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V. Araújo
Conteúdo
1 Separabilidade 1
1.1 Bases Hamel/Schauder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Operadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Fundamentais 7
2.1 Hahn-Banach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2 Lim. Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3 Apl. Aberta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4 Graf. Fechado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3 Suplementar 19
3.1 Somas diretas, complementos e fechos de subespaços . 19
4 Ortogonalidade 22
4.1 Complementos ortogonais generalizados . . . . . . . . . . 22
1 Separabilidade
1.1 Bases Hamel/Schauder
Base de Hamel
Dado um espaço vetorial V sobre K, uma base de Hamel B de V
é um subconjunto linearmente independente maximal, isto é, B
1
é família linearmente independente em V e todo conjunto V ⊃ C ⊃ B
não é linearmente independente.
Em particular, o espaço vetorial gerado por B, a família de todas as
combinações lineares de subconjuntos finitos de B, denotado ger(B),
tem que ser V e assim uma base de Hamel naturalmente é também
um gerador para V.
Porém estas bases frequentemente são não enumeráveis.
Se existe base finita de V com n elementos, dizemos que a dimen-
são algébrica de V é finita e igual a dim V = n.
Base de Schauder
Um subconjunto A de um espaço normado (X, k·k) diz-se total em
X se ger(A) é denso em X, ou seja, ger(A) = X, onde U representa o
fecho de U ⊂ X com respeito à topologia induzida pela norma.
Uma base de Schauder de um espaço normado (X, k · k) é uma
sequência (n )n≥1 em X tal que cada vetor ∈ X admite única sequên-
cia (αn )n≥1 ⊂ K que satisfaz
∞
X n
X
= αj j = lim αj j .
n→+∞
j=1 j=1
Note que a unicidade dos escalares (αn )n≥1 para cada ∈ X garante
que os (n )n≥1 são linearmente independentes. O caso dim X = N ∈
Z+ está incluso nesta definição fazendo αn = 0, ∀n > N.
Separabilidade
Um espaço métrico é separável se existe subconjunto enumerá-
vel denso nesse espaço.
Exercício
Um espaço métrico discreto é separável se, e só se, o espaço é enu-
merável.
Lema
(1) Todo espaço normado com base de Schauder é separável; e (2)
um espaço normado é separável se, e só se, existe subconjunto enu-
merável total linearmente independente.
Pn
De fato, se (n )n é base de Schauder, então a família =1 q , n ≥
1, (q1 , . . . , qn ) ∈ Qn é enumerável e densa em X. Logo X é separável.
Isto prova a primeira afirmação.
De maneira análoga, se (yn )n é família P enumerável e total em X,
n
então o conjunto de todas as combinações =1 q y , n ≥ 1, (q1 , . . . , qn ) ∈
Qn é enumerável e denso em X; e assim X é separável.
2
Se X é separável, seja (n )n família enumerável densa em X e defi-
nimos uma sequência total por indução como segue. Seja y1 primeiro
elemento não nulo de (n )n ; escolhidos y1 , . . . , ym , ym+1 é o primeiro
elemento de (n )n>m tal que y1 , . . . , ym , ym+1 seja linearmente inde-
pendente. Se não existir tal elemento, a sequência termina.
Por construção, o espaço gerado por (n )n e por (ym )m é o mesmo
e esta última família é enumerável. Como ger{ym } contém todos os
elementos de (n )n , então (ym )m é total e linearmente independente
e numerável.
Exemplos
3
Mais exemplos
Assim, mesmo se as bases de Hamel sejam enumeráveis, pode
existir uma base de Schauder que não é de Hamel.
C([, b], R) é separável, pois a sequência ƒn () = n é total pelo
Teorema de Stone-Weierstrass; mais geralmente, C(Ω, R) é se-
parável se Ω é espaço métrico compacto. Vale também para
funções contínuas nos mesmos espaços com valores R complexos.
Segue daqui que Lp ([, b], R) = {ƒ : [, b] → R : [,b] |ƒ |p dλ <
∞} com a norma k · kp é separável, onde λ é a medida de Le-
besgue, pois as funções contínuas C([ , b], R) são densas em
(Lp ([, b], R), k · kp ), para 1 ≤ p < ∞.
4
Operadores lineares contínuous
Proposição
Seja T : (X, | · |) → (Y, k · k) operador linear entre espaços normados.
