pelo sufrágio universal e voto direito secreto, mantendo o princípio da
maioria absoluta, o que explica o motivo de haver um segundo turno, pois
se no primeiro não haver a decisão da maioria sobre determinado candidato
far-se-á um segundo turno para que este princípio seja consolidado.

● O candidato eleito tomara posse no dia 1º de janeiro, sendo seu


mandato de 4 anos, Art.82.

● Cabe ao vice substituir o presidente nos casos de impedimento


(licença, doença, férias), Art,79, parágrafo único. Outros substitutos do
presidente podem ser: o PRESIDENTE DA CAMARA DOS DEPUTADOS, O PRESIDENTE
DO SENADO FEDERAL E O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

● Caso ocorra o impedimento antes do fim dos 2 anos de mandato,


convocara eleição direta para 90 dias depois da última vaga, entretanto
se ocorrer a última vaga nos últimos 2 anos a eleição será feita de forma
indireta pelo Congresso nacional. Em todos os casos os eleitos simplesmente
completarão o período de seus antecessores.

VACANCIA NOS PRIMEIRO DOIS ANOS, ELEIÇÃO POPULAR DIRETA; VACANCIA NOS DOIS
ANOS DERRADEIROS, ELEIÇÃO INDIRETA PELO CONGRESSO NACIONAL.

► Perda do mandato do presidente e do Vice, o presidente e o Vice perdem


seus respectivos mandatos nos seguintes casos:

● Cassação: em virtude de decisão do Senado Federal os processos de


crime de responsabilidade, ou de decisão inicial judicial como efeito de
condenação em processo de crime comum.

Configuram crimes de responsabilidade, Art.86, os atos do


presidente da república que atentarem contra

A – Constituição Federal;

B – a existência da União;

C – o livre exercício de qualquer um dos três poderes, do


Ministério Público e dos poderes constitucionais das
unidades de federação;

D – o exercício dos direitos políticos, individuais e


sociais;

E – a segurança interna do país;

F – a probidade na administração;

G – a lei orçamentaria;
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F – a probidade na administração;

G – a lei orçamentaria;

H – O cumprimento das leis e das decisões judiciais.

● Extinção: nos casos de morte, renuncia, perda ou suspensão dos


direitos políticos e perda da nacionalidade brasileira.;

● Declaração de vacância pelo congresso nacional: quando não houver


o comparecimento no prazo de 10 dias para a posse;

● Ausência do país, por mais de 15 dias, sem licença do congresso


nacional, Art.83.

► Processo de impeachment, acarretado pelos crimes de responsabilidade.

● Conceito, é um processo político instaurado, processado e julgado


pelo Senado Federal, após autorização da Câmara dos deputados.

● Finalidade, retirar o mandato do presidente da república e de seu


vice. Alexis Tocqueville afirmou, ‘é retirar o poder daquele que o utiliza
mal e impedir que esse mesmo cidadão volte a possui-lo no futuro. ”

● Fases, podemos identificar 4 fases:

I – Denuncia, pode ser feito por qualquer indivíduo, detenha,


ou não, o status formal de cidadão. Deve ser apresentada, por escrito,
perante a câmara dos deputados, podendo o presidente da câmara rejeita-
lo, porém, se aceito, irá submete-la à apreciação do Plenário, que pode
autorizar ou não seu recebimento.

II – Autorização, ato de competência privativa da câmara dos


deputados, Art.51, I. Trata-se de um juízo de admissibilidade, que
necessita obter, favoravelmente, dois terços dos votos dos membros da casa
legislativa. Autorizada a instauração o processo de impeachment, a
denúncia será remetida a outra casa legislativa.

III – Processamento, irá tramitar perante o senado federal.


Devem-se observar os princípios e as regras da constituição.

IV – Julgamento, é de competência privativa do senado federal o


julgamento de autoridade contra a qual a câmara dos deputados, ao aceitar
a denúncia, autoriza a instauração do processo pela pratica de crime de
responsabilidade.

Instaurado o processo, o senado é obrigado a julgar acolhendo-a ou


rejeitando-a. A decisão do senado, que aprecia o mérito da denúncia, é
soberana, não podendo ser modificada pelo poder judiciário, mas isso não
impede de serem corrigidas ilegalidades ou inconstitucionalidade.
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A sessão realizada pelo senado para o julgamento do processo será presidida


pelo presidente do supremo tribunal federal, Art.52, parágrafo único.

