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INTERNACIONAIS CONTEMPORÂNEAS
1. INTRODUÇÃO
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Discente do 1º ano do curso de Direito da Faculdade de Ciências Gerenciais de Dracena “Centro de
Ensino Superior de Dracena”de Dracena teixeira.leticia@hotmail.com; Pesquisadora do grupo de
pesquisa: A guerra e a paz na construção do Direito Contemporâneo.
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Discente do 1º ano do curso de Direito da Faculdade de Ciências Gerenciais de Dracena “Centro de
Ensino Superior de Dracena”de Dracena rafaalves09@hotmail.com; Pesquisadora do grupo de
pesquisa: A guerra e a paz na construção do Direito Contemporâneo.
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Professora de Direito Internacional, pesquisadora junto a OEA – Organização dos Estados
Americanos, com linha de pesquisa A Guerra e a Paz na construção do Direito Contemporâneo.
Coordenadora do curso de Direito do Centro de Ensino Superior de Dracena. Mestre em Direito
Internacional e Comunitário pela UEL – Universidade Estadual de Londrina.
helo.portugal@hotmail.com. Coordenadora do projeto de pesquisa citado e orientadora do trabalho
Para alguns, o terrorismo existe na mente dos observadores,
dependendo da visão política e da nacionalidade de cada um. Para outros, o
terrorismo consiste em ato criminoso (ou atos criminosos), de acordo com as leis de
toda sociedade civilizada.
Interessante, desde logo, é a perspectiva de alguns investigadores,
que renunciam a apresentar a sua definição de terrorismo, alegadamente porque o
identificam como um fenômeno histórico, contextualmente situado, que se
transforma ao longo dos tempos. Todavia, desenvolvemos neste artigo o terrorismo
desde o século XIV até atualidade.
Pelo fato do terrorismo ser um assunto polêmico, de grande
preocupação mundial e de difícil resolução, relatamos aqui seus aspectos mais
relevantes.
Este artigo visa a explorar esse mesmo caráter político e de construção
social do terrorismo, na diversidade das suas concepções, procurando entender as
lógicas de regulação e/ou emancipação social que orientam estas conceituações
nas diferentes áreas disciplinares.
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Discurso do Presidente George W. Bush, no Congresso dos Estados Unidos da América, em 20 de
setembro de 2001.
O conceito de terrorismo há muito vem sendo discutido no direito
internacional. Trata-se de tema bastante complexo, dada a amplitude de condutas
que o termo pode abarcar. No direito internacional, conforme assinala Sarah Pellet,
“nenhuma convenção internacional definiu o termo ‘terrorismo’. Um estudo rápido
destes diferentes textos permite afirmar que o terrorismo foi, frequentemente,
abordado em função de suas consequências. Assim, as diferentes definições não
chegaram a explicar as múltiplas facetas do fenômeno terrorista.
A primeira Convenção de Genebra de 1917 previa, em seu art. 1º, ‘Na
presente Convenção, a expressão ‘atos terroristas’ quer dizer fatos criminosos
dirigidos contra o Estado, e cujo objetivo ou natureza é de provocar o terror em
pessoas determinadas, em grupos de pessoas ou no público. Em seguida, esta
convenção enumerou, em seu art. 2º, os fatos criminosos em causa. Mas se a
enumeração foi vivamente criticada por alguns, ela simplesmente não explica
completamente a noção de terrorismo. As convenções internacionais ulteriores
foram redigidas da mesma forma, sem procurar definir tal noção .
Embora não haja uma definição do que seja o terrorismo, a
Organização das Nações Unidas procurou editar diversas resoluções sobre o tema,
tais como a Resolução n.1.373 do Conselho de Segurança da ONU, adotada em 28
de setembro de 2001, na qual estabeleceu que “todo Estado membro tem a
obrigação de abster-se de organizar, instigar, colaborar ou participar de atos
terroristas em outro Estado ou concordar com atividades organizadas dentro de seu
território cujo objetivo seja a execução de tais atos: impedir e suprimir o
financiamento de atos terroristas; negar refúgio seguro para aqueles que financiem,
planejem, apóiem ou cometam atos terroristas; apoiar um ao outro no processo de
investigação ou procedimentos criminais relacionados com o financiamento ou apoio
a atos terroristas, inclusive colaborando no processo de obter evidências que sejam
necessárias para estes procedimentos; observar com preocupação a estreita ligação
entre o terrorismo internacional e o crime organizado transnacional, drogas ilícitas,
lavagem de dinheiro, o tráfego ilegal de armas e a movimentação ilegal de material
nuclear, substâncias químicas e biológicas e outras igualmente mortais, e sob este
aspecto enfatizar a necessidade de aprimorar a coordenação de esforços a nível
nacional, sub-regional, regional e internacional.