São equivalentes
1. sp||≤1 kTk < ∞ (a imagem da bola unitária é limitada);
2. ∃C > 0 : kTk ≤ C||, ∀ ∈ X;
3. T é uniformemente contínuo;
4. T é contínuo;
5. T é contínuo em 0.
~ 6= ∈ X
Para (1) =⇒ (2): seja C = sp||≤1 kTk. Para 0
T
≤ C ⇐⇒ kTk ≤ C||
||
~.
e a última desigualdade vale também para = 0
Para (2) =⇒ (3): se , y ∈ X, então
kT − Tyk = kT( − y)k ≤ Ck − yk
e T é realmente C-Lipschitz.
É óbvio que (3) =⇒ (4) e que (4) =⇒ (5).
Para (5) =⇒ (1): como T é contínuo em 0 existe δ > 0 tal que
kT − T0k = kTk ≤ 1 sempre que k − 0k = kk < δ.
1
Portanto, se kzk ≤ 1, então kδzk ≤ δ e kT(δz)k ≤ 1, logo kTzk ≤ δ
para todo z na bola unitária.
Isto mostra que vale (1) e termina a prova da proposição.
Operadores limitados/contínuos
Um operador linear contínuo é também chamado de limi-
tado.
O conjunto de todos os operadores contínuous entre dois espa-
ços normados X, Y é denotado por B(X, Y). Escreveremos B(X) para
abreviar B(X, X).
Exemplo
O operador T : C(X, K) → C(Y, K) é contínuo com as normas da con-
vergência uniforme, pois
kT ψk∞ = sp |ψ((y))| ≤ sp |ψ()| = kψk∞
y∈Y ∈X
5
Exemplos norma | . |_p
6
O espaço dos operadores lineares contínuos
Teorema
Se (X, | · |) é espaço normado e (Y, k · k) é espaço de Banach, então
B(X, Y) é um espaço de Banach com a norma de operador kTk :=
kTk
sp∈X || .
De fato, se (Tn )n≥1 é de Cauchy em (B(X, Y), k·k) segue que kTn −
Tm k ≤ kTn − Tm k · ||, m, n ≥ 1 e portanto (Tn )n≥1 é de Cauchy em
Y e converge para algum y ∈ Y.
Definimos T = y. É fácil ver que T é linear (verifique!) e vamos
provar que T ∈ B(X, Y). Dado ϵ > 0 existe N ≥ 1 tal que m, n ≥ N =⇒
kTn − Tm k < ϵ e, porque normas são contínuas
Exercício
Seja T ∈ B(X) com kTk < 1. Então o operador S = k≥0 T k está em
P
7
2 Teoremas Fundamentais
2.1 Teorema de Hahn-Banach
Funcionais sublineares
Um funcional sublinear p : X → R é uma aplicação de um espaço
vetorial real X no seu corpo que satisfaz
p( + y) ≤ p() + p(y), ∀, y ∈ X (subaditividade);
p(λ) = λp(), ∀λ ≥ 0, ∀ ∈ X (é positivamente homogêneo).
No caso geral, p : X → [0, +∞) é funcional sublinear num espaço
vetorial X (real ou complexo) se é, além da subaditivo, positivamente
homogêneo como segue
p(ω) = |ω|p(), ∀ω ∈ K, ∀ ∈ X.
Uma norma satisfaz estas relações e esta noção de sublinea-
ridade foi feita para generalizar a definição de norma.
Teorema de Hahn-Banach
Teorema de Hahn-Banach
Seja X espaço vetorial real, Y subespaço de X e p : X → R funcional
sublinear. Seja ƒ : Y → R aplicação linear dominada por p, isto é,
ƒ (y) ≤ p(y), ∀y ∈ Y. Então existe F : X → R linear tal que F() ≤
p(), ∀ ∈ X e F | Y ≡ ƒ (ou seja, F estende ƒ mantendo a linearidade
e a dominação).
8
Corolários do Teorema de Hahn-Banach
Corolário (extensão de funcional linear)
Seja (X, k · k) espaço normado e Y ≤ X (i.e., Y é subespaço de X).
Dado g ∈ Y 0 = B(Y, K) (ou seja, g é funcional linear em Y) existe
ƒ ∈ X 0 = B(X, K) com ƒ | Y ≡ g e kƒ k = kgk.