O senado atua como tribunal político. Julga o crime de responsabilidade,


decretando a perda do cargo, com inabilitação por oito anos, para o
exercício da função pública, Art. 52 parágrafo único. O senado não poderá
escolher a sanção a ser aplicada, terá de aplicar aquela prevista na
constituição.

► Processo criminal, a pratica do crime comum no exercício do mandato


enseja ação penal ou queixa-crime contra o presidente da república. A
queixa-crime pode ser oferecida por qualquer brasileiro; a denúncia é
privativa do procurador-geral da república.

O presidente não poderá ser preso, por infração penal, enquanto não
sobrevier sentença penal condenatória.

► Afastamento do presidente da república, recebido o processo de


impeachment pelo senado ou a denúncia de queixa-crime pelo supremo tribunal
federal, o presidente ficara suspenso de suas funções pelo prazo de 180
dias. Porem decorrido esse lapso temporal, sem que tenha sido concluído o
julgamento, ele retornara ao cargo, prosseguindo normalmente o processo,
Art.86, §1º.

► Conselho da republica, é o órgão superior de consulta do presidente da


república, é composto pelos conselheiros mencionados no Art.89, serão eles
indicados ou eleitos para exercer mandato de 3 anos, contando a parir da
data da posse, sendo vedada a recondução ao cargo.

Ao conselho compete pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de


defesa e estado de sitio e sobre outras questões relevantes para a
estabilidade das instituições democráticas, Art.92, inciso I e II. O
conselho é presidido pelo presidente da república, o chefe da casa civil
é seu secretário-executivo. Todos os seus componentes exercem atividade
relevante e não remunerada.

► Conselho de defesa nacional, é o órgão de consulta do presidente da


república especificamente em assuntos relacionados com a soberania
nacional e a defesa do Estado democrático, Art.91.

São membros do conselho de defesa nacional todos aquele elencados no


Art.91, e consecutivamente, suas competências são expressas pelo Art.91,
§1º.
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Do poder Judiciário

O órgão do poder Judiciário tem por função compor conflitos de interesses


em cada caso concreto. Isso é o que se chama de função jurisdicional ou
simplesmente jurisdição, que se realiza por meio de um processo judicial,
dito, por isso mesmo, sistema de composição de conflitos de interesses ou
sistema de composição de lides.

Eugenio Raul Zaffaroni identifica 3 funções do poder judiciário


contemporâneo: decidir os conflitos, controlar a constitucionalidade das
leis e realizar seu autogoverno.

Já Luiz Flavio Gomes, amplia este leque em 5 funções:

I – Aplicar contenciosamente a lei aos casos concretos;

II – Controlar os demais poderes;

III – realizar seu autogoverno;

IV – Concretizar os direitos fundamentais;

V – Garantir o Estado Constitucional Democrático de Direito.


12 Constitucional – dos poderes - João Padoan

A composição do poder Judiciário está elencada no Art.92.

► Estatuto da magistratura Art.93: O ingresso a magistratura se por


concurso público ou provas. Ao ingressar na careira o juiz assumira
inicialmente o carto de juiz substituto (somente será juiz titular depois
de dois anos).

● Garantias constitucionais dos magistrados Art.95: devem estas


clausulas serem consideras pétreas, não podendo ser alterada por emendas.

> Vitaliciedade Art.95, inciso I: adquirido após 2 anos de


exercício da função jurisdicional permitindo o juiz exerce-la até que ele
complete 60 anos de idade.

O juiz poderá perder a vitaliciedade nos segundos casos, I – nos dois


primeiros anos, não tendo adquirido a vitaliciedade; II – após dois anos,
adquirida a vitaliciedade, por força de sentença penal ou civil transitada
em julgado.

> Inamovibilidade: garantia de independência pessoal do juiz que


permite a ele permanecer na comarca onde se encontra, não podendo ser
removido para outra de mesa ou inferior entrância e nem mesmo promovido,
sem o seu consentimento. A única exceção é no caso de interesse público.

> Irredutibilidade de subsidio: o juiz é protegido contra a


possibilidade de irredutibilidade de seu subsidio.

● Vedações aos magistrados Art.95 (leitura)

● Quarentena Art.95, inciso V: consiste na vedação imposta ao


magistrado, que não poderá exercer a advocacia no juízo ou tribunal do
qual se afastou, antes de decorrido o tempo de 3 anos do afastamento do
cargo por aposentadoria ou exoneração.

► Autonomia: ao poder judiciário é assegurado autonomia administrativa e


financeira, Art.99.