Conforme Damásio E. de Jesus, essa Resolução, de certa forma, “veio
completar o determinado no Convênio Internacional para a Repressão do
Financiamento ao Terrorismo (Resolução n. 54/109, da Assembléia Geral, de 9 de
dezembro de 1999).Esse Convênio Objetivava fazer frente ao terrorismo e, ainda
que as medidas adotadas não previsse mecanismos de acompanhamento, as
instituições financeiras apoiaram e manifestaram-se pela elaboração de diretrizes e
de um sistema de auto-avaliação capazes de conferir eficácia a elas, atuando na
eliminação do financiamento do terror. Intensificaram-se, nos últimos anos, os
esforços no sentido de elaborar instrumentos jurídicos internacionais mais eficazes.
Um enfoque concentrado e global traçou normas de ação para atentados terroristas,
alguns deles considerados crimes de lesa-humanidade; para tais crimes, uma
jurisdição especial: a Corte Penal Internacional, fundada no Estatuto de Roma e com
vigência a partir de 1º de julho de 2002”. O autor cita outras Resoluções exageradas
pela ONU: Resolução n.49/60, de 9 de dezembro de 1994; e n.52/165, de 15 de
dezembro de 1997.
Essa visão do terrorismo atual como predominantemente motivado por
questões de alcance geopolítico global – principalmente ligadas ao fundamentalismo
religioso – parece ser bastante consensual entre as ciências sociais e políticas (cf.
TURK, 2004), o que contribui para mascarar outros tipos de terrorismo, tal como o
terrorismo de Estado e o terrorismo associado a motivos nacionalistas. Essa
perspectiva tem, também, como conseqüências, um quadro interpretativo que
enxerga nas ações terroristas de organizações racistas e xenófobas uma agregação
de indivíduos que partilham uma mesma visão extremista do mundo – um exemplo
da aplicação desse quadro é o caso dos responsáveis pelo bombardeamento de
Oklahoma City, em 1995. E, por sua vez, essa etiqueta pode levar a que esses
grupos reajam ao estigma apoiando as atividades de grupos terroristas, mesmo que
não se envolvam diretamente nas mesmas
Convém aqui mencionar que o Tribunal Penal Internacional foi incluído
em nosso ordenamento constitucional pela EC n.45/2004, que acrescentou o § 4º ao
art.5º da CF, cujo teor é o seguinte: “O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. Referido tribunal foi
criado pelo Estatuto de Roma, em 17 de julho de 1998, o qual foi subscrito pelo
Brasil. Trata-se de instituição permanente, com jurisdição para julgar genocídio,
crimes de guerra, contra a humanidade e de agressão, e cuja sede se encontra em
Haia, na Holanda. Os crimes de competência desse tribunal são imprescritíveis,
dado que atendam toda humanidade. O tratado foi aprovado pelo Decreto
Legislativo n. 112, de 6 de junho de 2002, antes, portanto, de sua entrada em vigor,
que acorreu em 1º de julho de 2002. A jurisdição internacional é residual e somente
se instaura depois de esgotada a via procedimental interna do país vinculado. No
tocante a essa corte, há quem entenda que a leitura do art. 5º, n. 1, do Estatuto de
Roma não autoriza Expressamente a concluir pela jurisdição do tribunal Penal
Internacional para o crime de terrorismo internacional, tendo o dispositivo limitado
taxativamente seu campo de atuação, que se circunscreverá aos delitos: crimes de
genocídio, contra a humanidade, de guerra e de agressão, constituindo o princípio
da reserva legal uma barreira para a inclusão do terrorismo internacional nesse rol.
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Saraiva, 2010.
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1999, p. 37 a 88.
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