Demonstração. No caso real ou complexo, seja p() = kgk · kk. Por
Hahn-Banach existe ƒ linear tal que |ƒ ()| ≤ p() = kgk · kk, ∀ ∈ X e
estende g, logo ƒ é continuo e kƒ k = kgk.
Corolário
Seja (X, k · k) espaço normado. Então para todo 0 ∈ X existe ƒ ∈ X 0
tal que kƒ k = k0 k e ƒ (0 ) = k0 k2 .
Demonstração. Seja Y = K · {0 } e g : Y → K dada por t · 0 7→ t ·
k0 k2 , ∀t ∈ K. Então kgk = 1 e g está nas condições do corolário
anterior.
||x_0||
Corolário
Seja (X, k · k) espaço normado. Então para todo 0 ∈ X existe ƒ ∈ X 0
tal que kƒ k = 1 e ƒ (0 ) = k0 k.
Demonstração. Basta tomar g : t · 0 7→ t · k0 k na prova do corolário
acima.
Aqui introduzimos a notação útil < ƒ , >= ƒ () para ƒ ∈ X 0 , ∈ X.
Corolário
Seja (X, k · k) espaço normado. Então para todo 0 ∈ X temos que
k0 k = spƒ ∈X 0 ,kƒ k=1 | < ƒ , 0 > |.
9
que é um funcional linear com g | F ≡ 0. Além disso
|g( − y)| δ δ
kgk ≥ sp = sp = = 1.
y∈F k − yk y∈F k − yk infy∈F k − yk
kƒnj k
kƒ − ƒnj k ≥ |(ƒ − ƒnj )(nj )| = |ƒnj (nj )| ≥ .
2
Portanto kƒ k ≤ kƒ − ƒnj k + kƒnj k ≤ 3kƒ − ƒnj k → 0, como queríamos mos-
trar.
10
Teorema de Separação de Hahn-Banach
Seja X espaço vetorial topológico, com corpo K = R ou C, e A, B ⊂ X
convexos não vazios, com A aberto e A∩B = ∅. Então existe aplicação
ƒ : X → K linear e contínua e existe α ∈ R tais que ℜƒ () < α ≤ ℑƒ (b),
∀ ∈ A, b ∈ B.
Agora podemos dizer que ƒ separa A de B.
(salta provas)
X × X → X, (, y) 7→ + y e K × X → X, (λ, ) 7→ λ
são contínuas.
Note que um espaço vetorial normado (X, k · k) é sempre um es-
paço vetorial topológico.
Para deduzir os teoremas de separação do Teorema de Hahn-Banach,
vamos primeiro estudar uma maneira de construir norma a partir de
um conjunto convexo.
bem definido e finito, pois para cada ∈ X sempre existe algum t > 0
tal que ∈ tC.
Prova da proposição
De fato, seja TC () = {t > 0 : t −1 ∈ C}. Como 0 ∈ C é claro que
TC (0) = (0, ∞) e QC (0) = 0.
Vamos verificar que QC é positivamente homogêneo: para isso
basta provar que TC (λ) = λTC () para todo λ ≥ 0. Isto é óbvio para
λ = 0. Suponhamos que λ > 0.
11
Temos que TC (λ) ⊂ λTC () porque
TC ( + y) ⊃ TC () + TC (y)
t s 1
+ = ( + y) ∈ C
t+s t+s t+s
e assim (t + s) ∈ TC ( + y), provando a afirmação.
Segue desta última afirmação que QC ( + y) ≤ QC () + QC (y) e
concluimos a prova da proposição.
Lema
Num espaço vetorial topológico X todo C aberto convexo que conte-
nha 0 satisfaz t≥0 tC = X e C = { ∈ X : QC () < 1}.
S
12
Prova do lema
Para ∈ X seja F : R → X, t 7→ t que é uma coleção de aplicações
lineares contínuas de R em X. Como C é vizinhança de 0, existe ρ > 0
tal que F (t) ∈ C, ∀t ∈ [−ρ, ρ]. Logo ρ ∈ C e assim ∈ ρ−1 C, ou seja,
como ∈ X é arbitrário, obtemos X = ∪t>0 tC.