● Autonomia administrativa: a constituição garante o direito de


praticar os atos necessários à sua própria organização. Independe, para
organizar-se, de qualquer autorização dos demais poderes. Sua autonomia
esta materializada na atribuição de competências privativas aos tribunais,
Art.96, inciso I.

● Autonomia financeira: garante o direito de elaborar suas respectivas


propostas orçamentarias, levando em consideração os limites estipulados.

● Autonomia funcional: no exercício da função jurisdicional, os


magistrados na podem sofrer ingerência de outro poder ou de outras pessoas.
13 Constitucional – dos poderes - João Padoan

► Controle de constitucionalidade, Art.97: um tribunal ou um órgão especial


de tribunal poderá declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do poder público, desde que obtenha, nesse sentido, A MAIORIA ABSOLUTA dos
votos do tribunal ou de respectivo órgão especial.

► Juizados especiais: os juizados especiais, tem competência de


conciliarem, processarem, julgarem e executarem causas civis de menos
complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo. Buscam sempre
que possível, realizarem a conciliação e a transação, tanto em matéria
civil quanto penal.

► Precatório, Art.100: é uma requisição judicial expedida ao presidente


do tribunal pelo juiz de execução da sentença em que a fazenda pública foi
condenada a pagamento de quantia certa a fim de que sejam expedidas as
necessárias ordens de pagamento as respectivas repartições competentes.

► Supremo Tribunal Federal: assim como os tribunais superiores e o Conselho


nacional de Justiça, tem sede em Brasília. Sua jurisdição abrange todo o
território nacional.

É o órgão de cúpula do poder judiciário brasileiro e sua função mais


importante é atuar como “GUARDA DA CONSTITUIÇÃO” Art.102. É reconhecido,
nesse sentido, como o TRIBUNAL DA FEDERAÇÃO, pois ele possui a palavra
final e definitiva sobre matérias constitucionais. Sua composição esta
elencada no Art.101.

● Competências: exerce um extenso rol de competências, as quais são


originarias e recursais, sendo esta última exercida em caso de recursos
ordinários ou extraordinário.

I – Competências originaria, Art.102, inciso II: trata-se de


competências que apenas ele pode exercer, com a exclusão de qualquer outro
órgão.

II – Competência recursal ordinária, Art.102, inciso II: ele


atua por provocação feita mediante a interposição de recurso ordinário.

III – Competência recursal extraordinária, Art.102, inciso III:


ele atua por provocação, feita mediante recurso extraordinário.

● Sumula de efeito vinculante: A emenda constitucional de 45, de 8


de dezembro de 2004, inseriu na CF o Art.103-A, a prever a possibilidade
da edição de sumula com efeito vinculante.
14 Constitucional – dos poderes - João Padoan

O STF poderá, de oficio ou por provocação, após reiteradas decisões sobre


matéria constitucional, editar enunciado de sumula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do poder judiciário e à administração pública DIRETA e
INDIRETA, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder sua
revisão ou cancelamento, na forma prevista em lei.

► Conselho nacional de Justiça, Art.103-B: exerce função administrativa


em face do poder judiciário. Não exerce função jurisdicional.

Criado para exercer controle sobre a atuação administrativa e financeira


do Poder Judiciário e sobre os deveres funcionais de juiz. Suas
competências estão elencadas no Art.103-B, §4º.

► Superior tribunal de Justiça: sua função precípua é manter a uniformidade


da interpretação da lei federal, em todos os Estados da Federação e no DF.
O que dá característica própria ao STJ são suas atribuições de controle
da inteireza positiva, da autoridade e da uniformidade de interpretação
da lei federal, consubstanciando aí jurisdição de tutela do princípio da
incolumidade do direito objetivo.

O STJ É O GUARDIAO DO DIREITO FEDERAL.

A CF atribuiu ao STJ competências originarias (Art.105, inciso I) e


recursais (Art.105, inciso II), podendo estas ser exercidas em recurso
ordinário ou especial (Art.105, inciso III).

► Justiça Comum: é composta pela justiça federal (salvo a especializada)


e pela justiça estadual.

São órgãos da justiça federal os tribunais regionais federais, Art.107


(são 5 espalhados pelos país, ADCT, Art.27, §6º), e os juízes federais
Art.109.

A justiça federal comum se encontra organizada em todo o território


nacional em primeira e segunda estância.

● Justiça estadual: criada para fazer a distinção entre competências


da justiça federal e da justiça estadual, não podendo a justiça dos estados
intervir na justiça federal e nem estas naquela (Art.62).