Para a igualdade de conjuntos, para ∈ C, como F é contínua em
1 e F (1) = ∈ C, existe ϵ > 0 tal que F (t) ∈ C, ∀t ∈ [1 − ϵ, 1 + ϵ].
Então F (1 + ϵ) ∈ C ou seja (1 + ϵ) ∈ C, logo QC () ≤ (1 + ϵ)−1 < 1.
Isto mostra que QC () < 1 para todo ∈ C como queríamos mos-
trar para concluir a prova do lema.
13
e portanto C é aberto, por ser união de abertos, já que A é aberto e
a translação 7→ − c é um homeomorfismo, para qualquer c ∈ X
fixado.
Observe que 0 = b0 − 0 não está em C, pois A ∩ B = ∅ (caso
contrário, se 0 ∈ C, então pela definição de C viria que A − B conteria
0, e portanto A e B teriam algum ponto em comum).
Pela versão fraca do Teorema de Separação, obtemos ƒ ∈ X 0 tal
que < ƒ , 0 >= 1 e < ƒ , >< 1, ∀ ∈ C.
Por definição de 0 e de C obtemos ƒ (b0 ) = ƒ (0 ) + 1 e
ƒ () ≤ α ≤ ƒ (b), ∀ ∈ A, b ∈ B.
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2.2 Teorema/Princípio da Limitação Uniforme (de
Banach-Steinhaus)
Teorema da Limitação Uniforme (volta)
Teorema/Princípio da Limitação Uniforme (de Banach-Steinhaus)
Sejam (X, k · k) espaço de Banach, (N, | · |) espaço normado não ne-
cessariamente completo, e {Tα }α∈A família de aplicações lineares
contínuas de (X, k · k) em (N, | · |). Se esta família é pontualmente
limitada
Espaços de Baire
O Teorema da Limitação Uniforme é um corolário do Teorema de
Baire em topologia.
Proposição (espaço de Baire)
Para um espaço topológico X são equivalentes
1. toda união enumerável de fechados com interior vazio em X tem
interior vazio;
2. toda interseção enumerável de abertos densos em X é também
densa em X;
3. todo conjunto magro (contido em união enumerável de conjun-
tos com interior vazio) tem interior vazio;
4. o complementar de um conjunto magro é denso;
5. todo aberto não vazio de X não é magro.
15
Assumimos que X = ∪k Ek e portanto pelo Teorema de Baire (porque
(X, k·k) é espaço métrico completo) temos que algum Em tem interior
não vazio.
Seja B(0 , r) ⊂ Em para alguns 0 ∈ X, r > 0. Assim |Tα ()| ≤
m, ∀α ∈ A, ∀ ∈ B(0 , r). Portanto, se y ∈ X com kyk = 1, então
= 0 + 2r · y ∈ B(0 , r) e temos
2 2 4m
|Tα (y)| = |Tα () − Tα (0 )| ≤ (|Tα ()| + |Tα (0 )|) ≤
r r r
logo kTα k ≤ 4m/ r, ∀α ∈ A, terminando a prova.
|T()| = | lim Tn ()| = lim |Tn ()| ≤ lim inf kTn k kk.
n→∞ n→∞ n→∞
16
Limitação “fraca no dual” implica limitação
Usando um “argumento dual” ao da prova deste corolário, pode-
mos provar (deixo como exercício):
Corolário
Seja (X, k · k) espaço de Banach e B0 ⊂ X 0 satisfaz que < B0 , >=
∪ƒ ∈B0 < ƒ , >= ∪ƒ ∈B0 ƒ () é limitado para todo ∈ X. Então B0 é
limitado em (X 0 , k · k).
BX (0 , γ) = 0 + γ · BX
= BY (y0 , γc), .
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Demonstração. Temos Y = ∪n≥1 n · T BX pois T é sobrejetiva. Então
cia de Cauchy em grf(T). Então (n )n≥1 e (Tn )n≥1 são de Cau-
chy em X, Y que são espaços de Banach, logo existem = lim n e
y = lim Tn . Por continuidade de T, concluímos y = T e segue que
(n , Tn ) −−−→ (, T) ∈ grf(T). Isto mostra que grf(T) é fechado.
n→∞
18
Prova do Teorema do Gráfico Fechado
Reciprocamente, se grf(T) é fechado em (X × Y, |||·|||), como T é
linear, temos grf(T) subespaço de X × Y; portanto, (grf(T), |||·|||) é
subespaço vetorial completo, ou seja, um espaço de Banach.
Seja pX : grf(T) → X a projeção natural (, y) 7→ que é linear
e contínua e tem norma ≤ 1, pois kkX ≤ |||(, y)|||. Mais ainda, pX é
bijetiva: a injetividade é imediata pX (, y) = pX (0 , y 0 ) =⇒ = 0 e
portanto y = T = T0 = y 0 ; a sobrejetividade segue de que T : X → Y
está definida em todo ponto de X. Então existe p−1 X : X → grf(T) que
é linear e contínua (corolário do Teo. da Aplic. Aberta).
Mas p−1 −1
X () = (, T) logo T = (pY ◦ pX )() onde pY : grf(T) →
Y é a projeção natural em Y, que é também contínua. Logo T é
contínua.
Exemplos
Operador linear limitado mas não fechado.
Seja X espaço de Banach, D subespaço vetorial próprio denso em
X e dD : D → X a identidade em D. Claro que este operador é con-
tínuo de (D, k · k) em (X, k · k). Tomando ∈ X \ D e n ∈ D tais que
n → , vem que dD (n ) → ∈ / D e portanto este operador não é
fechado.
Note que (D, k · k) não é espaço de Banach.
Operador linear fechado mas não limitado.
Seja D : (C1 ([0, π]), k · k0 ) → (C0 ([0, π]), k · k0 ), ψ 7→ Dψ = ψ0 o
operador de derivação. Este operador não é contínuo pois ψn (t) =
sin(nt)/ n −−−→ 0 mas (Dψn )(t) = cos(nt) não converge uniforme-
n→∞
mente para 0.
Mas ele é fechado: se ψn → ψ e Dψn = ψ0n → φ, então como a
convergência é uniforme
Zt Zt Zt
φ(s) ds = lim ψ0n (s) ds = lim ψ0 (s) ds = ψ(t) − ψ(0)
0 0 0
logo ψ ∈ C1 ([0, π]) e (Dψ)(t) = φ(t) para todo t ∈ [0, π]. Portanto D é
fechado.
Note que (C1 ([0, π]), k · k0 ) não é espaço de Banach.
Operador nem fechado nem limitado.
Seja T : (C0 ([−1, 1], k · k1 ) → (L1 ([ −1, 1]), k · k1 ) dado por T(ψ)(t) =
k·k1
ψ(0), ∀t ∈ [−1, 1]. Temos ψn (t) = e−n|t| −−−→ 0 mas (Tψn )(t) ≡ 1.
n→∞
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3 Suplementar Topológico
3.1 Somas diretas, complementos e fechos de su-
bespaços
Somas diretas de subespaços
Teorema
Sejam (X, k·k) espaço de Banach e G, L subespaços vetoriais fechados
de X tais que G + L também é fechado. Então existe c > 0 tal que
todo z ∈ G + L admite ∈ X, y ∈ Y tais que z = + y e kk ≤ ckzk e
kyk ≤ ckzk.
Para provar, seja em G × L a norma |||(, y)||| = kk + kyk e T :
G × L → G + L, (, y) 7→ + y, que é linear, sobrejetiva e contínua (pois
k + yk ≤ kk + kyk = |||(, y)|||). Além disto, (G × L, |||·||| e (G + L, k · k) são
espaços de Banach pela suposição de que G, L e G + L são fechados
em (, k · k).
O Teo. da Aplic. Aberta garante que existe δ > 0 tal que para todo
z 0 ∈ G + L com kz k ≤δ podemos achar ( , y ) ∈ G × L satisfazendo
0 0 0
z = + y e ( , y ) < 1.
0 0 0 0 0
δ
Portanto, para todo z ∈ G + L temos kzk z com norma < δ e existem
δ
( , y ) ∈ G × L com + y = kzk z e ( , y 0 ) < 1; ou seja, podemos
0 0 0 0 0
escrever
kzk kzk
z= 0 + y0 = + y
δ δ
kzk kzk 0 kzk
com kk = δ
k0 k ≤ δ
( , y 0 ) ≤ δ
e analogamente para y.
Mostramos que o enunciado vale se tomarmos c = 1/ δ.