Sua organização se dá pelo Art.125.

> Tribunal de justiça: cada estado da federação tem um tribunal


de justiça, sediado na respectiva capital. Trata-se deum órgão de segundo
grau da justiça estadual. A emenda constitucional 45 trouxe algumas
inovações contidas no Art.126, §§6º e 7º.
15 Constitucional – dos poderes - João Padoan

> Juízes estaduais: os juízes estaduais compõem a primeira


instancia da justiça estadual. Ingressam na carreira como substitutos e
passas a titulares.

► Justiça especializada são pertencentes a esta a justiça do trabalho, a


justiça eleitoral e a justiça militar.

● Justiça do trabalho Art.111: são órgãos desta o tribunal superior


do trabalho, os tribunais regionais do trabalho e os juízes do trabalho.

A sua competência especializada trata de processar e julgar litígios


pertinentes as relações de trabalho.

● Justiça eleitoral Art.118: a justiça eleitoral exerce dupla função:


normativa e jurisdicional. Nesse contexto, o tribunal superior eleitoral
e os tribunais regionais eleitorais têm competência para editar atos
normativos. Tanto aquele quanto estes podem editar resoluções, com a
finalidade de normatizar o processo eleitoral, no âmbito de suas
competências.

● Justiça militar Art.122

________________________________________________________________________

Funções essenciais à Justiça

► Ministério público: tem por finalidade a defesa da ordem jurídica, do


regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis,
Art.127. Pratica atos de natureza do poder executivo, porém não possui
qualquer vínculo com este.

● Autonomia: o ministério público possui autonomia administrativa,


financeira e funcional

● Princípios Institucionais, Art.127, §1º

> Principio da unidade institucional: ignifica que os membros


do MP fazem parte de um só órgão. Há pluralidade de membros e unidades
institucional.

> Principio da indivisibilidade: o MP não pode ser dividido, ao


pode ser cindido em partes.

> Principio da independência funcional: o MP não se sujeita a


qualquer órgão estatal, para exercer suas funções. Sua liberdade não pode
ser comprometida.

● Funções institucionais, Art.129 (leitura)


16 Constitucional – dos poderes - João Padoan

● Organização, Art.128, inciso I e II.

● Ministério público nos tribunais de conta, Art.130: há duas teorias


para explicar: A – há um MP especial, dotado de autonomia, que atua junto
aos tribunais de contas da União e dos estados; B – os membros do MP, que
atuam nos tribunais de contas da União pertencem ao MP da União e os
membros do MP, que atuam nos tribunais de contas dos Estados pertencem a
estrutura de poder do Estado membro. PARECE SER ESTE ULTIMO O ENTENDIMENTO
MAIS ADEQUADO.

● Procurador geral da república, Art.128, §1º (leitura)

● Procurador geral dos Estados, Art.128, §3º (leitura)

● Procurador geral da justiça do DF e Territórios, Art.155 da lei


complementar 75, de 20 de maio de 19993)

● Garantias constitucionais dos promotores da justiça: o membro do


MP tem as mesmas garantias conferidas a magistratura: Vitaliciedade,
inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios, Art.128, §5º, inciso I.

● Vedações, Art.128, §5º, inciso II.

● Quarentena: os promotores e procuradores da justiça somente poderão


exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram, após
decorridos 3 anos a partir do seu afastamento do cargo por aposentadoria
ou exoneração, Art.128, §6.

● Conselho nacional do Ministério Público, Art.130-A (leitura)

► Advocacia Publica

● Advocacia geral da União: representa a União tanto na esfera


judicial quanto na extrajudicial, cabendo-lhe desenvolver as atividades
de consultoria e assessoramento jurídico do poder executivo, Art.131

● Procuradores dos Estados e DF, Art.132, Parágrafo único (leitura)

► Advocacia: é a atividade exercida exclusivamente por advogados. Exige-


se, portanto, do profissional, sua regular inscrição na Ordem dos Advogados
do Brasil. Art.133

► Defensoria pública: ela transporta a promessa de viabilizar a prestação


de assistência jurídica a milhões de pessoas que, apesar de violadas em
seus direitos, não tem acesso aos serviços jurisdicionais do Estado.
17 Constitucional – dos poderes - João Padoan

Fachin, Zulmar - Curso de Direito Constitucional


Silva, Jose Afonso da - Curso de Direito Constitucional Positivo

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