Corolário
Sejam (X, k·k) espaço de Banach e G, L subespaços vetoriais fechados
de X tais que G + L também é fechado. Então existe C > 0 tal que
20
teorema anterior) tal que para z = − b ∈ G + L existem (0 , b0 ) ∈ G × L
com z = 0 +b0 e k0 k ≤ ck−bk, kb0 k ≤ ck−bk e −0 = b+b0 ∈ G∩L.
Então segue que
≤ (1 + c) k − k + k − bk
≤ (1 + c) d(, G) + d(, L) + 2ϵ
Suplementar topológico
Dado um subespaço fechado G de um espaço de Banach (X, k · k),
dizemos que um subespaço vetorial L de X é suplementar topoló-
gico de G se tivermos que (i) L é fechado em (X, k · k) e (ii) G ⊕ L = X
~ }).
(ou seja, G + L = X e G ∩ L = {0
Notemos que pela definição acima, se L é suplementar topológico
de G, então todo z ∈ G + L se escreve z = + y com ∈ G, y ∈ L de
maneira única. Portanto, se pG : X → G, pL : X → L forem as projeções
sobre G e L associadas à decomposição em soma direta G⊕L, elas são
contínuas e satisfazem kpG k ≤ c e kpL k ≤ c pelo teorema anterior.
21
~ } = n N(e∗ ), que é um
Tn
Consideremos agora L = =1 (e∗ )−1 {0
T
=1
subespaço fechado de X, pois cada e∗
: X → K é funcional linear.
e∗
() = α = 0 para = 1, . . . , n;
~ . Finalmente, temos para todo ∈ X
portanto = 0
n n
X X
∗
= − e ()e + e∗
()e
=1 =1
4 Relações de ortogonalidade
4.1 Complementos ortogonais generalizados
Relações de ortogonalidade
Dados (X, k · k) espaço normado e M subespaço vetorial de X, de-
finimos
M⊥ = {ƒ ∈ X 0 :< ƒ , >= 0, ∀ ∈ M}
N⊥ = { ∈ X :< ƒ , >= 0, ∀ƒ ∈ N}
o complemento ortogonal de N.
Mostramos agora que (M⊥ )⊥ = M (o fecho de M em (X, k · k)) e que
sempre se tem (N⊥ )⊥ ⊃ N para todo subespaço vetorial N de X 0 .
22
Duplo fecho ortogonal e fecho topológico
De fato, N⊥ e M⊥ sempre são fechados porque
k·k
se (ƒn )n≥1 ⊂ M⊥ com M ≤ X e ƒn −−−→ ƒ ∈ X 0 . então
n→∞
e segue que ƒ ∈ M⊥ ;
23
Para provar (1a), seja ∈ G ∩ L e ƒ ∈ G⊥ + L⊥ . Então ƒ = g + ℓ com
g ∈ G⊥ , ℓ ∈ L⊥ e segue que < ƒ , >=< g, > + < ℓ, >= 0 + 0 = 0 e
⊥
∈ G⊥ + L⊥ .
⊥
Reciprocamente, se ∈ G⊥ + L⊥ , então ∀g ∈ G⊥ ∀ℓ ∈ L⊥ , (g +
ℓ)() = 0. Portanto g() = 0 = ℓ() (senão g() = −ℓ() 6= 0 para
todo g ∈ L⊥ e ℓ fixado, ou viceversa). Segue que ∈ (G⊥ )⊥ = G e
∈ (L⊥ )⊥ = L, logo ∈ G ∩ L.
Para provar (1b), observe que, por um lado
G ⊂ G + L =⇒ G⊥ ⊃ (G + L)⊥
=⇒ (G + L)⊥ ⊂ G⊥ ∩ L⊥ .
L ⊂ G + L =⇒ L⊥ ⊃ (G + L)⊥
φ ƒ : G + L → K, 7→< ƒ , >
24
porque por (1) temos G + L fechado (recorde teorema anterior sobre
somas diretas de subespaços). Então φƒ ∈ (G + L)0 e pelo Teo. de
Hahn-Banach admite extensão contínua φ : X → K com a mesma
norma.
Mas temos φƒ (b) = 0, ∀b ∈ L portanto φ(b) = 0, ∀b ∈ L e segue que
φ ∈ L⊥ . Também temos (ƒ − φ) | G ≡ 0 pois se = ∈ G, então
25